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Esta unidade curricular será ministrada em 15 aulas teóricas e 25 aulas teórico-práticas. Todas as aulas serão
lecionadas on-line pelo sistema de videoconferência Zoom durante o presente ano letivo 2020-2021, por forma a
respeitar-se o plano de contingência definido pela Universidade Católica Portuguesa perante a atual situação
pandémica da COVID19.
Durante as aulas, para além do método expositivo, serão colocadas a discussão temas pertinentes, sendo encorajada a
participação dos estudantes.
Programa Curricular de Fisiopatologia
Para avaliação desta unidade curricular serão tidas em conta as seguintes componentes:
2. Apresentação e discussão de temas e conceitos pelos alunos (aulas TP) – 50% da nota final.
A Prova de avaliação final valerá 50% da nota final e consta de uma prova de acordo com o formato 16 perguntas de
escolha múltipla (cotadas para 0,5 valores cada uma) e 8 perguntas de desenvolvimento (cotadas para 1,5 valores
cada uma). Para ter aprovação a classificação da prova de avaliação final não pode ser inferior a 9,5.
A classificação final será a média ponderada entre a Prova de avaliação final (50%) e a apresentação e discussão de
temas e conceitos pelos alunos (aulas TP).
Programa Curricular de Fisiopatologia
A avaliação da unidade curricular de Fisiopatologia consiste numa avaliação contínua com Prova de Avaliação
Final.
Assim, os estudantes terão as seguintes três épocas para a realização das Provas de Avaliação Final, sendo estas:
a) Época Normal com duas chamadas. A 2a chamada é destinada apenas a estudantes que não tenham obtido
aprovação na prova da 1a chamada.
b) Época de Recurso com apenas uma chamada destina-se a estudantes que não obtiveram aprovação na época
normal ou que pretendam realizar melhoria de classificação já obtida na Época Normal. A realização de provas
de avaliação na época de recurso implica a sua inscrição nos serviços escolares e o pagamento de emolumentos.
c) Época Especial nos casos previstos na Lei para regimes especiais poderão os estudantes ter direito a esta época
mediante requerimento apresentado ao Diretor da Faculdade de Medicina Dentária. A Época Especial é única e
tem lugar nos primeiros dez dias úteis de setembro.
Programa Curricular de Fisiopatologia
A aprovação na unidade curricular está dependente da frequência de 85% das aulas previstas.
Relativamente à assiduidade, no caso das aulas online, caso os alunos se ausentem da aula durante mais de 10
minutos será considerada a falta nessa aula.
Bibliografia de Fisiopatologia
• Nowak TJ, Handford AG. Essentials of Pathophysiology. Concepts and Applications for Health Care
Professionals. McGraw-Hill International Editions. 3rd Edition. 2004.
• Silbernagl F, Lang F Color Atlas of Patophysiology. 3rd edition. Thieme Publishing Group. 2016.
Fisiopatologia TP
Este estudo inclui o conhecimento e a compreensão das alterações funcionais e estruturais da doença, desde o
nível molecular até aos efeitos clínicos no indivíduo.
Consiste na compreensão de como surge e se desenvolve a doença, desde os níveis elementares da célula até
às alterações dos órgãos e sistemas.
Uma doença é uma condição em que uma anormalidade do corpo causa perda da saúde normal.
A mera presença de uma anormalidade é insuficiente para implicar a presença de doença, a menos que seja
acompanhada por problemas de saúde, embora possa denotar um estágio inicial no desenvolvimento de uma
doença.
O que é a Doença?
James C.E. Underwood
Underwood's Pathology, 2, 11-25
World Health Organization defines health as a state of complete physical, mental and social well-being and
not merely the absence of disease or infirmity”.
O que é a Doença?
James C.E. Underwood
Underwood's Pathology, 2, 11-25
Cada doença é caracterizada por um conjunto distinto de características (causas/etiologias, sinais e sintomas,
alterações morfológicas e funcionais, etc.). Muitas doenças partilham características comuns e, portanto, são
agrupadas em classificações de doenças.
As anormalidades que causam doenças podem ser estruturais ou funcionais, ou ambas. Em muitas doenças, as
anormalidades são óbvias e bem caracterizadas (por exemplo, um tumor); em outros casos, o paciente pode
estar profundamente mal, mas a natureza da anormalidade é menos bem definida (por exemplo, a depressão).
O que é a Doença?
James C.E. Underwood
Underwood's Pathology, 2, 11-25
• O conceito de normalidade
• A Medicina Darwiniana
• A doença como tradutora de capacidade de adaptação em determinados contextos (ex: anemia de células falciformes)
• Nomenclatura
Conceito de normalidade
Normal não é um único estado discreto, porque existem diferenças entre os indivíduos e
mudanças naturais durante o desenvolvimento fetal, infância, puberdade, gravidez,
envelhecimento.
Portanto, "normal" significa o estado mais frequente numa população definida pela
distribuição de idade, género, etc.
Respostas de adaptação ambiental e a doença como
falha na adaptação
O ambiente natural de qualquer espécie contém agentes potencialmente prejudiciais aos quais o indivíduo ou espécie se
adaptará ou sucumbirá.
Portanto, a doença representa um conjunto de respostas corporais anormais a agentes para os quais, até o momento,
há pouca ou nenhuma tolerância ou defesa.
Medicina Darwiniana
Medicina evolutiva ou medicina Darwiniana é um campo de aplicação da teoria da evolução que busca
entender a saúde e a doença na modernidade.
A medicina Darwiniana levanta a hipótese de que as doenças não têm apenas causas e mecanismos próximos
(por exemplo, vírus, bactérias, mutações), mas também têm causas evolutivas.
A medicina Darwiniana valoriza o último aspeto e, embora possa não resultar em curas, pode ajudar a
entender a prevalência atual da doença. A medicina darwiniana também está enraizada na crença de que a
seleção natural favorece o sucesso reprodutivo ao invés da saúde ou longevidade.
Medicina Darwiniana
• A pirexia em pacientes com infeções, embora desagradável, evoluiu como forma de comprometer o metabolismo
de organismos patogênicos. Assim, os tratamentos antipiréticos (por exemplo, paracetamol) que deixam o paciente
mais confortável podem prolongar a doença.
• Os micróbios evoluem mais rapidamente do que os humanos, explicando assim a luta perpétua contra a infeção e
seu agravamento pelo uso inadequado de antibióticos aos quais logo se desenvolve resistência.
• Alguns problemas de saúde modernos são devidos ao legado evolutivo de corpos económicos da "idade da pedra"
que vivem num ambiente moderno abundante, explicando assim a prevalência crescente da obesidade.
• As reações alérgicas devem-se a um sistema imunológico tendencioso para a hipersensibilidade a agentes
inocentes, em vez de reatividade insuficiente a ameaças genuínas.
Características da doença
As palavras primário e secundário são usadas de duas maneiras diferentes na nomenclatura das doenças.
Podem ser utilizadas para descrever a causa de uma doença.
• Primário, neste contexto, significa que a doença não tem causa antecedente evidente. Outras palavras
com o mesmo significado são essenciais, idiopáticas, espontâneas.
Assim, a hipertensão primária é definida como pressão sanguínea anormalmente elevada sem causa aparente.
A causa precisa aguarda descoberta.
Nomenclatura
Primário e secundário
• Secundário significa que a doença representa uma complicação ou manifestação de alguma lesão
subjacente.
Assim, a hipertensão secundária é definida como pressão sanguínea anormalmente elevada como
consequência de alguma outra lesão (por exemplo, estenose da artéria renal).
Nomenclatura
Primário e secundário
As palavras primário e secundário podem ser usadas para distinguir entre os estágios iniciais e subsequentes
de uma doença, mais comumente no cancro. O tumor primário é o tumor inicial a partir do qual as células
cancerosas se disseminam para causar tumores secundários noutros locais do organismo.
Nomenclatura
Agudo e crónico
Agudo e crónico
Esse termo é utilizado com mais frequência para qualificar a natureza de um processo inflamatório. No
entanto, pode ser utilizado para descrever a dinâmica de qualquer doença.
Nomenclatura
Benigno e maligno
Benigno e maligno são termos emotivos usados para classificar certas doenças de acordo com seu resultado
provável. Assim, os tumores benignos permanecem localizados no tecido de origem e muito raramente são
fatais, a menos que comprimam alguma estrutura vital (por exemplo, o cérebro), enquanto os tumores
malignos invadem e se espalham a partir de sua origem e são comumente fatais.
A hipertensão benigna é uma elevação relativamente leve da pressão arterial que se desenvolve gradualmente
e causa danos insidiosos aos órgãos do corpo. Esta situação contrasta com a hipertensão maligna, em que a
pressão arterial sobe rapidamente e causa sintomas graves e lesões nos tecidos (por exemplo, dores de cabeça,
cegueira, insuficiência renal, hemorragia cerebral).
Nomenclatura
Prefixos
Nomes deste tipo, são utilizados comumente quando a natureza ou a causa da doença ou lesão é desconhecida,
ou quando o uso por longo prazo resultou na entrada do nome na linguagem da medicina, ou para comemorar a
pessoa que descreveu a doença pela primeira vez.
Os exemplos incluem:
• Doença de Graves: tireotoxicose primária.
• Doença de Paget: infiltração da pele do mamilo por células neoplásicas no tecido mamário subjacente.
• Doença de Crohn: uma doença inflamatória crónica do intestino que afeta mais comumente o íleon terminal e
causa estreitamento do lúmen.
• Doença de Hodgkin: uma neoplasia ao nível dos gânglios linfáticos.
Nomenclatura
Síndromes
Uma síndrome é um agregado de sinais e sintomas ou uma combinação de lesões a partir das
quais a doença pode ser reconhecida ou diagnosticada.
Exemplos incluem:
• Síndrome de Cushing: hiperatividade do córtex adrenal resultando em obesidade, hirsutismo,
hipertensão (síndrome resultante especificamente de um tumor hipofisário secretor da hormona
adrenocorticotrópico [ACTH]).
• Síndrome nefrótica: albuminúria, hipoalbuminémia e edema; esta síndrome pode resultar de
uma variedade de distúrbios glomerulares e outros distúrbios renais.
Fisiopatologia
MAS…
• Algumas doenças com base genética não aparecem até à idade adulta
• A questão da etiologia multifactorial em doenças com grande relevância epidemiológica - ex: neoplasia da mama,
Diabetes mellitus, entre outros.
Etiologia da doença
Teoria de Barker
O epidemiologista David Barker foi o pioneiro da teoria das origens fetais das
doenças dos adultos, levando a teoria a ser denotada como “teoria de Barker".
Em 1986, Barker publicou estudos propondo uma ligação direta entre nutrição pré-
natal e doença cardíaca coronária de início tardio. Notou que as áreas mais pobres da
Inglaterra eram as mesmas áreas com as maiores taxas de doenças cardíacas,
revelando a relação preditiva entre baixo peso ao nascimento e doenças em adultos.
O estudo de Framingham é um estudo de coorte a longo prazo sobre o sistema cardiovascular a decorrer
desde 1948 nos habitantes da cidade norte-americana de Framingham, no estado de Massachusetts.
Desde que foi iniciado, o estudo acompanhou 5209 indivíduos adultos e encontra-se na terceira geração de
participantes.
Até este estudo, praticamente nada se sabia sobre a epidemiologia das doenças hipertensas ou
cardiovasculares.
Grande parte do que é atualmente conhecimento geral das doenças cardiovasculares, como a influência da
dieta, exercício físico e de medicamentos como a aspirina teve por base este estudo.
Estudo de Framingham
Etiologia da doença
• Anormalidades genéticas podem ser herdadas, adquiridas durante a concepção ou embriogénese ou adquiridas
durante a vida pós-natal.
• Neoplasias (tumores) são as consequências mais importantes de anormalidades genéticas adquiridas após o
nascimento.
Etiologia da doença
• Genes defeituosos na linha germinativa (afetando todas as células) e presentes no nascimento, devido a
herança ou anormalidades adquiridas, causam uma ampla variedade de condições, como:
• Autossómica recessiva. Ambas as cópias do gene deve ser anormal para a doença ser expressa; portanto, indivíduos
homozigotos são afetados e heterozigotos indivíduos são portadores assintomáticos.
• Ligado ao cromossoma sexual (X). Neste exemplo, um gene defeituoso (por exemplo, para
hemofilia) está localizada no cromossoma X. Nas mulheres, o outro cromossoma X normal corrige a anormalidade,
mas podem ser portadoras assintomáticas. Nos homens, a doença é expressa porque não há cromossoma X normal
para corrigir a anormalidade.
Etiologia da doença
• Agentes químicos causadores de doenças:
• Os agentes químicos que causam doenças podem ser poluentes ambientais, materiais ou medicamentos
industriais e domésticos (usados terapeuticamente ou recreativamente).
• Os efeitos incluem corrosão tecidular, interferência nas vias metabólicas, lesão das membranas celulares,
reações alérgicas e transformação neoplásica.
A indústria farmacêutica que a desenvolveu acreditou que o medicamento era tão seguro que era propício para prescrever
a mulheres grávidas, para combater enjoos matinais. Foi rapidamente prescrita a milhares de mulheres em todo o Mundo
(46 países), sem circular no mercado norte-americano.
Etiologia da doença
A História da Ge a Talid mida
Devido a seus efeitos teratogénicos, tal substância deve ser evitada durante a gravidez e em mulheres que podem
engravidar, pois pode causar malformações congénitas ou ausência de membros no feto.
Etiologia da doença
• Os agentes incluem força cinética, perda ou ganho excessivo de calor e energia radiante.
• O trauma mecânico devido à força cinética depende da integridade do tecido, com maior probabilidade
de ser prejudicada em idosos.
• Os efeitos térmicos podem ser localizados (por exemplo, queimaduras de gelo, queimaduras) ou afetar
todo o corpo (por exemplo, hipotermia, insolação).
• Os efeitos da energia radiante variam de provocar inflamação (por exemplo, queimaduras solares) a
neoplasia (por exemplo, neoplasia de pele).
Etiologia da doença
• A hipotermia acidental é uma emergência médica comum em idosos de países com invernos frios; no entanto, a
recuperação geralmente é possível, a menos que a temperatura corporal < 28 ° C.
• O aumento da temperatura corporal é chamado de pirexia. Nas infeções, geralmente é mediada pela ação das interleucinas
no hipotálamo. Temperaturas corporais > 40 ° C estão associadas ao mortalidade. Os sistemas enzimáticos sensíveis à
temperatura são gravemente perturbados, com consequências metabólicas adversas. O aquecimento local da pele causa
danos locais crescentes. O calor coagula proteínas e, portanto, interrompe a estrutura e a função das células.
• À medida que a temperatura aumenta, ocorrem queimaduras nos seguintes ordem de gravidade:
• primeiro grau: somente eritema cutâneo (rubor)
• segundo grau: necrose epidérmica e formação de bolhas na pele
• terceiro grau: necrose epidérmica e dérmica
Etiologia da doença
Agentes infecciosos
• A maioria dos agentes físicos causa destruição celular passiva por ruptura brusca da membrana. Trauma
e lesões térmicas causam a morte das células, interrompendo as células e desnaturando proteínas, além
de causar trombose vascular local com consequente isquemia ou enfarte do tecido.
• O congelamento danifica as células mecanicamente porque as membranas são perfuradas por cristais
de gelo.
• Os ferimentos por explosão são o resultado de forças de cisalhamento, onde estruturas de diferentes
densidades e mobilidade são movidos um em relação ao outro; amputação traumática é um exemplo.
• Agentes cáusticos causam rápida morte celular local devido à sua extrema alcalinidade ou acidez, além
de ter um efeito corrosivo no tecido pela digestão de proteínas.
Fisiopatologia da lesão celular
• Quando um feixe de radiações ionizantes interage com um sistema biológico, o primeiro efeito da ação das
radiações resulta da transferência da sua energia aos componentes celulares fundamentais, com
produção de pares de iões à medida que atravessam a matéria.
• As radiações electromagnéticas são muito penetrantes pelo que têm longos percursos antes de libertarem
toda a energia.
• A transferência linear de energia – LET – define a quantidade de energia que uma radiação deposita por
unidade de comprimento de percurso. A radiação com um grande percurso como raios X, gama têm LET
reduzida, enquanto como as partículas alfa, protões e os neutrões tem LET elevada.
• Acção indireta
Fisiopatologia da lesão celular
Produção de radicais livres de oxigénio
• A agressão ao DNA pode ter três consequências possíveis: (1) morte celular, imediatamente ou na
próxima tentativa de mitose; (2) reparação e nenhuma outra consequência ou (3) uma mudança
permanente no genótipo.
• Efeitos precoces - geralmente o resultado da morte celular e a interrupção da atividade mitótica bem
sucedida. Organizações de células hierárquicas, como a medula óssea ou o epitélio intestinal, que
possuem uma população de células-tronco em divisão e células-filha com breve expectativa de vida
finita, mostrarão efeitos pronunciados. Essencialmente, o suprimento de células diferenciadas em
funcionamento é suprimido ou suspenso. Além disso, há dano endotelial vascular, resultando em
extravasamento de líquidos e proteínas, semelhante ao da resposta inflamatória.
• Efeitos tardios - Os efeitos tardios da radiação são o resultado de vários fatores, e a contribuição de
cada um é controversa. A perda de células endoteliais vasculares resulta na exposição do colágeno
subjacente, e um possível resultado disso é o surgimento da insuficiência vascular com consequente
atrofia e fibrose das estruturas.
Fisiopatologia da lesão celular
Radiação ionizante – efeitos na medula óssea
• O revestimento epitelial da superfície do intestino delgado é renovado a cada 24 a 48 horas. Uma dose
significativa de radiação resultará, portanto, na perda de funções protetoras e de absorção numa escala de
tempo semelhante; diarreia e o risco de infecção seguem-se.
• As alterações na pele refletem a sua composição a partir do epitélio, tecido conjuntivo e vasos sanguíneos.
• A pele fica inicialmente ruborizada com descamação e subsequentemente mostra pigmentação. Mais
tarde, é com telangiectasia; se a agressão for muito grave, surge ulceração e necrose (radionecrose).
• As células germinativas são muito radiossensíveis e a esterilidade permanente pode seguir doses
relativamente baixas. Também de grande importância é a possibilidade de mutação nas células
germinativas, o que pode resultar na transmissão de defeitos para a próxima geração; este é um efeito
teratogénico.
Fisiopatologia da lesão celular
• A morte deve-se ao colapso do sistema circulatório, assim como o aumento da pressão nos vasos
sanguíneos como resultado de edema, vasculite, meningite.
Fisiopatologia da lesão celular
• Efeitos fotobiológicos
• Imediatos: calor, síntese de vitamina D, pigmentação
imediata.
• Retardados: eritema solar, pigmentação tardia,
proliferação epidérmica, imunossupressão.
• A hiperproliferação queratinocitária
Fisiopatologia da lesão celular
• As toxinas podem incluir enzimas e toxinas segregadas por microrganismos. Assim, as células
hospedeiras recebem uma agressão química que pode ser tóxico ao seu metabolismo ou integridade da
membrana.
• O modo de morte celular geralmente induz uma resposta inflamatória aguda, que pode ser prejudicial
às células adjacentes.
• Agentes intracelulares, como vírus, frequentemente resultam em ruptura de células infectadas, mas
com alguns vírus, como a hepatite B, danos nos tecidos locais podem resultar de reações imunológicas
do hospedeiro.
• Portanto, a resposta celular a lesões causadas por infecções dependerá de uma combinação do dano
infligido diretamente pelo agente e indiretamente como resultado da resposta do hospedeiro ao
agente.
Fisiopatologia da lesão celular
Bloqueio da respiração celular, Privação de fornecimento de glicose, Bloqueio das vias metabólicas
• Hipoxia ligeira e transitória provocam alterações reversíveis nas células; no entanto com anoxia mais
prolongada as lesões são mais graves e irreversíveis. Atenção especial à sensibilidade de diferentes
células à diminuição do aporte de oxigénio é diferente.
• A reoxigenação dos tecidos privados de oxigénio permite a recuperação das células com lesões
reversíveis, contudo, o oxigénio também pode ser tóxico através dos radicais livres de oxigénio que
podem encontrar-se em formação.
• Na prática a hipoxia ou anoxia decorrem de (1) obstrução de fornecimento de oxigénio, (2) oxigenação
inadequada do sangue nos pulmões, (3) transporte inadequado de oxigénio na circulação ou (4)
incapacidade de utilização de oxigénio na respiração celular
Bloqueio da respiração celular, Privação de fornecimento de glicose, Bloqueio das vias metabólicas,
• A maioria das intoxicações são decorrentes de toxicidade directa como acontece com os metais
pesados ou toxicidade indirecta em que é necessária activação metabólica prévia (ex: tetracloreto de
carbono).
• As bombas de iões de membrana responsáveis por manter a homeostase intracelular, por exemplo, as
concentrações de cálcio, potássio e sódio nas células, dependem de um suprimento adequado de ATP
(trifosfato de adenosina).
• Quaisquer agentes químicos que ↓ o ATP, interferindo na oxidação mitocondrial, fosforilação ou que
consomem ATP no seu metabolismo, compromete a integridade das bombas de membrana e expõe a
célula ao risco de lise.
Fisiopatologia da lesão celular
Alterações genéticas
Alterações genéticas
• O interstício celular é formado por células, glicoproteínas, ácido hialurónico e fibronectina e a sua
integridade é fundamental para a formação de um microambiente adequado.
• Corresponde à situação em que a resposta celular às alterações do meio cursa dentro dos limites da
homeostasia, permitindo o regresso da célula ao estado inicial após a eliminação do estímulo
perturbador.
• O metabolismo energético e/ou a síntese proteica estão frequentemente alterados o que permite a
acumulação de várias substâncias no interior da célula.
• Uma das substâncias mais frequentemente acumuladas é a água, produzindo edema celular reversível
também conhecido por degenerescência hidrópica ou vacuolar, decorrente da entrada de sódio e água
após alteração do funcionamento da bomba de Na+/K+
Fisiopatologia da lesão celular
Tipos de necrose
Tipos de necrose
Tipos de necrose
Tipos de necrose
• As células podem ser divididas em populações instáveis, estáveis ou permanentes; somente células
estáveis podem ser substituídas se perdidas.
• A cura é restituição sem defeito residual mínimo, por exemplo, abrasão superficial da pele, cicatrização
de feridas por primeira intenção.
• As células de indivíduos adultos são classificadas de acordo com seu potencial de renovação:
• As células lábeis ou instáveis têm uma boa capacidade de regeneração. As células epiteliais de superfície
são típicas desse grupo; eles estão constantemente sendo perdidos da superfície e substituídos por
camadas mais profundas.
• As populações celulares estáveis dividem-se numa taxa muito lenta normalmente, mas ainda mantêm a
capacidade de se dividir quando necessário. Hepatócitos e células tubulares renais são bons exemplos.
• As células nervosas e as células musculares estriadas são consideradas permanentes porque não têm
regeneração eficaz.
Fisiopatologia da lesão celular
• Uma incisão, como a realizada por um bisturi cirúrgico, causa muito pouco dano aos tecidos de ambos
os lados do corte. Se os dois lados da ferida forem reunidos com precisão, a cura poderá prosseguir
como mínimo de atraso ou dificuldade.
• Obviamente, alguns pequenos vasos sanguíneos são cortados, mas estes são ocluídos por trombose, e
a aplicação próxima das bordas da ferida ajudará e a fibrina depositada localmente ligará os dois lados.
• O sangue coagulado na superfície forma a crosta e ajuda para manter a ferida limpa. Essa junção é
muito fraca, mas é formada rapidamente e é uma estrutura para a próxima fase.
• É importante que esta estrutura não seja danificada; suturas, ou outros meios mecânicos suporte são
fundamentais.
Fisiopatologia da lesão celular
• Nos dias seguintes, os capilares proliferam suficientemente para colmatar as pequenas falhas e os
fibroblastos segregam colágeno à medida que migram para a rede de fibrina. Se os lados da ferida
estiverem aproximados, então essa migração é mínima, como será a quantidade de colágeno e vascular
proliferação necessária. Em cerca de 10 dias, a força da reparação é suficiente para permitir a remoção de
suturas. O único defeito residual será a falha em reconstruir a rede elástica na derme.
Fisiopatologia da lesão celular
• A isquemia é o resultado de uma diminuição da perfusão vascular, privando o tecido afetado de nutrientes
vitais, especialmente oxigénio.
• Enfarte é a morte (necrose) de tecido como resultado de isquemia; é irreversível, mas os tecidos
variam na sua capacidade de reparar e substituir a perda.
• Geralmente resulta de fenómenos tromboembólicos que ocluem completamente a artéria que irriga o tecido
afetado.
• Espasmo: devido à contração do músculo liso vascular, por exemplo, devido à falta de
óxido nítrico do endotélio.
• Compressão: as veias são mais suscetíveis pelo facto de a parede ser menos espessa e
ter menor pressão intraluminal.
• Vasculite: a inflamação da parede do vaso estreita o lúmen e pode ser complicado por
trombose.
• Roubo vascular: por exemplo, uma artéria pode ser estreitada por ateroma, mas o fluxo
ainda é suficiente para manter a viabilidade do território perfundido; no entanto, o fluxo
pode ser comprometido por aumento da necessidade crescente de um território vizinho.
• Os vasos sanguíneos podem ser parcial ou totalmente ocluídos por compressão externa. É feito
intencionalmente durante a cirurgia de laqueação para evitar hemorragia de vasos lesionados.
• Por causa das suas paredes finas e baixo nível de pressão intraluminal, as veias são mais suscetíveis à
oclusão por compressão externa.
• Ocorre geralmente em hérnias estranguladas, torção testicular e torção de ovários contendo quistos ou
tumores.
• Coágulo - formado por sangue não circulante; constituídos por duas camadas, uma vermelha mais
profunda e outra mais esbranquiçada, periférica. Formado pela formação de polímeros de
fibrinogénio (fibrina).
≠
• Trombo – formado por sangue em circulação e como tal tem estrutura laminar. Consiste na
coagualçaõ de sangue no interior do vaso sanguíneo, ocorrendo devido a agregação plaquetária.
Insuficiência vascular tromboembólica – a trombose
• Um trombo é uma massa sólida de constituintes
sanguíneos formados no sistema vascular da vida.
• Choque cardiogénico ocorre em situações de insuficiência de irrigação sanguínea porque o coração não
consegue bombear sangue com eficiência.
• A hipovolemia pode ser devida a hemorragia interna ou externa com redução do volume sanguíneo ou
devido a permeabilidade vascular aumentada e/ou dilatação vascular como resultado de reações
anafiláticas, queimaduras extensas, mecanismos neurogénicos.
• Choque devido a toxemia bacteriana pode ser acompanhado por coagulação intravascular
disseminada, como consequência da ativação da cascata de coagulação devido à libertação de fator
tecidular e a agregação plaquetária subsequente a lesão do endotélio.
• Processo patológico no corpo no qual o sangue começa a coagular por todo o corpo. Isso diminui o
número de plaquetas e fatores de coagulação do corpo, existindo, paradoxalmente, um risco
aumentado de hemorragia.
• Trata-se de uma síndrome clínica mal caracterizada, que consiste na ativação sistémica da coagulação
sanguínea, com a consequente formação e deposição de fibrina, provocando trombose microvascular e
disfunção isquémica de diferentes parênquimas.
O processo inflamatório é um mecanismo de reação dos tecidos para que haja uma eliminação,
neutralização e destruição da causa da agressão.
Esse processo é caracterizado pela saída de líquidos e células (exsudação), induzindo o processo de
reparação celular.
Inflamação - definição
• A inflamação é uma resposta fisiológica dos tecidos à agressão, fundamentada na vascularização, e que conduz
à orientação dos meios de resposta para o local onde se processa a agressão.
• Pode ter efeitos benéficos (ex: eliminação de microrganismos) ou causar dano (ex: compressão de estruturas
vitais).
Inflamação - definição
• Existem cinco sinais no processo inflamatório que são chamados
sinais cardinais: calor, rubor, tumor, dor e perda da função.
Estes dois principais tipos de inflamação também são caracterizadas por diferenças nas células que fazem parte
da resposta inflamatória.
Inflamação aguda
A partir de um fenómeno irritativo como um trauma, infecções ou corpo estranho, havendo uma resposta
rápida com a atuação de leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos).
Os fenómenos vasculares são: vasoconstrição transitória mediada por tromboxanos para impedir uma possível
hemorragia e também para direcionar o sangue para o local que mais necessita; vasodilatação mediada por
aminas vasoativas (como a histamina), óxido nítrico (NO), prostaglandinas, para que haja maior concentração
de sangue e, consequentemente, maior número de leucócitos para o processo inflamatório e aumento da
permeabilidade para auxiliar na saída de células do sistema imune.
Assim sendo, a inflamação aguda pode evoluir para a cronicidade, para regeneração ou para a cicatrização.
Inflamação
Evolução da inflamação aguda
• Resolução – os tecidos voltam ao estado normal após um episódio de inflamação aguda.
• Condições que favorecem a resolução: (1) danos tecidulares limitados; (2) ocorrência em tecido com
capacidade de regeneração; (3) rápida eliminação do agente causal; (4) rápida remoção dos fluidos e detritos
do local.
• Supuração: formação de pus – uma mistura de células mortas e vivas, detritos celulares, que surge
frequentemente em consequência de infeções provocadas por microrganismos piogénicos.
• Abcesso – coleção purulenta bem delimitada no local da infeção ou à distância por metastização. Quando a
acumulação de pus ocupa uma cavidade serosa pré-existente é denominada de empiema. Quando o abcesso
evolui para a cronicidade tem uma cápsula constituída por camada de fibrina, células inflamatórias e tecido
de granulação, formando uma membrana piogénica. Para que a cicatrização ocorra é necessário que ocorra
de drenagem do pus – naturalmente através de uma fístula - comunicação anormal entre duas superfícies
mucosas - ou através de uma incisão.
Inflamação
Evolução da inflamação aguda
Todos os fenómenos vasculares, exsudativos e proliferativos também ocorrem na inflamação crónica, porém, a
diferença é que esse processo inflamatório ocorre devido a infeções persistentes e doenças autoimunes.
Inflamação
Inflamação crónica
• A progressão de inflamação aguda para inflamação crónica é favorecida pela presença de material não
passível de ser digerido, isto é material relativamente resistente à digestão pelos enzimas lisossomais.
• Inflamação crónica primária – a resposta inflamatória tem todas as características de inflamação crónica,
sem período de inflamação aguda.
Inflamação - causas
• As causas mais comuns são (1) infecções microrganismos e vírus (2) reacções de hipersensibilidade (3) agentes
físicos, como calor, radiação ionizante (4) agentes químicos (5) necrose tecidular.
• Infecções microrganismos e vírus – os vírus levam a morte celular devido à multiplicação intracelular; as
bactérias libertam exotoxinas – que desencadeiam resposta inflamatória
• Reacção de hipersensibilidade - um estado de resposta imunológica alterada causa uma reação imunitária
inapropriada ou excessiva que danifica os tecidos.
Inflamação - causas
• Os leucócitos migram nos tecidos em direção ao local da lesão por um processo de quimiotaxia,
definido pelo movimento em direção a uma gradiente químico.
• No local de resposta inflamatória exercem duas funções efectoras: fagocitose e libertação de enzimas.
Inflamação
Indução e mecanismos da resposta inflamatória
• Na resposta inata a resposta é rápida mas não é específica do antigénio; na resposta específica ou adquirida
há lentidão e complexidade, o que exige a resposta por anticorpos ou por linfócitos.
• Diluição de toxinas.
• Edema – particularmente quando ocorre numa cavidade fechada como o crânio ou quando atinge as vias
aéreas.
Hipertermia ≠ febre.
• Infecções
• Neoplasias
• Hemorragias
• Doenças metabólicas agudas – como artrite gotosa
• Traumatismos
• Doenças auto-imunitárias
• Fármacos
• Doenças cardiovasculares
• Doenças endócrinas
Síndroma febril - Fisiopatologia
• Manifestações clínicas decorrentes de de taxa metabólica como anorexia, mialgias, artralgias, taquicardia,
delírio – comum nos idosos – sonolência, convulsões, ativação de lesões.
Síndroma febril
Regulação térmica
Recém-nascido – baixa relação entre a massa metabolicamente ativa e a superfície corporal, o que dificulta o
ajustamento térmico face a variações de temperatura ambientais. A dissipação do calor é facilitada quando a
temperatura ambiente é baixa mas há tendência que o corpo seja aquecido quando se eleva (> 33ºC).
• A febre está frequentemente ausente em quadros infeciosos no idoso – a temperatura máxima passível
de ser atingida numa infeção 0.1º-0.2ºC por década de vida. Pelos 80 anos, a % de indivíduos com
infecção considerado febris < 50%.
Síndroma febril
Padrões clássicos de febre
• Febre intermitente - a temperatura volta ao valor normal pelo menos uma vez a cada 24h. Comum na infeção
por agentes piogénicos, tuberculose miliar, linfomas.
• Febre renitente – a temperatura não volta ao normal, mas varia alguns graus durante o dia.
• Febre contínua – temperatura mantém-se acima do normal com variações mínimas < a 1ºC
• Febre recorrente – há uma sucessão de períodos febris que alternam com períodos sem febre. Ocorre no
paludismo e linfoma de Hodgkin.
• Atualmente, com as terapêutica aplicadas, a observação dos padrões clássicos de febre é rara.
Síndroma febril
Tratamento da febre
• PgE2 no SNC por inibição direta da via de formação da cicloxigenase (cascata do ácido araquidónico).
• Supressão da produção de citocinas pirogénicas como fatores de necrose tumoral (TNF) e IL-1β e por a
expressão de moléculas de adesão, bloqueiam as interações células endoteliais / leucócitos promotoras da
resposta inflamatória.
Lesões por forças mecânicas – ocorrem em resultado do impacto de um corpo com outro objeto.
Traumatismo – lesão que resulta do choque de um agente com um determinado organismo, transmitindo
força e danificando-o por submeter os tecidos a forças de tração, compressão ou corte.
Lesões dependem do agente em causa, características do tecido, duração do impacto e da área envolvida.
Classificação das feridas pode fazer-se consoante o mecanismo de produção, agente causal e a profundidade.
Contusão
Traumatismo fechado em que não há solução de continuidade na pele ou nas mucosas (sem ruptura de
pele ou mucosa).
Não há lesão anatómica evidente mas existem alterações nas funções celulares.
Fisiopatologia – rotação do encéfalo que provoca torsão com a região subtalâmica o que modifica a função do
sistema reticular do tronco cerebral.
Disbarismos – alterações do organismo humano por mudanças da pressão atmosférica ambiental. que ocorrem
a uma taxa que excede a capacidade da pessoa se adaptar com segurança. Pode resultar em condições como
doença da descompressão ("bends"), embolia gasosa arterial (EGA) e barotrauma.
EGA refere-se à precipitação de bolhas gasosas na circulação arterial. Doença da descompressão inclui doença
da descompressão e EGA.
Barotrauma é o dano nos tecidos causado pela expansão e contração de gases induzidas pela pressão em
espaços fechados.
Síndromes de hipopressão atmosférica
Barotraumatismos
Variação do volume de ar presente no ouvido médio ou nos seios perinasais, que leva a dor.
Melhoria da dor com a realização de manobra de Valsalva: expiração forçada contra os lábios e o nariz
fechados, levando ao aumento da pressão na via respiratória e na cavidade torácica.
Ruído
Medição de intensidade ou volume dos sons é comummente realizada em decibéis (dB).
• Inervação do músculo liso – neurónios intermediários situados no plexo mioentérico da parede esofágica.
Esófago
Esófago
• Disfagia verdadeira – dificuldade em deglutir tem inicio ou agrava-se com a deglutição, ou 10s-20s após esta.
• O sintoma mais comum é azia, que é caracterizado como um ardor que a pessoa sente no peito.
• Ao contrário do vómito a regurgitação não está associada a náuseas, nem à contratura abdominal.
• Pode surgir no contexto de doença de refluxo gastro-esofágico (DRGE) ou associado a obstrução esofágica
(neoplasia do esófago, por exemplo).
• Regurgitação tardia – é característica da disfagia esofágica, nomeadamente nos casos de obstrução mecânica
no esófago distal, de acalásia (incapacidade da musculatura esofágica de relaxar para permitir a passagem de
alimento do esófago para o estômago), ou de divertículo de Zenker (formação de uma protusão e de uma
espécie de bolsa ou divertículo faringoesofágico na mucosa da hipofaringe que desvia os alimentos do seu
percurso normal entre a boca e o esófago).
Esófago
Esófago de Barrett - doença na qual há uma mudança anormal (metaplasia) nas células da porção inferior do
esófago. Acredita-se que seja causada por uma exposição prolongada ao conteúdo ácido proveniente
do estômago.
O esófago de Barrett é encontrado em cerca de 10% dos pacientes que procuram tratamento médico para
a doença do refluxo gastroesofágico. Consiste na substituição do epitélio epidermoide estratificado do esófago por
epitélio cilíndrico com metaplasia intestinal, o que ↑ o risco de adenocarcinoma do esófago.
Esófago
Esófago de Barrett
Esófago
Esófago
Esófago
Esófago
• Náuseas – sensação
desagradável de
necessidade iminente de
vomitar, usualmente
referida à região faríngea
ou epigastro. Pode resultar,
ou não, em vómito.
• Consequências do vómito
• Desnutrição
• Distúrbios metabólicos
• Deficiência de K+ decorrente de de ingestão e perda no vómito
• Depleção de Na+
• Alcalose metabólica – perda de H+
• Erosões dentárias
• Pneumonia por aspiração
• Lacerações no esófago
• Perfuração da parede esofágica
Hipersegregação
Síndrome de Zollinger-Ellison, é causada por um tumor secretor de gastrina, também conhecido como
(gastrinoma), em geral, nas células não beta do pâncreas.
Os sinais e sintomas da síndrome de Zollinger-Ellison são atribuíveis aos níveis circulantes de gastrina elevados:
aumento da secreção de H+ pelas células parietais, hipertrofia da mucosa gástrica (o efeito trófico da gastrina
sobre as células parietais), e as úlceras duodenais.
Importante: esta síndrome é caracterizada por múltiplas úlceras pépticas. Outro aspecto importante da doença
a considerar é que devido à secreção aumentada de H+, surge a acidificação do lúmen intestinal, com
consequente inativação da lipase pancreática, que digere lípidos e colesterol, aos quais podem ser absorvidos.
Como resultado, os lípidos da dieta não são adequadamente digeridos, e o lípido é secretado juntamente com
as fezes, um quadro caracterizado como esteatorreia.
Hipersegregação
Hemorragia digestiva alta
Hemorragia cuja causa se localiza acima do ângulo
de Treitz - flexura duodenojejunal (ângulo formado
ao nível da junção do duodeno e jejuno, que limita o
tubo digestivo alto).
• Hematoquezia – expulsão de sangue pelo ânus, que não tem características de melenas nem de rectorragias
(expulsão de sangue vivo pelo ânus).
• Associado por vezes ao conceito de hemorragia digestiva oculta e hemorragia digestiva de causa obscura –
esta última causada por ectasias vasculares usualmente localizadas no intestino.
Fisiopatologia
• Perda ponderal – mais frequente nas diarreias crónicas de tipo exsudativo e nas síndromas de malabsorção.
• Alterações hidroelectrolíticas.
Obstipação
• Pode levar a perda ponderal, hemorragia digestiva, alterações dos hábitos intestinais, dor abdominal grave
a maioria deve-se a patologia do cólon ou região ano-rectal.
• Consequências
• Hérnia abdominal
• Aparecimento de fecalomas (massa de fezes endurecida e seca que pode ficar acumulada no reto ou na
porção final do intestino, impedindo a saída das fezes e resultando em inchaço abdominal, dor e
obstrução crónica do intestino).
• Fissura anal e patologia hemorroidária.
Obstipação
Tenesmo
Sensação dolorosa na bexiga ou na região anal, com desejo contínuo, mas quase inútil, de urinar ou de evacuar.
Uma de suas causas pode ser a disenteria, que consiste numa infeção do intestino grosso causada
por Entamoeba histolytica ou por Shigella spp. Outra poderá ser a patologia tumoral anorretal ou mesmo a
infecção por Neisseria gonorrhoeae, diplococos negativos que são responsáveis por uma DST, ou infecção
por Chlamydia trachomatis, uma bactéria intracelular também transmitida sexualmente. Também é um dos
possíveis sintomas na infecção por Trichuris trichiura, que pode levar ao prolapso retal.
Consequências
A colite ulcerativa é uma doença intestinal inflamatória crónica em que o intestino grosso (cólon) fica
inflamado e ulcerado (com perfuração ou erosão), causando exacerbações (ataques ou crises) de diarreia
com sangue, cólicas abdominais e febre.
O risco a longo prazo de surgimento do cancro do cólon é maior em comparação com pessoas que não têm
colite ulcerativa.
Doença de Crohn - Intestino
Os ácidos biliares primários são eliminados como sais de sódio e de potássio, conjugados com taurina e
glicina e são depois reabsorvidos no íleo.
Fígado
A hipertensão portal é definida como um aumento anormal da pressão sanguínea na veia porta (a veia de
grande calibre que transporta o sangue do intestino ao fígado) e suas ramificações.
• A cirrose (cicatrização que altera a estrutura do fígado e compromete a sua função) é a causa mais comum em
países ocidentais.
• A hipertensão portal pode levar a um abdómen inchado (ascite), desconforto abdominal, confusão e
sangramento no trato digestivo.
Toda e qualquer inflamação do fígado. Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as
causadas por vírus, mas podem ser também por intoxicações por álcool e outras substâncias e
medicamentos tóxicos.
Hepatite A
Transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também através das
tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual.
Doença sexualmente transmissível.
Grupo de risco: médicos dentistas.
Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B pode cronificar e
provocar a cirrose hepática.
A prevenção é feita utilizando preservativos nas relações sexuais e não utilizando materiais cortantes ou
agulhas que não estejam devidamente esterilizadas.
Existe vacina para hepatite B, que é dada em três doses intramusculares.
Hepatite C
Pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, uso de drogas e piercings.
Estima-se que 3% da população mundial esteja contaminada, atingindo níveis dez vezes
superior no continente africano.
A prevenção é feita evitando-se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam
devidamente esterilizadas.
Não existe vacina para a hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde um
grande problema de Saúde Pública.
Maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que o HIV-
SIDA.
Possuem melhores resposta ao tratamento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo
feminino, que não apresentem cirrose e de peso inferior a 85 kg.
Fígado – Dor biliar
• A maioria das pessoas apresenta icterícia (pele e olhos amarelos), cansaço e fraqueza e perda de apetite.
• Outros sintomas incluem acúmulo de líquido a nível abdominal (ascite) e uma tendência à formação de
hematomas e sangramentos.
Fígado – Insuficiência hepática
Fisiopatologia
• Inervação pulmonar
• Aferente – via vagal para sistema nervoso central.
• Doenças que obstruem as vias aéreas, lesionam o tecido pulmonar, enfraquecem os músculos que
controlam a respiração ou reduzem a força respiratória podem causar insuficiência pulmonar.
• Os indivíduos podem sentir falta de ar, apresentar coloração azulada na pele e se sentirem confusos
ou sonolentos.
Insuficiência respiratória
Funções respiratórias
• Resposta exagerada a diversos estímulos, que se traduz em episódios recorrentes de sibilância, dispneia,
opressão torácica e tosse.
• Ligada à atopia – condição hereditária caracterizada pela propensão para produção de IgE com capacidade
para reagir especificamente a reações de hipersensibilidade imediata.
• As modificações que ocorrem nas vias respiratórias pela intervenção específica da IgE dependem do tipo
de alergénio sensibilizante e da forma como ocorre o reconhecimento pelo sistema imunoinflamatório.
Asma
Fonte:
• Alergénios
• Exercício físico
• Riso
• Frio
• Certos alimentos ou os seus aditivos
• Fármacos
• Poluição
• Tabagismo
• Alterações bruscas de temperatura
• Constipações
Em Portugal…
“Among children ages 5 to 17, asthma is the leading cause of school absences
from a chronic illness. It accounts for an annual loss of more than 14 million
school days per year (approximately 8 days for each student with asthma)
and more hospitalizations than any other childhood disease. It is estimated
that children with asthma spend an nearly 8 million days per year restricted
to bed.”
Fonte:The Costs of Asthma, Asthma and Allergy Foundation 1992 and 1998 Study, 2000 Update
Doença pulmonar obstrutiva crónica
Limitação do fluxo aéreo que não é completamente reversível e se traduz num quadro de dificuldade
respiratória.
Progressiva e associa-se a resposta inflamatória anormal do pulmão face ao contacto com partículas ou gases
nocivos.
Sintomas frequentes
Dispneia
Tosse
Expectoração
Pieira
Sensação de aperto
Dor torácica
…
Doença pulmonar obstrutiva crónica
ESPIROMETRIA
Doença pulmonar obstrutiva crónica
Factores de risco
Poluição: exterior, ocupacional e doméstico
Estado sócio-económico: nutrição e profissão
Hiperreactividade brônquica
Factores genéticos envolvidos
Susceptibilidade à infecção
Origem bacteriana
Origem viral
Pneumonia
Factores de risco
• Envelhecimento da população.
• Hábitos tabágicos.
• Poluição.
• Resistência antibióticos.
Pneumonia
Hospitalizações:
1,1/1000/ano - Canadá
2.6/1000/ano - Espanha
2.7-4/1000/ano – Ohio, EUA
• Sintomas podem incluir febre, arrepios, tosse produtiva, dor no peito, dispneia.
Pneumonia
Fisiopatologia
• Hormonas esteroides e tiroideias – transporte por glicoproteínas específicas, bem como albumina.
Mecanismos de resposta tecidular
A hipófise é uma glândula do tamanho de uma ervilha que está alojada no interior de uma estrutura óssea (sela
turca) localizada na base do cérebro.
Hipófise
A hipófise controla a função da maioria das outras glândulas endócrinas e, por isso, às vezes, é chamada glândula
mestra. Por sua vez, a hipófise é controlada em grande parte pelo hipotálamo, uma região do cérebro situada
imediatamente acima da hipófise. O hipotálamo ou a hipófise consegue determinar quanto estímulo as glândulas-
alvo precisam por meio da detecção dos níveis hormonais produzidos pelas glândulas controladas pela hipófise
(glândulas-alvo).
Disfunções endócrinas
• Gigantismo vs acromegalia
• Gigantismo vs acromegalia
Diabetes insípida
• A síntese de hormonas tiroideias é realizada sob controlo dos níveis de TSH hipofisária, sob regulação
da hormona libertadora da TSH.
Tiróide
Hipoaldosteronismo é uma
deficiência de aldosterona,
geralmente associada
com hipoadrenalismo e caracterizada
por hipotensão, desidratação e uma
tendência a excretar quantidades
excessivas de sódio.
Pâncreas endócrino
Insulina
Ações da insulina:
• Facilitar a entrada de glicose no músculo,
tecido adiposo e vários outros tecidos
• Estimular o fígado a armazenar glicose sob a
forma de glicogénio
• Promover a síntese de ácido gordos a nível
hepático
• Inibir a libertação de gordura no tecido
adiposo
Diabetes Mellitus
Nutrição
Processo biológico em que os organismos (animais, fungos, vegetais e micro-organismos),
utilizando-se de alimentos, assimilam nutrientes para a realização de suas funções vitais.
Fome
Sensação fisiológica pelo qual o corpo percebe que necessita de alimento para manter as suas
atividades inerentes à vida.
Fisiopatologia das perturbações da nutrição, fome e saciedade
• Atividade física
A desnutrição pode surgir porque as pessoas não conseguem obter ou preparar alimentos, porque apresentam
algum distúrbio que dificulta a ingestão ou absorção de alimentos ou porque possuem uma necessidade de
calorias excessivamente alta.
A desnutrição pode ser evidente na maioria dos casos: as pessoas ficam com peso abaixo do normal, os ossos
ficam salientes, a pele fica seca e sem elasticidade e os cabelos ficam secos e caem com facilidade.
Má nutrição e Desnutrição
A má nutrição é um desequilíbrio entre os nutrientes de que o corpo precisa e os nutrientes que o corpo
obtém. Assim, a má nutrição também inclui a sobrealimentação (consumo excessivo de calorias ou nutrientes
específicos – proteínas, gorduras, vitaminas, minerais ou outros suplementos dietéticos), além de desnutrição.
Acredita-se que a desnutrição seja uma deficiência básica de calorias (ou seja, do consumo geral de alimentos)
ou proteínas. A desnutrição, muitas vezes chamada de má nutrição, é, na verdade, um tipo de má nutrição.
Desnutrição proteico-energética
Marasmo
O marasmo é uma deficiência grave de calorias e proteínas. A deficiência tende a surgir em lactentes e crianças
pequenas. Geralmente, causa perda de peso, perda de massa muscular e gordura e desidratação. A
amamentação geralmente protege contra o marasmo.
Kwashiorkor
Uma deficiência grave mais de proteínas do que de calorias. O Kwashiorkor tende a ocorrer em determinadas
regiões do mundo, onde os alimentos e as refeições nativas destinadas às crianças que já não são
amamentadas, são deficientes em proteínas, ainda que suficientes em calorias e hidratos de carbono.
Qualquer pessoa pode desenvolver Kwashiorkor, se a sua alimentação for essencialmente composta por
hidratos de carbono. As pessoas com Kwashiorkor retêm líquidos, conferindo-lhes um aspeto inchado. Se o
Kwashiorkor for grave, o abdómen poderá ficar distendido.
Desnutrição proteico-energética
Kwashiorkor
Marasmo
Desnutrição proteico-energética
Inanição
O núcleo arqueado (ARC) constitui-se, dentro do hipotálamo, numa área maior de integração entre os diversos sinais
oriundos da periferia e do tronco cerebral, determinando ações que visam adequar o balanço energético do
organismo.
Fome e Saciedade
Efetores
Sensores
A resposta do hipotálamo varia de acordo com estímulos externos, principalmente por meio de
estimulação hormonal, tal como leptina, grelina, orexina e colecistoquinina, que são produzidos pelo
aparelho digestivo e pelo tecido adiposo (leptina).
Fisiopatologia da Fome e Saciedade
Orexinas
• Controlo do apetite
• Influência no comportamento alimentar
• Manutenção de estado de vigília
• Ativação das vias de stress
• Iniciação dos movimentos de mastigação,
motilidade e reação no tubo digestivo
Fisiopatologia da Fome e Saciedade
Hormona reguladora do balanço energético. Produzida principalmente pelo estômago, a grelina é um peptídeo que
estimula a secreção da hormona do crescimento e aumenta a adiposidade.
Hormona secretada quando o estômago está vazio. Viaja através da corrente sanguínea e chega ao cérebro, onde
informa o organismo que deve ficar com fome e procurar comida.
A principal função da grelina é aumentar o apetite. Faz o corpo consumir mais alimentos, ingerir mais calorias e
armazenar gordura.
Fisiopatologia da Fome e Saciedade
Grelina
Sinais anorexigénicos
• Péptido YY – segregado na sequência de refeições ricas em gordura, por estímulo da colecistoquinina e dos sais
biliares.
• Colecistoquinina – hormona gastrointestinal que estimula a contração da vesícula biliar e secreção de enzimas
do pâncreas, com digestão de hidratos de carbono, lípidos e proteínas. Provoca saciedade e finalização de
refeição.
• Amilina – co-segregada pelas células do pâncreas com a insulina em resposta a estímulos insulinotrópicos,
nomeadamente ingestão alimentar.
Sinais reguladores de origem adiposa
Leptina
Leptina
A leptina é responsável pelo controle da ingestão alimentar. A ação da leptina no sistema nervoso central
(hipotálamo), em mamíferos, reduz a ingestão alimentar, aumenta o gasto energético e regula a função
neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras.
A leptina reduz o apetite ao informar o cérebro que os níveis energéticos em forma de gordura estão
adequados através da inibição da formação de neuropeptídeos relacionados com o aumento de apetite.
Biológicas
Psicológicas
Sociológicas
Alterações que ocorrem durante o envelhecimento
Teorias do envelhecimento
Envelhecimento programado
Radicais livres
Limite de Hayflick
Fonte: Hayflick L. The cellular basis for biological aging. In: Firch CE,
Hayflick L, editors. Handbook of the biology of aging. New York: Van
Nostrand Reinhold, 1977:159-86.
Alterações que ocorrem durante o envelhecimento
Alterações neuroanatómicas
Atrofia do cérebro
Aparecimento de placas senis
Degenerescência neurofibrilar
Morte neuronal
Rarefacção da arborização dendrítica
Perda de memória
Problemas em usar a linguagem
Mudanças na personalidade
Desorientação
Problemas ao fazer tarefas diárias habituais
Comportamento perturbador ou inapropriado
Doença de Parkinson
• Tem lugar durante as primeiras semanas de gestação no saco vitelino, mas a partir das 6 semanas e até ao
6º/7º mês de vida intrauterina o fígado e o baço são os principais órgãos envolvidos neste processo
continuando a produzir células sanguíneas até à 2ª semana de vida extrauterina.
• A partir dos 6/7 meses de gestação a medula óssea é o local mais importante da hemocitopoiese, sendo,
durante a infância e vida adulta normais a única fonte de elementos figurados do sangue.
• Na infância toda a medula é produtora, mas com a idade vai havendo a substituição progressiva do tecido
hemocitopoiético por gordura e no adulto a medula funcionante resume-se ao esqueleto central e
extremidades proximais do fémur e úmero.
Hemocitopoiese
• Medula óssea – meio propício para o crescimento e desenvolvimento dos percursores hemocitopoiéticos.
Hemocitopoiese – Fatores de crescimento
Eritropoitina
Uma hormona de glicoproteína que controla
a eritropoiese, ou a produção de glóbulos
vermelhos do sangue.
É uma citocina (molécula de sinalização de
proteína) para eritrócitos (glóbulos vermelhos)
precursores da medula óssea.
• Por esse motivo apresenta uma forma de disco bicôncavo flexível capaz de produzir energia pela via glicolítica e
de gerar poder redutor.
Anemia
• Por definição, os doentes com anemia têm uma significativa da massa de eritrócitos.
• Hemorragia aguda e recente – o sangue periférico pode não revelar ↓ significativa do hematócrito e da
hemoglobina – é perdido sangue total.
• Nos primeiros dias após uma hemorragia aguda há geralmente reticulocitose (aumento de concentração de
eritrócitos imaturos), podendo aparecer precursores nucleados em circulação.
Anemia – Classificação
• Hemorragia interna - ↑ da bilirrubina não conjugada, o que traduz a um ↑ do catabolismo do grupo heme.
• Hemorragia digestiva aguda - ↑ do azoto ureico no sangue decorrente da isquemia renal e da digestão de
proteínas sanguíneas.
• Hemorragia crónica – geralmente devida a causas gastrointestinais ou uterinas. As manifestações clinica são as
da anemia por deficiência de ferro.
Anemia - Classificação
• Como a Hb representa 90% das proteínas do eritrócito é natural que os defeitos na síntese da Hb se traduzam
em glóbulos pequenos e pálidos. Caracteriza-se por ser uma anemia em que os eritrócitos são menores a
80 fentolitros. O volume corpuscular médio normal (VCM) é de 80-100 fL.
Deficiência em ferro
Deficiência em ferro
Deficiência em ferro
Talessemias
Anemia falciforme
• Doenças primárias da medula óssea – anemia aplásica (doença em que as células da medula óssea que se
transformam em células maduras são danificadas, o que resulta em números reduzidos de glóbulos vermelhos,
glóbulos brancos e/ou plaquetas). Costumam acompanhar-se por leucopenia e trombocitopenia e são
diagnosticas por medulograma ou por biópsia da medula.
• Inflamação crónica - ↓ disponibilidade do ferro, ↓ níveis da EPO, ↑ avidez dos macrófagos pelos eritrócitos
• Insuficiência renal crónica - ↓ níveis da EPO, deficiência de ferro, ácido fólico e hemólise.
Anemia macrocítica
• Manifestações digestivas – estomatite, anorexia, diarreia, perda de peso devido à alteração do epitélio
digestivo.
• Esfregaço sangue periférico – macrócitos forma oval, neutrófilos com hipersegmentação nuclear.
A anemia hemolítica autoimune faz parte de um grupo de distúrbios caracterizados por um mau
funcionamento do sistema imunológico, que produz anticorpos que atacam glóbulos vermelhos como se eles
fossem substâncias estranhas ao organismo.
• São removidos da circulação pelos macrófagos do sistema reticuloendotelial sobretudo na medula óssea,
mas também no fígado e no baço.
• É libertado ferro – reaproveitado na medula, para onde é transportado pela transferrina - e protoporfirina
que é catabolizada em bilirrubina.
Anemia - Classificação
Anemias hemolíticas
• As anemias hemolíticas são definidas como aquelas que resultam de ↑ da taxa de destruição dos glóbulos
vermelhos.
• Podem ser lisados na circulação – hemólise intravascular - ou, mais frequentemente extravascular.
• Alterações destas propriedades são definidas como decorrentes de anomalias intracorpusculares; outras
causas são definidas como extra-corpusculares.
Anemia - Classificação
Anemias hemolíticas
• Os doentes podem apresentar icterícia ligeira, palidez, esplenomegalia. A urina pode ser escura e podem
desenvolver-se úlceras cutâneas.
"A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada ao dano tecidular real ou potencial,
ou descrita em termos de tais danos".
A dor causada por uma (excessiva) estimulação dos nociceptores localizados na pele, vísceras e outros órgãos
designa-se dor nociceptiva, enquanto a que resulta de uma disfunção ou lesão do sistema nervoso central ou periférico
é a chamada dor neuropática, também referida como dor central caso a lesão se verifique no sistema nervoso central.
Dor
Dor nociceptiva
No entanto, na grande maioria dos casos a dor resulta da ativação de neurónios aferentes primários
específicos, os nociceptores, ou da lesão ou disfunção desses nociceptores ou do sistema nervoso
central.
Dor
Dor nociceptiva
Os estímulos que provocam a ativação dos nociceptores designam-se nociceptivos ou nóxicos, e podem classificar-se
em mecânicos, térmicos ou químicos. A principal função dos nociceptores é transformar a energia patente nos
estímulos nociceptivos em impulsos nervosos, ou seja, potenciais de ação, e conduzi-los até à espinal medula.
Na dor nociceptiva há três tipos de estímulos que podem levar à geração dos potenciais de ação nos axónios desses
nervos:
• Variações mecânicas ou térmicas que ativam diretamente as terminações nervosas ou receptores.
• Fatores químicos libertados na área da terminação nervosa.
• Fatores libertados pelas células inflamatórias como a bradicinina, a serotonina, a histamina e
as enzimas proteolíticas.
Dor
Dor
Dor nociceptiva
As substâncias químicas com propriedades algogénicas podem dividir-se em dois grupos: as exógenas ou irritantes,
muito utilizados em experimentação animal, e as endógenas, muitas das quais estão envolvidas na reação
inflamatória.
Sempre que há uma lesão tecidular provocada por um estímulo nóxico, são libertadas para o meio extracelular
substâncias algogénicas de proveniência diversa que podem activar os nociceptores.
Esta acção pode resultar da activação de receptores específicos dos nociceptores, ou da modulação da acção de
outras substâncias que são igualmente libertadas no decurso da reacção inflamatória.
Note-se que uma substância algogénica pode ter origem em várias células e activar vários receptores, e uma mesma
célula pode produzir e libertar várias substâncias algogénicas diferentes.
Dor
Dor
Hiperalgesia
Sensibilidade exagerada à dor ou sensação elevada a estímulos dolorosos, podendo ser seguida de danos dos tecidos
que contêm nociceptores ou lesão a um nervo periférico. Pode ser local ou difusa, primária ou secundária, aguda ou
intermitente, contínua ou crónica.
A experiência dolorosa está intimamente relacionada com as conexões do sistema límbico com o córtex cerebral,
principalmente no lobo pré-frontal. Estes circuitos cerebrais efetuam-se através de neurotransmissores,
principalmente serotonina, noradrenalina e dopamina, que desempenham um papel importante
como neuromoduladores da dor e nas sensações de calor e frio.
Dor
Hiperalgesia - etiologia
• Hereditariedade
• Inflamação
A dor neuropática é uma dor que resulta de lesão ou disfunção do sistema nervoso central ou periférico, podendo ser
causada por uma lesão ou disfunção dos nervos, da espinhal medula ou do cérebro.
São vários os mecanismos que podem contribuir para o aparecimento de sintomatologia dolorosa associada a
neuropatias periféricas.
Dor
Dor neuropática
• Compressão de um nervo - por exemplo, por um tumor, um disco que sofreu ruptura na coluna vertebral (causando dor lombar e/ou
dor irradiada para a perna) ou pressão sobre um nervo no pulso (causando síndrome do túnel cárpico).
• Lesão dos nervos - como ocorre em doenças que afetam todo o corpo (como diabetes mellitus) ou apenas uma ou algumas partes
(como herpes zóster).
A dor neuropática pode contribuir para a ansiedade e/ou depressão. Ansiedade e depressão também podem contribuir
para a dor.
A dor neuropática também pode desenvolver-se após uma cirurgia, como a remoção de uma mama (mastectomia) ou
cirurgia pulmonar (toracotomia).
Dor
Dor neuropática
A dor neuropática parece como sendo uma sensação de formigueiro, queimadura ou uma hipersensibilidade ao toque ou
ao frio. Algumas vezes, a dor é profunda e intensa.
As pessoas podem tornar-se muito sensíveis ao toque. Um toque leve pode causar dor.
Se o movimento é doloroso, as pessoas podem tornar-se relutantes em movimentar a parte dolorosa de seu corpo. Em tais
casos, os músculos que controlam a parte dolorosa atrofiam e o movimento pode tornar-se limitado.
As pessoas continuam a sentir dor depois de resolvida a causa, uma vez que as estruturas no sistema nervoso foram
alteradas, tornando-as mais sensíveis à dor.
Dor
Dor fantasma
A dor fantasma é a dor sentida em uma parte do corpo perdida ou a partir da qual o cérebro já não recebe sinais.
Dor de avanço
A dor de avanço (inovadora) é uma dor aguda transitória que surge repentinamente e não é aliviada pelo tratamento
regular da dor do paciente.
É comum em pacientes com neoplasia que muitas vezes sofrem de dor de fundo que geralmente são bem controlados por
medicamentos, mas que às vezes também experimentam ataques de dor severa que, ocasionalmente, "rompe" a
medicação.
As características da dor progressiva do paciente oncológico variam de pessoa para pessoa e de acordo com a causa. O
manejo da dor inovadora pode implicar o uso intensivo de opióides, incluindo o fentanil.
Dor
• Cárie dentária
• Gengivite / Periodontite
• Abcesso periapical
• Trauma
• Pericoronarite
Dor dentária (odontalgia)
Dor dentária (odontalgia)
Dor orofacial – distúrbios temporomandibulares
Os distúrbios temporomandibulares:
• São distúrbios causados por problemas com os músculos da mandíbula ou das articulações ou o tecido fibroso
que os une.
• As pessoas podem ter dor de cabeça e sensibilidade dos músculos da mastigação ou podem ouvir um estalido
nas articulações da mandíbula.
Com maior frequência, a causa do distúrbio temporomandibular é a combinação da tensão muscular com
problemas anatómicos nas articulações. Por vezes, há também uma componente psicológica envolvida.
Apertar e ranger os dentes (bruxismo), distúrbios sistémicos (como osteopenia ou distúrbios ósseos genéticos),
infecções, lesões, maloclusões e falta de dentes podem causar sintomas.
• Artrite
• Anquilose
• Hipermobilidade
Fisiopatologia
A insuficiência renal ocorre quando os rins não são capazes de filtrar devidamente os resíduos metabólicos do
sangue.
Insuficiência renal
A insuficiência renal tem muitas causas possíveis. Algumas levam a uma rápida diminuição da função renal (lesão
renal aguda, também designada como insuficiência renal aguda).
Outras levam a um declínio gradual da função renal (doença renal crónica, também chamada insuficiência renal
crónica).
Os rins, além de não conseguirem filtrar os resíduos metabólicos do sangue (como a creatinina e o nitrogénio da
ureia) no sangue, têm menor capacidade para controlar a quantidade e a distribuição de água pelo corpo (equilíbrio
hídrico), bem como os níveis de eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fosfato) e ácido no sangue.
Insuficiência renal
Quando a insuficiência renal dura por algum tempo, a pressão arterial frequentemente sobe.
Os rins perdem a sua capacidade de produção de quantidades suficientes da hormona eritropoietina que estimula a
formação de novos glóbulos vermelhos, resultando numa redução da contagem dos glóbulos vermelhos e,
consequentemente, o surgimento de anemia.
Os rins também perdem a sua capacidade de produzir níveis suficientes de calcitriol (a forma ativa da vitamina D),
que é vital para a saúde óssea.
A taxa de filtração glomerular (TFG) é o volume de líquido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman,
localizada no glomérulo, por unidade de tempo e é influenciada pela pressão de filtração, pressão hidrostática criada
pela cápsula de Bowman e o coeficiente de filtração glomerular, além da regulação do fluxo sanguíneo das arteríolas
glomerulares.
Doença renal aguda
A lesão renal aguda é uma diminuição rápida (em dias ou semanas) da capacidade dos rins de filtrar os resíduos
metabólicos do sangue.
• As causas incluem condições que diminuem o fluxo sanguíneo para os rins, que prejudicam os próprios rins ou que
bloqueiam a drenagem da urina a nível renal.
• Os sintomas podem incluir inchaço, náusea, fadiga, prurido, dificuldade em respirar e sintomas do distúrbio que
causa a lesão renal aguda.
• O tratamento envolve a correção da causa da lesão renal aguda e, algumas vezes, a diálise.
Doença renal aguda
A lesão renal aguda pode resultar de qualquer problema que diminua o fornecimento de sangue aos rins, quaisquer
doenças ou substâncias tóxicas (também chamadas toxinas) que afetem os próprios rins ou qualquer quadro clínico
que obstrua o fluxo de urina em qualquer lugar ao longo das vias urinárias.
Se ambos os rins funcionam normalmente, a lesão no rim (por exemplo, devido a bloqueio por um cálculo renal)
normalmente não causa problemas maiores porque o outro rim saudável pode compensar e normalmente manter as
medições laboratoriais da função renal perto do normal. Dessa forma, a lesão renal aguda pode ser difícil de se
detectar.
A lesão renal aguda causa problemas significativos normalmente quando ambos os rins estão prejudicados ou
funcionam de forma anormal.
Doença renal aguda
Doença renal aguda
Alguns dos quadros clínicos que causam a lesão renal aguda também afetam outras partes do organismo. Por
exemplo, granulomatose com poliangiíte (vasculite necrosante sistémica) que resulte na síndrome de Goodpasture
(síndrome de hipertensão pulmonar-renal, sendo um síndrome autoimune de hemorragia
alveolar e glomerulonefrite causada por anticorpos antimembrana basal glomerular – anti-GBM circulantes), que
danifica os vasos sanguíneos nos rins, podendo danificar também os vasos sanguíneos dos pulmões e fazer com que a
pessoa produza sangue ao tossir.
As erupções cutâneas são características de algumas causas de lesão renal aguda, incluindo poliangiíte, lúpus
eritematoso sistémico (lúpus) e algumas exposições a tóxicos.
Doença renal crónica
A doença renal crónica é uma diminuição lenta e progressiva (durante meses ou anos) da capacidade dos rins de
filtrar os resíduos metabólicos do sangue.
O sangue torna-se mais ácido, podendo surgir anemia, o tecido ósseo se deteriora e o risco de aterosclerose
aumenta.
Os sintomas podem incluir micção à noite, fadiga, náusea, prurido, espasmo muscular e cãibras, perda de sensação,
confusão, dificuldade em respirar e pele amarelo-castanha.
O tratamento visa restringir líquidos, sódio e potássio na dieta, o uso de medicamentos para corrigir outros quadros
clínicos (como diabetes, pressão arterial alta, anemia e desequilíbrio eletrolítico) e, quando necessário, o uso de
diálise ou transplante renal.
Doença renal crónica
Doença renal crónica
A doença renal crónica causa muitos problemas no organismo:
• Quando a diminuição da função renal é leve ou moderadamente grave, os rins não conseguem absorver a água da urina para
reduzir o volume de urina e a concentra.
• Em seguida, a capacidade dos rins de excretar os ácidos normalmente produzidos pelo corpo diminui e o sangue fica mais ácido,
um quadro clínico chamado de acidose.
• A produção de glóbulos vermelhos diminui, causando anemia.
• Altos níveis de resíduos metabólicos no sangue podem danificar as células nervosas no cérebro, tronco, braços e pernas.
• Os níveis de ácido úrico podem aumentar, algumas vezes causando gota.
• Os rins não podem excretar o excesso de sal e água. A retenção de sal e água pode contribuir para a pressão arterial alta e a
insuficiência cardíaca.
• A membrana que circunda o coração (pericárdio) pode ficar inflamada (pericardite).
• O nível de triglicerídeos no sangue com frequência fica elevado, o que, junto com a hipertensão arterial, aumenta o risco
de aterosclerose.
• A formação e a conservação do tecido ósseo podem ser prejudicadas (osteodistrofia renal), se certos problemas que
acompanham a doença renal crónica persistirem durante muito tempo. Esses quadros clínicos incluem nível elevado de hormona
da paratiroide, uma baixa concentração de calcitriol (a forma ativa da vitamina D) no sangue, absorção prejudicada de cálcio e
concentração elevada de fosfato no sangue. A osteodistrofia renal pode provocar dores nos ossos e aumento do risco de fraturas.
Doença renal crónica
Os sintomas normalmente desenvolvem-se muito lentamente. À medida que a insuficiência renal progride e os resíduos metabólicos
se acumulam no sangue, os sintomas evoluem.
A perda leve a moderada da função renal pode causar somente sintomas leves, como a necessidade de urinar várias vezes durante a
noite (noctúria). A noctúria ocorre porque os rins não conseguem absorver a água da urina para reduzir o volume e a concentram,
como ocorre normalmente durante a noite.
À medida que a função renal piora e mais resíduos metabólicos se acumulam no sangue, as pessoas podem sentir-se cansadas e
fracas de modo geral e apresentarem uma diminuição da capacidade mental. Algumas pessoas apresentam falta de apetite e
dificuldade em respirar. A anemia também é responsável pela fadiga e fraqueza generalizada.
O acúmulo de resíduos metabólicos também causa náuseas e vómitos e um gosto desagradável na boca, podendo levar à
desnutrição e perda de peso.
As pessoas com doença renal crónica tendem a formar hematomas ou sangrar por um tempo anormalmente longo após um corte ou
outro tipo de lesão. A doença renal crónica também diminui a capacidade do organismo de combater infecções.
Doença renal crónica
A perda grave da função renal resulta do acúmulo de resíduos metabólicos no sangue em níveis mais elevados.
A lesão ao nível dos nervos e músculos pode causar espasmos musculares, fraqueza muscular, cãibra e dor. As pessoas também
podem sentir uma sensação de formigueiro/dormência nos braços e nas pernas e podem perder a sensibilidade em certas partes do
corpo.
Podem desenvolver a síndrome das pernas inquietas. Pode surgir encefalopatia, um quadro clínico no qual o cérebro não funciona
corretamente, e levar à confusão, letargia e convulsões.
Doença renal crónica
As pessoas que sofrem de doença renal crónica avançada têm, em geral, úlceras gastrointestinais e sangramento.
A pele pode ficar com uma tonalidade amarelo-castanha e, ocasionalmente, a concentração de ureia é tão elevada que se cristaliza
no suor, formando um pó branco sobre a pele. Algumas pessoas com doença renal crónica sentem prurido no corpo todo. Também
podem ter mau hálito.