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Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Giovani Renato Zonta
Z87m
Zonta, Giovani Renato
Mecânica dos fluidos. / Giovani Renato Zonta. – Indaial:
UNIASSELVI, 2019.
246 p.; il.
ISBN 978-85-515-0371-3
1. Mecânica dos fluidos. – Brasil. II. Centro Universitário
Leonardo Da Vinci.
CDD 532
Impresso por:
Apresentação
A Mecânica dos Fluidos é uma das disciplinas do ciclo básico para
qualquer curso de Engenharia. Os temas envolvidos nesta área de estudo
são de grande importância e com diversas aplicações industriais, residen-
ciais, biológicas e ambientais, principalmente em sistemas estáticos (fluidos
em repouso) e dinâmicos (escoamentos). Atualmente, a pesquisa científica na
área da Mecânica dos Fluidos é muito difundida em praticamente todas as
universidades. Entretanto, esta disciplina encontra certo grau de resistência
por parte dos acadêmicos. Esta resistência, em parte, se deve ao fato de que
muitos problemas práticos ou teóricos da mecânica dos fluidos requerem
não apenas um bom conhecimento do assunto, mas certo grau de intuição,
lógica e experiência prática para a compreensão do fenômeno físico e suas
minúcias e particularidades.
Bons estudos!
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E
ESTÁTICA DOS FLUIDOS....................................................................................... 1
VIII
3.4 USO DE CURVAS CARACTERÍSTICAS PARA SELEÇÃO DE BOMBAS
CENTRÍFUGAS.......................................................................................................................... 182
4 EXEMPOS DE APLICAÇÃO......................................................................................................... 183
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................. 199
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................ 200
IX
X
UNIDADE 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS,
VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS
FLUIDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
FLUIDO E CONCEITOS
1 INTRODUÇÃO
A mecânica dos fluidos é a ciência que trata do comportamento de um
fluido em repouso (estática) e em movimento (dinâmica), além de suas interações
com sólidos e outros fluidos. Neste estudo, muitas analogias com a mecânica
tradicional do corpo rígido serão evidenciadas, conforme ilustradas a seguir.
3
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
4
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
2 SISTEMA DE UNIDADES
As grandezas físicas podem ser caracterizadas pelas suas dimensões e as
magnitudes atribuídas às dimensões são chamadas de unidades físicas. Algumas
dimensões básicas, como massa, comprimento, tempo e temperatura, são designa-
das como dimensões primárias ou fundamentais, enquanto outras, como velocida-
de, energia e volume, são expressas em função das dimensões primárias e chama-
das de dimensões secundárias ou dimensões derivadas (ÇENGEL; BOLES, 2013).
5
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
6
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
7
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
8
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
Algumas considerações importantes devem ser ressaltadas com base nas in-
formações da Figura 4. Verifica-se que no SI, as unidades de massa, comprimento e
tempo são quilograma (kg), metro (m) e segundo (s), respectivamente. As unidades
respectivas do sistema inglês são libra-massa (lbm), pé (ft) e segundo (s). Embora no
idioma inglês a palavra libra se traduza por pound, o símbolo lb é a abreviação de libra.
9
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
kJ
3600 s 1
s
3600 kJ
1 kWh 3600 kJ
1h 1 kW 1
Outro exemplo:
Quantidade
Taxa = (1)
tempo
E
IMPORTANT
O fluxo, por sua vez, é definido como a razão entre a taxa e a respectiva
área de transferência (Equação 2).
Taxa
Fluxo = (2)
Área
10
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
NOTA
Quantidade
Taxa =
tempo
Quantidade
50kW =
h dias
24 365
dia ano
kWh
Quantidade = 438000
ano
NOTA
11
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
NOTA
NOTA
12
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
focará apenas a dinâmica dos fluidos, especialmente dos líquidos. Mesmo com
esta abordagem bem específica dentro desta área de concentração, uma boa base
de cálculo e mecânica básica será solicitada.
FONTE: O autor
FONTE: O autor
13
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
FONTE: O autor
14
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
15
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
Superfície livre
Líquido Gás
m
ρ= (3)
V
A massa específica ou densidade é indicada pela letra grega rho e é a razão
entre a massa do fluido e o volume que ele ocupa. A densidade de um fluido
depende da temperatura e pressão. Para os gases, a densidade é inversamente
proporcional à temperatura e diretamente proporcional à pressão. Para os
líquidos, por serem fluidos incompressíveis, a densidade praticamente não se
altera com a influência da pressão. Em relação à temperatura, a densidade dos
líquidos é inversamente proporcional. Entretanto, esta variação de densidade em
função da temperatura é percentualmente pequena e pode ser desconsiderada
em muitas aplicações práticas. Líquidos, portanto, são considerados fluidos de
densidade constante em muitas aplicações.
γ = ρg (4.1)
16
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
γ = ρg
mg
γ=
V
Peso (4.1)
γ=
V
ρ substância
d= (5)
ρ referência
DICAS
Você sabe por que a água tem sua maior densidade na temperatura de 4ºC?
Este fato se deve por características peculiares da substância e pode ser explicado pelo
fenômeno de dilatação anômala da água e pela presença de ligações de hidrogênio na
molécula de água. Vale a pena pesquisar este tópico!
E
IMPORTANT
17
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
NOTA
18
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
Ftangencial
τ= (5)
A
19
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
du vmáxima
=
dy e
da
Área A
N N’ u = V Força F
Velocidade
dβ
y
x M u=0
Perfil de velocidade
FONTE: Çengel e Cimbala (2007, p. 41)
cateto oposto v dt du dt
dâ ≈ tanb= = máxima =
cateto adjacente e dy
20
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
d b du
=
dt dy
d b du
= ∝τ
dt dy
Quanto maior for o coeficiente angular da reta dos dados, maior será o
valor da viscosidade dinâmica do fluido e este valor será constante em função
da tensão de cisalhamento. Estes fluidos são chamados de fluidos newtonianos.
du
τ =m
dy (6)
22
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
deformação. Os fluidos não newtonianos são aqueles que não apresentam esse
tipo de comportamento. Alguns exemplos são ilustrados na Figura 14.
23
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
5 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
1) Um sistema de dois cilindros concêntricos é usado para medir a viscosidade de
um lubrificante. O cilindro menor, com peso igual a 4 N é mergulhado dentro
do cilindro maior e, após um período transiente inicial, cai com velocidade
24
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
Solução:
FONTE: O autor
∑F =
ma
∑F =0
25
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
0
Peso − Ftangencial =
Peso = Ftangencial
Inserindo as definições de tensão de cisalhamento e da Lei de Newton da
viscosidade:
=
du (v
τ m= m máxima
− 0)
dy e
F
τ = tangencial
A
du
= τ=
Peso A m (π DL )
dy
Peso = m
( vmáxima − 0 )
e
( 2 − 0)
=4 m (π ⋅ 0,1⋅ 0, 05)
0, 0005
ì ≅ 0, 06366 Pa ⋅ s
ì ≅ 0, 6366 P
ì ≅ 63, 66 cP
26
TÓPICO 1 | FLUIDO E CONCEITOS
Solução:
FONTE: O autor
∑F =
ma
∑F =0
0
Peso − Ftangencial =
Peso = Ftangencial
27
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
du
= τ=
Peso A m (π DL )
dy
du
Peso = τ A = − m (π 2rL )
dr
NOTA
28
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
29
AUTOATIVIDADE
2mm
2m/s 20 N
30°
30
b) A velocidade máxima que este corpo atinge, considerando que o perfil de
velocidade formado no fluido seja não linear.
c) O laboratório de reologia estabelece um erro percentual máximo de 0,5%
na comparação entre as duas metodologias empregadas no procedimento
experimental e no cálculo para determinação da velocidade do cilindro.
Com base neste critério, você adotaria a simplificação da Lei de Newton da
viscosidade para este caso? Justifique.
FONTE: O autor
15,24 cm
12,7 cm
31
32
UNIDADE 1
TÓPICO 2
VISCOSIDADE DE FLUIDOS
1 INTRODUÇÃO
Duas grandes subcategorias de fluidos não newtonianos são chamadas de
fluidos dependentes do tempo e independentes do tempo. Fluidos independentes
do tempo têm uma viscosidade constante em uma dada tensão de cisalhamento e
esta viscosidade não muda com o tempo. Os três tipos de fluidos independentes
do tempo são os fluidos não newtonianos definidos no Tópico 1:
33
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
NOTA
34
TÓPICO 2 | VISCOSIDADE DE FLUIDOS
Torque= F ⋅ ∆s
Torque
= Ftangencial ⋅ r
= τ A⋅ r
Torque
v
Torque = m máx ⋅ (π DL ) ⋅ r
e
ω ⋅r
Torque = m ⋅ (π 2rL ) ⋅ r
e
m ω r3 π 2 L (8)
Torque =
e
35
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
rad
Pa ⋅ s × × m3 × m
s N
Torque = = Pa ⋅ m3 = 2 ⋅ m3 = Nm = J
m m
Weixo Torque ⋅ ω
= (8)
rad J
W eixo =⋅
J == W
s s
36
TÓPICO 2 | VISCOSIDADE DE FLUIDOS
FONTE: <https://pt.made-in-china.com/co_nanbei-china/image_Rotating-Drum-Viscometer-for-
Testing-Latex-Viscosity_esgegoniy_fjLTcBuwarpH.html>. Acesso em: 31 jul. 2018.
38
TÓPICO 2 | VISCOSIDADE DE FLUIDOS
NOTA
39
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
NOTA
40
TÓPICO 2 | VISCOSIDADE DE FLUIDOS
4 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
1) Peso específico e densidade relativa são duas propriedades comumente
utilizadas nos cálculos da mecânica dos fluidos. Considere um fluido com
densidade igual a 886 kg/m³. Qual é o seu peso específico e sua densidade
relativa (referência à água a 4ºC), respectivamente? Adote g=10m/s² e densidade
da água de referência igual a 1000 kg/m³.
41
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
Solução:
N
γ= 886 kg ⋅10 m =
ρg = 8860
m³ s² m³
ρ fluido 886 kg
=d = = m³ 0,886
ρ referência 1000 kg
m³
Solução:
42
TÓPICO 2 | VISCOSIDADE DE FLUIDOS
m ω r3 π 2 L
Torque =
e
200 ⋅ 2π
m ⋅ ⋅ 0, 075 ⋅ π ⋅ 2 ⋅ 0, 75
3
0,8 = 60
0, 0012
= m 0, 023 Pa ⋅ s ≈ 23 cP
Weixo Torque ⋅ ω
=
200 ⋅ 2π rad
Weixo 0,8 Nm ⋅
=
60 s
= 16, 75 Nm= J= W
Weixo
s s
43
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
44
AUTOATIVIDADE
45
a viscosidade dinâmica da água é 1,31x10-3 kg/ms; o comprimento da correia é
4 m; a espessura da lâmina de água é de 2 mm e a velocidade da correia é de
10 m/s. Adote 1hp = 746W.
60cm
3 Um bloco desliza para baixo em um plano inclinado sobre uma fina película
de óleo lubrificante, conforme ilustrado na figura a seguir. Considerando
um perfil de velocidade linear no filme de fluido, responda o solicitado com
auxílio da Tabela 1 e da Lei de Newton da viscosidade.
46
b) Determine a velocidade de escorregamento do bloco se a massa dele é de 6
kg, a sua superfície de contato com o óleo é de 35 cm², o ângulo θ é de 15º e
o óleo (SAE 30) tem uma espessura de película de 1mm a uma temperatura
de 20ºC.
T,°C 0 20 40 60 80 100
Filme de líquido
de espessura e
Área A de contato
do bloco
θ
FONTE: White (2011, p. 47)
47
48
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, direcionaremos nosso estudo em algumas áreas de maior
aplicação da estática dos fluidos, tais como forças aplicadas pelo fluido em
repouso, definição de pressão do fluido, diferença entre pressão absoluta e
manométrica, pressão em um ponto, dedução matemática da equação geral da
manometria (variação da pressão do fluido com a profundidade), principais
dispositivos para medição de pressão e força de flutuação (empuxo).
49
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
50
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
51
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
FONTE: O autor
0
∑ Felemento infinitesimal =
0
Fsuperficiais + Pesoelemento infinitesimal =
( Px − Px +∆x ) ⋅ ∆y∆z + ( Py − Py +∆y ) ⋅ ∆x∆z + ( Pz − Pz +∆z ) ⋅ ∆x∆y + γ V = 0
52
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
f n +∆n − f n df
lim =
∆n →0 ∆n dn
lim x
( P − Px +∆x ) + lim ( Py − Py +∆y ) + lim ( Pz − Pz +∆z ) + ρ g =
0
∆x →0 ∆x ∆y →0 ∆y ∆z →0 ∆z
∂P ∂P ∂P
− − − + ρg = 0
∂x ∂y ∂z
∇P =− ρ g
Sendo:
∂P
Plano isobárico. = ρ= gx 0
Sem variação de ∂x
pressão. ∂P
= ρ= gz 0
∂z
∂P
= ρgy
∂y
Neste caso:
dP
= −ρ g y
dy
dP = ρ gdy
53
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
P1 = Patm
1
2 P2 = Patm + pgh
dP = ρ gdy
P = P2 y =h
=P P1=y 0
∫ dP = ρ g ∫ dy
ρ gh
P2 − P1 = (10)
NOTA
54
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
55
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
ATENCAO
56
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
=P2 Patmosférica + ρ g h
De acordo com Fox et al. (2018), a área da seção transversal do tubo não
tem efeito sobre a altura diferencial “h”, nem sobre a pressão exercida pelo
fluido. No entanto, recomenda-se que o diâmetro do tubo do manômetro seja
suficientemente grande (maior que 5 mm) para garantir que os efeitos da tensão
superficial e capilaridade não se manifestem e interfiram na leitura da pressão.
Alguns manômetros de tubo em “U” podem ser inclinados para aumentar a
precisão em pequenas variações de pressão.
NOTA
57
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
4 FLUTUAÇÃO E EMPUXO
Sempre que um corpo está flutuando ou completamente submerso em
um fluido, está sujeito a uma força de flutuação (ou força de empuxo) que tende
a empurrá-lo para cima, ajudando a sustentação. A força de flutuação é causada
58
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
Considere uma placa plana submersa, com espessura “h” e área superficial
“A”. Conforme deduzido nos tópicos sobre manometria, a pressão de um fluido
sobre um ponto depende apenas da altura de coluna de fluido sobre ele (Equação
10). Portanto, fazendo um balanço de forças exercidas pelo fluido na área inferior
e superior da placa plana submersa, podemos deduzir a força resultante, que é a
força de flutuação. Note que a pressão executada pelo fluido na área inferior da
placa plana é maior do que a pressão na área superior, pois a altura de coluna de
fluido é maior (h+s).
Fflutuação
= Finf erior − Fsup erior
Fflutuação
= ( PA)inf erior − ( PA)sup erior
F= flutuação
ρ fluido g ( h + s ) ⋅ A − ρ fluido gh ⋅ A
Fflutuação = ρ fluido g h A + ρ fluido g s A − ρ fluido g h A
Sendo Vcorpo = A × s
(11)
Fflutuação = ρ fluido g Vcorpo
59
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
NOTA
Fflutuação = Pesocorpo
ρ fluido gV fluido
= deslocado γ=
corpo Vcorpo ρcorpo gVcorpo
Com a relação da equação 12, podemos analisar três casos (Figura 28):
60
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
Então, para alcançar a flutuação, o volume de fluido que deve ser deslocado
é maior do que o volume do corpo. A razão de densidade é maior que “1”, então,
o corpo flutuante fica completamente submerso e o corpo afunda totalmente.
• Seρcorpo = ρ fluido
Desse modo, para alcançar a flutuação, o volume de fluido que deve ser
deslocado é menor do que o volume do corpo. A razão de densidade é menor que
“1”, então o corpo flutuante sobe para a superfície do fluido e, portanto, flutua.
Neste caso, para calcularmos o percentual do volume do corpo que fica submerso,
basta calcular a razão entre a densidade do corpo e a densidade do fluido.
61
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
5 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
1) O manômetro é o instrumento utilizado na mecânica dos fluidos para se
efetuar a medição da pressão efetiva ou manométrica. Com base no manômetro
ilustrado na figura a seguir, determine a diferença de pressão (ΔP) entre os
pontos A e B. Todos os fluidos estão à temperatura de 20ºC. Assuma g=10m/s².
Dados:
ρBenzeno = 864 kg/m³
ρMercúrio = 13600 kg/m³
ρQuerosene = 785 kg/m³
ρÁgua = 1000 kg/m³
ρAr = 1,2 kg/m³
Solução:
− (1, 2 ⋅10 ⋅ 0, 09 ) =
PB
PA − PB = 9065, 08 Pa
∆PA− B =
62
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
Solução:
PB − PA = 3500 Pa
∆PB − A =
63
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
Solução:
FTração = Pesocorpo
FTração = γ Vcorpo
FTração = 2300 ⋅10 ⋅ 0, 4 ⋅ 0, 4 ⋅ 3
FTração = 11040 N
64
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
Solução:
920 A⋅h
=
1025 A ⋅ ( h + 0,1)
1025
= h 920h + 9200
9200
=h = 0,8762m
(1025 − 920 )
65
UNIDADE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS, VISCOSIDADE E ESTÁTICA DOS FLUIDOS
LEITURA COMPLEMENTAR
66
TÓPICO 3 | ESTÁTICA DOS FLUIDOS
FONTE: MOTT; UNTENER. Applied Fluid Mechanics. 7. ed. Pearson Education Limited, 2015. p. 14-15.
67
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
68
AUTOATIVIDADE
69
DADOS OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE PARA OBTENÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO
DO TRANSDUTOR DE PRESSÃO
h (cmHg) i (mA)
2,8 4,21
18,15 5,78
29,78 6,97
41,31 8,15
76,59 11,76
102,7 14,43
114,9 15,68
136,2 17,86
145,8 18,84
153,6 19,64
70
atmosférico. A válvula B foi então aberta, permitindo que o nível de líquido
no tanque reduzisse lentamente, conforme ilustrado a seguir. Com base nesta
situação, responda:
π D2
Vcilindro = h
4
71
4 Calcule a diferença de pressão entre os pontos “A” e “B” no manômetro
diferencial ilustrado pela figura a seguir. A densidade relativa dos fluidos está
indicada entre parênteses.
72
UNIDADE 2
ESCOAMENTO DE FLUIDOS –
CINEMÁTICA E DINÂMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades que têm o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
LEIS DE CONSERVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Segundo Çengel e Cimbala (2007), define-se cinemática dos fluidos como
a descrição do movimento dos fluidos e sem considerar as forças e momentos
atuantes que causam o movimento. Os diversos conceitos cinemáticos e proprie-
dades fundamentais (como as taxas de translação, de rotação, de deformação
linear e de deformação por cisalhamento), que descrevem as características de
um escoamento de fluidos em uma abordagem matemática e analítica podem ser
consultados nas referências da unidade. Nesta unidade apresentaremos os con-
ceitos mais aplicados da cinemática dos fluidos em escoamentos incompressíveis
em regime permanente.
corrente a montante (1) é igual à massa de fluido que escoa por uma seção de um
tubo de corrente a jusante (2). Podemos definir como o princípio da conservação da
massa do fluido. O balanço de massa em um escoamento em regime permanente
pode ser realizado efetuando as seções de entrada e saída do escoamento.
FONTE: O autor
76
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
E
IMPORTANT
77
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Q1 = Q2
(2)
v1 A1 = v2 A2
( )
Q ou V é a vazão volumétrica do escoamento.
78
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
E
IMPORTANT
Embora não exista uma lei física para o princípio de conservação de vo-
lume, para o escoamento de líquidos em regime permanente, as vazões volu-
métricas de entrada e saída são iguais e permanecem constantes ao longo do
tempo. As vazões mássicas de fluido na entrada e saída de um dispositivo são
iguais quando o regime for permanente. Entretanto, as vazões volumétricas po-
dem ser diferentes no caso de um escoamento de gases devido à densidade dos
gases, que pode variar muito em função da temperatura e pressão. A figura a
seguir ilustra como a vazão volumétrica de um gás na entrada de um compres-
sor é maior do que a vazão volumétrica de saída, apesar da vazão mássica não
se alterar (ÇENGEL; CIMBALA, 2007; FOX; McDONALD; PRITCHARD; MIT-
CHELL, 2018; WHITE, 2011).
79
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
V (3)
QVolumétrica =
∆t
QVolumétrica
= vescoamento ⋅ Área (4)
• m
Q= (5)
∆t
m ρ ⋅V
=Q = = ρQ
∆t ∆t (6)
•
Q Mássica = ρ ⋅ QVolumétrica
Peso
Q peso = (7)
∆t
Peso mg ρVg
Q peso
= = = = γQ
∆t ∆t ∆t (8)
QPeso = γ ⋅ QVolumétrica
81
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
E
IMPORTANT
A energia mecânica é definida como a forma de energia que pode ser convertida
diretamente e completamente em trabalho mecânico por um dispositivo mecânico ideal,
como uma turbina ideal. Energias cinéticas e potenciais são formas comuns de energia
mecânica. A energia térmica, porém, não é uma forma de energia mecânica, uma vez
que não pode ser convertida em trabalho mecânico direta e completamente, conforme
estabelece a 2ª Lei da Termodinâmica (ÇENGEL; BOLES, 2013).
82
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
τ fluido = F * d
τ fluido = Peso * h
τ fluido = m * g * h
τ fluido E=
= potencial mgh
mv 2
Ecinética =
2
F
=P = F P* A
A
τ F * ∆s
d=
dτ P * A * ∆s
=
τ P * ∆V
d=
mv 2
ETOTAL = mgh + + ∫ PdV
2 V
83
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
ETOTAL1 = ETOTAL 2
m1v12 m2 v22
m1 gh1 + + ∫ PdV
1 1 = m2 gh2 + + ∫ P2 dV2
2 V
2 V
m1v12 Pm m v2 P m
m1 gh1 + + 1 1 = m2 gh2 + 2 2 + 2 2
2 ρ1 2 ρ2
v12 P1 v2 P
gh1 + + = gh2 + 2 + 2
2 ρ 2 ρ
84
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
v12 P v2 P
h1 + + 1 =h2 + 2 + 2
2g ρ g 2g ρ g
(9)
v2 P v2 P
h1 + 1 + 1 =h2 + 2 + 2
2g γ 2g γ
E
IMPORTANT
mg mgh E potencial
• =h multiplicando por = =
mg mg Peso
v2 mg mgv 2 mv 2 Ecinética
• = multiplicando por= = =
2g mg 2mg 2 2mg Peso
85
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
P PV PV PV PV E pressão
• = multiplicando por=
V = = = =
γ γ V ρ gV m gV mg Peso
V
v12 P1 v2 P
h1 + + =h2 + 2 + 2
2g γ 2g γ
86
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
E
IMPORTANT
ρ v12 ρ v22
ρ gh1 + + P1 = ρ gh2 + + P2
2 2
m1v12 Pm m2 v22 P2 m2
m1 gh1 + + 1 1
= m2 gh2 + +
2 ρ1 2 ρ2
m1v12 m2 v22
m1 gh1 + + PV
1 1= m2 gh2 + + PV
1 1
2 2
v12 P1 v2 P
gh1 + + = gh2 + 2 + 2
2 ρ1 2 ρ2
P
= hcoluna de fluido
γ fluido
87
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
h ou ρ gh
v2 ρv2
ou
2g 2
P
ou P
γ
v2 P
h+ + =H
2g γ
H1 = H 2 (10)
E
IMPORTANT
88
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
H1 ± H máquina =
H2 (11)
FONTE: O autor
H1 + H BOMBA =
H2
H1 − H TURBINA =
H2
89
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
v12 P1 v22 P2
h
1 + + ± H = h
2 + +
2g γ MÁQUINA
2g γ
ou
P − P v2 − v2
= 2 1 + 2 1 + ( h2 − h1 )
H MÁQUINA
γ 2g
•
W fluido car ga hidráulica de escoamento × QPeso
•
W fluido car ga hidráulica de escoamento × γ fluido × Qvolumétrica
•
W fluido = H fluido × γ fluido × Qvolumétrica (12)
90
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
• •
W=
BOMBA instalada W cedida ao fluido + Perdas
• •
W cedida ao fluido W disponível ou útil
η BOMBA =
= • •
W total da bomba W total
H ⋅Q ⋅γ
Winstalada da bomba = bomba (13)
η
• •
W TURBINA
= instalada W retirada do fluido + Perdas
• •
W cedida a turbina W disponível ou útil
ηTURBINA =
= • •
W total do fluido W total
91
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Wútil da turbina
= H turbina ⋅ Q ⋅ γ ⋅η (14)
E
IMPORTANT
H=
1 H 2 + H perdas
(15)
H perdas
= H1 − H 2
92
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
H1 ± H MÁQUINA =
H 2 + H perdas
v12 P1 v22 P2 (15)
h
1 + + ± H = h
2 + + + H perdas
2g γ MÁQUINA
2g γ
•
W dissipada = H perdas × γ fluido × Qvolumétrica (16)
93
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
94
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
9 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
• Calcule a potência instalada da bomba para operar com eficiência de 80%.
Considere o sistema de recalque de água em regime permanente ilustrado a
seguir. Desconsidere as perdas de carga no sistema.
FONTE: O autor
95
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
FONTE: O autor
96
TÓPICO 1 | LEIS DE CONSERVAÇÃO
ou
97
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Assim, temos:
Como ρ1 = ρ2 = ρ3
99
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Solução:
101
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
102
AUTOATIVIDADE
103
3 Uma torneira aberta despeja água em uma pia de banheiro com vazão
constante de 7,5L/min. A pia possui 3 orifícios (drenos) de descarga que
evitam o transbordamento da água no caso do ralo da pia estar fechado ou
entupido. O diâmetro de cada orifício é de 10mm. Determine a velocidade
média da água em cada orifício se o ralo da pia estiver fechado e o nível de
líquido na pia permanecer constante.
104
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O objetivo, a partir deste tópico de estudo, é desenvolver os conhecimentos
e habilidades que são necessários para projetar e analisar o desempenho
de sistemas de escoamento de líquidos em tubulação com o uso de bombas
centrífugas em aplicações industriais. Você aprenderá a analisar os efeitos da
pressão, vazão e elevação do fluido no comportamento hidráulico. Um conceito
fundamental usado para analisar sistemas de escoamento em tubulações é a
aplicação da equação do princípio de conservação de energia, através da equação
de Bernoulli, que proporciona uma maneira de explicar a relação entre os três
tipos importantes de energias mecânicas de um fluido em escoamento.
106
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
(17)
L v2
hf = fD
DH 2 g (18)
v2
hs = k acessório ⋅ ⋅ (n º de acessórios )
2g (19)
109
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
H perdas = ∑ hs + ∑ h f
(20)
E
IMPORTANT
1 ε 2,51
=−2 ⋅ log D +
f 3, 7 Re⋅ f
110
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
ε
1,11
1 6,9 D
≅ −1,8 ⋅ log +
f Re 3, 7
1 ε 7
0,9
D
≅ −2 ⋅ log +
f 3, 7 Re
1 ε 5, 74
≅ −2 ⋅ log D + 0,9
f 3, 7 Re
Equação de Barr (1972)
1 ε 5,15
≅ −2 ⋅ log D + 0,892
f 3, 7 Re
Equação de Sousa-Cunha-Marques (1999)
ε ε
1 D 5,16 D 5, 09
≅ −2 ⋅ log − ⋅ log +
f 3, 7 Re 3, 7 Re0,87
4A h
DH = com
= ar e 0, 25 ≤ ar ≤ 4
p b
111
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
A linha do número de Reynolds vai interceptar outra linha que deve ser
traçada a partir do ponto do diagrama de Moody relativo ao valor da rugosidade
relativa. É importante notar que a linha traçada a partir do valor de ε/D, no sentido
da direita para esquerda, é uma linha reta até a linha tracejada que divide a região
dos escoamentos turbulentos lisos e rugosos. Após cruzar a linha tracejada,
devemos executar uma suave curva ascendente na linha da rugosidade relativa,
acompanhando o sentido das curvas adjacentes até interceptar a linha vertical a
partir do valor de Reynolds (linha destacada em preto).
112
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
113
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
6 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
• Após uma forte chuva, a água da rua (ρ = 1000 kg/m³ e μ = 0,001
Pa·s) escoa através de um esgoto de drenagem (coletores de água de
temporais) e preenche totalmente um tubo de concreto novo liso de 46cm
de diâmetro. Se a vazão do escoamento de água pelo tubo de concreto é
de 280L/s, calcule:
a) A queda de pressão (P1-P2) para um trecho reto do tubo (ponto 1 para ponto 2
de referência) com comprimento de 30,48m.
μ = 1x10-3 Pa·s
114
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
115
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
FONTE: O autor
116
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
117
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
FONTE: O autor
Solução:
a)
b)
118
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
e)
Sendo que a queda de pressão do escoamento varia linearmente em função do
comprimento da tubulação, a verificação pode ser feita da seguinte maneira:
119
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
120
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
121
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Trecho “L1”:
122
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
Trecho “L2”:
Trecho “L3”:
123
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
E
IMPORTANT
124
TÓPICO 2 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE I
• Dióxido de carbono a 20ºC escoa por uma tubulação a uma vazão em peso de
0,04N/s. Determine qual o diâmetro máximo permitido ao tubo, em polegadas,
para o escoamento do gás ser turbulento (Re ≥ 4000). Adote g=10m/s² e
1”=25,4mm. Propriedades físicas do dióxido de carbono (CO2):
ρ = 1,83 kg/m³
μ = 1,47x10-5 Pa·s
E
IMPORTANT
125
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
LEITURA COMPLEMENTAR
• O fator de atrito é mínimo para um tubo liso (mas ainda não é zero por conta
da condição de não deslizamento do fluido e forças viscosas) e aumenta com
a rugosidade. A equação de Colebrook, no caso, com ε=0 se reduz para a
equação de Prandtl.
• A região de transição do regime laminar para turbulento (2300 < Re < 4000) é
indicada pela área sombreada no diagrama de Moody. O escoamento na região
pode ser laminar ou turbulento, dependendo de distúrbios no escoamento, ou
pode alternar entre laminar e turbulento e, portanto, o fator de atrito também
pode alternar entre os valores de escoamento laminar e turbulento. Os dados no
intervalo são os menos confiáveis. Em pequenas rugosidades relativas, o fator de
atrito aumenta na região de transição e se aproxima do valor para tubos lisos.
127
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existe uma relação entre a perda de carga distribuída com o fator de atrito de
Darcy (fD) e outros parâmetros da tubulação.
• O cálculo do fator de atrito de Darcy (fD) pode ser efetuado com base no uso
do diagrama de Moody ou das equações empíricas, sendo as mais comuns a
equação de Colebrook-White (1939), Churchill (1973) e Haaland (1983).
128
AUTOATIVIDADE
1 Uma tubulação de aço para condução de água é constituída por três trechos
em série:
Trecho 1: D1 = 250mm; L1 = 1000m
Trecho 2: D2 = 200mm; L2 = 1800m
Trecho 3: D3 = 150mm; L3 = 2500m
3 A água de processo utilizada em uma indústria escoa a uma vazão de 56,6 L/s
por um velho e enferrujado tubo com diâmetro interno de 6 in. A rugosidade
relativa do tubo é de 0,01. Os operadores da fábrica sinalizam que a perda de
pressão da água ao longo do comprimento do escoamento é muito alta no
tubo velho. Um engenheiro, então, propõe que se o velho tubo for forrado
em sua superfície interna com uma camada fina e lisa de um determinado
polímero, com rugosidade relativa igual a zero, a queda de pressão ao longo
do comprimento do tubo pode ser reduzida. Contudo, se o tubo for forrado
com a camada de material plástico, o seu diâmetro interno reduzirá para 5
in, conforme ilustra a figura a seguir. O supervisor da fábrica orienta que a
vazão do escoamento não pode mudar com a aplicação da camada lisa de
plástico no tubo e que o projeto só será aceito se o procedimento sugerido
reduzir a queda de pressão para cada 100m de comprimento em, no mínimo,
10%. Com base na situação, avalie:
129
a) A sugestão do engenheiro é verdadeira? A queda de pressão no escoamento
para cada 100m de comprimento de tubo será menor com a aplicação da
camada de plástico liso? Justifique com base nos cálculos.
b) Se confirmada a sugestão do engenheiro, qual a redução percentual na
queda de pressão da tubulação? O projeto será aceito?
130
5 Uma companhia instala um sistema de emergência de proteção contra
fogo que consiste em um poço (fonte de água), uma bomba centrífuga de
alta pressão movida à gasolina e um sistema de tubos para o edifício (vide
esquema a seguir). Se a vazão da água a 21ºC for igual a 8,5L/s e a pressão
de descarga da bomba (P1) for igual a 827kPa, determine:
Joelho
kacessório = 0,9
131
132
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Ao final da unidade, após serem apresentadas as definições de conceitos,
deduções de equações e aplicações práticas, algumas considerações sobre a
dinâmica dos fluidos devem ser relembradas.
FONTE: A autora
134
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
E
IMPORTANT
135
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
FONTE: O autor
137
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
3 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
Nesta seção, exemplos de aplicação dos problemas do tipo I, II e III serão
resolvidos e comentados.
Propriedades do fluido:
T = 15 ºC
ρ = 999,83kg/m³
μ = 0,0011204 Pa·s
Hipóteses simplificadoras:
139
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
140
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
141
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Cotovelo:
142
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
Bocal:
E
IMPORTANT
143
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Podemos analisar também que uma parte das perdas que causa a queda
de pressão no escoamento entre os pontos 1 e 2 é totalmente reversível, não
sendo, efetivamente, “perda”. As perdas de carga reversíveis são aquelas devido
à variação de carga de elevação e à variação da energia cinética, enquanto as
perdas de carga irreversíveis são aquelas devido ao atrito (distribuídas) e aos
acessórios (localizadas). Nos casos, a dissipação da carga do escoamento (energia)
será por calor, impossibilitando a sua recuperação. A queda de pressão total no
escoamento é detalhada a seguir:
144
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
E
IMPORTANT
FIGURA 18 – TURBINA EXTRAI 50CV DE POTÊNCIA DA ÁGUA QUE ESCOA (POTÊNCIA TOTAL)
145
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
ou
(*)
(**)
(***)
146
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
148
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
(*)
149
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
(**)
(***)
(****)
150
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
fD=0,02291
100 = 14,55%
Iteração 1: fD=0,02291
fD=0,02295
100 = 0,37%
Iteração 2: fD=0,02295
151
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
fD=0,022954
100=0,017%
E
IMPORTANT
(*)
153
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
(**)
(***)
(****)
E
IMPORTANT
154
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
(*****)
Com ‘Re’ e ‘ε/D’ no diagrama de Moody (ou com uso de uma equação
empírica para cálculo do fator de atrito), encontramos o fator de atrito:
155
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
Iteração 1: D=0,4965m
Iteração 2: D=0,4972m
156
TÓPICO 3 | DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA – PARTE II
Iteração 3: D=0,4971m
E
IMPORTANT
157
UNIDADE 2 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – CINEMÁTICA E DINÂMICA
E
IMPORTANT
158
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Cada tipo de problema de escoamento de fluidos (tipo I, tipo II e tipo III) possui
particularidades e pode ser necessária a aplicação de métodos iterativos de
cálculo para resolução do problema.
159
AUTOATIVIDADE
FONTE: Adaptado de: FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MITCHELL,
J. W. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 371.
Informações adicionais:
160
A rugosidade do tubo de ferro fundido novo tem rugosidade média de 0,26mm
e dobra o valor após 20 anos de uso.
O tubo vertical tem o mesmo diâmetro do tubo horizontal.
Para a estimativa inicial de fD, admita que o escoamento é completamente
turbulento e rugoso.
Adote como critério de parada no cálculo iterativo uma diferença de
velocidades menor de 2%.
Utilize o conceito de comprimento equivalente para o cálculo da perda de
carga da válvula gaveta:
FONTE: Adaptado de: FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MITCHELL, J. W.
Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 374.
FONTE: Adaptado de: FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MITCHELL, J. W.
Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 376.
161
4 Óleo leve a uma temperatura de 65,5ºC é bombeado através de um tubo de
aço galvanizado com diâmetro de 203,2mm e rugosidade de 0,1524mm ao
longo de 304,8m de comprimento linear de tubo, conforme ilustra a figura a
seguir. A pressão manométrica na saída da bomba (ponto 1) é de 413,7 kPa e
a pressão manométrica de descarga (ponto 2) é nula, pois o tubo está aberto
à pressão atmosférica. O óleo leve tem as seguintes propriedades:
ρ = 870 kg/m³
μ = 0,007917 Pa·s
ν = 9,1·10-6 m²/s
162
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades que têm o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
163
164
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Bombas centrífugas são usadas para transporte de líquidos através
de sistemas de tubulação. As máquinas hidráulicas devem entregar o volume
desejado de fluido enquanto fornecem o total de carga hidráulica necessária para o
fluido escoar em regime permanente. É preciso levar em conta as necessidades de
energia mecânica para o escoamento devido a mudanças de elevação, diferenças
de pressão e variações de velocidade no sistema, além de toda a energia dissipida
devido às perdas de carga por atrito e aos acessórios da tubulação.
165
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
166
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
167
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
168
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
169
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
170
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
• Selecionar uma bomba centrífuga que atenda aos requisitos do sistema com
base nos parâmetros de carga hidráulica necessária e vazão volumétrica
de escoamento. Assim, é possível garantir que a bomba opere próxima de
seu melhor ponto de eficiência (BEP) e evita-se o superdimensionamento da
bomba, fazendo com que ela opere com uma eficiência muito baixa. Sempre que
possível, devemos usar uma bomba mais eficiente para a aplicação e operar a
bomba o mais próximo possível do seu melhor ponto de eficiência (BEP).
• Não operar a bomba com a linha de sucção ‘seca’. A escorva da bomba deve
ser feita inserindo líquido na tubulação de sucção até a bomba. A escorva
elimina o ar existente no interior da bomba e da tubulação de sucção. A
entrada de ar na linha de sucção deve ser evitada com o projeto adequado
das conexões entre a linha de sucção da bomba e o reservatório ou tanque.
E
IMPORTANT
173
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
175
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
O gráfico também ilustra que, para uma carcaça padronizada, quanto maior
o diâmetro de rotor maior é a eficiência máxima da bomba. Entretanto, escolher
a bomba de maior eficiência nem sempre é a melhor opção, pois cada aplicação
exige uma combinação de dois parâmetros hidráulicos (carga hidráulica da bomba
e vazão volumétrica). Se os parâmetros hidráulicos requisitados coincidem com
um determinado diâmetro de rotor de bomba, é válido escolher uma bomba de
menor eficiência para contemplar o requisito hidráulico, pois as bombas com
maior diâmetro de rotor e maior eficiência demandam maior potência instalada,
o que significa um maior consumo de energia e custo de operação.
176
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
E
IMPORTANT
177
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
178
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
179
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
E
IMPORTANT
Se o NPSH disponível
> NPSH requerido
(dado pelo fabricante), a bomba não
cavitará.
E
IMPORTANT
A altura de sucção pode ser negativa (quando o nível de sucção está abaixo da
bomba) ou positiva (quando o nível de sucção está acima da bomba).
181
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
Fabricante:_______________
Modelo:______________
Estágios:_______________
Altura Manométrica Total (Hbomba)_______________(m c.a. ou bar)
Capacidade (Vazão)_______________(m³/h)
Potência instalada:_______________(cv ou kW)
Pressão máxima sem vazão (carga de fechamento):_______________(m c.a. ou bar)
Altura máxima de sucção:_______________(m c.a.)
Diâmetro de sucção recomendado: _______________(pol. ou mm)
Diâmetro de recalque recomendado: _______________(pol. ou mm)
Diâmetro do rotor:_______________(pol. ou mm)
Tipo de rotor:_______________
Eficiência:_______________(%)
NPSH requerido:_______________(m c.a. ou bar)
Tipo de motor elétrico disponível:_______________
Rotação nominal:_______________(RPM)
Frequência:_______________(Hz)
4 EXEMPOS DE APLICAÇÃO
1) Em uma instalação industrial de produção de alimentos, a água do processo
proveniente de um tanque-pulmão aberto sob a pressão atmosférica necessita
ser transferida para um reservatório também aberto sob a pressão atmosférica,
de acordo com o diagrama esquemático a seguir. A bomba deve ter capacidade
de enviar 60m³ de água em um tempo de 1h. Considere que a água do processo
está a uma temperatura média de 55ºC (Pvapor=15763Pa; γ=9832N/m³; μ=0,466
cP). A tubulação de sucção e recalque é de aço inoxidável (ε=0,002mm), sendo
que o diâmetro de sucção é 3” e o diâmetro de recalque é 2”. Para o sistema de
transporte de líquido, faça o dimensionamento hidráulico conforme solicitado
nos itens a seguir:
183
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
FONTE: O autor
184
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
185
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
T = 55°C
Pvapor= 15763Pa
γ = 9832 N/m³
µ = 0,466 cP =0,000466Pa·s
Dados da tubulação:
Dsucção = 3” = 0,0762 m
Drecalque = 2”=0,0508m
ε aço inoxidável = 0,002mm
Bomba centrífuga:
186
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
(
( 2
187
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
188
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
(
( 2
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UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
E
IMPORTANT
ou
190
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
Como NPSH disponível (6,47 m c.a.) é maior do que o NPSH requerido (5m c.a.)
pela bomba, ela não sofrerá cavitação durante a operação, pois a pressão na
linha de sucção ficará acima do valor da pressão de vapor do líquido, na sua
temperatura de operação. A bomba centrífuga terá seu sistema de sucção com
carga hidráulica disponível suficiente para a sucção do líquido.
FONTE: O autor
192
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
193
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
Dados da tubulação:
Bomba centrífuga:
194
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
(
( 2
195
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
196
TÓPICO 1 | SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
(
( 2
197
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
E
IMPORTANT
Como NPSH disponível (12,35 m c.a.) é maior pela bomba, ela não sofrerá
cavitação durante a operação, pois a pressão na linha de sucção ficará acima do
valor da pressão de vapor do líquido, na sua temperatura de operação. A bomba
centrífuga terá seu sistema de sucção com carga hidráulica disponível suficiente
para a sucção do líquido.
198
RESUMO DO TÓPICO 1
199
AUTOATIVIDADE
200
201
202
UNIDADE 3 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A medição do fluxo de escoamento refere-se à capacidade de medir a
velocidade, vazão volumétrica ou vazão mássica de líquidos ou gases. O controle
e a precisão na medição do fluxo de escoamento de um fluido são essenciais para
o controle de processos industriais, controle de consumo de fluidos e cálculos dos
custos associados, avaliação do desempenho de motores, sistemas de refrigeração
e outros processos industriais que empregam fluidos em movimento.
2 CONCEITO
A medição de vazão é uma função importante em qualquer indústria que
emprega fluidos para realizar suas operações. A medição de vazão é empregada
em diversas situações do cotidiano, como quando abastecemos o carro com
gasolina. A bomba do sistema de recalque do posto de combustível inclui um
medidor de vazão para indicar quantos litros de combustível foram abastecidos
no carro para que você pague corretamente pelo volume comprado. A quantidade
de combustível vendida também é registrada pelo posto para controlar o volume
total vendido em um dia. As ações ajudam no gerenciamento da necessidade
de reabastecimento do estoque de combustível no posto. Mott e Untener (2015)
elencam outras situações em que a medição de vazão de fluido é essencialmente
aplicada na Engenharia e na Medicina:
203
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
desempenho do motor pode ser feita medindo a potência do motor (energia por
unidade de tempo) em relação à taxa de combustível utilizada (litros por hora).
A ação está diretamente relacionada à eficiência de combustível medida que é
usada para determinar o consumo do veículo, por exemplo, em quilômetros
percorridos por litro de combustível utilizado.
• Controle de processo industrial: qualquer indústria que usa fluidos em seus
processos deve monitorar o escoamento de fluidos. Por exemplo, bebidas são
misturas de vários constituintes que devem ser precisamente controlados para
haver o sabor que o cliente espera. O monitoramento e o controle contínuo da
vazão de cada constituinte de um sistema de mistura são fundamentais para a
garantia da qualidade dos produtos.
• Tratamento médico: o fluxo de oxigênio, transfusão de sangue ou
medicamento líquido deve ser cuidadosamente monitorado e controlado
para garantir que o paciente receba as dosagens adequadas. Medições
imprecisas podem ser perigosas.
(1)
(2)
207
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
(3)
ou (4)
(5)
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TÓPICO 2 | MEDIÇÃO DE VAZÃO E VELOCIDADE NO ESCOAMENTO DE FLUIDOS
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UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
E
IMPORTANT
Balanço de massa
211
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
(*)
Balanço de energia
(**)
sendo
Vazão teórica
Vazão real
212
TÓPICO 2 | MEDIÇÃO DE VAZÃO E VELOCIDADE NO ESCOAMENTO DE FLUIDOS
Placa Orifício
Válida para 0,25 < β < 0,75 e 104 < Re < 107
Tubo de Venturi
Bocal
Válida para 0,25 < β < 0,75 e 104 < Re < 107
213
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
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TÓPICO 2 | MEDIÇÃO DE VAZÃO E VELOCIDADE NO ESCOAMENTO DE FLUIDOS
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UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
216
TÓPICO 2 | MEDIÇÃO DE VAZÃO E VELOCIDADE NO ESCOAMENTO DE FLUIDOS
217
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
218
TÓPICO 2 | MEDIÇÃO DE VAZÃO E VELOCIDADE NO ESCOAMENTO DE FLUIDOS
E
IMPORTANT
5 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
1 Um medidor do tipo Venturi é equipado com um medidor de pressão
diferencial, conforme ilustrado a seguir. O dispositivo mede a vazão de
água com densidade 999,1kg/m³ através de um tubo horizontal com 5cm de
diâmetro. O diâmetro da garganta do tubo de Venturi é de 3cm e a perda de
220
TÓPICO 2 | MEDIÇÃO DE VAZÃO E VELOCIDADE NO ESCOAMENTO DE FLUIDOS
Sendo
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UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
Sendo
223
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR
225
RESUMO DO TÓPICO 2
226
AUTOATIVIDADE
227
228
UNIDADE 3 TÓPICO 3
ANÁLISE DIMENSIONAL
1 INTRODUÇÃO
A maioria dos problemas que envolvem modelagem matemática na
mecânica dos fluidos exige a obtenção de dados experimentais para o encontro
de uma solução analítica ou computacional que foi proposta pelo modelo. Assim,
devemos planejar criteriosamente os experimentos e interpretar adequadamente
os dados obtidos.
DICAS
230
TÓPICO 3 | ANÁLISE DIMENSIONAL
Uma vez que são obtidos os dados da influência de cada variável na queda
de pressão por unidade de comprimento, devemos encontrar uma relação global
(que considera o efeito combinado das variáveis) das variáveis para qualquer
sistema similar de escoamento de fluido em tubulações. Assim, devemos agrupar
as variáveis de influência do problema em grupos adimensionais, por exemplo:
E
IMPORTANT
231
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
232
TÓPICO 3 | ANÁLISE DIMENSIONAL
Sendo “ui” a variável não repetida dependente das outras (por exemplo,
a queda de pressão do fluido por unidade de comprimento de tubo); “u1, u2 e
u3” são as variáveis repetidas do problema (variáveis independentes, tal como
234
TÓPICO 3 | ANÁLISE DIMENSIONAL
Passo 8: Expressar a forma final dos termos π como uma relação de grupos
adimensionais de π da seguinte forma:
E
IMPORTANT
3 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
O exemplo a ser considerado é novamente a análise da queda de pressão
do fluido por comprimento de tubulação, discutido no início do Tópico 3. Um
escoamento em regime permanente de um fluido newtoniano incompressível
através de uma tubulação longa, de paredes lisas e horizontal. O objetivo do
problema é avaliar a influência de certas variáveis na queda de pressão sofrida
pelo fluido ao longo do escoamento. Assim, aplicaremos os passos descritos no
método de repetição de variáveis para definição dos termos π.
235
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
E
IMPORTANT
236
TÓPICO 3 | ANÁLISE DIMENSIONAL
237
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
E
IMPORTANT
Cada uma das variáveis repetidas escolhidas possui uma dimensão que a
outra variável não possui, por isso não formam grupos adimensionais de um produto.
Escolher densidade e viscosidade como variáveis repetidas não é possível, pois ambas as
propriedades possuem as mesmas unidades básicas (força, tempo e comprimento).
Assim, os valores dos expoentes “a”, “b” e “c” foram definidos. Então, o
primeiro termo π é definido como:
238
TÓPICO 3 | ANÁLISE DIMENSIONAL
Passo 6: repetir o Passo 5 para cada uma das variáveis repetidas restantes.
Assim, os valores dos expoentes “a”, “b” e “c” foram definidos. Então, o
segundo termo π é definido como:
239
UNIDADE 3 | ESCOAMENTO DE FLUIDOS – SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS, MEDIÇÃO DE VAZÃO, VELOCIDADE E
ANÁLISE DIMENSIONAL
• O teorema dos Pi (π’s) de Buckingham pode ser usado para gerar parâmetros
adimensionais.
241
AUTOATIVIDADE
242
REFERÊNCIAS
BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos: noções e aplicações. 2. ed. revista e
ampliada. São Paulo: Blücher, 2016.
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. revisada. São Paulo: Blücher, 2008.
FOX, R. W. et al. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2018.
244
ANOTAÇÕES
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245
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