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CENTRO DE HUMANIDADES
ATIVIDADE - I UNIDADE
Quando se escreve, por mais que seja em um veículo não- acadêmico, se escreve de um
determinado lugar social já firmado e é a partir daí que se trava a relação de quem
produz com quem se insere na produção. Primordialmente, o lugar de produção era
cabível somente a uma parcela componente de “dominadores das idéias” uma vez que
seu fazer histórico se pautava numa busca e decreto da verdade; paulatinamente essa
assertiva vai se modificando de modo que a instituição passa a corroborar para o
distanciamento dessas idéias gerais do científico em tendência (mesmo que essa
dinâmica não seja obrigatoriamente resultado de uma influência proposital entre idéia –
instituição).
Seguido do lugar social, a prática integra os componentes da elaboração e por meio dela
as técnicas não só integram o historiador com seu objeto, mas também os transforma,
“Participa do trabalho que transforma a natureza em ambiente e, assim modifica a
natureza do homem.” (p.71). Mas não é só modificar as naturezas o trabalho aqui
inferido, os processos anteriores e componentes dessa ação são de fato o princípio do
exercício. Daí a importância da relação com as fontes.
Nesse sentido, a prática como pesquisa já não se pauta em resultado sob a questão da
teoria e de seu modelo pré-estabelecido no contexto temporal, torna-se muito mais
requerida à questão por detrás, os desvios quanto aos modelos. Buscar as lacunas, os
“erros”, as diferenças e suas manifestações frente ao que diverge da base, “O
entendimento da história está ligado à capacidade de organizar as diferenças ou as
ausências pertinentes e hierarquizáveis relativas às formalizações científicas atuais”
(p.84). Dessa forma, a pesquisa se estende para a formulação de um limite frente à
dinâmica histórica e por ventura, a sua própria ultrapassagem como arremate.
Passando da prática à escrita, todavia é o ponto que “amarra” a produção, sendo o finito
da investigação, do lugar social de produção e do lugar. O discurso fabricado é
responsável por didatizar a produção, e trazer “dos mortos” o passado presentificado no
tempo homônimo, este último, o cronológico também sendo uma fabricação e que só é
determinado pelo lugar da própria produção. Nesses termos, o tempo exerce função
dual: é cronologia de origem, precisando de períodos de recorte (o macro e o micro) e é
limítrofe no que tange a necessidade de desembocar num presente, numa atualidade.