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2. Para cada item, escolhe a opção que completa corretamente as afirmações que se seguem,
de acordo com o texto. (25%)
2.1. As festas de aniversário são um
(A) símbolo da rotina do dia a dia.
(B) sinal de que cada ano se fica mais velho.
(C) ritual anual para celebrar uma data importante.
(D) pretexto para comer e receber presentes.
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[Vanessa é uma menina que gostaria de receber uma metralhadora como prenda nos seus
anos. A sua mãe espera um bebé.]
VANESSA Querida Mana (risca), Querido Mano (risca), Querida Coisa, cá estou outra vez a
escrever-te a fingir, porque ainda não sei umas quantas letras e ainda falta uma semana
para eu fazer sete anos. Vou ter uma festa com todos os meus amigos da escola e de
5 fora da escola, as prendas é que vão ser uma porcaria, bom, mas não era disto que eu
te queria falar. (Risca) Estive a pensar melhor no que te disse da outra vez e acho que o
melhor é vires como rapariga, se ainda fores a tempo de escolher. Vais ver como é fixe
ser rapariga. Para já és muito mais linda do que um rapaz. Tens uma pele muito
rosadinha e quando fores crescida não precisas de fazer a barba e não picas na cara
10 quando dás beijinhos. Depois vais ter montes de bonecas fixes, barbies e assim, e vais-
te divertir bué a ajudar a Mãe a limpar a loiça e a fazer as camas e outras coisas
maravilhosas e também podes fazer o almoço e o jantar quando fores crescida, não é
fantástico? Portanto, olha que o que eu te digo é verdade. Vem como rapariga, por
favor, para ver se param de me chatear. Assim, se vieres de rapariga, já têm com que se
15 entreter. (Pausa) Obrigada. Beijinhos da Vanessa.
Pela direita entra a FADA MARINA, toda vestida de tule cor-de-rosa. É muito possidónia 1 e
fala numa voz muito fininha.
Luísa Costa Gomes, Arte da conversação seguido de Vanessa vai à luta, Lisboa, Livros Cotovia, pp. 93-97.
Vocabulário:
1
possidónia: convencida. 2 caxemira: lã fina. 3 galonas: ornamentos de cerimónia.
1. Seleciona a razão que justifica por que Vanessa finge “estar a escrever uma carta” (l. 1).
(15%)
(A) Ela finge porque em palco não é fácil escrever ao mesmo tempo que se fala.
(B) Ela finge porque ainda não aprendeu a escrever bem.
(C) Ela finge porque não queria verdadeiramente escrever aquela carta.
(D) Ela finge porque queria escrever aquela carta mais tarde.
2. Vanessa apresenta na sua carta ao bebé algumas vantagens de se ser rapariga. (15%)
2.1. Retira do texto um exemplo de cada tipo de vantagem.
‒ Vantagens nos brinquedos.
‒ Vantagens físicas.
‒ Vantagens nas tarefas.
2.2. Transcreve um excerto que mostre que Vanessa diz o contrário do que pensa. Justifica
a tua escolha. (10%)
2.3. Explica por palavras tuas a verdadeira intenção de Vanessa ao dar este conselho ao bebé
com base na afirmação “Vem como rapariga, por favor, para ver se param de me
chatear” (ll. 13-14). (15%)
3. Completa (na folha de teste) a tabela com três atitudes da Fada Marina que mostrem que
ela pensa que Vanessa é semelhante a uma Cinderela da história de fadas. (15%)
5. Assinala a indicação cénica que poderia acompanhar a fala de Vanessa no final do texto.
(15%)
(A) (Mostrando uma cara de horror e fazendo um gesto de nojo).
(B) (Falando com voz triste e mostrando um olhar desiludido).
(C) (Dançando com um ar trocista e fazendo um gesto que imita um vómito).
(D) (Falando com voz zangada e imitando com aborrecimento um rapaz).
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GRUPO III – GRAMÁTICA (100%) (15%)
1. Associa as palavras sublinhadas nas frases da coluna A à sua classe de palavras na coluna B.
(25%)
Coluna A Coluna B
3.2. A única frase cujo constituinte sublinhado tem a função de complemento direto é
(A) Vanessa considerava horríveis as roupas de menina.
(B) O sonho da mãe era vesti-la com roupas de menina.
(C) Aquele vestido e aquela camisola eram roupas de menina.
(D) Na festa foram-lhe oferecidas roupas de menina pelos amigos.
Do teu ponto de vista, a educação das meninas deve ser diferente da dos rapazes?
Escreve um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 150 e um máximo de
240 palavras, em que defendas o teu ponto de vista.
O teu texto deve integrar:
‒ a apresentação do teu ponto de vista sobre o tipo de educação que se deve dar às
crianças;
‒ a explicitação de duas razões que justifiquem a tua opinião;
‒ uma conclusão adequada.
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Bom trabalho!
Prof. -------------
CORREÇÃO
GRUPO I - LEITURA
1. (A), (C), (D)
1.1. (C)
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1.2. (D)
2. A – 3 B–2 C–4 D–1
2.2 Por exemplo: “vais-te divertir bué a ajudar a Mãe a limpar a loiça e a fazer as
camas e outras coisas maravilhosas e também podes fazer o almoço e o jantar
quando fores crescida, não é fantástico?” (ll. 10-13)
Esta afirmação mostra que Vanessa não é sincera no que afirma porque nenhuma
criança considera divertido ajudar nas tarefas domésticas. Estas tarefas são
aborrecidas.
2.3 Vanessa quer ter uma irmã para que os adultos deixem de implicar com ela. Com
uma menina, eles passarão a ocupar-se da pequenina e deixarão de centrar a atenção
em Vanessa.
3.
1.a atitude: Afirma que Vanessa está a chorar por não poder ir ao baile.
2.a atitude: Afirma que Vanessa não tem roupa para ir ao baile.
3.a atitude: Acredita que Vanessa quer uma carruagem para ir ao baile.
4.1. (D)
5. (B)
4.
a) “se ela oferecia metralhadoras”
b) “que as fadas tudo podiam”
GRUPO IV - ESCRITA
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Na minha opinião, a educação de raparigas e de rapazes não deve assentar nas
diferenças que se consideram típicas do género de cada um.
Assim, a educação não deve partir de ideia sobre a personalidade de meninas e de
meninos e sobre as funções que estes devem desempenhar na sociedade e na família.
Por essa razão, para mim, é errado educar as meninas para serem mais sensíveis e mais
ligadas a sentimentos, vestindo-as de cor-de-rosa ou dando-lhes bonecas que imitam
bebés de que elas devem tomar conta, enquanto os rapazes devem ser fortes e
preparados para a dureza da vida, brincando com carros e metralhadoras. Meninos e
meninas devem ser educados da mesma forma, desempenhando as mesmas tarefas e
brincando com os brinquedos de que mais gostam, sejam estas bonecas ou carrinhos.
O que é importante na educação, a meu ver, é apostar no respeito pela diferença e
pela individualidade de cada um. Rapazes e raparigas têm semelhanças e diferenças,
assim com as raparigas têm semelhanças e diferenças entre si. O mesmo se aplica aos
rapazes. A sociedade deve educar para que todos percebam e aceitem as formas de ser
de cada um. Isso contribuirá para uma sociedade pacífica e com respeito pela cidadania.
Em suma, a educação não deve centrar-se numa diferença de géneros, que deve ser
vista como igual por todos, mas antes apostar na diferença e no respeito por essa mesma
diferença.
(235 palavras)
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