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PARTE 2 - FORMAÇÃO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO SOCIAL

A EDUCAÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL: NOVOS DESAFIOS


PARA A IDENTIDADE PROFISSIONAL
Fátima Correia 1 Sílvia Azevedo3
Teresa Martins2 Paulo Delgado4

RESUMO
A Educação Social surge, em Portugal, devido so- como a ciência da Educação Social, conferindo-lhe a
bretudo à exigência dos sistemas de proteção social. própria especificidade da profissão. Por outro lado, o
Enquanto profissão, a Educação Social realiza-se no exercício profissional da Educação Social requer dos
âmbito das ciências da educação, enquadrada pela seus profissionais uma formação rigorosa, inicial e
Pedagogia Social. A Educação Social desenvolve-se contínua, de forma a incorporar novos saberes e pos-
pela diversidade de categorias profissionais e de per- turas para se adaptar a novos desafios e realidades.
fis de competências e áreas disciplinares. O reconhe- A educação social deve ser capaz de acompanhar as
cimento da identidade profissional dos educadores políticas sociais, participando permanentemente na
sociais portugueses depende, ainda, da polivalência negociação do contrato social. Partindo destes pres-
dos contextos de trabalho e populações com os quais supostos, é dado a conhecer alguns desafios que se
interage. A sua identidade profissional deve eviden- colocam à Educação Social em Portugal.
ciar o compromisso educativo do seu trabalho social,
que supera lógicas de ação assistencialistas e se cen- PALAVRAS-CHAVE
tra em lógicas de desenvolvimento e capacitação dos
sujeitos. Neste artigo, é dado destaque à Pedagogia Educação Social. Pedagogia Social. Identidade Profis-
Social, enquanto saber matricial de referência dos sional. Portugal. Desafios Profissionais
educadores sociais. A Pedagogia Social constitui-se

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RESUMEN
La Educación Social emerge en Portugal, debido so- La Pedagogía Social se constituye como la ciencia de
bre todo a la exigencia de los sistemas de protección la Educación Social dotándolo la propia especificidad
social. Como profesión, la Educación Social se realiza de la profesión. Además, el ejercicio profesional de la
en el ámbito de las ciencias de la educación, encua- Educación Social requiere de sus profesionales una
drada por la Pedagogía Social. La Pedagogía Social se formación precisa, inicial y continua, para incorporar
desarrolla por la diversidad de categorías profesiona- nuevos saberes y posturas para que se adecuen a los
les y de los perfiles de las competencias y áreas disci- nuevos retos de la contemporaneidad. La educación
plinarias. El reconocimiento de la identidad profesio- social tiene que ser capaz de seguir las políticas so-
nal de los educadores sociales portugueses depende, ciales, participando permanentemente en la negocia-
aun, de la polivalencia de los contextos del trabajo ción del contrato social. A partir de estos presupues-
y poblaciones con los cuales interactúan. Su identi- tos, se puede conocer algunos retos que se pongan a
dad profesional de poner en evidencia el compromiso la Educación Social en Portugal.
educativo de su trabajo social, que supera la lógica
de la acción asistencialista y se centra en la lógica PALABRAS-CLAVE:
del desarrollo y capacitación de los sujetos. En este
artículo es destacada la Pedagogía Social, como un Educación Social. Pedagogía Social. La identidad Pro-
saber que es referencia para los educadores sociales. fesional. Portugal. Retos Profesionales.

ABSTRACT
The Social Education comes in Portugal, mainly due was established as the science of Social Education,
to the requirement of social protection systems. As giving it the very specificity of the profession. On
a profession, the Social Education takes place in the other hand, the professional practice of Social
the context of science education, framed by the So- Education requires its professionals a rigorous ini-
cial Pedagogy. The Social Education develops the tial and ongoing training in order to incorporate
diversity of professional categories and skills and new knowledge and attitudes to adapt to new chal-
disciplines profiles. The recognition of professional lenges and realities. The social education should
identity of the Portuguese social workers also de- be able to monitor social policies, constantly par-
pends on the versatility of work contexts and po- ticipating in the negotiation of the social contract.
pulations with which it interacts. Their professional Under these assumptions, is made known some
identity should highlight the educational commit- challenges facing the Social Education in Portugal.
ment of its social work, which surpasses logic wel-
fare action and focuses on logical development and KEYWORDS
training subjects. In this article, emphasis is given
to the Social Pedagogy, while knowing reference Social Education. Social Pedagogy. Professional Iden-
matrix of social educators. The Social Pedagogy tity. Portugal. Professional Challenges.

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1 ECLOSÃO E EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO


SOCIAL EM PORTUGAL
A Educação Social, como a concebemos atualmen- ao serviço de todos os cidadãos, garantindo o aces-
te, é uma profissão relativamente recente em Portugal. so a um número mínimo de serviços. Surge, assim, o
Contudo, a sua origem está associada à industrializa- Estado-Providência, associado à democracia e uma
ção e aos problemas que dela decorreram, nomeada- maior consciencialização e responsabilidade dos po-
mente os problemas de desigualdade social, que exi- deres políticos em relação aos problemas e direitos
giram a necessidade de dar respostas inovadoras aos sociais das populações (DÍAZ, 2006). A expansão do
problemas sociais que iam surgindo numa sociedade Estado-Providência decorre num cenário de progres-
cada vez mais complexa. A industrialização despo- siva valorização dos Direitos Humanos, de implanta-
letou um conjunto de mudanças sociais, dando uma ção de medidas de política social que atendem, pro-
nova dimensão ao trabalho: o trabalho “estável” passa gressivamente, aos ideais humanitários de igualdade
a ser associado a uma inserção “sólida” na sociedade, de oportunidades e justiça social (TIMÓTEO, 2013).
ao passo que a precaridade laboral, que se associa à Com efeito, a universalidade dos Direitos Humanos
vulnerabilidade social, é potencialmente produtora de assenta na liberdade e na dignidade da pessoa huma-
exclusão social (AZEVEDO e CORREIA, 2013). na. Neste prisma, toda a pessoa é sujeito de direitos,
assim como dos deveres que aqueles comportam (PÉ-
A crescente complexidade da sociedade e o au- REZ SERRANO, 2005).
mento das bolsas de pobreza nos grandes centros ur-
banos culmina com uma agudização dos fenómenos Em termos jurídicos, a Educação Social foi impul-
de marginalização e exclusão social (RAMOS, 2006). sionada por três grandes marcos: a Declaração Uni-
Contudo, embora estes sejam fatores da eclosão da versal dos Direitos do Homem, aprovada em 1948,
Educação Social, a sua expansão resultou de outros que proclama a igualdade de todos os cidadãos; a
fatores, nomeadamente os novos movimentos sociais Declaração dos Direitos da Criança, que consagra a
e a reconfiguração do Estado, mais consciente da sua responsabilidade dos Estados e da sociedade no futu-
responsabilidade face aos problemas sociais e com ro das crianças e jovens, assegurando nomeadamente
novas políticas sociais que se afastam de intervenções o direito da igualdade, à educação e a crescer num
mais tradicionais e assistencialistas. O trabalho social ambiente de afeto e segurança; e a Convenção dos
passa a ser mais do que apoiar os cidadãos com recur- Direitos da Criança, que completa a Declaração dos
sos materiais para passar a promover a autonomia, o Direitos da Criança, reforçando a responsabilidade do
empowerment e a emancipação do sujeito, rompendo Estado na proteção de crianças privadas de um ade-
com o assistencialismo, o emergencialismo e a cari- quado ambiente familiar (DÍAZ, 2006).
dade (AZEVEDO e CORREIA, 2013). A exigência dos
sistemas de proteção social é, na verdade, o principal Destacamos, ainda, nos fatores que justificam a
impulsionador da Educação Social enquanto ação psi- expansão da Educação Social, a mudança do conceito
cossocial e educativa. de educação. Com efeito, a educação deixa de ser en-
carada como património exclusivo da escola e passa a
Foi no final da Segunda Guerra Mundial que sur- ser entendida como um processo contínuo, de apren-
giu o ideal de vida em sociedade, mediante a defini- dizagem ao longo da vida, aproximando-se da dimen-
ção de regras de convivência reguladas por um Estado são social e assumindo novas funções. Paralelamente
protetor que assegurasse a ordem pública e estivesse aos sistemas formais de ensino-aprendizagem, são

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reconhecidos e definidos os contextos de educação várias instituições públicas e privadas de ensino su-
não-formal e informal, enquanto âmbitos essenciais perior. A formação superior permite uma preparação
do desenvolvimento humano e da construção da cida- mais aprofundada e integrada dos futuros profissio-
dania. A educação e o desenvolvimento são processos nais, mediante os estágios curriculares que possibi-
que não se esgotam na formalidade da educação, pas- litaram a abertura de novos campos de atuação, a ar-
sando-se a equacionar a diversidade dos contextos ticulação entre teoria e prática e o desenvolvimento
sociais e a forma como o indivíduo se relaciona com o de projetos concebidos localmente (TIMÓTEO, 2013).
meio que o rodeia (SERAPICOS, 2006).
Em suma, num curto espaço de tempo, a educa-
Em Portugal, a investigação na área das ciências ção social deixa de estar associada a uma perspe-
da educação desenvolve-se nas décadas de setenta tiva técnica e recreativa e passa a ser associada a
e oitenta. No âmbito das ciências da educação, en- uma perspetiva de intervenção social e pedagógica
quadrada pela pedagogia social, surge a Educação (TIMÓTEO, 2013). Este é um dos primeiros desafios
Social, nas escolas profissionais, enquanto formação dos educadores sociais portugueses: a confusão e
técnico-profissional, com equivalência ao 12º ano de confronto devido a diferentes categorias profissio-
escolaridade. Os educadores sociais eram entendidos nais e académicas. Atualmente continuam a existir
como meros monitores que acompanhavam crianças técnicos com formação profissional e bacharéis que
e adolescentes, muitas vezes com incapacidades físi- labutam como educadores sociais distintos dos téc-
cas, psíquicas e problemas de comportamento, dina- nicos superiores de educação social com formação
mizando atividades lúdicas e não tendo qualquer tipo ao nível da licenciatura e, por isso, com um enqua-
de formação para a decisão e acompanhamento de dramento profissional distinto.
casos (AZEVEDO, 2011).
Por outro lado, a esta diversidade de categorias
Nas décadas de 1980 e 1990, proliferam os pri- profissionais, podemos acrescentar ainda a diversi-
meiros cursos de nível superior em educação social, dade de perfis de competências e áreas disciplinares
que atribuíam o título de bacharel, com a duração das licenciaturas em Educação Social e áreas afins.
de três anos, iniciados pelas Escolas Superiores de Embora com o Tratado de Bolonha tenha existido
Educação do Porto e de Santarém. A educação so- uma certa uniformização dos cursos, a verdade é que
cial, de nível técnico-profissional e bacharel, tinha este processo não foi acompanhado de uma estraté-
como finalidade desenvolver atividades recreativas gia profissional. De acordo com Canastra (2011, p.
para diferentes tipos de população, utilizando uma 21), não existe um referente mínimo comum às di-
metodologia centrada na animação social e cultural ferentes formações, existindo diferenças “quer em
(AZEVEDO, 2011). A pertinência da Educação Social termos de matriz disciplinar específica, quer no que
foi-se acentuando, cada vez mais, e, em 1996, foi toca ao perfil de saída”. Além disso, surgem outras
homologada a primeira licenciatura em Educação licenciaturas com designações que remetem para a
Social, que perspetiva a atuação perante indivíduos, educação social, como é o caso da licenciatura em
grupos e/ou comunidades, crianças, jovens, adultos Educação Socioprofisisonal ou Educação Social Ge-
e idosos numa perspetiva de prevenção e reabilita- rontológica (CANASTRA, 2011).
ção dos problemas sociais. O educador social passa a
realizar apoio educativo, pedagógico, social e forma- O reconhecimento da identidade profissional dos
tivo a estes públicos no sentido de desenvolver com- educadores sociais portugueses, contudo, não depen-
petências sociais (AZEVEDO, 2011). A partir daqui, de só das dificuldades inerentes à forma como a pro-
são criadas as licenciaturas em Educação Social em fissão evoluiu academicamente, mas também devido

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à ampla diversidade de contextos e populações com Na verdade, os educadores sociais são trabalhadores
os quais interage, pois dificulta a delimitação do seu sociais, na medida em que partilham o mesmo terri-
campo de intervenção. Se na emergência da educação tório de intervenção e os mesmos públicos com es-
social, o educador social apenas lidava com um público tes profissionais, mas o trabalho social desenvolvido
muito específico, o seu domínio de intervenção é muito pelos educadores sociais, embora desenvolvido em
mais abrangente (CAPUL & LEMAY, 2003), uma vez que contextos sociais, é concebido a partir de uma pers-
intervém com populações de todas as faixas etárias, petiva educativa e pedagógica, aproximando-se dos
que vão desde a infância e juventude à adultez e ve- professores/educadores. Um dos desafios dos edu-
lhice; intervém com pessoas e grupos com problemas cadores sociais é, assim, o de definir uma identidade
específicos, como por exemplo toxicodependentes ou profissional que evidencie o compromisso educativo
pessoas que se prostituem; intervém em meio aberto, do seu trabalho social, que supera lógicas de ação as-
como sucede na intervenção comunitária e com sem sistencialistas e se centra em lógicas que perspetivem
abrigo, em meio semi-aberto, como é o caso dos cen- a capacitação dos sujeitos e o seu desenvolvimento.
tros de dia, e meio fechado, como os estabelecimentos
prisionais; intervém ao nível da prevenção primária, se- O reconhecimento do estatuto profissional do edu-
cundária e terciária e da inserção social, profissional, cador social passará, inevitavelmente, pela definição
escolar, ao nível da saúde, da cultura, da educação e clara de funções que este profissional desempenha,
formação de adultos, da ocupação de tempos livres; evitando a imprecisão e ambiguidade que carateriza
intervém em contextos como a rua, a escola, a comuni- a sua identidade profissional. Cabe-nos aqui destacar
dade, a família e as instituições. Tudo isto faz com que o que o papel do educador social é fundamentalmente
seu domínio de intervenção “não apresente limites bem pedagógico, recorrendo à sua referência matricial de
definidos” (CAPUL & LEMAY, 2003, p. 7). excelência: a Pedagogia Social, enquanto saber epis-
temologicamente indexado às ciências da educação
Se por um lado, esta polivalência dos contextos de (BAPTISTA, 2001). Este é, na verdade, um outro desa-
trabalho do educador social, a multiplicidade de pa- fio dos educadores sociais portugueses: a clarificação
péis e pluralidade de competências que este pode as- do seu conhecimento epistemológico.
sumir poderiam facilitar a empregabilidade, por outro
lado, dificultam uma definição clara e criteriosa do seu Os educadores sociais têm um saber próprio, pedagó-
campo de ação e funções, não facilitando o processo gico, técnico e humano, que urge implementar cada vez
de construção e afirmação pública da identidade pro- mais nas suas práticas profissionais. A Pedagogia Social
fissional enquanto técnico especializado e, conse- é uma ciência de caráter teórico-prático que se refere à
quentemente, gerando incertezas na contratação. Não socialização do indivíduo (DÍAZ, 2006). Deve, por isso, ser
obstante, a profissionalização dos educadores sociais encarada como uma disciplina científica, a “ciência da
faz-se ainda num movimento de aproximação e demar- educação social”, dirigida a indivíduos e grupos, ao cen-
cação com outros profissionais (BAPTISTA, 2001). trar-se nos problemas humano-sociais e a entendê-los
como suscetíveis de serem tratados a partir de instâncias
Os educadores sociais encontram ainda grandes educativas, na implementação de projetos de intervenção
dificuldades de inserção laboral não pela falta de ter- socioeducativa assentes na investigação-ação (PÉREZ
ritórios de intervenção, mas pela confusão com outros SERRANO, 2009). Contudo, embora a Pedagogia Social
profissionais, cuja profissão está mais consolidada e constitua um ponto fundamental do campo científico da
aceita no universo da ação social, como sucede com educação social, esta disciplina nem sempre aparece for-
os assistentes sociais ou com os animadores socio- malmente contemplada nos planos de estudo dos cursos
culturais e outros de aparente semelhança de títulos. de formação inicial e contínua em educação social.

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A Pedagogia Social e a Educação Social estão A Educação Social tem raízes na antiguidade re-
ligadas num ponto onde confluem a teoria e a mota,
prática. Falar em Educação Social é falar de um
conjunto de ações educativas, que incidem em si- Coincidente com as primeiras preocupações dos seres
humanos por formar-se como indivíduos que vivem
tuações concretas da realidade social, com a fina- num grupo e numa comunidade, para se desenvolve-
lidade de alcançar ou atingir objetivos, previamen- rem como pessoas e participarem na vida comunitária
te pensados, ao contrário da Pedagogia Social, de que formam parte, sem que se estabelecesse – de
que é uma fundamentação filosófica, ou seja, de modo explícito – um tempo para a educação e outro
tempo para a vida. (CARIDE, 2005, p. 117).
teorização normativa.

A pedagogia social é, para os educadores sociais A Pedagogia Social, enquanto campo que estuda
portugueses, mais do que uma simples estratégia e enquadra a educação social, surge na Alemanha,
de intervenção ou disciplina, pois é ela que assegu- em resultado da Revolução Industrial e da crise bélica
ra as bases de uma atuação pedagógica, dando-lhe que se viveu nos inícios do século XX. Estas motiva-
modelos de conhecimento, metodologias e técnicas ram problemas sociais como o desemprego, a proleta-
que permitem aos educadores sociais promoverem rização ou os fluxos migratórios, que exigiram novas
as condições de educabilidade de todas as pessoas, respostas educativas. A expressão Pedagogia Social
em particular das mais vulneráveis. Deste modo, a foi utilizada pela primeira vez por Diesterweg, que
educação social está sustentada numa ciência que também utilizou pela primeira vez o conceito de edu-
a conceptualiza, investiga e sistematiza os conheci- cação social, embora não a tenha voltado a utilizar e
mentos a ela associados (DÍAZ, 2006). As interven- que, por isso, pode ter-se tratado de um uso casual.
ções dos educadores sociais só serão eficientes se
existirem teorias e modelos que sustentem a ação. A No entanto, o autor mais importante desta primei-
pedagogia social cumpre todos estes requisitos. Se- ra etapa da Pedagogia Social foi Natorp, que defendia
gundo Caride (2005), estamos face a uma ciência em a ideia de que o homem só existe na comunidade que
(re)construção, atendendo às realidades sociocultu- o envolve, que, por sua vez, lhe permite o progresso.
rais e econômicas em que inscreve as suas atuações, Natorp (2001, p. 34) coloca ênfase no ser humano
com um objeto, um método e fontes próprias, que enquanto ser social, uma vez que “o homem, no que
intervém para transformar a realidade, promovendo respeita a tudo o que faz dele um homem, não se apre-
políticas socioeducativas que têm nos direitos hu- senta no início como indivíduo particular para entrar
manos um pilar orientador. depois com outros numa comunidade, uma vez que,
sem esta comunidade, não é de nenhum modo ho-
A identidade profissional dos educadores sociais mem”. Por este motivo, a pedagogia só fazia sentido
portugueses depende, também, de uma definição se fosse social.
clara do seu conceito, uma vez que não há uma for-
ma unívoca de entender a educação social. A edu- Com a Primeira Guerra Mundial, surgem pro-
cação social está associada a um espaço e tempo blemas como o desemprego, delinquência, falta de
concreto e ao contexto social e às políticas domi- proteção social, sobretudo da infância e juventude,
nantes. Por este motivo, a educação social efetiva- que motivam o surgimento de uma pedagogia social
-se em todos os contextos nos quais se desenvolve a relacionada com a política. Nohl concebe a pedago-
vida do sujeito. Na verdade, a própria educação e o gia social a partir de uma perspetiva preventiva e de
desenvolvimento são processos que decorrem desde desenvolvimento das suas capacidades. A Pedagogia
o nascimento até à morte. Social foi, ainda, utilizada como propaganda política,

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aquando o nacional-socialismo de Hitler. Por fim, sur- que vivem “à margem” da sociedade, esquecendo ou-
ge a pedagogia social crítica que parte de uma situa- tros campos na área da educação social, como a pro-
ção concreta, analisando-a e refletindo sobre ela no moção da qualidade de vida e a adoção de estratégias
sentido de a transformar. Esta perspetiva da Pedago- de prevenção dos desequilíbrios sociais (DÍAZ, 2006).
gia Social entende-a como sendo relacional, unindo a
teoria à prática, que se influenciam mutuamente ao Importa aqui reforçar que a Pedagogia Social per-
ponto de se transformarem dialeticamente. A pedago- mite aos educadores sociais encontrar novas respos-
gia social crítica pretende, deste modo, a emancipa- tas educativas perante os desafios que surgem na so-
ção humana (DÍAZ, 2006). ciedade atual, uma vez que tem por objeto de estudo
formal e abstrato a educação social dos indivíduos,
A dificuldade em definir o conceito de educação que deve ajudar a formar e a integrar na sociedade
social é reforçada pela evolução da Pedagogia Social, (CARIDE & TRILLO, 2010). É esta matriz de referên-
que descrevemos de modo sintético, e que motiva o cia que especifica a Educação Social, conferindo-lhe
aparecimento de duas tradições históricas na Edu- uma relação de proximidade com os indivíduos que se
cação Social (CABANAS, 1998). De acordo com uma reveste como mais do que um recurso técnico: é a pró-
das perspetivas, a educação social é entendida como pria especificidade da profissão.
“formação para a socialização”, na qual se pretende
inserir o indivíduo na comunidade e ensinar-lhe as re- Portanto, se os educadores sociais pretendem
gras de convivência, educando-o como “naturalmente constituir uma identidade profissional distinta de
destinado a viver em sociedade” (AMADO, 1920 apud outros profissionais deverão recorrer mais frequente-
CABANAS, 1998, p. 74). mente às funções educativas da sua profissão. Com
efeito, é o compromisso educativo da Educação So-
Nesse sentido, a educação social é um processo de cial que possibilita aos sujeitos serem protagonistas
transmissão de valores educativos, de normas e valo- do seu próprio desenvolvimento, partindo dos seus
res necessários para a ordem social (PETRUS, 1998). saberes e de uma participação consciencializada. A
Esta perspetiva aproxima a educação social de uma participação é, talvez, o conceito mais importante do
didática do social, como uma ciência da intervenção trabalho social e educativo deste profissional, pois é
face aos problemas sociais, de prevenção e controlo mediante esta que o sujeito se integra no seu meio so-
social face ao desvio social. Numa outra perspetiva, cial, com capacidade crítica para o melhorar e trans-
entende-se a Educação Social como um trabalho so- formar (TIMÓTEO, 2013).
cial e educativo, numa visão mais ampla quer de pre-
venção quer de ressocialização, tendo por base uma A educação social é entendida como uma progressi-
lógica interdisciplinar. va e contínua configuração do indivíduo para alcançar o
seu desenvolvimento e autonomia pessoal e conseguir
Assim, a educação social constitui-se como uma a participação na sociedade (ORTEGA, 1999). Retoma-
ação profissional qualificada, próxima da inadaptação mos aqui a Declaração de Barcelona, de 2003, na qual
social (PETRUS, 1998). Convém salientar, no entanto, se proclama que o educador social é um profissional
que enquanto a primeira perspetiva da educação social, reflexivo que age a partir da ideia que que a finalidade
ao focar-se apenas nos resultados e na lógica de “tra- da ação educativa é a capacitação dos sujeitos para a
tamento” dos problemas sociais, ignora os processos, vida social, a partir da participação social ativa (AIE-
inibindo a reflexão e o questionamento (DÍAZ, 2006), a JI, 2003). Neste sentido, todos os sujeitos “devem ter a
segunda visão estabelece uma aproximação excessiva oportunidade de exercer o direito e a responsabilidade
entre educação social e intervenção junto de sujeitos de participar nos assuntos da comunidade em que vi-

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vem, envolvendo-se ativamente na resolução dos seus forma a adaptar o seu trabalho à realidade que encon-
próprios problemas” (CARVALHO & BAPTISTA, 2004, p. tra (VEIGA e CORREIA, 2009). A formação permanente
53). A participação surge, com efeito, como uma con- é, de facto, essencial para o educador social, pois é por
dição e um resultado do desenvolvimento social, no meio dela que o profissional vai incorporando novos
pressuposto de que é voluntária, responsável e traduzí- saberes e posturas para se adaptar a novos desafios e
vel num contributo, de concordância ou discordância, realidades. Pós-graduações especializadas, mestrados
relativamente aos processos de desenvolvimento da e doutoramentos são desafios para os profissionais, de
comunidade (DELGADO, 2006). forma a prepará-los para adquirir novas competências,
implicando-os pela construção do seu próprio saber
No que respeita à formação dos educadores sociais, mediante a reflexão sobre as suas próprias práticas
podemos encontrar um outro desafio para o processo (RAMOS, 2006). No entanto, em Portugal, verifica-se
de profissionalização do educador social. Pela exigên- ainda um reduzido investimento dos profissionais da
cia da sua missão, o exercício profissional da Educação Educação Social na formação pós-graduada.
Social requer dos seus profissionais uma formação ri-
gorosa, tanto inicial como contínua. A educação social Talvez por este motivo verifica-se ainda um redu-
resulta de uma pluralidade de saberes que procuram zido associativismo socioprofissional. As associações
responder às diversas problemáticas sociais. Esta for- profissionais são fundamentais para a construção da
mação deve ser capaz de conferir ao educador social identidade profissional de qualquer profissão. Em
competências de saber, saber ser, estar e fazer que o primeiro lugar, porque possibilitam a reflexão so-
tornem capaz de agir pedagogicamente e, por isso, de- bre os valores, princípios e padrões de desempenho
ve-se basear numa forte preparação para a carateriza- que sustentam o “ethos” profissional. Também, por-
ção das realidades sociais, para a conceção de projetos que constituem-se como elementos agregadores da
socioeducativos, para o trabalho interdisciplinar e para comunidade profissional, estruturando as práticas
a intervenção em contextos variados. Esta polivalência e credibilizando a atividade profissional. O ethos da
de saberes reflete-se no perfil profissional dos educa- educação social precisa ser mais valorizado, conhe-
dores sociais, na medida em que lhes permite assumir cido e reconhecido. O reconhecimento social é, de
diversas funções e papéis. facto, decisivo para a valorização de uma profissão
(SERAPICOS, 2006). Por outro lado, pertencer a uma
Os curriculos dos vários cursos de educação social associação profissional é participar nos processos
devem procurar aliar a formação científica e prática à de afirmação da identidade profissional, mediante a
formação pessoal da pessoa que é o educador social organização num coletivo profissional coeso, o que
(VEIGA e CORREIA, 2009), privilegiando metodologias se reflete em melhores oportunidades de emprego,
de ensino-aprendizagem que apelem a uma participa- maior estabilidade no trabalho, justas remunerações,
ção ativa dos futuros profissionais na construção de acesso a cargos hierarquicamente superiores, na
uma postura profissional interventora e reflexiva, ca- criação e organização de espaços de investigação, no
paz de mobilizar os conhecimentos necessários para apoio profissional, na aproximação a outras entidades
observar e intervir na realidade social, selecionando nacionais e internacionais, na divulgação do perfil e
objetivos, estratégias e métodos de intervenção de estatuto profissional do educador social (ASSOCIA-
acordo com os contextos e sujeitos, capaz de produzir ÇÃO DOS PROFISSIONAIS TÉCNICOS SUPERIORES
conhecimento científico. DE EDUCAÇÃO SOCIAL,s/d).

No entanto, a rápida obsolência dos saberes exige As associações profissionais têm um papel decisi-
a qualquer profissional uma atualização constante, de vo nas questões da ética e da deontologia profissio-

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nal, que deverão constituir uma preocupação central (TIMÓTEO, 2013). Isto exige uma estratégia criativa e
para os educadores sociais e suas entidades represen- inovadora da educação social (SERAPICOS, 2006).
tativas. A ética é um dos eixos estruturantes do perfil
profissional. De acordo com a Declaração de Barcelo- Uma educação social que se assume transforma-
na (2003), a ética é um “elemento central da prática dora das realidades sociais, deverá ela própria ser
profissional”, pois uniformiza decisões, possibilita o transformativa, capaz de ir se adaptando às diversas
questionamento das linhas de atuação profissional. reconfigurações sociais (TIMÓTEO, 2013). Reforça-
O código deontológico é a expressão dos princípios e mos que os educadores sociais, por possuírem um
valores que ajudam a regular comportamentos profis- saber tão abrangente, encontram-se numa situação
sionais. A credibilidade externa, o reconhecimento da privilegiada para (re)definirem os mapas sociais e
educação social e a criação de um órgão representa- educativas das comunidades.
tivo e regulador da profissão (a Ordem Profissional)
dependem muito da capacidade ética, deontológica e Esta realidade sublinha a importância de iden-
associativa dos profissionais. tificar, com clareza científica, as problemáticas, as
áreas e os âmbitos de intervenção socioeducativa,
A configuração da educação social não pode, ainda, os seus pressupostos e valores. A Educação Social
estar desligada das caraterísticas da sociedade atual, reclama espaços e práticas profissionais próprios, no
marcada pela imprevisibilidade e complexidade, por âmbito das equipas com quem trabalha, nos quais o
uma transformação dos valores e ideais. Numa época de educador social desenvolve as suas competências
crise social generalizada, onde os mecanismos de prote- e funções segundo princípios como a dignidade da
ção social deixaram de ser suficientes para diminuir as pessoa e a sua participação voluntária e responsá-
desigualdades e outros problemas sociais, a pertinência vel no seu processo de desenvolvimento. Trata-se,
da educação social surge necessariamente reforçada, o no fundo, de garantir, ou reconhecer, que o trabalho
que apela a novas responsabilidades e desafios profis- de mediação cultural se encontra inelutavelmente
sionais. Nomeadamente, a realização de ações de sen- associado a uma dimensão ética, que interroga in-
sibilização, petições e outras propostas reivindicativas cessantemente o sentido da liberdade e da justiça
junto de decisores políticos, alertando-os para os pro- (DELGADO e CARDOSO, 2010).
blemas desta profissão (AZEVEDO, 2011).
Por fim, destacamos como um último desafio
A educação social deve ser capaz de acompanhar para a educação social em Portugal, a reduzida
as políticas sociais (DÍAZ, 2006), participando per- investigação e produção de publicações que deem
manentemente na negociação do contrato social. Por visibilidade ao trabalho realizado. A produção de
este motivo, um outro desafio apresentado aos edu- conhecimento é fundamental para a afirmação de
cadores sociais diz respeito à necessidade de revestir qualquer profissão. Os educadores sociais terão
a educação social de algum ativismo, aproximando-se de criar conhecimento que torne visível a matriz
mais das pessoas e das suas necessidades, potencia- teórica em que se inscreve a sua praxis profissio-
lidades e problemas. Atualmente, a ação social e edu- nal. Dada a sua intervenção em contextos sociais
cativa é caraterizada pela concessão de regalias so- diversificados, os educadores sociais precisam de
ciais em troca de contrapartidas nas quais os sujeitos divulgar as suas experiências e boas práticas. Além
não têm qualquer decisão. A isto acresce uma certa disso, acreditamos que a escrita favorece a cons-
pressão social para a regulação e fiscalização, tornan- ciencialização profissional, numa atitude crítica e
do os profissionais em “inspetores sociais” que não reflexiva das práticas dos profissionais, norteada
encontram espaço para a capacitação dos indivíduos por um forte compromisso ético.

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Estes são desafios que se colocam à Educação So- CABANAS, J. Antecedentes históricos de la Educaci-
cial em Portugal. Todavia, importa destacar o desem- ón Social. In: PETRUS, A. (coord.). Pedagogía Social.
penho profissional dos educadores sociais, capazes Barcelona: Ariel. 1998, p.67-91.
de desbravar um espaço de afirmação profissional. É
no terreno, no quotidiano profissional que podemos CANASTRA, F. A emergência da profissão do Educa-
acompanhar os processos de reconfiguração de uma dor Social: uma aproximação a partir dos processos
profissão. É nas instituições, nos seus projetos sócio- de profissionalização. Revista de Ciências de Edu-
-pedagógicos que estes profissionais desenvolvem e cação. 24.17-32. 2011. Disponível em: <http://www.
mostram as suas competências e, assim, reconfigu- am.unisal.br/pos/Stricto-Educacao/revista_ciencia/
ram as suas práticas de intervenção (TIMÓTEO, 2013). EDUCACAO_24.pdf>. Acesso em: 01/04/2014
A afirmação dos educadores sociais tem vindo a ser
construída, em grande parte, a partir das práticas dos CAPUL, M. LEMAY, M. Da Educação à Intervenção
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1. Técnica Superior de Educação Social, Membro executivo da Associação


dos Profissionais Técnicos Superiores de Educação Social (APTSES). E-mail:
geral@aptses.pt
2. Técnica Superior de Educação Social, Docente na Escola Superior de Edu-
cação do Instituto Politécnico do Porto. E-mail: teresamartins@ese.ipp.pt
3. Técnica Superior de Educação Social, Docente na Universidade Portuca-
lense Infante D. Henrique, Docente na Escola Superior de Educação de Fafe,
Presidente da Associação dos Profissionais Técnicos Superiores de Educação
Recebido: 31 de Maio de 2014 Social (APTSES). E-mail: sazevedo@uportu.pt
Avaliado: 7 de Agosto de 2014 4. Coordenador e Docente no 1.º ciclo de estudos em Educação Social na
Aceito: 13 de Agosto de 2014 Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. E-mail:
pdelgado@ese.ipp.pt

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