É o vínculo jurídico que assenta na dependência de alguém,
Roma como Monarquia que carece de proteção face a outra pessoa, existe assim uma
Roma foi fundada no ano 753 a.c quando Rómulo mata
Remo
A monarquia vigorou durante 243 anos, ou seja, de 753 a.C.
até 510 a.C.
Rómulo foi o primeiro Rei (Rex) e por isso representa o
momento de passagem de uma Roma onde não existia
formalmente uma cidade no âmbito de cidade-estado e na
qual os povos se organizavam estabelecendo apenas
ligações de dimensão politica e religiosa de baixa
integração, para uma Roma onde esses povos criaram um
cidade-estado pois acedem a um grau de integração muito
maior.
A nível social, deve-se a Rómulo a integração básica e
inicial da cidade:
 Patrícios (patricii): Nobres, eram a aristocracia
romana que exerciam o poder político e auxiliavam
o Rei.
 Plebeus (plebs): Não nobres, eram a classe
desfavorecida e sem acesso ao poder político.
Ao nível do exército, a distribuição dos soldados por postos
era feita com base no censo, isto é, era determinada pela
riqueza, e assim os Patrícios integravam a cavalaria
(combatiam a pé) enquanto que os Plebeus combatiam a pé.
Os Patrícios e os Plebeus não se relacionavam, o casamento
entre ambos era proibido.
 Proletari: Classe Social mais baixa, habitavam em
Roma, mas não integravam o sistema político nem
eram regulados pelo ordenamento jurídico pois não
tinham bens próprios (não tinham nem terras, nem
propriedades), a principal função desta classe social
era criar Proles, isto é, filhos para haver mais
combatentes no exercito.
Acesso a cidadão Romano:
 Filho de pai e mãe romanos;
 Filho de pai romano casado com mãe estrangeira,
desde que esse casamento tenha sido feito segundo
os critérios romanos.
 Filho de mãe romana casado com pai estrangeiro,
desde que esse casamento tenha sido feito segundo
os critérios romanos.
 Cidadania atribuída por feitos em honra de Roma.
Pater Famílias
A família Romana não era determinada por ma relação de
consanguinidade (Cognatio) entre os seus membros, mas sim por
uma relação de subordinação ao Pater famílias (Agmatio), a
subordinação ao Pater só terminava com a sua morte.
Era o Pater famílias que detinha todo o património e poder nas suas
mãos, pois era o mais velho, era ele que geria o fundo familiar,
administrava as propriedades da família e decidia a admissão de
novos membros, e a saída dos que estavam.
Clientela
relação de proteção e de lealdade.
Os clientes, que eram plebeus e/ou estrangeiros ocupam uma
parcela de terreno que o Patrono (Patronus) (Patrícios) lhes
cediam in precarium, pois este não conseguia explorá-la
diretamente, e pela qual pagam uma renda (clientes).
A renda, não significava só a ocupação daquela terra de Patrícios,
mas também a segurança e proteção do cliente.
Quais as maneiras de adquirir a condição de cliente?
 Deditio: submissão voluntária de um grupo familiar ou
político a uma Gens (linhagem da aristocracia romana):
 Applicatio: submissão de um estrangeiro à proteção da
Gens:
 Manumissio: instituto pela qual um escravo o deixa de
ser (o proprietário dos escravos liberta-os).
Os clientes deviam fidelidade ao seu patrono, e este dava-lhe em
troca proteção. Os romanos consideravam os laços de fidelidade de
natureza sagrada, a violação dos laços de proteção por parte do
patrono podia levar a aplicação da pena de morte ao mesmo,
significando assim que os clientes que eram vítimas de infidelidade
do patrono, podiam matá-lo sem serem punidos.
O Poder político era do Rei.
O Rei (rex) tinha caracter sagrado e estavam-lhe atribuídas
funções:
 Militares;
 Religiosas;
 Judiciais;
Comandante do exército (imperium militae):
 Garantia a segurança do território (inicialmente apenas a
península itálica e mais umas cidades).
 Chefe do exército e por isso:
o Delegava poderes para comandar a cavalaria.
o Perseguia e reprimia os crimes mais graves.
Administrador da cidade (imperium domi):
 Resolvia os aspetos da vida coletiva na relação das
pessoas com a comunidade e os conflitos entre pessoas
através de aplicação de regras por si ordenadas.
Representante entre deuses e humanos:
 Fator fundamental, pois era a base do seu poder político;
 O Rei detinha um forte caracter sagrado e poder
religioso, e por isso tinha a função de ler auspícios (sinal
dos deuses, onde o voo das aves significava a vontade
dos deuses).
Ajuda do Senado para Governar a cidade
O Senado (senatus) era composto por 100 elementos, que eram na
maioria patrícios.
Como se acedia ao senado?
 A entrada para o senado tinha em conta a riqueza de cada
um, uma vez que só os mais ricos entravam para o
senado. Para determinar a entrada para o senado existia
um “Censor”.
 Censor: Organizava a riqueza das famílias e determinava
de acordo com essa organização, quem acedia ao Senado.
Esta função gerava poder político e por isso vai estar no
 topo das magistraturas romanas, mesmo após a queda da Roma fica entregue a dois cônsules com o objetivo de travar a
monarquia. centralização do poder e os desvios autoritários, assim um cônsul
tinha o poder de tomar decisões e o outro o poder de vetar/paralisar
Principais funções: a decisão do primeiro cônsul.
 Aconselhar e auxiliar o Rei;
 Auctoritas;
 Ius belli et pacis;
 Interregnum.

Quando o Rei tinha duvidas, este órgão dava a sua opinião, que se
denominou de “pareceres do senado” (Senatus Consultum). Estes
parecerem detinham auctoritas ou seja, eram saberes socialmente
reconhecidos e por isso o Rei seguia-os frequentemente.

O Senado também detinha o Ius belli et pacis, isto é o direito de

concluir tratados internacionais.

Após a morte do rei o Senado exercia uma função importante, o

Interregnum, onde o poder que antes era do Rei, é devolvido aos
Pater Familias mais antigos (Senado), que por sua vez vão delegar
um entre si para exercer o Interrex.

O Interrex tinha a duração de 5 dias e como objetivo leros

auspícios e indicar assim o nome do novo Rei. Após isto o rei era
proclamado pelas assembleias em vigor parra poder tomar posse,
contudo o rei precisava de ser aprovado pelo povo. Quando os
deuses não manifestavam as suas vontades, era declarado outro
interrex para manter o poder seguro.

Povo

O povo funcionava organizado em assembleias (comitia):

 Era um Órgão que reunia todo o populus de Roma.

 Presidido por um sacerdote, o cúrio maximus.

Reuniam-se para:

Votar a “Lex curiata de imperium”:

 Eleição e posteriormente a aprovação da lei sobre o qual Período de transição

o novo Rei, que era proposto pelo Senado, era investido
dos seus poderes
 Votavam o nome proposto para o Rei, o qual era
primeiro aprovado (creatio) e depois submetido a uma
cerimónia religiosa (inauguratio) onde os deuses
aceitavam o novo rei revestido de poderes sagrados e
políticos.
Votar as propostas de lei do rei, uma vez aprovadas,
vigoravam como leges reagiae.
Assembleias de Centúrias (comitia centuriata):
 Estacam ligadas à organização militar de Roma,
pois surgiu quando Roma se começou a focar mais
na composição do seu exército, com o passar do
tempo torna-se a assembleia mais importante.
 Na monarquia a principal função era decidir sobre a
guerra e a paz, mas com o surgimento da Republica
começa a assumir as funções de Comitia Curiata,
com a eleição dos magistrados e aprovação de leis.
Fim da Monarquia
Tarquínio Prisco, nobre etrusco, destruiu no seu reinado (616 a.C. -
579 a.C.) as instituições políticas e passou a governar como um rei
absoluto exercendo um poder despótico absoluto.
Este caracter absoluto originou um golpe palaciano levado a cabo
em 510 a.C, que, com o apoio da população romana, ditou o fim da
monarquia.
Monarquia (509 a.C.) - República (367 a.C.)
Este período é caracterizado pela instabilidade social e política.
Houve uma limitação no comercio, e por isso determinou o
regresso a uma economia de base agrícola e consequentemente a
uma estrutura de poder assente na propriedade fundiária.
A insegurança também contribuiu para esta instabilidade, tudo por
causa do fim da expansão Etrúria que coloca Roma em colisão com
outros povos. Isto traduziu-se numa necessidade de mobilização
constante do exército e por isso, o papel indispensável da plebe na
defesa militar.
Este período de transição ficou marcado principalmente pela luta
dos plebeus para conquistarem a paridade política e o prestígio
social atribuído aos patrícios
Os Plebeus detinham a liberdade e a cidadania, mas eram privados
do poder e considerados inferiores. Este grupo social ocupavam o
posto da infantaria do exército, mas com o passar do tempo
nivelam-se face aos patrícios que integravam a cavalaria.
Com o prestígio na carreira de armas e com a ajuda do comercio
marítimo que dominavam e os fazia enriquecer, a Plebe começa a
reivindicar o poder que antes pertencia aos Patrícios.
Assim, o poder não voltou a ser unitário, e para o exercer, dão
lugar as magistraturas.
Lex Rogata
Em Roma, a lei é o comando imposto pelo povo e cumprido por si
mesmo, ou seja, é o povo e não o governo que aprova/delega e
cumpre a lei, a qual era denominada de constituição imperial.
O Direito em Roma é entendido como algo supremo. Nesta
estrutura estavam inseridos os Colégios sacerdotais (collegia
sacerdotalia), importantes instituições com forte poder de
influência sobre as decisões políticas.
Destes colégios faziam parte:
Colégio de áugures: legitimar a vontade divina na forma como
decidiam a vida dos homens. Como encontrar as vontades dos
deuses?
o Auspicia: ler o voo das aves. Eram estas favoráveis ou
desfavoráveis que ditavam ao rei como e quando agir e
por isso eram mais comuns.
o Auguria: Procura todo o tipo de acontecimentos indícios
dessa vontade no comportamento/ fisionomia/
manifestações dos animai e da natureza. O Augurium
implicava a possibilidade de uma decisão que se
pretendia tomar, ser afastada porque se prévia dela um
efeito negativo. Assim, o augurium pretendia evitar e
impedir que certas decisões prejudiciais fossem tomadas
e cumpridas, este é mais complexo que o auspicium pois
não procurava apenas a vontade divina, mas sim
concentrar as condições para um melhor exercício da
condição humana.
Colégio dos pontífices: Detinha o os poderes políticos e religiosos
que o Rei devia respeitar.
o O colégio dos pontífices integrava primeiramente três
pontífices, e mais tarde passa a integrar cinco. Era
presidido pelo Pontífiex maximus.
o Os pontifíces, eram designadamente Patricios, e estavam
por sua vez isentos de pagar impostos e de cumprir
serviço militar, e eram designados por por cooptação
(sistema de organização) para um cargo vitalício numa
cerimónia designada de inauguratio que era presidida
por um áugure.
o Os pontífices foram adquirindo um saber técnico na
criação de soluções para resolver de forma pacifica os
litígios que surgiam, cabia-lhe a eles a interpretação do
direito e a observação da religião.
o A validade jurídica dos atos assentava no cumprimento
de um conjunto de formalidades e rituais de natureza
sacral, que por sua vez só podiam ser praticados ou
tinham de ser presenciados pelos sacerdotes.
o O objetivo deste colégio era ditar a justiça e impor as
regras (mores maiorum) com o auxílio dos deuses.
o Os sacerdotes pontífices exigiam que estas regras se
tornassem escritas de modo a reconhecer o seu direito.
Para isto acontecer forma-se um corpo de dez patrícios,
que não exercessem a função de sacerdote Pontífice, que
vão olhar para as regras antigas de Roma (mores
maiorum) e transformá-las em leis.
Lei das XII Tabuas
Esta lei surge em 450 a.C. uma vez que era necessário que as
Mores Maiorum se tonassem escritas e assim se tornassem Leis.
 Estas leis ditavam o processo da lei e quem detinha o
cargo de Pater Famílias.
 Esta determinado nesta lei que a palavra para designar
estrangeiro era a mesma que se designa o inimigo:
hostis.
Contra Magistratura
Era necessário garantir que a aplicação das mais graves medidas
repressivas e penas máximas, não ficassem apenas ao arbítrio dos
patrícios e por isso é criada uma contra magistratura:
 Tribuno da plebe (tribunal dos plebeus);
 Provocatio at populum (Direito de apelar aos tribunais da
plebe);
Existem mais dois tipos de assembleias:
Comitia Tributa:
 Convocados pelos magistrados e no qual se decide e
deliberam assuntos não tão importantes, por exemplo,
nomeação dos magistrados mais baixos.
Tribuna da Plebe (concilia plebis):
 Era constituída por plebeus apenas com a função de
eleger um magistrado, o que só acontece quando é
necessário proteger os interesses do povo, ou seja, eram
eleitos quando houvesse uma determinada medida que
afetasse os interesses dos plebeus, por isso podia
paralisar qualquer ordem de outro magistrado.
 O objetivo desta assembleia era elevar os plebeus ao
mesmo lugar que os patrícios e evitar guerras civis.
 Esta assembleia permitia a um cidadão condenado à
morte por um magistrado com o poder para tal, evitar a
condenação pedindo instauração de um processo nos
Comitia. Este processo tinha duas fases:
o Inquérito (aquisitio): feito pelo magistrado para
apurar a real existência do crime;
o Resposta da assembleia (rogatio): dava
resposta através de uma deliberação que se
pronunciava sobre a pena.
Em 452 a.C. foi implementada uma ei que fixava os limites
máximos de tolerância para que os magistrados pudessem aplicar
multas e penas sem o apelo ao populus (menenia sextiae).
 Esta Assembleia aprovava também Plebiscitos, leis
aprovadas pelos plebeus na concília plebis e as quais se
declararam obrigatórias a todos os que as votassem e
aprovassem. Inicialmente apenas para plebeus (449 a.C.),
mas mais tarde para todo o povo Romano (284 a.C.)
Com a abolição do dever e casar dentro do grupo e a legitimação
dos casamentos entre Patrícios e Plebeus, iniciou-se um caminho
de integração social, política e jurídica.
Fim da instabilidade deste período
A instabilidade deste período só termina quando é conseguida a
admissão dos plebeus nas magistraturas supremas, como o
consulado, formalizada nas Leges Liciniae Sextiae (367 a.C.)
Estas medidas formalizaram as reivindicações históricas dos
Plebeus pela igualdade que consideravam necessários face aos
Patrícios para se sentirem Romanos.
1) Limitação dos juros: é possível ao devedor reduzir à
soma do valor do debito a pagar, o montante dos
elevados juros já pagos e a possibilidade de pagar o
restante montante em 3 prestações anuais.
2) Nova distribuição da terra: Fixação de um limite à
possibilidade de apropriação de terras publicas e
determinação de um limite máximo de 500 jeiras de terra
aos Pater Famílias.
3) Acesso dos plebeus aos cargos públicos: Possibilidade
de ascensão dos plebeus ao consulado, reservando-lhes
 um dos dois cargos de cônsul (320 a.C.) o que significou
uma evolução significativa dos plebeus na participação
política, em 172 a.C. passa a ser possível serem eleitos
dois cônsules plebeus.
4) Aumentava o numero de encarregados da custodia dos
“livros sibilinos”, impondo que sejam escolhidos metade
patrícios e metade plebeus.
Estas normas instituíram o consulado como magistratura em que é
exercido o poder supremo do Estado, e a qual não esta reservada
apenas para patrícios, mas também para os plebeus.
Roma como república
República (367 a.C.- 27 a.C.)
A vontade dos Romanos era impedir os aproveitamentos políticos
levados a cabo durante a monarquia.
A divisão dos poderes passou a ser feita por magistrados de eleição
popular, dos quais distinguiam dois cônsules que detêm o
imperium que antes pertencia ao Rei.
Limitação dos poderes:
 Limitação do exercício do poder de magistratura por um
ano.
 Entrega do poder a diversos indivíduos.
Requisitos a cumprir para serem magistrados:
 Frequentar a carreira de honras (cursos honorum);
 Podiam ser submetidos à votação do eleitorado ativo;
 Ter ingenuidade, ou seja:
o Não podia ser escravo liberto ou filho de
escravo liberto;
o Tinha de pertencer ao grupo a que a
magistratura estava reservada;
o Ter idade superior a 28 anos;
Este cargo não era remunerado.
Lex Liciniae Sextiae
Com estas leis foi possível dividir e hierarquizar as magistraturas
de forma a conectá-las num sistema de regras e princípios que
garantissem a estabilidade e continuidade do modelo político-
institucional.
Pressupostos de organização:
 Dois titulares para cada magistratura, absoluta igualdade
no grau e na função;
 Subordinação das magistraturas maiores às menores e
separação rigorosa das duas.
As magistraturas podem ser de caracter:
 Ordinárias: São as magistraturas principais que podiam
ter caracter permanente, onde o magistrado estava
constantemente a exercer funções ou não permanente,
onde o magistrado não exercia funções continuadamente.
o Eram periodicamente eleitos e constituíam os
elementos estabilizadores do regime: Censores,
Cônsules, Pretores, Edis e Questores.
 Extraordinárias: Eram de caracter não permanentes e
tinham poderes de intercessio (poder de intervir em nome
dos plebeus e de interpor o veto às ações dos
magistrados) sobre todos os magistrados ordinários.
o Eram eleitos para fazer face às circunstâncias
extremas e imprevistas e os poderes dos quais
eram revestidos tinham a duração da ameaça a
enfrentar, mas com um limite máximo para
exercer o mandato: Tribuno da plebe e ditador.
Os magistrados dividem-se em:
Magistrados ordinários maiores:
  Censor: (ordinária não permanente) é eleito nos
comícios centuriais para um mandato de 5 anos e no qual
só exercia funções durante 18 meses, o necessário para
fazer o recenseamento. Eram em regra antigos cônsules
que organizavam o censo, era o guardião da cidade e por
isso organizava as famílias por riquezas para determinar
a ascensão ao Senado.
o Inicialmente era ocupado apenas por Patrícios,
mas em 339 a.C. um dos censores tinha de ser
obrigatoriamente plebeu.
o Os censores agiam sempre em conjunto.
 Consul: Eram eleitos todos os anos nos comícios
centuriaise definiam a política pública e governava a
cidade.
o Podia vetar as decisões do pretor ao abrigo do
intercessio.
 Pretor: (ordinária não permanente) eram eleitos todos os
anos nos comícios centuriais. Eram inicialmente dois,
mas com o aumento do território passam a seis e mais
tarde oito.
o O seu imperium esta subordinado ao do Consu,
o qual o substitui nas suas falhas e
impedimentos para assim administrar a justiça.
o Tinha como principais funções: aplicar a
justiça; substituir o cônsul nos seus
impedimentos no governo civil da cidade;
convocar comícios para a eleição de
magistrados menores (comitia tributa);
apresentação de propostas de lei para
aprovação nos comícios.
Magistrados ordinários menores:
 Edil: era eleito nos concilia plebis e foi inicialmente
pensada para ajudar os tribunos passando a ficar com a
função e guardar os arquivos e gerir os tesouros.
o Tinha como principais funções garantir a
segurança de Roma, e por isso fazia o
policiamento dos caminhos e fiscalizava as
medidas e os pesos.
 Questor: Era eleito na comitia tributa e promovia a
supervisão das receitas fiscais arrecadadas e a
distribuição de fundos e receitas necessárias para as
despesas determinadas pelo Senado e cônsules.
Distinção entre Magistrado maior e menor:
Princípios estruturantes:
o Prevalência do imperium: os magistrados
com imperium podiam vetar qualquer ato
mesmo que esse fosse inerente às suas
competências.
o Hierarquia: o magistrado com imperium e
potestas maior podia anular as ordens e vetar os
atos dos outros magistrados com imperium e
potestas menor.
o Tutela da plebe: os concilia plebis tinham o
poder de veto sobre a atividade dos outros.
Cidadão Romano
A antiga designação de cidadão (quirite) ganhou um novo sentido,
passou a designar-se de “cives”, e alargaram-se os critérios de
cidadania. Cidadão romano passou a ser:
 Filho de mãe romana mesmo fora de um casamento
válido;
 Aquele que tinha autorização de um magistrado para
tal;
 Aquele que foi libertado da escravatura.
Assembleias da Monarquia ainda em vigor:
 Senado: Passa a ter uma posição de maior relevo e
era constituído na maioria por antigos magistrados
já fora de funções.
o Decidiam o interregnum se ambos os
cônsules desaparecessem;
o Este órgão ganhou mais importância
devido as decisões que tomava
(senatusconsulta)
 Comitia Curiais: com a limitação ao tratamento de
apenas questões de índole sagrado pode-se incluir
com a república, a cerimónia meramente simbólica
de confirmação no imperium dos magistrados
maiores.
o Contudo, entram em decadência no
período da república.
 Comitia Centuriata: foram as mais importantes
assembleias da república. Eram convocadas por um
magistrado com imperium e tinham como principais
funções aprovar as declarações de guerra.
o Mais tarde estabilizaram-se com as
funções de: eleição dos cônsules,
censores, pretores e do magistrado
extraordinário designado como ditador;
aprovação das leis propostas pelos
magistrados sob a aprovação prévia do
Senado.
 Comitia Tributa: eram constituídos pelo povo na
sua totalidade, ou seja, continham tanto plebeus
como patrícios.
o Tinham como principais funções a
votação de leis sobre assuntos de menor
relevância; eleição de magistrados
menores (edis e questores).
 Concilias Plebis: passam a ter importantes
competências legislativas na cidade. Eram
convocados por magistrados plebeus.
o Tinham como principais funções: eleger
os magistrados plebeus e votar os
plebiscitos.
o Era uma magistratura especial que tinha
como vantagens a imunidade absoluta e o
direito de se opor às decisões de todos os
magistrados com o intercessio.
Ditador
O ditador surge na República como uma figura que se manifestava
nas situações de perturbações.
o A escolha do ditador estava dividida em duas fases:
o Senado traçava um perfil e o cônsul escolheria
uma pessoa para tal.
o Este cargo durava 6 meses e tinha como objetivo
estabelecer a ordem.
o O ditador não tinha de prestar contas e ninguém
podia paralisar as suas ordens.
Fim da República
O fim da República deve-se ao facto de um destes ditadores não
querer abdicar do seu poder após os 6 meses. Foi o caso de Júlio
César, que não quis abdicar do seu cargo e por isso transformou
este período num período de instabilidade.
Roma como Principado
República (27 a.C.- 285 d.C.)
O Principado é a forma de designar uma tentativa política de
concretizar no governo de Roma uma mistura de instituições da
República com a Monarquia.
É um regime que gravitava em torno de Octávio Cesar Augusto e
não passou de uma forma de governar assente no exemplo de
Augusto e sujeita às características pessoais do mesmo.
Poder Político:
Octávio Augusto exerceu o poder político supremo, a partir de 43
a.C., através de um triunvirato em que ele era o centro, com um
mandato de cinco anos, depois renovado para um novo e igual
período. Octávio Cesar vem romper com a regra de governo por 5
anos.
Em 31 a.C. Augusto declara-se cônsul único de toda a província de
Roma e em 33 a.C. declara-se prínceps, ou seja, é o primeiro em
tudo, o primeiro Cônsul, o primeiro Edil, o primeiro Pretor, etc.
Augusto centralizou as instituições políticas em si com o pretexto
de que não havia outra solução para manter as instituições
existentes em Roma.
Poderes adquiridos pelo Prínceps:
Este regime concentrava assim todos os poderes nas mãos de um só
homem, o prínceps. Esta foi assim a possibilidade de um só
homem decidir sozinho sobre todos os aspetos da vida romana até
aí dispersos pelas magistraturas.
 Poder de intercessio contra todo e qualquer ato dos
magistrados ou Senado.
 Poder de votar plebiscitos e convocar o Senado com os
poderes do Tribuno da plebe.
 Comando militar e supremo do exército e uma extensão
do seu poder até aos confins do império- Chefe militar.
Poderes principais do Prínceps:
Imperium proconsulare maius et infinitum:
 Exercício do comando militar supremo e do governo das
províncias;
 Administração de todo o império com o imenso poder
político;
 Capacidade de influenciar decisões;
 Possibilidade de escolher decisores.
Tribuna potestas:
 Faculdade de poder paralisar qualquer procedimento ou
ação do Senado ou das magistraturas que considerasse
inoportunas ou inconvenientes.
Funcionarios (praefecti):
Os funcionários eram designados pelo prínceps para fazer cumprir
as leis e o seu período de exercício de funções era indeterminado.
Este grupo foi ganhando poderes e prestígio crescentes e exerciam
funções tendo sempre no topo o prínceps.
Comícios, Senado e Magistraturas:
A situação criada pelo principado levou estas instituições a um
papel meramente formal.
Comícios:
 O prínceps tornou estas assembleias em verdadeiros atos
de adoração a si mesmo, com rituais virados para o culto
do chefe.
 Este chefe controlava as propostas, manipulava as
votações e instrumentalizava deliberações.
 As competências legislativas foram transferidas para o
Senado.
 Competência para votar as listas apresentadas pelo
prínceps ou pelo senado, e não podem propor nomes para
a eleição dos magistrados.
Esta decadência política mostrava bem que o prínceps queria
esconder as instituições de cariz republicano.
Senado:
 O Senado foi um órgão republicano concebido como
instrumento de concentrar a totalidade dos poderes do
prínceps.
  Redução do número de senadores para 600 e o seu acesso
passou a ser para pessoas com 25 anos ou mais.
 O prínceps pode convocar o Senado sempre que entenda
sem qualquer formalismo ou regra.
 Expande os poderes do Senado, retirando-o do populus.
o Administração das províncias mais antigas;
o Nomeação dos magistrados encarregados pelo
tesouro publico e o poder de legislar;
o Exercício da jurisdição penal.

Estes poderes, embora estivessem formalmente no Senado, eram

exercidos pelo Princeps