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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3

1. Contratos em especial ........................................................................................................ 4

1.1. Contrato de compra e venda ....................................................................................... 4

1.2. Características ....................................................................................................... 4

1.2.1. Nominado .......................................................................................................... 4

1.2.2. Típico ................................................................................................................ 4

1.2.3. Primordialmente não formal ............................................................................... 5

1.2.4. Contrato Consensual .......................................................................................... 5

1.2.5. Obrigacional e real “quoad effectum”. ............................................................... 5

1.2.6. Contrato Oneroso ............................................................................................... 5

1.2.7. Contrato Sinalagmático ...................................................................................... 5

1.2.8. Normalmente comutativo, sendo por vezes aleatório .......................................... 5

1.2.9. Contrato de execução instantânea ....................................................................... 6

1.3. Forma .................................................................................................................... 6

1.4. Efeitos ................................................................................................................... 6

2. Doação .......................................................................................................................... 7

2.1. Características ....................................................................................................... 8

2.1.1. Nominado e típico .............................................................................................. 8

2.1.2. Primordialmente formal ..................................................................................... 8

2.1.3. Primordialmente consensual ............................................................................... 8

2.1.4. Tanto pode ser obrigacional como real ............................................................... 8

2.1.5. Gratuito ............................................................................................................. 8

2.1.6. Não sinalagmáticos ............................................................................................ 9

2.1.7. Pode ser de execução instantânea ou periódica ................................................... 9

2.2. Forma .................................................................................................................... 9

2.3. Efeitos ................................................................................................................... 9


3. Contrato Sociedade...................................................................................................... 10

3.2. Elementos constitutivos da sociedade ................................................................... 11

3.2.2. Objecto ............................................................................................................ 12

3.2.3. Organização ..................................................................................................... 12

3.2.4. Fim .................................................................................................................. 12

3.3. Características qualificativas do contrato de sociedade ......................................... 13

3.4. Forma .................................................................................................................. 13

3.5. Relação entre os sócios ........................................................................................ 14

3.6. Relações com terceiros......................................................................................... 15

3.7. Extinção da sociedade . ........................................................................................ 15

CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 16

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 17

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INTRODUÇÃO
No presente trabalho da cadeira de Direito das Obrigações, na qual tem como tema
principal Contratos em especial, mas colocaremos em destaque os seguintes contratos:
Compra e Venda, Doação e Sociedade, e pretendemos debruçar em torno destes falando
dos seus conceitos, suas características, suas formas, e o que os torna diferentes dos
restantes contratos, com vista a enriquecimento dos nossos conhecimentos.

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1. Contratos em especial

Segundo Galvão Telles (2010) Negócios Jurídicos é o acto produtor de efeitos jurídicos
que representam uma aplicação do princípio da autonomia da vontade, traduzindo uma
auto-regulamentação de interesses.

Segundo Mário Júlio (2008) Negocio jurídico, pressupõe um acordo de vontades.

1.1. Contrato de compra e venda

Compra e venda é o contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma coisa, ou


outro direito, mediante um preço. (art. 874. o CC)

Sendo um contrato translativo de direitos, a compra e venda pressupõe a existência de


uma contrapartida pecuniária.

1.2. Características

O contrato de compra e venda é um contrato:

1. Nominado e típico
2. Primordialmente não formal
3. Consensual
4. Obrigacional e real “quoad effectum”
5. Oneroso
6. Sinalagmático
7. Normalmente comutativo, sendo por vezes aleatório
8. De execução instantânea

1.2.1. Nominado

Porque que a lei o reconhece como categoria jurídica.


1.2.2. Típico

Porque a lei estabelece para este contrato um regime, quer no âmbito do Direito Civil
(arts. 874° e ss. CC).

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1.2.3. Primordialmente não formal

Contrato não formal (art. 219.o CC)

Regra geral, o contrato de compra e venda não depende de forma especial, excepto
quando a lei o exige.

1.2.4. Contrato Consensual


Porque a lei ao prever expressamente a existência de uma obrigação de entrega por parte
do vendedor [art. 879.o al. b)] é o acordo das partes que determina a formação do
contrato, não dependendo esta da entrega da coisa, nem do pagamento do preço
respectivo.

1.2.5. Obrigacional e real “quoad effectum”.

Contrato obrigacional
A compra e venda determina a constituição de duas obrigações:

 Obrigação de entrega da coisa [art. 879.o al. b)];


 Obrigação de pagamento do preço [art, 879. o al. c)].

Cntrato real “quoad effectum”.

Uma vez que produz a transmissão de direitos reais [art. 879° al. a)].

1.2.6. Contrato Oneroso


Porque existe uma contrapartida pecuniária em relação à transmissão dos bens.

1.2.7. Contrato Sinalagmático


Uma vez que as obrigações do vendedor e do comprador constituem-se tendo cada uma
a sua causa na outra (o que determina que permaneçam ligadas durante a fase da
execução do contrato).
1.2.8. Normalmente comutativo, sendo por vezes aleatório
Comutativo

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Uma vez que ambas as atribuições patrimoniais, se apresentam como certas, não se
verificando incerteza nem quanto à sua existência (an) nem quanto ao seu conteúdo
(quantum).

Em certos casos a lei admite que a compra e venda possa funcionar como...

Contrato aleatório
Como nos casos de:

 Venda de bens futuros, frutos pendentes e integrantes, a que as partes


atribuem esse carácter (art. 880.o n.o 2)
 Venda de bens de existência ou titularidade incerta (art. 881. o CC)
 Venda de herança ou de quinhão hereditário (art. 2124. o e ss.).

1.2.9. Contrato de execução instantânea


Porque, quer em relação à obrigação de entrega, quer em relação à obrigação de
pagamento do preço, o seu conteúdo e extensão não é delimitado em função do tempo.

1.3. Forma
A compra e venda é um contrato essencialmente consensual;
Mas, Se a compra e venda tiver por objecto bens imóveis, esta só é válida
quando for celebrada por escritura pública (art. 875.o CC);
A compra e venda, quanto a bens móveis, é por vezes sujeita a forma escrita, o
art. 205.o, n.o2, refere expressamente que às coisas móveis sujeitas a registo é
aplicável o regime das coisas (i)móveis em tudo o que não seja especialmente
regulado.

1.4. Efeitos
A compra e venda têm como efeitos essências:
 A transmissão de propriedade da coisa ou da titularidade do direito;
 A obrigação de entregar a coisa;
 A obrigação de pagar o preço.

Pode distinguir-se no contrato de compra e venda, entre os seguintes efeitos:

 Um efeito real e;

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 Dois efeitos obrigacionais.

1.4.1. Efeito Real:


É essencial à compra e venda a alienação de um direito, isto é, uma aquisição
derivada do mesmo.
A celebração do contrato de compra e venda acarreta logo a transferência da
propriedade (art. 879.o al. a) e 408.o n.o 1); A transferência ou constituição do
direito real é imediata e instantânea e, O efeito real verifica-se
automaticamente no momento da celebração do contrato (princípio da
consensualidade).

1.4.2. Efeitos Obrigacionais


1.4.2.1. O dever de entregar a coisa
Em relação ao vendedor, a obrigação que surge através do contrato de
compra e venda reconduz-se essencialmente ao dever de entregar a coisa.
Em relação ao objecto da relação de entrega, o objecto da obrigação de
entrega, corresponde, à coisa comprada.

1.4.2.2. O dever de pagar o preço

A obrigação de pagamento do preço corresponde a uma obrigação


pecuniária, sujeita ao regime dos arts. 550.o e ss. Não é necessário no
contrato de compra e venda que o preço se encontre determinado no
momento da celebração do contrato, bastando que seja determinável. A lei
pode supletivamente indicar a forma de determinabilidade do preço.

2. Doação
Noção
É o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à custa do seu
património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito, ou assume uma
obrigação, em benefício do outro contraente.
Regra geral a doação tem carácter contratual, pois é indispensável a expressão
da aceitação do donatário.

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2.1. Características
A doação tem carácter:
 Nominado e típico (art. 940.o 979.o)
 Primordialmente formal (947.o n.o 1 e 2)
 Primordialmente consensual (954.o al. b))
 Que tanto pode ser obrigacional como real (940. o e 954.o al. c)
 Gratuito
 Não sinalagmático
 Tanto pode ser de execução instantânea como periódica

2.1.1. Nominado e típico


Regime próprio no Código Civil (art. 940. o a 979.o)

2.1.2. Primordialmente formal


Para coisas imóveis é necessário escritura pública (art. 947. o n.o 1), para
coisas móveis é necessário documento particular; apenas dispensa forma
quando a coisa móvel é acompanhada da tradição da coisa (art. 947.o n.o 2).

2.1.3. Primordialmente consensual


Não associa a constituição do contrato à entrega imediata da coisa, admitindo
assim a sua vigência antes da coisa ser entregue (art. 954. o al. b)).

2.1.4. Tanto pode ser obrigacional como real


A doação tanto pode ser um contrato obrigacional como real, podendo reunir
estas duas características isolada ou conjuntamente, na medida em que se
transmite a propriedade da coisa ou a titularidade do direito para o donatário
(art. 954/a) ao mesmo tempo que se onera o doador com a obrigação de
entregar a coisa (art. 954/b).
Pode também ser estritamente obrigacional (art. 940. o in fine e art. 954/c).

2.1.5. Gratuito
Não exige contrapartida pecuniária em relação à transmissão dos bens ou à
assunção de obrigações. O encargo previsto no art. 963. o não constitui

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contrapartida da atribuição patrimonial do doador, sendo apenas uma mera
restrição à liberalidade.

2.1.6. Não sinalagmáticos


Porque é gratuito, só faz surgir obrigações para uma das partes.

2.1.7. Pode ser de execução instantânea ou periódica


Normalmente é de execução instantânea, porém o art. 943. o admite poder
abranger prestações periódicas.

2.2. Forma

É um contrato formal uma vez que não há liberdade de forma, a doação de


coisas imóveis está sujeito a forma especial a escritura pública (art. 947.o), sob
pena de nulidade (art. 220.o). A doação de coisas móveis sem tradição da coisa
sujeito a forma escrita, um documento particular (art. 947.o n.o 2), esta forma é
dispensada se for acompanhada da tradição da coisa.

2.3. Efeitos
A doação tem como efeitos essências:
 A transmissão da propriedade da coisa ou da titularidade do direito;
 A obrigação de entregar a coisa;
 A assunção da obrigação, quando for esse o objecto do contrato.

Este contrato gera sempre dois efeitos:


Um de natureza obrigacional: para o doador a obrigação de entregar a
coia;
Outro de natureza real: porque é um contrato real que gera a
transferência da propriedade. É um contrato quoad effectum, pois a partir
da celebração do contrato o direito de propriedade transfere-se da esfera
jurídica do doador para a esfera jurídica do donatário.

2.3.1. Doação real

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Contrato real quod effectum: Quando a doação respeita à transmissão de uma
coisa ou direito, constitui um contrato real quoad effectum, visto que a celebração do
contrato acarreta a automática transmissão da propriedade para o donatário (arts.
408/1 e 954/a).

Contrato real quoad constitutionem


Se se tratar de doação verbal de bens móveis, a lei exige a tradição da coisa para a
celebração do contrato, pelo que neste caso a doação será um contrato real quoad
constitutionem (art. 947.o/2).

Quando a lei não exige a tradição da coisa para constituir o contrato de doação, o
doador tem a obrigação de a entregar;
A obrigação de entrega da coisa por parte do doador aparece regulada no art. 955. o.

2.3.2. Doação obrigacional


Limita-se a constituir a assunção de uma obrigação (art. 954.o/c), quando for
esse o objecto do contrato.
Neste caso estão preenchidos os requisitos do art. 940. o, pois, a assunção de
uma obrigação para com o donatário diminui o património do doador, e
produz um enriquecimento do donatário, sendo essa atribuição feita por
espírito de liberalidade, estamos perante uma doação.
A doação pode ter como efeito não apenas a constituição de uma obrigação,
mas também a sua extinção (art. 863. o/2).

3. Contrato Sociedade
3.1. Conceito de sociedade
A definição parece lacunosa por não incluir o elemento organização
conformador de toda a actividade societária.
O art. 980º CC não dá uma definição de sociedade, mas do contrato de
sociedade.
São três os requisitos essenciais do contrato de sociedade referidos no art. 980º
CC: a contribuição dos sócios, o exercício em comum de certa actividade
económica que não seja de mera fruição e a repartição dos lucros.
A contribuição será de bens ou serviços. Podem os sócios contribuir com a
propriedade ou titularidade de bens, simplesmente com o seu uso e fruição (art.

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984º CC) ou com a prestação de determinada actividade ou com os resultados
desta. Falando intencionalmente na obrigação de contribuir, o art. 980º CC não
exige uma contribuição imediata.

A actividade a exercer em comum – o fim comum a todos os sócios – deve ser


determinada (certa). Não podem constituir-se sociedades para fins
indeterminados. Estes têm de ser sempre especificados ou individualizados no
contrato, embora possam ser vários, esses fins.
O fim comum deve consistir numa actividade económica, o que significa que
dela deve resultar um lucro patrimonial, embora se não deva confundir
actividade económica com simples produção de bens, pois a economia abrange
outras actividades além da produção.
A sociedade tem sempre por objecto repartição de lucros, não bastando que o
sócio lucre directamente através da actividade em comum.
Às sociedades civis são aplicáveis, subsidiariamente as disposições que regulam
as pessoas colectivas, quando a analogia das situações o justifique (art. 157º
CC).
A organização é a forma coordenada de prossecução do objecto.

3.2. Elementos constitutivos da sociedade


3.2.1. O instrumento: contribuição com bens ou serviços.
Sem esta contribuição frustrar-se-ia a possibilidade de surgirem os outros
elementos. Se o fim do contrato de sociedade é a obtenção de lucros e o
lucro representa o aumento do valor do património no termo da actividade
social, ou dos seus ciclos periódicos, em relação aos elementos utilizados
para produzi-lo, é óbvio que a atribuição, por parte dos sócios, dos meios
necessários ao exercício da actividade social, constitui elemento essencial
do contrato.
As entradas dos sócios, destinam-se funcionalmente a possibilitar o
exercício de uma empresa. Ora, no contrato de sociedade esse exercício
vem a ser prosseguido através de uma organização. Assim, o título do
direito de crédito correspondente terá de ser a própria organização e,
portanto, a sociedade enquanto entidade jurídica.

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3.2.2. Objecto
Exercício em comum de uma actividade económica que não seja de mera
fruição.
O que caracteriza a sociedade é, a funcionalização atribuída a essas
prestações que só se tornam relevantes em ordem À prossecução em
comum de determinada actividade. Essa actividade que os sócios se
propõem exercer vem a constituir o segundo elemento do contrato de
sociedade, o chamado objecto social.
O art. 980º CC exige que a actividade a desenvolver pelos seus sócios seja
certa, pelo que se faltar essa determinação o contrato não pode deixar de
considerar-se nulo por indeterminabilidade do objecto (art. 280º/1 CC).
Porém, para se poder falar em sociedade é ainda necessário: Que essa
actividade tenha conteúdo económico, não podendo este consistir na mera
fruição;
Que essa actividade seja exercida em comum pelos sócios.

3.2.3. Organização
Estrutura coordenada da gestão da actividade societária.
Esse contraste sócio-sociedade é resolvido através da interposição de uma
organização, destinada a gerir a prossecução desse objecto. Daí o
surgimento de todo um sistema de órgãos, através dos quais se prossegue a
execução do contrato (arts. 985º segs. CC). Deste elemento deriva, por um
lado, o carácter extraordinariamente complexo da posição jurídica dos
sócios que, para além das obrigações que assumiram pelo contrato, ficam
sujeitos ao poder potestativo da organização que criaram, constrangedor da
sua actividade.

3.2.4. Fim
A repartição dos lucros
O fim para o qual converge toda a actividade societária é a repartição dos
lucros. Constitui este, com efeito, o momento da realização do interesse
individual dos sócios, por força do qual se subordinaram ao interesse
social na prossecução do objecto.

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Por essa mesma razão é que o art. 980º CC vem considerar elemento do
conceito de sociedade o fim de repartir os lucros e não a sua produção.
Faltando o elemento fim lucrativo não existe sociedade, mas sim
associação (art. 157º CC).

3.3. Características qualificativas do contrato de sociedade


 O contrato de sociedade destina-se a dar origem a pessoas colectivas que
são as sociedades civis;
 É um contrato de carácter duradouro;
 Na generalidade dos contratos, os mesmos terminam com o cumprimento
das prestações. Mas, o contrato de sociedade é ao contrário, porque na
vida da sociedade estabelecem-se relações jurídicas, para além das
relações jurídicas da constituição da sociedade;

3.4. Forma (art. 981º CC)


Não há forma. Só é exigível forma se a prestação para realização da entrada for
de natureza que exija forma (se entrar com bens imóveis então o contrato já
necessita de forma)
O contrato sociedade é contrário à regra quando por vicissitudes o art.981.º/2
altera a regra geral e manda aplicar primeiro o art.º 293º e só depois o art. 292.º,
ou seja, primeiro converte e se não for possível a conversão então parte-se para a
redução. A regra é exactamente o contrário, primeiro reduz-se (art.292.º) e só
depois, se não for possível a redução é que se converte (art. 293.º).

No âmbito das regras que regulam o contrato de sociedade há três tipos de regras:

 Regras de formação e constituição do contrato de sociedade: Toda a


sociedade nasce do contrato, sendo o contrato o acto constitutivo da sociedade.
Encontramos neste grupo de regras quem pode celebrar os contratos, etc.
É um contrato consensual porque não se exige forma específica para este tipo de
contrato (a não ser que o bem que serve de entrada esteja obrigado a forma,
assim já este contrato de sociedade carece de forma);

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 Regras que regulam as regras internas da sociedade: Relações dos sócios
entre si e das relações dos sócios para com a sociedade. Estamos no domínio das
relações internas da sociedade. Aos sócios é conferido o mesmo estatuto. Todos
têm o mesmo conjunto de direitos e obrigações, em termo qualitativos.
Não significa que quantitativamente também tenha de ser igual, porque neste
aspecto está dependente da proporcionalidade da entrada. A análise quantitativa
é feita em relação à entrada de cada sócio. A obrigação principal do sócio é a sua
entrada. A entrada é condição para se ter estatuto de sócio. A entrada tem de ter
valor pecuniário.
 Normas dirigidas para as relações externas da sociedade: São relações que se
estabelecem entre a sociedade e terceiros.
Terceiro pode ser um sócio se ele se apresentar à sociedade como um terceiro e
não como sócio (ex.: se ele pretender comprar produto da sociedade pode
apresentar-se como um terceiro).
Nestas relações com terceiros a sociedade faz-se representar por administradores
e não por sócios. Se um sócio que não é administrador invocar o nome da
sociedade para celebrar um contrato, em princípio esse contrato não vincula a
sociedade. Tem de ser o administrador a praticar o acto em nome da sociedade.

3.5. Relação entre os sócios


 A entrada (art. 983.o): a entrada tem de ter valor pecuniário porque senão a
sociedade não retira proveito da prestação.
 Direitos dos sócios: direito de exprimir a sua vontade durante toda a altura
relevante para a vida da sociedade: 982º, 990º, 1008º, são decisões por
unanimidade. 991º, 986º/3 e 1005 são decisões por maioria.
 Direito de fiscalização: que se traduz no direito à informação que pode ser
exercido a todo o tempo e, no direito à prestação de contas, que só pode ser
exercido em determinadas alturas – 988º/2.
 Direito de lucros: Há três entendimentos - O direito abstracto aos lucros -
quer dizer-se que o sócio entra para a sociedade com determinada prestação.
Assume uma obrigação que vai ser avaliada e que servirá para determinação dos
lucros.

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A sociedade tem evolução e a quota passa a ter um valor diferente, ou seja maior
ou menor consoante a sociedade tenha ou não evoluído ou regredido. Quando o
sócio sai da sociedade é-lhe liquidada a sua quota no valor actual e não no valor
inicial (da entrada); O direito à distribuição periódica - o sócio quer que o
resultado do exercício seja distribuído periodicamente e;

O direito aos lucros distribuídos - a sociedade tem lucros e os sócios adquirem


um direito de crédito sobre os bens da sociedade.

3.6. Relações com terceiros

 A representação (art. 996.o): No contrato de sociedade há uma associação entre


a representação e a administração (996 – 985º); Os administradores são os
representantes da sociedade.

3.7. Extinção da sociedade: Limitada ao sócio – por morte (1001º) – exclusão


(1003º) – exoneração (1002º). É sempre feita a liquidação da quota do sócio.
Extinção geral da sociedade – 1007º CC.

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CONCLUSÃO

Ao concluirmos o presente trabalho, podemos constatar que, o contrato de Compra e


Venda pressupõe a existência de uma contrapartida pecuniária, pelo qual se transmite a
propriedade de uma coisa, ou outro direito e como uma das características, é um
contrato sinalagmático, ou seja, pressupõe uma troca, e quanto a sua forma, é um
contrato consensual, mas com certas excepções em caso de bens imóveis. E também
sobre a Doação, como sendo o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de
liberalidade e à custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um
direito, ou assume uma obrigação, em benefício do outro contraente, e ao contrato do
contrato de Compra e Venda, a Doação não tem um carácter sinalagmático, ou seja, não
pressupõe uma toca. E, por fim, o contrato Sociedade, em que, de acordo com o art.
980.o é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou
serviços para o exercício em comum de certa actividade económica, e os sócios estão
sujeitos a entradas.

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BIBLIOGRAFIA

COSTA, Mário Júlio de Almeida. Direito das Obrigações.11.a Edição (Revista e


Actualizada). Almedina Editora. 2008.
LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes. Direito das obrigações Vol. III
TELLES, Inocêncio Galvão. Direito das Obrigações. 7,a Edição (Reimpressão),
Coimbra Editora. 2010.
Decreto-Lei n.o 47 344, de 25 de Novembro de 1699 – Código Civil de Moçambique.

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