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F. HOFFMANN,
POR
CARLOS JANSEN,
DO COLLEGIO D. PEDRO II.
R i o , O u t u b r o de 1884.
Silvio Roméro.
ÍNDICE.
CAPITULO I .
Robinson Crusoé. — Sua predilecçíio pelas viagens. — Excursíto im-
provisada a Londres. — Grandes projectos commerciaes. — Como
indo para a Gavinéa, muda de rumo, navega para o Brasil, e por
fim naufraga deveras 1
CAPITULO II.
Na escola da necessidade, Robinson aprende a ser activo 11
CAPITULO III.
Robinson faz descobertas preciosas, e volta para a casa com uma
verdadeira fortuna 22
CAPITULO IV.
Augmenta-se o bem estar de Robinson. — Descobre um thesouro que
trata com summo desprezo 28
CAPITULO V.
Robinson continúa a sua vida solitária, augmentando de dia em dia o
seu bem estar á força de trabalho e reflexão 33
— XIV —
CAPITULO V I .
O terremoto e as chuvas: conseqüências destes dous phenomenos . . . 43
CAPITULO V I I .
Robinson renova o seu trajo, e adoece 51
CAPITULO VIII.
Convalescença de Robinson. — Novas descobertas. — Horário de
trabalho 56
CAPITULO IX.
Robinson descobre vestígios humanos. — Chegam á sua ilha anthropo-
phagos, e Robinson salva uma das suas victimas 64
CAPITULO X.
Sexta-feira faz fogo. — Refeição deliciosa. — Reflexões de Robinson. . 75
CAPITULO X I .
Robinson fortifica a sua habitação. — Estação das chuvas. — Trabalhos
domésticos. — Robinson ensina a Sexta-feira a religião christa . . . 79
CAPITULO XII.
Conclusão da barca e viagem infeliz 87
CAPITULO XIII.
Naufrágio • 92
CAPITULO XIV.
Robinson e Sexta-feira concluem a balsa e navegam para o navio. —
Naufrágio e perigo de vida 102
CAPITULO XV.
Bem estar devido ao naufrágio 113
CAPITULO XVI.
Novo desembarque dos selvagens. — Robinson e Sexta-feira salvam
duas victimas, sendo uma o pai do joven indio 118
- XV —
CAPITULO XVII.
A narração do hespanhol 225
CAPITULO XVIII.
Cresce o numero de subditos de Robinson 128
CAPITULO X I X .
Navio á vista. — Façanhas de Robinson e Sexta-feira 134
CAPITULO XX.
Volta á pátria j^g
C A P I T U L O I.
Robinson Crusoé. — Sua predilecção
pelas viagens. — Excursão improvi-
sada a Londres. — Grandes projectos
commerciaes. — Como indo para a
Guinéa, muda de rumo, navega para
o Brazil, e por fim naufraga deveras.
d i a m entre os três.
E s t a accumulação de c a r i n h o s d e v i a ser funesta para o herce
da nossa h i s t o r i a , p o r q u e a t e r n u r a p a t e r n a l não sabia achar o f r e i o
salutar e o remédio efficaz para a indolência que p r e d o n o m i n a v a
no espirito do menino.
E n t r e g u e , p o r assim dizer, á sua própria vontade, Crusoé em-
p r e g o u a m a i o r p a r t e do seu tempo em passeios e b r i n q u e d o s , e os
poucos e r a r o s momentos consagrados ao t r a b a l h o apenas p o d i a m
d a r ao m e n i n o alguns conhecimentos t r u n c a d o s e desalinhados, sem
utilidade pratica.
Com este m o d o de educação m a l e n t e n d i d o , Crusoé f o i cres-
c e n d o , sem q u e seus pais soubessem o q u e delle h a v i a m de fazer.
E certo que o p a i afagava o desejo de d e d i c a r o seu f i l h o á c a r r e i r a
c o m n i e r c i a l ; mas o m e n i n o a b o r r e c i a os algarismos m a i s a i n d a q u e
qualquer outro t r a b a l h o , e só m o s t r a v a i m m e n s a predilecção pelas
viagens. De q u e p r o v e i t o , porém, p o d i a m ser estas a u m j o v e n
i g n o r a n t e como Crusoé? Esta reflexão j u d i c i o s a i n f l u i a no a n i m o
do p a i , p a r a mostrar-se surdo ãs supplicas do m e n i n o , e nesta
resistência e r a a c o m p a n h a d o f i r m e m e n t e p o r sua m u l h e r , q u e nem
p o r nada q u e r i a separar-se do seu idolo.
.'rKf
a l a r g a r - se pouco a
pouco até t e r a ca-
pacidade desejada.
D u r a n t e estes tra-
balhos de cavouqueiro,.
Robinson havia pre- '
parado u m a boa pro-
visão de c a p i m secco,
de modo q u e , ao ter-
minar a abertura da
g r u t a , pôde estender
u m a excellente cama, e descansar a seu gosto o corpo fatigado de
t r a b a l h a r , que até então passára verdadeiros m a r t y r i o s n a f o r q u i l h a
da arvore. S e n t i u o coração cheio de gratidão p a r a com a P r o v i -
dencia, que l h e f a c i l i t a v a os meios de a l l i v i a r a sua triste situação,
e ao mesmo tempo com pejo se l e m b r o u das vezes que n a casa
paterna r e s m u n g a v a , quando a cama não l h e p a r e c i a assás macia
e commoda.
A g o r a gozava verdadeiras delicias no seu leito de feno, esten-
2*
20 —
pois que dão uma carne saborosa, unia lã mais preciosa que a do
carneiro, e servem perfeitamente de cargueiros excellentes; razões
pelas quaes, no Períi, sua verdadeira pátria, são tidos em grande
estimação pelos indígenas.
E certo que Robinson nada sabia de todas estas qualidades,
mas sentiu o desejo de obter um desses animaes para ver se com
sua carne podia variar a sua alimentação.
Empunhando o seu machado, com a respiração quasi detida e
passos furtivos, alcançou o tronco de uma arvore, que crescia perto
do lugar onde os guanacos pastavam, e ahi escondeu-se â espera
que um dos animaes passasse ao alcance de sua arma.
Não tardou a sua paciência de ser coroada de bom êxito. Um
cabrito acercou-se tanto do escondrijo, que Robinson pôde applicar-
lhe golpe certeiro. O animal cahiu-lhe morto aos pés, emquanto
que os outros fugiam espavoridos da aggressão insólita.
Esta primeira victoria sobre um ser animado causou a Robinson
uma profunda agitação; momentos depois, porém, sobreveio a pre-
occupação de que modo havia de utilizar a sua acquisição. Car-
regou o lhama nos hombros, e encetou a volta ao seu castello,
ruminando constantemente a idéa de obter fogo para fazer um
assado, já que agora possuía carne em abundância.
Pelo caminho teve ainda a fortuna de encontrar um verdadeiro
bosque de limoeiros, carregados de formosas frutas, das quaes avida-
mente fez boa provisão.
Bastante cansado chegou ao seu terreiro, onde o seu primeiro
cuidado consistiu em esfolar e limpar o guanaco, e como judiciosa-
mente concluía que a pelle do animal ser-lhe-hia de grande u t i l i -
dade, estaqueou-a aos raios do sol para secca-la convenientemente.
Depois contemplou com grande appetite a carne fresca, que
tão bom alimento lhe promettia; mas . . . sempre lhe faltava o
melhor para prepara-la: o fogo.
• Ouvira contar um dia, o bordo da malfadada Gaivota, que os
— 27 -
limpando e refrescando o a r , o
pobre i g n o r a n t e só v i a nesta re-
volução atmospberica um phenomeno
aterrador. J u l g o u chegado o m o m e n t o
em que D e u s o castigaria cruelmente
pelos máos passos q u e h a v i a dado, e,
arrojando-se de joelhos, pediu perdão
e misericórdia.
Ao cabo de uma hora d i m i n u i u
a c h u v a de intensidade; os relâmpagos
e trovões espaçaram-se, e em Robinson
renasceu a esperança.
Levantou-se e i a s a h i r , quando
de repente cahiu ao chão como f u l -
minado: retumbára um trovão tão
medonho, tão estrondoso, como se
toda a m o n t a n h a se houvesse p a r t i d o ,
e a caverna illuminára-se como p o r
i n f e r n a l incêndio.
Um raio havia cahido na a r v o r e , que crescia p o r cima da
g r u t a , partindo-a pelo meio com t a l fracasso, que R o b i n s o n j u l g a r a
ter sido v i c t i m a .
— 30 —
I
- 39 -
1
— 45 —
N ã o d e v i a t a r d a r a consolação.
Perto do r e c i n t o foi saudado pelos saltos alegres dos seus
queridos lhamas, q u e pareciam querer expressar-lhe o júbilo cau-
sado p e l a sua volta.
Esta recepção inesperada encheu o coração do j o v e n de pro-
f u n d a gratidão; e r g u e u c o m m o v i d o os olhos ao céo, e arrependeu-se
sinceramente da f a c i l i d a d e com que se entregara ao desespero.
R o b i n s o n d e v i a suppôr.
É certo que algumas pedras grandes h a v i a m cabido do tccto
arrastando m u i t a t e r r a ; mas, se conseguisse desentulhar a caverna,
esta estaria m u i t o melhorada, p o r achar-se com maior espaço l i v r e .
massas pesadas.
Escolheu u m t r o n c o delgado mas resistente d b n n a arvore e
um toro mais c u r t o de páo; collocou este u l t i m o perto da pedra,
debaixo da qual introduziu a ponta do t r o n c o ; descansando o
tronco no t o r o , pizou com toda a força n a outra extremidade de
sua alavanca improvisada, e teve o prazer de v e r mover-se a pedra
enorme.
A o cabo de algumas horas a sua caverna achava-se completa-
mente desentulhada, m u i t o mais espaçosa e de paredes inteiramente
lisas e unidas.
A c a b a d o este t r a b a l h o u r g e n t e , R o b i n s o n sahiu a mspecc.ouar
o volção.
N e g r o penaeho de f n m o encimava ainda a bocea do m o n t e ; a
erupção, p o r e m , h a v i a c e g a d o , e a l a v a , a r r o j a d a em grande
abundância, j * p r i n c i p i a v a a esfriar n u s u p e r h c e . Pela d t ^ a
que a c o r r e n t e ignea h a v i a tomado, R o b m s o n recatou pelo campo
— 46 —
Armado com o
seu machado de
pedra, d e u valente-
mente o primeiro
golpe . . ., que dei-
xou intacta a ma-
d e i r a resistente.
Comprehendeu
logo a terrível d i f f i -
culdade de realizar
o seu intento com
i n s t r u m e n t o tão p r i -
mitivo; mas já se
h a v i a acostumado á
perseverança, e assim não k desanimou. Trabalhou com ardor e
energia até o meio d i a , conseguindo apenas uma brecha, n a qual
nem a m ã o l h e cabia. Dahi calculou l o g o , que gastaria mais de
— 62 —
Repentinamente estacou.
E o b i n s o n Ciusoé. 5
— 66 —
cara de couro.
-Então o protegido chegou-se perto do moço, ajoelhou-se, e
apresentou a nuca ao pé do seu protector, querendo provavelmente
assim declarar-se seu escravo.
O nosso heroe, porem, que queria ter um amigo e não um
escravo, ergueu-o carinhosamente, e deu-lhe a entender que delle
só devia esperar um tratamento amistoso.
Entretanto, o Índio que havia recebido um lançasso no ventre,
tornou a si, arrancando punhados de capim para tapar a ferida.
72 —
binson se esforçava em
ensinar o seu i d i o m a
a Sexta-feira, proce-
dendo de u m modo
muito apropriado:
mostrava-lhe u m ob-
jecto, pronunciando
c l a r a m e n t e a sua de-
nominação. E m pou-
cos mezes teve o
prazer indizivel de
poder conversar com
o seu discípulo i n t e l l i g e n t c e m u i t o a t t e n t o , q u e assim, de simples
companheiro, se elevava a v e r d a d e i r o amigo.
Sexta-feira r e v e l o u de d i a em d i a sempre mais u m caracter
affavel, dócil, repassado de gratidão e c a r i n h o ; de modo que
Robinson o aclinittiu a m o r a r com elle n a g r u t a , sanetuario de
sua fortaleza.
— 81 —
— Ura homem velho, muito velho, que vive mais que todas
as cousas, e que faz a trovoada. E mais velho que o sol, a lua
e as estrellas, e todos o chamam por «Oh!»
— Os que morrem na tua pátria vão ter a alguma parte?
— Vão ter com Tupan.
— Onde mora Tupan?
— Em altas montanhas, cujo cume se perde nas nuvens.
— A l g u m já o v i u ?
— Só os owokakees (sacerdotes) o vêm; dizem-lhe «Oh!»
(adoram-no), e nos contam em seguida o que lhes disse.
— Trata bem aos mortos?
— Sim, quando venceram e comeram muitos inimigos.
Robinson, horrorizado com estas noções, aproveitava o tempo
de reclusão para iniciar Sexta-feira nos dogmas do christianismo,
mostrando-lhe a superioridade e excellencia das suas doutrinas de
amor e caridade. O discipulo mostrou-se attento e ávido de aug-
mentar os seus conhecimentos. Agradecia á Providencia o facto
de have-lo deixado cahir em poder dos inimigos, sem o qual nunca
teria encontrado Robinson, nem chegado a conhecer e adorar o
supremo director do universo. Acompanhava o seu amigo nas suas
orações, e com elle aprendeu a orar até pelos inimigos. Assim a
estação chuvosa não só havia servido para purificar o a r , mas
ainda o coração do nosso sympathico selvagem.
CAPITULO XII.
Conclusão da barca e viagem infeliz.
p o r q u e não esperança
t i n h a m bús- em Deus.
oceano, c o m masse , f a -
dias? em terra,
A fé de estavam de-
Robinson se baixo da
tretanto, d i v i n a ; mas
*
as redes feitas por Sexta-feira pescavam freqüentemente, limitando-
se, porém, ao numero de peixes de que precisavam; aos demais
restituiam a liberdade, porque repugnava a Robinson matar um
animal sem precisão. Da mesma
forma procediam na caça de lhamas
e pássaros.
Outras vezes se deleitavam no
'.[ exercício das armas ou de natação,
e Robinson teve occasião
de admirar a grande habili-
dade de Sexta-feira, que
de altos penhascos se ati-
rava ao mar, permanecendo
minutos mergulhado nas
ondas.
No afan de procurar a
utilidade de todas as cousas,
Robinson descobriu o pres-
timo das favas de cacáo.
Tostando-as como se faz com o café,
moendo-as entre duas pedras, deitou o
pó n'uma tijela com leite, que pôz ao
fogo. Depois de fervida esta sopa mostrou-se de sabor agradável,
lembrando a Robinson o chocolate que costumava tomar em casa
de seus pais; só faltava o assucar, mas Robinson não duvidava
encontrar também este ingrediente tão u t i l .
Por f i m acharam-se terminados os trabalhos propostos, e nada
mais se oppunha â partida em busca do pai de Sexta-feira.
Entretanto Robinson principiava a alimentar os seus receios.
Se os compatriotas de Sexta-feira o considerassem inimigo, e o de-
vorassem apezar das asserçGes do seu amigo?
Sexta-feira combatia estes temores, e respondia com a própria
vida pela segurança de Robinson; este cedeu ás instâncias do com-
— 95 —
dindo-o.
— A i de nós, se o tempo nos tivesse sorprendido no mar,
respondeu Sexta-feira.
Mal bavia dado esta resposta, quando ouviram um estampido
semelhante a um tiro de peça.
Sexta-feira attribuiu naturalmente o ruido ao trovão; Robinson,
porém, j u l g o u firmemente haver distinguido um tiro de artilharia,
e achou-se profundamente sobre-saltado.
Saltou da cama, convidando Sexta-feira a segui-lo, correu á
cozinha, onde agarrou um tição, e subiu a escada de cordas.
Chegado ao alto do outeiro, Robinson fez uma fogueira, para
dar signal aos navegantes, que podiam achar abrigo na ilha. Mas
a chuva torrencial que então principiou a cahir, apagou immediata-
mente o fogo, antes que a labareda pudesse subir. Os dous moços
tiveram de refugiar-se apressadamente á caverna.
A tempestade chegou ao auge. No meio dos trovões, Robinson,
prestando uma attenção febril, j u l g o u ainda varias vezes distinguir
tiros de peça. Passou toda a noite em grande agitação, com o
pensamento de que um navio se achava perto da i l h a , um navio
que o reconduziria á pátria, caso escapasse ao perigo . . ., e nem
sequer podia fazer outra cousa para salvar os nautas ameaçados
senão pedir a Deus que os protegesse!
Ao romper do dia amainou o tempo, e os moços correram á
praia, para ver se Robinson havia acertado em suas supposições.
A primeira cousa que descobriram foi bastante desagradável,
principalmente para o pobre Sexta-feira: a tormenta havia arreba-
tado o bote.
Houve-se Sexta-feira como uma criança, quando v i u assim
— 97 —
E p a r t i u velozmente, se-
guido de Sexta-feira, que j u l -
gava que eram os selvagens
que haviam chegado.
Quando alcançaram o ponto da praia
fronteira ao navio, Robinson explicou a Sexta-feira a causa de sua
agitação, mostrando-lhe a embarcação. Então f o i grande também
o espanto do j o v e n indio, pois que as dimensões do navio para
elle excediam o imaginável.
II
— 99 —
«2. a
Levar uma vida activa e virtuosa, porque não será tole-
rado na ilha nenhum preguiçoso ou vicioso.
«3. a
Não altercar com os companheiros, e em caso de duvidas,
recorrer ao senhor da ilha, e respeitar a sua decisão ou a do seu
preposto.
«4. a
Effectuar sem reluctancia os trabalhos necessários para o
bem estar geral, e em caso de guerra, defender com a própria
vida a ilha e seus habitantes.
«5. a
A u x i l i a r Robinson na justa corecção daquelles que i n -
fringirem as disposições presentes, reconduzindo o delinqüente ao
bom caminho ou banindo-o para sempre da ilha.
Aconselha-se a todos que reflictam maduramente antes de
assignar estes estatutos, visto que a firma obrigará ao estricto
cumprimento das mesmas.
«Robinson.»
O hespanhol traduziu este código em seu próprio idioma, e
muniu-se de tinta e pennas, para faze-lo assignar a todos quantos
quizessem embarcar. Em seguida prepararam convenientemente a
melhor das duas canoas conquistadas, que aliás só devia servir
para a ida, visto que para a volta tinham os botes do navio.
Providos de mantimentos, e sobrevindo um vento favorável, os
dous emissários se despediram dos seus companheiros e embarcaram.
Sexta-feira estava completamente prostrado pela separação de
seu pai. Toda a noite havia chorado, e agora, no momento da
partida, não podia consolar-se, nem desprender-se dos braços
do velho.
Por fim este conseguiu libertar-se, e saltou na canoa, que
rapidamente se afastou da praia.
Sexta-feira, porém, atirou-se ás ondas, e nadando ao lado do
esquife, tornou a despedir-se de Quinta-feira. Obedecendo, final-
mente, ao chamado peremptório de Robinson, voltou á terra, subiu
a u m outeiro, e seguiu a canoa com vistas humedecidas, até que
desappareceu no horizonte.
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