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ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

CONCEITO

A análise vertical, considerado um dos principais instrumentos de analise de


estrutura patrimonial, consiste na determinação dos percentuais de cada conta ou
cada grupo de contas do balanço patrimonial, em relação ao valor total do Ativo ou
Passivo.

Do mesmo modo a analise vertical determina proporcionalidade das contas do


demonstrativo de resultado em relação à Receita Liquida de Vendas, considerando
como sua base.

Em relação ao balanço patrimonial, ela procura sempre mostrar, de um lado,


a proporção de cada uma das fontes de recursos e, de outro, a expressão
percentual de cada uma das varias aplicações de recursos efetuadas pela empresa.

Comparando os exercícios subseqüentes, podemos constatar a mudança da


política de empresa, quanto à obtenção e à aplicação de recursos.

Para efetuar o calculo da analise vertical do balanço patrimonial, podemos


apurar o percentual relativo a cada item do demonstrativo da seguinte forma:

CONTA (ou Grupo de Contas) X 100

ATIVO TOTAL (ou PASSIVO)

A análise vertical também pode ser estendida à Demonstração de Resultados,


quanto comparáramos cada item do demonstrativo ao total da Receita Liquida de
Vendas.

Comparam-se cada item do Demonstrativo de Resultado com a Receita


Liquida de Vendas, pois o objetivo é eliminar prováveis distorções com deduções de
impostos direto ou abatimentos e devoluções com a interpretação e a analise dos
valores.

Para efetuar o calculo usa-se a seguinte forma:

CONTA X 100

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS


A análise horizontal é uma técnica que parte da comparação do valor de cada
item demonstrativo, em cada período, com valor correspondente em um
determinado período anterior, considerado como base.

Essa analise tem como objetivo mostrar a evolução de cada conta (ou grupo
de contas), quando considerada de forma isolada.

Complementa a Analise Vertical, que nos informa o aumento ou diminuição da


proporção de uma determinada despesa em relação a um determinado total, mas
não nos diz se essa variação foi derivada do aumento ou da diminuição do valor
absoluto da verba considerada.

É importante ressaltar que a analise vertical e horizontal devem ser


elaboradas sempre em conjunto para verificar qual o grau de influencia que uma
exerce sobre a outra e consequentemente, sobre a conclusão da evolução dos
valores da empresa.

Os resultados obtidos por meio da analise horizontal devem ser interpretados


com certa reserva, porque nem sempre os maiores valores percentuais de aumento
são os mais significativos.

Para calcular os percentuais da analise vertical usa-se a seguinte forma:

VALOR ATUAL DO ITEM X 100

VALOR DO ITEM NO ANO BASE

(PERIODO ANTERIOR)
APRESENTAÇÃO DAS ANALISES DO BALANÇO E DA DRE
ANÁLISE DE ÍNDICES

A avaliação de uma empresa feita através dos índices exige a comparação


dos padrões e a fixação da importância de cada índice.

A característica fundamental dos índices é fornecer ampla visão da situação


econômica ou financeira da empresa.

É através das analise de indicadores financeiros, calculados a partir dos


dados disponível nos demonstrativos, que os analistas obtêm uma fotografia mais
clara da situação e desempenho recente das empresas. Dentro da analise
financeira, os indicadores de uma empresa podem ser agrupados em quatro
categorias: liquidez, endividamento, rentabilidade e atividade.

INDICADORES DE LIQUIDEZ

Medem a capacidade da empresa de satisfazer suas obrigações de curto


prazo na data de vencimento, ou seja, refere-se à solvência da situação financeira
global da empresa. Os principais indicadores de liquidez são: liquidez corrente,
liquidez seca, liquidez imediata e liquidez seca.

LIQUIDEZ CORRENTE

Indica o quanto a empresa tem a receber em curto prazo em relação ao


quanto que tem a pagar no mesmo período. Em geral espera-se que esse indicador
esteja acima de 1, pois caso contrario a empresa pode ter dificuldades para pagar
suas obrigações.

LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE

PASSIVO CIRCULANTE

LIQUIDEZ SECA

Avalia a capacidade de pagamento de curto prazo sem considerar os


estoques. É um índice adequado para analise de empresas que operem com
estoques de difícil realização financeira. É o caso das empresas imobiliárias, onde a
realização dos estoques é mais lenta.

LIQUIDEZ SECA = (ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUES)

PASSIVO CIRCULANTE

LIQUIDEZ IMEDIATA

É utilizado na avaliação do nível de recursos que são mantidos para o


cumprimento dos compromissos mais imediatos e também dos eventuais. A
empresa não precisa manter como disponibilidade valores correspondente a todas
suas dividas de curto prazo. Isso faz com que o índice de liquidez imediata
normalmente seja menor que 1. Esse índice é extremamente importante no caso de
instituições financeiras e de empresas que desenvolvem um grande numero de
operações à vista, pois devem manter um volume elevado de disponibilidade.

LIQUIDEZ IMEDIATA = DISPONÍVEL

PASSIVO CIRCULANTE

LIQUIDEZ GERAL

É utilizado para avaliar a capacidade de pagamento de todas as obrigações,


tanto de curto prazo quanto de longo prazo, através de recursos não permanentes
(AC e ARLP). O ideal é que este índice não seja inferior a 1. Sendo que o índice
menor que 1, a companhia estará financiando, pelo menos em parte, as aplicações
no permanentes com recursos de terceiros, o que geralmente provoca grandes
dificuldades de pagamento das obrigações. As aplicações no permanentes tem
retorno demorado e devem ser financiadas com recursos próprios, ou com recursos
de terceiros amortizáveis a longo prazo.

LIQUIDEZ GERAL = ( AC + ARLP)

PASSIVO EXIGÍVEL
INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO

Permitem analisar a posição de endividamento ( quanto de capital de terceiros


esta sendo usado para financiar a empresa), a capacidade da empresa em gerar
caixa suficiente para pagar os juros e o principal das suas dividas (cobertura de
juros), ou garantir o crescimento sustentável de suas atividades.

Os principais indicadores de endividamentos são: relação de capital de


terceiros, endividamento geral, composição do endividamento e imobilização do
capital próprio.

RELAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS SOBRE O PRÓPRIO

Revela quanto que a empresa possui de dividas em relação aos recursos


pertencentes aos acionistas.

RELAÇÃO DE CP SOBRE O PRÓPRIO = EXIGÍVEL TOTAL

PATRIMÔNIO LIQUIDO

COMPOSIÇÃO DE ENDIVIDAMENTO

É um importante índice para medir o comprometimento da empresa no curto


prazo, pois representa a composição do endividamento total, ou seja, a parcela da
dívida que vence no curto prazo.

Se a empresa está sendo financiada com recursos de longo prazo, à medida


que ela ganha capacidade operacional, espera-se que tenha condições de começar
a amortizar suas dívidas.

COMPOSIÇÃO DE ENDIVIDAMENTO = PASSIVO CIRCULANTE

EXIGÍVEL TOTAL

ENDIVIDAMENTO GERAL

Indica a porcentagem de capitais de terceiros sobre o investimento total da


empresa. Essa porcentagem não pode ser significativamente alta no longo prazo,
pois elevaria, demasiadamente, as despesas financeiras, prejudicando a
rentabilidade da empresa.

A manutenção de um índice alto em longo prazo somente seria possível, se a


taxa de retorno fosse maior que a taxa de juros média sobre o endividamento.

ENDIVIDAMENTO GERAL = EXIGÍVEL TOTAL

ATIVO TOTAL

IMOBILIZAÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO

Indica qual o percentual de recursos não correntes a empresa aplicou no ativo


permanente.

IMOBILIZAÇÃO DO CAPITÃO PRÓPRIO = ATIVO PERMANENTE

PATRIMÔNIO LIQUIDO

INDICADORES DE RENTABILIDADE

Permite avaliar os lucros da empresa em relação a um dato nível de vendas,


ativos, e capital investido. A analise vertical é particularmente útil na comparação do
desempenho de uma empresa entre períodos diversos. Os indicadores mais
utilizados são: margem bruta, margem operacional, margem liquida, giro do ativo,
taxa de retorno sobre investimento, taxa de retorno sobre o capital próprio, taxa de
retorno sobre o ativo total, taxa de retorno sobre o patrimônio liquido.

MARGEM BRUTA

Representa a lucratividade auferida sobre o produto ou serviço


comercializado pela empresa

MARGEM BRUTA = LUCRO BRUTO X 100

RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA


MARGEM OPERACIONAL

Determina a porcentagem de cada real de venda que restou após a dedução


de todas as despesas, à exceção do imposto de renda. É definida como resultado
operacional dividido pela receita liquida de vendas. Caso uma empresa tenha um
resultado operacional de R$ 10 milhões e vendas de R$ 100 milhões, a margem
operacional será 10, ou seja a empresa ganhou R$ 10,00 (antes do imposto) para
cada R$ 100,00 vendidos.

MARGEM OPERACIONAL = LUCRO OPERACIONAL X 100

RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA

MARGEM LÍQUIDA

Esse índice demonstra o retorno liquido da empresa sobre seu faturamento,


após deduções de despesas operacionais e não operacionais e os impactos
do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro

MARGEM LIQUIDA = LUCRO LIQUIDO X 100

RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA

GIRO DO ATIVO

Esse indicador demonstra se o faturamento gerado no período foi suficiente


para cobrir o investimento total.

GIRO DO ATIVO = VENDAS LIQUIDAS

ATIVO TOTAL MEDIO

TAXA DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS

Esse índice mostra quanto a empresa esta obtendo de retorno em relação


aos seus investimentos totais. Por meio dele pode-se também o “payback”, ou
seja, em quanto tempo se recuperam os investimentos totais efetuados no
negocio.

TRI = LUCRO LÍQUIDO X 100

ATIVO TOTAL MEDIO


TAXA DE RETORNO SOBRE O CAPITAL PROPRIO

Mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja


quanto foi adicionado ao patrimônio liquido decorrente do resultado do
período.

TRCP = LUCRO LIQUIDO X 100

PATRIMONIO LIQUIDO MEDIO

TAXA DE RETORNO SOBRE O ATIVO TOTAL

É a medida que apresenta o retorno em função do ativo da empresa. É o


melhor indicador para medir a eficiência do administrador financeiro. Deverá
ser relacionada com a temporalidade e com o setor.

ROA = LUCRO LIQUIDO

ATIVO TOTAL

INDICADORES DE ATIVIDADE

Os índices de atividade permitem analisar aspectos do capital de giro da


empresa por meio do ciclo financeiro. Permitem verificar a velocidade com quem a
empresa recebe suas dividas, paga suas contas ou renova seus estoques.

Os principais índices de atividade são: prazo médio de estoques, prazo médio


de pagamentos e prazo médio de recebimento.

PRAZO MEDIO DE ESTOQUES

Mostra o prazo meio que os produtos ficam parados ao longo do ano,


considerando o período desde a entrada da matéria-prima até a saída do produto
acabado,

PME = ESTOQUE MEDIO X 360

CUSTO DE MERCADORIAS VENDIDAS


PRAZO MEDIO DE PAGAMENTOS

Esse índice é útil para identificar a idade media das duplicatas a pagar, ou em
quantos dias pagamos nossas duplicatas. Está diretamente relacionado às
condições de credito obtidas pela empresa.

PMP = FORNECEDORES MEDIO X 360

COMPRAS ( CMV + EF – EI)

PRAZO MEDIO DE RECEBIMENTO

Esse índice retrata quanto tempo a empresa leva para receber dos clientes,
indicando o tempo decorrido entre a venda e o efetivo ingresso dos recursos. Deve-
se ressaltar que no montante de clientes deverão estar contidos os créditos de curto
e longo prazos.

PMR = CLIENTES MEDIO X 360

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

CICLO OPERACIONAL

Indica o período decorrente entre a compra da mercadoria ou matéria-prima e


o recebimento efetivo referente às vendas efetuadas.

CO = PME + PRM

CICLO FINANCEIRO

Esse índice determina a quantidade de dias que a empresa necessita para


atender seus compromissos operacionais.

CF = CO – PMP
APRESENTAÇÃO DA ANALISE DOS ÍNDICES
TERMOMETRO DE KANITZ

É o instrumento utilizado para rever a possibilidade de falência de Empresas. A


sua utilização é feita por empresas isoladas,e se procura analisar se determinada
empresa tem possibilidade ou não de falir, principalmente a curto prazo. Em seu
estudo, Kanitz analisou aproximadamente 5.000 demonstrações contábeis de
empresas brasileiras. Após o estudo, ele escolheu aleatoriamente 21 empresas, que
haviam falido entre 1972 e 1974, e analisou os balanços referentes aos dois anos
anteriores a falência. Utilizou, como grupo de controle, também de forma aleatória,
21 demonstrações contábeis, referentes aos mesmos anos, de empresas que não
faliram. Após analisar e estudar estas empresas, ele criou o termômetro de
insolvência, com a utilização da seguinte fórmula: (0,05RP + 1,65LG + 3,55 LS) –
(1,06LC + 0,33GE).

TERMÔMETRO DE KANITZ

TERMÔMETRO DE KANITZ 2009 2008 2007


Taxa de Retorno
X1 Sobre Capital Próprio 0,20 0,27 -
X2 Liquidez Geral 0,54 0,54 0,65
X3 Liquidez Seca 0,93 0,67 0,72
X4 Liquidez Corrente 1,30 0,99 1,09
X5 (PC+ELP)/PL 1,18 1,11 1,00

SOMA X1+X2+X3+X4+X5 4,15 3,58 3,46

0 a 7 = solvência
0 a -3 = penumbra
-3 a -7 = insolvência

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