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Português 11.

º ano

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Índice
Parte I – Conteúdos programáticos 4. A estrutura da obra 80

CPEN-P11 © Porto Editora


5. O drama romântico: características 87
– 11.º ano 6. A dimensão patriótica e a sua expressão
1. Preparação ao longo do ano 6 simbólica 90
2. Conteúdos programáticos 8 7. O sebastianismo: história e ficção 91
8. Recorte das personagens principais 92
Capítulo I – Leitura 9. A dimensão trágica 96
10. Linguagem e estilo 97
Apresentação geral 13
Síntese de conteúdos 98
Conteúdos essenciais 14
Exercícios resolvidos 99
1. Discurso político 14
2. Apreciação crítica 17 3. Alexandre Herculano, Lendas
3. Artigo de opinião 19 e Narrativas: “A Abóbada”
Síntese de conteúdos 22 Apresentação geral 104
Exercícios resolvidos 23
Conteúdos essenciais 104
1. Vida e obra de Alexandre Herculano 104
Capítulo II – Escrita
2. Resumo da obra e estruturação da narrativa 105
Apresentação geral 30 3. Relações entre personagens 106
Conteúdos essenciais 31 4. Características do herói romântico 107
1. Exposição sobre um tema 31 5. Imaginação histórica e sentimento nacional 107
2. Apreciação crítica 34 6. Linguagem e estilo 108
3. Texto de opinião 37 Síntese de conteúdos 109
Síntese de conteúdos 41 Exercícios resolvidos 110
Exercícios resolvidos 42
OU

Capítulo III – Educação Literária 3. Almeida Garrett,


1. Padre António Vieira,
Viagens na Minha Terra
Sermão de Santo António. Apresentação geral 114
Pregado na cidade de S. Luís Conteúdos essenciais 114
do Maranhão, ano de 1654 1. Resumo dos capítulos 114
Apresentação geral 45 2. Estruturação da obra: viagem e novela 122
3. Personagens românticas
Conteúdos essenciais 46
(narrador, Carlos e Joaninha) 123
1. Vida e obra de Padre António Vieira 46
4. Deambulação geográfica e sentimento
2. Contextualização histórico-literária 47 nacional 126
3. Objetivos da eloquência 5. A representação da Natureza 127
(docere, delectare, movere) 49
6. A dimensão reflexiva e crítica 127
4. Intenção persuasiva e exemplaridade 50
7. Linguagem e estilo 130
5. Crítica social e alegoria 51
6. Linguagem, estilo e estrutura 52
Síntese de conteúdos 132
Exercícios resolvidos 134
Síntese de conteúdos 68
Exercícios resolvidos 69 OU

2. Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa 3. Camilo Castelo Branco,


Apresentação geral 74 Amor de Perdição
Conteúdos essenciais 74 Apresentação geral 138
1. Vida e obra de Almeida Garrett 74 Conteúdos essenciais 138
2. Contextualização histórico-literária 76 1. Vida e obra de Camilo Castelo Branco 138
3. Características do texto dramático 78 2. A estrutura da obra 139

2 I S B N 9 7 8 - 9 7 2 - 0 - 0 0 2 19 - 8
3. A concentração temporal da ação 141 5. Antero Quental, Sonetos Completos
4. Caracterização das personagens 141
Apresentação geral 220
5. O amor-paixão 146
6. A obra como crónica da mudança social 148 Conteúdos essenciais 221
7. Linguagem e estilo 149 1. Vida e obra de Antero de Quental 221

Síntese de conteúdos 151 2. Tópicos de conteúdo 223


Exercícios resolvidos 152 3. Linguagem, estilo e estrutura 226
Síntese de conteúdos 232
4. Eça de Queirós, Os Maias Exercícios resolvidos 233
Apresentação geral 156
Conteúdos essenciais 157 6. Cesário Verde, Cânticos do
Realismo (O Livro de Cesário Verde)
Modo narrativo 157
1. Categorias da narrativa 157 Apresentação geral 237
2. Modalidades de apresentação do discurso Conteúdos essenciais 237
narrativo 158 1. Vida e obra de Cesário Verde 237
3. Género – romance 159 2. “O Sentimento dum Ocidental” 239
Eça de Queirós 159 3. A representação da cidade e dos tipos
1. Vida e obra de Eça de Queirós 159 sociais 246
2. Contextualização histórico-literária 160 4. Deambulação e imaginação:
o observador acidental 249
Os Maias 162
5. Perceção sensorial e transfiguração
1. Visão global da obra e estruturação:
poética do real 251
título e subtítulo 162
2. O romance: pluralidade de ações 163
6. Linguagem e estilo 252

3. A complexidade do tempo 168 Síntese de conteúdos 255


4. A complexidade do espaço 170 Exercícios resolvidos 256
5. A complexidade dos protagonistas 180
6. Linguagem e estilo 189 Capítulo IV – Gramática
Síntese de conteúdos 191 Apresentação geral 259
Exercícios resolvidos 192 Conteúdos essenciais 260
OU 1. O português: génese, variação e mudança 260
2. Fonética e fonologia 261
4. Eça de Queirós,
A Ilustre Casa de Ramires 3. Etimologia 262
4. Geografia do português no mundo 263
Apresentação geral 198
5. Morfologia 266
Conteúdos essenciais 198
6. Lexicologia 268
1. Estrutura e complexidade do romance 198
7. Classes de palavras 271
2. Resumo dos capítulos 200
8. Sintaxe 283
3. Caracterização das personagens
e complexidade do protagonista 206 9. Semântica 292
4. O microcosmos da aldeia como representação 10. Discurso, pragmática e linguística textual 294
de uma sociedade em mutação 210 Recursos expressivos 303
5. A complexidade do espaço e o seu Exercícios globais resolvidos 305
valor simbólico 211
6. A complexidade do tempo 212 Parte II – Exames-tipo – 11.º ano
7. História e ficção: reescrita do passado
Apresentação geral
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310
e construção do presente 212
8. Linguagem e estilo 213 Exames-tipo 312

Síntese de conteúdos 214 Exame-tipo 1 a Exame-tipo 6 312


Exercícios resolvidos 215 Sugestões de resposta 344 3
Exercícios resolvidos

Exercícios-tipo

Exercício 1
Leia atentamente o excerto retirado do capítulo I.

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Em 1801, achamos Domingos José Correia Botelho de Mesquita corregedor em Viseu.
Manuel, o mais velho de seus filhos, tem vinte e dois anos, e frequenta o segundo ano jurídico.
Simão, que tem quinze, estuda humanidades em Coimbra. As três meninas são o prazer e a vida toda
do coração de sua mãe.
5 O filho mais velho escreveu a seu pai queixando-se de não poder viver com seu irmão, temeroso
do génio sanguinário dele. Conta que a cada passo se vê ameaçado na vida, porque Simão emprega
em pistolas o dinheiro dos livros, convive com os mais famosos perturbadores da academia, e corre de
noite as ruas insultando os habitantes e provocando-os à luta com assuadas. O corregedor admira a
bravura de seu filho Simão, e diz à consternada mãe que o rapaz é a figura e o génio de seu bisavô
10 Paulo Botelho Correia, o mais valente fidalgo que dera Trás-os-Montes.

Manuel, cada vez mais aterrado das arremetidas de Simão, sai de Coimbra antes de férias e vai a
Viseu queixar-se, e pedir que lhe dê seu pai outro destino. D. Rita quer que seu filho seja cadete de
cavalaria. De Viseu parte para Bragança Manuel Botelho, e justifica-se nobre dos quatro costados para
ser cadete.
15 No entanto, Simão recolhe a Viseu com os seus exames feitos e aprovados. O pai maravilhava-se
do talento do filho, e desculpa-o da extravagância por amor do talento. Pede-lhe explicações do seu
mau viver com Manuel, e ele responde que seu irmão o quer forçar a viver monasticamente.
Os quinze anos de Simão têm aparências de vinte. É forte de compleição; belo homem com as
feições de sua mãe, e a corpulência dela; mas de todo avesso em génio. Na plebe de Viseu é que ele
20 escolhe amigos e companheiros. Se D. Rita lhe censura a indigna eleição que faz, Simão zomba das

genealogias, e mormente do general Caldeirão que morreu frito. Isto bastou para ele granjear a mal-
querença de sua mãe. O corregedor via as coisas pelos olhos de sua mulher, e tomou parte no desgosto
dela e na aversão ao filho. As irmãs temiam-no, tirante Rita, a mais nova, com quem ele brincava pue-
rilmente, e a quem obedecia, se lhe ela pedia, com meiguices de criança, que não andasse com pes-
25 soas mecânicas.

Finalizavam as férias, quando o corregedor teve um grave dissabor. Um dos seus criados tinha ido
levar a beber os machos, e, por descuido ou propósito, deixou quebrar algumas vasilhas que estavam
à vez no parapeito do chafariz. Os donos das vasilhas conjuraram contra o criado; espancaram-no.
Simão passava nesse ensejo; e, armado de um fueiro que descravou dum carro, partiu muitas cabeças,
30 e rematou o trágico espetáculo pela farsa de quebrar todos os cântaros. O povoléu intacto fugira espa-

vorido, que ninguém se atrevia ao filho do corregedor; os feridos, porém, incorporaram-se e foram
clamar justiça à porta do magistrado.
Domingos Botelho bramia contra o filho, e ordenava ao meirinho-geral que o prendesse à sua
ordem. D. Rita, não menos irritada, mas irritada como mãe, mandou, por portas travessas, dinheiro ao
35 filho para que, sem detença, fugisse para Coimbra, e esperasse lá o perdão do pai.

CASTELO BRANCO, Camilo, Amor de Perdição, Porto. Porto Editora, 2016

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Responda, de forma clara e bem estruturada, às perguntas que se seguem.

1. O excerto transcrito permite a construção do perfil de Simão como herói romântico da novela.

1.1. Comprove esta afirmação, indicando três traços caracterizadores da personagem, fundamentando a
sua resposta com segmentos textuais.

Sugestão de resposta Percurso de resposta


Simão Botelho é o herói romântico por excelência nesta novela camiliana, • Comprovação da afirmação.
apresentando traços que o apresentam como figura rebelde.
Neste sentido, Simão é ousado e impetuoso, vivendo uma vida de estroinice – • Identificação dos três traços
“emprega em pistolas o dinheiro dos livros, convive com os mais famosos caracterizadores de Simão
perturbadores da academia, e corre de noite as ruas insultando os habitantes e Botelho.
provocando-os à luta com assuadas.” (ll. 6-8). No entanto, é capaz de ser solidário
e defensor dos mais fracos, como fez no incidente da fonte.
O seu espírito exacerbado e volátil, típico do herói romântico, faz com que seja
• Explicitação desses traços como
ostracizado pela família, à exceção da irmã Rita, como se pode ler no segmento “O
características do herói romântico.
corregedor via as coisas pelos olhos de sua mulher, e tomou parte no desgosto
dela e na aversão ao filho. As irmãs temiam-no, tirante Rita, a mais nova, com
quem ele brincava puerilmente, e a quem obedecia, se lhe ela pedia, com
meiguices de criança, que não andasse com pessoas mecânicas.” (ll. 22-25).

2. É possível traçar um paralelo entre a biografia de Simão Botelho e a do próprio autor a partir deste excerto.

2.1. Justifique esta afirmação, baseando-se em dois segmentos textuais.

Sugestão de resposta Percurso de resposta


O percurso biográfico de Simão estabelece com o do autor relações de • Comprovação da afirmação.
semelhança, anunciadas logo na Introdução.
Por um lado, este excerto prova a situação de abandono a que o jovem é • Identificação dos aspetos
votado pela sua família, pouco disposta a pactuar com este espírito intempestivo. biográficos que permitem uma
No caso de Camilo, também se pode falar de abandono, pois a orfandade precoce identificação entre Simão Botelho
obrigou-o a viver sob o cuidado de familiares. e o autor.
Por outro lado, tanto Simão como Camilo tiveram um percurso marcado pela
boémia – no caso do primeiro, as companhias duvidosas em Coimbra, no caso do
segundo, a vida agitada no Porto, sempre envolvido em polémicas, especialmente
amorosas.

3. Mostre de que modo o excerto prova que a obra se apresenta como uma crónica de mudança.

Sugestão de resposta Percurso de resposta


Ventos de mudança sopram em Amor de Perdição, quer seja com a figura • Confirmação do enunciado.
determinada de Teresa, quer seja, neste caso, com a sua paixão – Simão.
Este jovem convive, nos tempos académicos de Coimbra, com a plebe e • Comprovação da mudança social
torna-se apoiante das ideias liberais e dos ideais da Revolução Francesa. Para além através da oposição entre Simão e
disso, troça da herança familiar, mostrando um profundo desrespeito pela sua sua mãe.
genealogia, o que irrita profundamente a sua mãe – “Se D. Rita lhe censura a
indigna eleição que faz, Simão zomba das genealogias, e mormente do general
Caldeirão que morreu frito.” (ll. 20-21).
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Se D. Rita é a defensora do bom nome e dos valores associados à família, numa • Reiteração do contraste
sociedade em que as classes estão bem diferenciadas, o seu filho ridiculariza esses estabelecido entre mãe e filho.
mesmos valores, apresentando um comportamento que anuncia a vontade de
mudança social.
153
Parte II · Exames-tipo

Prova Escrita de Português

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11.º Ano de Escolaridade
Exame-tipo 5
Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos.

GRUPO I
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Parte A

Leia o texto. Em caso de necessidade, consulte o glossário.

Oceano Nox1

Junto do mar, que erguia gravemente


A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

5 Junto do mar sentei-me tristemente,


Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...

Que inquieto desejo vos tortura,


10 Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde


O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido2, um queixume, e nada mais...
1. Nox: termo latino para “noite”; 2. bramido: rugido.
QUENTAL, Antero de, Os Sonetos Completos.
Porto: Porto Editora, 2016

1. À luz do sentido global do poema, interprete o título do mesmo.

2. Indique dois traços caracterizadores do sujeito poético, justificando a sua resposta com expres-
sões textuais pertinentes.

3. Explique a importância da pontuação ao longo do poema.

4. Analise o valor do segundo terceto enquanto conclusão do poema.

5. Prove que este poema configura um dos tópicos de conteúdo da poesia de Antero.
334
Exame-tipo 5

Parte B

Leia o poema.

I IV
No campo; eu acho nele a musa que me anima: E perguntavas sobre os últimos inventos
A claridade, a robustez, a ação. Agrícolas. Que aldeias tão lavadas!
Esta manhã, saí com minha prima, Bons ares! Boa luz! Bons alimentos!
Em quem eu noto a mais sincera estima Olha: os saloios vivos, corpulentos,
20
5 E a mais completa e séria educação. Como nos fazem grandes barretadas!

II V
Criança encantadora! Eu mal esboço o quadro Voltemos. Na ribeira abundam as ramagens
Da lírica excursão, de intimidade. Dos olivais escuros. Onde irás?
Não pinto a velha ermida com seu adro; Regressam rebanhos das pastagens;
Sei só desenho de compasso e esquadro, Ondeiam milhos, nuvens e miragens,
25
10 Respiro indústria, paz, salubridade. E, silencioso, eu fico para trás.

III VI
Andam cantando aos bois; vamos cortando as leiras; Numa colina azul brilha um lugar caiado.
E tu dizias: “Fumas? E as fagulhas? Belo! E arrimada ao cabo da sombrinha,
Apaga o teu cachimbo junto às eiras; Com teu chapéu de palha, desabado,
Colhe-me uns brincos rubros nas ginjeiras! Tu continuas na azinhaga; ao lado
30
15 Quanto me alegra a calma das debulhas!” Verdeja, vicejante, a nossa vinha.

VERDE, Cesário, O Livro de Cesário Verde (uma seleção).


Porto: Porto Editora, 2015

6. Demonstre, com base em elementos textuais, que o campo é observado de forma antagónica pelo
sujeito poético e pela figura feminina.

7. Comente a expressividade da adjetivação no verso 14.

Parte C

8. Nos romances Os Maias e a Ilustre Casa de Ramires os espaços físicos tendem a adquirir valores
simbólicos.
Escreva uma breve exposição na qual explore o valor simbólico dos espaços numa das obras de
Eça de Queirós referidas, tendo em conta a obra que estudou.
A sua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
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• um desenvolvimento no qual evidencie dois espaços com valor simbólico, apresentando, pelo
menos, um exemplo significativo para cada um deles;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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