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C ENTRO DE T ECNOLOGIA
P ROGRAMA DE P ÓS -G RADUAÇÃO EM E NGENHARIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
M ECATRÔNICA
Aos meus pais, Paulo Alves e Maria Miriam (in memorian), por todo amor, dedicação e
esforço para que seus filhos tivessem a oportunidade de alcançar seus objetivos.
Aos amigos do Edifício Delos, Tarcísio, Arthur, Kleber, Miguel, Bruno, Marcus e Victor,
por todas as conversas e pelo apoio nos momentos longe da família.
À minha namorada, Angelica, por todo carinho e paciência, e por acreditar em mim em
momentos em que desacreditei.
Ao meu orientador, professor Samaherni, por toda orientação, paciência e atenção, e por
colaborar com minha visão enquanto pesquisador.
Ao meu co-orientador, professor Kurios, sou grato pela disponibilidade e pela colaboração
durante minha trajetória acadêmica.
Albert Einstein
Resumo
Since the launch of Sputnik I in 1957, the satellite industry has experienced great te-
chnological advances. Initially, the resources for satellite missions were concentrated on
large commercial entities and government organizations. However, by offering a low-cost
solution with shorter development time, the CubeSat standard allowed several instituti-
ons and organizations to be able to develop missions with nanosatellites. In Brazil, the
Northeast Regional Center (CRN) of the National Institute of Space Research (INPE)
has developed, along with the Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN), the
CONASAT project with the objective of developing a constellation of nanosatellites to
the Brazilian Environmental Data Collection System (SBCDA). Currently, it has been
developed the CubeSat called CONASAT-0 (first of the constellation), which needs the
implementation of an on-board control system capable of meeting requirements of the
CONASAT project. In this context, this work presents the first version of the on-board
control system for CONASAT-0. Moreover, in this dissertation are presented the tests
performed with the developed system and the results obtained. Finally, propositions for
future works are presented.
Sumário i
Lista de Tabelas v
1 Introdução 1
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Organização do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 Fundamentação Teórica 10
2.1 Revisão sobre Pequenos Satélites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1.1 A Indústria de Pequenos Satélites . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1.2 Desafios no Projeto de Pequenos Satélites . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 CubeSats: Uma Visão Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.1 CubeSats no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.2 CubeSats no Ambiente Espacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3 Computadores de Bordo em Pequenos Satélites . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3.1 Arquitetura de Processamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.2 Técnicas de Tolerância a Falhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
i
3 Projeto e Desenvolvimento do Sistema 24
3.1 O CONASAT-0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.1 Subsistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.1.2 Computador de Bordo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1.3 Carga Útil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2 Ambiente de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2.1 Plataforma de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.2.2 Framework para Software de Voo . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3 Sistema de Controle de Bordo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3.1 Modos de Operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3.2 Aplicações Principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.3.3 Aplicações de Modos de Operação . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4 Experimentos e Resultados 40
4.1 Testes dos Subsistemas de Energia e Comunicação . . . . . . . . . . . . 41
4.2 Teste das Aplicações HK-APP e TTEC-APP . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.3 Teste da MODE-APP e de Modos de Operação . . . . . . . . . . . . . . 48
4.4 Produção Intelectual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Referências bibliográficas 57
iii
4.9 Teste MODE-APP e modos de operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.10 Lista de processos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Lista de Tabelas
v
Lista de Símbolos e Abreviaturas
I2 C: Inter-Integrated Circuit
vi
SDRAM: Synchronous Dynamic Random-Access Memory
Introdução
O período histórico entre os anos de 1957 e 1975 ficou conhecido mundialmente como
Corrida Espacial. Em linhas gerais, essa corrida representou uma disputa tecnológica,
econômica e política entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúbli-
cas Socialistas Soviéticas (URSS) em busca da exploração espacial e, eventualmente, do
conhecimento capaz de lançar o homem à Lua.
O marco inicial desse período foi o lançamento do primeiro satélite artificial do mundo,
o Sputnik I, pela União Soviética. A resposta americana veio no ano seguinte, em 31 de
janeiro de 1958, com o lançamento do satélite Explorer I e a corrida pela conquista do es-
paço perdurou por cerca de 18 anos, quando, em 1975, as duas superpotências realizaram
em conjunto o projeto Apollo-Soyuz.
O primeiro satélite artificial operado pelo Brasil foi lançado em 8 de fevereiro de 1985
e recebeu o nome de Brasilsat A1. Ele foi construído por uma empresa canadense e tornou
possível a independência no setor de telecomunicações do nosso país. Com o passar dos
anos, outros satélites operados pelo Brasil foram colocados em órbita e, paralelamente,
foram obtidos o conhecimento e a tecnologia necessária para que fossem construídos
objetos desse tipo em território nacional (de Melo & Winter 2007).
Nos anos de 1993 e 1998, foram lançados os Satélites de Coleta de Dados, SCD-1
e SCD-2, respectivamente. Ambos foram produzidos pelo Instituto Nacional de Pesqui-
sas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, e representaram as bases para o desen-
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 2
• Subsistema estrutural;
• Subsistema de energia elétrica (EPS, do inglês, Electrical Power System);
• Subsistema de determinação e controle de atitude (ADCS, do inglês, Attitude and
Determination Control System);
• Subsistema de telemetria e telecomando (TT&C, do inglês, Telemetry, Tracking &
Command);
• Subsistema de controle de bordo;
• Carga útil.
1.1 Objetivos
1.2 Contribuições
Este trabalho visa contribuir com o projeto CONASAT por meio da elaboração de um
sistema de controle de bordo para o CubeSat em desenvolvimento. Ademais, procura-
se auxiliar na continuidade do projeto, de modo a fomentar o interesse pelo estudo da
engenharia espacial por parte de pesquisadores e estudantes da UFRN em parceria com
o INPE/CRN. Espera-se, ainda, colaborar com o atual cenário de desenvolvimento de
nanossatélites, em especial no Brasil, através dos resultados da pesquisa.
1.3 Metodologia
Revisão Bibliográfica
Verificação dos
Subsistemas
Desenvolvimento
do OBC (software)
Elaboração do Texto
1. Revisão bibliográfica: nesta etapa, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre
satélites de pequeno porte, em especial os nanossatélites e o padrão CubeSat. Os
estudos abrangeram os computadores de bordo (OBCs) utilizados em CubeSats e
encontrados na literatura. Além disso, foram buscadas estratégias para medição
de corrente e tensão em nanossatélites, bem como, técnicas de tolerância a falhas
por software. Para isso, foram pesquisados artigos em plataformas como Google
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 8
Scholar e IEEE Xplore Digital Library por meio de palavras-chave, tais como: on-
board computer, CubeSat, OBC, nanosatellite, small satellite, fault tolerance;
2. Testes iniciais com o OBC: após a revisão bibliográfica, foram efetuados testes com
o computador de bordo a ser utilizado no CONASAT. Para isso, foram verificados os
drivers dos periféricos da placa utilizando a plataforma (ver Capítulo 3) localizada
no laboratório do CONASAT no INPE/CRN;
3. Verificação dos subsistemas: nesta etapa, foi verificado o funcionamento dos sub-
sistemas do CONASAT, disponíveis no INPE/CRN, por meio de testes de hardware
e, eventualmente, software;
4. Análise dos testes: após a verificação dos subsistemas, foi realizada uma análise
dos resultados obtidos. Desse modo, buscou-se evitar erros de software e hardware
no desenvolvimento do trabalho;
5. Desenvolvimento do OBC (software): nesta etapa, foram desenvolvidos os softwa-
res responsáveis pelo controle e gerenciamento de dados de alguns dos subsistemas
do nanossatélite. Durante o desenvolvimento, foram considerados os testes efe-
tuados anteriormente, tal como, referências encontradas na literatura. Por fim, os
softwares foram depurados e embarcados no OBC para testes futuros;
6. Testes dos softwares desenvolvidos: por meio dos softwares desenvolvidos, foram
testados os subsistemas do nanossatélite com o intuito de verificar e corrigir possí-
veis erros. Além disso, foi testada a comunicação por radiofrequência entre o Cu-
beSat e um rádio definido por software (SDR, Software Defined Radio) localizado
no INPE/CRN. Para tal, foi utilizado o subsistema de telemetria e telecomando;
7. Elaboração do texto: por fim, foi elaborado o texto de dissertação contendo refe-
rências bibliográficas, descrição detalhada do sistema desenvolvido, apresentação
e análise dos resultados obtidos durante os diversos testes realizados, conclusões e
perspectivas do trabalho.
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 9
Fundamentação Teórica
Neste Capítulo, será apresentada uma revisão sobre pequenos satélites, considerando
suas classificações de acordo com a massa e algumas das suas possíveis aplicações. Em
seguida, serão descritos alguns aspectos da indústria de pequenos satélites e os desafios
no projeto desses objetos.
O Capítulo seguirá com uma visão geral sobre os CubeSats. Serão apresentados al-
guns projetos de CubeSats desenvolvidos no Brasil e os efeitos da exposição desses obje-
tos ao ambiente espacial.
Por fim, será considerada a importância dos computadores de bordo em um Cubesat
e as técnicas de tolerância a falha implementadas com o intuito de reduzir os efeito da
radiação sobre o OBC.
pital intelectual especializado e treinado também passou a ser maior. Esses fatores fizeram
com que apenas grandes entidades comerciais e organizações governamentais possuíssem
recursos para a execução de missões com satélites. Contudo, a expansão tecnológica per-
mitiu o aparecimento de atividades espaciais envolvendo o uso de pequenos satélites, o
que, segundo Palkovitz (2016), representou uma revolução e um desafio aos paradigmas
que dominavam a indústria espacial tradicional.
Segundo Gao, Sweeting, Nakasuka & Worden (2018, p. 1, tradução livre)1 ,
Grande parte dos pequenos satélites são implantados em Órbita Terrestre Baixa (LEO,
do inglês, Low Earth Orbit) (Jakhu & Pelton 2014), que corresponde a uma distância en-
tre 160 km e 2000 km acima da superfície terrestre. Contudo, há a possibilidade de
implantação de constelações de pequenos satélites em outras órbitas, como a geossín-
crona (acompanha a órbita da terra em torno do seu próprio eixo) e a Órbita Terrestre
Média (Jakhu & Pelton 2014).
Embora proporcione grandes benefícios à comunidade científica e, mesmo que indi-
retamente, à população em geral, o crescente número de pequenos satélites implantados
CAPÍTULO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13
em LEO desperta preocupação. Isso ocorre pelo consequente acúmulo de lixo espacial,
o que chama atenção para a possibilidade de ocorrência da chamada síndrome de Kess-
ler (Madry et al. 2018). Essa síndrome, descrita pelo cientista da NASA Donald J. Kessler,
prevê que a colisão em cascata de detritos espaciais causaria explosões e impossibilitaria
atividades espaciais e uso de satélites por gerações (Ratner 2018).
Atualmente, os cientistas têm se empenhado no desenvolvimento de tecnologias ca-
pazes de auxiliar na remoção de detritos espaciais. Deste modo, eles buscam estratégias
que minimizem os efeitos causados pela crescente quantidade de pequenos satélites em
LEO.
Algumas das companhias apresentadas na Tabela 2.2 surgiram como spin-offs de pro-
CAPÍTULO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15
ção 3U e o AESP-14 foi projetado seguindo o modelo 1U. O primeiro levou como carga
útil um transponder para coleta de dados ambientais, além de um experimento de pro-
pulsão de plasma pulsado e um transponder digital para radioamadores. Enquanto isso,
o AESP-14 teve como objetivo a qualificação de engenheiros, pesquisadores e estudantes
no Brasil (CGEE 2018).
Alguns CubeSats têm sido desenvolvidos em diferentes regiões do país. Entre eles, po-
dem ser citados o ITASAT, desenvolvido no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
e o CONASAT, uma parceria entre o INPE/CRN e a UFRN. O ITASAT foi lançado em
2018 e tem como carga útil principal um transponder que recebe e transmite dados am-
bientais coletados por plataformas localizadas na terra (Carrara et al. 2017). Segundo
Carrara et al. (2014), o projeto CONASAT têm sido projetado com o objetivo de cole-
tar dados ambientais provenientes de plataformas remotas terrestres e retransmiti-los ao
centro da missão. Tais plataformas são denominadas Plataformas para Coleta de Dados
Ambientais (PCDs) e fazem parte do SBCDA. Alguns dos dados a serem coletados são:
volume de chuva; temperatura; umidade; poluição do ar; correntes oceânicas e perigos
ambientais.
O ambiente espacial é um lugar perigoso para satélites uma vez que os expõe à radi-
ação eletromagnética, fluxos densos de plasma, espécies altamente reativas e densidades
de gás neutro variável (Anderson & Mitchell 2005).
Em Lumbwe (2013), são descritos alguns dos distúrbios aos quais estão sujeitos os
CubeSats em ambiente espacial. Entre eles, tem-se: arrasto atmosférico e oxigênio atô-
mico; ventos solares e erupções solares; ondas eletromagnéticas em espaço livre; exposi-
ção de componentes semicondutores à radiação e mudanças extremas de temperatura; e,
detritos espaciais.
Os principais efeitos da radiação sobre os componentes eletrônicos dos CubeSats são
CAPÍTULO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20
a Dose Total Ionizante (TID, do inglês, Total Ionizing Dose) e Efeitos de Evento Único
(SEE, do inglês, Single Event Effects). De acordo com LaBel et al. (1996) as principais
fontes de partículas energizadas que causam esses efeitos são: prótons e elétrons presos
nos cinturões de Van Allen; prótons de raio cósmico e íons pesados; e, prótons e íons
pesados provenientes de erupções solares.
O efeito TID é consequência do acúmulo de energia depositada em um material du-
rante um longo período de tempo, o que causa uma degradação dos componentes eletrô-
nicos. São exemplos de defeitos causados por TID: variações na corrente de fuga e tensão
de limiar e falhas funcionais (LaBel et al. 1996).
Quando energia suficiente é depositada em um dispositivo por meio do impacto de
um único íon, diz-se que ocorreu um SEE. Os efeitos desse tipo podem ser divididos em
duas categorias principais: erros permanentes (hard errors) e erros não permanentes (soft
errors). Um exemplo de hard error é o chamado SEL (em inglês, Single Event Latchup),
que envolve elementos parasitas do circuito e pode ser potencialmente destrutivo. Durante
um SEL, a corrente do dispositivo excede os limites especificados e, a fim de corrigir o
problema, é preciso reiniciar a energia do aparelho (LaBel et al. 1996).
O SEU é caracterizado por um pulso transitório ou bitflip, atingindo elementos de
memória como latchs e registradores. A taxa de erro decorrentes de SEU independe da
frequência de clock do circuito (Gadlage et al. 2004). Esse tipo de erro pode ser corrigido
ao reiniciar o dispositivo ou por meio da reescrita de dados (LaBel et al. 1996).
I2 C I2 C
I2 C I2 C I2 C
Hardware
Em nível de hardware, algumas das técnicas de tolerância a falhas utilizadas são: re-
dundância fria (em inglês, cold redundancy); redundância quente (em inglês, hot redun-
dancy); e, redundância de módulo triplo (TMR, do inglês, Triple Modular Redundancy).
A redundância fria é utilizada como forma de aumentar a confiabilidade do sistema.
Para isso, são usados componentes redundantes, inicialmente desligados, que se encon-
tram separados do sistema principal. Ao ser detectada uma falha, o elemento redundante
é ativado e passa a substituir o componente defeituoso (Coit 2001).
Na redundância quente, são utilizados dois dispositivos exatamente iguais, com clocks
sincronizados e efetuando as mesmas operações. Quando os valores de saída no proces-
sador diferem, são detectados erros que podem ser do tipo SEU. Como forma de correção
do erro, o sistema pode reiniciar (Razzaghi 2012).
CAPÍTULO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 23
TMR é uma técnica de tolerância a falhas em que três elementos idênticos são co-
locados no satélite. Eles efetuam as mesmas tarefas de modo simultâneo e um circuito
votador fica encarregado de checar as saídas de cada elemento. Caso a saída de um deles
seja diferente da dos demais, o resultado é considerado como sendo a saída apresentada
pela maioria (Moore 2005).
Software
As técnicas de tolerância a falhas por software podem ser aplicadas em nível de arqui-
tetura e em nível de aplicação.
Um dos métodos aplicados em nível de arquitetura é o desenvolvimento de uma ar-
quitetura modular. Nesse método, o sistema é desenvolvido com uma baixa dependência
entre os módulos, o que aumenta a tolerância a falhas, uma vez que os erros em um único
módulo não se propagam por todo o sistema (Heunis 2014).
Em nível de aplicação, podem ser utilizadas técnicas com uma única versão de soft-
ware e várias versões de software. Nas técnicas com versão única, a tolerância a falha é
aumentada por meio de mecanismos capazes de detectar e isolar o erro, bem como, recu-
perar processos. Por outro lado, as técnicas que fazem uso de várias versões de software
são implementadas através da execução sequencial ou em paralelo de várias versões de
software, de modo a assegurar que a falha em uma das versões não irá causar problemas
em todo o sistema (Heunis 2014).
Capítulo 3
3.1 O CONASAT-0
3.1.1 Subsistemas
Energia
Durante os testes com o OBC, foi utilizada a placa NanoPower P31U da GomSpace.
Projetada com capacidade de gerar de 1 à 30 Watts de potência, essa placa é compatível
com o padrão CubeSat e foi desenvolvida para pequenos satélites de baixo custo. A co-
municação entre o NanoPower e o computador de bordo é realizada através de barramento
I2 C (ISIS 2015).
CAPÍTULO 3. PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 26
Telemetria e Telecomando
O computador de bordo utilizado neste trabalho foi escolhido após análise e compara-
ção entre os OBCs pertencentes ao INPE/CRN. Os dois OBCs disponíveis no laboratório
do projeto CONASAT são o iOBC e o CubeComputerV3. As principais características de
ambos são apresentadas na Tabela 3.1.
OBC
Característica
iOBC CubeComputerV3
ramento I2C, controle do RTC (Real Time Clock), inicialização e utilização dos canais
UART (Universal Asynchronous Receiver/Transmitter), controle do temporizador do Wat-
chdog (Heunis 2014).
Como etapa inicial para escolha do OBC utilizado no desenvolvimento deste traba-
lho, foram realizados experimentos para a verificação do funcionamento do driver I2 C e
de canais UART do CubeComputerV3. Além disso, o FreeRTOS foi “instalado” nesse
OBC e foram executados testes com os recursos do sistema operacional, como criação e
interação entre tasks. No FreeRTOS, as tasks (ou tarefas) são funções implementadas em
linguagem de programação C que funcionam como pequenos programas e executam de
forma independete de outras aplicações do sistema (Barry 2016, FreeRTOS 2019).
Após a realização dos testes, concluiu-se que, dadas as especificidades do FreeRTOS,
a manutenção do sistema poderia se tornar complexa, o que dificultaria o trabalho dos
pesquisadores e estudantes no desenvolvimento do CONASAT-0. Além disso, uma vez
que o BSP do CubeComputerV3 não possui funções específicas para interação com sub-
sistemas, verificou-se que seria necessária a implementação de drivers e bibliotecas para
interação com os subsistemas a serem utilizados. Consequentemente, o tempo de desen-
volvimento do sistema de controle de bordo com o CubeComputerV3 poderia ultrapassar
o estipulado pela equipe do projeto CONASAT. Sendo assim, foi feita uma análise do
iOBC com o intuito de compará-lo ao CubeComputerV3 e, dessa forma, determinar o
OBC utilizado no desenvolvimento do trabalho.
Na Tabela 3.1, observa-se que o iOBC (Figura 3.1) tem uma capacidade de proces-
samento superior ao CubeComputerV3. Além disso, ele oferece suporte aos sistemas
operacionais FreeRTOS e Linux e permite a utilização de cartões SD de até 32 GB para
armazenamento de dados. O sistema operacional Linux tem sido amplamente utilizado
em sistemas embarcados por apresentar portabilidade, vasta documentação, comunidade
ativa de desenvolvedores, suporte a diferentes famílias de processadores, disponibilidade
de drivers para dispositivos e um grande número de softwares existentes. Além disso,
CAPÍTULO 3. PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 29
estudantes têm uma maior familiaridade com esse sistema operacional, o que faz com que
o trabalho com ambientes de desenvolvimento e produção tomem menos esforços quando
comparados a sistemas menos comuns (Razzaghi 2012, Javanainen 2016).
Figura 3.1: Computador de bordo iOBC
Além das características apresentadas na Tabela 3.1, o iOBC possui os seguintes peri-
féricos: 8 canais ADC de 10 bits; 6 canais PWM (Pulse Width Modulation); JTAG (Joint
Test Access Group) para programação e depuração e pinos de entrada e saída para uso ge-
ral (GPIO). O iOBC foi fornecido ao INPE/CRN com um pacote de suporte que contém
drivers para periféricos, sistema operacional FreeRTOS e bibliotecas com funções para
interação com alguns dos subsistemas descritos anteriormente.
Com base nessas informações, o iOBC foi escolhido para o desenvolvimento deste
trabalho. Ademais, no laboratório do projeto CONASAT, há uma plataforma (descrita
adiante) em que o iOBC se encontra acoplado a alguns dos subsistemas descritos anteri-
ormente.
As técnicas de tolerância a falhas por hardware apresentadas no Capítulo 2 não foram
aplicadas ao iOBC, uma vez que ele apresenta apenas um processador e a utilização de
dois computadores de bordo no CONASAT-0 se torna inviável devido às limitações de
espaço disponível no padrão 1U. Contudo, por haver dois slots de cartão SD no iOBC,
CAPÍTULO 3. PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 30
é possível a instalação de sistemas idênticos em dois cartões, que podem ser acoplados
ao iOBC. Desse modo, caso ocorra erro de inicialização do sistema armazenado em um
dos cartões, o outro pode ser utilizado para inicialização. No que se refere às técnicas de
tolerância a falhas por software, foi utilizada uma abordagem de desenvolvimento de uma
arquitetura modular. Os detalhes do sistema serão descritos adiante.
buscam eliminar muitos erros comuns em códigos escritos em C, a linguagem Rust pode
ser uma boa escolha para o desenvolvimento de softwares para nanossatélites. Uma vez
que muitos serviços disponíveis no framework utilizado foram desenvolvidos em Rust, a
primeira versão do sistema de controle de bordo do CONASAT-0 foi desenvolvida com
base nessa linguagem. Sendo assim, buscou-se aproveitar ao máximo as ferramentas e
APIs do framework de modo a tornar o tempo de desenvolvimento do software menor.
Arquitetura
Aplicações de Missão
Serviços
Sistema Operacional
Hardware do OBC
Fonte: Adaptado de (KUBOS 2019b)
Os serviços funcionam como endpoints HTTP que recebem requisições por linguagem
de consulta (GraphQL 2019) e retornam respostas em JSON (JavaScript Object Notation)
(KUBOS 2019b). Desse modo, os programas desenvolvidos por usuários podem se comu-
nicar com os serviços para obter e armazenar informações. Entre esses serviços, tem-se
o serviço de banco de dados de telemetria, o qual pode ser utilizado para inserir e coletar
CAPÍTULO 3. PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 34
dados de um banco de dados leve e rápido (SQLite 2019) que se encontra implementado
no sistema operacional.
serial chamado minicom (Ubuntu 2019). Uma vez estabelecida a comunicação, é feito o
login no sistema com nome de usuário e senha pré-definidos. Em seguida, o usuário pode
utilizar os recursos do Linux embarcado no iOBC.
• Safe: modo de segurança ativado sempre que ocorrer algum problema no satélite;
• Idle: modo de funcionamento padrão;
• Detumbling: modo para atenuar o momento angular do satélite;
• Nominal: modo de operação com todas as funcionalidades ativas (ADCS, carga útil,
etc);
• Payload: modo em que apenas a carga útil permanece ativa;
• ADCS1 : modo de operação apenas do ADCS.
As transições entre os modos de operação são apresentadas na Tabela 3.2. Nessa ta-
bela, TC caracteriza a mudança de estados por meio de telecomandos. Na primeira versão
do sistema de controle de bordo foi testada apenas transições por telecomando. Con-
tudo, o CONASAT-0 deve ser capaz de mudar para o modo Safe automaticamente, caso o
sistema detecte alguma falha ou alguma condição crítica para o sistema, como por exem-
plo, níveis de tensão menores do que o necessário para manter o correto funcionamento
do satélite. Cada modo apresentado na tabela foi implementado como uma aplicação de
missão.
1 Ao longo deste trabalho, o modo de operação será grafado em itálico para evitar confusão com o
subsistema ADCS.
CAPÍTULO 3. PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 37
DE PARA
Safe Idle Detumbling Nominal Payload ADCS
Safe - Tc Tc Tc Tc Tc
Idle Tc - Tc Tc Tc Tc
Detumbling Tc Tc - Tc Tc Tc
Nominal Tc Tc Tc - Tc Tc
Payload Tc Tc Tc Tc - Tc
ADCS Tc Tc Tc Tc Tc -
HK-APP TT&C-APP
DB
MODE-APP
essa aplicação.
A aplicação MODE-APP tem a função de controlar os modos de operação do CONA-
SAT-0. Para isso, ao iniciar, a aplicação limpa os modos anteriormente salvos no banco
de dados e em seguida insere o modo Safe para que o nanossatélite opere nesse modo
assim que é ligado. Após a inicialização, a aplicação passa a verificar a cada 30 segundos
o modo armazenado no banco de dados, o qual pode ser alterado pela TT&C-APP ao
receber telecomando específico. Caso o modo no banco seja diferente do modo atual,
uma função é chamada para que possa ser encerrada a aplicação correspondente ao modo
atual. Em seguida, é iniciada a aplicação correspondente ao modo coletado no banco de
dados. Mais detalhes serão apresentados no próximo Capítulo.
A aplicação TT&C-APP foi desenvolvida para tratar os telecomandos recebidos por
radiofrequência pelo subsistema TT&C. Quando um telecomando válido é recebido, essa
aplicação armazena ou coleta dados do banco de dados e retorna o dado solicitado ou
alguma mensagem de erro ou uma mensagem que indica que um modo de operação foi
salvo no banco. Os possíveis telecomandos e os dados de telemetria retornados podem
ser verificados na Tabela A.2 do Apêndice A.
As aplicações principais foram implementadas com uma estrutura de laço infinito.
Sendo assim, as instruções são executadas repetidamente pelo sistema e podem ser finali-
zada com a utilização de comandos específicos do sistema operacional Linux.
Experimentos e Resultados
Este Capítulo irá apresentar os experimentos executados neste trabalho, bem como
os resultados obtidos. Todos os experimentos foram realizados no laboratório do projeto
CONASAT, localizado no INPE/CRN. Na Figura 4.1, podem ser verificados os disposi-
tivos utilizados durante os testes, bem como as interfaces de comunicação entre cada um
deles.
UHF/VHF
SDR 2U
USB USB/Serial
PC-I PC-II
O PC-I foi utilizado para o envio de telecomando através do SDR e para exibição dos
dados de telemetria recebidos por esse rádio. Para isso, foi utilizado um software especí-
fico fornecido pela ISIS, que permite a configuração das frequências de transmissão UHF
CAPÍTULO 4. EXPERIMENTOS E RESULTADOS 41
e recepção VHF do SDR. Ademais, o software também possibilita o envio das mensagens
de telecomando e a visualização das mensagens de telemetria por meio de uma interface
gráfica. Para comunicação do PC-I com o SDR foi utilizado um cabo USB.
Na Figura 4.1, o 2U corresponde à plataforma de desenvolvimento apresentada no
Capítulo 3. A comunicação do 2U com o SDR acontece por radiofrequência (assim como
quando o nanossatélite está em órbita), de modo que os telecomandos são recebidos na
faixa UHF e as telemetrias são enviadas na faixa VHF. O subsistema responsável por essa
comunicação é o TT&C.
O PC-II foi utilizado para comunicação e interação com o 2U, mais especificamente
com o iOBC. Para isso, foi utilizada a interface USB/Serial oferecida pelo adaptador
citado no Capítulo anterior.
do subsistema. Ao fim do teste, o valor da tensão foi comparado ao valor medido com
um multímetro e verificou-se que ambos correspondiam. O resultado pode ser verificado
na Figura 4.2, que representa as mensagens exibidas no terminal de comunicação com o
iOBC.
Figura 4.2: Teste tensão do sistema
Após a conclusão do teste inicial do TT&C, um outro programa foi criado para que
pudesse ser testado o envio de telecomandos à plataforma de desenvolvimento. Nesse
programa, foi utilizada uma função da API do TT&C encarregada da requisição, via I2 C,
dos dados recebidos pelo TT&C por radiofrequência. Na Figura 4.4, pode ser observado
CAPÍTULO 4. EXPERIMENTOS E RESULTADOS 43
Início
Inicialização
N OK?
S
Espera 5 segundos
Telecomando
N Recebido?
Telecomando S
Telemetria = tensão da bateria
= "101"?
Telecomando S
Telemetria = temperatura da bateria
= "102"?
N
Telemetria = Telecomando Invalido
Envia Telemetria
Finaliza comunicação I2 C
Fim
CAPÍTULO 4. EXPERIMENTOS E RESULTADOS 45
Os testes dos subsistemas EPS e TT&C serviram como base para implementação, em
Rust, das aplicações de missão da primeira versão do sistema de controle de bordo. A
aplicação HK-APP foi a primeira a ser implementada e o seu funcionamento foi verifi-
cado a partir da análise do banco de dados. Uma vez que o sistema operacional se en-
CAPÍTULO 4. EXPERIMENTOS E RESULTADOS 46
Após esse teste, o código da aplicação TT&C foi alterado para transmitir, como te-
lemetria, um conjunto de trinta dados por telecomando recebido, ao invés de apenas um
CAPÍTULO 4. EXPERIMENTOS E RESULTADOS 48
dado por telecomando. Assim, foi realizado um experimento onde as aplicações HK-
APP e TT&C-APP foram executadas de maneira concorrente. Durante o experimento,
foram requisitados os dados de corrente e tensão da bateria a cada trinta minutos. Dada
a alteração no código da aplicação TT&C e uma vez que a aplicação HK-APP foi confi-
gurada para armazenar dados no banco a cada minuto, as telemetrias recebidas no SDR
correspondem às informações armazenadas no banco nos trinta minutos anteriores a cada
requisição por telecomando. O tempo total do experimento foi quatro horas e trinta mi-
nutos e, ao final, verificou-se que a corrente na bateria apresentou um valor médio de 72
mA e a tensão teve um decaimento aproximado de 1 mV por minuto. Na Figura 4.8, po-
dem ser visualizados alguns dos conjuntos de dados obtidos em instantes diferentes, bem
como o parâmetro correspondente (tensão ou corrente).
Embora neste trabalho tenha sido desenvolvida uma estrutura base para o sistema de
controle de bordo do CONASAT-0, ainda precisam ser realizados testes, atualizações e
melhoramentos nos softwares que compõem o controle de bordo. Assim, busca-se a ob-
tenção de um sistema cada vez mais robusto e tolerante a falhas acarretadas pelos efeitos
da radiação nos componentes eletrônicos do satélite em órbita. Desse modo, como pro-
posições futuras, tem-se:
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Apêndice A
cada telecomando enviado. Caso seja enviada uma mensagem de telecomando iniciada
com “MODE” e que não se encontra na tabela, o satélite se encarrega de transmitir a te-
lemetria “Modo Invalido”. A telemetria “Telecomando Invalido” é transmitida quando o
telecomando recebido pelo TT&C é diferente de qualquer valor da tabela e, ao receber
o telecomando “GETM”, a aplicação TT&C-APP retorna o modo de operação atual do
nanossatélite. Os possíveis modos de operação podem ser alterados por telecomando, da
seguinte maneira: