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Essa reparação pelos nossos pecados, realizada por Jesus Cristo no Seu sacrifício
na cruz, está presente nos sacramentos e se atualiza na celebração da Santa Missa. Pois,
“enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida em reparação dos pecados dos
vivos e dos defuntos, e para obter de Deus benefícios espirituais ou temporais”9. Por
isso, a participação na Santa Missa nos faz participantes da obra reparadora de Jesus
Cristo. Na celebração da Eucaristia, a reparação pelos nossos pecados e pelos pecados
do mundo faz parte do culto espiritual oferecido a Deus, juntamente com devida
adoração, a ação de graças e a súplica.
Obras de misericórdia
Para que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus produza frutos mais abundantes
na família cristã e em toda a humanidade, o Papa Pio XII recomenda: “procurem os
féis unir a ela estreitamente a devoção ao Coração Imaculado da Mãe de Deus”15. Pois
foi por vontade de Deus que, na obra da Redenção humana, a Virgem Maria estivesse
inseparavelmente unida a seu Filho Jesus Cristo; tanto que a nossa salvação é fruto da
caridade de Cristo e dos Seus sofrimentos, aos quais foram intimamente associados o
amor e as dores de Sua Mãe Santíssima. “Por isso, convém que o povo cristão, que de
Jesus Cristo, por intermédio de Maria, recebeu a vida divina, depois de prestar ao
Sagrado Coração o devido culto, renda também ao amantíssimo coração de Sua Mãe
celestial os correspondentes obséquios de piedade, amor, agradecimento e reparação”16.
Referências:
2 Cf. Lc 2, 51.
4 Rm 5, 19.
9 Idem, 1414.
10 Idem, 1491.
13 Idem, 2487.
16 Idem, ibidem.
Nós, católicos, temos o dever de reparar o dano espiritual causado pelos nossos
pecados e pelos da humanidade
Desde Adão e Eva, a humanidade tenta reparar os danos que infligem a outras
pessoas. Embora Jesus Cristo tenha feito o último ato de reparação no Calvário, os
católicos acreditam que ainda precisamos fazer o que pudermos para reparar os danos
que cometemos.
INSTITUTO KADOSH
O Catecismo da Igreja Católica explica que, depois de confessar nossos pecados
no sacramento da reconciliação, ainda precisamos consertar os danos que causamos
aos outros:
“Muitos pecados prejudicam o próximo. Há que fazer o possível por reparar esse
dano (por exemplo: restituir as coisas roubadas, restabelecer a boa reputação daquele
que foi caluniado, indenizar por ferimentos). A simples justiça o exige. Mas, além
disso, o pecado fere e enfraquece o próprio pecador, assim como as suas relações com
Deus e com o próximo. A absolvição tira o pecado, mas não remedia todas as desordens
causadas pelo pecado. Aliviado do pecado, o pecador deve ainda recuperar a perfeita
saúde espiritual. Ele deve, pois, fazer mais alguma coisa para reparar os seus pecados:
«satisfazer» de modo apropriado ou «expiar» os seus pecados. A esta satisfação
também se chama penitência.” (Catecismo da Igreja Católica, 1459)
Embora isso se refira principalmente a atos físicos de reparação, também é
possível oferecer orações de reparação por danos pessoais e danos causados por outras
pessoas. A Enciclopédia Católica explica:
“Somos restaurados à graça através dos méritos da morte de Cristo, e essa graça
nos permite adicionar nossas orações, trabalhos e provações às de Nosso Senhor” e
preencher as coisas que estão querendo os sofrimentos de Cristo. Podemos, portanto,
fazer algum tipo de reparação à justiça de Deus por nossas próprias ofensas contra Ele
e, em virtude da Comunhão dos Santos, a unidade e a solidariedade do Corpo místico
de Cristo, podemos também fazer satisfação e reparação pela pecados dos outros ”.
Desta forma, podemos ajudar a reparar os danos espirituais que outros causaram
e contribuir para a cura do mundo. O próprio Jesus apareceu à Santa Margarida Maria
Alacoque e pediu-lhe para promover a devoção ao seu Sagrado Coração como forma
de reparar os vários pecados cometidos contra ele.
Acima de tudo, as orações de reparação nos ajudam a entender que nossas ações
têm consequências físicas e espirituais. A justiça exige que consertemos o dano de
ambas as maneiras, invocando o toque de cura de Deus sobre nossos pecados e os
pecados do mundo.
INSTITUTO KADOSH
ATO DE REPARAÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Site de Pesquisa
Em 1928, o Papa Pio XI entregou uma oração urgente a toda a Igreja: o ato de
reparação ao Sagrado Coração de Jesus. Aprenda a rezá-lo e conheça a teologia por
trás dessa importante prática de piedade.
Dentre as várias formas pelas quais o site do Padre Paulo Ricardo deseja ajudar
seus alunos e visitantes a viverem bem esse tempo de graça, destaca-se a prática dos
"primeiros sábados do mês", uma devoção ensinada por Nossa Senhora à Irmã Lúcia
cuja finalidade é reparar os pecados cometidos contra o seu Imaculado Coração. Para
entender mais exatamente em que consiste esse piedoso exercício, vale a pena conferir
a "A Resposta Católica" que temos a este respeito.
A verdade, porém, é que "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre" (Hb 13,
8). Se os primeiros cristãos completavam na sua carne o que faltava à paixão de Cristo,
conforme o testemunho da própria Escritura (cf. Cl 1, 24), quem somos nós para agir de
outra forma ou ainda sugerir o contrário? Afirmar levianamente que o Evangelho poderia
mudar com os tempos, ou que parte dele se tornou "ultrapassada", é indício, na verdade,
de uma grande petulância, quando não de uma tremenda falta de fé. Ora, se Jesus de
Nazaré é verdadeiramente Deus e homem — como sempre acreditou a Igreja —, se Ele
é, de fato, "a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai", como diz o Catecismo (§ 65),
como poderia a sua revelação ser considerada insuficiente, incompleta ou adaptável?
INSTITUTO KADOSH
Estariam por acaso "fora de moda" os ensinamentos do próprio Deus? Será que somos
tão soberbos a ponto de pretendermos corrigir o que Ele mesmo e os seus Apóstolos não
só pregaram como viveram?
Ora, ainda que a copiosa Redenção de Cristo abundantemente nos tenha "perdoado
todos os nossos pecados" (cf. Col 2, 13), em virtude daquela admirável disposição da divina
Sabedoria, pela qual se deve completar em nossa carne o que falta às tribulações de Cristo
por seu Corpo, que é a Igreja (cf. Col 1, 24), aos louvores e satisfações que Cristo, em nome
dos pecadores, ofereceu a Deus, não só podemos como, ainda mais, devemos acrescentar
também os nossos próprios louvores e satisfações.
[...] Mas como podem estes atos expiatórios consolar a Cristo, que reina ditosamente
nos céus? "Dá-me um coração que ame e entenderás o que digo", respondemos com estas
palavras de Santo Agostinho, tão convenientes a este ponto.
E ainda é mais triste, veneráveis irmãos, que entre os próprios fiéis, lavados no Batismo
com o sangue do Cordeiro Imaculado e enriquecidos com a graça, haja tantos homens de toda
classe que, com inacreditável ignorância das coisas divinas e envenenados de falsas doutrinas,
vivem longe da casa do Pai uma vida repleta de vícios; uma vida, pois, não iluminada pela
luz da verdadeira fé, nem reconfortada pela esperança da felicidade futura, nem aquecida e
fomentada pelo calor da caridade, de modo que eles parecem verdadeiramente jazer na
escuridão e na sombra da morte. Ademais, aumenta cada vez mais entre os fiéis a negligência
INSTITUTO KADOSH
da disciplina eclesiástica e daquelas antigas instituições em que toda a vida cristã se funda e
pela qual a sociedade doméstica é governada e se defende a santidade do
matrimônio; totalmente menosprezada ou depravada com lisonjas de bajulação a educação das
crianças, até mesmo negado à Igreja o poder de educar a juventude cristã; o esquecimento
deplorável da modéstia cristã na vida e principalmente no vestido da mulher; a cobiça
desenfreada das coisas perecíveis, o desejo desproporcional das honrarias mundanas; a
difamação da autoridade legítima e, finalmente, o desprezo da palavra de Deus, de maneira
que a fé é destruída ou é posta à beira da ruína.
Formam o cúmulo destes males tanto a preguiça e a negligência dos que, dormindo ou
fugindo como os discípulos, vacilantes na fé, miseravelmente desamparam a Cristo oprimido
de angústias e rodeado dos sequazes de Satanás, quanto a deslealdade dos que, à imitação do
traidor Judas, ou temerária e sacrilegamente comungam, ou desertam para os acampamentos
inimigos. Deste modo, inevitavelmente se nos apresenta ao espírito a ideia de que se
aproximam os tempos preditos por Nosso Senhor: "E, ante o progresso crescente da
iniquidade, a caridade de muitos se esfriará" ( Mt 2, 24). [...]
Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é por eles tão
ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados
na Vossa presença, para Vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade
tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o Vosso amorosíssimo
coração.
Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós mais de uma vez
cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a Vossa
misericórdia, prontos a expiar não só as próprias culpas, senão também as daqueles que,
errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não Vos querendo
como pastor e guia, ou, conculcando as promessas do batismo, sacudiram o suavíssimo jugo
da Vossa santa lei.
De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-Vos,
mais particularmente da licença dos costumes e imodéstia do vestido, de tantos laços de
corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias
contra Vós e Vossos Santos, dos insultos ao Vosso Vigário e a todo o Vosso clero, do
desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino amor e, enfim,
dos atentados e rebeldias das nações contra os direitos e o Magistério da Vossa Igreja.
Ajudai-nos Senhor, com o auxílio da Vossa graça, para que possamos, como é nosso
firme propósito, com a vivência da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da
lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nosso próximo,
impedir, por todos os meios, novas injúrias de Vossa divina Majestade e atrair ao Vosso
serviço o maior número de almas possíveis.
Notas
§411 A tradição cristã vê nesta passagem um anúncio do "novo Adão", que, por sua
"obediência até a morte de Cruz" (Fl 2,8), repara com superabundância a desobediência
de Adão. De resto, numerosos Padres e Doutores da Igreja vêem na mulher anunciada
no "proto-evangelho" a mãe de Cristo, Maria, como "nova Eva". Foi ela que, primeiro
e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo:
ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre,
por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado.
§2487 Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação,
mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se toma impossível reparar um erro
publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode
ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da
caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas contra a
reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será avaliada na
proporção do dano causado e obriga em consciência.
Jesus abençoa Zaqueu por causa de seu compromisso: "Se defraudei a alguém, restituo-
lhe o quádruplo" (Lc 19,8). Aqueles que, de maneira direta ou indireta, se apossaram
de um bem alheio têm obrigação de o restituir ou de devolver o equivalente em natureza
ou em espécie, se a coisa desapareceu, bem como os frutos e lucros que seu proprietário
legitimamente teria auferido. São igualmente obrigados a restituir, proporcionalmente
à sua responsabilidade e ao benefício auferido, todos os que participaram de alguma
maneira do roubo, ou tiraram proveito dele com conhecimento de causa, como, por
exemplo, Os mandantes, os que ajudaram ou encobriram o roubo.
§2454 Toda forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao
sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça comutativa exige
a restituição do bem roubado.