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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

ISTA

CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOPATOLOGIA

SÍNDROME PSICÓTICO

DANDE, 2020
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

SÍNDROME PSICÓTICO

Trabalho em grupo apresentado como


requisito necessário para a avaliação da
cadeira de Psicopatologia no Instituto
Superior Técnico de Angola (ISTA).

Orientado pela professora: Cristina


Lourenço Mendes

DANDE, 2020
LISTA NOMINAL

1. Adão João Bernardo Pedro


2. Alexandre José Vunda
3. Daniel Fernando
4. Domingas Manuel Paulo
5. Eva da Silva Manuel
6. Fernando João Canga
7. Sebastião de Castro Miranda
8. Teresa Mário Mudiambo
DEDICATÓRIA

A Deus, que se mostrou criador, que foi criativo. Seu fôlego da vida em nós que
é o sustento a nos deu coragem para questionar realidades е propor sempre um novo
mundo de possibilidades.
AGRADECIMENTOS

Como não poderia deixar de ser o nosso muito obrigado primeiro vai a Deus,
porque Ele diz em provérbios 3:6 “traça os teus planos mas coloca tudo nas Minhas mãos
para que tudo de certo”, e assim o fiz, sonho que tornou-se realidade.

Ao professor pela orientação tornando possível a realização desse trabalho. Aos


colegas e amigos companheiros da jornada de estudos que colaboraram para o meu
desenvolvimento académico, profissional e pessoal.

E finalmente um obrigado especial as nossas Famílias por acreditarem em sempre


que tudo é possível quando há determinação e vontade e suportarem as ausências de cada
um de nós inserido neste grupo durante este tempo.
RESUMO

O presente estudo visa dar ênfase sobre o tema Síndrome Psicótico, numa perspectiva da
psicopatologia como um estudo resumido, de forma que procuramos os pontos mais
essenciais por intermédio de referências bibliográficas. Paara tal, a Psicose é um
transtorno mental que faz com que as pessoas percebam ou interpretem as coisas de
maneira diferente das pessoas que as rodeiam. Isso pode envolver alucinações ou delírios.
Depois de um episódio psicótico, a maioria das pessoas que melhora com a medicação
precisa continuar administrando a medicação pelo menos um ano. Cerca de 50% das
pessoas precisam tomar medicação a longo prazo para evitar que os sintomas se repitam.
Se os episódios psicóticos de uma pessoa são graves, eles podem precisar ser internados
em um hospital psiquiátrico para tratamento. Pessoas com histórico psicótico são mais
propensas do que outras a ter problemas de abuso de drogas ou álcool, ou ambos. Algumas
pessoas usam essas substâncias como uma maneira de gerenciar sintomas psicóticos. No
entanto, o abuso de substâncias pode agravar os sintomas psicóticos ou causar outros
problemas.

Palavras-Chaves: Síndrome, psicótico, doenças, tratamento, sintomas.


SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8
2. PRINCÍPIOS GERAIS ................................................................................................. 9
2.1- O que é Psicose .................................................................................................... 10
2.1.1- CLASSIFICAÇÃO DA SÍNDROME PSICÓTICO ............................................ 11
2.1.2- Considerações Adicionais Sobre a Esquizofrenia ............................................ 12
2.1.3- Causas ............................................................................................................... 13
2.1.4- Factores de Risco .............................................................................................. 14
2.2- SINTOMAS DE PSICOSE ..................................................................................... 14
2.2.1- Pensamento Confuso ........................................................................................ 14
2.2.2- Delírios ............................................................................................................. 15
2.2.3- Alucinações ...................................................................................................... 15
2.2.4 Alterações nos Sentimentos ............................................................................... 15
2.2.5- Comportamento alterado .................................................................................. 15
2.2.6- Buscando ajuda Médica .................................................................................... 16
2.6.1- Na consulta Médica .......................................................................................... 16
2.3- DIAGNÓSTICO DE PSICOSE .............................................................................. 16
2.4- TRATAMENTO E CUIDADOS ............................................................................ 17
2.4.1- Tratamento de Psicose ...................................................................................... 17
2.4.2- Medicamentos para Psicose .............................................................................. 17
2.4.3- Convivendo/ Prognóstico ................................................................................. 17
2.4.4- Complicações possíveis .................................................................................... 17
2.4.5- Psicose tem Cura?............................................................................................. 18
2.4.6- Prevenção ......................................................................................................... 18
2.4.7- Transtornos Psicóticos mais Comuns por Faixa Etária .................................... 18
3. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 19
4. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 20
1- INTRODUÇÃO

Psicose (ou transtornos psicóticos) é definida como a incapacidade de distinguir entre a

experiência subjectiva e a realidade externa, ou seja, existe uma perda de contacto com a

realidade. Assim, os transtornos psicóticos indicam uma perda de contacto com a realidade, o

real. Existem vários subtipos de psicoses no entanto, de uma forma geral a pessoa que atravessa

uma crise psicótica pode ter alucinações, delírios, mudanças comportamentais e pensamento

confuso.

O grau desta perda de contacto com a realidade depende da intensidade da psicose. Os

sintomas estão aliados a uma carência de visão crítica que leva o indivíduo a não reconhecer o

carácter estranho de seu comportamento. Assim, ele tem sérias dificuldades nos

relacionamentos sociais e em executar as tarefas quotidianas.

Contudo, quando não estão em crise, os doentes cuidam de si mesmos, preocupam-se

com sua qualidade de vida, alimentam desejos sexuais, desempenham bem seus papéis sociais,

interagindo com o outro sem problemas.

8
2. PRINCÍPIOS GERAIS

O termo psicose tradicionalmente significa a perda do teste da realidade e


comprometimento do funcionamento mental, manifestando-se por delírios, alucinações,
confusão e comprometimento da memória. No decorrer desta segunda metade do século, dois
outros significados se agregaram ao conceito original. Na utilização psiquiátrica mais comum
do termo, "psicótico" pode significar também um comprometimento grave do funcionamento
social e pessoal, caracterizado por retraimento social e incapacidade para desempenhar as
tarefas e papéis habituais. Outro uso do termo é, às vezes, encontrado para especificar o grau
de regressão egóica como critério para uma doença psicótico. (OSÓRIO CMS, 1995, p. 566).

De acordo com o glossário da Associação Norte-Americana de Psiquiatria (American


Psychiatric Association), o termo psicótico refere-se a um amplo comprometimento do teste da
realidade. Pode ser utilizado para descrever o comportamento de um indivíduo em um
determinado momento, ou um transtorno mental no qual, em algum momento do seu curso,
todos os indivíduos com o transtorno apresentem tal prejuízo no teste da realidade. (OSÓRIO
CMS, 1995).

Falar em comprometimento do teste da realidade significa que o indivíduo avalia


incorretamente a acuidade das suas percepções e pensamentos, realizando inferências incorretas
acerca da realidade externa, ainda que em face de evidências contrárias. Contudo o termo
psicótico não se aplica a distorções menores da realidade que decorram de juízo relativo. Por
exemplo, uma pessoa deprimida que subestima suas conquistas e qualidades não deveria ser
considerada psicótica, enquanto aquela que julga ser culpada de uma catástrofe natural, sim.
(OSÓRIO CMS, 1995).

A evidência direta do comportamento psicótico é a presença de delírios ou alucinações


sem discernimento de sua natureza patológica. Às vezes o comportamento pode estar tão
amplamente desorganizado que se pode, a priori, inferir um prejuízo importante do teste da
realidade, quando a fala é amplamente incoerente e o indivíduo, em geral agitado, não
demonstra notar a incompreensibilidade do seu discurso. (OSÓRIO CMS, 1995, p. 566).

É possível que indivíduos com transtorno mental não-psicótico venham a exibir, embora
mais raramente, sintomas psicóticos. Tal facto pode ser encontrado, por exemplo em transtornos

9
graves do humor. Neste caso há necessidade de especificar, assim por exemplo: depressão com
psicose. (OSÓRIO CMS, 1995).

No DSM-IV, os transtornos psicóticos incluem os transtornos invasivos do


desenvolvimento, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno esquizoafetivo,
transtorno delirante, transtorno psicótico breve, transtorno psicótico compartilhado, transtorno
psicótico devido a uma condição médica geral, transtorno psicótico induzido por substância e
transtorno psicótico sem outra especificação. (OSÓRIO CMS, 1995).

É importante lembrarmos a diferença entre síndrome e transtorno. Síndrome é uma


condição que se caracteriza por uma coleção de sinais e sintomas com certa correlação, com
uma certa homogeneidade, mas que, contudo, apresenta certas variações importantes. Podemos
falar numa síndrome psicótica que é caracterizada pelas alterações básicas descritas nesta
introdução e que engloba por sua vez vários transtornos ou doenças, que apresentam as
características básicas da síndrome mas que diferem entre si com relação a outros critérios,
digamos assim, secundários, como tempo de duração, concomitância de sintomas de outras
síndromes, fatores e nexos causais, ou mesmo características mais particulares. Antes mesmo
de mencionarmos os transtornos definidos pelo DSM-IV na respectiva sessão, é necessário que
conheçamos alguns outros conceitos, que são fundamentais para auxiliar o raciocínio
diagnóstico, para que tenhamos uma definição operacional de termos correntemente utilizados.
(OSÓRIO CMS, 1995, p. 568).

Psicose (pode-se ler Síndrome Psicótica): nítido prejuízo do teste da realidade,


evidenciado por delírios, alucinações, pensamento incoerente, nítido afrouxamento das
associações, pobreza do conteúdo do pensamento, pensamento nitidamente ilógico, conduta
bizarra ou grosseiramente desorganizada, ou ainda catatônica. (OSÓRIO CMS, 1995).

2.1- O que é Psicose

Psicose é o estado mental patológico caracterizado pela perda de contacto do indivíduo


com a realidade, que passa a apresentar comportamento antissocial. O termo psicopatia, no
entanto, não pode ser compreendido como um sinónimo de psicose. A psicopatia é uma
condição muito mais grave do que a psicose, para a qual não há tratamento ao contrário da
psicose. Além disso, a psicopatia consiste em uma desordem de personalidade, enquanto a
psicose é uma desordem psíquica que não diz respeito ao âmbito da personalidade, mas, sim, à
perda de contacto com a realidade. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA), 1997.

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2.1.1- CLASSIFICAÇÃO DA SÍNDROME PSICÓTICO
Existem inúmeros tipos de psicoses ou transtornos psicóticos. A esquizofrenia e o
transtorno bipolar são alguns exemplos das psicopatias mais conhecidas que existem. A psicose
é categorizada em três grupos principais, com base em suas respectivas causas. Estes são:

1. Psicose resultante de uma condição mental ou psicológica


2. Psicose resultante de uma norma sanitária médica geral
3. Psicose resultante do abuso de drogas e álcool.
1. Transtorno Esquizofrénico: é uma perturbação em que a psicose dura pelo menos 6
meses, incluindo pelo menos 1 mês de sintomas da fase ativa (que se caracteriza pela
presença de dois ou mais dos seguintes critérios: delírios, alucinações, discurso
desorganizado, comportamento amplamente desorganizado ou catatônico, sintomas
negativos).

Implica em um desempenho prejudicado das atividades do dia-a-dia (escolares,


domésticas); ausência de síndrome depressiva ou maníaca completa (caso uma síndrome
afetiva, geralmente depressiva, esteja presente, ela se desenvolveu após o surgimento dos
sintomas psicóticos, ou então que a duração desta seja menor do que a da síndrome psicótica.
Algumas alucinações específicas são muito sugestivas (em especial as auditivas), o afeto
costuma estar embotado, e outros sintomas negativos podem estar presentes. (KAPLAN HI,
SADOCK BJ, GREBB JA), 1997.

2. Transtorno Esquizofreniforme: é semelhante à esquizofrenia, porém de mais curta

duração (de 1 a 6 meses) e não exige uma deterioração funcional tão acentuada quanto

a esquizofrenia.

3. Transtorno Esquizoafetivo: é um diagnóstico de exceção, quando realmente não puder

ser feito o diagnóstico diferencial entre esquizofrenia e transtorno afetivo maior com

manifestações psicótico, sendo uma perturbação na qual um episódio de humor e

sintomas da fase ativa da esquizofrenia ocorrem juntos, precedidos ou seguidos de pelo

menos duas semanas de delírios ou alucinações sem sintomatologia proeminente de

humor.

4. Transtorno Delirante: delírios persecutórios, de ciúmes, hipocondríaco, somáticos,

grandiosos, erotomaníacos ou outros. Os delírios não devem ser bizarros e devem durar
11
pelo menos 1 mês, sem outros sintomas da fase ativa da esquizofrenia (não costuma

haver alucinações e se presentes não são proeminentes, nem incoerência do pensamento

ou afrouxamento das associações). O afeto está de acordo com o conteúdo do

pensamento (desconfiança e raiva, hostilidade).

5. Transtorno Psicótico Breve: é uma perturbação psicótica que dura pelo menos 1 dia e

tem remissão dentro de 1 mês, devida ou não a um importante fator desencadeante

ambiental (morte de familiar significativo, importante mudança sócio- ocupacional,

etc.) ou com início no período pós-parto.

6. Transtorno Psicótico Compartilhado (folie à deux): o delírio desenvolve-se em um

indivíduo no contexto de um relacionamento próximo com outro indivíduo que também

apresenta o delírio, e na ausência de outro distúrbio psicótico (esquizofrenia ou

transtorno de humor com sintomas psicóticos).

7. Transtorno Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral: os sintomas psicóticos

são considerados como decorrentes de uma condição médica geral.

8. Transtorno Psicótico Induzido por Substância: os sintomas psicóticos são

considerados uma consequência fisiológica direta de uma droga de abuso, medicação

ou exposição a determinada substância.

9. Transtorno Psicótico sem Outra Especificação: é uma categoria incluída para

classificar os quadros psicóticos que não satisfaçam os critérios para as condições vistas

acima, ou então para aquelas sobre as quais não existam informações em quantidade e

qualidade necessárias para o diagnóstico. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA), 1997.

2.1.2- Considerações Adicionais Sobre a Esquizofrenia

Também a esquizofrenia pode ser vista como uma síndrome, já que engloba várias
manifestações ligeiramente diferentes da condição básica. Assim a expressão "transtornos
esquizofrénico" é mais adequada para representar um grupo de condições de diferentes
etiologias. Acredita-se que múltiplos caminhos etiológicos possam ser responsáveis pelo
fenótipo da síndrome, sendo reconhecido o factor genético como o principal fator de risco para
12
a condição (o risco populacional é de cerca de 1%, que é aproximadamente a sua prevalência,
não variando muito geograficamente e mantendo-se relativamente constante ao longo de várias
décadas, enquanto o risco da morbidade para um familiar de primeiro grau se encontra
aumentado de 5 a 50 vezes; estudos com gémeos mostram uma concordância de 10 a 19% para
os dizigóticos e de 35 a 48% para os monozigóticos). (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB
JA, 1997).

Os factores ambientais também se fazem presentes. Se acredita que injúrias no período


embrionário e também no período perinatal possam estar associadas à etiologia da
esquizofrenia. Há uma maior prevalência de esquizofrenia nas classes sociais inferiores, o que
pode ser tanto causa como consequência da doença. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA),
1997.

Os sintomas característicos da esquizofrenia podem ser agrupados em positivos


(floridos ou produtivos) e negativos (déficits). Os sintomas positivos são alucinações auditivas
(mais frequentemente, as táteis, visuais e olfativas são mais raras), delírios (persecutórios, de
grandeza, de ciúmes, somáticos, místicos, fantásticos), perturbações da forma e do curso do
pensamento (como incoerência, tangencialidade, desagregação e falta de lógica),
comportamento desorganizado, bizarro, agitação psicomotora e mesmo negligência dos
cuidados pessoais. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA, 1997).

Os sintomas negativos são pobreza do conteúdo do pensamento e da fala, embotamento


ou rigidez afetiva, sensação de não conseguir sentir prazer ou emoções, isolacionismo, ausência
ou diminuição de iniciativa, de vontade, falta de persistência em atividades laborais ou escolares
e déficit de atenção. Esta classificação em sintomas positivos e negativos têm grande utilidade
para o acompanhamento e manejo farmacológico dos pacientes. (KAPLAN HI, SADOCK BJ,
GREBB JA, p. 456), 1997.

2.1.3- Causas

As causas da psicose ainda são motivo para muita discussão e controvérsia dentro da
comunidade médica e científica. Especialistas acreditam que factores sociais, como a vida nas
grandes cidades, abuso de drogas e isolamento social, possam estar direta ou indiretamente
associados à psicose. Uma provável interação entre esses fatores sociais com fatores biológicos
e psicológicos produziria uma reação em cascata, resultando, assim, no desenvolvimento do
quadro psicótico. A psicose pode ocorrer em diversos casos, e para cada um deles há uma causa
específica. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA), 1997.

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 Transtorno bipolar
 Depressão grave
 Doença de Alzheimer e outras demências
 Stresse psicológico severo
 Privação do sono
 Epilepsia
 Abstinência de álcool
 Infecções e cânceres do sistema nervoso central
 Lúpus
 Insuficiência renal e hepática
 Cistos no cérebro ou tumores cerebrais
 Acidente vascular cerebral (AVC)
 Aids
 Sífilis

2.1.4- Factores de Risco

O abuso de substâncias como o álcool e alguns tipos de drogas, principalmente as do


tipo estimulantes, é o principal factor de risco para o surgimento de uma psicose. Esse tipo de
doença pode surgir em todas as idades. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA), 1997.

2.2- SINTOMAS DE PSICOSE


Os principais sinais e sintomas de psicose são muito diversos e podem ser percebidos
por meio de mudanças de características pessoais do indivíduo, como o humor, e também no
modo de pensar e no comportamento. (OSÓRIO CMS, 1995), a intensidade dos sintomas varia
de pessoa para pessoa e pode se alterar com o decorrer do tempo. Os principais sinais de uma
doença psicótica são:

2.2.1- Pensamento Confuso

O modo que a pessoa encontra para se expressar costuma ser alterado, não havendo
conexão entre as ideias. Nesses casos, as frases emitidas pelo paciente podem não ter sentido
ou não serem claras. O individuo também pode encontrar dificuldades para concentrar-se e ter
problemas de memória recente. Da mesma forma, a fala também pode estar muito rápida ou
muito lenta, dependendo da pessoa. (OSÓRIO CMS, 1995)

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2.2.2- Delírios

Uma pessoa com algum tipo de psicose pode desenvolver crenças ou ideias não baseadas
na realidade, os chamados “delírios”. A intensidade deste sintoma costuma aumentar conforme
o curso da doença. No começo, por exemplo, a pessoa pode ainda apresentar algumas dúvidas
em relação a essas falsas ideias, mas com o passar do tempo ela se convence totalmente e
mesmo o argumento mais lógico não faz sentido para ela. (OSÓRIO CMS, 1995).

A falsa ideia de perseguição está entre os principais tipos de delírios, que são
caracterizados por sentimentos de medo e desconfiança constante. Uma pessoa com psicose
pode, ainda, achar que tem poderes especiais ou que a televisão ou o rádio estão mandando
mensagens diretamente a ela. (OSÓRIO CMS, 1995).

2.2.3- Alucinações

São percepções falsas da realidade. O indivíduo ouve vozes, vê coisas que não existem,
sente cheiros esquisitos e pode ter sensações tácteis desagradáveis.

2.2.4 Alterações nos Sentimentos

Podem ocorrer transformações nos sentimentos pessoais do paciente sem nenhum


motivo aparente. A pessoa pode se sentir estranha ou diferente e as oscilações de humor, nesses
casos, são frequentes.

2.2.5- Comportamento alterado

A mudança no comportamento usual da pessoa é um sintoma muito comum da psicose.


No início, esse sinal costuma se manifestar na queda do rendimento no trabalho ou na escola.
Os indivíduos podem ficar tanto muito activos quanto letárgicos. Eles podem permanecer a
maior parte do dia deitados ou sentados imóveis, assistindo televisão. (KAPLAN HI, SADOCK
BJ, GREBB JA, 1997).

Se antes essas mesmas pessoas eram comunicativas, de uma hora para a outra, elas
podem não querer mais conversar com ninguém, preferindo ficar sozinhas no quarto,
recolhidas. O paciente pode passar a não tomar banho ou escovar os dentes, levando-o a ter
uma aparência descuidada. A perda de apetite e a alteração do sono também são alguns dos
sintomas mais frequentes em pacientes diagnosticados com psicose, em que eles podem passar
até a noite inteira sem dormir. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA, 1997)

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2.2.6- Buscando ajuda Médica

Fale com um médico ou psiquiatra se você notar que algum membro de sua família está
apresentando sintomas similares aos de uma psicose, principalmente se, entre esses sintomas,
estiver uma possível perda de contacto com a realidade. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA,
1997).

2.6.1- Na consulta Médica

Especialistas que podem diagnosticar uma psicose são:

 Neurologia
 Psiquiatria
 Psicologia

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa
forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

 Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram


 Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos
ou suplementos que ele tome com regularidade
 Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

1. Quais os sintomas que foram notados?


2. A pessoa já foi diagnosticada com algum outro problema de saúde?
3. A pessoa tem tido mudanças de comportamento muito acentuadas?
4. Qual a intensidade dos sintomas?
5. Os sintomas são frequentes ou ocasionais?
6. Os sintomas foram piorando com o passar do tempo?

2.3- DIAGNÓSTICO DE PSICOSE


A avaliação psiquiatra é um dos métodos mais utilizados por médicos para diagnosticar
uma psicose. Alguns exames também são comuns para essa prática. Entre eles estão alguns
testes de laboratórios, como exames de sangue para medir os níveis de hormônios e eletrólitos
na corrente sanguínea e também para detectar Infecções, como sífilis. Testes para verificar a
presença de algumas drogas no organismo também podem ser realizados, bem como exame de
ressonância magnética cerebral. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA, 1997).

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2.4- TRATAMENTO E CUIDADOS

2.4.1- Tratamento de Psicose

O tratamento da psicose depende única e exclusivamente da causa e do tipo de psicose.


Às vezes, a internação hospital pode ser necessária, principalmente se houver riscos para a
segurança do paciente. Alguns medicamentos antipsicóticos podem ajudar a controlar alguns
sintomas, como alucinações e delírios. Essas drogas também podem ajudar a estabilizar os
padrões de comportamento e pensamento do paciente. (OSÓRIO CMS, 1995).

2.4.2- Medicamentos para Psicose

Os medicamentos mais usados para o tratamento de psicoses são:

 Frontal

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem
como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu
médico e nunca se auto-medique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um
médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a
prescrita, siga as instruções na bula. (OSÓRIO CMS, 1995).

2.4.3- Convivendo/ Prognóstico

Acompanhamento médico e psiquiátrico frequente é mais que necessário para tanto o


paciente quanto seus familiares conseguirem lidar bem com a doença. Para isso, é estritamente
necessário que o paciente siga à risca as orientações médicas, obedecendo ao tratamento e não
faltando às visitas ao psiquiatra. (OSÓRIO CMS, 1995).

2.4.4- Complicações possíveis

A psicose afeta diretamente a qualidade de vida do indivíduo. Muitos pacientes não


conseguem levar uma vida normal devido aos sintomas, que são caracterizados principalmente
pela perda de contacto com a realidade. Os sinais de uma psicose afetam diretamente no
desempenho da pessoa no trabalho e nos estudos, além de impedi-lo de exercer algumas
atividades básicas do dia a dia com eficiência. (OSÓRIO CMS, 1995).

Em suma, pacientes diagnosticados com algum tipo de psicose têm dificuldade para
viver normalmente e muitas vezes são incapazes de cuidar de si mesmos. Se a doença não for
tratada, eles podem se machucar e até mesmo machucar outras pessoas. (OSÓRIO CMS, 1995).

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2.4.5- Psicose tem Cura?

A recuperação do indivíduo diagnosticado com psicose também depende da causa e do


tipo de psicose. Para alguns tipos da doença, não há cura viável. Mas se a causa puder ser
identificada e corrigida, o resultado geralmente é satisfatório e o tratamento com antipsicóticos
tende a ser breve também. Algumas psicoses crónicas, como a esquizofrenia, podem exigir
tratamentos por toda a vida para controlar os sintomas. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA,
1997).

2.4.6- Prevenção

A prevenção depende, também, única e exclusivamente das causas da psicose. Muitas


vezes, evitar o consumo excessivo de álcool e cortar totalmente o uso de drogas pode ajudar a
prevenir o tipo de psicose induzida por essas substâncias. Outros tipos da doença, no entanto,
não pode ser prevenidos. (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA, 1997).

2.4.7- Transtornos Psicóticos mais Comuns por Faixa Etária

 Adolescência (11-18 anos) transtornos esquizofrénico e psicoses reativas.


 Vida Adulta (18-30 e 31-64 anos) transtornos esquizofrénico e psicoses reativas, na
primeira etapa; transtornos afetivos ou do humor, com sintomas psicóticos, na segunda.
 Velhice (65 anos ou mais) psicoses orgânicas (síndromes cerebrais orgânicas) e
transtornos afetivos do humor (depressões). (KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA,
1997).

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3. CONCLUSÃO

Concluímos assim, a psicose é um transtorno mental que faz com que as pessoas
percebam ou interpretem as coisas de maneira diferente das pessoas que as rodeiam. Isso pode
envolver alucinações ou delírios. A palavra psicose é usada para descrever condições que
afetam a mente, onde houve alguma perda de contacto com a realidade. Durante um episódio
psicótico, os pensamentos e percepções de uma pessoa são perturbados e o indivíduo pode ter
dificuldade em entender o que é real e o que não é.

Os sintomas da psicose incluem delírios (falsas crenças) e alucinações (ver ou ouvir


coisas que os outros não vêm ou ouvem).surgimento mais ou menos súbito de evidentes
perturbações da sensopercepção (alucinações de qualquer tipo), particularmente quando
acompanhadas de alterações do conteúdo do pensamento (ideias delirantes) e do curso do
pensamento (incoerência na organização das ideias), com desorientação no espaço e no tempo,
em relação à outras pessoas e quanto à própria pessoa. (OSÓRIO CMS, 1995).

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4. BIBLIOGRAFIA

1. OSÓRIO CMS, ABREU PBA, CAMOZZATO A, LOBATO MI. Psicoses. In: Duncan
BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ. Medicina Ambulatorial: Condutas Clínicas em
Atenção Primária, 2a edição, capítulo 93, pág. 563-575. Editora Artes Médicas. Porto
Alegre, 1996.
2. KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA. Compêndio de Psiquiatria. Ciências do
Comportamento e Psiquiatria Clínica, 7a. edição. Editora Artes Médicas. Porto Alegre,
1997.

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