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Grupo I
Na maioria das plantas com reprodução sexuada verifica-se a união de um gâmeta feminino com um
gâmeta masculino. Neste processo, são fundamentais os processos de meiose e de fecundação.
Em diversas espécies de plantas, porém, a meiose e a fecundação não estão envolvidas na formação da
semente, sendo esta formada por um processo designado apomixia. Assim, enquanto que o embrião zigótico
resulta da fusão de gâmetas, o embrião apomítico resulta diretamente de células do tecido do óvulo materno.
A apomixia é um fenómeno relativamente comum nas plantas, tendo sido já identificado em cerca de
300 espécies. Pode ser do tipo esporofítica ou gametofítica: na primeira, o embrião é formado diretamente de
uma célula somática do óvulo; na segunda, ocorre a formação de células que dão origem aos gâmetas
femininos com ploidia1 não reduzida, ao contrário do que ocorre nos gâmetas de origem sexual.
A semente é constituída pelo embrião e pelo endosperma, o tecido responsável pela nutrição daquele e
que resulta da união de dois núcleos femininos com um núcleo do grão de pólen, todos haploides. Algumas
espécies apomíticas não necessitam da polinização para formação de uma semente viável (que implica a
presença de endosperma), processo denominado apomixia autónoma. Por outro lado, algumas espécies
apomíticas dependem da polinização para que ocorra formação do endosperma e consequente produção de
sementes viáveis (apomixia pseudogâmica). Nestas espécies, a célula que dará origem ao embrião
desenvolve--se por partenogénese.
Existem plantas apomíticas obrigatórias, em que a reprodução sexuada não se verifica, e plantas apomíticas
facultativas, em que se formam, na mesma planta, sementes de origem zigótica e sementes de origem
apomítica; desta forma, a descendência das últimas é constituída por uma população variável de plantas. Em
espécies apomíticas obrigatórias a variabilidade da espécie está limitada à ocorrência espontânea de
mutações.
1
ploidia- refere-se ao número n de conjuntos de cromossomas típicos de uma célula.
Baseado em Cruz, R. Federizzi, L., Milach, S. (1998). A apomixia no melhoramento de plantas, Cienc. Rural vol. 28 n.1
1
2. Nas plantas apomíticas será de esperar
(A) a alteração, na descendência, da informação genética da planta-mãe.
(B) que a produção de gâmetas envolva duas divisões sucessivas com redução da ploidia.
(C) uma elevada variedade de formas genéticas na descendência.
(D) a possibilidade de introdução de diferenças genéticas entre os embriões, por erros durante a replicação
do DNA.
7. A fotossíntese e a respiração aeróbia são processos biológicos com grande relevância na natureza.
Nestes processos estão envolvidas moléculas orgânicas e moléculas inorgânicas.
Indique qual a relação entre a fotossíntese e a respiração aeróbia, considerando cada uma das reações.
8. A apomixia proporciona uma oportunidade única de clonagem de plantas através de sementes e, por
isso, tem um importante papel como ferramenta no melhoramento de espécies de interesse comercial.
Enumere uma vantagem e uma desvantagem da apomoxia na propagação de espécies de interesse
comercial, de acordo com os dados fornecidos.
2
9. A multiplicação vegetativa artificial de plantas é, há muito, utilizada no setor agroflorestal com o objetivo
de obter indivíduos com características desejáveis. Uma dessas técnicas é a estacaria, em que fragmentos da
planta no solo (estaca) originam novas plantas.
Relacione a multiplicação vegetativa das plantas com a existência de meristemas (tecidos com células
indiferenciadas) em plantas adultas.
10. As figuras seguintes representam ciclos de vida de um feto, quando ocorre reprodução por apomixia (A)
e quando ocorre reprodução sexuada (B).
A B
Figura 1
Baseado em Grusz, A. (2016). A current perspective on apomixis in ferns, Journal of Systematics and Evolution
3
Grupo II
As características básicas da meiose – duas divisões celulares e redução cromossómica – foram conservadas
ao longo da evolução. A regra aplica-se, sem surpresa, à formação de gâmetas tanto em machos como em
fêmeas de mamíferos.
Contudo, há diferenças importantes. O oócito inicia a meiose ainda durante o desenvolvimento fetal,
interrompendo a divisão em prófase I, até à puberdade; aquando da ovulação (libertação do oócito do ovário),
a célula encontra-se em metáfase II e completa a divisão meiótica apenas se ocorrer fecundação. Assim, a
oogénese inclui vários sinais de início e de fim e, em algumas espécies, pode prolongar-se por várias décadas.
A formação de gâmetas masculinos tem início na puberdade e é um processo contínuo, com as células-mãe
dos espermatozoides progredindo de prófase I para a divisão II da meiose em cerca de uma semana.
Entre 10% a 25% de todos os fetos humanos têm um número anormal de cromossomas. Mas uma das
diferenças mais intrigantes na meiose entre machos e fêmeas da espécie humana reside na taxa de erros:
estudos nos casos mais comuns de anomalias (trissomias 1 e monossomias2) indicam que aproximadamente
80% a 90% das anomalias resultam da não-disjunção de cromossomas homólogos, e que cerca de 20% dos
oócitos e 3%-4% dos espermatozoides apresentam anomalias cromossómicas.
Esta maior “vulnerabilidade” na meiose I durante a oogénese, comparando com a espermatogénese, pode ser
devida a um número mais elevado de erros ou poderá resultar de uma menor eficácia, na formação de
oócitos, dos mecanismos de identificação e de correção ou mecanismos de eliminação de células com erros.
Existem evidências que apontam para a não deteção, em fêmeas, de erros que, nos machos, resultam em
células inviáveis. Formam-se, assim, gâmetas viáveis com anomalias cromossómicas (figura 1).
1
trissomia - estado ou condição genética em que existe um cromossoma a mais num par de homólogos.
2
monossomia - anomalia cromossómica caracterizada pela existência de apenas um cromossoma de um determinado
par de homólogos.
Mutações
Infértil
Fértil
Espermatozoides com anomalias
Fértil
Fértil
Infértil
Poucos espermatozoides com mobilidade
Fértil
Figura 1 Algumas mutações em genes codificantes de proteínas associadas à meiose: as linhas sólidas a preto
identificam fases comuns à meiose entre machos e fêmeas; as linhas a vermelho representam as fêmeas e as linhas a azul
os machos. As barras verticais indicam suspensão da meiose e as linhas a tracejado representam a sobrevivência de uma
percentagem das células.
Baseado em Hunt, P., Hassold, T. (2002) Sex Matters in Meiosis, Science
4
Nas questões de 1. a 6., selecione a opção que completa corretamente as afirmações.
2. O que distingue uma célula somática de uma célula sexual, no organismo humano, é a presença,
(A) na segunda, de dois conjuntos de cromossomas homólogos.
(B) na primeira, de cromossomas sexuais.
(C) na primeira, de dois conjuntos de cromossomas homólogos.
(D) na segunda, de cromossomas sexuais.
4. No ser humano, até _______ dos fetos apresenta anomalias cromossómicas, sendo estas mais comuns
nos _______.
(A) um quarto (...) gâmetas femininos (C) um quinto (...) gâmetas femininos
(B) um quinto (...) gâmetas masculinos (D) um quarto (...) gâmetas masculinos
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7. As afirmações I a III dizem respeito a dados da figura 1.
I - Apenas uma mutação, Atm, apresenta diferenças entre os sexos.
II - Em nove mutações, a formação de espermatozoides é interrompida.
III - Quando as mutações são detetadas em fases precoces da meiose, nunca se formam gâmetas viáveis.
a) b) c)
1. erros em anafase I e/ou
1. monossomias 1. letais
anafase II
2. paragem da divisão em
2. trissomias 2. nulas
G0
3. formação de sinapses
3. mutações 3. génicas
em profase II
d) e)
1. letais 1. novidade
2. nulas 2. variabilidade
3. génicas 3. anomalia
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10. Explique em que medida os resultados do estudo apoiam a hipótese de, no ser humano, existirem
diferenças, entre homens e mulheres, ao nível do controlo do ciclo celular na formação de gâmetas.
11. Até ao momento, foi estudado, em detalhe, um maior número de mutações em machos, devido à
complexidade da tarefa de analisar a oogénese; por outro lado, existem diferentes quantidades de dados para
diferentes mutações.
Com base nos dados, justifique a afirmação “As conclusões do estudo apresentado deverão ser analisadas
com cautela”.
Grupo III
A mortalidade em ratinhos de laboratório, antes da idade de desmame, é, por regra, elevada e apresenta
grande variabilidade com diversos fatores. Um valor médio hipotético de 15% na mortalidade para as várias
estirpes utilizadas em testes científicos implica a criação de mais de 1 000 000 de crias, todos os anos e apenas
nos países da União Europeia (UE), para compensar as crias que morrem antes de serem utilizadas para fins
científicos. Estes valores acarretam graves problemas na criação de ratinhos em laboratórios académicos e
industriais em todo o mundo, quer de natureza económica (gastos de 5 a 8 milhões de euros anuais), quer de
bem-estar animal. Estudos prévios indicam mortalidades entre 10% e 49% para a estirpe de ratinhos designada
C57BL/6, uma das mais utilizadas na investigação científica a nível mundial.
Um grupo de investigadores realizou um estudo para determinar alguns fatores de risco associados à
mortalidade pré-desmame em ratinhos de laboratório. Foram analisados registos históricos de 34 949
ninhadas, num total de 219 975 crias da estirpe C57BL/6, em duas instituições no Reino Unido, designadas C1
e C2.
Num estudo prévio com ratinhos C57BL/6 colocados em instalações com 3 indivíduos em que estavam
presentes ratinhos de ninhadas anteriores, foram observadas 2,3 vezes mais mortes de todos os ratinhos de
uma ninhada, comparando com a mortalidade em instalações em que não estavam presentes ratinhos de
ninhadas anteriores. Assim, procurou-se estudar a relação entre o risco de morte de um ratinho recém-
nascido e três fatores: (1) a sobreposição de ninhadas (presença de ratinhos de ninhadas anteriores aquando
do nascimento de uma nova ninhada), (2) o número de crias nascidas na mesma ninhada e (3) a idade da
progenitora. Colocou-se a hipótese da mortalidade das crias aumentar na razão direta com estes fatores.
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Nas figuras 1 e 2 estão representados alguns dos resultados obtidos nesta investigação.
SEM SEM
Figura 1 Probabilidade de morte das crias em Figura 2 Percentagem de morte por intervalos de
instalações SEM ou COM sobreposição de ninhadas. mortalidade (0%, 1-99% e 100%), em instalações SEM e
Instituição C1 - gráfico (A); Instituição C2 - gráfico (B). COM sobreposição de ninhadas. Instituição C1 - gráfico
(C); Instituição C2 - gráfico (D).
Baseado em Morello, G. et al. (2020). High laboratory mouse pre-weaning mortality associated with litter overlap,
advanced dam age, small and large litters. PLOS ONE
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4. De forma a garantir a fiabilidade dos resultados, os investigadores
(A) poderão ter utilizado ratinhos de várias estirpes.
(B) deverão considerar apenas as mortes de ratinhos adultos.
(C) poderão ter estudado vários fatores em simultâneo.
(D) deverão ter mantido controlados todas os fatores exceto a variável experimental.
7. Uma característica que permite classificar uma célula, de forma inequívoca, como célula eucariótica
vegetal é a
(A) existência de um núcleo organizado.
(B) existência de citoplasma, membrana celular e ribossomas.
(C) ausência de mitocôndrias e existência de cloroplastos.
(D) existência de uma parede celular celulósica.
9. Explique em que medida os resultados expressos nas figuras 1A e 1B apoiam, em parte, a hipótese
colocada no início do estudo.
9
10. As afirmações de I a III dizem respeito a dados do texto e das figuras 1 e 2.
I - Na instituição C2, a probabilidade de toda a ninhada morrer é superior à instituição C1, quer haja ou não
sobreposição de ninhadas.
II - A variável dependente na figura 1 é a probabilidade de morte das crias.
III - A sobreposição de ninhadas parece aumentar a probabilidade de morte de ninhadas completas,
independentemente da instituição.
11. Ordene as afirmações identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de etapas
envolvidas na disponibilização de energia em células do ratinho.
A. Os eletrões fluem ao longo de um conjunto de proteínas, com fosforilação de ADP em ATP.
B. Formação de dióxido de carbono por reações de descarboxilação, na matriz mitocondrial.
C. Trocas de oxigénio entre o sangue e a linfa intersticial nos capilares tecidulares.
D. Ligação do oxigénio à hemoglobina, nos capilares pulmonares.
E. Oxidação de NADPH e FADH2 nas cristas mitocondriais.
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