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º ano
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Índice
Parte I – Conteúdos programáticos 4. A estrutura da obra 80
2 I S B N 9 7 8 - 9 7 2 - 0 - 0 0 2 19 - 8
3. A concentração temporal da ação 141 5. Antero Quental, Sonetos Completos
4. Caracterização das personagens 141
Apresentação geral 220
5. O amor-paixão 146
6. A obra como crónica da mudança social 148 Conteúdos essenciais 221
7. Linguagem e estilo 149 1. Vida e obra de Antero de Quental 221
310
e construção do presente 212
8. Linguagem e estilo 213 Exames-tipo 312
Exercícios-tipo
Exercício 1
Leia atentamente o excerto retirado do capítulo I.
Manuel, cada vez mais aterrado das arremetidas de Simão, sai de Coimbra antes de férias e vai a
Viseu queixar-se, e pedir que lhe dê seu pai outro destino. D. Rita quer que seu filho seja cadete de
cavalaria. De Viseu parte para Bragança Manuel Botelho, e justifica-se nobre dos quatro costados para
ser cadete.
15 No entanto, Simão recolhe a Viseu com os seus exames feitos e aprovados. O pai maravilhava-se
do talento do filho, e desculpa-o da extravagância por amor do talento. Pede-lhe explicações do seu
mau viver com Manuel, e ele responde que seu irmão o quer forçar a viver monasticamente.
Os quinze anos de Simão têm aparências de vinte. É forte de compleição; belo homem com as
feições de sua mãe, e a corpulência dela; mas de todo avesso em génio. Na plebe de Viseu é que ele
20 escolhe amigos e companheiros. Se D. Rita lhe censura a indigna eleição que faz, Simão zomba das
genealogias, e mormente do general Caldeirão que morreu frito. Isto bastou para ele granjear a mal-
querença de sua mãe. O corregedor via as coisas pelos olhos de sua mulher, e tomou parte no desgosto
dela e na aversão ao filho. As irmãs temiam-no, tirante Rita, a mais nova, com quem ele brincava pue-
rilmente, e a quem obedecia, se lhe ela pedia, com meiguices de criança, que não andasse com pes-
25 soas mecânicas.
Finalizavam as férias, quando o corregedor teve um grave dissabor. Um dos seus criados tinha ido
levar a beber os machos, e, por descuido ou propósito, deixou quebrar algumas vasilhas que estavam
à vez no parapeito do chafariz. Os donos das vasilhas conjuraram contra o criado; espancaram-no.
Simão passava nesse ensejo; e, armado de um fueiro que descravou dum carro, partiu muitas cabeças,
30 e rematou o trágico espetáculo pela farsa de quebrar todos os cântaros. O povoléu intacto fugira espa-
vorido, que ninguém se atrevia ao filho do corregedor; os feridos, porém, incorporaram-se e foram
clamar justiça à porta do magistrado.
Domingos Botelho bramia contra o filho, e ordenava ao meirinho-geral que o prendesse à sua
ordem. D. Rita, não menos irritada, mas irritada como mãe, mandou, por portas travessas, dinheiro ao
35 filho para que, sem detença, fugisse para Coimbra, e esperasse lá o perdão do pai.
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Responda, de forma clara e bem estruturada, às perguntas que se seguem.
1. O excerto transcrito permite a construção do perfil de Simão como herói romântico da novela.
1.1. Comprove esta afirmação, indicando três traços caracterizadores da personagem, fundamentando a
sua resposta com segmentos textuais.
2. É possível traçar um paralelo entre a biografia de Simão Botelho e a do próprio autor a partir deste excerto.
3. Mostre de que modo o excerto prova que a obra se apresenta como uma crónica de mudança.
Se D. Rita é a defensora do bom nome e dos valores associados à família, numa • Reiteração do contraste
sociedade em que as classes estão bem diferenciadas, o seu filho ridiculariza esses estabelecido entre mãe e filho.
mesmos valores, apresentando um comportamento que anuncia a vontade de
mudança social.
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Parte II · Exames-tipo
GRUPO I
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.
Parte A
Oceano Nox1
2. Indique dois traços caracterizadores do sujeito poético, justificando a sua resposta com expres-
sões textuais pertinentes.
5. Prove que este poema configura um dos tópicos de conteúdo da poesia de Antero.
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Exame-tipo 5
Parte B
Leia o poema.
I IV
No campo; eu acho nele a musa que me anima: E perguntavas sobre os últimos inventos
A claridade, a robustez, a ação. Agrícolas. Que aldeias tão lavadas!
Esta manhã, saí com minha prima, Bons ares! Boa luz! Bons alimentos!
Em quem eu noto a mais sincera estima Olha: os saloios vivos, corpulentos,
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5 E a mais completa e séria educação. Como nos fazem grandes barretadas!
II V
Criança encantadora! Eu mal esboço o quadro Voltemos. Na ribeira abundam as ramagens
Da lírica excursão, de intimidade. Dos olivais escuros. Onde irás?
Não pinto a velha ermida com seu adro; Regressam rebanhos das pastagens;
Sei só desenho de compasso e esquadro, Ondeiam milhos, nuvens e miragens,
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10 Respiro indústria, paz, salubridade. E, silencioso, eu fico para trás.
III VI
Andam cantando aos bois; vamos cortando as leiras; Numa colina azul brilha um lugar caiado.
E tu dizias: “Fumas? E as fagulhas? Belo! E arrimada ao cabo da sombrinha,
Apaga o teu cachimbo junto às eiras; Com teu chapéu de palha, desabado,
Colhe-me uns brincos rubros nas ginjeiras! Tu continuas na azinhaga; ao lado
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15 Quanto me alegra a calma das debulhas!” Verdeja, vicejante, a nossa vinha.
6. Demonstre, com base em elementos textuais, que o campo é observado de forma antagónica pelo
sujeito poético e pela figura feminina.
Parte C
8. Nos romances Os Maias e a Ilustre Casa de Ramires os espaços físicos tendem a adquirir valores
simbólicos.
Escreva uma breve exposição na qual explore o valor simbólico dos espaços numa das obras de
Eça de Queirós referidas, tendo em conta a obra que estudou.
A sua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
CPEN-P11 © Porto Editora
• um desenvolvimento no qual evidencie dois espaços com valor simbólico, apresentando, pelo
menos, um exemplo significativo para cada um deles;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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