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NUTRIÇÃO MINERAL

✓ O que?
✓ Quanto?
✓ Quando?
✓ Como?

ADUBAÇÃO = (PLANTA - SOLO) x f


EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DA SOJA

Para produção de 4,5 ton/ha (75 sc/ha)


Tabela. Extração e exportação
G: 290 kg
de nutrientes por cultivar de soja com tipo de
G: 60 kg G: 108 kg
crescimento indeterminado, em
T: 369 kg
equivalentes de N, P O
2 5
T: 76 kg
e K 2 O. T: 180 kg
Parte da planta N P2O5 K2O
----------------------------- kg t-1 grãos -----------------------------
No solo (0-20): No solo (0-20):
Grãos (exportação) 65,0 (51,0*) 13,3
15 mg dm(10,0)
-3 de P 24,0c dm(20,0)
2,0 mmol -3 de K

Restos culturais 17,0 (32,0) 3,4 (5,4) 16,8 (18,0)


Total (extração) 82,0 (83,0) 16,7 (15,4) 40,8 (38,0)
(*) Dados entre parêntesis constituem os valores de referência anteriores para a
cultura no Brasil (EMBRAPA, 2013).
Fonte: Adaptada de Oliveira Júnior et al. (2014).

Lembrando: Planta de soja: 89% CHO, 6% N, 5% demais minerais


EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DO MILHO

Para produção de 12,6 ton/ha (210 sc/ha)

G: 180 kg G:100 kg G: 65 kg G:15 kg


T: 120 kg T: 308 kg T: 32 kg
T: 294 kg

Parte da planta N P2O5 K2O Ca Mg S


kg t-1 grãos
No solo (0-20):
No solo (0-20): No solo (0-20):
Grãos 14,4 25 mg dm7,8 5,2 de K0,2 1,2 15 mg dm1,2
-3 de P 3,0 mmolc dm -3
-3 de S

Restos culturais 9,0 1,8 19,3 4,0 3,6 1,3


Total 23,4 9,6 24,5 4,2 4,8 2,5

Parte da planta B Cu Fe Mn Mo Zn
g t-1 grãos
Grãos 4,1 1,9 11,7 6,3 0,7 23,0
Restos culturais 15,1 11,1 225,0 39,0 0,3 23,7
Total 19,2 13,0 236,7 45,3 1,0 46,7
Fonte: Adaptado de vários autores (Gamboa, 1980; Hiroce et al., 1989; Bull, 1993; Arnon, 1975; Andrade, 1975; Barber
e Olson, 1969; Coelho e França, 1995
Análise de solo

Cultura Produtividade P K
sc ha-1 mg dm-3 mmolc dm-3
Soja 75 15 2
Milho 210 25 3
Interpretando Análises de Solo
G4
G = Gleba
(1) Solo raso (1)
(2) Solo profundo G1
(2) Lençol freático (com calagem)
G2 G3
(sem calagem)
(encosta)
G5

G6
(2)
(pastagem)
G8
G7
(varzea)

(3)

N
P
K
Análise Química de Terra

P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm CaCl2 mg dm
% -------------------------------------------- meq 100cm --------------------------------------------- mg dm

7 2,6 5,6 51 2,8 0,4 6,2 4,7 11 0,11 2,2 12 18 0,3


Interpretação
– O que significam as unidades
– Extratores
– Cálculos e transformações
– Quanto devo fornecer para suprir necessidades
– Conhecer pesquisas regionais
– Bom senso
Controle de Qualidade é Importante!!

Amostras de solo
Ano de Laboratórios
Programas distribuídas
Região criação do participantes
interlaboratoriais anualmente para
programa em 2013
avaliação
Tecido vegetal Brasil 1982 108 153
ROLAS RS / SC 1968 31 48
CELA PR 1987 31 30
IAC SP + 12 estados 1984 112 20
PROFERT MG + 3 estados 1987 54 12
PAQLF* Brasil (25 estados) 1992 109 8
*Programa EMBRAPA
Métodos de Análise
Métodos do Programa
Determinação
IAC ROLAS1 CELA2 PROFERT PAQLF3
MO4 WB (col.) WB WB WB (col.) WB (col.)
pH CaCl2 H2O CaCl2 H2O H2O
Al KCl KCl KCl KCl KCl
H + Al SMP SMP SMP Acetato/SMP Acetato/SMP
Índice SMP nd5 sim nd nd nd
P Resina Mehlich-1 Mehlich-1 Mehlich-1 Mehlich-1
K Resina Mehlich-1 Mehlich-1 Mehlich-1 Mehlich-1
Ca Resina KCl KCl KCl KCl
Mg Resina KCl KCl KCl KCl
S Fosfato monocálcico Fosfato monocálcico Fosfato monocálcico nd nd
B Água quente - Água quente nd Água quente
Cu,Fe,Mn,Zn DTPA - Mehlich-1 nd Mehlich-1
Granulometria Pipeta ou densimetria Densimetria nd nd nd
1 ROLAS só avalia as análises básicas, mas tem métodos definidos para S (fosfato monocálcico), B (água quente), Cu e Zn (HCl 0,1 mol l-1); Mn (KCl
1 mol l-1) e Fe amorfo (oxalato de amônio 0,1 mol l-1 pH 3). Em 2001 o S e os micronutrientes serão avaliados em caráter experimental. Apenas a
argila é determinada na análise granulométrica.
2 CELA passou a acompanhar a análise de S e de micronutrientes em 2001.
3 PAQLF passou a realizar análise de micronutrientes em 2000, como determinação opcional.
4 Método de Walkley Black, por titulação ou colorimétrico (col.)
5 nd: análise não avaliada pelo programa interlaboratorial
Matéria Orgânica
P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•Análise - Oxidação do C orgânico(colorimétrico)


•matéria orgânica humificada nos solos possui em média
58% de carbono, estima-se:
•MO = C org. x 1,72
Matéria Orgânica

Características Coeficiente de correlação (r)


✓ 30 a 40% da CTC é devida à MO dos solos argilosos e
Densidade aparente -0,73
50-60% nos solos arenosos.
N 0,96
✓ MO tem CTC igual 100 a 200 meq 100g-1, ou 1000 a
Areia total -0,58 2000 mmolc dm-3, cada 10 g kg-1 de MO do solo
Argila (%) 0,55 confere, aproximadamente, 15 mmolc dm-3 de CTC ao
mesmo solo.
Umidade equivalente 0,75
✓ O teor de MO pode dar uma ideia da textura do solo:
H + Al 0,86 ✓ arenosos até 15 g dm-3 de MO,
Ca 0,74 ✓ textura média, o teor de MO varia de 16 a 30 g dm-3
Mg 0,77 ✓ argilosos o teor está entre 31 a 60 g dm-3.
S 0,78
CTC 0,88

Kiehl et al. (1983)


Contribuição da matéria orgânica do solo na CTC de
solos de diferentes ambientes do território brasileiro

% da CTC devida à
Classes de solos
Região matéria orgânica do Fonte
avaliadas (nº)
solo
Estado de São Paulo 16 70 a 74 Raij (1969)

Estado do Paraná 12 75 a 90 Pavan, Bingham e Pratt (1985)

Cerrados 14 75 a 85 Resck (1998)


Matéria orgânica % em g kg-1 e % em dag
•1% = 1g em 100 g
•1% = 10 g em 1000 g

% x 10 = g kg -1

•1% = 1g em 100 g
•1% = 1 dag em 1000 g
•1 dag = 10 g

% = dag kg-1
Componentes da Acidez
Fase sólida Fase líquida
Al3+
_
Ca
Argila _
Al
_ Acidez Ca2+
AlO H
trocável
_
COO _Al
CTC Humus _ COO _H
pH
_
O _H Acidez não
FeO H _ trocável H+ Acidez
Óxidos
AlO _H H+ ativa

Acidez trocável + Acidez não trocável = Acidez potencial


Componentes da acidez do solo
(Fonte: Adaptado de Raij & Quaggio, 1984). 1
H+
x OH- pH = log = - log [H+]
[H+]
Al3+ + 3H2O AlOH3 + 3H+
o pH 4,0 → [H+] 0,0001omol l-1
Determinação da Acidez Ativa
Diferenças
– pH em CaCl2 mais preciso
• Menor influência da presença de sais e da umidade

– Em geral → pH em água superior (média de 0,6 unidades)


• RAIJ et al., 1987 → pHágua = 1,61 + 0,776 pHCaCl2 r = 0,96**

pHCaCl2 pHH20 pHágua - pHCaCl2


3,5 4,3 0,8
4,0 4,7 0,7
4,5 5,1 0,6
5,0 5,5 0,5
5,5 5,9 0,4
6,0 6,3 0,3
6,5 6,7 0,2
Relação entre o pH de suspensões de solos na solução tampão SMP e valores
de H+Al determinados por extração com solução de acetato de cálcio a pH 7,

30 -

In Y = 7,76 – 1,053x
H + Al (meq 100cm-3)

24 -
r = 0,98

18 -

12 -

6-

│ │ │ │ │
4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
pHSMP
(QUAGGIO et al, 1985).
Acidez Potencial = Poder Tampão

✓ > MO
✓ Textura argilosa
✓ > H+Al

✓ < MO
✓ Média a arenosa
✓ < H+Al
Análise de solo: Etapas

Extração : disponíveis às plantas

Duas etapas

Quantificação: quantidades extraídas


Extrator:

Teor total do elemento no solo > necessidade da planta

extrator

Identifica a quantidade do elemento disponível para a planta

Vários extratores para um mesmo elemento


Análise Química - Extratores Químicos
Substâncias que removem do solo nutrientes considerados
disponíveis para as plantas, ou elementos químicos promotores de
salinização ou toxidez as plantas. (Cantarutti et al. 2007)
Fósforo
P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•Extratores
•Resina Trocadora de Ânions - SP
•Mehlich-1 (H2SO4 0,0125 mol l-1 + HCl 0,05 mol l-1)
Fósforo Disponível nos Solos

Grande parte do fósforo do solo não está disponível para ser absorvido pelas
plantas. Por isso é muito importante a escolha de extratores que simulem o
sistema radicular das plantas.

P Não Lábil P Lábil P Solução

70 a 80%

Q C I

Fase Sólida Disponível (20 a 30%) = Avaliado pelos


PPI, 1995
Extratores (Mehlich I ou Resina)
Análise química do solo: Nível crítico (NC)
Esquema de delimitação de classes de teores de nutrientes, utilizado no Instituto Agronômico
de Campinas para potássio e fósforo. Os limites de classes de teores estão relacionados com
a produção relativa.
N.C.

Raij et al. 1996


Interpretação análise de solo
ESP– Método da Resina (Avaliação de C e I)

Resina
Produção P resina
Teor Relativa Florestais Perenes Anuais Hortaliças
% ------------------------mg dm-3------------------------
Muito baixo 0-70 0-2 0-5 0-6 0-10
Baixo 71-90 3-5 6-12 7-15 11-25
Médio 91-100 6-8 13-30 16-40 26-60
Alto >100 9-16 31-60 41-80 61-120
Muito alto >100 >16 >60 >80 >120

10mg dm-3 (ppm) de P na análise 46 kg ha-1 de P2O5 (camada de 0-20cm, d=1,0)


Análise de Solo
✓ Interpretação de Análise de Solo (resina)
Limites de classes de teores de P solúvel e K+ trocável
Produção K+ P resina P resina
Teor Relativa Trocável mg dm-3 mg dm-3
% mmolc dm-3 Anuais Anuais*

Muito baixo 0 – 70 0 – 0,7 0–6 0-7


Baixo 71 – 90 0,8 – 1.5 7 – 15 7- 15
Médio 91 – 100 1,6 – 3,0 16 – 40 15 - 25
Alto > 100 3,1 – 6,0 41 – 80 25 - 40
Muito alto > 100 > 6,0 > 80 > 40

Não há diferença prática de valores determinados por Mehlich ou Resina


Fonte: Raij, (1996); * Valores sugeridos segundo Vitti, (2016)

10 mg dm-3 P = 46 kg ha-1 de P2O5


1 mmolc dm-3 K = 96 kg ha-1 de K2O
Cerrado – P Mehlich 1
Argila Muito baixo Baixo Médio Adequado Alto
% mg dm-3
SEQUEIRO
< 15 0-6 6-12 12-18 18-25 > 25
16-35 0-5 5-10 10-15 15-20 > 20
36-60 0-3 3-5 5-8 8-12 > 12
> 60 0-2 2-3 3-4 4-6 >6

IRRIGADO
< 15 0-12 12-18 18-25 25-40 > 40
16-35 0-10 10-15 15-20 20-35 > 35
36-60 0-5 5-8 8-12 12-18 > 18
> 60 0-3 3-4 4-6 6-9 >9

Fonte: Sousa e Lobato, 2004


Fundamentos da adubação fosfatada
Correlação P resina x P absorvido raíz

Coeficientes de determinação médios entre


Método P-solo e P absorvido pelas plantas (100 r2)
Solos Ácidos Solos neutros ou alcalinos
Resina 84 83
Mehlich 1 56 39
Bray I 53 25
Olsen 47 52
Compilado de 70 artigos da literatura internacional por Silva e Raij (Pesq. agropec. bras. 34:267-288, 1999)
Calibração potássio
y = produção relativa
y = a – b/x x = resultado da análise química do solo do nutriente estudado
120%
110%
100%
Produção relativa (%) 90%
80%
70%
60%
50%
40%
30% Nivel
20% Crítico
10% 0,72 1,23 1,90 3,80
0%
0 1 2 3 4 5

K
K no
no solo (mmolc/dm3)
solo (mmolc/dm3)

MB B M A MA
Bases Trocáveis K, Ca e Mg

P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•Extratores
•Resina catiônica – SP – K-Ca-Mg-(Na)
•Mehlich - K
•KCl 1 mol l-1 - Ca e Mg
Soma de Bases

P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•Soma de Bases
•SB = K + Ca + Mg + (Na)

•Unidade anterior – meq 100 cm-3= cmolc dm-3


•Unidade atual - mmolc dm-3 = cmolc dm-3 x 10
Análise de Solo: Interpretação Mg

Limites de classes de teores de Mg.


Mg(*)
Teor
cmolc dm-3
Muito Baixo -
Baixo 0 -0,4
Médio 0,5 – 0,8
Alto > 0,8
(*) Raij et al, 1996

Obs: Sugere-se 0,8 a 1,2 cmolc.dm-3 Mg (Vitti, 2016)


Proporção de bases na saturação do complexo coloidal

Porcentagem de saturação de K, Mg e Ca em relação ao valor


T do solo, na faixa de V% mais adequada

V% K%T Mg%T Ca%T

50 3 12 35

60 3 17 40

70 4 18 48
Fonte: Vitti, G.C.
Capacidade de Troca Catiônica

P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•T - Capacidade de Troca Catiônica (pH 7)


•T = SB + H + Al
•Unidade - mmolc dm-3

•Te = t = CTC efetiva, no pH atual


•Te = SB + Al

•m% = (Al/Te) x 100


Capacidade de Troca Catiônica

Si O- H
H+
Al O- Al
Al+++
Fe O- H
CTC Ca++
Potencial Al O- Ca
Mg++
R - COO-Mg
K+
R O-K

CTC Potencial = Ca++ + Mg++ + K+ + H + Al +++


SB acidez

CTC – SB V% = SB x 100
100 - V% CTC
Capacidade de Troca Catiônica

Ca ++
Bases Trocáveis
Mg ++
Cargas
K+ CTC
Constantes
Na + efetiva
Al ++ + Al Trocável
CTC
potencial
H0

H0
Cargas H não Trocável
variáveis H0

H0

CTC potencial (pH7) – CTC efetiva (pH solo) = H Covalente (não trocável)
pH x CTC da Matéria Orgânica

Relação entre pH dos solos e a capacidade de troca de cátions da matéria orgânica


(RAIJ, 1969).
Saturação por Bases

P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•V% - Saturação por bases

•V% = SB/T x 100


Interpretação de resultados

Parâmetro Fórmula

Soma de bases SB = Ca + Mg + K + (Na)

Capacidade de troca catiônica a pH 7,0 T = SB + H + Al

Capacidade efetiva de troca catiônica t = SB + Al

Saturação por bases V% = (SB/T) x 100

Saturação por alumínio m% = (Al/t) x 100

T = CTC potencial a pH 7
Te = t = CTC efetiva ao pH do solo
Relação entre o pH e a porcentagem de saturação por bases (V%)

SB
V= 100
CTC

V= Relação matemática

Ex (1): SB = 15 mmolc dm-3


CTC = 30 mmolc dm-3
V = 50%

Ex (2): SB = 30 mmolc dm-3


CTC = 60 mmolc dm-3
V = 50%

Ex (3): V=50%
pHH20 = 6,0
pH = 0,03176 V + 4,283 (r = 0,95**)
(CATANI & GALLO, 1955).
Relação entre o pH e a saturação por Al3+

Com o aumento do pH do solo, a saturação por Al3+ diminui. Na maioria dos solos, pouco ou
nenhum efeito de toxicidade de Al3+ no crescimento das plantas é observado acima de pH 5,0-5,5

pH=5,0 (CaCl2)

pH=5,6 (H2O)

Al3+=0
Valores de pH e saturação por alumínio em função da saturação por
bases (V%)

V% pH (CaCl2) pH (água) m%
4 3,8 4,4 90
12 4,0 4,6 68
20 4,2 4,8 49
28 4,4 5,0 32
36 4,6 5,2 18
44 4,8 5,4 7
52 5,0 5,6 0
60 5,2 5,8 0
68 5,4 6,0 0
76 5,6 6,2 0
84 5,8 6,4 0
92 6,0 6,6 0
100 6,2 6,8 0
(Raij et al., 1985).
Análise de solo não revelou correspondência entre
pH vs V% vs m%

Conclusão:
Hipótese 1: erro de análise;
Hipótese 2: quando V% adequado (ex. 60%) vs pH baixo (ex. 4,0), causa: uso
de gesso: aumenta a V%, mas não tem efeito no pH;
V%=(Ca2++Mg2++K+ )/100

Umidade
CaSO4 2H2O Ca2++SO42-+CaSO40
Análise de solo não revelou correspondência entre
pH vs V% vs m%

Conclusão:
Hipótese 3: quando V% baixo (ex. 40%) e pH elevado (ex. 6,5), causa: solos
com alto teor de Na+ (solos áridos e com uso de resíduos), o qual não é
quantificado na soma de bases
SB= Ca2++Mg2++K++(Na+)
Hipótese 4: alto uso de resíduos orgânicos, ricos em amônio (NH4+), o qual
não é quantificado nas análises
SB= Ca2++Mg2++K++(NH4+)
Coerências de Resultados
✓ Caso o laboratório já tenha realizado os cálculos de SB, T, t, V e m, conferi-los;

✓ O pH em água, principalmente da camada superficial, normalmente é maior do que o pH em


CaCl2 (0,3 a 1,2 unidades);

✓ Relação pH e V%: na camada de 0-20 cm

✓ Relação pH x m%: acima de pH em água 5,6 já não se deve encontrar mais Al, pois este já deve
ter sido todo precipitado na forma de Al(OH)3
✓ Al3+ + 3H2O → Al(OH)3 + 3H+

✓ Relação M.O. x CTC: com o aumento da Matéria Orgânica do solo, há uma tendência de
aumentar a CTC a pH 7,0 (T).

✓ Normalmente o teor de Ca é maior que Mg, este maior que K e este maior que Na (Ca> Mg>
K> Na).

✓ Em amostras de várias profundidades de uma mesma área, normalmente o pH, MO, P, K, Ca,
Mg e T são maiores nas camadas superficiais e Al e S nas camadas inferiores.
Vale,F. 2018
Enxofre
P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•Análise

• S- NH4OAc.HOAc.
Ca(H2PO4)2 - 500 mg dm-3 P
Interpretação dos teores de S do solo (0 a 20cm)

S (mg dm-3)
Classes
NH4OAc.HoAc. Ca(H2PO4)2 - 500 ppm P
Muito baixo 0,0 - 5,0 0,0 - 2,5
Baixo 5,1 - 10,0 2,6 - 5,0
Médio 10,1 - 15,0 5,1 - 10,0
Adequado > 15,0 > 10,0
Fonte: Vitti (1989)

1 mg S dm-3 = 2 kg S ha-1

Portanto, 15 mg dm-3 = 30 kg ha-1 S


Micronutrientes
P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al S B Cu Fe Mn Zn
-3 -3 -3 -3
mg dm g --------------------------------------------
dm CaCl2 mmol c dm --------------------------------------------- mg dm

7 26 5,6 1,3 28 4 62 47 11 0,11 2,2 12 18 0,3

•Análise
•Cu, Fe, Mn e Zn - Mehlich ou DTPA (SP)
•B - água quente
Análise de Solo

Limites de classes de teores de B, Cu, Fe, Mn e Zn.


B Cu Fe Mn Zn
Teor
Água quente DTPA
mg dm-3
Baixo 0 – 0,2 0 – 0,2 0–4 0 – 1,2 0 – 0,5
Médio 0,21 – 0,60 0,3 – 0,8 5 – 12 1,3 – 5,0 0,6 – 1,2
Alto > 0,60 > 0,8 > 12 > 5,0 > 1,2

1 mg dm-3 B, Cu, Fe, Mn, Zn 2 kg ha-1 de micro de 0,20 cm → d=1

Raij et al, 1996


Classes de interpretação da disponibilidade para a
região do Cerrado

B Cu Mn Zn
Teor
Água quente Mehlich 1
_______________________ mg dm-3 ________________________

Baixo 0-0,2 0-0,4 0-1,9 0-1,0

Médio 0,3-0,5 0,5-0,8 2,0-5,0 1,1-1,6

Alto > 0,5 > 0,8 > 5,0 > 1,6

Fonte: Sousa e Lobato, 2004


Transformações

x 1000

t - kg - g - mg Peso
÷d xd
m3 - dm3 - cm3 - mm3 Volume

l - ml

1 - 103 - 106 - 109


÷ 1000

ppm = 1/106
ppm equivale à mg dm-3

✓ppm = parte por milhão = 1/106


✓Unidade em desuso, por não expressar
quais são as grandezas envolvidas
✓ppm = g t-1; mg kg-1; g m-3; mg l-1; mg dm-3

mg dm -3 = ppm
P– como transformar mg dm-3 em kg ha-1
d = 1 g cm-3; 0-20 cm

1 mg ↔ 1dm-3 ou l ou kg
0,000001 kg ↔ 1dm-3 ou l ou kg
X ↔ 2.000.000 kg
X ↔ 2 kg ha-1

mg dm-3 x 2 = kg ha-1
O que é cmolc dm-3? Ou mmolc dm-3
✓ Centésimo (ou milésimo) do número de mols de carga
✓ Pelo SI, a massa molecular deve ser expressa pelo número de mols da substância (ou seus
múltiplos e submúltiplos).
✓ A quantidade de Ca deve ser expressa como cmol (Ca2+).
✓ Na análise de solo interessa mais a soma da carga dos cátions trocáveis do que suas
quantidades, para que se possa calcular a sua capacidade de troca.
✓ O correto seria, então, se expressar a quantidade de Ca como cmol( ½ Ca2+), cmol (½ Mg2+),
cmol (1/3 Al3+) e cmol (1K+). Para simplificar, criou-se o centimol de cargas ou milimol de
cargas
✓ Símbolos são, respectivamente cmolc e mmolc.

1 meq 100cm-3 = 1 cmolc dm-3


1 mmolc dm-3 = cmolc dm-3 x 10
K - Transforme mg dm-3 em mmolc dm-3
d = 1 g cm-3; 0-20 cm

Potassium
19
Valência = 1
K
39

1 ppm de K = 1 mg dm-3 de K
1 mol de K = 39 g de K
1 molc de K = 39/1 g de K
1 mmolc de K = 39 mg de K
1 mmolc dm-3 de K = 39 mg dm-3 de K

mmolc dm-3 de K = mg dm-3 de K / 39


K - Transforme mg dm-3 em cmolc dm-3
d = 1 g cm-3; 0-20 cm
Potassium
19
Valência = 1
K
39

1 ppm de K = 1 mg dm-3 de K
1 mol de K = 39 g de K
1 molc de K = 39 g de K
1 mmolc de K = 39 mg de K
1 cmolc de K = 39 mg de K x 10
1 cmolc de K = 390 mg dm-3 de K

cmolc dm-3 de K = mg dm-3 de K / 390


mmolc dm-3 (ou cmolc dm-3) para kg ha-1

✓ Varia de elemento para elemento

✓ Transformação depende do mol, que é característico de cada


elemento
Transformar mmolc dm-3 de Ca, Mg e K em kg ha-1
d = 1g cm-3; 0-20 cm
✓ Varia de elemento para elemento
✓ Transformação depende do mol, que é característico de cada elemento
Calcium
✓ mol = 40,08 g 20


Valência = 2 (Ca2+)
1 mmol = 40 mg
Ca
40
✓ 1 mmolc = 40/2 = 20 mg por carga de Ca

1 mmolc dm-3 = 20 mg dm-3 de Ca

1 mmolc dm-3 = 40 kg ha-1 de Ca


Transformar cmolc dm-3 de Ca, Mg e K em kg ha-1
d = 1 g cm-3; 0-20 cm

✓ Varia de elemento para elemento


✓ Transformação depende do mol, que é característico de cada elemento
Calcium
✓ mol = 40,08 g 20


Valência = 2 (Ca2+)
1 mmol = 40 mg
Ca
40
✓ 1 cmol = 400 mg
✓ 1 cmolc = 400/2 = 200 mg por carga de Ca

1 cmolc dm-3 = 200 mg dm-3 de Ca

1 cmolc dm-3 = 400 kg ha-1 de Ca


Transformar mmolc dm-3 de Ca, Mg e K em kg ha-1
d = 1g cm-3; 0-20 cm

✓ Varia de elemento para elemento


✓ Transformação depende do mol, que é característico de cada elemento
✓ mol = 24 g Magnesium
12
✓ Valência = 2 (Mg2+)
Valência = 2
✓ 1 mmol = 24 mg Mg
✓ 1 mmolc = 24/2 = 12 mg por carga de Mg 24

1 mmolc dm-3 = 12 mg dm-3 de Mg

1 mmolc dm-3 = 24 kg ha-1 de Mg


Transformar mmolc dm-3 de Ca, Mg e K em kg ha-1
d = 1g cm-3; 0-20 cm

✓ Varia de elemento para elemento


✓ Transformação depende do mol, que é característico de cada elemento
✓ mol = 24 g Magnesium
12
✓ Valência = 2 (Mg2+)
Valência = 2
✓ 1 mmol = 24 mg Mg
✓ 1 cmol = 240 mg 24

✓ 1 cmolc = 240/2 = 120 mg por carga de Mg

1 mmolc dm-3 = 120 mg dm-3 de Mg

1 cmolc dm-3 = 240 kg ha-1 de Mg


Transformar mmolc dm-3 de Ca, Mg e K em kg ha-1
d = 1g cm-3; 0-20 cm

Potassium Magnesium
19 12
Valência = 1 Valência = 2
K Mg
39 24

1 mmolc dm-3 = 78 kg ha-1 de K

1 mmolc dm-3 = 24 kg ha-1 de Mg


Transformar cmolc dm-3 de Ca, Mg e K em kg ha-1
d = 1 g cm-3; 0-20 cm

Potassium Magnesium
19 12
Valência = 1 Valência = 2
K Mg
39 24

1 cmolc dm-3 = 780 kg ha-1 de K


1 cmolc dm-3 = 240 kg ha-1 de Mg
Transformação em Óxidos
P para P2O5
P2O 5 2P
142 g P2O 5 62 gP
P2O 5 1 gP
P2O 5 = 2,29 P Oxigênio
8

O
16
K para K2O
K2O 2K
94,2 g K2O 78,2 gK
K2O 1 gK
K2O = 1,2 K
Transformação em Óxidos
Calcium
CaO Ca 20
✓ Ca para CaO 56 g CaO
CaO
40 gCa
1 gCa
Ca
40
CaO = 1,4 Ca
Oxigênio Magnesium
MgO Mg 8 12
✓ Mg para MgO 40 g MgO 24 g Mg
MgO 1 g Mg O Mg
16 24
MgO = 1,6 Mg
Enxofre
SO3 S
16
✓ S para SO3 80 g SO3 32 g S
SO3 1gS S
SO3 = 2,5 S 32
Fatores de conversão

P2O5 x 0,437=P K2O x 0,83=K Ca x 1,4=CaO Mg x 1,658=MgO

P x 2,29=P2O5 K x 1,205=K2O CaO x 0,714=Ca MgO x 0,603=Mg

*1 hectare (ha) = 2.000.000 dm3

Fonte: Vale, F.; Vitti, G.C., 2015


Equivalência de unidades

Camada 0 – 20cm (d solo = 1)

1 t ha-1 CaCO3 (PRNT 100%) = 10 mmolc dm-3 Ca = 1 cmolc dm-3 Ca

1,0 mmolc.dm-3 K 96 kg.ha-1 K2O

10 mg.dm-3 P 46 kg.ha-1 P2O5 Camada 0 – 20cm (d solo = 1)

1,0 meq.100cm-3 Ca 1,0 meq.100cm-3 Al


40/2 = 20mg Ca 39/3= 13mg Al
ELEMENTOS UNIDADES QUANTIDADE ha-1
Matéria Orgânica 1% peso vol-1 ou 10 mg dm-3 20.000 kg
Fósforo (P) 1 mg dm-3 2 kg de P
Enxofre (S) 1 mg dm-3 2 kg de S
1 mg dm-3 2 kg de K
Potássio (K) 1 mmolc dm-3 78 kg de K
1 meq 100cm-3 ou 1 cmolc dm-3 780 kg de K
1 mg dm-3 2 kg de Ca
Cálcio (Ca) 1 mmolc dm-3 40 kg de Ca
1 meq 100cm-3 ou 1 cmolc dm-3 400 kg de Ca
1 mg dm-3 2 kg de Mg
Magnésio (Mg) 1 mmolc dm-3 24 kg de Mg
1 meq 100cm-3 ou 1 cmolc dm-3 240 kg de Mg
1 mmolc dm-3 18 kg de Al
Alumínio (Al)
1 meq 100cm-3 ou 1 cmolc dm-3 180 kg de Al
Boro (B)
Cobre (Cu)
Ferro (Fe)
1 mg dm-3 2 kg
Manganês (Mn)
Molibdênio (Mo)
Zinco (Zn) Fonte: Vale, F.; Vitti, G.C., 2015
Revisão
Prof. P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al
cm mg dm-3 g kg-1 CaCl2 mg dm-3 -------------------mmolc dm-3------------------
0-20 7 28 4,9 39 22 7 53 11

20-40 4 19 4,7 27 16 5 51 28

Calcule
– SB, T, t, V% e m%
– Quantidade equivalente de P2O5 e K2O, em kg
ha-1, na camada de 0-20 cm, densidade de 1 g
Prof. cmSB ?
-3 T t V m PO KO 2 5 2

cm ------------mmolc dm-3------- -------------%--------- ---------kg/ha-1-------

0-20

20-40
Revisão
Prof. P resina MO pH K Ca Mg H+Al Al
cm mg dm-3 g kg-1 CaCl2 mg dm-3 -------------------mmolc dm-3------------------
0-20 7 28 4,9 39 22 7 53 11

20-40 4 19 4,7 27 16 5 51 28

Calcule
– SB, T, t, V% e m%
– Quantidade equivalente de P2O5 e K2O, em kg ha-1,
na camada de 0-20 cm, densidade de 1 g cm-3 ?
Prof. SB T t V m P 2 O5 K2 O
cm ------------mmolc dm-3------- -------------%--------- ---------kg/ha-1-------

0-20 30 83 41 36,1 26,8 32 94

20-40 22 73 50 30,1 56,0 - -


Prof. Dr. Professor G.C. Vitti
gcvitti@usp.br
administração.gape@usp.br

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