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eficácia e vigência
Fundamentos Sociais e
Históricos do Direito
Unidade 3 – Existência,
Nome do autor
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade 3 – Existência, validade,
eficácia e vigência
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade 3 – Existência, validade,
eficácia e vigência
Introdução
Mas antes que adentremos nessa parte da disciplina de fato, é importante que
repristinação das normas, o que a torna uma norma de sobredireito, ou seja, uma
Após, daremos início aos nossos estudos sobre Teoria Geral do Direito,
Kelsen para criar a sua Teoria Pura do Direito, os conceitos desenvolvidos dentro
da sua obra – como a ideia da hierarquia das normas – e quais os efeitos do seu
do Direito ser estudado através da conjugação dos três elementos fato, norma e
compreensão do Direito.
Bons estudos!
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não relação com o âmbito jurídico. Será fato não jurídico, quando não gerar
mundo dos fatos jurídicos, isto é, daqueles suportes fáticos que logram entrar no
quem “são fatos jurídicos todos os acontecimentos que, de forma direta ou indireta,
ocasionam efeito jurídico” (Direito Civil. Parte geral, 2003, p. 365). Dessa forma, os
ainda que nele não haja o elemento volitivo, ou seja, a vontade humana.
seguinte maneira:
a) Ato jurídico em sentido amplo ou ato jurídico lato sensu – é o chamado ato
a.1) Ato jurídico em sentido estrito (ou ato jurídico stricto sensu) – quando
vontade de quem o fez, importando apenas o que a lei prevê, tais como
etc.
O negócio jurídico é uma espécie do gênero ato jurídico lato sensu (em
presença da vontade.
próprios, e cujo conteúdo deve ser lícito. Constitui um ato cujo objetivo é a
jurídica.
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O negócio jurídico por excelência é o contrato, um negócio jurídico bilateral
negócios jurídicos também o são nos contratos. Enfim, todo contrato constitui
negócio jurídico, haja vista que se trata da união voluntária de duas pessoas
pela norma jurídica, e que geram efeitos jurídicos diversos. Como exemplo dos
inventário.
fundamental que comecemos pela teoria criada por Pontes de Miranda, que
Escada Ponteana.
1) plano da existência;
2) plano da validade;
3) plano da eficácia.
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No plano da existência estão os pressupostos para que um negócio jurídico
considerados por alguns autores como essenciais. São, portanto, o suporte fático
do negócio jurídico.
São eles: partes (ou agentes), vontade, objeto e forma. Observe que são
inexistente.
ganham qualificação, a saber: partes capazes; vontade livre e sem vícios; objeto
I – agente capaz;
(absolutamente incapaz).
multas, perdas e danos), entre outros. Nesse plano, estão os efeitos jurídicos
gerados pelo negócio e que alcançam as partes envolvidas, bem como terceiros
existente. Seguindo essa lógica, para que o negócio seja eficaz, é necessário que
ele seja existente e válido. Isso demonstra a simbologia da escada que sobe.
“existir, valer e ser eficaz são conceitos tão inconfundíveis que o fato jurídico
pode ser, valer e não ser eficaz, ou ser, não valer e ser eficaz. As próprias
normas jurídicas podem ser, valer e não ter eficácia. O que não pode dar é valer
e ser eficaz, ou valer, ou ser eficaz, sem ser; porque não há validade, ou eficácia
compra e venda de imóvel é celebrado sem que se especifique qual imóvel está
à venda. Ora, se não se sabe o que está em negociação, o ato não existe, uma
vez que um dos elementos essenciais de existência do ato é que haja objeto.
Por outro lado, imagine que este mesmo contrato de compra e venda
relativamente incapaz sem que tenha sido assistido pelo responsável, como
determina o Código Civil. Por óbvio, o negócio jurídico será inválido por não
conter o elemento agente capaz, contudo, produzirá efeitos até que seja
anulado. Assim, esse mesmo negócio jurídico será, ao mesmo tempo, existente,
inválido e eficaz.
válido e ineficaz até que a condição prevista na cláusula contratual ocorra (no
https://youtu.be/dOcM6Wah0ak
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LINDB, foi assim chamada. Até 2010, essa norma era conhecida como Lei de
sobredireito, ou seja, o seu objetivo é regulamentar outras normas (leis sobre leis
ou lex legum).
aspecto.
dezenove artigos que regulamentam questões como a vigência das leis (arts. 1º
próprio para a criação de uma lei, devendo ela passar pelas fases de elaboração
publicada.
início da sua vigência, podendo ser inferior aos 45 dias previsto no art. 1º da
LINDB. No Brasil, é comum que as leis entrem em vigor “na data da sua
publicação”. Portanto, pelo que vimos, sempre que uma lei for publicada sem
oficialmente publicada.
cônsules.
conhecimento.
data da sua publicação; nesse caso, trata-se de lei sem vacatio legis.
é aquela que existe para corrigir erros materiais, omissões ou até erros de
ortografia cometidos pelo texto legal que já foi publicado. Segundo esse
parágrafo, havendo lei já publicada, mas que ainda não entrou em vigor (ou
dessa lei para correção, o prazo recomeçará a ser contado a partir desta nova
publicação.
a lei em plena vigência, a correção do texto será considerada como lei nova.
nova.
significa que a lei terá vigência sem prazo determinado até que outra a
modifique ou a revogue.
Assim, quando não se tratar de lei com vigência temporária, a lei que
entrou em vigor continuará vigente e produzindo todos os seus efeitos até que
terminou.
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A revogação ocorre quando uma lei nova torna sem efeito uma outra lei,
seja de forma total ou somente parcial. A lei antiga, então, deixa de ter vigência.
Parcial, quando a lei nova tornar sem efeito apenas parte da lei
Total, quando a lei nova torna sem efeito todo o texto da lei anterior.
uma lei com o mesmo assunto de uma lei já existente não a revoga.
anterior.
as leis ou a lei nova regular inteiramente a matéria da lei antiga. Caso contrário,
2.3 Repristinação
repristinação automática.
jurídico. A repristinação tácita ocorre quando a lei revogada volta a ter sua
inconstitucional. Nesse caso, é como se essa lei jamais tivesse existido. Dessa
embasamento científico, razão pela qual ele também foi um grande crítico da
que lhe eram estranhos. Com isso em mente, Kelsen publicou a Teoria Pura do
norma jurídica.
seguir.
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3.1. Sistema escalonado das normas
decisões judiciais que não possuem uma relação necessária entre si. A questão
jurídico.
sua vez, retiram sua validade das normas que estão ainda acima delas, até
aplicação das normas inferiores, ao passo que as normas inferiores retiram seu
Constituição, pois ela é superior a todas elas, razão pela qual as demais normas
Todas essas normas mencionadas são primárias, o que significa dizer que
outras. Essas normas são chamadas de secundárias, pois não podem gerar
norma tira seu fundamento de validade de uma norma superior, então da onde
a Constituição tira o seu fundamento, uma vez que não há norma superior a
norma tem sua validade fundamentada por uma norma superior a ela, Kelsen
Para não cair na regressão ao infinito, ao afirmar que uma norma tem o
fundamento de todo o sistema que havia criado uma única norma que não se
fundamental.
dos nossos pais. Logo, devemos obedecer às ordens de nossos pais” (Kelsen, 1999, p.
221). Pelo exemplo, temos que “obedecer aos pais” tem sua validade objetiva
dada pela norma “obedecer à Deus” que, por sua vez, não pode ser contestada
fundamental”.
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Ironicamente, Kelsen passa a embasar a sua teoria positivista em uma
vai de encontro com todo o seu projeto de purificação do direito, pois, dentro de
um sistema positivo, admitir que uma norma dessa importância existe apenas
para ele, a legitimação do Direito não ocorre por meios dos conceitos de moral e
justiça. Ele cria na sua Teoria Pura do Direito um desprezo pelas ideias
Kelsen rejeita, dessa forma, qualquer regra moral ou lei natural como
pois aquela funcionaria apenas como ponto de partida para a sua criação.
Por isso, ele afirma que “todo e qualquer conteúdo pode ser Direito” (Kelsen, 1998,
social, e a conduta social será justa quando estiver de acordo com uma norma.
validade das normas jurídicas forneceu base ideológica aos regimes totalitários
https://youtu.be/RBWwASliBjc
elementos de forma separada ou abstrata, fazendo com que cada um deles seja
(norma).
para se estudar o Direito, por meio da reflexão conjunta dos três elementos,
uma vez que permite que o estudo seja filosófico, sociológico ou científico.
contexto histórico. Assim, não podemos dizer, por exemplo, que o Código Civil
de 1916 era uma lei retrógada, pois só poderíamos analisá-la sob o prisma
forma que nenhum instituto jurídico deve ser analisado fora do seu contexto
histórico. Ainda que uma norma vigore por muitos e muitos anos sem qualquer
com mais consciência da realidade na qual está inserido, pois, nas palavras do
próprio jurista, “direito não é só norma, como quer Kelsen; Direito não é só fato,
Direito Natural tomista, por exemplo, porque o Direito ao mesmo tempo é norma, é
pertence.
https://youtu.be/GXj4DZNCveY
Síntese
lo anulável.
jurídicas, tais como vigência, vacatio legis, revogação e repristinação das leis,
Teoria Pura do Direito, de Hans Kelsen. Vimos que Hans Kelsen, considerado um
teórico positivista fervoroso, defendia que o estudo do Direito deveria ser uma
sociologia, filosofia, história etc. Para defender a sua visão de que o direito se
jurista austríaco chega a fazer uma separação absoluta entre Direito e moral.
ideia positivista, tal teoria demonstra ser irrealista ao reduzir o Direito à norma
positivada, pois trata-se de uma ciência que possui relação necessária com as
sociedade.
três elementos: fato, valor e norma. Para Reale, o Direito se apresenta para a
sociedade na forma de normas, porém este não é o único ângulo pelo qual ele
deve ser visto: ao lado da norma, são relevantes também o fato social e o valor.
Bibliografia
decisão, dominação. 9ª ed. Editora Atlas, São Paulo, 2016. 1 [Biblioteca virtual
ISBN 9788597006704.
Paulo, 2003.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: Volume Único. 15ª ed. Editora Forense,
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. Parte Geral: Volume 1. 3ª ed. Editora Atlas,
São Paulo, 2003.
Referências imagéticas
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