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4º Ano laboral
Universidade Pedagógica
Maputo
2020
Juldávia dos Anjos Muchanga
Universidade Pedagógica
Maputo
2020
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo trazer um resumo dos antecedentes históricos da
Pedagogia Social na Alemanha, Itália, Finlândia e Brasil.
Origem alemã
Cabanas (1997) citado por MACEDO (2008) considera o pedagogo alemão Adolfo
Diesterweg (1790-1866) como o responsável por cunhar as terminologias Educação Social e
Pedagogia Social. Segundo o autor, a didática, a organização escolar e as políticas
educacionais, eram as áreas de actuação acadêmica de Diesterweg, em termos de actuação
política, ocupou cargos públicos, articulou organizações de professores e foi candidato pelo
Partido Progressista.
A primeira vez que Diesterweg utilizou o termo educação social foi quando se referia aos
propósitos de Johann Heinrich Pestalozzi (1746 – 1827), por ocasião da celebração do
centenário do nascimento do pedagogo suíço. Embora existam algumas divergências entre os
pesquisadores em relação a essa afirmação de que Diesterweg foi quem utilizou por primeiro
essas terminologias, Cabanas (1997) conclui que foi ele realmente quem utilizou os termos e
que outro pesquisador alemão chamado H. Kronen fez um estudo detalhado do significado
das terminologias e também do conceito de social presente nos escritos de Diesterweg.
No século XX, muitas teorias sobre Pedagogia Social foram criadas por outros educadores
alemães. O mais significativo dentre esses teóricos foi Paul Nartop. Fortemente influenciado
pelas ideias de Platão, pelas teorias epistemológicas e éticas de Immanuel Kant e pelas teorias
educativas de Johann Heirich Pestalozzi. Nas primeiras décadas do século XX, mais
especialmente a partir de 1920, o educador alemão Herman Nohl interpretou a Pedagogia
Social como uma estrutura teórica para o trabalho social profissional com base na filosofia
hermenêutica da ciência. A partir da Segunda Guerra Mundial, a abordagem hermenêutica
original tornou-se mais critica, revelando uma atitude de constatação ante a sociedade e
levando em consideração os seus factores estruturais que produzem o sofrimento social.
Origem Italiana
De acordo com Caliman, doutor em Pedagogia Social na Itália, a Pedagogia Social foi
definida no Dizionario di Scienze Dell Educazione como uma ciência prática, social e
educativa, não formal, que justifica e compreende em termos mais amplos a tarefa da
socialização, e, de modo particular, a prevenção e a recuperação no âmbito das deficiências da
socialização e da falta de satisfação das necessidades fundamentais.
Origem finlandesa
A evolução da pedagogia social como área de formação começou na Finlândia nos anos 90
em dois campos: nas universidades e nas escolas equivalentes à escolas superiores de
comercio e tecnologia. As universidades de Tampere e Kuopo incluíram Pedagogia Social nos
seus currículos nos anos 90 e, desde o ano de 2002, a Universidade de Kuopio tem o curso de
graduação em Pedagogia Social, oferecendo a oportunidade de lá mesmo cursar mestrado e
doutorado (RYYNANEM, 2009, p. 68).
O campo da práxis no contexto finlandês possui outros contornos, visto que possui sua
sociedade possui características próprias, ela inclui trabalhos com a juventude, terceira idade,
imigrantes, usuários de álcool de drogas.
Origem brasileira
A Pedagogia Social surgiu no Brasil alicerçado pelos princípios da Educação Popular, por ter
características libertadoras, emancipadoras, pensa em seu educando de forma plena, no
entanto singular. Ele é único na sua maneira de ser, na sua forma de se constituir como ser
incompleto nos diversos contextos, essa é uma visão essencial que o educador precisa ter para
poder actuar efectivamente em um cotidiano tão complexo como é do seu educando.
Como uma ciência, complexa que vem se constituindo, pois os níveis de atuação e seus
espaços de intervenção que são extremamente variados pelos locais, faixa etária, faz com que
o Educador Social seja, necessariamente, um intelectual orgânico8 (GRAMSCI, 1989), um
mediador em situações de conflito, de desenvolvimento de potencialidades, pois este deve
estar sempre atento a interpretar o mundo no qual se coloca em seu espaço educativo e se
desenvolve.
A Pedagogia Social é reconhecida como ciência destinada à formação profissional, ainda que
com diferentes matizes para contemplar a especificidade de cada país (SILVA; SOUZA
NETO; MOURA, 2009). Portanto, não é propósito dessa Pedagogia utilizar-se de modelos
prontos ou produções discursivas de outros países. A especificidade, a singularidade
econômica, política e social é que darão a tonalidade da Pedagogia Social no Brasil, que
representa hoje outro modo de pensar a educação, que não pode ser classificado de melhor ou
pior, mas é, sim, outro olhar.
De acordo com SILVA (2009), no Brasil, ainda não existe um consenso sobre a Pedagogia
Social, não há uma identidade predeterminada. Por alguns é entendida somente como política
de inclusão, no sentido de formar profissionais para actuarem com crianças, jovems adultos
em situação de vulnerabilidade e risco social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS