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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

EDUARDO CLASEN INACIO


WILLIAN MOREIRA GOMES

REDES DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEAS DE ENERGIA ELÉTRICA:


COMPARATIVO ENTRE OS REQUISITOS DAS CONCESSIONÁRIAS CELESC D,
CPFL ENERGIA E CEMIG D UTILIZANDO MODELOS BIM

Palhoça
2018
EDUARDO CLASEN INACIO
WILLIAN MOREIRA GOMES

REDES DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEAS DE ENERGIA ELÉTRICA:


COMPARATIVO ENTRE OS REQUISITOS DAS CONCESSIONÁRIAS CELESC D,
CPFL ENERGIA E CEMIG D UTILIZANDO MODELOS BIM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Elétrica da
Universidade do Sul de Santa Catarina como
requisito parcial à obtenção do título de
Engenheiro Eletricista.

Orientador: Professor Fabiano Max da Costa, Eng. Esp.

Palhoça
2018
Dedicamos este trabalho as pessoas que
estiveram diariamente ao nosso lado. Aos
nossos pais, famílias e amigos.
AGRADECIMENTOS

Eduardo agradece a:
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado o dom da vida e ter me abençoado
em momentos delicados vividos no último ano.
Agradeço aos meus pais, Isolete Clasen Inacio e Vanderlei Inacio, pelos
ensinamentos e por me fazer ser a pessoa que sou hoje, a minha irmã, Juliana Clasen Inacio,
por sempre estar do meu lado em todos os momentos. Agradeço a incrível paciência da minha
família e amigos nesses cinco anos em que estive ausente. Foram muitos finais de semana
estudando, muitas comemorações em que não pude estar onde eu realmente gostaria de estar.
Aos meus amigos dessa caminhada Willian Moreira Gomes e Matheus Trierveiler
pelos longos finais de semana de estudos. E também a minha namorada Amanda Mendes
Ferreira Gomes por me acompanhar nessa caminhada, me dando suporte, amor e carinho.
Agradeço também ao nosso orientador Fabiano Max da Costa pelo empenho e o
tempo investido neste trabalho. Ao professor Paulo Roberto May, pelo incentivo aos estudos e
exemplo de profissional durante toda a graduação. Ao Luciano Pedro Demoro por todas suas
contribuições que fizeram com que nosso trabalho alcançasse outro patamar de excelência.

Willian agradece a:
A Deus por ter me dado saúde e forças para concretizar meu sonho e superar as
minhas dificuldades.
Em especial, aos meus Pais, Custódio Gomes e Maria José Moreira Gomes que,
durante todos esses anos, me educaram e ajudaram a formar o meu caráter, sempre incentivando
os meus estudos. Agradeço por dedicar a mim, neste momento tão importante e decisivo, toda
a sua paciência e compreensão.
Agradeço muito, em especial a minha esposa Vanderléia, nossas filhas, Millena e
Sofia, e nossa neta Lavínia, pelo amor incondicional, apoio, motivação, paciência e
compreensão durante os vários momentos de ausência, por estarem junto comigo em todos os
momentos bons e ruins desde o começo da faculdade, apoiando e acreditando em mim quando
eu já não acreditava mais.
Também quero agradecer muito, a Amanda, o Eduardo e o Matheus, amigos que
fiz durante esse curso, muito obrigado pelos vários finais de semana que estudamos juntos, pela
amizade e apoio, foi uma jornada com muitos obstáculos e imprevistos no caminho, que eu não
teria conseguido atravessar sem o suporte de cada um de vocês.
Aos meus amigos, pelo apoio e paciência nesses anos, que por muitas vezes
aguentaram minhas reclamações nos momentos de dificuldade, e me fizeram continuar firme
na jornada. Pessoas que certamente são muito especiais em minha vida.
Agradeço ao Fabiano Max da Costa, por ter aceitado esse desafio e ter
desempenhado seu papel com excelência, ao Luciano Pedro Demoro, pelas orientações,
dedicação, empenho e conhecimentos repassados, e ao Paulo Roberto May, por todo tempo
investido para que nosso trabalho ficasse cada dia melhor. Obrigado por ajudarem neste
momento difícil.
A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho
fosse realizado. Um muito obrigado a todos vocês!
“Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica:
a vontade.” (Albert Einstein).
RESUMO

Atualmente, a implantação de novas redes de distribuição subterrânea de energia elétrica é


motivada por projetos de revitalização em centros urbanos e históricos, além de
empreendimentos de condomínios e de loteamentos diversos. Isso porque as redes subterrâneas
têm maior confiabilidade no fornecimento de energia elétrica, além de proporcionarem um
diferencial atrativo nos centros urbanos e históricos. O fato de existirem diversas
concessionárias atuando no território brasileiro, e com normas diferentes, faz com que um
mesmo projeto de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica, em loteamento, apresente
características únicas, dependendo da região onde a obra será executada. Assim, percebemos a
importância deste trabalho, que teve como objetivo desenvolver um estudo comparativo entre
as normas das concessionárias CELESC S/A, CPFL ENERGIA e CEMIG D, na elaboração de
projetos de redes de distribuição subterrânea de energia elétrica, em loteamento. Também foi
realizado levantamento de materiais, de equipamentos e de mão de obra, utilizados no projeto
de cada concessionária, permitindo comparar o custo do mesmo projeto de acordo com os
padrões de cada concessionária. Para melhorar o detalhamento, obter mais informações,
proporcionar melhor entendimento e redução de erros ao projetar e executar, foi utilizado o
conceito de BIM (Building Information Modeling) na modelagem dos elementos deste projeto,
seguindo suas características reais. Por fim, foi transcrita em uma situação prática, simulando
um loteamento residencial fictício, onde foi implantada rede de distribuição subterrânea de
energia elétrica e iluminação pública, segundo os critérios de cada uma das concessionárias.

Palavras-chave: Concessionária de Energia. Projeto de Rede de Distribuição Subterrânea de


Energia Elétrica. Modelado em BIM. Iluminação Pública.
ABSTRACT

Currently, the deployment of new lines of underground distribution is motivated by projects of


revitalization of urban centers and historical, besides of allotment enterprises. This is since these
lines have greater reliability in power supply electric and provide a differential in the region.
The fact that there are several concessionaires operating in the Brazilian territory, and with
different norms, makes the same project of underground distribution line of electric energy, in
allotment, present unique features, depending on the region where the work will be carried out.
Thus, we perceive the importance of this work, in which the objective was to develop a study
by the standards of the concessionaires CELESC S/A, CPFL ENERGIA and CEMIG D in the
elaboration of projects of underground distribution lines of energy in allotments. It was also
carried out the survey of materials, equipment and labor used for the execution, thus making it
possible to compare the cost of the same project according to the standards of different
concessionaires. To increase the detailing, get more information, provide better understanding
and reduction of errors when designing and executing, was used the concept of BIM (Building
Information Modelling) in the modeling of the elements of this project, following its actual
characteristics. Finally, the analysis was transcribed into a practical situation by simulating a
fictional residential allotment, where an underground distribution line of energy and public
lighting was implemented, according to the concessionaires.

Keywords: Concessionaires; Project of underground distribution line of electric energy;


concept of BIM; Public lighting.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – O BIM no Ciclo de Vida da Edificação .................................................................. 17


Figura 2 – Exemplo de Projeto com Revit ............................................................................... 19
Figura 3 – Visão de um Projeto Utilizando o Navisworks ....................................................... 20
Figura 4 – Interferência Detectada com Uso do Solibri ........................................................... 21
Figura 5 – Níveis de Desenvolvimento em BIM ...................................................................... 22
Figura 6 – Usina Hidrelétrica de Itaipu .................................................................................... 26
Figura 7 – Sistema de Transmissão Brasileiro Sobreposto na Europa ..................................... 27
Figura 8 – Linhas de Transmissão da Usina Hidrelétrica de Itaipu.......................................... 28
Figura 9 – Áreas de Abrangência das Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica ... 29
Figura 10 – Configuração Atual do Sistema Elétrico Brasileiro .............................................. 30
Figura 11 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Convencional com Cruzeta – CELESC D
.................................................................................................................................................. 31
Figura 12 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Convencional Tipo Pilar – CELESC D32
Figura 13 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Convencional Alta Poluição – CELESC
D ............................................................................................................................................... 32
Figura 14 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Compacta com Múltiplos Circuitos –
CELESC D ............................................................................................................................... 33
Figura 15 – Comparação de Poda Entre uma Rede Convencional (nua) e a Rede Compacta –
CELESC D ............................................................................................................................... 34
Figura 16 – Rede Convencional Aérea Multiplexada de Média e Baixa Tensão – CELESC D
.................................................................................................................................................. 35
Figura 17 – Câmara Subterrânea .............................................................................................. 36
Figura 18 – Configuração de uma Rede Subterrânea Enterrada .............................................. 36
Figura 19 – Evolução do Isolamento de Condutor ................................................................... 38
Figura 20 – Sistema Reticulado ................................................................................................ 42
Figura 21 – Sistema Primário Seletivo ..................................................................................... 43
Figura 22 – Sistema Radial com Recurso ou Anel Aberto ....................................................... 43
Figura 23 – Sistema Híbrido..................................................................................................... 44
Figura 24 – Galeria Técnica ..................................................................................................... 45
Figura 25 – Transformador de Distribuição Submersível ........................................................ 46
Figura 26 – Transformador de Distribuição tipo Pedestal ........................................................ 47
Figura 27 – Chave de Média Tensão – Tipo Pedestal .............................................................. 47
Figura 28 – Chave de Média Tensão – Tipo Submersível ....................................................... 48
Figura 29 – Barramento Modulares Isolados ........................................................................... 48
Figura 30 – Instalação de Barramento Modulares Isolados ..................................................... 48
Figura 31 – Quadro de Distribuição Tipo Pedestal .................................................................. 49
Figura 32 – Instalação de Quadro de Distribuição Tipo Pedestal ............................................ 49
Figura 33 – Caixa de Passagem Tipo D – CELESC D............................................................. 50
Figura 34 – Caixa de Inspeção Tipo M – CELESC D ............................................................. 50
Figura 35 – Condutor de Média Tensão com Isolação XLPE .................................................. 51
Figura 36 – Condutor de Baixa Tensão com Isolação em XLPE ............................................. 51
Figura 37 – Acessórios Terminais ............................................................................................ 52
Figura 38 – Acessórios para Emendas...................................................................................... 52
Figura 39 – Sistema Radial sem Recurso – CELESC D .......................................................... 61
Figura 40 – Sistema Radial com Recurso – CELESC D .......................................................... 61
Figura 41 – Sistema Radial com Recurso Através de uma Única Entrada – CPFL ENERGIA
.................................................................................................................................................. 63
Figura 42 – Sistema Radial com Recurso Através de Entradas Diferentes – CPFL ENERGIA
.................................................................................................................................................. 63
Figura 43 – Sistema Primário Seletivo Conectados a Dois Circuitos – CPFL ENERGIA ...... 64
Figura 44 – Sistema Anel Aberto – CEMIG D ........................................................................ 65
Figura 45 – Sistema Radial com Recurso – CEMIG D ............................................................ 66
Figura 46 – Poste de Transição com Chave Fusível – CELESC D .......................................... 77
Figura 47 – Estrutura de Derivação com Religador – CELESC D .......................................... 77
Figura 48 – Detalhe de Atendimento ao Consumidor de Média Tensão – CEMIG D ............. 82
Figura 49 - Planta Baixa do Loteamento .................................................................................. 93
Figura 50 – Croqui Rede Primária – CELESC D ..................................................................... 97
Figura 51 – Croqui Circuito C1 Rede Secundária – CELESC D ........................................... 100
Figura 52 – Detalhamento da Instalação de Transformador e QDP – Projeto CELESC D ... 127
Figura 53 – Detalhamento da Instalação de Transformador e QDP – Projeto CPFL ENERGIA
................................................................................................................................................ 128
Figura 54 – Detalhe das redes - Projeto CELESC .................................................................. 128
Figura 55 – Detalhe das redes - Projeto CEMIG .................................................................... 129
Figura 56 – Exemplo de Interferências................................................................................... 129
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Matriz Energética Brasileira.................................................................................. 25


Gráfico 2 – Participação no Total de Redes Subterrâneas do Brasil (percentual de km) ......... 40
Gráfico 3 – Percentual de Redes Aéreas e Subterrâneas das Cidades ...................................... 41
Gráfico 4 – Custos por Concessionárias ................................................................................. 130
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Exemplos de Atributos Geométricos e Não-geométricos dos Elementos em BIM


.................................................................................................................................................. 23
Quadro 2 – Extensão Total das Linhas Transmissão em 2015 ................................................. 28
Quadro 3 – Determinação da Demanda Em Função da Área do Lote Residencial – CELESC D
.................................................................................................................................................. 57
Quadro 4 – Consumo Mensal Mínimo Estimado – CPFL ENERGIA ..................................... 57
Quadro 5 – Constantes Específicas para o Cálculo da Demanda Estimada – Município ........ 58
Quadro 6 – Constantes Específicas para o Cálculo da Demanda Estimada – Empresa ........... 58
Quadro 7 – Demanda por Área – CEMIG D ............................................................................ 59
Quadro 8 – Elementos de Proteção do Transformadores – CELESC D .................................. 59
Quadro 9 – Elementos de Proteção do Transformadores – CPFL ENERGIA ......................... 60
Quadro 10 – Capacidade de Condução de Corrente dos Condutores de Média Tensão -
CELESC D ............................................................................................................................... 62
Quadro 11 – Correntes Admissíveis de Condutores de Média Tensão – CPFL ENERGIA .... 64
Quadro 12 – Capacidade de Condução de Corrente dos Condutores de Média Tensão – CEMIG
D ............................................................................................................................................... 67
Quadro 13 – Correntes Admissíveis dos Condutores – CELESC D ........................................ 68
Quadro 14 – Fator de Agrupamento – CELESC D .................................................................. 68
Quadro 15 – Correntes Admissíveis dos Condutores – CPFL ENERGIA ............................... 69
Quadro 16 – Correntes Admissíveis dos Condutores – CEMIG D .......................................... 70
Quadro 17 – Fator de Agrupamento – CEMIG D .................................................................... 70
Quadro 18 – Coeficientes de Queda de Tesão – CEMIG D ..................................................... 70
Quadro 19 – Corrente Nominal do Fusível Tipo NH – CELESC D ........................................ 71
Quadro 20 – Fator de Ajuste das Correntes das Chaves – CELESC D .................................... 71
Quadro 21 – Dimensão e Capacidade de Condução de Corrente do QDP – CELESC D ........ 72
Quadro 22 – Condutores que Interligam o QDP ao Transformador – CELESC D .................. 73
Quadro 23 – Corrente Nominal do Fusível Tipo NH – CPFL ENERGIA ............................... 74
Quadro 24 – Fator de Ajuste das Correntes das Chaves – CPFL ENERGIA .......................... 74
Quadro 25 – Condutores que Interligam o QDP ao Transformador – CPFL ENERGIA ........ 75
Quadro 26 – Dimensionamento Elétrico dos Quadros de Distribuição Tipo Pedestal – CEMIG
D ............................................................................................................................................... 76
Quadro 27 – Dimensionamento das Chaves e Elos Fusíveis – CELESC D ............................. 78
Quadro 28 – Padronização de Religadores Automáticos Controlados – CELESC D .............. 78
Quadro 29 – Corrente Nominal do Fusível Tipo K – CPFL ENERGIA .................................. 79
Quadro 30 – Características Elétricas dos Religadores – CEMIG D ....................................... 80
Quadro 31 – Características Elétricas das Chaves Submersíveis – CEMIG D ........................ 82
Quadro 32 – Previsão do Eletroduto do Ramal em Loteamentos não Edificados – CELESC D
.................................................................................................................................................. 88
Quadro 33 – Dimensionamentos dos Dutos Corrugados de PEAD – CEMIG D .................... 89
Quadro 34 – Queda de Tensão Unitária dos Condutores – CEMIG D..................................... 92
Quadro 35 – Demanda dos Transformadores 01, 02, 03, 04 e 05 – CELESC D ..................... 95
Quadro 36 – Cálculo de Queda de Tensão Rede Primária – CELESC D ................................ 97
Quadro 37 – Parâmetros Elétricos dos Condutores de Média Tensão para Condutos em Trifólio
– CELESC D ............................................................................................................................ 98
Quadro 38 – Cálculo de Queda de Tensão Rede Secundária – CELESC D ............................ 99
Quadro 39 – Parâmetros dos Condutores de Baixa Tensão para Condutores em Trifólio –
CELESC D ............................................................................................................................. 100
Quadro 40 – Dimensionamento de Circuitos – Rede Secundária – CELESC D .................... 101
Quadro 41 – Dimensionamento de Circuitos – Iluminação Pública – CELESC D ................ 102
Quadro 42 – Dimensionamento dos Fusíveis – CELESC D .................................................. 103
Quadro 43 – Dimensionamento do QDP – CELESC D ......................................................... 103
Quadro 44 – Demanda dos Lotes Transformador 01, 02 e 03 – CPFL ENERGIA ............... 108
Quadro 45 – Demanda dos Lotes Transformador 04 e 05 – CPFL ENERGIA...................... 109
Quadro 46 – Parâmetros dos Condutores de Baixa Tensão para Condutores em Trifólio – CPFL
ENERGIA............................................................................................................................... 111
Quadro 47 – Cálculo de Queda de Tensão Rede Secundária – CPFL ENERGIA ................. 111
Quadro 48 – Dimensionamento de Circuitos – Rede Secundária – CPFL ENERGIA .......... 112
Quadro 49 – Dimensionamento do Fusíveis – CPFL ENERGIA .......................................... 113
Quadro 50 – Dimensionamento do QDP – CPFL ENERGIA ................................................ 113
Quadro 51 – Demanda dos Transformadores 01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07 – CEMIG D ......... 118
Quadro 52 – Parâmetros dos Condutores de Baixa Tensão para Condutores em Trifólio –
CEMIG D ............................................................................................................................... 120
Quadro 53 – Cálculo de Queda Tensão Rede Secundária – CEMIG D ................................. 120
Quadro 54 – Dimensionamento de Circuitos - Rede Secundária – CEMIG D ...................... 121
Quadro 55 – Cálculos Iluminação Pública – CEMIG D ........................................................ 122
Quadro 56 – Dimensionamento do Fusíveis – CEMIG D ...................................................... 123
Quadro 57 – Dimensionamento do QDP – CEMIG D ........................................................... 124
Quadro 58 – Comparativo Percentual das Obras Eletromecânicas x Civis ............................ 130
Quadro 59 – Comparativo da Demanda Final por Concessionária ........................................ 131
Quadro 60 – Comparativo das Caixas e da Configuração de Rede ........................................ 132
Quadro 61 – Comparativo dos Transformadores EscolhidosFonte: Os Autores, 2018.......... 132
Quadro 62 – Equipamentos de Proteção, Comando e Manobra ............................................. 132
LISTA DE SIGLAS

A – Ampére, Unidade de Corrente Elétrica


ABEEÓLICA – Associação Brasileira de Energia Eólica
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRADEE – Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica
AIA – Instituto Americano de Arquitetura
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
ANSI – American National Standards Institute
BIM – Building Information Modelling
BMI – Barramentos Modulares Isolados- CELESC D
BMI-CPFL – Barramentos Múltiplos Isolados- CPFL ENERGIA
BTX – Barramento Triplex
CAD – Computer Aided Design
CELESC D – Centrais Elétricas de Santa Catarina
CEMIG D – Companhia Energética de Minas Gerais e Distribuição
CODI – Comitê de Distribuição
COPEL – Companhia Paranaense de Energia
CPFL ENERGIA – Companhia Paulista de Força e Luz
DEC – Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A
EPR – Composto Termofixo a Base de Etilenopropileno de Alto Módulo
FEC – Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers
IFC – Industry Foundation Classes
kV – Quilo Volts, Unidade de Tensão Elétrica
kVA – Quilo Volt-Ampéres, Unidade de Potência Elétrica Aparente
LOD – Level of Development
MEP – Mecânica, Elétrica e Hidráulica
m² – Milímetro Quadrado, Unidade de Medida de Área
NBR – Norma Brasileira
ND – Nível de Desenvolvimento
NH – Niederspannungs Hochleistungs (Baixa Tensão)
ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico
PAT – Plugue de Aterramento
PEAD – Polietileno de Alta Densidade
PIB – Plugue Isolante Blindado
PVC – Composto de Termoplástico à Base de Policloreto de Vinila
QDP – Quadro de Distribuição Pedestal
QDPM – Quadro de Distribuição Pedestal de Medição
RIB – Receptáculo Isolante Blindado
SEP – Sistema Elétrico de Potência
SIN – Sistema Interligado Nacional
XLPE – Composto Termofixo à Base de Polietileno Reticulado
ST7 – Composto Termoplástico de Polietileno de Alta Densidade
3D – Três Dimensões
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 TEMA .............................................................................................................................. 13
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.3 OBJETIVO ...................................................................................................................... 14
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 14
1.3.2 Objetivos Específicos: ................................................................................................. 14
1.4 LIMITAÇÕES ................................................................................................................. 14
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 15
1.6 METODOLOGIA ............................................................................................................ 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 17
2.1 BIM .................................................................................................................................. 17
2.1.1 Softwares ...................................................................................................................... 18
2.1.1.1 Revit ........................................................................................................................... 19
2.1.1.2 Navisworks ................................................................................................................. 20
2.1.1.3 Solibri ......................................................................................................................... 21
2.1.2 Níveis de desenvolvimento (ND ou LOD).................................................................. 22
2.2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA ......................................................................... 25
2.2.1 Geração ........................................................................................................................ 25
2.2.2 Transmissão ................................................................................................................. 26
2.2.3 Distribuição .................................................................................................................. 29
2.3 PADRÕES DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA................... 30
2.3.1 Rede de Distribuição Aérea Convencional ............................................................... 31
2.3.2 Rede de Distribuição Aérea Compacta ..................................................................... 33
2.3.3 Rede de Distribuição Aérea Multiplexada / Rede de Distribuição Aérea Isolada 34
2.3.4 Rede de Distribuição Subterrânea ............................................................................. 35
2.4 REDE DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEA DE ENERGIA ELÉTRICA ................ 36
2.4.1 Redes Subterrâneas de Energia Elétrica no Mundo ................................................ 37
2.4.2 Redes Subterrâneas no Brasil .................................................................................... 39
2.4.3 Configurações das Redes Subterrâneas .................................................................... 41
2.4.4 Compartilhamento do Subsolo................................................................................... 44
2.4.5 Equipamentos e Principais Materiais........................................................................ 45
2.4.5.1 Transformadores de Distribuição ............................................................................... 46
2.4.5.2 Chaves Primárias de Média Tensão ........................................................................... 47
2.4.5.3 Barramentos Modulares Isolados ............................................................................... 48
2.4.5.4 Quadro de Distribuição de Baixa Tensão Tipo Pedestal ............................................ 49
2.4.5.5 Caixa de Passagem e Inspeção ................................................................................... 50
2.4.5.6 Condutores de Baixa e Média Tensão ........................................................................ 51
2.4.5.7 Acessórios para Condutores ....................................................................................... 52
2.5 COMPARATIVOS .......................................................................................................... 53
2.5.1 Critérios de Projeto ..................................................................................................... 53
2.5.2 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP
55
2.5.3 Determinação da Demanda ........................................................................................ 56
2.5.4 Dimensionamento dos Transformadores .................................................................. 59
2.5.5 Configuração da Rede e Dimensionamento de Condutores – Rede Primária ....... 60
2.5.6 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária ............................................. 67
2.5.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP ....................... 71
2.5.8 Poste de Transição....................................................................................................... 76
2.5.9 Chave de Média Tensão .............................................................................................. 81
2.5.10 Terminais Desconectáveis ........................................................................................... 83
2.5.11 Indicador de Defeitos .................................................................................................. 84
2.5.12 Caixa de Passagem e Inspeção ................................................................................... 85
2.5.13 Banco de Dutos ............................................................................................................ 87
2.5.14 Aterramento................................................................................................................. 89
2.5.15 Iluminação Pública e Outros Serviços....................................................................... 92
3 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 93
3.1 PROJETO CONFORME CRITÉRIOS DA CELESC D ................................................. 94
3.1.1 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP
94
3.1.2 Determinação da Demanda ........................................................................................ 94
3.1.3 Dimensionamento dos Transformadores .................................................................. 95
3.1.4 Dimensionamento de Condutores – Rede Primária ................................................. 96
3.1.5 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária ............................................. 98
3.1.6 Dimensionamento de Condutores – Iluminação Pública ....................................... 101
3.1.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP ..................... 102
3.1.8 Poste de Transição..................................................................................................... 104
3.1.9 Terminais Desconectáveis e Indicador de Defeitos ................................................ 104
3.1.10 Caixa de Passagem e Inspeção e Banco de Dutos ................................................... 104
3.1.11 Aterramento............................................................................................................... 105
3.1.12 Outros Serviços.......................................................................................................... 105
3.2 PROJETO CONFORME CRITÉRIOS DA CPFL ENERGIA ...................................... 106
3.2.1 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP
106
3.2.2 Determinação da Demanda ...................................................................................... 106
3.2.3 Dimensionamento dos Transformadores ................................................................ 109
3.2.4 Dimensionamento de Condutores – Rede Primária ............................................... 109
3.2.5 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária ........................................... 110
3.2.6 Dimensionamento de Condutores – Iluminação Pública ....................................... 112
3.2.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP ..................... 112
3.2.8 Poste de Transição..................................................................................................... 114
3.2.9 Terminais Desconectáveis e Indicador de Defeitos ................................................ 114
3.2.10 Caixa de Passagem e Inspeção e Banco de Dutos ................................................... 115
3.2.11 Aterramento............................................................................................................... 116
3.2.12 Outros Serviços.......................................................................................................... 116
3.3 PROJETO CONFORME CRITÉRIOS DA CEMIG D ................................................. 116
3.3.1 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP
117
3.3.2 Determinação da Demanda ...................................................................................... 117
3.3.3 Dimensionamento dos Transformadores ................................................................ 118
3.3.4 Dimensionamento de Condutores – Rede Primária ............................................... 119
3.3.5 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária ........................................... 119
3.3.6 Dimensionamento de Condutores – Iluminação Pública ....................................... 121
3.3.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP ..................... 122
3.3.8 Poste de Transição..................................................................................................... 124
3.3.9 Chave de Média Tensão ............................................................................................ 124
3.3.10 Terminais Desconectáveis e Indicador de Defeitos ................................................ 124
3.3.11 Caixa de Passagem e Inspeção e Banco de Dutos ................................................... 125
3.3.12 Aterramento............................................................................................................... 126
3.3.13 Outros Serviços.......................................................................................................... 126
3.4 CONSIDERAÇÕES FINIAS DO CAPÍTULO ............................................................. 127
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 134
4.1 SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS ............................................................. 135
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 136
ANEXOS ............................................................................................................................... 144
ANEXO A – CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO – CELESC D ............................ 145
ANEXO B – CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO – CPFL ENERGIA ..................... 147
ANEXO C – CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO – CEMIG D .................................. 149
ANEXO D – PROJETO – CELESC D ............................................................................... 152
ANEXO E – PROJETO – CPFL ENERGIA ..................................................................... 153
ANEXO F – PROJETO – CEMIG D ................................................................................. 154
12

1 INTRODUÇÃO

As topologias aplicadas no transporte de energia elétrica, sejam elas do tipo aérea


convencional, aérea compacta, aérea multiplexada ou subterrânea vêm apresentado uma grande
evolução ao longo dos anos em todo o mundo, onde os resultados esperados tratam da redução
de custos de operação, manutenção e de maiores níveis de segurança.
Com o constante crescimento dos centros urbanos e, consequentemente, aumento
da demanda energética, tornou-se essencial o fornecimento de energia elétrica sem interrupções
ou falhas, sendo o funcionamento das redes de distribuição de energia elétrica de suma
importância na qualidade de vida de toda a sociedade.
Por esse motivo, as concessionárias de energia elétrica no Brasil estão percebendo
a necessidade de investir em padrões construtivos modernos e confiáveis, utilizando o que há
de melhor em seus sistemas de distribuição, como, por exemplo, nas suas redes de distribuição
subterrâneas.
As redes de distribuição subterrâneas de energia elétrica vêm ganhando notório
espaço na sociedade em função de suas vantagens, tais como, a redução significativa das
interrupções da energia elétrica, a confiabilidade no sistema, a eliminação dos circuitos aéreos,
o melhor aspecto visual, a preservação do meio ambiente, o aumento da segurança para a
população, a redução do risco de acidentes por ruptura de condutores, os contatos acidentais e
redução dos custos de manutenção com podas de árvores e deslocamento das equipes de
manutenção. O custo mais elevado da rede subterrânea de distribuição de energia elétrica é pago
com os benefícios gerados pela mesma ao longo do tempo (D’ ANGELO, 2007).
Juntamente com o crescimento acentuado das redes de distribuição subterrâneas, a
aplicação de modelagens BIM vem despertando interesse por seus benefícios, pois possibilita
agregar todas as etapas de um empreendimento, do planejamento à execução, sendo uma grande
chave para a evolução da concepção e da implementação dos projetos.
Desta forma, a utilização da modelagem BIM, na implantação das redes de
distribuição subterrâneas de energia elétrica, pode proporcionar melhor planejamento e
entendimento, assim, facilita as soluções de projeto e de apresentação do produto final. O intuito
da aplicação de modelagem BIM nas redes de distribuição subterrâneas também visa a evitar
que soluções inadequadas sejam tomadas na execução.
13

1.1 TEMA

Projeto e implantação de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica


utilizando BIM.

1.2 JUSTIFICATIVA

O uso das redes de distribuição subterrâneas de energia elétrica vem crescendo e se


tornando uma realidade no Brasil, sendo considerada uma rede mais segura e eficiente.
Atualmente, a implantação de novas redes de distribuição subterrâneas é motivada
por projetos de revitalização de centros urbanos e históricos, e de empreendimentos de
loteamentos diversos, por possuírem maior confiabilidade no fornecimento de energia elétrica
e pela finalidade de criar um diferencial atrativo para a comunidade e investidores nas regiões.
Os critérios adotados pelas concessionárias de energia elétrica para estabelecer os
padrões construtivos de suas redes de distribuição têm como base as suas próprias normas
técnicas, as instruções normativas, resoluções e recomendações da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica
(ABRADEE), da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Comitê de Distribuição
(CODI). Desta forma, ocorre uma diversidade de interpretações destas normativas pelos
profissionais responsáveis pela elaboração ou avaliação dos projetos.
Com o intuito de aumentar o grau de detalhes e informações, possibilitando, assim,
uma melhor compreensão e diminuição da possibilidade de erros na implantação por
interpretações equivocadas dos projetos, será utilizada a ferramenta BIM (Building Information
Modelling), que trabalha com modelos em 3D, além de ser capaz de associar todas as etapas de
um projeto, facilitando o dimensionamento dos espaços usados, levantando os custos, materiais
e equipamentos, auxiliando no planejamento de execução e proporcionando melhor
entendimento da implantação da rede.
14

1.3 OBJETIVO

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver projeto em BIM, para uma rede de distribuição subterrânea de energia


elétrica, a fim de proporcionar uma nova visão do que será implantado, tanto ao cliente como
ao executor.
Estudar as normas de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica de três
concessionárias, CELESC D, CEMIG D, CPFL ENERGIA, de forma a comparar as suas
diferentes exigências.

1.3.2 Objetivos Específicos:

a) desenvolvimento de famílias BIM para cada concessionária;


b) desenvolver projeto de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica em BIM,
possibilitando uma visão mais realista da implantação da rede;
c) dimensionamento e especificação de materiais e de equipamentos e mão de obra;
d) efetuar levantamento de custos de materiais e mão de obra por concessionárias;
e) realizar comparativo entre as variações de composições de redes de distribuição
subterrâneas de energia elétrica das concessionárias averiguadas;
f) dimensionamento de infraestrutura civil e elétrica para iluminação pública.

1.4 LIMITAÇÕES

Este trabalho não tem como objetivo julgar os métodos utilizados pelas
concessionárias de energia elétrica para composição de suas redes, mas, sim, comparar as
diferentes topologias utilizadas, fazendo um levantamento entre suas principais diferenças e
semelhanças.
Não se deseja também tratar da forma com que os trabalhos de campo devem ser
executados, objetiva-se prestar alguns esclarecimentos necessários para uma maior
compreensão do projeto. As recomendações e comentários que se seguem deverão servir como
guia, apenas para o dimensionamento dos transformadores e equipamentos de proteção,
comando e operação e o levantamento de custos da implantação da rede, abrangendo os custos
de mão de obra, material e projeto.
15

As implantações de projetos, utilizando BIM, não têm como objetivo mostrar as


estruturas com alto grau de detalhamento ou com particularidades especificas, mas, sim,
compor uma visão macro da implantação das redes de distribuição subterrâneas de energia
elétrica, possibilitando melhor visualização da futura implantação.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em quatro capítulos, os dois primeiros dedicados à


descrição e referencial teórico e os demais apresentando o desenvolvimento, os resultados e as
conclusões.
O capítulo 1, introdutório, apresenta a proposta e o objetivo deste trabalho,
enquanto o capítulo 2, apresenta todo embasamento teórico, pesquisas e estudos necessário ao
desenvolvimento, assim como comparativos e critérios utilizados para o desenvolvimento de
projetos de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica em loteamentos, adotados pela
CELESC D, CPFL ENERGIA e CEMIG D. O capítulo 3 apresenta o desenvolvimento,
descrevendo critérios, metodologia, características e resultados para cada concessionária
comparada. Por fim, o capitulo 4, apresenta as conclusões sobre o trabalho desenvolvido.

1.6 METODOLOGIA

Inicialmente, foram realizadas pesquisas bibliográficas para melhor domínio do


assunto e melhor fundamentação teórica. Conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 166), a
pesquisa bibliográfica se define como:

Toda a literatura já tornada pública em relação ao tema pesquisado, desde publicações


avulsas, boletins, jornais, periódicos, livros, bases de dados etc. Sua finalidade é
colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado
sobre determinado assunto.

Essas pesquisas serão realizadas nas normas técnicas das concessionárias, NBRs,
livros, artigos científicos, dentre outros.
Será utilizado o software Revit para o desenvolvimento do projeto em BIM, onde
será modelado um estudo de caso, que conforme Yin (2001):

A principal intenção, em estudos de caso, é atrair esclarecimentos pelo qual mostre


motivos para definir quais decisões serão tomadas em um conjunto de motivos, quais
resultados foram alcançados e quais decisões foram tomadas e implementadas.
16

O estudo de caso será baseado em loteamento residencial fictício, fazendo a


implantação de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica e iluminação pública,
conforme os padrões das concessionárias citadas anteriormente.
17

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 BIM

O BIM Building Information Modelling, ou em português, Modelagem da


Informação da Construção, é um novo conceito na forma de se modelar edificações e/ou
instalações, o qual é capaz de associar todas as etapas de um projeto, do planejamento à
execução, levantando custos, materiais e o planejamento de execução, na Figura 1, pode se
observar o ciclo de desenvolvimento de projeto em BIM.

Figura 1 – O BIM no Ciclo de Vida da Edificação

Fonte: Veredas, 2017.

O BIM pode ser entendido como uma espécie de “caixa”, onde, em um momento
inicial, alimentamos essa caixa com informações de cada elemento utilizado na construção.
Tomando, como exemplo, um transformador, adicionamos sua potência, tamanho, peso, tempo
levado para instalação, fornecedores, valor, entre outros. Já, em um segundo momento,
retiramos as informações desta “caixa”, de forma que elas possam ser utilizadas para: gerar
lista de materiais, orçamentos, cronogramas, planejamentos, etc. Ou seja, quanto mais
informações forem agregadas, maior será o número de atividades que poderão ser feitas a partir
delas (SIENGE, 2016).
18

Através do BIM, é possível se ter um projeto muito mais próximo da instalação real,
já que ele possibilita uma espécie de virtualização dos elementos. Desta forma, é possível
detalhar em vários níveis uma determinada planta, facilitando, assim, a observação e correção
de futuras interferências entre os sistemas (clash detection), tornando mais fácil a
compatibilização das diferentes disciplinas, além de evitar gastos desnecessários, que poderiam
vir a ocorrer caso essas interferências não fossem detectadas ainda na fase de projetos.
O intuito de se projetar em BIM é que ele possa agregar todas as partes envolvidas
no planejamento da construção, assim como permitir que os profissionais possam trabalhar no
mesmo projeto, no mesmo arquivo, adicionando os dados que competem a sua área e
observando as atualizações no modelo em tempo real (SIENGE, 2016).
Além de prover a compatibilização dos sistemas, aliada a melhor capacidade de
identificar os clashs, o uso do BIM também permite que se trabalhe de maneira fácil com a
geração de vistas do projeto, já que podem ser aplicados cortes em quaisquer posições de
maneira simples e rápida, possibilitando uma melhor compreensão dos detalhes de uma
determinada parte do projeto. É possível extrair quantitativos de materiais, seguir cronogramas,
prever custos, organizar compras, fazer orçamentos, gerenciar mão de obra e, ainda, permitir
que se tenha uma melhor apresentação do projeto, facilitando a compreensão e a venda para o
cliente final.
Segundo Feitosa (2016):

O BIM vem surgindo como uma nova tecnologia com tendência a se fixar cada vez
mais no mercado, em países como Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Finlândia,
Noruega e Estados Unidos da América já exigem o uso do BIM em projetos custeados
pelo governo.

No Brasil, o governo já vem incentivando e, em alguns casos, até exigindo que


projetos sejam entregues em BIM, como é o caso Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, o
qual passou a ser o primeiro edital de contratação de projetos desenvolvidos em BIM lançado
no território nacional.

2.1.1 Softwares

A aplicação do conceito BIM não fica restrita a um software único, mas, sim, a um
conglomerado de softwares, não apenas fazendo uma modelagem em 3D, mas também uma
modelagem repleta de informações, formando um conjunto coordenado de processos
19

suportados pela tecnologia, que adiciona valor através da criação, gerenciamento e


compartilhamento das propriedades de um ativo durante seu ciclo de vida (SIENGE, 2016).
No mercado atual, existem diversos softwares que trabalham com a plataforma
BIM, tais, como, Revit, Navisworks, Solibri, etc. Para facilitar a comunicação entre eles, foram
criados alguns formatos de arquivos possíveis de serem reconhecidos pela maioria dos
softwares, dentre os quais se destaca o formato IFC (Industry Foundation Classes), sendo este
o formato padrão para modelos BIM com dados integrados. Além disso, este formato possibilita
que as várias disciplinas envolvidas, mesmo que trabalhando com softwares diferentes, possam
ter acesso à base de dados do projeto de forma a adicionar ou obter informações,
proporcionando, assim, um melhor gerenciamento da informação e comunicação entre as
equipes envolvidas (ROSSO, 2011).

2.1.1.1 Revit

Segundo Devasa (2012), o Revit é uma ferramenta BIM desenvolvida pela


Autodesk, sendo esta é umas das mais conhecidas e difundidas na atualidade. Através dela,
podem ser desenvolvidos projetos de arquitetura, instalações MEP (mecânica, elétrica e
hidráulica), estrutural e construção, permitindo, ainda, ao profissional projetar em modelos 3D
com alto nível de detalhamento e, ainda, interagir com processos de projeto de forma
multidisciplinar. Na Figura 2, pode se observar um exemplo de projeto utilizando o software
Revit.

Figura 2 – Exemplo de Projeto com Revit

Fonte: Sienge, 2017.


20

Por ser capaz de agregar todas as disciplinas envolvidas no projeto em uma única
plataforma, o Revit pode, ainda, diminuir o risco de erros de conversão de dados e o processo
do projeto pode ser mais previsível e confiável.
Uma das barreiras iniciais de se utilizar a ferramenta Revit, assim, como outras
ferramentas com o conceito BIM, há a necessidade de haver uma adaptação dos profissionais à
nova ferramenta. São necessários cursos e treinamentos para que se possa migrar da ferramenta
CAD tradicional para um sistema BIM. Além disso, necessita-se que sejam criadas novas
bibliotecas compostas por inúmeras informações que compõem os elementos da instalação,
permitindo que, futuramente, possam ser aproveitas em outras etapas e processos (SIENGE,
2016).
Por essas necessidades de adaptação, muitas vezes, a ferramenta Revit acaba não
sendo utilizada nos escritórios, apesar de suas inúmeras contribuições para desenvolvimento e
planejamento dos projetos.

2.1.1.2 Navisworks

O software Naviswork permite ao usuário abrir e combinar modelos 3D, navegar


através deles em tempo real e revisar o modelo, usando ferramentas, incluindo comentários,
pontos de vista e medidas. Na Figura 3, é possível observar a visão de um projeto utilizando o
Navisworks.

Figura 3 – Visão de um Projeto Utilizando o Navisworks

Fonte: AutoDesk, 2017.


21

“O software de análise de projetos Navisworks permite que profissionais de


arquitetura, de engenharia e da construção analisem de forma completa de como os
interessados, os modelos e dados integrados para controlar melhor os resultados do projeto”
(AUTODESK, 2017).
Atualmente, o software está disponível apenas para sistemas operacionais
Windows.

2.1.1.3 Solibri

Segundo MAKEBIM (2016), o Solibri é uma solução completa para análise de


modelos BIM, através dele, é possível realizar um raio X completo do modelo da edificação,
revelando falhas e inconsistências do projeto. Além disso, ele ainda analisa, automaticamente,
e agrupa interferências de acordo com sua gravidade e previne possíveis problemas com
antecedência, buscando componentes e materiais que estejam faltando no modelo. Também,
permite localizar falhas nos projetos, mesmo que estes sejam feitos por diversas equipes,
evitando, assim, frequentes retrabalhos. Na Figura 4, pode ser observada a detecção de uma
interferência através do uso do Solibri.

Figura 4 – Interferência Detectada com Uso do Solibri

Fonte: Thebimhub, 2017.

O Solibri possui funções mais avançadas que permitem criar filtros mais
sofisticados de acordo com o que se deseja obter. Podem ser incluídos filtros que sejam capazes
22

de detectar rotas de fuga ou acessibilidade, por exemplo. Além disso, ainda, podem ser
extraídas, de forma fácil e rápida, diversas informações que compõem os projetos BIM, gerando
relatórios e quantitativos.

2.1.2 Níveis de desenvolvimento (ND ou LOD)

Uma das principais premissas, quando se trabalha com BIM, é que as principais
decisões para a implantação correta da construção sejam tomadas ainda na fase de projeto e não
no canteiro de obra. Para que isso seja possível, faz se necessário um maior desenvolvimento e
detalhamento do modelo em BIM, e é aí que entra o LOD (Level of Development) ou ND (Nível
de Desenvolvimento). O LOD trata de uma classificação recomendada pelo AIA (Instituto
Americano de Arquitetura) à qual se determina o nível de modelagem da informação da
construção em que está se trabalhando. O governo do Estado de Santa Catarina, por exemplo,
possui um caderno orientativo para apresentação de projetos em BIM no qual são tratados os
níveis de desenvolvimento com os quais é possível estabelecer quais informações são
necessárias em cada etapa e determinar um nível de confiabilidade para esses dados.
Assim, como o governo de Santa Catarina desenvolveu um caderno de apresentação
de projetos em BIM, o Instituto Americano de Arquitetura desenvolveu um documento, Project
Building Information Modeling Protocol, no qual são definidos 5 níveis de LOD.

Figura 5 – Níveis de Desenvolvimento em BIM

Fonte: Manufacturers In BIM, 2017.

As etapas de projeto estão diretamente ligadas ao nível de desenvolvimento.


Conforme Figura 5, elas vão do LOD 100, na fase de concepção, até o LOD 500, que caracteriza
de como o empreendimento foi construído.
A partir da evolução dos níveis de desenvolvimento, os elementos são
incrementados de informações, podendo essas serem geométricas ou não geométricas,
conforme o Quadro 1.
23

Quadro 1 – Exemplos de Atributos Geométricos e Não-geométricos dos Elementos em BIM

Fonte: Caderno de Apresentação de Projetos em BIM,2017.

Cada ND trata de uma fase de projeto, onde, ao término de cada etapa, os dados são
configurados e confrontados com resultados obtidos no estágio anterior. Através dessa
checagem de dados, é possível criar indicadores chave de desempenho, os quais são
disponibilizados a todos os envolvidos nas etapas de projeto, garantido, dessa forma, uma
melhor comunicação entre as disciplinas, assim, como auxiliando na tomada de decisões,
fazendo com que esta seja feita em conjunto, procurando-se a melhor solução.
A seguir, são detalhados os níveis de desenvolvimento com base nas
recomendações da AIA e do caderno de apresentação de projetos em BIM do governo de Santa
Catarina.
LOD 100 equivale a fase de estudos preliminares, nessa etapa, os elementos são
representados como um símbolo ou outra representação genérica, praticamente, sem detalhes
ou informações.
Através deste nível de detalhamento do projeto, podem ser feitas estimativas de
custo com base na área inicial, volume ou técnicas de estimativa conceituais similares da
construção. Além disso, o modelo de elemento pode ser usado para estimativa da duração total
do Projeto.
LOD 200 equivale a fase de anteprojeto, nessa etapa, ainda, está se planejando os
elementos e suas características, tamanho, forma, preços, localização e orientação aproximadas.
Os elementos estão próximos do real, mas ainda requerem aprovação para serem executadas.
Com este nível de detalhamento de projetos, é possível: realizar análises de sistemas
selecionados por aplicação de critérios de desempenho generalizados, atribuídos aos elementos
do respectivo modelo; estimar o custo com base nos dados aproximados e técnicas
quantitativas; mostrar a aparência ordenada e escalonada de elementos principais e sistemas;
efetuar coordenação geral com outros elementos do modelo em termos de seu tamanho,
localização e correção para outros elementos do modelo.
24

No LOD 300 já se dispõe do anteprojeto aprovado, onde os elementos envolvidos


têm determinadas informações como quantidade, tamanho, forma, localização e orientação
segundo suas características reais. Ao fim, faz-se a compatibilização de todas essas etapas para
garantir que não há erros.
Através do LOD 300, podem ser feitas análises mais reais do desempenho de
sistemas devido ao maior número de informações agregadas ao modelo, desenvolver
estimativas de custo adequadas para aquisição de materiais com base em dados específicos
fornecidos.
No LOD 400, já se trabalha com planejamento, pois, neste nível de
desenvolvimento, já estão disponíveis elementos com informações suficientes para gerar
documentos de fabricação e/ou montagem para a construção e execução.
Nesta etapa, são desenvolvidos todos os detalhamentos dos elementos envolvidos
no projeto, através dos quais são geradas informações suficientes para a caracterização das
obras e serviços a serem executadas.
O LOD 500 trata de uma representação de como construído com tamanho, forma,
localização, quantidade e orientação. Nesta etapa, são detalhados todos os itens da construção,
de forma a deixar o projeto como ele foi construído, o “as built”.
Juntamente, com os NDs dos projetos, também, estão envolvidos os níveis de
detalhamento aplicados a eles os quais representam uma medida da quantidade de informação
a ser utilizada como representação gráfica e não como uma informação concisa.
O nível de detalhamento está diretamente ligado ao nível de desenvolvimento, já
que não é possível que se tenha certo ND, sem um nível de detalhamento adequado, porém o
nível de detalhamento não avança, necessariamente, com o desenvolvimento do projeto,
dependendo da finalidade do projeto, ele pode ser concebido com um nível de detalhamento
sofisticado e um menor nível de desenvolvimento, como, por exemplo, na apresentação do
projeto a um cliente ou grupo de investidores.
Através da análise dos níveis de desenvolvimento, podemos observar que eles são
fundamentais a medida que o BIM é utilizado como uma ferramenta de auxílio na troca de
informações e comunicação. Eles ajudam os responsáveis pelo gerenciamento do projeto a
apresentar aos envolvidos, no desenvolvimento, quais serão os níveis de detalhamento
necessários em cada etapa, quais detalhes devem ter mais atenção, assim, como o momento
correto para cada profissional envolvido no planejamento e execução da obra entrar com o seu
trabalho.
25

De uma forma geral, de acordo com o nível de desenvolvimento aplicado nos


projetos, pode-se ter uma melhor visão do que irá compor os projetos resultantes do BIM, assim,
como do que será entregue como produto final.

2.2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

O Sistema Elétrico de Potência, também conhecido como SEP, tem a função de


fornecer energia elétrica aos consumidores, com qualidade e no instante em que for solicitada.
Segundo Godoy (2009), o SEP pode ser definido como o conjunto de todas as instalações e
equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Conforme Kindermann (2014), as etapas do sistema elétrico de potência brasileiro
podem ser subdivididas em:
a) Geração;
b) Transmissão;
c) Distribuição.

2.2.1 Geração

A geração de energia é proveniente de fontes primárias e, ainda, dependentes


principalmente, de fontes hidráulicas, como se observa no Gráfico 1.

Gráfico 1 – Matriz Energética Brasileira

Fonte: ABEEólica, 2018.


26

Segundo a ABRADEE (2017):

A geração de energia elétrica se faz em usinas localizadas em função de suas


características próprias. Usinas hidrelétricas, que usam represamento de rios e lagos,
são localizadas nos pontos dos rios e lagos considerados mais eficientes para o
armazenamento do volume ideal de água. Usinas térmicas podem ser localizadas em
pontos mais convenientes para a transmissão e controle. Geradores eólicos são
localizados em pontos com maior volume de ventos.

O Brasil possui diversas usinas hidrelétricas, dentre as quais, podemos destacar a


Usina Hidrelétrica de Itaipu, usina binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o
Brasil e o Paraguai, a Figura 6 apresenta uma visão geral da usina.
Segundo a ITAIPU (2017):

A Itaipu Binacional é líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo


produzido mais de 2,4 bilhões de MWh desde o início de sua operação, em 1984. Com
20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, fornece cerca de 17% da
energia consumida no Brasil e 76% no Paraguai.

Figura 6 – Usina Hidrelétrica de Itaipu

Fonte: Itaipu, 2017.

2.2.2 Transmissão

O sistema de transmissão de energia é responsável por transportar a energia de onde


é produzida até os centros de consumo e, também, por interligar os sistemas através das linhas
de transmissão de alta tensão (MENEZES, 2015).
27

Segundo o ONS (2017), no Brasil, as linhas de transmissão são classificadas de


acordo com o nível de tensão de sua operação. Para cada faixa de tensão, existe um código que
representa todo um conjunto de linhas de transmissão de mesma classe. São eles:

a) A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230kV;


b) A2 – tensão de fornecimento de 88kV a 138kV;
c) A3 – tensão de fornecimento de 69kV.

A rede de transmissão, que integra a rede básica do Sistema Interligado Nacional


(SIN), conta com mais de cem mil quilômetros de linhas de transmissão e é considerado um
dos maiores do mundo (ONS, 2017). Sua extensão é tão grande que ela poderia atender boa
parte da Europa, conforme pode ser observado na Figura 7.

Figura 7 – Sistema de Transmissão Brasileiro Sobreposto na Europa

Fonte: Ons, 2017.

De acordo com o ONS (2015), o sistema contava com mais de 129 mil quilômetros
de linhas de transmissão, divido em diversos níveis de tensão, conforme pode ser observado no
Quadro 2.
28

Quadro 2 – Extensão Total das Linhas Transmissão em 2015

Fonte: ONS, 2015.

A Figura 8 apresenta a interligação das linhas de transmissão de energia elétrica da


subestação de Foz do Iguaçu.

Figura 8 – Linhas de Transmissão da Usina Hidrelétrica de Itaipu

Fonte: Itaipu, 2017.

Segundo a ITAIPU (2017):

A Itaipu tem a incumbência de entregar a energia produzida na usina até os pontos de


conexão com o Sistema Interligado. No lado brasileiro, a conexão é localizada na
subestação de Foz do Iguaçu de propriedade de Furnas, que transmite a energia até os
centros de consumo juntamente com a COPEL.
29

2.2.3 Distribuição

Segundo a ABRADEE (2017), existem no Brasil atualmente 60 concessionárias de


energia, cujas características territoriais são as mais variadas. Na Figura 9, é apresentada uma
visão das áreas de abrangência das concessionárias de distribuição de energia elétrica.

Figura 9 – Áreas de Abrangência das Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica

Fonte: Aneel, 2017.

Segundo ELETROBRAS (1982, pg. 105):

As redes de distribuição de energia elétrica formam um segmento do sistema elétrico


com a finalidade de entregar energia elétrica ao consumidor final. Esse segmento é
um sistema de instalações e componentes de responsabilidade das concessionárias de
distribuição. O sistema é dividido basicamente em subestações de distribuição e em
linhas de distribuição.

Para maior compreensão, na Figura 10, é apresentada a configuração atual do


Sistema Elétrico Brasileiro.
30

Figura 10 – Configuração Atual do Sistema Elétrico Brasileiro

Fonte: Eletrobrás, 2017.

2.3 PADRÕES DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Conforme Menezes (2015), as redes de distribuição de energia elétrica podem ser


classificas como aéreas ou subterrâneas, sendo que as redes aéreas têm seu uso mais aplicado
pelo seu menor custo, já as redes subterrâneas têm grande aplicação em áreas de maior
densidade de carga ou onde há restrições paisagísticas.
Para Nakaguishi e Hermes (2011, p. 23):

As redes de distribuição de energia elétrica podem ser classificadas de algumas formas


diferentes dependendo do critério ou característica considerada. Uma das maneiras de
classificá-las são em função da tensão de operação, dessa forma elas ficam divididas
em redes secundárias, que possuem tensão de até 1.000V, e as redes primárias de
distribuição nas tensões maiores que 1kV até 25kV. Outro critério importante
utilizado é em função do tipo de isolamento do condutor, podendo este ser nu,
protegido ou isolado.

A ABNT NBR 5410:2004 estabelece um sistema para projeto e execução de


instalações elétricas de baixa tensão, com tensão nominal até 1kV, já NBR 14039:2005
estabelece critérios para instalações elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1kV a
36,2kV.
31

De uma maneira geral, segundo a ABRADEE (2017), as redes de distribuição


podem ser divididas em quatros padrões construtivos: rede de distribuição aérea Convencional,
Compacta, Multiplexada/Isolada e Subterrânea.

2.3.1 Rede de Distribuição Aérea Convencional

Conforme a ABRADEE (2017), a rede de distribuição aérea convencional é o tipo


de rede mais encontrada ao longo do território brasileiro, trata-se de um sistema antigo e que
vem sofrendo uma saturação em sua estrutura.
A rede aérea convencional pode ser classificada em três tipos: Aérea convencional
com cruzeta, tipo pilar e áreas de alta poluição CELESC (2012), as quais são apresentadas na
Figura 11, Figura 12 e Figura 13, respectivamente, conforme instrução normativa I–313.0021
da Celesc Distribuição D.
Nesses tipos de rede, são utilizados condutores nus, não sendo possível qualquer
contato de elementos externos a sua estrutura, de forma que tais contatos poderiam ocasionar
defeitos ou até mesmo o desligamento da rede (Nakaguishi e Hermes, 2011). Apesar de ser uma
estrutura de rede muito utilizada, ela possui um baixo nível de confiabilidade segundo as
concessionárias de distribuição de energia.

Figura 11 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Convencional com Cruzeta – CELESC
D

Fonte: Celesc – I–313.0021, 2017.


32

Nas redes de distribuição aéreas convencional com cruzeta, os circuitos de média


tensão são instalados horizontalmente sobre isoladores fixados nas cruzetas, conforme Figura
11 e os circuitos de baixa tensão são instalados verticalmente sobre isoladores fixados nas
armações secundárias (GOMES, 2010).

Figura 12 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Convencional Tipo Pilar – CELESC D

Fonte: Celesc – I–313.0021, 2017.

Na rede convencional tipo pilar, os isoladores são fixados verticalmente nos postes
e nestes são fixadas as redes de média tensão. Por ter seus isoladores fixados diretamente no
poste, este tipo de topologia proporciona uma maior facilidade do uso de circuitos duplos, já
que podem ser utilizados os dois lados do poste, conforme Figura 12.

Figura 13 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Convencional Alta Poluição – CELESC
D

Fonte: Celesc – I–313.0021, 2017.


33

Na rede convencional aérea de alta poluição, os isoladores também são fixados em


cruzetas, porém, devido ao acumulo de resíduos poluentes sobre eles, faz-se necessário que eles
possuam um padrão construtivo protegido, onde a distância de escoamento fica protegida contra
o acúmulo de poluentes, podendo proporcionar uma corrente de fuga até 100 vezes menor que
os isoladores convencionais CELESC (2012), além disso, esses isoladores possuem uma vida
útil cerca de três vezes maior que os convencionais, conforme Figura 13.

2.3.2 Rede de Distribuição Aérea Compacta

Conforme especificação normativa E–313.0002 da Celesc Distribuição D, a rede de


distribuição aérea compacta é atualmente a mais utilizada no Brasil para construção de novos
alimentadores em áreas urbanas. Surgiu como uma solução para melhorar o nível de
confiabilidade do sistema e a qualidade de energia elétrica distribuída. A rede utiliza condutor
protegidos, sustentados por cabo mensageiro, fixado em postes por meio de braços metálicos e
espaçadores, podendo essas estruturas serem do tipo “L” ou do Tipo “C”, conforme ilustrado
na Figura 14.

Figura 14 – Estruturas para Rede Distribuição Aérea Compacta com Múltiplos Circuitos –
CELESC D

Fonte: Celesc –E–313.0085, 2017.


34

É importante salientar que este tipo de rede, pela sua própria configuração e por
utilizar condutor protegidos que permitam eventuais contatos dos condutores energizados com
galhos e folhas de árvores, permite um melhor arranjo do circuito elétrico com a arborização
requerendo uma menor área de podas, como podemos observar na Figura 15 referente à
comparação de poda entre a rede convencional e a compacta (CELESC, 2012).

Figura 15 – Comparação de Poda Entre uma Rede Convencional (nua) e a Rede Compacta –
CELESC D

Fonte: Celesc – I–313.0021, 2017.

Segundo a concessionária de energia CELESC (2012), em áreas com acentuada


presença de substâncias corrosivas e/ou poluidoras, não devem ser utilizadas este tipo de rede,
já que seus componentes não são projetados para suportar estes tipos de ambientes.

2.3.3 Rede de Distribuição Aérea Multiplexada / Rede de Distribuição Aérea Isolada

A rede de distribuição aérea multiplexada pode ser utilizada para redes de média e
baixa tensão, conforme consta na instrução normativa I–313.0021 da Celesc Distribuição D, e
observado na Figura 16. Também conhecido como cabo pré-reunido, é constituído por um ou
mais condutores, com isolação em polietileno reticulado – XLPE, dispostos de forma helicoidal
em torno de um condutor mensageiro de sustentação (VELASCO, 2013).
Para a rede de baixa tensão, o condutor de sustentação têm a função de sustentar
mecanicamente os condutores fases reunidos de forma helicoidal em sua volta, e exercer a
função de neutro do sistema. Por este sistema ser composto de condutor blindados, tem-se um
35

aumento no grau de confiabilidade e não se apresentam desligamentos devido a descargas


atmosféricas, tensões induzidas e contatos de arborização ou objetos lançados à rede (CELESC,
2012).

Figura 16 – Rede Convencional Aérea Multiplexada de Média e Baixa Tensão – CELESC D

Fonte: Celesc – I–313.0021, 2017.

2.3.4 Rede de Distribuição Subterrânea

As redes de distribuição subterrânea de energia elétrica apresentam um maior


investimento inicial para sua implantação, porém com menor custo de manutenção e operação,
ao longo do tempo, assim, como maior confiabilidade do sistema. É indicada para áreas urbanas
com alta densidade de carga, ou em áreas que a rede aérea se torne inviável (CELESC, 2012).
Este tipo de rede necessita de infraestrutura civil, composta por banco de dutos,
base para transformadores, caixas de passagem e inspeção, e câmaras subterrâneas, além de
infraestrutura eletromecânica, que possibilite lançamento de condutores, confecções de
desconectáveis, instalação dos transformadores e demais equipamentos de proteção, comando
e operação, conforme observado na Figura 17, que serão abordados adiante com mais detalhes.
36

Figura 17 – Câmara Subterrânea

Fonte: Os Autores, 2017.

2.4 REDE DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEA DE ENERGIA ELÉTRICA

As redes de distribuição subterrâneas de energia elétrica são denominadas pela


ABNT NBR 5410:2004 e NBR 14039:2005 de linhas enterradas, como o próprio nome sugere,
são linhas que estão localizadas abaixo do nível do solo. Na Figura 18, observa-se uma
configuração de uma rede subterrânea enterrada.

Figura 18 – Configuração de uma Rede Subterrânea Enterrada

Fonte: Pini, 2017.

Segundo a Consultoria Empresarial LMDM (2014, p. 4), as redes subterrâneas são


demandadas, basicamente, nas seguintes situações:
37

a) pela alta concentração de carga, onde a rede aérea não comporta um grande
número de alimentadores e transformadores;
b) pela necessidade de redes de alta confiabilidade quando existem cargas
sensíveis que necessitam de baixo índice de interrupção de energia;
c) pela redução de indicadores de continuidade de fornecimento e melhoria da
segurança, tais como: DEC, FEC, acidentes, etc.;
d) pela solicitação da sociedade, em função dos aspectos estéticos, paisagismo,
qualidade de vida, preservação histórica, segurança, entre outros.

Para implantação de uma rede de distribuição subterrânea de energia elétrica, é


necessário que vários procedimentos sejam analisados e planejados. É no planejamento que se
define a configuração da rede, o levantamento e avaliação dos custos, a confiabilidade da rede,
a revitalização ou reurbanização do local, o gerenciamento correto do uso do solo, entre outros
aspectos que merecem ser analisados para viabilizar sua implantação.
A seguir, serão abordados os conceitos históricos, técnicos e teóricos importantes e
necessários para o conhecimento, no momento da implantação de rede de distribuição
subterrânea de energia elétrica.

2.4.1 Redes Subterrâneas de Energia Elétrica no Mundo

Apesar de grande parte das redes de distribuição de energia elétrica no mundo serem
do tipo aérea, em 1882, o primeiro fornecimento de energia elétrica comercial foi feito através
de uma rede subterrânea, na cidade de New York por Thomas Edison. Este sistema era
composto por barras de cobre envolvidas por tubos de fibras enterrados no solo, porém, por
apresentar várias limitações técnicas, assim como um alto grau de investimento em sua
implantação, esse sistema foi pouco difundido na expansão dos sistemas elétricos (AZEVEDO,
2010).
A evolução e o crescimento das redes subterrâneas, ao longo dos anos, apresentaram
grandes desafios. Inicialmente, com a evolução dos materiais isolantes dos condutores, tornou-
se possível a migração das redes áreas para as subterrâneas, de modo que a melhoria no
isolamento dos condutores permitiu um aumento da tensão aplicada nos condutores utilizados
nas linhas, conforme Figura 19, assim como maior confiabilidade da rede (BRUNHEROTTO
e GALDIOLI, 2017).
38

Figura 19 – Evolução do Isolamento de Condutor

Fonte: Brunherotto e Galdioli, 2017.

Além da expansão no desenvolvimento da isolação dos condutores, os


equipamentos que compunham as redes de energia elétricas também acompanharam essa
evolução, como, por exemplo, a criação dos transformadores subterrâneos, que podem ser
utilizados sob as ruas, transformadores pedestal para serem instalados no nível da rua ou ainda
as cabines metálicas, responsáveis por abrigar os equipamentos de seccionamento e proteção.
Essa evolução proporcionou uma maior flexibilidade e aumento na confiabilidade, além de
diminuir os custos, tornando a implantação das redes subterrâneas de energia elétrica mais
atrativas e, consequentemente, proporcionando uma expansão em seu crescimento.
Na década de 1980, em New York, houve um grande apelo por parte da comunidade
para que as redes de distribuição de energia elétrica aéreas fossem revistas, devido à poluição
visual gerada pela grande quantidade de postes, condutores elétricos e telefônicos. A partir
dessas apelações, em 1884, foi criado uma lei que estabelecia a obrigatoriedade do enterramento
de toda a fiação de telégrafos, telefonia e a energia elétrica, dessa forma, iniciou-se na época o
enterramento das redes, inicialmente, utilizando os espaços localizados nos meios viários ao
lado dos trilhos dos bondes.
As redes subterrâneas eram em sua maioria empregadas em áreas onde se
necessitava de uma grande quantidade de carga, dessa forma, eram projetadas com sistema
reticulado, de forma que uma falha em um alimentador ou transformador não provocaria a falta
de energia. Inicialmente, a proteção dos transformadores e alimentadores desse tipo de rede era
feita através de fusíveis, posteriormente, essa proteção passou a ser feita através de chaves
manuais, de forma que se pudesse isolar qualquer transformador ou alimentador com defeito
do restante da rede (BRUNHEROTTO e GALDIOLI, 2017).
Com o desenvolvimento dessa topologia, em 1922, em New York, foram aplicadas
às redes reticuladas os protetores de rede (networks protectors), com os quais era possível se
isolar de forma automática qualquer transformador com defeito do restante da rede. Esta
39

tecnologia trouxe maior confiabilidade ao sistema, porém com aumento no custo. Apesar disso,
foi responsável pela expansão desse sistema na primeira metade do século XX nos Estados
Unidos.
No ano de 1907, na cidade Memphis no Tennessee, nos Estados Unidos, foi
implantada a primeira rede subterrânea, sendo utilizado o sistema reticulado, sistema esse que
mais tarde, em 1925, se transformaria em um modelo consagrado, fornecendo luz e força em
seis malhas subterrâneas, atendendo a uma carga total de 27,5MVA, com 100 transformadores
em operação (LANDMAN, 2007).
Na Europa, na década de 1970, alguns países passaram a adotar rede subterrânea
devido a sua segurança e confiabilidade. Ainda na Europa, a partir da década de 1990, optou-
se pela expansão das redes de energia elétrica utilizando-se sistemas subterrâneos em
praticamente todos os países.
Segundo Brunherotto e Galdioli (2017, p. 39):

Na Europa, a taxa de crescimento das redes subterrâneas ocorre a um valor anual da


ordem de 2% a 3%. Enquanto que, nos Estados Unidos, a taxa de crescimento de
investimentos no subterrâneo tem sido crescente nos últimos anos chegando a cerca
de 27% do total de investimentos em 2008 do total de investimentos em todas as
instalações de distribuição.

2.4.2 Redes Subterrâneas no Brasil

As redes subterrâneas, no Brasil, tiveram início nos primeiros anos do século XX,
nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, onde, nessa época, a Light vinha transformando
parte de suas redes aéreas em subterrâneas.
Segundo Brunherotto e Galdioli (2017), no ano de 1902, na cidade de São Paulo,
foi desenvolvido um sistema de rede subterrânea com três câmaras numa configuração radial,
operando em 2,2kV, que, em 1928, foi ampliado para 3,8kV.
Diferentemente dos países da Europa, no Brasil, as redes subterrâneas não tiveram
grande difusão desde sua implantação, devido aos altos custos, principalmente, quando
comparadas às redes de distribuição aéreas, além do fato de não existirem modelos específicos
para incentivar investimentos em redes subterrâneas. Os principais custos das redes
subterrâneas estão representados pelos transformadores, condutores isolados, conexões da rede
primária e protetores de rede (AZEVEDO, 2010).
40

Apesar de existirem, no Brasil, mais de 50 cidades com algum trecho de rua, praça
ou local histórico com redes subterrâneas, assim, como, crescente apelo para que novos
empreendimentos como condôminos e loteamentos adotem os sistemas de redes subterrâneas,
estas ainda não representam nem 2% do total das redes do país, conforme dados da ANEEL.
Dos mais de 13.000 km de condutor subterrâneos, no Brasil, cerca de 90% estão
concentrados em apenas cinco distribuidoras conforme dados na ANEEL no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Participação no Total de Redes Subterrâneas do Brasil (percentual de km)

Fonte: ANEEL, 2014.

Conforme dados da concessionária de energia AES Eletropaulo no Gráfico 3,


enquanto algumas cidades da Europa já possuem 100% das redes distribuição subterrânea de
energia elétrica, outras, ao redor do mundo, ainda estão com este sistema em expansão.
Comparando as cidades do Brasil, com outras cidades do mundo, mesmo cidades de países em
desenvolvimento, como Mumbai e Cidade do Cabo, observa-se uma grande defasagem, onde
as cidades brasileiras, com maior percentual de redes subterrâneas, ficam muito abaixo destas.
Ademais, pode-se constatar que o Brasil ainda apresenta um grande potencial para o
desenvolvimento de redes subterrâneas.
41

Gráfico 3 – Percentual de Redes Aéreas e Subterrâneas das Cidades

Fonte: AES Eletropaulo, 2013.

Segundo a Nota Técnica n° 0098/2014-SRD/ANEEL (2014, p. 5):

Na maioria dos casos, o processo de enterramento de redes nessas cidades foi


realizado de forma gradual, contando com um planejamento de longo prazo e
motivado pelo alto adensamento urbano e/ou para minimizar as consequências de
desastres naturais. Como exemplo, pode-se citar o caso de Tóquio, onde, a partir de
1985, o desenvolvimento da cidade foi realizado por meio de redes subterrâneas,
elevando sua participação no total de redes de 17% em 1965 para 46% em 2010.

2.4.3 Configurações das Redes Subterrâneas

Na visão de Oliveira e Berkembrock (2017), a configuração da rede subterrânea de


energia elétrica será definida em função:
a) do grau de sua confiabilidade;
b) da forma como são conectadas ao alimentador da concessionária de
energia elétrica;
c) dos transformadores e equipamentos de proteção, comando e
manobra;
d) da prioridade da carga; ou
e) da região a ser atendida.

Segundo Azevedo (2010), as redes subterrâneas podem ser classificadas em dois


tipos:
42

a) semienterrada – são sistemas subterrâneos de distribuição de energia elétrica que


possuem os condutores enterrados e os equipamentos instalados sobre o solo;
b) enterrada – são sistemas subterrâneos de distribuição de energia elétrica
caracterizados pelo uso de condutor e demais equipamentos elétricos totalmente
enterrados.

Para Oliveira e Berkembrock (2017, p. 46), “independentemente do tipo da


estrutura da rede, deve-se considerar apenas aquelas permitidas pela concessionária de energia,
no caso da CELESC, radial simples, radial com recurso e anel”.
Porém para Belvedere e Gouvêa (2004), existem mais configurações que podem ser
adotadas conforme a necessidade de carga:

a) Sistema Reticulado;
b) Sistema Primário Seletivo;
c) Sistema Radial com Recurso ou Anel Aberto;
d) Sistema Híbrido.

O Sistema Reticulado (network) é constituído por um sistema de alimentadores


radiais que atendem redes secundárias em malha, através de transformadores equipados com
network protectors1, que atuam interrompendo o circuito quando circulam correntes em sentido
inverso (alimentação pelo secundário), conforme Figura 20.

Figura 20 – Sistema Reticulado

Fonte: Belvedere e Gouvêa, 2002.

1
Network protecctors é um tipo de dispositivo de proteção elétrica usado em sistemas de distribuição subterrânea
de energia elétrica. O protetor de rede desconecta automaticamente o transformador de distribuição associado da
rede secundária quando a energia começa a fluir em sentido inverso.
43

O Sistema Primário Seletivo é semelhante ao reticulado quanto à função, pois atende


blocos de cargas concentradas. As chaves de transferência operam de forma automática ou
manual, quando há defeito no primário, transferindo o suprimento de energia elétrica entre os
transformadores. A rede secundária associada opera em configuração radial, conforme Figura
21.

Figura 21 – Sistema Primário Seletivo

Fonte: Belvedere e Gouvêa, 2002.

Já, no Sistema Radial com Recurso ou Anel Aberto, os alimentadores operam


radialmente, havendo transferência da alimentação dos transformadores, quando houver
defeito. O dimensionamento da rede primária deve prever a possibilidade de operação com
qualquer trecho fora de serviço. A rede secundária, opera em configuração radial, conforme
pode ser visto na Figura 22.

Figura 22 – Sistema Radial com Recurso ou Anel Aberto

Fonte: Belvedere e Gouvêa, 2002.

O Sistema Híbrido é um sistema onde operam, simultaneamente, redes em sistema


reticulado e primário seletivo, conforme representado na Figura 23.
44

Figura 23 – Sistema Híbrido

Fonte: Belvedere e Gouvêa, 2002.

2.4.4 Compartilhamento do Subsolo

As redes de distribuição aéreas de energia elétrica, além da infraestrutura de energia


elétrica propriamente dita, também, possuem infraestruturas de diversas concessionárias,
permissionárias e terceiros, que compartilham os postes das redes de distribuição (COPEL
2017).
A concessionária de energia COPEL (2017) observa que, para implantação de novas
redes de distribuição subterrâneas de energia elétrica, de maneira geral, devem ser envolvidas
empresas prestadoras de serviços de infraestrutura como:

a) água e esgoto;
b) galerias e águas pluviais – Prefeituras;
c) infraestrutura para semáforos – Prefeituras;
d) iluminação pública – Concessionária ou Prefeituras;
e) gás;
f) TV a cabo e internet;
g) telefonia;
h) entre outros.

Por esse motivo, um bom projeto de rede de distribuição subterrânea de energia


elétrica precisa ser viabilizado, também, pelo gerenciamento correto do uso do solo, em outras
45

palavras, é necessário realizar o compartilhamento do subsolo e a compatibilização dos projetos


de concessionárias, permissionárias e terceiros.
Segundo a concessionária de energia COPEL (2017), muitos projetos são
inviabilizados pela inexistência de um correto gerenciamento do uso do solo, de cadastro ou até
do correto planejamento do empreendimento, antes mesmo da implantação das redes.
É importante salientar que cada concessionária tem seu critério para o
compartilhamento das obras civis e que é comum o compartilhamento de valas para a instalação
de bancos de dutos, porém nenhuma delas permitem o compartilhamento de caixas de passagem
e inspeção da rede elétrica de energia, com outras empresas prestadoras de serviços.
Na Europa, é utilizado principalmente o sistema de galerias técnicas (túneis),
conforme Figura 24, com compartilhamento total de energia, telefone, gás, esgoto, águas
pluviais, etc. (COPEL, 2017).

Figura 24 – Galeria Técnica

Fonte: Copel, 2017.

2.4.5 Equipamentos e Principais Materiais

Para uma maior compreensão no segmento de atuação, é necessário conhecer os


tipos de equipamentos e principais materiais utilizados nas redes de distribuição subterrâneas
de energia elétrica, os quais serão apresentados a seguir.
É importante salientar que todos os equipamentos e materiais devem ser adquiridos
de fornecedores homologados pela concessionária de energia (CELESC, 2015).
46

2.4.5.1 Transformadores de Distribuição

Segundo Nakaguishi e Hermes (2011), os transformadores de distribuição de


energia elétrica utilizados nas redes de distribuição subterrâneas podem ser classificados em
dois tipos, transformador submersível e pedestal.
Conforme WEG (2017), os transformadores submersíveis, na Figura 25, são
instalados em câmaras, em qualquer nível, aptos para operar em ambientes altamente agressivos
e com riscos de inundação. São projetados em conformidade com as normas ABNT NBR 9369
e NBR 5356 e com potências usuais de 300, 500, 750, 1000, 1500, 2000 e 2500kVA, em classes
de tensão até 25kV.

Figura 25 – Transformador de Distribuição Submersível

Fonte: Weg, 2017.

Os transformadores do tipo pedestal (pad-mounted), Figura 26, são projetados para


uso em instalações de distribuição de energia elétrica residencial, comercial e industrial em que
os aspectos de segurança, confiabilidade e/ou estética são necessários (ROMAGNOLE, 2017).
É montado sobre uma base de concreto e apresenta compartimento blindado para as conexões
de alta e baixa tensão. Além da segurança assegurada, ele pode ficar mais próximo do centro
de cargas e otimizar as instalações elétricas. São projetados em conformidade com a norma
ABNT NBR 5356-1:2007 e com potências usuais de 150, 300, 500, 750, 1000, 1500kVA, em
classes de tensão até 25kV.
47

Figura 26 – Transformador de Distribuição tipo Pedestal

Fonte: Blutrafos, 2017.

2.4.5.2 Chaves Primárias de Média Tensão

As chaves de média tensão estão disponíveis em modelos manuais e de supervisão


remota. São interligadas no primário dos transformadores de distribuição e podem ser do tipo
pedestal (pad-mounted), conforme observado na Figura 27, ou do tipo submersível instaladas
dentro de câmaras subterrâneas, conforme Figura 28, podendo ser previstas sua utilização em
que houver possibilidade de submersão de qualquer natureza. São conectadas através de
terminais desconectáveis, possuem isolação em gás SF6 e podem trabalhar com tensões
primárias de até 38kV (SANDC, 2017).

Figura 27 – Chave de Média Tensão – Tipo Pedestal

Fonte: Sandc, 2017.


48

Figura 28 – Chave de Média Tensão – Tipo Submersível

Fonte: Os Autores, 2017.

2.4.5.3 Barramentos Modulares Isolados

Segundo a CELESC (2015), os barramentos modulares isolados são utilizados em


conexão dos condutores de rede secundária de ramais de entradas para rede distribuição
subterrânea de energia elétrica.
Conforme ENERCOM (2017), são fabricados com uma entrada e com opções de
3, 4, 5, 6 e 8 saídas com sistema de conexão direta dos condutores, ou seja, não há necessidade
de usar conectores, classe de tensão até 1kV, seções dos condutores de 2,5 a 240mm2, para
condutor de cobre ou alumínio, desde que respeitada a capacidade de condução de corrente do
barramento, conforme observado na Figura 29 e Figura 30.

Figura 29 – Barramento Modulares Isolados

Fonte: Enercom, 2018.

Figura 30 – Instalação de Barramento Modulares Isolados

Fonte: Os Autores, 2017.


49

2.4.5.4 Quadro de Distribuição de Baixa Tensão Tipo Pedestal

Os quadros de distribuição de baixa tensão do tipo pedestal são instalados próximo


aos transformadores do tipo pedestal, destinados à operação (manobra e proteção), têm a função
de interligar o barramento secundário do transformador e fazer a derivação para vários
alimentadores que atenderão os consumidores (CELESC, 2015).
Conforme ELOS eletrotécnica (2017), suas características são: resistentes a
intempéries, isentos de corrosão, isolante elétrico, montagem modular e a prova de chamas, são
constituídos de barramentos internos, chaves seccionadoras, fusíveis, conectores, isoladores e
outros, montados em uma caixa fabricada em chapas de aço ou em poliéster com fibra de vidro,
conforme Figura 31 e Figura 32.

Figura 31 – Quadro de Distribuição Tipo Pedestal

Fonte: Elos, 2017.

Figura 32 – Instalação de Quadro de Distribuição Tipo Pedestal

Fonte: Os Autores, 2017.


50

2.4.5.5 Caixa de Passagem e Inspeção

As caixas de passagens, conforme Figura 33, devem ser construídas em alvenaria


ou material equivalente, com tampa e aro de ferro fundido nodular, conforme especificado na
norma ABNT NBR 10160:2005, resistente à carga a que pode ser submetida, destinada a alojar
os acessórios de condutor, assim, como possibilitar a passagem de condutor (mudança de
direção, limitação de trechos, fins de linhas), com dimensões internas menores, necessita de
espaço externo a mesma para execução dos serviços (CELESC, 2015).

Figura 33 – Caixa de Passagem Tipo D – CELESC D

Fonte: Urtado, 2017.

As caixas de inspeções, conforme Figura 34, devem ser construídas em alvenaria


ou material equivalente, com tampa e aro de ferro fundido nodular, conforme especificado na
norma ABNT NBR 10160:2005, resistente à carga a que pode ser submetida, instaladas ao
longo da distribuição dos alimentadores com a finalidade de alojar os acessórios de condutor e
equipamentos (chaves e transformadores), assim, como possibilitar a passagem de condutor
(mudança de direção, limitação de trechos, fins de linhas). Suas dimensões devem possibilitar
o deslocamento de pessoas no seu interior para execução dos serviços (CELESC, 2015).

Figura 34 – Caixa de Inspeção Tipo M – CELESC D

Fonte: Urtado, 2017.


51

2.4.5.6 Condutores de Baixa e Média Tensão

Os condutores de média tensão devem atender aos requisitos mínimos descritos na


norma ABNT NBR 14039:2005, podem ser de cobre ou de alumínio, de acordo com o projeto
e as características da rede de distribuição de energia elétrica.
Nakaguishi e Hermes (2011) observam que os condutores utilizados nas redes de
distribuição subterrâneas possuem isolação diferentes dos condutores utilizados em redes
aéreas, pois possuem uma blindagem metálica, ligada diretamente à terra, mantendo o potencial
nulo no seu exterior, conforme observado na Figura 35. Prosseguem Nakaguishi e Hermes
(2011), normalmente, os condutores instalados em dutos, com seções até 120mm², são dispostos
em formação tripolar por duto ou em quadrifólio, quando possuir condutor reserva. Acima
dessas seções, os condutores devem ser instalados individualmente por duto.

Figura 35 – Condutor de Média Tensão com Isolação XLPE

Fonte: Conduspar, 2017.

Os condutores de baixa tensão devem atender aos requisitos mínimos descritos na


norma ABNT NBR 5410:2004, podem ser de cobre ou de alumínio, normalmente, utiliza-se a
cor azul para identificar o neutro e a cor preta para identificar as fases, sendo que algumas
concessionárias optam por cores diferentes. Os condutores utilizados nas redes de distribuição
subterrânea possuem classe isolação 0,6/1kV, conforme Figura 36, são instalados em banco de
dutos e dispostos em formação em quadrifólio.

Figura 36 – Condutor de Baixa Tensão com Isolação em XLPE

Fonte: Prysmian, 2017.


52

2.4.5.7 Acessórios para Condutores

Os acessórios para condutor podem ser classificados em terminais e emendas,


conforme Figura 37 e Figura 38. São fornecidos nas tensões de até 35kV, correntes de 200A,
600A e 630A, para condutor de seções 25 a 630mm², sendo todos submersíveis (PRYSMIAN,
2017).
Os terminais permitem fácil conexão e desconexão de um condutor ou de um ponto
de derivação, entre a rede subterrânea e a aérea. Servem para conectar transformadores e
equipamentos de proteção, comando e operação, podem ainda ser aplicados em pontos
estratégicos da rede. Os terminais podem ser classificados em: terminais internos, terminais
externos e acessórios desconectáveis (Nakaguishi e Hermes, 2011).

Figura 37 – Acessórios Terminais

Fonte: Prysmian, 2017.

As emendas são utilizadas para conectar os condutores entre si e condutor a


equipamentos, e podem ser divididos em: emenda reta, emenda de derivação e transição.
Exercer o mesmo papel do condutor, ou seja, transmitir a energia elétrica sem que haja
superaquecimento, aumentando seu tempo de vida útil. Algumas terminações possuem a função
de isolar o condutor contra contato direto para terra, controle de campo elétrico e proteção
mecânica do acessório, entre outras (Nakaguishi e Hermes, 2011).

Figura 38 – Acessórios para Emendas

Fonte: Prysmian, 2017.


53

2.5 COMPARATIVOS

Existem diversas concessionarias atuando no território brasileiro e o fato de cada


uma delas ter peculiaridades diferentes, em suas normas, faz com que um mesmo projeto de
rede subterrânea de energia elétrica, em loteamento, apresente particularidades exclusivas, se
executado em diferentes concessionárias.
A seguir são apresentados os critérios utilizados para o desenvolvimento de projetos
de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica, em loteamento, adotados pela CELESC
D, CEMIG D e CPFL ENERGIA, sendo eles:
a) Critérios de Projeto;
b) Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal;
c) Determinação da Demanda;
d) Dimensionamento dos Transformadores;
e) Configuração da Rede e Dimensionamento de Condutores – Rede Primária;
f) Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária;
g) Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal;
h) Poste de Transição;
i) Chave de Média Tensão;
j) Terminais Desconectáveis;
k) Indicadores de Defeito;
l) Caixa de Passagem e Inspeção;
m) Banco de Dutos;
n) Aterramento;
o) Iluminação Pública e Outros Serviços.

2.5.1 Critérios de Projeto

Como citado anteriormente, cada concessionária de energia tem uma norma


específica para elaboração de projetos de redes subterrâneas. Devido à busca por melhor
qualidade dos aspectos visuais e por redes mais seguras e confiáveis, as redes subterrâneas vêm
ganhando cada vez mais espaço no mercado, seja na construção de redes novas ou na transição
de redes aéreas já existentes para subterrâneas. Neste ponto, o principal problema é que muitas
concessionárias ainda não possuem normas específicas para tais mudanças, apenas para
construção de novas redes subterrâneas, em loteamentos e condomínios.
54

A CELESC D trata em sua NE 147E (2017, p. 5) que:

A presente norma tem como objetivo estabelecer os procedimentos técnicos e


critérios básicos para projeto elétricos, montagem, inspeção e recebimento de
materiais de redes subterrâneas de distribuição de energia elétrica aplicadas a
loteamentos para fins residencial e comercial, onde os ativos serão transferidos à
Celesc Distribuição S.A. – Celesc.

Apesar de a CELESC D possuir norma para redes subterrâneas, pode-se observar


que esta trata apenas dos critérios adotados para loteamentos com redes de distribuição
subterrâneas, não abordando os métodos a serem utilizados em perímetros urbanos, sejam eles
para construção de novas redes ou para a transição de uma rede aérea para subterrânea, tendo,
apenas, a NE 147E como base para concepção desses projetos. Desta forma, percebe-se uma
dificuldade na elaboração dos projetos de redes subterrâneas para áreas urbanas, já que não
existe uma norma para definir tais procedimentos.
Assim, como a CELESC D, a CPFL ENERGIA não tem uma norma específica para
redes subterrâneas de distribuição em perímetros urbanos, apenas uma norma técnica de redes
de distribuição subterrâneas para condomínios, a GED 4101 (2016, p. 3), a qual relata que:

A presente norma tem como objetivo estabelecer os procedimentos técnicos e critérios


básicos para a elaboração de projetos elétricos de redes subterrâneas de distribuição
em condomínios fechados, de forma a assegurar as necessárias condições técnicas das
instalações elétricas, a adequada qualidade no fornecimento de energia e os níveis de
segurança compatíveis com as necessidades operacionais das redes das distribuidoras
CPFL-Paulista, CPFL-Piratininga, CPFL-Santa Cruz, CPFL-Jaguari, CPFL-Mococa,
CPFL-Leste Paulista, CPFL-Sul Paulista e RGE-Rio Grande Energia, doravante
designadas neste documento como CPFL.

Diferente da CELESC D e da CPFL ENERGIA, a CEMIG D possui a norma ND-


3.3, para perímetros urbanos, além de uma norma para condomínios e loteamentos, a ND-3.5
(2016, p. 1), a qual descreve:

Esta norma tem por objetivo fixar os critérios para projetos de redes de distribuição
subterrâneas para atendimento a condomínios e loteamentos, de modo a garantir as
condições técnicas e de segurança necessárias ao adequado fornecimento de energia
elétrica.

Desta forma, podemos perceber que, dentre as três concessionárias, a CEMIG D é


a única que realmente possui norma para expansão, reforma e reforço de redes subterrâneas em
55

perímetros urbanos, deixando, assim, claro os procedimentos a serem seguidos. Na CELESC D


e CPFL ENERGIA, tais procedimentos não são tão claros para as áreas urbanas, sendo apenas
baseados em normas adjacentes, gerando certa dificuldade na elaboração e na aprovação desses
projetos.
A seguir, serão apresentados os parâmetros definidos pelas três concessionarias no
que diz respeito ao desenvolvimento de projetos de redes de distribuição subterrâneas para
atendimento de loteamentos e condomínios.

2.5.2 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP

Para a CELESC D, bem como para a CPFL ENERGIA e CEMIG D, a instalação


dos transformadores pedestais e/ou submersíveis deve ser feita sobre base de concreto,
conforme dimensões mínimas especificadas por cada concessionaria e associado a um quadro
de distribuição pedestal (QDP).
Sua localização deve ser preferencialmente em praças, vielas, ilhas ou outros locais
com espaço livre para circulação de pessoas. É necessário que haja um espaçamento mínimo
de 700mm nas laterais e fundos e 1000mm na frente para futuras manutenções e inspeções.
Deve ser evitado, ainda, sua instalação em frente a lotes.
De acordo com a potência necessária e dependendo da distribuição das cargas,
deve-se optar por um ou mais transformadores, respeitando a distância máxima do quadro de
distribuição pedestal até a última caixa do circuito secundário, que, para a CELESC D, é de 200
metros, para a CPFL ENERGIA, de 250 metros e para a CEMIG D de 150 metros.
As vias onde serão instalados os transformadores devem ter largura mínima de 4
metros, de forma a possibilitar o acesso de caminhões para sua instalação e retirada, quando
necessário.
Para a CELESC D. a escolha para localização do QDP deve ser feita de modo a
permitir fácil acesso tanto para sua instalação como manutenção. Deve-se, ainda, respeitar os
espaçamentos mínimos necessários de 400mm do fundo do QDP até quaisquer obstáculos e de
1000mm à frente do mesmo. É importante salientar que o QDP deve ser instalado a uma
distância máxima de 3 metros do transformador e sobre uma base de concreto, conforme
dimensões especificadas na NE-147E.
A CPFL ENERGIA adota os mesmos critérios para espaçamento e localização do
QDP, adotado pela CELESC D, que deve respeitar a distância limite de 3 metros do
56

transformador, porém, em casos especiais, a CPFL ENERGIA admite um espaçamento máximo


de 15 metros do transformador até o QDP.
Segundo a CEMIG D, a instalação do QDP deve ser feita ao lado direito do
transformador, tomando-se como referência a porta frontal do transformador, devendo ainda
possuir uma distância mínima de 1 metro e máxima de 3 metros do mesmo, permitindo fácil
acesso para sua instalação e manutenção.
Deverão ser elaborados projetos estruturais para orientação da execução das bases
dos transformadores e dos QDPs. A responsabilidade técnica e o dimensionamento adequado
destes elementos são atribuições dos respectivos profissionais contratados para elaboração
destes projetos. As dimensões e especificações apresentadas no projeto elétrico estão
relacionadas somente com as exigências mínimas das concessionárias de energia e com a
viabilidade técnica para as instalações elétricas.

2.5.3 Determinação da Demanda

Para a determinação da demanda, em loteamentos ou condomínios, inicialmente,


são calculados os valores das cargas a serem atendidas, avaliando também o tipo da edificação,
se residências, pequenos edifícios de uso coletivo, condomínios fechados ou outras cargas. Tais
cálculos devem ser feitos seguindo as normas pertinentes da concessionaria que atende a região
na qual a rede será implantada. O dimensionamento das cargas deve ser feito ainda de maneira
a considerar cargas previstas para um período mínimo de 10 anos, assim, como flexibilidade
para o atendimento de futuras cargas superiores às previstas em projeto, sem a necessidade de
alterações da rede.
Quando essas cargas não forem conhecidas, é possível fazer uma estimativa da
demanda de acordo com a área do terreno/lote.
De acordo com a CELESC D, quando se tratar de um loteamento residencial e as
cargas não forem conhecidas, sabendo-se a área, o padrão e a quantidade de lotes do loteamento,
é possível elaborar uma previsão de carga para o dimensionamento da rede através da Quadro
3.
57

Quadro 3 – Determinação da Demanda Em Função da Área do Lote Residencial – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

No que diz respeito à evolução da carga no tempo, para loteamentos residenciais,


considera-se que a demanda estimada se trata da carga final. Sendo, assim, os circuitos não são
projetados para cargas superiores às previstas em projeto.
Caso não se trate de consumidores residenciais, a CELESC D estabelece que o
dimensionamento da carga deve ser feito de modo que seja avaliada a atividade a ser
desempenhada, com os locais previstos para essas cargas identificados em projeto. Para cargas
desconhecidas, a NE-147E da CELESC D (2017, p. 58) especifica que deve-se estimar para a
rede secundária uma demanda de 10kVA para lotes até 1000 metros quadrados e 20kVA para
os maiores.
Para determinação da demanda na CPFL ENERGIA, nos casos em que não se saiba
o valor das cargas instaladas ou na falta da previsão das mesmas, pode-se utilizar os valores do
Quadro 4 para obtenção dos consumos mínimos estimados.

Quadro 4 – Consumo Mensal Mínimo Estimado – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

A partir do valor do consumo mensal mínimo, estimado de acordo com a área


construída por lote, retirado do Quadro 4, podemos calcular o valor da demanda mínima através
da Equação (1):

𝐾𝑉𝐴𝐷 = (𝐴) 𝑥 (𝑁𝑟 𝑥 𝑘𝑊ℎ𝑟)(𝐵) (1)


Onde:
58

KVAD - demanda estimada mínima do ramal de entrada ou circuito secundário, em


kVA;
Nr - número de residências;
kWhr - consumo mensal estimado por residência (Obs.: para residências com
consumos diferentes, considerar a soma dos mesmos);
A e B - constantes específicas para o cálculo de demanda estimada, a partir da
demanda estatística dos consumidores de um circuito, nos municípios da área de
concessão da CPFL (KVAS).

Os valores das constantes A e B são estabelecidos de acordo com o município ou


empresa onde a rede será implantada, conforme o Quadro 5 e o Quadro 6.

Quadro 5 – Constantes Específicas para o Cálculo da Demanda Estimada – Município

Fonte: GED-4101, 2016.

Quadro 6 – Constantes Específicas para o Cálculo da Demanda Estimada – Empresa

Fonte: GED-4101, 2016.

Ainda, segundo a GED-4101 da CPFL ENERGIA (2016, p.26), “quando há


diversos tipos de casas/lotes, que implicam em consumos diferentes, a demanda estimada pode
ser calculada, através Equação (1) citada, considerando a soma dos consumos das mesmas em
substituição ao termo (Nr x kWhr)”.
Para a determinação da demanda na CEMIG D, quando não se conhece a carga, os
valores mínimos devem estar de acordo com o Quadro 7.
59

Quadro 7 – Demanda por Área – CEMIG D

Fonte: ND-3.5, 2016.

2.5.4 Dimensionamento dos Transformadores

Segundo a NE-147E da CELESC D, os transformadores a serem utilizados devem


ser do tipo pedestal, com suas características especificadas através da E-313.0069 da CELESC
D, com potências nominais de 75kVA, 150kVA, 300kVA ou 500kVA, aplicados nas classes de
tensões de 15kV (13,8kV) ou 25kV (23,1kV), sendo que os mesmos podem ter tensões de
380/220V extraídas no seu secundário.
A NE-147E determina ainda que o transformador de 500kVA deve ser utilizado
somente em centros urbanos.
Para proteção contra sobrecorrente do transformador, são utilizados fusíveis
internos do tipo expulsão e limitadores de corrente, de acordo com a NE-147E da CELESC D,
conforme especificado no Quadro 8.

Quadro 8 – Elementos de Proteção do Transformadores – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

Do mesmo modo que a CELESC D, na CPFL ENERGIA, os transformadores


padronizados são do tipo pedestal, associados a um quadro de distribuição pedestal (QDP) e
com potências nominais de 75kVA, 150kVA, 300kVA ou 500kVA, aplicados nas classes de
60

tensões de 15kV ou 25kV, sendo que os mesmos podem ter tensões de 380/220V ou 220/127V
extraídas no seu secundário de acordo com o município atendido.
Segundo GED-4101 da CPFL ENERGIA para proteção contra sobrecorrente do
transformador, são utilizados fusíveis internos do tipo expulsão e limitadores de corrente
conforme especificado no Quadro 8.

Quadro 9 – Elementos de Proteção do Transformadores – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

Em transformadores com circuito da rede primária exclusivo e com comprimento


superior a 100 metros, devem ser instalados em suas buchas pára-raios do tipo desconectável,
para proteção contra sobretensões.
Segundo a ND-3.5 da CEMIG D, os transformadores padronizados devem ser do
tipo pedestal, com seis buchas primárias, ter suas características especificadas através da
02.111-EG/PR-17 da CEMIG D, ter potências nominais de 45kVA, 75kVA e 150kVA, classe
de tensão de 15kV ou 24,2kV, sendo que os transformadores de 300kVA e 500kVA devem ser
utilizados somente para o atendimento de consumidores exclusivos. No secundário do
transformador, podem ser extraídas tensões de 380/220V ou 220/127V.

2.5.5 Configuração da Rede e Dimensionamento de Condutores – Rede Primária

Após o dimensionamento e localização dos transformadores, devem ser


dimensionados os condutores da rede primária de acordo com os critérios de cada
concessionária.
Segundo a NE-147E da CELESC D, o projetista poderá optar por:
a) Único Transformador - O circuito primário deverá ser constituído por 4
condutores unipolares (3 fases + 1 reserva), instalados em um mesmo duto,
quando seu comprimento for inferior a 200 metros, podendo ser no sistema radial
sem recurso, Figura 39.
61

Figura 39 – Sistema Radial sem Recurso – CELESC D

Fonte: Adaptado pelos Autores, com base na NE-147E, 2017.

Caso os condutores sejam superiores a 70mm² na classe de tensão 15kV ou 50mm²


na classe de 25kV, os mesmos deverão ser instalados um condutor por duto.
b) Mais de um Transformador - O circuito primário deverá ser constituído por 3
condutores unipolares (3 fases), instalados em um mesmo duto, que dependendo
da rede área existente no local, podem ser atendidas através do sistema radial com
recurso Figura 40.

Figura 40 – Sistema Radial com Recurso – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

Caso os condutores sejam superiores a 120mm² na classe de tensão 15kV ou 70mm²


na classe de 25kV, os mesmos deverão ser instalados um condutor por duto.
62

Os condutores padronizados pela CELESC D são de classe 8,7/15kV, operando em


tensão de 13,8kV ou 15/25kV para tensão de 23,1kV. Devem ser de cobre ou de alumínio e
possuir isolação XLPE ou EPR, blindados com fios de cobre e com cobertura de ST7 ou PVC.
Para identificação das fases, deve-se usar anilhas com caracteres R, S e T.
Para o dimensionamento do circuito da rede primária, devem ser feitos os cálculos
de capacidade de condução de corrente e queda de tensão, sendo que a queda de tensão entre a
derivação da rede área e qualquer ponto de utilização, transformador e clientes atendidos em
média tensão, deve ser menor ou igual a 2%.
No Quadro 10, estão indicadas a capacidade de condução de corrente dos
condutores, de acordo com as seções, a classe de tensão, o tipo de condutor e o método de
instalação.

Quadro 10 – Capacidade de Condução de Corrente dos Condutores de Média Tensão -


CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

Os circuitos da rede primária devem ser acompanhados de condutor de proteção, de


cobre com isolação de PVC, na cor verde, classe de tensão 750V, com seção de 35mm² para
circuitos com seção até 70mm² e de 70mm² para circuitos de seção superior. O condutor de
proteção deve ser instalado em duto exclusivo corrugado de PEAD de 4”, conectado à malha
de aterramento de cada caixa em seu trajeto.
Nos casos em que a carga instalada for superior a 75kW e inferior a 2500kW, o
consumidor deverá ser atendido em média tensão.
Os condutores da rede primária padronizados pela CPFL ENERGIA devem ser do
tipo triplexado, porém admite-se o uso de condutores unipolares para circuitos inferiores a 500
metros. No que diz respeito à classe de tensão, tipo de condutor, blindagem e isolação, seguem-
63

se os mesmos critérios adotados pela CELESC D, exceto, quando se tratar de regiões litorâneas,
onde devem ser considerados exclusivamente condutores de cobre. A identificação dos circuitos
primários e secundários e ramais de entrada deve ser feita de acordo com a GED-3980.
Conforme a CPFL ENERGIA, a configuração básica dos circuitos primários deve
ser em função da rede área existe no local, podendo ser no sistema radial com recurso, através
de uma única entrada ou entradas diferentes, conforme Figura 41 e Figura 42.

Figura 41 – Sistema Radial com Recurso Através de uma Única Entrada – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

Figura 42 – Sistema Radial com Recurso Através de Entradas Diferentes – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.


64

Dependendo do grau de confiabilidade exigido, pode ainda se utilizar o sistema


primário seletivo conectados a dois circuitos, conforme Figura 43.

Figura 43 – Sistema Primário Seletivo Conectados a Dois Circuitos – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

Segundo a GED-4101 da CPFL ENERGIA no Quadro 11, estão indicadas a


capacidade de condução de corrente dos condutores, seções, classe de tensão e tipo de condutor.

Quadro 11 – Correntes Admissíveis de Condutores de Média Tensão – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

Ainda, segundo a GED-4101, para os cálculos da rede primária devem ser


consideradas as correntes de projeto, que correspondem a cerca de 80% das correntes de
operação, sendo que este fator é considerado para possibilitar eventuais ligações de cargas
superiores as previstas e/ou permitir flexibilidade para eventuais manutenções.
Igualmente à CELESC D, na CPFL ENERGIA, consumidores com carga instalada
entre 75kW e 2500kW deverão ser atendidos em média tensão, porém, se for de interesse do
65

consumidor, a CPFL ENERGIA pode ser consultada quanto à possibilidade de atendimento em


baixa tensão.
Referente ao condutor de proteção, a seção padronizada pela CPFL ENERGIA é de
35mm², os demais critérios seguem os já adotados pela CELESC D.
As redes primárias na CEMIG D podem ser do tipo anel aberto ou radial com
recurso, conforme Figura 44 e Figura 45, devem ser utilizados condutores de alumínio e possuir
isolação XLPE ou EPR.

Figura 44 – Sistema Anel Aberto – CEMIG D

Fonte: ND-3.5, 2016.


66

Figura 45 – Sistema Radial com Recurso – CEMIG D

Fonte: ND-3.5, 2016.

As configurações das redes devem obedecer aos seguintes critérios:

a) para cargas com demandas de até 1MVA, deve ser empregada a configuração anel
aberto, utilizando condutor com seção de 50mm² na classe de tensão 15kV. Caso
existam cargas que necessitem de alta confiabilidade (hospitais, centros bancários,
etc.), a configuração deve ser alterada para o tipo radial com recurso;
b) para cargas com demanda superior a 1MVA e até 2,5MVA, deve ser empregada
a configuração de rede radial com recurso, utilizando condutor com seção de
120mm² na classe de tensão 15kV;
c) para cargas superiores a 2,5MVA, devem ser projetados mais de um circuito para
o seu atendimento, porém a configuração de cada circuito deve estar de acordo
com as indicadas anteriormente.
67

Para redes primárias operando em classe de tensão de 24,2kV, independente da


configuração, o condutor utilizado deve ser de seção 50mm².
No Quadro 12, estão indicadas as capacidades de condução de corrente dos
condutores, seções, classe de tensão e tipo de condutor, conforme ND-3.3 da CEMIG D.

Quadro 12 – Capacidade de Condução de Corrente dos Condutores de Média Tensão –


CEMIG D

Fonte: ND-3.3, 2014.

Para os cálculos da rede primária, devem ser consideradas as correntes máximas


com fator de instalação, sendo que este fator é considerado para possibilitar eventuais ligações
de cargas superiores às previstas e permitir flexibilidade para eventuais manutenções.
Os circuitos da rede primária impreterivelmente devem passar por todos os
transformadores, exceto aqueles instalados em ramais.
Para a CEMIG D, os condutores de proteção devem ser de cobre nu, com seção de
35mm², quando a rede primária for de seção de 50mm² e de 70mm², quando a rede primária for
de seção de 120mm², sendo este instalado no mesmo duto da rede primária e conectado a todos
os pontos de aterramento existentes no circuito em seu trajeto.

2.5.6 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária

Segundo a NE-147E da CELESC D, o circuito secundário deve ser constituído por


4 condutores, sendo 3 fases e 1 neutro, instalados em duto exclusivo, com classe de tensão
0,6/1,0kV, isolação XLPE ou EPR, classe 2 (condutores encordoados, compactados ou não), de
cobre com seções de 70mm² ou 120mm², ou de alumínio com seções de 120mm² ou 240mm².
Para identificação das fases, deve-se usar anilhas com caracteres A, B e C, já, o condutor neutro
é identificado pela cor, devendo este ser azul claro.
Para ramal de entrada de consumidores com seções de 35mm² ou 70mm² e para
atendimento de edifícios de uso coletivo, os mesmos devem ser derivados diretamente do QDP,
68

não podendo ultrapassar a distância máxima de 100 metros. Os demais ramais de entrada devem
ser derivados dos barramentos modulares isolados (BMI), localizados nas caixas de passagem,
sendo que sua disposição nas caixas deve ser com 4 barramentos (3 fases + neutro), que podem
possuir 4, 6 ou 8 saídas. A conexão entre o BMI e o tronco, ou quando houver a necessidade de
derivação do circuito, deve ser realizada, através de conector do tipo H, e a recomposição da
isolação do condutor feita através de manta termo contrátil.
Para o dimensionamento do circuito da rede secundária, devem ser feitos os
cálculos de capacidade de condução de corrente e queda de tensão, sendo que a queda de tensão
entre a saída do transformador e o ponto de entrega (barramento modulares isolados) deve ser
menor ou igual a 3%.
As correntes máximas de projeto dos circuitos não devem ser superiores a 80% da
capacidade da corrente nominal dos condutores indicados na NBR 5410, de forma a permitir a
ligação de cargas superiores às dimensionadas em projeto, assim, como flexibilizar eventuais
manutenções.
A seguir, são apresentados os Quadro 13 e o Quadro 14 onde constam as correntes
admissíveis de projeto e de operação dos fatores de agrupamento dos condutores.

Quadro 13 – Correntes Admissíveis dos Condutores – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

Quadro 14 – Fator de Agrupamento – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

Os condutores da rede secundária padronizados pela CPFL ENERGIA seguem os


mesmos critérios adotados pela CELESC D no que diz respeito à classe de tensão e disposição.
Para o critério de isolação, os condutores das fases devem ser constituídos de isolação XLPE
ou EPR e, para o condutor neutro, deve ser utilizada isolação em PVC. Os condutores devem
69

ser de cobre com seções de 70mm² ou 120mm², ou de alumínio com seções de 95mm² ou
185mm². Quando se tratar de regiões litorâneas, devem ser considerados exclusivamente
condutores de cobre. Na identificação das fases, são utilizadas anilhas de nylon.
O ramal de entrada de consumidores deve ser derivado dos barramentos múltiplos
isolados (BMI-CPFL), instalados em caixa de passagem, sendo que sua disposição nas caixas
pode ser com 4 barramentos (3 fases + neutro) ou 5 barramentos (3 fases + 2 neutros). Os
barramentos de fase devem ser com o mesmo número de saída, limitadas em 8. Já, o barramento
de neutro pode possuir um número de saídas superior ao das fases. Para ramais com seção
superior a 95mm², os mesmos devem ser derivados diretamente de transformador exclusivo.
Assim, como na CELESC D, para possibilitar eventuais ligações de cargas
superiores às previstas em projeto e permitir flexibilidade de manutenção, a CPFL ENERGIA
considera que as correntes máximas admissíveis para os condutores não devem ser superiores
a 80% de sua capacidade, conforme Quadro 15.

Quadro 15 – Correntes Admissíveis dos Condutores – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

Os critérios de queda de tensão para os circuitos secundários na CPFL ENERGIA


seguem os mesmos adotados pela CELESC D.
Quando existirem duas redes secundárias adjacentes e estas estiverem a um
comprimento menor ou igual a 40 metros, o circuito com maior seção deve ser prolongado até
a caixa de passagem do outro circuito, para trechos maiores que 40 metros e menores que 80
metros, devem ser previstos interligação das caixas através de dois eletrodutos, sem instalação
de condutores, para possibilitar recursos em caso de emergência.
Segundo a CEMIG D, o circuito secundário deve ser constituído por 4 condutores,
sendo 3 fases e 1 neutro, instalados em duto exclusivo, com isolação XLPE ou EPR, de alumínio
com seções de 120mm² ou 240mm². A identificação dos condutores deve ser feita com fitas nas
cores branca, amarela e vermelha para fases A, B e C, respectivamente, e azul para o neutro.
Os ramais de entrada podem ser derivados por conectores de perfuração ou BMI,
localizados nas caixas de passagem, sendo que, na utilização de BMI, a disposição nas caixas
deve ser 4 barramentos (3 fases + neutro). A conexão entre BMI e tronco ou, quando houver
70

necessidade de derivação do circuito, deve ser realizada através de conector do tipo H, e a


recomposição da isolação do condutor deve ser feita através de fita auto-fusão e fita isolante.
As correntes admissíveis de projeto dos circuitos não devem ser superiores a 80%
da capacidade da corrente nominal dos condutores, de forma a permitir a ligação de novas
cargas, reequilibrar circuitos, regularizar níveis de tensão e carregamento.
A seguir, são apresentados o Quadro 16 e Quadro 17 onde constam as correntes
admissíveis e os fatores de agrupamento dos condutores.

Quadro 16 – Correntes Admissíveis dos Condutores – CEMIG D

Fonte: ND-3.3, 2014.

Quadro 17 – Fator de Agrupamento – CEMIG D

Fonte: ND-3.3, 2014.

Segundo a ND-3.5, os cálculos de quedas de tensão devem ser feitos, tomando-se


por base, os dados do Quadro 18 e utilizando o valor de 0,85 para o fator de potência.

Quadro 18 – Coeficientes de Queda de Tesão – CEMIG D

Fonte: ND-3.3, 2014.

A máxima queda de tensão aceitável pela CEMIG D entre a saída do transformador


e o ponto de entrega (barramento modulares isolados) é de 4%.
Quando existirem duas redes secundárias adjacentes e estas estiverem a um
comprimento inferior a 50 metros o circuito com maior seção deve ser prolongado até a caixa
de passagem do outro circuito, para trechos superiores a 50 metros e inferiores a 100 metros,
deve ser prevista interligação das caixas através de um eletroduto com bitola mínima de
125mm, sem instalação de condutores, para possibilitar recursos em caso de emergência.
71

2.5.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP

Para dimensionamento do QDP, segundo os critérios da NE-147E da CELESC D,


inicialmente, deve ser analisada a quantidade de circuitos a serem atendidos, assim, como a
capacidade de condução de corrente. A partir da corrente calculada para os circuitos da rede
secundária, devem ser dimensionados os fusíveis para proteção dos mesmos, sendo que a
corrente de projeto não deve ser superior a 90% da capacidade nominal do fusível.
Para proteção contra sobrecorrente dos circuitos secundários, são utilizados fusíveis
do tipo NH, de acordo com a E-313.0071 da CELESC D, conforme especificado, no Quadro
19, estes instalados em seccionadoras verticais no QDP.

Quadro 19 – Corrente Nominal do Fusível Tipo NH – CELESC D

Fonte: E-313.0071, 2015.

Após o dimensionamento dos fusíveis, são dimensionadas as chaves seccionadoras


dos circuitos. Conforme NE-147E, as chaves seccionadoras são padronizadas com capacidade
de condução de corrente nominal de 160A, 250A e 400A. Para seccionadoras de 160A, a seção
máxima dos condutores conectados à mesma deve ser de 120mm² e para chaves de 250A e
400A, a seção máxima dos condutores é de 240mm². O dimensionamento deve ser considerado
de forma que as correntes máximas das chaves não ultrapassem o seu valor nominal
multiplicado por um fator de ajuste, que é em função da quantidade de chaves instaladas no
QDP, conforme Quadro 20.

Quadro 20 – Fator de Ajuste das Correntes das Chaves – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.


72

A capacidade nominal do fusível NH, a ser instalado na chave, não deve ser superior
ao valor admissível da chave (corrente nominal x fator de ajuste).
Definidos as chaves e os fusíveis a serem utilizados nos circuitos, deve ser feito o
dimensionamento do tamanho do QDP e segundo a E-3313.0070 da CELESC D, os quadros
podem ser classificados como DIN-00, DIN-0 ou DIN-1, de acordo com suas dimensões e
capacidade de condução de corrente, conforme Quadro 21.

Quadro 21 – Dimensão e Capacidade de Condução de Corrente do QDP – CELESC D

Fonte: E-313.0070, 2015.

Segundo NE-147E da CELESC D (2017, p. 65) na definição da largura do QDP,


considera-se:
a) espaço para conexão dos condutores de entrada (módulos de entrada): 50 mm
para cada circuito;
b) espaço para fixação dos barramentos: 85 mm;
c) espaço livre para chave auxiliar (serviços quando necessário): 50 mm;
d) espaço correspondente a cada chave: 50 mm para chaves de 160A e 100 mm para
chaves de 250A e 400A.

Todo QDP, além dos circuitos dimensionados, deve ter previsto um espaço reserva
para uma chave de 160A, essa para a execução de serviços emergenciais.
Os condutores que interligam o transformador ao QDP devem ser de cobre e estar
de acordo com a potência do transformador, padronizados conforme o Quadro 22.
73

Quadro 22 – Condutores que Interligam o QDP ao Transformador – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

É de suma importância que a soma das correntes nominais dos fusíveis do tipo NH
não seja superior à capacidade de condução de corrente dos condutores que interligam o
transformador ao QDP.
Quando o QDP for conectado a transformadores de até 300kVA, seus barramentos
devem ser dimensionados com corrente de curto circuito de 20kA durante um (1) segundo e,
quando conectado a transformadores de 500kVA, 30kA durante um (1) segundo, as correntes
de curto circuito devem ser aplicadas aos barramentos, fusíveis e chaves seccionadoras.
Um quadro, contendo o diagrama unifilar das instalações do QDP, deverá ser fixado
na parte interna da porta do mesmo.
Para dimensionamento do QDP, segundo os critérios da GED-4101 da CPFL
ENERGIA, deve ser analisada a capacidade de condução de corrente e a quantidade de circuitos
a serem atendidos. A partir da corrente calculada para os circuitos da rede secundária, devem
ser dimensionados os fusíveis para proteção, sendo que a corrente de projeto não deve ser
superior a 90% da capacidade nominal do fusível.
74

Para proteção contra sobrecorrente dos circuitos secundários, são utilizados fusíveis
do tipo NH, de acordo com a GED-3902 da CPFL ENERGIA, conforme especificado no
Quadro 23, instalados nas seccionadoras verticais no QDP.

Quadro 23 – Corrente Nominal do Fusível Tipo NH – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-3902, 2014.

A partir do dimensionamento dos fusíveis, devem ser dimensionadas as chaves


seccionadoras dos circuitos. Conforme GED-4101, as chaves seccionadoras são padronizadas,
de acordo com capacidade de condução de corrente nominal de 160A, 250A e 400A. Para
seccionadoras de 160A, a seção máxima dos condutores a serem conectados à mesma deve ser
de 95mm², para chaves de 250A e 400A, a seção máxima dos condutores deve ser de 185mm².
O dimensionamento deve ser considerado de forma que as correntes máximas das chaves não
ultrapassem o seu valor nominal multiplicado por um fator de ajuste, que, em função da
quantidade de chaves instaladas no QDP, é definido pelo Quadro 24.

Quadro 24 – Fator de Ajuste das Correntes das Chaves – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

A capacidade nominal do fusível NH, a ser instalado na chave, não deve ser superior
ao valor admissível da chave (corrente nominal x fator de ajuste).
Assim, como na CELESC D, a CPFL ENERGIA adota os mesmos critérios para
classificação do QDP e os parâmetros para definição das dimensões.
Segundo GED-4101 da CPFL ENERGIA, deve ser instalado tapete de borracha
entre a base de concreto e a base do QDP, e é necessário que o QDP possua espaço para
instalação de uma chave reserva de 400A para execução de serviços emergenciais.
75

Os condutores que interligam transformador e QDP devem ser de cobre e de acordo


com a potência do transformador, padronizados, conforme o Quadro 25.

Quadro 25 – Condutores que Interligam o QDP ao Transformador – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

O dimensionamento do barramento do QDP deve obedecer aos parâmetros do


Quadro 25. As correntes de curto circuito aplicadas aos barramentos, fusíveis e chaves
seccionadoras devem ser de 25kA durante um (1) segundo.
Diagramas unifilares e croqui correspondentes a cada quadro de distribuição e
proteção devem ser fixadas na parte interna da porta dos mesmos.
Para dimensionamento do QDP, segundo os critérios da ND-3.5 da CEMIG D, a
partir da corrente calculada para os circuitos, e definido o número de circuitos da rede
secundária, devem ser dimensionados os fusíveis para proteção dos mesmos, sendo que a
corrente de projeto não deve ser superior a 80% da capacidade nominal do fusível.
Seguindo esses critérios, deve-se escolher o fusível, de acordo com os valores
padronizados na Quadro 26, através do mesmo quadro, também obtém-se o valor da corrente
das chaves seccionadoras dos circuitos. As chaves seccionadoras são padronizadas com
capacidade de condução de corrente nominal de 160A, 250A, 400A e 630A. Para seccionadoras
até 160A a seção máxima dos condutores a serem conectados à mesma, deve ser de 95mm²,
para chaves de 250A, 400A e 630A, a seção máxima dos condutores deve ser de 240mm².
Definidos chaves e fusíveis, deve ser dimensionado o QDP. Segundo a
especificação técnica 02.111 ED/CE-060b da CEMIG D, os quadros podem ser classificados
como tipo 1, com gabinetes de 590mm de largura e tipo 2, com gabinetes de 785mm, sendo que
76

os mesmos são dimensionados, de acordo com a potência do transformador, conforme o Quadro


26.

Quadro 26 – Dimensionamento Elétrico dos Quadros de Distribuição Tipo Pedestal – CEMIG


D

Fonte: 02.111 ED/CE-060b, 2006.

Ainda, para o dimensionamento do QDP, deve ser previsto um espaço reserva para
uma chave de 160A, para a execução de serviços de emergência.
Conforme a ND-3.5 da CEMIG D, os condutores que interligam o transformador
ao QDP devem ser de cobre flexível com seção de 240mm², sendo sua quantidade por fase
dimensionada, de acordo com a potência do transformador atendido.
É de suma importância que soma das correntes nominais dos fusíveis do tipo NH
não seja superior a capacidade de condução de corrente dos condutores que interligam o
transformador ao QDP. As correntes de curto circuito aplicadas aos barramentos, fusíveis e
chaves seccionadoras devem ser de 25kA durante um (1) segundo.

2.5.8 Poste de Transição

O ponto onde é feita a interligação entre a rede aérea e a subterrânea é denominado


poste de transição.
Tanto para a CELESC D, como para a CEMIG D, o poste de transição deve ser
localizado externamente ao empreendimento. Já, a CPFL ENERGIA permite a instalação do
mesmo internamente ou externamente ao empreendimento.
Segundo a NE-147E da CELESC D (2017, p. 34), devem ser instalados no poste de
transição os seguintes equipamentos de proteção:

a) Chaves fusíveis (uma por fase), pára-raios poliméricos em óxido de zinco e


terminais unipolares nas extremidades dos condutores isolados, para circuitos com
capacidade instalada total de transformadores menor que 1500 kVA (13,8kV) e menor
que 2500kVA (23,1kV);
77

b) Religadores trifásicos automáticos, ajustados para uma única operação, para


circuitos com capacidade instalada total de transformadores igual ou superior a
1500kVA (13,8kV) ou 2500 kVA (23,1kV). Os religadores devem ser instalados em
estruturas de derivação, anteriores à estrutura de transição aérea/subterrânea.

Na Figura 46, são representados os componentes do poste de transição com chave


fusível e, na Figura 47, os componentes do poste de transição com religador.

Figura 46 – Poste de Transição com Chave Fusível – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

Figura 47 – Estrutura de Derivação com Religador – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.


78

Conforme a NE-147E da CELESC D, o dimensionamento da chave fusível e do


fusível instalado no poste de transição pode ser feito seguindo critérios análogos aos adotados
para redes aéreas, assim, utiliza-se o Quadro 27 para esta finalidade.

Quadro 27 – Dimensionamento das Chaves e Elos Fusíveis – CELESC D

Fonte: N-321.0002, 2016.

A chave fusível com elo de 65K deverá ser utilizada somente quando não possuir
outra chave fusível entre o poste de transição e o transformador, ou deverá ser utilizado
religador.
O dimensionamento do pára-raios deve ser feito de acordo com a N-321.0002,
sendo de 12kV para classe de tensão de 15kV e 21kV para classe de tensão de 25kV, ambos
com corrente nominal de descarga de 10kA.
Quando utilizado religador, a parametrização do mesmo deve ser feita de acordo
com a NE-145E, devendo possuir dispositivos para abertura de falta de tensão e estar pronto
para automação e operação remota. A Quadro 28 mostra a padronização de religadores
automáticos controlados estabelecida pela NE-145E da CELESC D.

Quadro 28 – Padronização de Religadores Automáticos Controlados – CELESC D

Fonte: NE-145E, 2017.


79

Segundo a GED-4101 da CPFL ENERGIA (2016, p. 64), devem ser instalados no


poste de transição os seguintes equipamentos de proteção:

a) Chaves fusíveis (uma por fase), pára-raios de óxidos metálicos sem centelhadores
e terminais unipolares nas extremidades dos condutores isolados, de acordo com o
documento GED-3224 (15kV ou 25kV), para circuitos com capacidade instalada total
de transformadores menor que 750kVA;
b) Religadores trifásicos automáticos, ajustados para uma única operação, antecedidos
em poste anterior, de chaves seccionadoras tripolares (abertura simultânea das 3
fases), para circuitos com capacidade instalada total de transformadores igual ou
superior a 750kVA.
Nota: Os religadores devem ter dispositivos para abertura por falta de tensão em uma
ou duas fases.

O dimensionamento do fusível tipo K, instalado no poste de transição, deve ser


feito, de acordo com o Quadro 29.

Quadro 29 – Corrente Nominal do Fusível Tipo K – CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

Segundo a GED-4101 (2016, p. 74), chaves com fusíveis de 65K somente são
utilizadas quando não há outra chave fusível entre o poste de transição e a subestação de
distribuição da concessionária. Caso contrário (há chaves fusíveis entre o poste de transição e
a subestação), deve ser utilizado chave seccionadora. O critério (2) do Quadro 28 deve ser
definido pela CPFL ENERGIA.
Segundo a GED-926, a chave fusível deve ter base tipo C e ser fornecida nas classes
de tensões de 15kV e 24,2kV, com corrente nominal de 100A.
O dimensionamento do pára-raios deve ser feito de acordo com a GED-3224, sendo
de 12kV para tensão nominal de 15kV e 21kV para tensão nominal de 25kV, ambos com
corrente nominal de descarga de 10kA.
Para a utilização de religador, deve-se seguir os parâmetros da GED-15197 (2017,
p.44 e p.45), conforme descrito a seguir:
Para religador de classe 15kV:
a) Tensão máxima: 15,5 kV;
b) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico: 110 kV;
80

c) Tensão suportável nominal sob frequência industrial:


- a seco, durante 1 minuto: 50 kV;
- sob chuva, durante 10 segundos: 45 kV;
d) Frequência nominal: 60 Hz;
e) Corrente nominal: 630 A;
f) Corrente de interrupção simétrica nominal: 12,5 kA;
g) Tempo máximo de interrupção nominal: 70 ms.

Para religador de classe 24,2kV:


a) Tensão máxima: 27 kV;
b) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico: 125 kV;
c) Tensão suportável nominal sob frequência industrial:
- a seco, durante 1 minuto: 60 kV;
- sob chuva, durante 10 segundos: 50 kV;
d) Frequência nominal: 60 Hz;
e) Corrente nominal: 630 A;
f) Corrente de interrupção simétrica nominal: 12,5 kA;
g) Tempo máximo de interrupção nominal: 70 ms.

Segundo a ND-3.5 da CEMIG D (2016, p. 5-4), em todos os postes de transição,


devem ser instalados terminais modulares externos, pára-raios de óxidos de zinco e religador.
O dimensionamento do pára-raios deve ser feito de acordo com a ND-5.3, sendo de
12kV para tensão nominal de 13,8kV e 21kV para tensão nominal de 23,1kV, ambos com
corrente nominal de descarga de 10kA.
O religador tem suas características especificadas, conforme a especificação técnica
22.000-PE/LS-5594b da CEMIG D Quadro 30.

Quadro 30 – Características Elétricas dos Religadores – CEMIG D

Fonte: 22.000-PE/LS-5594b, 2015.


81

Após o poste de transição, deve ser instalada uma chave de média tensão de 3 vias
para circuitos com configuração em anel e chave de média tensão de 2 vias para circuitos com
configuração radial.
Em condomínios urbanos com a demanda total entre 1MVA e 2,5MVA, devem ser
projetados dois alimentadores e dois religadores, na entrada dos empreendimentos. É
importante reforçar que deve ser considerada apenas uma única derivação da rede primária
subterrânea por poste.

2.5.9 Chave de Média Tensão

Conforme NE-118E da CELESC D, as chaves de média tensão devem ser do tipo


submersível, instaladas em caixa de inspeção e estar prontas para futura automação.
Caso a potência somada dos transformadores no loteamento seja superior a 1,5
MVA em 13,8 kV ou 2,5 MVA em 23,1 kV, faz-se necessária a utilização de chave de média
tensão para a divisão dos circuitos e, assim, fazer com que a soma das potências não ultrapasse
os valores mencionados.
Conforme GED-4101 da CPFL ENERGIA, as chaves de média tensão podem ser
do tipo submersível, instaladas em caixa de inspeção, pedestal, instalada sobre base de concreto
ou abrigada, instalada internamente a envoltório de concreto e estar prontas para futura
motorização. Para conexão da rede primária e/ou transformador entre a chave de média tensão,
são utilizados terminais desconectáveis da linha 200A.
Caso a potência somada dos transformadores no trecho seja superior a 2 MVA em
15 kV ou 3 MVA em 25 kV, faz-se necessária a utilização de chave de média tensão de duas
vias (entrada e saída) para a divisão dos circuitos e, assim, fazer com que a soma das potências
não ultrapasse os valores mencionados. Para consumidores atendidos em média tensão com
cargas superiores a 300kVA, faz-se necessária instalação de chave de média tensão de duas vias
para permitir desligamento, em eventuais manutenções, sem que ocorra o desligamento dos
demais consumidores do circuito.
Para proteção contra sobretensões, devem ser instalados pára-raios do tipo
descontável em suas buchas com vias abertas.
Conforme ND-3.5 da CEMIG D, a chave de média tensão pode ser do tipo
submersível, instalada em caixa de inspeção ou pedestal, instalada sobre base de concreto. A
chave deve ter terminais desconectáveis projetados para operação com carga (loadbreak), ser
82

automatizada e atender as especificações técnicas 02.111-ED/CE-009 da CEMIG D, com suas


características, conforme o Quadro 31.

Quadro 31 – Características Elétricas das Chaves Submersíveis – CEMIG D

Fonte: 02.111 ED/CE 009d, 2004.

Quando o ponto de conexão da rede primária for derivado de uma rede subterrânea,
deve ser instalada uma chave de média tensão de 3 vias com dois interruptores de falta para
circuitos com configuração em anel e chave de média tensão de 2 vias com um interruptor de
carga para circuitos com configuração radial.
Para atendimento de consumidores em média tensão, deve ser projetada chave de
média tensão de 3 vias com um interruptor, instalada no tronco do alimentador, conforme Figura
48.

Figura 48 – Detalhe de Atendimento ao Consumidor de Média Tensão – CEMIG D

Fonte: ND-3.5, 2016.


83

2.5.10 Terminais Desconectáveis

Existem duas linhas de terminais desconectáveis padronizados pela CELESC D, a


de 200A deve ser projetada para operação com carga (loadbreak) e a de 600A para operação
sem carga (deadbreak), ambas com classe de tensão de 15/25 kV.
Segundo a NE-147E da CELESC D (2017, p. 40), os terminais desconectáveis
devem ser utilizados em:

a) Fins de circuitos ou em locais estratégicos para execução de manobras em


contingências;
b) Pontos intermediários dos circuitos onde há derivações ou previsões para utilização
das mesmas;
c) Pontos onde há mudanças de seções de condutor;
d) Conexões de equipamentos (transformadores, chaves, etc).

Os terminais do tipo loadbreck da linha 200A são utilizados para conexão da rede
primária ao transformador pedestal, na conexão de entrada do transformador. Para conexão do
transformador e da rede primária na chave de média tensão, são utilizados terminais
desconectáveis do tipo deadbreak da linha 600A.
A NE-147-E prevê, ao fim da obra, o fornecimento de um dispositivo sensor de
tensão, uma chave para conexão da bucha tipo poço, além de:

a) três plugues de aterramento (PAT);


b) três receptáculos isolantes blindados (RIB);
c) três plugues isolantes blindados (PIB).

Os terminais desconectáveis padronizados pela CPFL ENERGIA são de corrente


nominal de 200A, classe de tensão 15/25kV e operação sem carga, devendo ser instalados,
somente, em caixas de inspeção, e conforme a GED-4101 (2016, p. 66) devem ser utilizados
em:

a) Fins de circuitos ou em locais estratégicos para execução de manobras em


contingências;
b) Pontos intermediários dos circuitos onde há derivações ou previsões para utilização
das mesmas;
c) Pontos onde há mudanças de seções de condutor;
d) Conexões de equipamentos (transformadores, chaves);
e) Pontos estratégicos para execução de manobras em contingências.
84

Segundo a CEMIG D, os terminais desconectáveis devem ser do tipo loadbreak,


com correntes nominal de 200A e atenderem aos critérios da especificação técnica 02111-
TD/AT-50, devendo ser utilizados para conexão da rede primária ao transformador pedestal
e/ou das chaves de média tensão.

2.5.11 Indicador de Defeitos

Indicadores de defeitos têm por objetivo auxiliar na localização de possíveis


defeitos na rede primária, podem detectar correntes de desequilíbrio ou correntes de defeito,
segundo a CELESC D, devem ser instalados nas caixas de inspeção ou em transformadores
pedestal. Os indicadores devem manter um período mínimo sinalização de quatro horas, para
correntes de desequilíbrio devem operar com correntes de 30A, ou mais e, para correntes de
curto-circuito, deve operar com correntes superiores a 50A. É importante salientar que, quando
os indicadores de defeito necessitarem de alimentação, esta deve ser feita diretamente dos
terminais do transformador.
Conforme NE-147E da CELESC D (2017, p. 43), os indicadores de defeito devem
ser projetados:
a) No circuito principal após cada derivação;
b) No início de cada derivação desde que o comprimento da mesma seja
superior a 300m;
c) Em pontos intermediários para limitar o comprimento máximo entre dois
indicadores de defeito em 300m.
Nota: em trechos de circuitos expressos, sem cargas conectadas nos mesmos, podem
ser considerados trechos de 1000 m entre indicadores de defeito.

Os critérios adotados, para os indicadores de defeitos na CPFL ENERGIA, seguem


o mesmo padrão utilizado pela CELESC D, exceto no que diz respeito quanto à operação para
correntes de curto-circuito, que deve ser superior a 400A.
Segundo a CEMIG D, os indicadores de defeito devem manter a indicação por um
período mínimo de 4 horas, rearmar automaticamente após a restauração do circuito e operar
para correntes de 30A ou mais e estarem situados até 15 metros dos sensores de corrente.
Conforme ND-3.5 da CEMIG D (2016, p. 20), os indicadores de defeito devem ser
instalados:

a) No circuito principal após cada derivação;


b) No ponto de derivação;
85

c) Na entrada e saída de cada transformador;


d) Em caixas de inspeção intermediarias, se houver.

2.5.12 Caixa de Passagem e Inspeção

As caixas de passagem e inspeção, segundo a CELESC D, deverão ser


confeccionadas em concreto ou alvenaria (tijolo maciço) e providas de tampa de ferro nodular
na classe 125kN quando instaladas em passeios ou calçadas e 400kN para instalação em via de
circulação de veículos, ambas devem atender as especificações da NBR10160:2005.
Na transição da rede área para a rede subterrânea, deve ser projetada caixa com
dimensões internas de 1200x940x1320mm, caixa do tipo D, junto ao poste de transição.
Ao longo do trecho da rede primária, devem ser projetadas caixas do tipo D,
respeitando a distância máxima entre as caixas, que não deve ser superior a 80 metros, quando
a rede possuir previsão de instalação de terminais desconectáveis da linha de 600A devem ser
projetadas caixas com dimensões internas de 1800x1800x2500mm, caixa do tipo M, para
instalação dos mesmos.
Nas caixas do tipo D, podem ser instalados os barramentos triplex (BTX), para
derivação de circuito ou atendimento de consumidores de média tensão, toda linha de terminais
desconectáveis de 200A, sendo proibida a instalação dos barramentos modulares isolados
(BMI) em caixas que possuírem terminais desconectáveis ou emendas de média tensão.
Quando previsto instalação de chave de média tensão submersível com duas vias,
deve ser projetada caixa com dimensões internas de 1600x2500x1400mm, caixa do tipo CH2
e, para chave com mais de duas vias, deve ser projetada caixa com dimensões internas de
3300x2600x2500mm, caixa do tipo CM.
No trecho exclusivo de rede secundária, nas derivações em baixa tensão e instalação
de barramentos modulares isolados (BMI), deve ser projetada caixa com dimensões internas
mínimas de 850x650x1010mm, caixa tipo B, ou 850x650x1200mm, caixa tipo C, dependendo
da quantidade de dutos previstos. As caixas devem ser instaladas preferencialmente em
passeios, calçadas e nas divisas das propriedades, respeitando a distância máxima de 50 metros.
O atendimento do ramal de entrada de consumidores de baixa tensão, deve partir das caixas
onde estão instalados os BMIs.
Para definição do tipo de caixa a ser utilizada, além dos parâmetros citados
anteriormente, é necessário seguir as especificações da NE-147E no que diz respeito à
86

quantidade de dutos permitidos por caixa, sendo que este critério pode acarretar em mudança
do tipo de caixa a ser aplicada.
Para atendimento dos sistemas de iluminação pública, deve ser utilizada caixa com
dimensões internas mínimas de 650x410x855mm, caixa tipo A.
Conforme a GED-4102 da CPFL ENERGIA, as caixas de passagem e inspeção
devem ser de concreto armado com resistência maior ou igual a 20Mpa, a CPFL ENERGIA
estabelece que, para um único circuito primário com seção de até 70mm², na transição da rede
área para a rede subterrânea, deve ser projetada caixa com dimensões internas de
1070x520x1000mm, caixa do tipo CS-2 e, para mais de um circuito primário ou único circuito
com seção superior a 70mm², deve ser utilizada caixa com dimensões internas de
2000x2000x2000mm, caixa do tipo CI-1, junto ao poste de transição.
As caixas de inspeção instaladas ao longo da rede primária devem ter dimensões
internas de 2000x2000x2000mm, caixa do tipo CI-1, para até 2 ramais primários de seção
máxima de 95mm², e com, no máximo, 6 terminais desconectáveis. Em locais onde haja
previsão de alimentadores com seção superior a 95mm² e/ou de 12 terminais desconectáveis,
devem ser utilizadas caixas com dimensões internas de 4000x2000x2000mm, caixa do tipo CI-
2. A instalação de chaves de média tensão, do tipo submersível, deve ser realizada em caixa de
inspeção com dimensões internas 2000x2000x2000mm, caixa do tipo CIM-1, ou
4000x2000x2000mm, caixa do tipo CIM-2.
Trechos que possuírem somente rede secundária devem ser previstas caixas de
passagem com dimensões internas de 620x620x1000mm, caixa do tipo CS-1, ou
1070x520x1000mm, caixa do tipo CS-2, trechos com instalação ou previsão para instalação de
BMI-CPFL devem ser utilizadas exclusivamente caixas do tipo CS-2, instaladas
obrigatoriamente em calçadas e, preferencialmente, nas proximidades das divisas de lotes.
Conforme a ND-2.3 da CEMIG D, as caixas de passagem e inspeção devem ser de
concreto armado com resistência maior ou igual a 20Mpa, a CEMIG D estabelece que junto ao
poste de transição, ao longo do trecho da rede primária, assim como na derivação para
transformador ou onde possuírem terminais desconectáveis, deve ser projetada caixa com
dimensões internas de 1000x750x1200mm, caixa do tipo ZD.
Para a instalação de chaves de média tensão, devem ser utilizadas caixas com
dimensões internas de 2000x1700x2000mm, caixa do tipo VA, para chave de duas vias
instalada no passeio, ou caixa com dimensões internas de 1920x2550x2000mm, caixa do tipo
VB, para chave de duas vias instalada na pista de rolamento, ou ainda caixa com dimensões
87

internas de 1920x2550x2000mm, caixa do tipo VC, para chave de três vias instalada na pista
de rolamento.
De acordo com a quantidade de dutos utilizados e o número de clientes a serem
atendidos, as caixas de inspeção da rede secundária devem ter dimensões internas de
280x280x400mm, caixa tipo ZA, 520x440x700mm, caixa tipo ZB, ou 770x670x900mm, caixa
tipo ZC, instaladas preferencialmente nos passeios e calçadas, respeitando a distância máxima
entre as caixas, que não deve ser superior a 80 metros.
Não é permitida a passagem de rede secundária em caixas do tipo ZD que possuírem
emendas de média tensão.
Para ramal de entrada de consumidores de baixa tensão, assim, como para
atendimento dos sistemas de iluminação pública, devem ser utilizadas caixas de inspeção do
tipo ZA, ZB ou ZC, sendo que, para o atendimento de ramal de entrada, estas devem estar
localizadas preferencialmente nas divisas das propriedades.

2.5.13 Banco de Dutos

De acordo com CELESC D, na rede primária, devem ser instalados dutos


corrugados fornecidos em PEAD de diâmetro 4”, podem estar situados em passeios e calçadas,
e com profundidade mínima de 600mm ou, em vias de circulação de veículos, com
profundidade mínima de 800mm, em ambos os casos, devem ser sinalizados em toda sua
extensão com fita de sinalização indicativa “condutor de energia elétrica”, instalada 15 cm
acima do duto, junto ao poste de transição deve ser previsto eletroduto de ferro galvanizado de
4” com altura de seis metros e acessórios de fixação.
Para rede secundária, devem ser seguidos igualmente todos os parâmetros acima
adotados na rede primária, sendo permitido também a instalação dos dutos em praças, ilhas ou
locais onde haja espaço livre para circulação de caminhões com largura mínima de 4m. O banco
de dutos da rede secundária deve ser projetado de modo a possuir uma folga de 50% do número
de dutos ocupados.
Conforme Quadro 22 deste trabalho, para interligação do QDP ao transformador,
devem ser utilizados dutos de 4” de PEAD.
Quando existirem duas redes secundárias adjacentes e estas estiverem a uma
distância menor ou igual a 40 metros entre si, deve ser prevista a interligação das mesmas
através de dois eletrodutos para possibilitar recursos em caso de emergência.
88

Para atendimento de consumidor, deve ser previsto eletroduto, interligando a caixa


de passagem e o ponto de entrada do consumidor, conforme critérios adotados no Quadro 32.

Quadro 32 – Previsão do Eletroduto do Ramal em Loteamentos não Edificados – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

A CPFL ENERGIA adota os mesmos critérios citados anteriormente pela CELESC


D no que diz respeito ao tipo de duto, bem como o método pelo qual sua instalação deve ser
feita. O banco de dutos das redes primária e secundária devem ser projetados de forma que haja
uma folga de 50% do número de dutos ocupados.
Conforme GED-4102, para interligação do QDP ao transformador, devem ser
utilizados dutos de 4” de PEAD.
Quando existirem duas redes secundárias adjacentes e estas estiverem a um
comprimento não superior a 40 metros entre si, deve ser feita a interligação entre as mesmas,
utilizando o condutor de maior seção entre elas, para espaçamentos superiores a 40 metros e
inferiores a 80 metros, deve ser prevista interligação entre as redes através de dois dutos, sem a
instalação de condutor, para possibilitar recursos em caso de emergência.
Para atendimento de consumidor, devem ser utilizados eletrodutos PEAD com
diâmetros, conforme padronizado a seguir:

a) 49mm para condutor de seções de 16mm² a 35mm², diâmetro interno;


b) 72mm para condutor de seções de 50mm² a 95mm², diâmetro interno;
c) 103mm para condutor de seções de 120mm² ou 240mm², diâmetro interno.

Segundo a CEMIG D, os dutos da rede primária devem ser corrugados de PEAD,


instalados na pista de rolamento próximo ao meio fio a uma profundidade entre 500mm e
700mm, envelopados com concreto e sinalizados com fita de advertência. Deve ser previsto um
duto reserva por banco de dutos e junto ao poste de transição deve ser previsto eletroduto de
ferro galvanizado de 100mm, com altura de cinco metros e acessórios de fixação.
Os dutos da rede secundária devem ser corrugados de PEAD, instalados em
passeios ou vias de circulação de pedestres, e a uma profundidade de no mínimo 400mm. Os
critérios referentes a diâmetro, sinalização e quantidade de dutos reservas, seguem conforme já
89

mencionados para rede primária. Referente à proteção, quando a configuração do banco de


dutos for composta por até uma linha de dutos, esta deve ser feita com terra compactada, caso
seja composto por mais de uma linha de dutos, deve ser protegido por envelope de concreto,
sempre que o circuito realizar travessia de rua, deve ser projetado duto reserva.
O Quadro 33 apresenta o dimensionamento dos dutos corrugados de PEAD por
diâmetro do circuito, para as redes primaria e secundária.

Quadro 33 – Dimensionamentos dos Dutos Corrugados de PEAD – CEMIG D

Fonte: ND-3.3, 2014.

Quando existirem duas redes secundárias adjacentes e estas estiverem a um


comprimento não superior a 50 metros entre si, deve ser feita a interligação entre as mesmas,
utilizando o condutor de maior seção entre elas, para espaçamentos superiores a 50 metros e
inferiores a 100 metros, deve ser prevista interligação entre as redes através de um duto com
diâmetro de 125mm, sem a instalação de condutor, para possibilitar recursos em caso de
emergência.
Na interligação entre caixas de passagem para atendimento do ramal de entrada do
consumidor, deve ser utilizado duto de diâmetro 125mm.

2.5.14 Aterramento

Nas redes subterrâneas, conforme NE-147E da CELESC D (2017, p. 68), devem


ser aterrados:
90

a) As blindagens dos condutores primários em todas as emendas e extremidades


(terminais, emendas fixas, desconectáveis, conexões de equipamentos);
b) Terminal de neutro dos transformadores;
c) Equipamentos (terminais de terra);
d) Extremidades de circuitos secundários;
e) O condutor de proteção em todas as caixas (Neutro contínuo da média tensão).

Para aterramento do circuito primário, deve ser instalada uma haste de aterramento
de 5/8” cobreada, com comprimento de 2400mm, em caixas do tipo D, E e M, que possuam
terminais desconectáveis, ou não, já, na caixa do tipo CH-2, devem ser instaladas duas hastes
e, na caixa do tipo CM, devem ser instaladas quatros hastes, sendo que as duas últimas caixas
devem possuir uma malha de aterramento com condutor de cobre nu 70mm². O aterramento do
eletroduto de ferro galvanizado, localizado na caixa junto ao poste de transição, deve ser feito
através de uma haste.
Para aterramento dos terminais desconectáveis, ferragens, equipamentos e todas as
blindagens dos condutores, deve ser utilizado condutor de cobre nu 35mm². A resistência de
aterramento não deve ser superior a 10 Ohms.
Na base do transformador, deve ser prevista uma malha de aterramento composta
por cinco hastes, com comprimento de 2400mm, com condutor de cobre nu 70mm² e
interligação ao transformador com condutor de cobre nu 35mm².
O neutro do transformador deve ser aterrado junto ao QDP, no final do circuito e a
cada 100 metros, sendo que sua resistência não deve ultrapassar o valor de 25 Ohms.
Nas redes subterrâneas, conforme GED-4101 da CPFL ENERGIA (2016, p. 75),
devem ser aterrados:
a) As blindagens dos condutores primários em todas emendas e extremidades
(terminais, emendas fixas, desconectáveis, conexões de equipamentos);
b) Os acessórios desconectáveis (terminal descontável cotovelo e reto, terminal básico
isolante);
c) Terminal de neutro dos transformadores;
d) Equipamentos (terminais de terra);
e) Barramento múltiplo isolado de neutro de circuitos secundários devem ser aterrados
em todas as caixas em que forem instalados.
Nota: a) Deve ser instalada haste de aterramento nestas caixas;
b) A Tampa de ferro articulada da caixa de passagem (CS-2) deve ser ligada
no aterramento da mesma com condutor de cobre de 35mm².
91

Em caixas do tipo CS-2, com circuitos primários, deve ser instalada uma haste de
aterramento de 15mm cobreada, com comprimento de 2400mm, nas caixas do tipo CI-1, devem
ser instaladas duas hastes e, nas caixas do tipo CI-2, CIM-1 e CIM-2, quatro hastes. O
aterramento do eletroduto de ferro galvanizado, localizado na caixa junto ao poste de transição,
deve ser feito através de uma haste de 2400mm.
Na base do transformador, deve ser prevista uma malha de aterramento composta
por quatro hastes, com comprimento de 2400mm, com condutor de cobre nu 120mm², conforme
especificado na GED-4104 e, para aterramento dos terminais desconectáveis, ferragens,
equipamentos e todas as blindagens dos condutores, deve ser utilizado condutor de cobre nu
35mm².
A resistência admitida para o aterramento é de 10 Ohms, em terreno úmido, e 25
Ohms em terreno seco.
Conforme ND-3.5 da CEMIG D (2016, p. 29), devem ser aterrados:

a) Emendas;
b) Terminações (desconectável cotovelo - TDC, desconectável reto - TDR e módulo
básico T – MBT);
c) Blindagem dos condutores de média tensão;
d) Ferragens;
e) Terminal de neutro dos transformadores;
f) Equipamentos (terminais de terra).
Nota: O aterramento das emendas fixas ou desconectáveis deve ser feito de acordo
com as instruções do fabricante.

Nas caixas do tipo ZC, ZD e VA, deve ser instalada uma haste de aterramento de
5/8” cobreada, com comprimento de 3000mm, nas caixas do tipo VB e VC devem ser instaladas
duas hastes, sendo que as duas últimas caixas devem ser compostas por uma malha de
aterramento com condutor de cobre nu 70mm². O aterramento do eletroduto de ferro
galvanizado deve ser feito através de uma haste de 3000mm e localizado na caixa junto ao poste
de transição. Os terminais desconectáveis e blindagem dos condutores devem ser aterrados com
condutor de cobre nu 2,5mm².
Junto à base do transformador, deve ser prevista malha de aterramento composta
por quatro hastes com comprimento de 3000mm e condutor de cobre nu 70mm².
Deve ser previsto o aterramento do tanque da chave submersível condutor de cobre
nu 35mm².
92

A máxima resistência admitida para o aterramento é de 80 Ohms, tanto nas caixas


como nos transformadores.

2.5.15 Iluminação Pública e Outros Serviços

Referente ao serviço de iluminação pública, a NE-147E da CELESC D estabelece


que o consumo deve ser realizado obrigatoriamente por medição específica, e que deve ser
instalado quadro de distribuição, proteção e medição, tipo QDPM, com tamanho DIN-00. O
circuito deve ser derivado do QDP e possuir infraestrutura individual para este serviço.
A CELESC D em sua NE-147E não prevê infraestrutura para outras prestadoras de
serviços, apenas descreve que não será permitido o compartilhamento da infraestrutura da rede
de distribuição de energia elétrica com outros serviços, sejam eles quais forem.
A CPFL ENERGIA, em sua GED-4101, não padroniza os serviços referentes à
iluminação pública ou outros serviços, apenas descreve que não será permitido o
compartilhamento da infraestrutura da rede de distribuição de energia elétrica.
Segundo a ND-3.5 da CEMIG D, os serviços de iluminação pública devem ser
projetados e construídos com infraestruturas independentes, seguindo os critérios estabelecidos
na ND-3.4, e estabelece que os condutores de iluminação pública devem ser de alumínio, com
seção mínima de 10mm² e com capacidade de condução de corrente, conforme Quadro 34.
Para o cálculo da queda de tensão deve ser considerado o valor máximo de 10% ao
final do circuito e fator de potência mínimo de 0,92.

Quadro 34 – Queda de Tensão Unitária dos Condutores – CEMIG D

Fonte: ND-3.4, 2012.

Para outros serviços, deve ser respeitada uma distância mínima 75mm, para banco
de dutos concretados e de 300mm para banco de dutos em terra compactada. Não são aceitos
compartilhamentos de caixas de inspeção e passagem, e esses serviços devem possuir uma
infraestrutura independente.
93

3 DESENVOLVIMENTO

Os projetos foram desenvolvidos com base em um loteamento residencial fictício,


com área total aproximada de 148000 metros quadrados, composto de 142 lotes na faixa de 500
a 945 metros quadrados, além de uma área de lazer com aproximadamente 4800 metros
quadrados e três espaços destinados a área verde, com aproximadamente 24200 metros
quadrados, conforme Figura 49.

Figura 49 - Planta Baixa do Loteamento

Fonte: Os Autores, 2018.

Os projetos foram desenvolvidos em plataforma BIM, utilizando o software Revit,


a fim de aumentar o grau de detalhes e informações, possibilitando a geração de vistas das
instalações em quaisquer posições de maneira simples e rápida, proporcionando uma melhor
compreensão e diminuição da possibilidade de erros. Para o desenvolvimento do projeto foi
utilizado o LOD 300, onde os elementos envolvidos são modelados a partir de informações
como quantidade, tamanho, forma, localização e orientação segundo suas características reais,
possibilitando desta forma a compatibilização entre os sistemas.
A seguir, serão apresentados os memoriais descritivos e de cálculo dos projetos
desenvolvidos a partir de critérios das normas das três concessionárias, CELESC D, CEMIG D
e CPFL ENERGIA, de forma, a comparar as suas diferentes exigências. Os projetos
contemplarão redes de distribuição subterrâneas de energia elétrica de média e baixa tensões,
assim como, o dimensionamento de infraestrutura para rede de iluminação pública.
94

3.1 PROJETO CONFORME CRITÉRIOS DA CELESC D

A seguir, são apresentados os critérios para o desenvolvimento do projeto, segundo


normas da CELESC D e consideradas tensão 13,8kV na rede primária e 380/220V na rede
secundária, com configuração de rede radial sem recurso.

3.1.1 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP

Inicialmente, foi feita a análise do layout do loteamento para o posicionamento dos


transformadores e dos QDPs, a partir dos critérios estabelecidos na NE-147E da CELESC D.
Para respeitar as distâncias máximas e mínimas entre o transformador e o QDP e a
distância máxima de 200 metros do quadro de distribuição até a última carga do circuito, foi
estabelecida a utilização de cinco transformadores.
A localização dos QDPs respeitou as distâncias máximas e mínimas entre o QDP e
o transformador, assim como os espaçamentos mínimos necessários entre o fundo e frente do
mesmo e quaisquer obstáculos, instalado sobre base de concreto, conforme dimensões
especificadas na NE-147E.

3.1.2 Determinação da Demanda

Por se tratar de um loteamento residencial, onde as cargas não são conhecidas, para
a estimativa da demanda, utiliza-se o Quadro 3 deste trabalho, de modo a obter a demanda
aproximada de acordo com a área dos lotes.
A área dos lotes está compreendida na faixa de 500 a 945 metros quadrados, assim,
a demanda por lote é de 7kVA.
Para a área de lazer, a qual possui uma área de 4800 metros quadrados, por se tratar
de uma carga desconhecida e com área superior a 1000 metros quadrados, conforme a NE-147E
da CELESC D, se atribui uma demanda de 20kVA.
Para o cálculo das cargas da iluminação pública, foi utilizado projeto fornecido pelo
cliente, composto por 87 pontos de iluminação, equipados com luminárias LED com 88W cada,
sendo considerado um fator de potência 0,95, obtendo-se a potência de 92,63VA para cada
ponto. Estes pontos foram distribuídos entre os transformadores conforme sua localização,
sendo que o circuito de iluminação pública ficou concentrado exclusivamente no transformador
03.
95

O Quadro 35 apresenta os dados referentes à demanda mínima necessária para cada


transformador, de acordo com as cargas distribuídas definidas/projetadas.

Quadro 35 – Demanda dos Transformadores 01, 02, 03, 04 e 05 – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

3.1.3 Dimensionamento dos Transformadores

As demandas estimadas para os transformadores estão compreendidas na faixa de


147kVA a 238kVA, aproximadamente, conforme o Quadro 35 deste trabalho. Assim, foram
utilizados cinco transformadores, sendo com potência de 150kVA, nominado transformador 03,
e quatro com potência de 300kVA, para os transformadores 01, 02, 04 e 05, todos instalados
sobre base de concreto conforme, dimensões especificadas na NE-147E, com as seguintes
características:
96

a) Transformador com potência de 150kVA, classe de tensão 13.800/380-


220V, composto por fusível de expulsão C07 – 15A e fusível limitador de
corrente de 50A, conforme indicado no Quadro 8 deste trabalho.
b) Transformador com potência de 300kVA, classe de tensão 13.800/380-
220V, composto por fusível de expulsão C09 – 25A e fusível limitador de
corrente de 80A, conforme indicado no Quadro 8 deste trabalho.

3.1.4 Dimensionamento de Condutores – Rede Primária

Os condutores da rede primária são compostos por um circuito primário, operando


em tensão de 13,8kV, constituído por condutores unipolares (3 fases) de alumínio com isolação
XLPE, blindados com cobertura em PVC, com classe de tensão 8,7/15kV.
Para o dimensionamento dos condutores da rede primária, utilizou-se a potência
total dos transformadores projetados, de forma a proporcionar uma folga para o atendimento de
futuras cargas superiores às previstas em projeto.
A potência total é composta pela soma de um transformador de 150kVA e quatro
de 300kVA, obtendo-se 1350kVA.
Assim, a corrente do circuito primário (trifásico) pode ser obtida a partir da Equação
(2):
𝑆 (2)
𝐼𝑐 =
√3 × 𝑉
Onde:
𝐼𝑐 – Corrente do circuito (A)
𝑆- Potência (kVA)
𝑉- Tensão de linha (V)
1350000
𝐼𝑐 =
√3 × 13800
𝐼𝑐 = 56,48𝐴

Com o auxílio do Quadro 10 deste trabalho, conclui-se que, para a classe de tensão
8,7/15kV, com um circuito trifásico instalado em trifólio em um único duto e com condutor de
alumínio, a utilização de condutor de 50mm².
Além do dimensionamento, segundo a capacidade de condução de corrente, é
necessário o cálculo da queda de tensão através do Quadro 36, de modo a validar se a queda
97

não ultrapassa os valores máximos estipulados pela concessionária, que, no caso da CELESC
D, é de 2%, entre o ponto de derivação da rede aérea até o ponto de utilização (transformadores).

Quadro 36 – Cálculo de Queda de Tensão Rede Primária – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

Para empreendimento com mais de um transformador, obtém-se a queda de tensão


final do circuito fazendo um somatório das quedas de tensões em cada trecho do circuito, sendo
que os valores, referentes ao comprimento do circuito, são obtidos através do croqui da Figura
50, retirados do projeto para simplificar o entendimento. Para os cálculos, os trechos devem ser
representados em quilômetros, onde o primeiro trecho corresponde à distância entre o poste de
transição e o transformador 1, a segunda distância refere-se ao trecho entre o transformador 1 e
o transformador 2, a terceira distância refere-se ao trecho entre o transformador 1 a o
transformador 5.

Figura 50 – Croqui Rede Primária – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

Para obter o valor do coeficiente de queda de tensão dos condutores, utiliza-se a


Quadro 37Erro! Fonte de referência não encontrada., considerando a bitola definida para o
condutor pelo método de capacidade de condução de corrente, instalação em trifólio, com fator
de potência médio da carga foi considerado de 0,95, obtêm-se %/(𝑀𝑉𝐴𝑥𝐾𝑚) = 0,428.
98

Quadro 37 – Parâmetros Elétricos dos Condutores de Média Tensão para Condutos em


Trifólio – CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

A queda de tensão corresponde a uma queda de 0,26%, fica abaixo dos 2% exigidos
pela CELESC D. Assim, o condutor a ser utilizado no circuito permanece o de 50mm² de
alumínio e com isolação em XLPE, conforme dimensionado pelo método de capacidade de
condução de corrente.
O condutor de proteção utilizado foi de cobre, com isolação de PVC, na cor verde,
classe de tensão 750V e com seção de 35mm², este, instalado em duto exclusivo, conectado à
malha de aterramento de cada caixa em seu trajeto.

3.1.5 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária

Os circuitos da rede secundária são radiais, compostos por 4 condutores, sendo 3


fases e 1 neutro, de alumínio, com classe de tensão 0,6/1,0kV, classe 2, conforme E-3130079,
isolação XLPE, instalados em duto exclusivo.
Para conexão do ramal de entrada dos consumidores, foram previstas, nas caixas de
passagem, instalações de BMIs de 4 saídas. Para conexão entre BMI e o tronco foram utilizados
conectores do tipo H e manta termo contrátil para recomposição da isolação do condutor.
99

Através da demanda estimada para cada transformador, foram feitas divisões de


circuitos para atendimento dos lotes e determinação dos condutores, respeitando os valores de
capacidade de condução de corrente e queda de tensão estipulados pela concessionária.
Os condutores são dimensionados inicialmente de acordo com sua capacidade de
condução de corrente. Por exemplo, para o circuito C1 do transformador 1, temos nove terrenos
com área dos lotes compreendida na faixa de 530 a 741 metros quadrados, cada um com uma
demanda de 7kVA, com auxílio do Quadro 3, desse trabalho, gerando uma potência total de
63kVA, sendo considerado fator de potência unitário. Após a obtenção da potência, utiliza-se a
Equação (2) para o cálculo da corrente:
𝑆
𝐼𝑐 =
√3 × 𝑉
63000
𝐼𝑐 =
√3 × 380
𝐼𝑐 = 95,83𝐴

Com o auxílio do Quadro 13 deste trabalho, verifica-se que, para uma corrente de
95,83A e, quando utilizado condutor de alumínio, sua seção deve ser de 120mm².
Além deste dimensionamento, faz-se necessário o cálculo da queda de tensão
através do Quadro 38, de forma a verificar, se o condutor especificado inicialmente não irá
proporcionar ultrapassar do valor máximo de queda estabelecido pela concessionária que, no
caso da CELESC D, é de 3% entre a saída do transformador e o ponto de entrega.

Quadro 38 – Cálculo de Queda de Tensão Rede Secundária – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

Os valores referentes ao comprimento do circuito são obtidos através do croqui da


Figura 51, onde estes foram retirados do projeto apenas para simplificar o entendimento. O
primeiro trecho corresponde à distância entre o transformador e o ponto de entrega, esse
representado pela letra F, sendo este último caracterizado pelos barramentos modulares isolados
localizados nas caixas de passagem. Porém, em caso de ramificação do circuito, este deverá ser
considerado como um ponto.
100

Figura 51 – Croqui Circuito C1 Rede Secundária – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

Para obter o valor do coeficiente de queda de tensão dos condutores, utiliza-se o


Quadro 39, considerando a bitola definida para o condutor pelo método de capacidade de
condução de corrente, instalação em trifólio, com fator de potência médio da carga foi
considerado de 0,95, obtêm-se %/(𝑀𝑉𝐴𝑥𝐾𝑚) = 0,022.
Como o condutor escolhido tanto pelo método de capacidade de condução de
corrente quanto pela queda de tensão é o mesmo, o condutor a ser utilizado no circuito
permanece sendo o de 120mm² de alumínio.

Quadro 39 – Parâmetros dos Condutores de Baixa Tensão para Condutores em Trifólio –


CELESC D

Fonte: NE-147E, 2017.

Para o circuito C1, temos uma queda de tensão de 5,99V, que corresponde a 1,58%,
ficando abaixo do valor máximo de queda de tensão estabelecido pela CELESC D.
A partir do método descrito anteriormente, foram efetuados os cálculos, conforme
consta no anexo A, para os demais circuitos do transformador 1 e dos transformadores 2, 3, 4 e
5, conforme apresentado no Quadro 40.
101

Quadro 40 – Dimensionamento de Circuitos – Rede Secundária – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

3.1.6 Dimensionamento de Condutores – Iluminação Pública

No projeto de iluminação pública para o loteamento, que foi recebido juntamente


com o projeto arquitetônico do mesmo, foram utilizados postes de 8 metros de altura livre
equipados com luminária LED com potência de 88W. Sendo assim, coube a este trabalho,
apenas a elaboração do projeto da infraestrutura civil e o dimensionamento dos condutores e
das proteções para os circuitos, já que a CELESC D não permite o compartilhamento das
infraestruturas da rede de iluminação pública com as redes secundárias ou primárias.
Para uma melhor distribuição dos circuitos na geometria do loteamento, foram
utilizados três circuitos monofásicos derivados a partir de um único QDPM, sendo este
alimentado por um circuito derivado do transformador 3. A partir dessa distribuição, foram
feitos os cálculos para o dimensionamento dos circuitos de acordo com a capacidade de
condução de corrente e queda de tensão, a NBR 5410:2004 estatele-se que a máxima queda de
tensão é de 7% entre os terminais do transformador e a carga. Como o QDPM está ao lado do
102

transformador, a queda no alimentador pode ser considerada zero, permitindo 7% entre o


QDPM e a última carga do circuito. O Quadro 41 apresenta os resultados obtidos.

Quadro 41 – Dimensionamento de Circuitos – Iluminação Pública – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

Para o dimensionamento da seção final do condutor, segundo o critério de queda de


tensão, foi tomado como base o maior percentual dentre os três circuitos, como esse valor ficou
abaixo dos 5% adotados, e o condutor atende aos critérios de capacidade de condução de
corrente, o condutor utilizado foi de 25mm² de cobre, com classe de tensão 0,6/1,0kV, isolação
XLPE, instalados em duto exclusivo.
Ainda, para a interligação entre o QDP e o QDPM, foi instalado um circuito trifásico,
utilizando condutor de cobre de 25mm², instalados em dutos de 2’’ de PEAD.

3.1.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP

Para proteção dos circuitos foram utilizados fusíveis padronizados pela CELESC
D, conforme Quadro 19 deste trabalho, respeitando o critério previsto na NE-147E, a corrente
de projeto não deve ser superior a 90% da capacidade nominal do fusível. No Quadro 42, são
apresentados os valores obtidos para os fusíveis de cada circuito.
As chaves seccionadoras dos circuitos foram dimensionadas de forma que seu valor
nominal seja maior ou igual ao valor dos fusíveis dimensionados para proteção dos circuitos,
onde a corrente nominal das chaves é obtida multiplicando sua capacidade de condução de
corrente nominal por um fator de ajuste, conforme Quadro 20 deste trabalho. De acordo com a
quantidade de chaves em cada QDP e para condutores com seção acima de 120mm², foram
utilizadas chaves de 250A. No Quadro 42, são apresentados os valores obtidos para chaves
seccionadoras de cada circuito.
103

Quadro 42 – Dimensionamento dos Fusíveis – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

O tamanho do QDP foi dimensionado seguindo os critérios estabelecidos na NE-


147E para espaçamentos do módulo de entrada, fixação de barramentos, espaço reserva e
chaves seccionadoras. A partir da obtenção dos tamanhos mínimos necessários para cada QDP,
foi utilizada o Quadro 21 deste trabalho para definir o modelo de cada quadro, conforme
observado no Quadro 43.

Quadro 43 – Dimensionamento do QDP – CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.

Para interligação do QDP ao transformador de 150kVA, foi utilizado 1 condutor de


cobre de 240mm² para as fases e neutro, com classe de tensão 0,6/1,0kV, isolação XLPE/EPR,
instalados em trifólio em um duto de 4” de PEAD e, para os transformadores de 300kVA,
foram utilizados 2 condutores de cobre de 120mm² para as fases e neutro, com classe de tensão
0,6/1,0kV, isolação XLPE, instalados em duto de 4” de PEAD, sendo um condutor por duto,
conforme especificado no Quadro 22 deste trabalho.
104

3.1.8 Poste de Transição

Atendendo aos requisitos estabelecidos pela NE-147E da CELESC D e, como o


loteamento possui uma capacidade total instalada de transformadores igual a 1350kVA na tensão
de 13,8kV, foi necessária a instalação de pára-raios de classe de tensão de 12kV e 10kA de corrente
nominal de descarga, assim, como chave fusível de 200A e elo fusível de 65K, dimensionados
conforme Quadro 27 deste trabalho.

3.1.9 Terminais Desconectáveis e Indicador de Defeitos

Os terminais desconectáveis utilizados na rede primária para conexão entre o tronco e


o transformador, foram da linha de 200A para operação com carga (loadbreak), na classe de tensão
de 15/25kV. As interfaces dos terminais desconectáveis devem estar de acordo com a NE-147E da
CELESC D, NBR 11835 e ANSI/IEEE Std 386.
Os indicadores de defeito foram instalados nos transformadores pedestal, para auxiliar
na localização de defeitos, seguindo os critérios adotados na NE-147E da CELESC D.

3.1.10 Caixa de Passagem e Inspeção e Banco de Dutos

Tanto junto do poste de transição como ao longo de toda a rede primária foram
utilizadas caixas de passagem do tipo D.
Ao longo dos trechos que só possuem rede secundária, assim como nas derivações
em baixa tensão e nos pontos para atendimento do ramal de entrada do consumidor, foram
utilizadas caixas do tipo B.
Para a rede de iluminação pública foram utilizadas caixas do tipo A, conforme NE-
147E.
Conforme os parâmetros estabelecidos pela NE-147E da CELESC D, tanto para a
rede primária como para a secundária foram utilizados dutos corrugados de PEAD de 4”,
enterrados no solo a uma profundidade de 600mm quando instalados em calçadas e 800mm
quando utilizados em vias de circulação de veículos, em ambos os casos, sinalizados durante
toda a sua extensão com fita de sinalização indicativa de “condutor de energia elétrica”,
instalada a 150mm acima do duto.
No poste de transição, foi instalado eletroduto de ferro galvanizado de 4” com altura
de seis metros e acessórios de fixação.
105

Para a rede secundária, foi prevista uma folga de 50% do número de dutos ocupados
e, em casos onde se possuía uma rede adjacente com distância menor ou igual a 40 metros,
foram instalados dutos entre as caixas das duas redes, de forma, a possibilitar recursos em caso
de emergência. Para o atendimento de consumidores, foi instalado um duto corrugado de PEAD
de 2”, dimensionado, conforme Quadro 32 deste trabalho, interligando a caixa de passagem e
o ponto de entrada do consumidor.
Como a CELESC D não especifica qual o tipo de duto deve ser utilizado para a rede
de iluminação pública, utilizaram-se os parâmetros da NBR5410 para dimensionamento do
duto, que restringem a ocupação do mesmo em até 40%. Assim foi instalado um duto corrugado
de PEAD de 2”.

3.1.11 Aterramento

Conforme indicado na NE-147E da CELESC D, em cada caixa do tipo D, foi


instalada uma haste de aterramento de 5/8” cobreada, com comprimento de 2400mm, conectada
ao condutor de proteção do circuito primário através de condutor de cobre nu 35mm². O
aterramento do eletroduto de ferro galvanizado foi feito através de uma haste de 2400mm,
localizada na caixa junto ao poste de transição, utilizando cabo de cobre nu 35mm².
Nas caixas do tipo B, foram instaladas hastes apenas nas extremidades de circuitos
secundários ou quando o comprimento dos mesmos foi superior a 100 metros do último ponto
de aterramento. Para conexão do aterramento, foi utilizada uma haste de 2400mm conectada ao
condutor neutro do circuito secundário através de condutor de cobre nu 35mm².
Junto à base do transformador, foi instalada uma malha de aterramento composta
por cinco hastes com comprimento de 2400mm e condutor de cobre nu 70mm².
Para aterramento dos terminais desconectáveis, ferragens, transformadores e todas
as blindagens dos condutores, foi utilizado condutor de cobre nu 35mm².
Nas caixas de passagem do tipo A da iluminação pública instaladas junto aos postes,
foi instalada uma haste de aterramento de 2400mm por caixa, sendo esta conectada ao poste
através de condutor de cobre nu 16mm², conforme recomendações das NBR-5419 e NBR-5410.

3.1.12 Outros Serviços

Este projeto não contemplou outros serviços, tais como telefonia e TV a cabo,
porém sugere-se que esses projetos sejam compatibilizados com a rede elétrica e com os demais
106

sistemas que envolvam o compartilhamento do subsolo, para que haja uma distribuição de
forma a respeitar as normas técnicas e, ainda, obter-se um melhor aproveitamento do solo,
quando existir, devem ser indicados em projeto.

3.2 PROJETO CONFORME CRITÉRIOS DA CPFL ENERGIA

A seguir, são apresentados os critérios para o desenvolvimento do projeto, segundo


as normas da CPFL ENERGIA e consideradas tensão 13,8kV na rede primária e 380/220V na
rede secundária, com configuração de rede radial com recurso.

3.2.1 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP

Os transformadores e os QDPs foram posicionados, atendendo aos critérios


estabelecidos na GED-4101 da CPFL ENERGIA.
Para respeitar as distâncias máximas e mínimas entre o transformador e o QDP e a
distância máxima de 250 metros do quadro de distribuição até a última carga do circuito, foi
estabelecida a utilização de cinco transformadores.
A localização dos QDPs respeitou as distâncias máximas e mínimas entre o QDP e
o transformador, assim, como os espaçamentos mínimos necessários entre o fundo e frente do
mesmo de quaisquer obstáculos, instalado sobre base de concreto, conforme dimensões
especificadas na GED-4102.

3.2.2 Determinação da Demanda

A determinação da demanda é obtida para cada transformador. Para definir a


demanda dos lotes inicialmente devem ser coletadas suas áreas e, com o auxílio do Quadro 4
deste trabalho, determinar o consumo mensal estimado dos mesmos, atentando-se para os
diferentes tipos de lotes, de forma a considerar a soma dos consumos destes em substituição ao
termo Nr x kWhr da Equação (1) deste trabalho. Observa-se, ainda, que quanto maior for a
quantidade de lotes iguais, menor será o valor de sua demanda.
Por último, definem-se o os valores das constantes A e B através do Quadro 5 deste
trabalho, valores estes que são escolhidos de acordo com o município onde a rede será
implantada. Considerando que o projeto será executado em um dos municípios da CPFL-
Piratininga, utilizam-se os valores de A = 0,0312 e B = 0,8119.
107

Após a obtenção desses dados, utiliza-se a Equação (1) deste trabalho para obter a
demanda em kVA dos lotes.
𝐾𝑉𝐴𝐷 = (𝐴) 𝑥 (𝑁𝑟 𝑥 𝑘𝑊ℎ𝑟)(𝐵) (1)
𝐾𝑉𝐴𝐷 = (0,0312) 𝑥 (2 𝑥 645)(0,8119)
𝐾𝑉𝐴𝐷 = 10,46𝑘𝑉𝐴

Para a o cálculo da demanda da área de lazer, utilizam-se os mesmos métodos já


citados anteriormente, sendo que área total da mesma corresponde a 4800 metros quadrados.
Para o cálculo das cargas da iluminação pública, foi utilizado projeto fornecido pelo
cliente, composto por 87 pontos de iluminação, equipados com luminárias LED com 88W cada,
sendo considerado um fator de potência 0,95, obtendo-se, então, a potência de 92,63VA para
cada ponto, sendo que o circuito de iluminação pública ficou concentrada exclusivamente no
transformador 03.
Após a realização dos cálculos, obtém-se uma demanda total para os terrenos e para
a iluminação pública e, consequentemente, a demanda mínima necessária para cada
transformador, conforme apresentado no Quadro 44 e no Quadro 45.
108

Quadro 44 – Demanda dos Lotes Transformador 01, 02 e 03 – CPFL ENERGIA

Fonte: Os Autores, 2018.


109

Quadro 45 – Demanda dos Lotes Transformador 04 e 05 – CPFL ENERGIA

Fonte: Os Autores, 2018.

3.2.3 Dimensionamento dos Transformadores

As demandas estimadas para os transformadores estão compreendidas na faixa de


152kVA a 190kVA, aproximadamente, conforme o Quadro 44 e o Quadro 45 deste trabalho,
assim, foram utilizados cinco transformadores com potência de 300kVA, instalados sobre uma
base de concreto, conforme dimensões especificadas na GED-4102 e com as seguintes
características:
a) Transformador com potência de 300kVA, classe de tensão 13.800/380-
220V, composto por fusível de expulsão 25A e fusível limitador de corrente
de 65A, conforme indicado no Quadro 9 deste trabalho.

3.2.4 Dimensionamento de Condutores – Rede Primária

Os condutores da rede primária são compostos por um circuito triplexado (3 fases)


de alumínio, com classe de tensão 8,7/15kV e isolação XLPE, blindados com cobertura em
PVC.
110

O dimensionamento dos condutores da rede primária é feito inicialmente através da


capacidade de condução de corrente dos mesmos, portanto, utiliza-se a potência total dos
transformadores com fator de potência de 0,95 e, através da Equação (2) deste trabalho, obtém-
se:
𝑆 (2)
𝐼𝑐 =
√3 × 𝑉
150000
𝐼𝑐 =
√3 × 13800
𝐼𝑐 = 62,76A

Assim, com o auxílio do Quadro 11 deste trabalho, considerando classe de tensão


de 13,8kV e condutor de alumínio, utiliza-se o condutor de 35mm².
Segundo o critério de queda de tensão, a CPFL ENERGIA, considera que cargas
inferiores a 2MVA são alimentadas por pequenos circuitos derivados de circuitos aéreos, onde
ocorre a parcela principal de queda de tensão. Caso a queda de tensão não esteja dentro dos
limites admissíveis, as medidas para correção serão feitas na rede aérea. Assim, o condutor a
ser utilizado no circuito permanece sendo o de 35mm², conforme dimensionamento pelo
método de capacidade de condução de corrente.
O condutor de proteção utilizado foi de cobre, com isolação de PVC, na cor verde,
classe de tensão 750V e, com seção de 35mm², sendo este instalado em duto exclusivo,
conectado à malha de aterramento de cada caixa em seu trajeto.

3.2.5 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária

Os circuitos da rede secundária são radiais, compostos por 4 condutores, sendo 3


fases e 1 neutro, de alumínio, com classe de tensão 0,6/1,0kV com isolação XLPE para as fases
e isolação em PVC para o neutro, instalados em duto exclusivo.
Para conexão do ramal de entrada dos consumidores, foram previstas nas caixas de
passagem, instalações de 4 BMIs (3 fases + neutro) com quatro saídas.
Através da demanda estimada para cada transformador, foram feitas divisões de
circuitos para atendimento dos lotes e determinação dos condutores, respeitando os valores de
capacidade de condução de corrente dos condutores, conforme o Quadro 15 deste trabalho e
considerando o valor de 3% para a máxima queda de tensão admissível, seguindo os métodos
do Quadro 46, Quadro 47 e comprimento dos circuitos.
111

Quadro 46 – Parâmetros dos Condutores de Baixa Tensão para Condutores em Trifólio –


CPFL ENERGIA

Fonte: GED-4101, 2016.

Quadro 47 – Cálculo de Queda de Tensão Rede Secundária – CPFL ENERGIA

Fonte: Os Autores, 2018.

O Quadro 48 apresenta o dimensionamento dos circuitos da rede secundária,


conforme os critérios de capacidade de condução de corrente e queda de tensão, sendo o
memorial de cálculos apresentado no anexo B.
112

Quadro 48 – Dimensionamento de Circuitos – Rede Secundária – CPFL ENERGIA

Fonte: Os Autores, 2018.

3.2.6 Dimensionamento de Condutores – Iluminação Pública

A CPFL ENERGIA não padroniza os serviços de iluminação pública e não permite


o compartilhamento das infraestruturas da rede de iluminação pública com as redes secundárias
ou primárias. Assim, para a elaboração deste projeto, foram utilizados os mesmos métodos já
aplicados no projeto da CELESC D. Os dimensionamentos dos circuitos estão representados
no Quadro 41 deste trabalho.

3.2.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP

Para proteção dos circuitos, foram utilizados fusíveis padronizados pela CPFL
ENERGIA conforme Quadro 23 deste trabalho, respeitando o critério previsto na GED-4101, a
corrente de projeto não deve ser superior a 90% da capacidade nominal do fusível. No Quadro
49, são apresentados os valores obtidos para os fusíveis de cada circuito.
113

As chaves seccionadoras dos circuitos foram dimensionadas de forma que seu valor
nominal seja maior ou igual ao valor dos fusíveis dimensionados para proteção dos circuitos,
onde a corrente nominal das chaves é obtida multiplicando sua capacidade de condução de
corrente nominal por um fator de ajuste determinado de acordo com a sua quantidade em cada
QDP, conforme o Quadro 24, deste trabalho, sendo que, para condutores com seção acima de
95mm², foram utilizadas chaves de 250A. No Quadro 49, são apresentados os valores obtidos
para chaves seccionadoras de cada circuito.

Quadro 49 – Dimensionamento do Fusíveis – CPFL ENERGIA

Fonte: Os Autores, 2018.

O tamanho do QDP foi dimensionado, seguindo os critérios estabelecidos na GED-


3902 para espaçamentos do módulo de entrada, fixação de barramentos, espaço reserva e chaves
seccionadoras. A partir da obtenção dos tamanhos mínimos necessários para cada QDP, foi utilizada
a Quadro 21 deste trabalho para definir o modelo de cada quadro, conforme observado no Quadro
50.

Quadro 50 – Dimensionamento do QDP – CPFL ENERGIA

Fonte: Os Autores, 2018.


114

Para interligação do QDP aos transformadores, foram utilizados condutor de cobre de


seção 240mm², sendo 2 condutores por fase, isolação XLPE/EPR e 1 condutor para o neutro,
isolação em PVC, conforme especificado na Quadro 25 deste trabalho, instalados em duto de 4” de
PEAD. Ainda, para a interligação entre o QDP e o QDPM, foram utilizados condutores de cobre de
25mm², instalados em dutos de 2’’ de PEAD.

3.2.8 Poste de Transição

Atendendo aos requisitos estabelecidos na GED-4101 da CPFL ENERGIA e, como o


loteamento possui capacidade total instalada de transformadores de 1500kVA, foi prevista
instalação de chave seccionadora tripolar com abertura simultânea das três fases no poste de
transição. No poste anterior, foi prevista instalação de religador trifásico automático, ajustado para
uma única operação.
Conforme a GED-15197, o religador utilizado no empreendimento segue os parâmetros
a seguir:
Religador de Classe 15kV:
h) Tensão máxima: 15,5 kV (valor eficaz);
i) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico: 110 kV;
j) Tensão suportável nominal sob frequência industrial:
- a seco, durante 1 minuto: 50 kV;
- sob chuva, durante 10 segundos: 45 kV;
k) Frequência nominal: 60 Hz;
l) Corrente nominal: 630 A;
m) Corrente de interrupção simétrica nominal: 12,5 kA;
n) Tempo máximo de interrupção nominal: 70 ms.

No poste, onde ficará localizado o religador, serão instalados pára-raios, chave by-pass
e TPs, todos fornecidos pela CPFL ENERGIA.

3.2.9 Terminais Desconectáveis e Indicador de Defeitos

Os terminais desconectáveis utilizados na rede primária para conexão entre o tronco e


o transformador, foram da linha de 200A para operação sem carga (deadbreak), na classe de tensão
de 15/25kV. As interfaces dos terminais desconectáveis devem estar de acordo com a GED-4043.
Os indicadores de defeito foram instalados nos transformadores pedestal, para auxiliar
na localização de defeitos, seguindo os critérios adotados na GED-4101 da CPFL ENERGIA.
115

3.2.10 Caixa de Passagem e Inspeção e Banco de Dutos

Tanto junto do poste de transição como ao longo de toda a rede primária foram
utilizadas caixas de passagem do tipo CS-2.
Ao longo do trecho que possuiu somente rede secundária, foram instaladas caixas
do tipo CS-1. Já nos pontos onde foram instalados BMIs, as caixas utilizadas foram do tipo CS-
2.
A CPFL ENERGIA, em sua GED-4101, não padroniza os serviços de iluminação
pública. Para definição da caixa a ser utilizada na rede subterrânea de iluminação pública,
tomou-se como base a caixa do tipo A utilizada pela CELESC D. Assim, por comparação,
optou-se pela caixa do tipo CS1 da CPFL ENERGIA.
Conforme os parâmetros estabelecidos pela GED-4102 da CPFL ENERGIA, tanto
para a rede primária como para a secundária foram utilizados dutos corrugados de PEAD de 4”,
enterrados no solo a uma profundidade de 600mm, quando instalados em calçadas, e 800mm,
quando utilizados em vias de circulação de veículos, sendo em ambos os casos sinalizados
durante toda a sua extensão com fita de sinalização indicativa de “condutor de energia elétrica”,
instalada a 150mm acima do duto.
No poste de transição, foi instalado eletroduto de ferro galvanizado de 4” com altura
de seis metros e acessórios de fixação.
Para a rede secundária e primária, foi prevista ainda folga de 50% do número de
dutos ocupados. Nos trechos de rede secundária onde existe uma rede adjacente com distância
não superior a 40 metros, foi feita a interligação entre as mesmas através de dutos e condutor,
sendo utilizado o condutor de maior seção entre as redes. Nos trechos superiores a 40 metros e
inferiores a 80 metros, foram utilizados dois dutos para interligação das redes, sem a instalação
de condutor. Para o atendimento dos ramais de entrada dos consumidores, foram instalados
dutos corrugado, em PEAD, com seção adequada aos condutores previstos nos cálculos da
demanda.
Como a CPFL ENERGIA em sua GED-4101 não especifica qual o tipo de duto
deve ser utilizado para a rede de iluminação pública, utilizou-se os parâmetros da
NBR5410:2004 para dimensionamento do duto, que restringem a ocupação do mesmo em até
40%. Assim, foi instalado um duto corrugado de PEAD de 2”.
116

3.2.11 Aterramento

Foram instaladas hastes de aterramento de 15mm cobreada, com comprimento de


2400mm nas caixas do tipo CS-2 nos trechos que possuem circuito primário, sendo estas
conectadas ao condutor de proteção através de condutor de cobre nu de 35mm². Nas caixas do
tipo CS-2 onde foram instalados BMIs, também foram utilizadas hastes de 2400mm para o
aterramento dos neutros, conforme previsto na GED-4101 da CPFL ENERGIA.
O aterramento do eletroduto de ferro galvanizado foi feito, através de uma haste de
2400mm, localizada na caixa junto ao poste de transição, utilizando cabo de cobre nu 35mm².
Junto à base do transformador foi instalada uma malha de aterramento composta
por quatro hastes com comprimento de 2400mm e condutor de cobre nu 120mm², conforme
especificado na GED-4104.
Conforme estabelecido na GED-4104 para aterramentos dos terminais
desconectáveis, ferragens, transformadores e todas as blindagens dos condutores, foi utilizado
condutor de cobre nu 35mm².
Nas caixas de passagem do tipo CS1 da iluminação pública instaladas junto aos
postes, foi instalada uma haste de aterramento de 2400mm por caixa, sendo esta conectada ao
poste através de condutor de cobre nu 16mm², conforme recomendações das NBR-5419-1:2015
e NBR-5410:2004.

3.2.12 Outros Serviços

Este projeto não contemplou outros serviços, tais como telefonia e TV a cabo,
porém sugere-se que esses projetos sejam compatibilizados com a rede elétrica e com os demais
sistemas que envolvam o compartilhamento do subsolo, para que haja uma distribuição de
forma a respeitar as normas técnicas e, ainda, obter-se um melhor aproveitamento do solo,
quando existir, devem ser indicados em projeto.

3.3 PROJETO CONFORME CRITÉRIOS DA CEMIG D

A seguir, são apresentados os critérios para o desenvolvimento do projeto, segundo


as normas da CEMIG D e consideradas tensão 13,8kV na rede primária e 220/127V na rede
secundária, com configuração de rede anel aberto.
117

3.3.1 Localização dos Transformadores e Quadros de Distribuição em Pedestal – QDP

Os transformadores e os QDPs foram posicionados, atendendo os critérios


estabelecidos na ND-3.5 da CEMIG D.
Para respeitar as distâncias máximas e mínimas entre o transformador e o QDP e a
distância máxima de 150 metros do quadro de distribuição até a última carga do circuito, foi
estabelecida a utilização de sete transformadores.
Os QDPs foram instalados em base de concreto, no lado direito do transformador,
tomando-se como referência a porta frontal do mesmo, respeitando as distâncias máximas e
mínimas entre o QDP e o transformador, assim como os espaçamentos mínimos necessários
entre o fundo e frente do mesmo de quaisquer obstáculos, conforme especificações da ND-3.5.

3.3.2 Determinação da Demanda

Segundo os parâmetros estabelecidos na ND-3.5 da CEMIG D, por se tratar de


loteamento residencial onde as cargas não são conhecidas, foi utilizado o Quadro 7 deste
trabalho para se obter os valores mínimos de demanda.
Foi considerada para os lotes, com áreas de até 600 metros quadrados, uma
demanda de 3,5kVA e, para os lotes na faixa de 601 a 1200 metros quadrados, foi considerada
5kVA, conforme Quadro 7 deste trabalho.
Para a área de lazer, a qual possui uma área superior a 2000 metros quadrados,
conforme o Quadro 7 deste trabalho, atribui-se uma demanda de 10kVA.
Para o cálculo das cargas da iluminação pública, foi utilizado projeto fornecido pelo
cliente, composto por 87 pontos de iluminação, equipados com luminárias LED com 88W cada,
sendo considerado um fator de potência 0,92, obtendo-se, então, a potência de 95,65VA para
cada ponto, sendo que o circuito de iluminação pública ficou concentrado exclusivamente no
transformador 04.
O Quadro 51 apresenta os dados referentes à demanda mínima necessária para cada
transformador, de acordo com as cargas distribuídas nos mesmos.
118

Quadro 51 – Demanda dos Transformadores 01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07 – CEMIG D

Fonte: Os Autores, 2018.

3.3.3 Dimensionamento dos Transformadores

As demandas estimadas para os transformadores estão compreendidas na faixa de


52kVA a 122kVA, aproximadamente, conforme o Quadro 51 deste trabalho. Assim, foram
utilizados sete transformadores com seis buchas primárias, sendo três com potência de 75kVA,
classe de tensão 13.800/220-127V, para os transformadores 02, 04 e 05 e quatro com potência
119

de 150kVA, classe de tensão 13.800/220-127V, para os transformadores 01, 03, 06 e 07, todos
instalados sobre base de concreto, conforme dimensões especificadas na ND-3.5 e com suas
características especificadas através da 02.111-EG/PR-17 da CEMIG D.

3.3.4 Dimensionamento de Condutores – Rede Primária

Os condutores da rede primária são compostos por um circuito constituído por


condutores unipolares (3 fases) de alumínio, com classe de tensão 15kV e isolação XLPE.
Como a demanda do loteamento foi estimada em aproximadamente 596kVA e
potência total instalada de 825kVA, foi utilizada a configuração de rede anel aberto, com
condutores de alumínio com seção de 50mm², conforme estabelecido na ND-3.5 da CEMIG D,
sem a necessidade do cálculo da corrente por capacidade de condução e queda de tensão.
O condutor de proteção utilizado foi de cobre nu, com seção de 35mm², sendo este
instalado no mesmo duto da rede primária, conectado à malha de aterramento de cada caixa em
seu trajeto.

3.3.5 Dimensionamento de Condutores – Rede Secundária

Os circuitos da rede secundária são radiais, compostos por 4 condutores, sendo 3


fases e 1 neutro, de alumínio com isolação XLPE, instalados em duto exclusivo.
Para conexão do ramal de entrada dos consumidores, foram previstos nas caixas de
passagem 4 BMIs (3 fases + neutro) com quatro saídas e, para conexão entre BMI e o tronco,
foram utilizados conectores do tipo H, além de fita autofusão e fita isolante para recomposição
da isolação dos condutores.
Através da demanda estimada para cada transformador foram feitas divisões de
circuitos para atendimento dos lotes e determinação dos condutores, respeitando os valores de
capacidade de condução de corrente dos condutores, conforme o Quadro 16 deste trabalho, e
considerando o valor de 4% para a máxima queda de tensão admissível, seguindo os métodos
do Quadro 52, Quadro 53 e comprimento dos circuitos.
120

Quadro 52 – Parâmetros dos Condutores de Baixa Tensão para Condutores em Trifólio –


CEMIG D

Fonte: ND-3.3, 2014.

Quadro 53 – Cálculo de Queda Tensão Rede Secundária – CEMIG D

Fonte: Os Autores, 2018.

O Quadro 54 apresenta o dimensionamento dos circuitos da rede secundária


conforme os critérios de capacidade de condução de corrente e queda de tensão, sendo o
memorial de cálculos apresentado no anexo C.
121

Quadro 54 – Dimensionamento de Circuitos - Rede Secundária – CEMIG D

Fonte: Os Autores, 2018.

3.3.6 Dimensionamento de Condutores – Iluminação Pública

No projeto de iluminação pública para o loteamento, que foi recebido juntamente


com o projeto arquitetônico do mesmo, foram utilizados postes de 8 metros de altura livre
equipados com luminária LED com potência de 88W. Assim, coube a este trabalho apenas a
elaboração do projeto da infraestrutura civil e o dimensionamento dos condutores e das
proteções para os circuitos. Para o dimensionamento da rede de iluminação pública, foi utilizada
a ND-3.4 da CEMIG D.
122

Para uma melhor distribuição dos circuitos na geometria do loteamento, foi


utilizado um circuito trifásico derivado a partir do QDP do transformador 4, onde cada fase
atende uma determinada região do loteamento. A CEMIG D estabelece, em sua especificação
técnica 02.11 ED/CE-060b, que o menor fusível a ser utilizado para proteção dos circuitos de
redes subterrâneas é de 100A, sendo, assim, para atender a capacidade de condução de corrente
do fusível, foi necessário a utilização de um condutor de alumínio de, no mínimo, 50mm² por
fase.
A partir dessa distribuição, foram feitos os cálculos para dimensionamento dos
circuitos de acordo com a capacidade de condução de corrente e queda de tensão, métodos esses
análogos aos critérios já adotados para os circuitos secundários, sendo considerado para a queda
de tensão o valor máximo de 10% ao final do circuito, conforme estabelecido na ND-3.4, o
Quadro 55 apresenta os resultados obtidos.

Quadro 55 – Cálculos Iluminação Pública – CEMIG D

Fonte: Os Autores, 2018.

Para o dimensionamento da seção final do condutor, segundo o critério de queda de


tensão, foi tomado como base o maior percentual dentre os três circuitos, como esse valor ficou
abaixo dos 10% estabelecidos pela CEMIG D e o condutor atende aos critérios de capacidade
de condução de corrente tanto em função da carga como em função do fusível utilizado, o
condutor a ser aplicado permaneceu sendo o do 50mm² de alumínio, com classe de tensão
0,6/1,0kV, isolação XLPE, instalados em duto exclusivo.

3.3.7 Dimensionamento do Quadro de Distribuição em Pedestal – QDP

Para proteção dos circuitos, foram utilizados fusíveis padronizados pela CEMIG D,
conforme Quadro 26 deste trabalho, respeitando o critério previsto na ND-3.5, a corrente de
projeto não deve ser superior a 80% da capacidade nominal do fusível. No Quadro 56, são
apresentados os valores obtidos para os fusíveis de cada circuito.
As chaves seccionadoras dos circuitos foram dimensionadas de forma que seu valor
nominal seja maior ou igual ao valor dos fusíveis dimensionados para proteção dos circuitos.
Além disso, o dimensionamento das chaves seguiu os valores estabelecidos na Quadro 29.
Atendendo outra exigência da CEMIG D, para condutores com seção acima de 95mm², foram
123

utilizadas chaves de 250A. No Quadro 56, são apresentados os valores obtidos para chaves
seccionadoras de cada circuito.

Quadro 56 – Dimensionamento do Fusíveis – CEMIG D

Fonte: Os Autores, 2018.

Seguindo os critérios estabelecidos na especificação técnica 02.111/ED/CE-060b,


os QDPs e seus componentes devem ser dimensionados de acordo com a potência dos
transformadores. Porém nem sempre é possível se obter a configuração dos circuitos, conforme
apresentado no Quadro 26.
Assim, para determinar a ocupação de cada gabinete, de acordo com a quantidade
de chaves alocadas nos mesmos, foi analisada a quantidade, corrente nominal e o espaço
correspondente a cada chave, sendo considerado 50mm para chave de 160A e 100mm para
chaves de 250A e 400A, de acordo com a especificação técnica 02.111/ED/CE-060b.
Analisando o Quadro 26 e seguindo os critérios citados, verifica-se que, no gabinete
do tipo 1, podem ser instaladas até três chaves de 250A, resultando uma ocupação de 300mm.
Já, no gabinete do tipo 2, é possível que sejam instaladas até cinco chaves de 400A, resultando
uma ocupação de 500mm.
Com base nestas informações, é possível definir de maneira mais adequada o tipo
de gabinete a ser utilizado de acordo com a quantidade e o tipo de chave a ser utilizada. O
Quadro 57 apresenta o dimensionamento dos QDPs do projeto em questão.
124

Quadro 57 – Dimensionamento do QDP – CEMIG D

Fonte: Os Autores, 2018.

Para interligação do QDP aos transformadores de 75kVA e de 150kVA, foram


utilizados um (1) condutor de cobre de 240mm² para as fases e neutro, com classe de tensão
0,6/1,0kV, isolação XLPE/EPR, instalados em trifólio em um duto de 125mm de PEAD, sendo os
dutos dimensionados, conforme o Quadro 33 deste trabalho.

3.3.8 Poste de Transição

Conforme a ND-3.5 da CEMIG D, como o loteamento possui uma demanda total


instalada de 825kVA na tensão de 13,8kV, configuração de rede anel aberto, fez-se necessário
a instalação de pára-raios de classe de tensão de 12kV e 10kA de corrente nominal de descarga,
assim como religador automático, conforme características especificadas no Quadro 30 deste
trabalho.

3.3.9 Chave de Média Tensão

Atendendo aos requisitos estabelecidos na ND-3.5 da CEMIG D, foi utilizada chave


interruptora tripolar submersível, de três vias, com isolação a gás SF6 e automatizada, instalada em
caixa de inspeção do tipo VA, da qual derivam dois alimentadores primários. A chave opera com
uma das vias abertas e, no caso de defeito no alimentador após a chave, permite inverter o sentido
da alimentação.
Conforme a especificação técnica 02.111-ED/CE-009 da CEMIG D, a chave utilizada
no empreendimento segue os parâmetros do Quadro 31, para classe de tensão de 15kV.

3.3.10 Terminais Desconectáveis e Indicador de Defeitos

Os terminais desconectáveis utilizados na rede primária para conexão entre o tronco e


o transformador e/ou das chaves de média tensão, são da linha de 200A para operação com carga
(loadbreak). As interfaces dos terminais desconectáveis devem estar de acordo com a especificação
técnica 02.111-TD/AT-50.
125

Os indicadores de defeito foram instalados nos transformadores pedestal, para auxiliar


na localização de defeitos, seguindo os critérios adotados na ND-3.5 da CEMIG D.

3.3.11 Caixa de Passagem e Inspeção e Banco de Dutos

Tanto junto do poste de transição como ao longo de toda a rede primária, foram
utilizadas caixas de passagem do tipo ZD.
Após a transição da rede aérea para a rede subterrânea, foi instalada uma caixa do
tipo VA, para possibilitar a instalação de chave submersível de média tensão de três vias.
Ao longo do trecho da rede secundária, assim como nas derivações em baixa tensão
e nos pontos para atendimento do ramal de entrada do consumidor, foram utilizadas caixas do
tipo ZB.
Para a rede de iluminação pública foram utilizadas caixas do tipo ZB conforme ND-
3.4.
Conforme os parâmetros estabelecidos na ND-3.5 da CEMIG D, para a rede
primária foram utilizados dutos corrugados de PEAD de 125mm, enterrados no solo a uma
profundidade de 700mm, envelopados com concreto e sinalizados durante toda a sua extensão
com fita de sinalização indicativa de “condutor de energia elétrica”, instalada a 150mm acima
do duto. No poste de transição foi instalado eletroduto de ferro galvanizado de 100mm com
altura de cinco metros e acessórios de fixação.
Para a rede secundaria, foram utilizados dutos corrugados de PEAD de 125mm,
enterrados no solo a uma profundidade de 400mm sinalizados durante toda a sua extensão com
fita de sinalização indicativa de “condutor de energia elétrica”, instalada a 150mm acima do
duto.
Tanto para a rede primária como para a rede secundária foi previsto um duto reserva
por banco de dutos. Nos trechos de rede secundária onde existe uma rede adjacente com
distância não superior a 50 metros, foi feita a interligação entre as mesmas através de duto e
condutor, sendo utilizado o condutor de maior seção entre as redes. Nos trechos superiores a 50
metros e inferiores a 100 metros, foi utilizado um duto para interligação das redes, sem a
instalação de condutor. Para o atendimento de consumidores, foi instalado um duto corrugado
de PEAD de 125mm, interligando a caixa de passagem ao ponto de entrada do consumidor.
Para a rede subterrânea de iluminação pública, foi utilizado duto corrugado de
PEAD de 125mm, dimensionado, conforme Quadro 33 deste trabalho.
126

3.3.12 Aterramento

Foram instaladas hastes de aterramento de 5/8” cobreada, com comprimento de


3000mm nas caixas do tipo ZD e VA, sendo estas conectadas ao condutor de proteção através
de condutor de cobre nu 35mm². O aterramento do eletroduto de ferro galvanizado, foi feito
através de uma haste 3000mm, localizada na caixa junto ao poste de transição, utilizando cabo
de cobre nu 35mm².
A CEMIG D não prevê, em sua ND-3.5, o aterramento para redes secundarias,
porém, para atender aos critérios técnicos de equipotencialização dos circuitos, optou-se por
aterrar os circuitos em trechos superiores a 100 metros e nos finais de circuitos, adotando os
mesmos procedimentos recomendados pela CELESC D.
Junto à base do transformador, foi instalada uma malha de aterramento composta
por quatro hastes com comprimento de 3000mm e condutor de cobre nu 70mm².
Foi previsto ainda o aterramento da chave submersível, transformadores e
ferragens, através de condutor de cobre nu 35mm², para o aterramento dos terminais
desconectáveis e blindagem dos condutores, foram utilizados condutores de cobre nu 2,5mm².
Nas caixas de passagem do tipo ZB da iluminação pública instaladas junto aos
postes, foi instalada uma haste de aterramento de 3000mm por caixa, sendo esta conectada ao
poste através de condutor de cobre nu 16mm², conforme recomendações das NBR-5419 e NBR-
5410.

3.3.13 Outros Serviços

Este projeto não contemplou outros serviços, tais como telefonia e TV a cabo,
porém sugere-se que esses projetos sejam compatibilizados com a rede elétrica e com os demais
sistemas que envolvam o compartilhamento do subsolo, para que haja uma distribuição de
forma a respeitar as normas técnicas e, ainda, obter-se um melhor aproveitamento do solo,
quando existir, devem ser indicados em projeto.
127

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO

Após a análise dos critérios adotadas por cada umas das três concessionárias,
CELESC D, CPFL ENERGIA e CEMIG D, foram realizados os dimensionamentos necessários
para o desenvolvimento dos projetos de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica do
loteamento, conforme proposto no início deste capitulo.
Os projetos foram desenvolvidos em BIM, com ND (Nível de Desenvolvimento)
300, a fim de modelar os elementos dos projetos com informações de quantidade, tamanho,
forma, localização e orientação, segundo suas características reais, possibilitando melhor
compreensão da implantação da rede, tanto ao projetista, como ao executor, mitigando assim,
erros no planejamento e na execução do projeto. O BIM permite a visualização dos detalhes do
projeto através de modelo 3D e, ainda, a geração de vistas dos projetos em quaisquer posições
com grande número de informações, conforme observado na Figura 52, Figura 53, Figura 54 e
Figura 55.

Figura 52 – Detalhamento da Instalação de Transformador e QDP – Projeto CELESC D

Fonte: Os Autores, 2018.


128

Figura 53 – Detalhamento da Instalação de Transformador e QDP – Projeto CPFL ENERGIA

Fonte: Os Autores, 2018.

Figura 54 – Detalhe das redes - Projeto CELESC

Fonte: Os Autores, 2018.


129

Figura 55 – Detalhe das redes - Projeto CEMIG

Fonte: Os Autores, 2018.

Além disso, o BIM analisa automaticamente e, agrupa interferências de acordo com


sua gravidade e previne possíveis problemas com antecedência. Também, permite facilitar a
localização de falhas nos projetos, mesmo que estes sejam feitos por diversas equipes, evitando,
assim, frequentes retrabalhos.
Sendo que a detecção dessas interferências na fase de projeto é de estrema
importância, para que não acarretem em prejuízos quando detectados na fase de execução.

Figura 56 – Exemplo de Interferências

Fonte: Os Autores, 2018.


130

Os projetos desenvolvidos para cada uma das três concessionárias, constam nos
anexos D, E e F.
A partir do desenvolvimento dos projetos, foram realizados os levantamentos de
custos de materiais, de equipamentos, e de mão de obra necessários para a implantação da rede
de distribuição subterrânea de energia elétrica e iluminação pública do loteamento,
possibilitando obtenção do custo total estimado da obra, conforme apresentado no Gráfico 4.

Gráfico 4 – Custos por Concessionárias

Fonte: Os Autores, 2018.

Através do Gráfico 4, pode ser observada uma variação entre os custos para a
implantação da rede dependendo da região e da concessionária onde a obra será executada. Para
a implantação da rede em regiões de concessão da CELESC D, temos um custo total de
R$2.484.108,02, já para implantação da mesma rede em regiões de concessão da CPFL
ENERGIA, temos um custo total de R$3.001.512,55, sendo este, 20,82% maior quando
comparado ao valor da CELESC D, na implantação da rede em regiões atendidas pela CEMIG
D, temos um custo total de R$3.188.382,12, sendo este 28,35% maior quando comparado ao
valor da CELESC D e 6,22% maior que o custo da rede da CPFL ENERGIA. Apesar da
variação nos custos totais da implantação da rede para as três concessionárias, verifica-se que
os custos das obras eletromecânicas e civis para cada uma das três concessionarias se equiparam
percentualmente quando comparados a seus valores totais, conforme Quadro 58.

Quadro 58 – Comparativo Percentual das Obras Eletromecânicas x Civis


131

Fonte: Os Autores, 2018.

As variações dos custos finais para implantação da rede, se dá pelo fato de cada
concessionária estabelecer valores e métodos diferentes para a obtenção da demanda mínima
necessária por lote, gerando assim, uma grande variação entre as demandas totais previstas para
o mesmo loteamento, conforme Quadro 59.

Quadro 59 – Comparativo da Demanda Final por Concessionária

Fonte: Os Autores, 2018.

Além da variação da demanda total de cada concessionária, outro fato que está
diretamente ligado à variação dos custos finais da implantação da rede está nas obras civis
(caixas e acessórios) e obras eletromecânicas (transformadores e equipamentos de proteção,
comando e manobra), conforme observado no Gráfico 4.
A variação dos custos referentes as caixas e acessórios estão relacionados ao tipo
de configuração da rede utilizada e das dimensões das caixas.
A CELESC D, utiliza configuração de rede radial sem recurso para a rede primária,
possuindo uma infraestrutura compacta, e utiliza caixas do tipo B nos trechos que só possuem
rede secundaria, conforme observado no Quadro 60, gerando um custo para essas
infraestruturas de R$210.207,00. A CPFL ENERGIA, utiliza configuração de rede radial com
recurso para a rede primária, com infraestrutura semelhante à da CELESC D, porém utiliza
caixas do tipo CS-2, conforme Quadro 60, com dimensões maiores quando comparadas às
caixas utilizadas pela CELESC D, nos pontos de derivação e de instalação de BMI-CPFL,
gerando um custo de R$316.898,00, sendo este 50,75% maior, quando comparado os custos da
CELESC D. Por sua vez a CEMIG D, utiliza configuração de rede anel aberto para a rede
primária, exigindo uma infraestrutura maior e consequentemente um número superior de caixas
quando comparada as demais concessionárias, sendo ainda, essa infraestrutura separada da rede
de baixa tenção, conforme Quadro 60, essas diferenças geram um custo de R$448.314,60, sendo
estes custos 113,27% maior que custos da CELESC D e 41,47% maior que os custos da CPFL
ENERGIA.
A composição dos custos relacionados aos transformadores e equipamentos de
proteção, comando e manobra se diversificam em função das diferentes exigências de cada
concessionária.
132

A CELESC D, apesar de apresentar a maior demanda total prevista, necessita de


apenas cinco transformadores para atendimento da demanda total, sendo suas potências e
quantidades expressas na Quadro 61. Ainda, para a demanda total, a concessionária exige a
instalação, no poste de transição, de chave fusível e pára-raios para a proteção, comando e
manobra da rede, conforme Quadro 62, gerando um custo para essas infraestruturas de
R$329.284,30. A CPFL ENERGIA, apresenta demanda total semelhante à da CELESC D,
conforme observado na Quadro 59, e quantidade de transformadores iguais, porém com
potências diferentes, conforme observado na Quadro 61. Para a proteção, comando e manobra
da rede exige-se, além dos pára-raios, religador automático e chave seccionadora tripolar,
conforme Quadro 62, gerando um custo de R$500.043,59, sendo este 51,85% maior, quando
comparado os custos da CELESC D. A CEMIG D, apesar de possuir a menor demanda total
entre as três concessionárias, possui transformadores padronizados com menor potência quando
comparados à CELESC D e CPFL ENERGIA, necessitando assim de uma quantidade maior
para o atendimento da demanda total, conforme observado na Quadro 61. Para a proteção,
comando e manobra da rede, a CEMIG D, exige, no poste de transição, além da instalação de
pára-raios e de religador automático, a instalação de chave faca, conforme Quadro 62 e, ainda,
chave de média tensão submersível de três vias instalada logo após o poste de transição,
conforme Quadro 62, essas diferenças geram um custo de R$601.747,24, sendo estes custos
82,74% maior que custos da CELESC D e 20,33% maior que os custos da CPFL ENERGIA.

Quadro 60 – Comparativo das Caixas e da Configuração de Rede

Fonte: Os Autores, 2018.

Quadro 61 – Comparativo dos Transformadores Escolhidos

Fonte: Os Autores, 2018.

Quadro 62 – Equipamentos de Proteção, Comando e Manobra

Fonte: Os Autores, 2018.


133
134

4 CONCLUSÃO

No presente trabalho foram abordadas as principais diretrizes e critérios utilizados


para a elaboração de projetos de redes de distribuição subterrânea de energia elétrica, em
loteamentos, determinados pelas concessionárias CELESC D, CPFL ENERGIA e CEMIG D,
de forma a compreender e comparar suas diferentes exigências.
Foi utilizada a modelagem dos projetos em plataforma BIM para obter maior grau
de detalhamento das informações, que normalmente não é possível de ser alcançado nos demais
métodos utilizados atualmente. Além disso, a utilização do BIM permitiu a visualização dos
detalhes do projeto através de seu modelo 3D, proporcionando a geração de vistas do projeto
em quaisquer posições de maneira simples e rápida, a fim de alcançar uma melhor compreensão
e diminuição da possibilidade de erros.
Ademais, para maior contextualização, através do estudo das bibliografias
pesquisadas, foi possível verificar a importância de todos os itens abordados na elaboração de
um projeto de rede de distribuição subterrânea de energia elétrica em loteamentos, já que,
quando seguidos eles garantem maiores níveis de confiabilidade e segurança.
O estudo mostrou-se complexo, pois, apesar de cada concessionária possuir uma
normativa para projetos de redes de distribuição subterrânea de energia elétrica em loteamento,
estas direcionavam para uma extensa quantidade de outras normas e especificações técnicas
complementares, algumas dessas de difícil acesso.
Os comparativos realizados entre as concessionárias estudadas apresentaram
variação nos custos para a implantação de um mesmo loteamento. Os custos podem ser
determinantes para uma possível tomada de decisão na escolha do local para futuros
empreendimentos por parte de investidores.
Dentre as concessionárias estudadas, a CPFL ENERGIA destaca-se no quesito de
confiabilidade, já que a mesma possui sua configuração de rede radial com recursos, que
dificulta a interrupção do fornecimento de energia elétrica aos clientes. Outrossim, a CEMIG
D, possui configuração de rede anel aberto, que possibilita recursos internos. No entanto, tal
segurança representa aumento significativo nas infraestruturas, caracterizando assim um custo
elevado quando comparado às outras duas concessionárias. A CELESC D, apresenta uma
configuração de rede radial sem recurso, sujeita a interrupções, porém mais compacta. No
entanto, para cargas prioritárias, utiliza configurações de rede radial com recurso. Ou seja, a
depender da concessionária na qual o projeto será implantado, as configurações das redes serão
diferentes e, consequentemente, seus custos.
135

Ao fim deste trabalho podemos chegar à conclusão que todos os objetivos foram
atingidos, destacando a importância do estudo e da compreensão das normas utilizadas, assim
como a aplicação e importância do BIM na elaboração desses projetos.

4.1 SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS

a) Desenvolvimento de famílias com maiores lods;


b) Desenvolvimento de outros projetos, com os demais sistemas de um
loteamento, para realização de compatibilização entre os mesmos;
c) Desenvolvimento de projeto com formatação para apresentação e aprovação
junto as concessionárias.
136

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144

ANEXOS
145

ANEXO A – Cálculo de Queda de Tensão – CELESC D


146
147

ANEXO B – Cálculo de Queda de Tensão – CPFL ENERGIA


148
149

ANEXO C – Cálculo de Queda de Tensão – CEMIG D


150
151
152

ANEXO D – PROJETO – CELESC D


0.855

0.610 0.850

Caixa A
6 1 : 20
1.010

0.850 1.050

Caixa B
7 1 : 20
1.320

1.140 1.400

Caixa D
8 1 : 20

Base e QDP-00 Planta Baixa Loteamneto


9 1 1 : 500
1 : 20

INSTITUIÇÃO

Universidade do Sul de Santa Catarina


REFERÊNCIAS

Rede de Distribuição Subterrânea de Energia Elétrica-CELESC S/A


Base e Transformador Trafo 03, QDP 03 e QDPM Trafo 05 e QDP 05 Trafo 01 e QDP 01 Trafo 04 e QDP 04
10 4 5 2 3
Alunos:

1 : 20 1 : 20 Eduardo Clasen Inacio/ Willian Moreira Gomes


ESCALA: INDICADA COTAS: METROS DATA: 18/06/2018

Proibida a reprodução no todo ou em partes sem a autorização expressa dos autores.


153

ANEXO E – PROJETO – CPFL ENERGIA


Poste Duplo
2 1 : 20 Planta Baixa Loteamento
1 1 : 500
Base e Transformador
10 1 : 20

1.060

1.060
0.670 1.220

Caixa CS-2
8 1 : 20

1.060

1.060
INSTITUIÇÃO

Universidade do Sul de Santa Catarina


0.770 0.770 REFERÊNCIAS

Rede de Distribuição Subterrânea de Energia Elétrica-CPFL ENERGIA


Trafo 03, QDP 03 e QDPM Trafo 04 e QDP 04 Trafo 01 e QDP 01 Caixa CS-1 Base e QDP-0 Detalhes Bases e Caixas Alunos:

3 1 : 20
4 5 7 1 : 20
9 1 : 20
6 Eduardo Clasen Inacio/ Willian Moreira Gomes
ESCALA: INDICADA COTAS: METROS DATA: 18/06/2018

Proibida a reprodução no todo ou em partes sem a autorização expressa dos autores.


154

ANEXO F – PROJETO – CEMIG D


Base e Transformador
11 1 : 20
Poste lateral Poste Frontal
6 5 1 : 20
1 : 20

Planta Baixa Loteamneto


1 1 : 500
1.200
0.700

0.640 0.720 1.050 1.300

Caixa ZB Caixa ZD
7 1 : 20
8 1 : 20
2.000

INSTITUIÇÃO

1.940 2.240 Universidade do Sul de Santa Catarina


REFERÊNCIAS

Rede de Distribuição Subterrânea de Energia Elétrica-CEMIG D


Câmara VA Base e QDP-1 Trafo 04 Trafo 05 e QDP 05 Trafo 04 e QDP 04 Proteção e Comando IP Alunos:

9 1 : 20
12 1 : 20
3 1 : 20
2 4 10 1 : 20
Eduardo Clasen Inacio/ Willian Moreira Gomes
ESCALA: INDICADA COTAS: METROS DATA: 18/06/2018

Proibida a reprodução no todo ou em partes sem a autorização expressa dos autores.

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