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QUANDO ELE VOLTAR, na visão de Ricky Medeiros

Comentário de Montalvão

Quem viu Ricky Medeiros em entrevistas na televisão, percebe que se trata de uma pessoa que
desperta a simpatia. Ricky tem sido requisitado por diversos programas televisivos devido ao
sucesso de dois livros que escreveu: “A PASSAGEM” e “QUANDO ELE VOLTAR”, este
ultimo inspira o presente comentário.

Motivado pela precoce morte do irmão, e, segundo o autor, ajudado pelo espírito do falecido,
através de mensagens provindas do além, Ricky produziu as obras referidas, as quais vêm sendo
bem recebidas pelo público. Alguns leitores, empolgados com o conteúdo do escrito, comentam
que talvez a obra não seja simplesmente ficção, pode ser que tenha algo de profético nas palavras
do autor.

Tivemos oportunidade de examinar somente um dos livros, portanto, não será possível fazer uma
apreciação global de seu trabalho, De qualquer forma, nota-se que Ricky é um escritor talentoso.
Redige de forma leve e agradável. A continuar com esse estilo, os livros que vier a escrever,
certamente, serão vorazmente lidos.

Parabéns a Ricky Medeiros pela boa qualidade de sua escrita.

Falemos um pouco a respeito do conteúdo do livro.

Ricky conta uma história sobre Jesus Cristo, que viria a reencarnar no ano de 2015. O “Filho do
Homem” retornaria a Terra para complementar os ensinamentos que deixara há dois mil anos.

A primeira surpresa surge ao lermos o que o Cristo descrito por Ricky Medeiros nos diz: Ele
veio desmentir tudo o que dissera durante seu ministério anterior!

O Jesus reencarnado no livro de Ricky Medeiros nos traz uma mensagem diametralmente oposta
ao que ensinou em sua primeira vinda! Uma pergunta soa inevitável: quem é esse Jesus que no
passado fez afirmações contundentes e profundas e agora vem contradizer a si mesmo? Há
uma grande desarmonia entre o Cristo da Bíblia e esse criado por Ricky Medeiros.

Vejamos em um trecho do livro (palavras do Jesus do século 21): (pág, 55):

“Nossa viagem na vida não é uma viagem de descobrimento. É uma viagem de


redescobrimento. Nós somos espíritos. somos partes de Deus. e estamos aqui para
lembrar o que esquecemos...O criador deste universo também está sempre
mudando. crescendo e evoluindo...”

A idéia de que Deus seja um espírito em evolução, restringe a natureza divina. O conceito da
divindade aplicado a Deus, supõe que se trate de um ser completo no mais amplo sentido da
palavra. Deus não evolui, não melhora. A estrutura divina é definitiva e imutável. No livro
bíblico de Apocalipse, encontramos uma declaração esclarecedora:

“Eu sou o Alfa e o Omega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há
de vir; o Todo-Poderoso”.

Alfa e ômega eram as primeira e última letras gregas. Simbolizam o principio e o fim. Deus é o
princípio de tudo e para ele converge toda a criação. Por meio dEle todas as coisas foram criadas
e seu propósito para o universo se concretizará quando chegar a ocasião pelo próprio Deus
definida. Declaração semelhante encontramos no livro de Isaías, escrito vários séculos antes do
Apocalipse:

“Assim diz o Senhor; Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou
o
primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus”.

Imaginar que O Criador esteja mudando, crescendo e evoluindo equivale a dizer que Deus não
possui o atributo da perfeição e que busca atingi-la num constante processo de crescimento. Ora,
o que é imperfeito jamais evoluirá até a excelência. Assim como é possível sempre acrescentar
mais uma unidade a uma série de números, visto que as escalas numéricas são infinitas; da
mesma forma, o que não é perfeito jamais atingirá a perfeição, por mais que progrida.

À humanidade é prometida a perfeição que se obterá por um ato gracioso de Deus. Ele
transformará nossa estrutura corrompida pelo pecado, e nos revestirá da Incorruptibilidade. É o
que esperamos do Deus eterno, todo-poderoso, imutável, onisciente, onipotente e onipresente.

O Que se vê no livro é uma paródia dos ensinamentos de Cristo. A desformação das palavras de
Jesus é uma constante. As interpretações contrariam o que o próprio Jesus ensinou.

Há elementos de verdade no conteúdo do livro e, talvez, o mais grave esteja aí: ao miscigenar
orientações moralmente saudáveis, com desfigurações das mensagens do Mestre, confunde-se a
mente dos menos informados. Misturar um pouco de verdade com deturpações resulta numa
aparência de veracidade, o que faz com que os desavisados não percebam a armadilha.

Vejamos um entre muitos exemplos: (págs. 146 e 234)

“Ele mesmo disse: ‘Eu vim como uma luz nesse mundo, para que todos que
acreditam em mim não fiquem na escuridão. E, se alguém ouvir minhas palavras
e não as guardar; eu Não o julgarei, porque eu não vim para julgar o mundo. Mas
sim para salvar o mundo”.

“Para começo de conversa, Jesus é o mais perfeito espírito de luz. Ele encarnou
na Terra para mostrar o caminho, Ele viveu entre os homens desta vibração para
dar um exemplo, Ele é o grande Mestre e encarnou como homem para mostrar ao
homem como viver como homem. Ele era, verdadeiramente, o Filho do Homem,
mostrando que era possível superar todas as tentações, vaidades e tentações
negativas do plano terrestre”.

“Mas ele não foi um juiz. Ele mesmo disse: ‘Eu não vim para julgar o mundo,
mas para salvar o mundo’. Ele veio para mostrar a vocês o caminho de casa”.
“Ele não morreu pelos pecados do homem, porque não há pecados. apenas
dívidas cármicas. e ninguém pode pagar essas dívidas por vocês”.

“Finalmente, Jesus foi o maior médium que já existiu...”

Estas palavras constam no livro, ditas pelo suposto Jesus reencarnado.

Cotejemos, agora, com declarações de Jesus, feitas há dois mil anos:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

“Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que julgasse o mundo, mas
para que o mundo fosse salvo por ele”.

“Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não
crê no nome do unigênito Filho de Deus”.

Jesus apresentou a mensagem de salvação para a humanidade. E a mensagem é esta, que Ele
morreu por nossos pecados. Entretanto, o Jesus de Ricky Medeiros diz que não há pecados,
apenas dívidas cármicas...

Na primeira vinda, Cristo não veio como juiz. sim como Salvador. Entretanto, na segunda vida
será para julgar a todos.

A própria “segunda vinda de Cristo” que o livro relata, contraria a promessa do Salvador
quando esteve neste mundo há dois mil anos. Jesus assevera que o Seu retorno será em “glória”
e para implementar em definitivo o plano de Deus:

“Porque, quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, dele se


envergonhará o Filho do homem, Quando vier na sua Glória, e na do Pai e dos
santos anjos”. (Lucas 9:26);

“Porque o Filho do homem há de vir na Glória de seu Pai, com os seus anjos; e
então retribuirá a cada um segundo as suas obras”. (Mateus 16:27)

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se


lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu. com poder e
grande glória”.

“E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe
ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos. de uma à outra extremidade dos
céus.” (Mateus 24:30,31).

Quando esteve no mundo pela primeira vez, Jesus vinha com uma missão definida: “Buscar e
salvar o que se havia perdido”. A morte humilhante na cruz, estava prevista, como forma de
consolidar o plano de Deus para remissão da humanidade. Jesus prometeu que retomará, mas de
forma muito diferente da relatada no livro. Destacamos, mais detalhadamente um trecho do livro
de Ricky dentre os citados acima:
“Ele não morreu pelos pecados do homem. porque não há pecados. apenas dívidas
cármicas, e ninguém pode pagar essas dívidas por vocês”.

Essa declaração contraria frontalmente declarações bíblicas sobre o tema, vejamos:

“A ele todos os profetas dão testemunho de que todo o Que nele crê receberá a
remissão dos pecados pelo seu nome”. (Atos 10:43);

“Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, Quando éramos ainda
pecadores. Cristo morreu por nós”. (Romanos 5:8);

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo


pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos
pecaram”. (Romanos 5:12);

“Para que. assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também viesse a
reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor”.
(Romanos 5:21).

São alguns pequenos exemplos da grande quantidade de textos bíblicos que asseveram que
Cristo morreu por nossos pecados. Como podemos admitir que Jesus voltaria para dizer que nada
disso é autêntico? Podemos até rejeitar esses textos, por não os considerar adequados às nossas
convicções religiosas. Para os adeptos da reencarnação, por exemplo, é horroroso pensar que
Jesus tenha vindo “salvar” alguém. Nesse caso, as múltiplas vivências promoveriam a
santificação da criatura. De qualquer modo, esses textos estão contidos na Bíblia e são dados
como declarações provindas do próprio Jesus. Para desqualificá-los seria necessário algo mais
que um simples romance caricaturando o Cristo bíblico.

O mais admirável na obra “Quando Ele Voltar” é que o Cristo que nos apresenta é ferrenho
adepto da reencarnação. O Jesus retratado pelo escritor ensina abertamente que a reencarnação é
o caminho de purificação para a humanidade.

Essa história contraria frontalmente tudo o que Jesus ensinou quando esteve neste mundo. A
reencarnação não faz parte dos ensinos de Cristo. As palavras que deixou para nossa orientação
são contrárias à possibilidade de que exista um vai-e-vem de vidas para os seres humanos. Jesus
ensinou, de forma límpida, que haveria a ressurreição dos mortos, quando Deus der por
encerrado o hiato que existe no Seu projeto para o mundo. Em momento algum o Salvador
declarou que o homem teria de viver várias vidas para ser purificado. Como é que pode surgir,
então, nas páginas de um livro, um Cristo pregando a reencarnação?

Muitos declaram que Jesus foi um mestre, oriundo de planos mais desenvolvidos, que veio a este
mundo deixar uma mensagem de esperança. Entretanto, a figura que se nos apresenta nas
páginas bíblicas é muito mais que isso. Cristo declara ser o redentor da humanidade, o único
caminho para a salvação. Acreditar ou não é direito de cada um, entretanto, este é o ensinamento
que nos deixou. Ora, se Jesus se apresenta como o único caminho de salvacão. seria possível, ele
próprio, ensinar a existência de opção diversa, qual a reencarnação?

Vejamos algumas declarações de Jesus acerca desse assunto:


“Então Jesus tomou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de
modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida.”

“Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim ainda que
morra, viverá”

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai,


senão por mim.”

No ensinamento de Jesus não cabe a reencarnação, porque seria incoerente com a mensagem de
salvação por Ele deixada. Ele se apresenta como o caminho de salvacão, como poderia, pois,
pregar a existência de outra trilha, chamada de reencarnação?

O testemunho do escritor, no início do livro, mostra um quadro deveras interessante: (págs. 11


13):

“... Escrevo com a ajuda de meu irmão Joe Medeíros. Em A PASSAGEM contei
uma história real, que aconteceu alguns meses após sua morte. Ele [o irmão
falecido] escreveu uma mensagem na parede da casa de meus pais em
Syracuse...As palavras, escritas com giz de cera preto, diziam:

EU AMO MINHA MÃE, EU AMO MEU PAI, NÃO FIQUEM TRISTES E NÃO
CHOREM POR MIM.

A mensagem terminava com o desenho de um enorme coração, dentro do qual


estava escrito. JOE.

Vou contar uma outra história, também verdadeira... Minha mãe estava deitada
quando entrei e em seu colo havia três páginas de uma carta... Alguns minutos se
passaram e ela chamou novamente... Quando cheguei ao seu quarto, ela
perguntou sobre a carta. . Ela estava...aborrecida, repetindo que a carta era sobre
o funeral de meu irmão e ela não queria escrever sobre isso de novo. Cheguei
perto da cama e pedi-lhe que levantasse. Tirei a colcha, com a certeza de que iria
encontrar a carta.

Nada.

Tirei o cobertor. Nada...

Eu me ajoelhei e enfiei a mão debaixo da cama...tateando, senti alguma coisa


quente...era a carta. Mas a carta não era mais uma carta. As páginas estavam
amassadas e retorcidas em um nó. Minha mãe ficou assustada. Ela queria
saber...como tinha acontecido. Decidimos... telefonar para Margaret Tice...
médium... Ao telefone, minha mãe...explicou o que havia acontecido. Preciso lhe
fazer uma pergunta - disse a médium - o que estava escrito na carta? Minha mãe
respondeu que a carta... descrevia o funeral de Joe. A Sra. Tice disse que tinha
sido Joe quem dera o nó. Ele levou a carta desta dimensão para a dele. Essa teria
sido a razão de a carta estar quente quando a encontrei... Ele está mandando uma
mensagem. Está pedindo para você não pensar nele com tristeza e dor.
A sra. Tice explicou que, enquanto minha mãe... ficava pensando em Joe de uma
forma negativa... o prendia aqui. Ele está pedindo para ser liberado. Quando
pensa nele com tristeza e dor, você o chama e o traz de volta. Ele tem muitas coisas
para fazer... Libere-o...”

Não duvidamos da veracidade das histórias contadas por Ricky, a respeito do irmão falecido.
Porém, contestamos as interpretações, por serem de todo inverossímeis. E é muito fácil perceber
esse aspecto, senão vejamos:

Na primeira aparição, o irmão veio do além, pegou um giz de cera, escreveu uma mensagem na
parede e se foi sem falar com ninguém, Para que pudesse fazer isso, provavelmente Joe tenha se
materializado, pois somente dessa forma um espírito poderia manusear um giz de cera com
facilidade.

No segundo evento, Joe [o irmão falecido] pegou a carta que estava no colo de sua mãe
adormecida, carregou a missiva para outra dimensão, lá a amarrotou e a devolveu; mas não a pôs
no mesmo local onde a pegara, preferiu escondê-la debaixo da cama! Quando Ricky encontrou
as folhas, além de amassadas estavam muito quentes, a ponto de deixá-lo espantado com o fato.
Aqui Joe exibe outro poder: a capacidade de transportar objetos entre as dimensões.

Assomam-nos à mente algumas perguntas: 1) por que a carta esquentou na viagem entre as
dimensões? Foi devido à fricção que sofreu durante o trânsito? Este nos parece um raciocínio
infantil, pensa-se que para viajar até a dimensão espiritual é necessário percorrer uma grande
distância a velocidade espantosa, para que seja possível ir e voltar a tempo... (Tudo bem, não
vamos insistir nessa questão, para não sermos acusados de intransigentes... fique a dúvida para
reflexão posterior). 2) A questão maior, e a que nos causa maior pasmo, é a seguinte: sendo Joe
dotado de tamanha versatilidade no contato com este mundo, por que não se utilizou de métodos
mais eficientes e menos agressivos, para comunicar à sua mãe as mensagens de consolo? Ele
poderia ter optado por medidas carinhosas e eficientes, em vez de amassar, raivosamente, a
carta!

É mais objetivo e lógico, concluir que os acontecimentos tenham ocorrido unicamente nesta
esfera e sido realizado por outras pessoas que não Joe.

A perda de um ente querido provoca dolorosas reações nos que ficaram. Percebe-se que a mãe do
garoto foi particularmente afetada pelo episódio. No caso da carta, é possível que a senhora tenha
entrando num estado de silenciosa histeria e torcido, inconscientemente, a carta a ponto de
aquecê-la com a fricção dos dedos e das mãos e depois a atirara para longe de si. Ao voltar-lhe a
consciência, não lembrava do que acontecera nem do que fizera.

Se Joe quisesse [e pudesse] mandar mensagens aos seus entes queridos, certamente recorreria a
meios mais eficientes e que amassar cartas ou rabiscar paredes.

A escrita na parede pode ter sido feita por algum dos parentes em estado de sonambulismo.
Foram registrados acontecimentos envolvendo sonâmbulos que são surpreendentes. Alguns
cantam, outros fazem discursos, uns fumam, diversos comem gulosamente, como se acordados
estivessem. Despertos, são incapazes de recordar o que fizeram. O sonambulismo tem a ver com
estados de angústia e ansiedade. É possível que um dos familiares tenha entrado nesse estado
incomum de sono, escrito a mensagem na parede e tornado a deitar. Como todos na casa estavam
adormecidos, ninguém descobriu a fraude inconsciente. Ricky Medeiros, despreocupado em
analisar detidamente o acontecimento, prontamente concluiu estar diante de uma prova da
presença de Joe entre eles.

Outras possibilidades também podem ser apreciadas, por exemplo, alguém bem intencionado
discretamente forjou a singela mensagem, buscando mitigar o sofrimento da família. É claro,
estamos navegando no campo das hipóteses, mas a idéia da aparição de um morto em tais
circunstâncias deve ser levada em conta quando se esgotam todas as vias de investigação. Não
foi isso o que fez Ricky Medeiros.

Entendemos: o desejo dos parentes de que Joe estivesse com eles era muito grande. Assim,
inconscientemente, eles criavam “provas” de que isso era um fato. Esse fenômeno é comum em
ambientes mediúnicos e, também, com pessoas sugestionáveis, que se deixam levar pela
impressão de mistério que um evento incomum desencadeia.

O livro prescinde de maiores comentários. Ricky Medeiros, conforme já afirmamos, é um bom


escritor. No entanto, abordou o tema de forma tosca e distorcida. Deturpou profundamente o
ensino de Jesus, apresentando um outro personagem que, nem de longe, guarda parecença com o
Cristo da Bíblia.

MOIZÉS MONTALVÃO

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