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Instituto Saber
PROGRAMA DE PÓS–GRADUAÇÃO EM
PSICOPEDAGOGIA
__________________________________________________________________
Ementa
Objetivos
Programa do curso
Apresentação
Base estrutural e instrumental
A transferência
Fases do desenvolvimento
Fase oral
A modalidade incorporativa
As etapas orais
Fase anal
O valor simbólico dos produtos anais
As etapas anais
Fase fálica
Período de latência
Fase genital
O desenho
O jogo simbólico
Estimulação precoce (EP) e Psicanálise
O Adolescer
Avaliação do Módulo
Bibliografia
1
Fonoaudióloga Especialista em Diagnóstico e Tratamento dos transtornos na infância e adolescência com
base Psicanalítica.
Fonoaudióloga Clínica do Serviço Médico da Polícia Federal.
Fonoaudióloga Clínica da Escola Especial AMPARE.
RAPPAPORT, Regina et al. Psicologia do desenvolvimento: teorias do
desenvolvimento – conceitos fundamentais, Vol. 1 (pg. 35 a 45 e 63 a 75). Ed.
EPU.
Aulas
1. O jogo do “Fort-Da”;
2. Os objetos transicionais;
3. Os jogos corporais;
4. O jogo de esconde-esconde;
5. A brincadeira de cair;
6. A repetição (no brincar e no desenho);
7. Os amigos imaginários;
8. A identificação imaginária com super-heróis;
9. Cantos e contos infantis;
10. O fascínio de ouvir a própria história;
11. “Teorias” sexuais;
12. Medos e fobias;
13. A mentira;
14. Os devaneios;
15. A invenção de estórias.
A transferência
Transferência2
2
LAPLANCHE, J. e PONTALIS, J. B. Vocabulário de Psicanálise. Ed. Martins
Fontes.
Em Psicanálise designa:
Sexuação
Primeiro tempo: “todo mundo tem um pênis.” Crença universal de que todos os
seres vivos são dotados de pênis – não existe a diferença sexual. Para a menina,
o clitóris é equivalente ao pênis – do ponto de vista anatômico, nada falta no
corpo.
Segundo tempo:
- Nos meninos: o pênis é ameaçado.
- Nas meninas: o clitóris é pequeno demais para ser um pênis – “fui
castrada.”
Terceiro tempo:
- Nos meninos: existem seres sem pênis e portanto a ameaça é real.
- Nas meninas: a mãe também é castrada – ressurgimento do ódio pela mãe.
Quarto tempo:
- Nos meninos: a mãe também é castrada – emergência da angústia; saída
do complexo de Édipo.
- Nas meninas: nascimento do complexo de Édipo – três possíveis saídas
Falo
Falo imaginário
Falo simbólico
Narcisismo
Primário
Secundário
Imagem do eu e objeto sexual
Identificação
Sublimação
Processo pelo qual a energia dos instintos sexuais é deslocada para atividades
ou realizações de valor social ou cultural, como atividades artísticas ou
intelectuais.
Identificação
Processo pelo qual o indivíduo se torna idêntico a outro pela assimilação de traços
ou atributos daquele que lhe serve de modelo. Nesse processo o indivíduo pode
assimilar aspectos de outra pessoa, como também identificar em outros aspectos
seus. È através das identificações que desde o princípio a personalidade se forma
e se diferencia.
Supereu ou superego
As fases de desenvolvimento
Todo o instinto, pulsão biológica primitiva, participa de um dado que
caracteriza todas as manifestações vitais: o ritmo – fases de repouso e de
excitações alternadas, as pulsões instintivas estão sujeitas à repetição.
O termo sexual, para psicanalistas não significa genital. Esse qualificativo,
genital, somente deve ser utilizado para certas manifestações da
sexualidade do sujeito. É sabido que o hedonismo da criança, “a busca do
prazer”, desperta extremamente cedo.
O prazer gerado por via da excitação ritmada de qualquer zona corporal
deve ser, portanto, qualificado como sexual – mesmo quando não visa a
união de dois gametas. Conseqüentemente, o princípio da pulsão que
objetiva, na infância, à excitação de zonas erógenas muito numerosas –
qualquer parte do corpo pode se tornar a sua sede – não difere daquele
que, mais tarde, estará vinculado à vida genital do adulto e cujas
manifestações permaneceram incompreensíveis até S. FREUD.
Exemplos:
A sucção do recém-nascido (fora das mamadas)
A sucção do polegar, da ponta do lápis, do cigarro, e o beijo.
Portanto, o critério objetivo para o desenvolvimento psicológico do sujeito é o
critério afetivo: o comportamento do indivíduo em relação aos seus objetos de
amor (transicionais).
Fase oral
A modalidade incorporativa
As etapas orais
Nome dado à fase de organização libidinal que se estende desde o
nascimento até o desmame. Esta fase poderia ser chamada também, de “fase
bucal”, posto que está sob a primazia da zona erógena bucal (preensão labial,
dental, gustativo, deglutição, emissão de sons, aspiração e expiração do ar etc.).
A fase anal
Para o sujeito de 1 a 3 anos de idade, nove décimos (9/10) dos
relacionamentos com os adultos estão circunscritos pela alimentação e
aprendizagem do asseio esfincteriano.
No segundo ano de vida, sem destronar a zona erógena bucal, a maior
importância está concernida à zona anal. Esta é despertada bem mais
cedo.
O sujeito atinge um maior desenvolvimento neuromuscular: a libido que
provoca a sucção lúdica da fase oral provoca, agora, a retenção lúdica
das fezes e da urina.
Os cuidados higiênicos que se seguem à excreção são proporcionados pela
mãe. Portanto, a atuação materna, determina a atmosfera agradável ou não
do toalete feitas na criança. Apesar disso, emoções contraditórias se
associam à mãe: é a primeira descoberta de uma situação de
ambivalência. Através da conquista da disciplina esfincteriana a criança
descobre a noção de seu poder, de sua propriedade privada: os seus
excrementos que ela oferece ou não.
Após a fase de brincar com seus excrementos, brincará e chafurdará na
sujeira, na lama, na água; esse deslocamento inconsciente, a atitude
mais ou menos severa dos hábitos de asseio, em geral, favorecerá ou
dificultará o desenvolvimento sadio da criança, bem como sua adaptação à
vida social com desenvoltura corporal e destreza manual.
Por jogo ou prisão de ventre ocasional, a criança retém os seus
excrementos, o que se segue é uma agressão anal cometida pelo adulto
sob a forma de supositório ou clister. Para a criança, isso significa uma
economia.
O interesse pelas matérias fecais pode ser sublimado nos pintores,
escultores, colecionadores de todos os gêneros e aqueles a quem, de
modo geral, interessa o manuseio do dinheiro.
Desse modo, é aos componentes da fase anal que são atribuídos, no
adulto, os caracteres possessivos e mesquinhos, a avareza, posto que o
dinheiro representa os excrementos para o inconsciente da fase anal.
Os objetos que se opõem às suas vontades são “maus”, “ruins”, agride-os;
é hostil a eles, bem como a tudo o que a eles se assemelha ou esteja
associado. Quando suas vontades se opõem às do adulto, cede porque, a
todo momento, tem necessidade do adulto e não pode perder sua
amizade. O adulto é para a criança o todo poderoso, divino e mágico, e é
pela obediência ou não que ele a torna favorável ou indiferente, quando não
perigosa.
As pulsões agressivas espontâneas e as reações agressivas contra tudo o
que se opõe a ela devem ser proteladas; e se é o adulto que está em causa
tais pulsões e essas reações são deslocadas para objetos que recordem o
adulto; por associação, é a fonte do simbolismo: ou por representação, é a
fonte do fetichismo e do totemismo infantis (bonecas, animais de
estimação).
Pensamento caracterizado pelos mecanismos de identificação e de
projeção, manifesta-se na fase anal.
Fase fálica
Por volta dos 5-6 anos, período em que as conversas e os jogos sexuais
eliminam todas as dúvidas. Contudo, antes dos 6 anos, o menino ainda
pensa que a menina “tem um mais pequenininho”, isto porque é incapaz
de ver qualquer coisa que não seja em relação a si próprio.
Aquisição de duas noções importantes:
A noção de tempo – antes a criança reagia de acordo com as suas pulsões
imediatas, somente pelo prazer -, agora, existem o “daqui a pouco” e o
“amanhã”. Essa noção de tempo demanda diferentes internalizações: o
“amanhã” da semana ou do ano próximos, nem “muito cedo”, “muito breve”
ou “logo”. Bem mais tarde é que consegue adquirir a noção de “passado”,
que os termos “uma vez” e “ontem” traduzirão, aplicando-se tanto ao
passado imediato quanto aos dias mais distantes, aquém do presente, e
que dessa maneira se confundem com seus fantasmas.
O fato de que um mesmo objeto tem vários usos e desenvolve, assim, a
necessidade de generalizações, fundamentada na busca de numerosas
motivações ligadas a um mesmo objeto.
Diante de tudo que lhe interessa a questão “Para que serve isto?” Torna-
se o seu tema. Desprende-se, pois, pela primeira vez, do interesse antes
exclusivo às coisas em relação a si próprio. Ex.: o fogo é tudo que está
quente, “queimava”. Agora, “fogo é para aquecer” e é agradável quando faz
frio, é necessário também “para comer” etc.
A criança possui agora a chave para muitos problemas. Surge o desejo de
fazer “como os grandes”, como os que têm mais do que ele... O desejo
engendra a ambição, a ânsia de superar a sua inferioridade utilizando, para
isso, de seus conhecimentos.
O tagarelar é sinal de atividade mental fisiologicamente saudável para
todas as crianças de menos de 7 anos. A aprendizagem da contenção de
atividades paralelas à concentração mental deverá ser progressiva e
intercalada de momentos de relaxamento ruidoso e motor.
O silêncio e a imobilidade da criança “ajuizada” raramente representam
para ela outra coisa senão mutilação dinâmica, redução ao estado de
objeto fecal, morte imposta e sofrida. Os tiques, o gaguejar, a insônia, a
enurese são os últimos refúgios da libido nos problemas sociais, vítima do
suplício de uma educação perversa.
Quanto ao sentido real da morte, é preciso que veja morrer um animal ou
um ser amado para que a criança apreenda o sentido de ausência sem
retorno, de perda definitiva do objeto. A impotência do adulto diante da
morte, uma vez que não pode ressuscitar, como pode reparar ou restaurar
outras tantas coisas, faz a criança mergulhar de novo no mistério do
nascimento.
A partir da fase anal, a menina se interessa por bonecas e o rapaz por
cavalos e automóveis.
Na fase fálica, ela brinca de fazer comida para a boneca, de vesti-la, banhá-
la, embalá-la etc., identificando-se com a mãe, tentando imitá-la em gestos
e palavras.
Os meninos, entregam-se a todos os jogos agressivos, banca o déspota,
adora causar medo e comandar. Identificam-se o mais possível com o pai e
com os homens que observam.
Por volta dos 4 anos o menino entra em luta emocional aberta com o pai;
brinca de matá-lo etc, tentando resgatar toda a ternura da mãe. Entra no
período de Édipo.
Entre os 3 anos e meio e os 4 anos, que ela começa comportando-se em
relação ao pai como uma pequena amorosa, coquete, sedutora,
concentrando todo o seu interesse libidinal no pai.
Instala-se a situação edípica aos 4 anos e atingirá seu desenvolvimento
máximo por volta dos 6 anos? A criança deverá abandonar a rivalidade com
o genitor do mesmo sexo, como também identificar-se com ele. Deverá
desenvolver qualidades que farão do rapaz um homem e da menina uma
mulher.
Declínio do impulso libidinal, inerente à fase de latência.
Após 9 anos aproximadamente, essa retirada do impulso libido-pulsional,
acalma os conflitos, mesmo que não estejam inteiramente solucionados.
Até os 12 anos, um recalque que jamais falha, empurra para o inconsciente
todas as curiosidades e todos os desejos sociais que tinham sido tão fortes
no segundo período da infância.
Fase de latência
A fase de latência é empregada na aquisição dos conhecimentos
necessários à luta pela vida. As faculdades de sublimação entram
progressivamente em jogo e do ponto de vista das manifestações e
curiosidades sexuais é normalmente muda.
Tendo em vista a repressão do interesse sexual evidencia-se o aspecto
cultural da fase de latência, fase não só passiva, mas também ativa.
A libido, não imobilizada no inconsciente, estará inteiramente ao serviço de
um superego objetivo. O inconsciente também participa da aquisição
cultural, à conquista do mundo externo. O complexo de Édipo será
progressivamente e inteiramente dissociado.
O valor e a importância das sublimações da fase de latência são muito
grande, o modo como a criança utiliza, esse período faz com que ela fixe ou
não, exagere ou elimine os componentes arcaicos da sexualidade e seus
componentes perversos.
Fase genital
Esta fase depende do desenvolvimento saudável da fase anterior, a da
latência.
A masturbação (terciária) faz-se acompanhar nessa fase de fantasmas
dirigidos a objetos escolhidos fora da família, muitas vezes aureolados de
um valor excepcional que os torna ainda inacessíveis e suscita um
desenvolvimento cultural no trabalho.
Resta agora aprender a concentrar sua ternura e suas emoções num
mesmo ser, fixar uma escolha, após a desmistificação de escolhas
sucessivas, fixação necessária para a segurança vital dos filhos que
nascerão, eventualmente de um encontro ajustado, inter-humano,
emocional e genital bem sucedido.
O jogo simbólico
O momento em que uma atividade infantil pode ser definida como lúdica, a
diversidade de brinquedos, o sentido a lhes atribuir, como o uso que pode ser
feito deles.
Piaget: meios de evocação do pensamento pré-operatório ou simbólico.
M. Klein: “A criança traduz, de um modo simbólico, suas fantasias, seus
desejos, suas experiências vividas.”
O brinquedo confere ao bebê o controle de uma realidade molesta, já que ele
pode colocar em suas fantasias de reparação e projetar para o exterior os
perigos internos que o ameaçam.
O desenho
“A criança que deixa de desenhar ao entrar na escola, porque deixa de brincar (...)
está deixando uma forma de expressão que é sua, para seguir um padrão escolar
imposto (...) [a alfabetização] despreza assim a linguagem da criança que se
expressa através do desenho e do jogo e procura equipá-la com uma linguagem
ensinada (...)” (Ana Maria Albano Moreira)
O adolescer
A adolescência é uma fase de mudanças físicas e psicológicas que muitas vezes
não pode ser compreendida pela família.
Reformular a imagem mental que tem de seu próprio corpo o que só vai se
tornando possível à medida que ele/ela elabora a perda do corpo infantil e
consegue aceitar o novo corpo.
Os pais até então idealizados e supervalorizados pelo filho ou filha (fato e fator
necessário para um adequado desenvolvimento infantil), passam a ser alvo das
mais violentas críticas e questionamentos, e surge a necessidade de uma
busca de figuras de identificação fora do âmbito familiar.
Tenta substituir muitos aspectos da sua identidade familiar por outra mais
individual e enriquecida por novos elementos do seu âmbito social.
Apoio do grupo onde ele deposita toda sua confiança e esperança, deixando o
cargo dos pais as mais significativas obrigações e responsabilidades.
“Patologia” aos olhos e dentro dos preconceitos dos adultos de nossa cultura.
A conduta do adolescente está dominada pela ação. Ele não pode manter uma
linha de conduta rígida, permanente e absoluta, embora o queira.
Sua personalidade é permeável e sua instabilidade necessária. Lida
permanentemente com o imprevisível, tanto no seu mundo interno como no
externo. Joga com seu corpo, sua alma, sua conduta de acordo com as
possibilidades confusas e confusionantes.
Uma conquista, por mínima que seja entusiasma e alegra. Uma frustração
aborrece e deixa triste. Isto acontece milhares de vezes ao dia. Sua luta com
os pais, a sociedade, os preconceitos, o medo, seus triunfos físicos, ou sua
realização intelectual, uma aprovação, uma rejeição; tudo constante e
vertiginosamente alternando no dia a dia, explicam os sentimentos de solidão e
os de exaltação. Estas mudanças de estado de ânimo são normais.
Professores, pais, adultos em geral, podem se basear em estereótipos e
preconceitos que, em lugar de ajudar ao adolescente a viver esta etapa de
nossa vida evolutiva com maior segurança e liberdade, fazem deste importante
período vital à fonte de tormentos, angustias, medos e culpas totalmente
desnecessários e perturbadores.
5) Distemporalidade;
6) Desenvolvimento da sexualidade: do auto-erotismo a práticas de genitalidade.
Identidade sexual definida;
Anexos
Textos complementares
Referências Bibliográficas
2. Idem, p. 290.
4
A propósito ver a tese de doutorado de Ana Maria Clark Peres. “O Infantil na Literatura” –
FALE/UFMG, 1994.
5
CHEMANA, Roland (Dir.) Dictionnaire de la psychanalyse. Paris. Larousse, 1993, p. 269 (Tradução
minha).
6. FREUD, S. “A dissolução do complexo de Édipo”. Vol. XIX (1923-1925) p.
217-224. E.S.B. p. 309-320.
10. SILVA, A.F.R. “O desejo de Freud”. Editora Iluminuras Ltda., 1994, p. 121.
S.P.
Psicopatologia na adolescência
Bibliografia básica