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11/08/2017

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


Engenharia de Segurança do Trabalho
Campus São José do Rio Preto

Disciplina
O Ambiente e as Doenças do Trabalho

Prof. MSc. Almir Giovani Figueredo

Aula 3 – 12/08/2017

ASPECTOS TOXICOLÓGICOS DOS


SOLVENTES ORGÂNICOS
• SOLVENTE
• tudo aquilo que permite levar uma substância (soluto) em solução.
• solução gasosa - um gás onde se encontra misturado um outro
• solução sólida - um sólido que libera um outro sólido
• solução líquida - um líquido que dissolve uma ou mais substâncias,
sejam elas sólidas, líquidas ou gasosas – compreensão mais comum
• Aplicações: solubilizantes, dispersantes, diluentes, conduzindo a
uma produção, manufatura e uso de bilhões de toneladas por
ano.
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PROPRIEDADES DOS SOLVENTES


• Amplo grupo de compostos, com variadas estruturas químicas
(álcoois, hidrocarbonetos, éteres, cetonas)
• Compartilham, tanto habilidades (dissolução e dispersão de
gorduras, óleos, ceras, tintas, pigmentos, borrachas) que
determinam seus usos, como efeitos tóxicos (irritação de pele e
mucosas, depressão do SNC em exposições agudas, por
exemplo)

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PROPRIEDADES DOS SOLVENTES


• Muitos apresentam grande volatilidade nas condições de uso.
• Tanto os trabalhadores como os consumidores finais dos produtos
contendo solventes (população) estão expostos aos vapores de solventes.
• O perigo da exposição ao solvente é a concentração da forma tóxica do
agente químico no seu receptor fisiológico.
• Como essa informação não é atualmente disponível, a próxima melhor
estimativa da dose é o nível sangüíneo da substância.
• Algumas vezes, a partir da determinação da concentração na urina
podemos por extrapolação, obter uma acurada estimativa dos níveis
corpóreos.
• As concentrações em fluidos fisiológicos, tais como sangue e urina são
frequentemente expressos como unidade de massa/volume (m/V) como,
por exemplo, µg/mL, mg/mL, mg/L, etc.
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PROPRIEDADES DOS SOLVENTES


• Os solventes de uso industrial pertencem a uma classe muito diversificada de substâncias
orgânicas e, compreendem
a) Hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos.
b) Hidrocarbonetos halogenados.
c) Aldeídos.
d) Álcoois.
e) Éteres.
f) Ésteres.
g) Derivados glicóis.
h) Cetonas.
i) Fenóis.
j) Ácidos.
k) Aminas.
l) Miscelâneas.

Utilização Solventes Orgânicos


• Entre os solventes mais utilizados em diversas atividades humanas e/ou
segmentos industriais, temos:
• Indústria alimentícia – para extração de azeites e graxas como o ciclo
hexano e o sulfeto de carbono.
• Indústria siderúrgica – limpeza e desengraxamento de pecas com
tricloroetileno e cloreto de metileno. Refrigeração em processos de
corte, com hidrocarbonetos alifáticos.
• Indústria de calçados – como solventes de colas e pegas em mistura de
hexano.
• Indústria de plásticos e borracha – como solventes de matérias-primas e
de transformação, por exemplo dimetilformamida, clorofórmio, acetona.

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Utilização Solventes Orgânicos


• Indústria de madeira – como solventes de lacas e vernizes, por
exemplo terebintina e tolueno.
• Indústria cosmética – como dispersantes de álcool etílico, álcool
isopropílico e clorofórmio.
• Indústria farmacêutica – em síntese de fórmulas.
• Indústria de tintas – como diluentes para tolueno, acetatos e
cetonas.
• Limpeza a seco – como solventes de substancias organicas, por
exemplo tetracloroetileno.

Usos

Como Solvente Como algo mais

• Dissolução  Combustíveis
• Extração  Alimentos
• Desengraxamento  Drogas de abuso
• Tintas, corantes, pinturas,  Bebidas
coberturas
 Anticongelante
• Diluição, dispersante
 Explosivos
• Limpeza a seco
 Poluentes

Classes Químicas dos Solventes

• Hidrocarb. Alifáticos  Gasolina


• Hidrocarb. Cíclicos  Ciclohexano
• Hidrocarb. Aromáticos  Benzeno, tolueno
• Cetonas  Ciclohexanona, acetona
• Aldeídos  Acetaldeído
• Álcoois  Etanol, metanol
• Éteres  Éteres Glicólicos
• Ésteres  Acetato de Etila

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Classes Químicas dos Solventes

• Etilnitrato, TNT
• Hidrocarbonetos Nitro
• 1,1,1-tricloretano,
• Alcanos Halogenados • tetracloreto de
carbono,
• clorofórmio

• Alcenos Halogenados • Tricloretileno,


• Cloreto de vinila

• Querosene,
• Misturas • “white spirit”

Problemas na Avaliação da Neurotoxicidade dos


Solventes
• Definição de casos não especifica
• Índice de prevalência na reprodução
• Variabilidade nos testes neurocomportamentais
• Exames fisiológicos não específicos
• Confundida com etanol, trauma, outros fatores
• Exposições mistas

Problemas na Avaliação da Neurotoxicidade dos Solventes


• Na prática industrial, o uso dos solventes ocorre geralmente sob a forma de
misturas de substâncias.
• Misturas intencionais de diversos compostos para obter uma propriedade
solvente peculiar.
• EX. preparação de colas, tintas e misturas para o desengraxamento e vernizagem.
• Também quando o ciclo de trabalho prevê a utilização de uma única substância, as
preparações comerciais disponíveis são geralmente de compostos com pureza
limitada: caracterizam-se pela presença, às vezes em percentuais relevantes, de
substâncias estruturalmente afins, da mesma classe química, mas em alguns casos
de substâncias muito diferentes entre si e eventualmente dotadas de
propriedades toxicológicas diferentes em relação ao produto principal.
• A justificativa para a utilização de substâncias não refinadas
• custo econômico elevado das purificações
• falta substancial de reais vantagens tecnológicas do seu uso.
• Por causa da presença de impurezas, ocorreram no passado, frequentes equívocos
sobre as reais propriedades toxicológicas de alguns solventes tais como os
hidrocarbonetos aromáticos da série do benzeno.
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Propriedades físico-químicas
• Solubilidade
• É uma importante característica da eficiência de uma substância
como solvente químico e a principal causa que determina os efeitos
tóxicos e sistêmicos na saúde humana.
• A propriedade de um solvente agir como anestésico geral e sua ação
desengordurante e diretamente proporcional a sua solubilidade
lipídica.
• Entretanto, a absorção cutânea e diretamente ligada a sua
solubilidade lipídica e aquosa, visto que a pele tem um conteúdo
aquoso-lipídico que funciona como uma barreira protetora.
• Em face disso, solventes como o dimetilsulfoxido, a
dimetilformamida e os éteres glicóis, são altamente solúveis e
absorvidos por via dérmica.
• De maneira geral, os solventes orgânicos são lipossolúveis, mas a
solubilidade difere significativamente dependendo do solvente. 13

Propriedades físico-químicas
• Inflamabilidade e explosividade
• Alguns solventes orgânicos são inflamáveis bastante para serem usados
como combustíveis, enquanto outros são usados como extintores, a
exemplo dos halogenados.
• A inflamabilidade  função do ponto de fulgor que e a temperatura acima
da qual um líquido inflamável deve estar para que possa pegar fogo.
• A combustão de líquidos inflamáveis ocorre sobre a superfície líquida,
onde há a mistura de vapores e oxigênio do ar.
• O próprio líquido não incendeia, assim, há necessidade de certa evaporação
para que o combustível líquido fique inflamável.
• Quanto mais baixo o ponto de fulgor, mais inflamável é a substância.
• Solventes muito voláteis tem, em geral, pontos de fulgor em temperaturas
abaixo de 0 C.
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Propriedades físico-químicas
• Volatilidade
• A volatilidade é importante para a exposição ocupacional a
substancias liquidas:
• quanto maior a volatilidade, maior e a exposição do trabalhador ao vapor
do produto na atmosfera do ambiente de trabalho, independentemente do
contato direto com o liquido.
• Mesmo a substância que não é absorvida com facilidade pela pele
pode ter mais predisposição a penetrar no organismo pelo sistema
respiratório.
• A volatilidade pode ser avaliada através da temperatura de ebulição
e de sua pressão de vapor.
• As duas variáveis estão relacionadas, pois, em geral, quanto mais
baixa a temperatura de ebulição, maior e a pressão de vapor a uma
dada temperatura.
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Propriedades físico-químicas
• Volatilidade
• A pressão de vapor exercida por um liquido na superfície depende da
temperatura em que o liquido se encontra e, quanto maior a temperatura,
maior e a pressão de vapor.
• Quando a pressão de vapor do liquido se iguala a pressão atmosférica (760
mmHg ao nível do mar), a substancia entra em ebulicao.
• A pressão de vapor e estabelecida para as temperaturas de 20 C ou 25 C,
que são as consideradas ambiente, e quanto maior e a pressão de vapor
nessas temperaturas, maior e a tendência a evaporação da substancia e,
portanto, maiores são as concentrações na atmosfera do ambiente de
trabalho.
• Dessa forma, quanto maior a temperatura de ebulição,
• menor e a pressão de vapor
• menor quantidade de vapor e gerado no ambiente
• Do ponto de vista prático, para substâncias com pressões de vapor muito
baixas, as exposições aos seus vapores são desprezíveis.
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TOXICOCINÉTICA

• Absorvidos por todas as vias (respiratória, dérmica e digestiva)


• A via respiratória (inalação dos vapores) é a mais importante
nos ambientes de trabalho, seguida da dérmica
• A via digestiva tem importância restringida a acidentes ou
tentativas de suicídio

TOXICOCINÉTICA

• A absorção respiratória varia com


• a concentração de vapores no local de trabalho,
• o esforço físico,
• a permeabilidade da membrana alvéolo-capilar e
• a solubilidade específica do solvente no sangue (coeficiente de
partição ar/sangue)

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TOXICOCINÉTICA

• A absorção dérmica varia com


• a espessura da pele,
• a perfusão local e
• a presença de lesões

• O contato persistente, através de vestimentas contaminadas,


contribui para maior absorção

TOXICOCINÉTICA

• A biotransformação ocorre principalmente via Citocromo P450


• Os metabólitos são eliminados através da urina ou por via biliar
• As taxas de biotransformação são influenciadas por outros
agentes (consumo de álcool)
• Podem ser formados metabólitos ativos, mais tóxicos que o
solvente original
(ex: n-hexano/n-hexanediona - agente neurotóxico periférico)

TOXICOCINÉTICA

• A excreção também se dá pela via respiratória, de forma


inalterada (não metabolizados)
• O controle de trabalhadores expostos se dá pela medição dos
metabólitos na urina, sangue e ar expirado

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TOXICODINÂMICA

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

EFEITOS TÓXICOS AGUDOS


• Sinais iniciais: euforia, desinibirão
• Vertigens, delírio, náuseas, vômitos
• Incoordenação motora, *parestesias, taquicardia
• Convulsões, coma e óbito (altas concentrações)
*Parestesias são sensações cutâneas subjetivas (ex., frio, calor, formigamento,
pressão etc.) que são vivenciadas espontaneamente na ausência de estimulação.

TOXICODINÂMICA

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

EFEITOS TÓXICOS CRÔNICOS


• Cefaléia, fadiga, irritabilidade, perda de memória
• Depressão, instabilidade emocional, insônia
• Redução da libido
• Encefalopatia tóxica (distúrbios do humor, memória, fala e
psicomotores)

TOXICODINÂMICA

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

EFEITOS TÓXICOS

• Neuropatia periférica (n-hexano, metil-n-butilcetona)


• Dano axonal (degeneração distal)
• Detecção através de eletromiografia

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TOXICODINÂMICA

APARELHO URINÁRIO

EFEITOS TÓXICOS
• Dano tubular com insuficiência renal aguda secundária
(exposição aguda)
• Acidose tubular (tolueno)*
• Glomérulonefrite (exposição crônica)
A palavra acidose se refere à tendência da acidose tubular renal em diminuir o pH sanguíneo.
Quando o pH sanguíneo está abaixo do normal (7,35), isso é chamado acidemia.

• Quando o sangue é filtrado


pelos rins, o filtrado passa
através dos túbulos do
néfron, permitindo a troca de
sais, equivalentes ácidos e
outros solutos antes que ele
seja drenado para a bexiga
como urina.
• A acidose metabólica que
resulta da acidose tubular
renal pode ser causada tanto
por incapacidade de
reabsorver do filtrado ions
bicarbonato suficientes
quanto pela incapacidade de
secretar ions hidrogênio nas
porções finais do néfron
(túbulo distal).

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TOXICODINÂMICA

HEPÁTICOS

EFEITOS TÓXICOS
• Necrose centrolobular (hidrocarbonetos halogenados)
• Agravamento por associação com consumo de álcool ou
desnutrição calórica
• Carcinogenese (hidrocarbonetos halogenados, animais)
• Hepatite tóxica aguda (percloroetileno)
• Menos comum (hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos)

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TOXICODINÂMICA

CARDIOVASCULARES
EFEITOS TÓXICOS
• Sensibilização miocárdica a catecolaminas (hidrocarbonetos
halogenados) - arritmias/PCR
• Cloreto de Metileno: biotransformado em CO -
desencadeamento de infarto agudo do miocárdio (COHb)
Incluída entre as catecolaminas estão a epinefrina (adrenalina), a norepinefrina
(noradrenalina), e a dopamina, que são produzidos a partir de fenilalanina e tirosina. A
liberação dos hormônios adrenalina e noradrenalina a partir da medula adrenal das
glândulas supra-renais é parte da resposta de luta ou fuga.

TOXICODINÂMICA

PELE E MUCOSAS

EFEITOS TÓXICOS
• Dermatite (ressecamento, descamação e fissuras)
• Irritação (hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos)
• Queimaduras químicas (tricloroetileno)
• Facilitação de dermatite de contato (alergenos presentes no
ambiente de trabalho)
• Irritação de mucosas (ocular, vias aéreas superiores, traqueal,
brônquica)

TOXICODINÂMICA

APARELHO REPRODUTOR

EFEITOS TÓXICOS
• Exposição na gestação: discreto aumento de defeitos congênitos
e abortamento
• Anormalidades menstruais (benzeno/dissulfeto de carbono)
• Aborto espontâneo (óxido de etileno)

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TOXICODINÂMICA

CARCINOGÊNESE

EFEITOS TÓXICOS
• Benzeno (leucemia) grupo I do IARC (Agência Internacional de
Pesquisa em Câncer)
• Bis-cloro-metil éter (câncer de pequenas células, pulmão)
• Possíveis carcinogênicos: tetracloreto de carbono,
tricloroetileno, epicloridrina - grupo 2A do IARC
• Atividades de risco: cabeleireiros, petroleiros, gráficos,
carpinteiros, marceneiros

AGENTES E ATIVIDADES DE RISCO

BENZENO
• Siderurgia (carvão de coque); refino de petróleo, indústria
petroquímica, farmacêutica e de pesticidas
• Uso de tintas, vernizes, adesivos, gasolina (graus variáveis de
contaminação por benzeno)
• Ambiental: rejeitos industriais; postos e depósitos de
combustíveis; gases de exaustão de veículos

AGENTES E ATIVIDADES DE RISCO

TOLUENO

• Usos: desengordurante, solvente de adesivos, tintas e vernizes


• Produto pode conter Benzeno (até 25% )
• Neurotóxico central (cérebro e cerebelo) com alterações neurológicas e
neuropsicológicas
• Danos a fígado, coração e rins podem ser observados
• Efeitos teratogênicos (abuso como inalante por gestantes)

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AGENTES E ATIVIDADES DE RISCO

TRICLOROETILENO

• Usos: desengordurante; lavanderias “dry cleaning” (também usam


percloroetileno), lubrificantes, adesivos, limpeza de componentes

• Exposição aguda: sintomas comuns a todos os solventes, associados a


distúrbios do nervo trigêmeo (sensorial), rubor facial e mal estar (“Mal dos
desengraxadores”) – uso de bebida alcoólica

• Carcinogênico em animais; provável carcinogênico humano

AGENTES E ATIVIDADES DE RISCO

METlL-N-BUTILCETONA (MNBC)

• Usos: solvente de nitrocelulose; resinas, ceras e vernizes;


removedores de tintas e vernizes
• Físico-química: líquido incolor, com odor semelhante ao da
acetona
• Clínica:
 neuropatia periférica mista (sensorial e motora), por ação direta e de
seu metabólito 2,5-hexanediona
 danos ao SNC (medula, cerebelo e nervo ótico): marcha espástica,
déficit visual e de memória

DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO
• História de exposição (trabalhadores industriais; pintores; abuso
de inalantes)
• Laboratório: Monitoramento de trabalhadores
Fenol urinário
BENZENO
Ácido trans-mucônico (exper)
TOLUENO Ácido hipúrico
TRICLOROETILENO Ácido tricloroacético

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DIAGNÓSTICO

• Exame neurológico clínico e provas especiais: testes


neuropsicológicos e eletromiografia
• Provas de função hepática e renal
• Exames hematológicos (Hemograma/plaquetas)
• Avaliação cárdio-respiratória (ausculta/ECG)
• Avaliação dermatológica

TRATAMENTO

EXPOSIÇÃO AGUDA

Tratamento de suporte
Não há antídotos específicos!
Exceto para n-etanol/etilenoglicol: etanol ou fomepizol

TRATAMENTO

EXPOSIÇÃO AGUDA
Intoxicação por via inalação:
• Remoção do ambiente contaminado
• Descontaminação (remoção de roupas/lavar pele)
• Ventilação com O2
• Casos graves: ventilação mecânica
suporte circulatório
Evitar adrenalina: risco de arritmia cardíaca por sensibilização miocárdica

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TRATAMENTO

EXPOSIÇÃO AGUDA

Intoxicação por via oral:


• esvaziamento gástrico até 1 hora após ingestão para volumes
acima de 30 – 60 ml, com proteção de via aérea (entubação
endotraqueal),
• carvão ativado

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