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Ainda segundo Vygotsky, para que o indivíduo se constitua como pessoa, é fundamental
que ele se insira num determinado ambiente cultural. As mudanças que ocorrem nele,
ao longo de seu desenvolvimento, estão ligadas à interação dele com a cultura e a
história da sociedade da qual faz parte. Por isso, e de acordo com os conceitos
desenvolvidos por Vygotsky, o aprendizado envolve sempre a interação com outros
indivíduos e a interferência direta ou indireta deles.
Geralmente, a psicologia avalia aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha. Esse seria
o desenvolvimento real do indivíduo, isto é, o nível que indica suas possibilidades de
atuação independente. É a psicologia que se baseia em testes e escalas, que mede o
produto final do processo, sem oferecer qualquer tipo de ajuda.
Do mesmo modo, a escola tende a valorizar apenas o produto final dos alunos, ou seja,
valoriza o que sabem e não o processo que levou à aquisição do conhecimento. Por
isso, ao dar uma tarefa ou uma prova, pede que o aluno não converse, não consulte,
não interaja com ninguém.
Com esta atitude, perde-se a oportunidade de observar que muitas questões não
respondidas, ou que apresentam respostas "erradas", se fossem realizadas com a
mediação do professor, ou até de colegas com mais experiência, teriam tido respostas
positivas.
Vygotsky apontou ainda outro nível de desenvolvimento, além do nível pessoal, que ele
chamou de proximal ou potencial. De acordo com Vygotsky trata-se do nível em que
alguém não consegue fazer determinada atividade sozinho, mas com a ajuda de outra
pessoa é capaz de realizá-la. Isso significa que esse indivíduo não tem total autonomia,
mas já tem elementos que possibilitam a realização da tarefa.
Piaget e Vygotsky
Entretanto, apesar das diferenças entre a posição teórica dos dois cientistas, ambos
enfatizam a necessidade de compreensão da gênese dos processos cognitivos. Além
disso, eles, igualmente, não consideram os processos psicológicos como resultados
estáticos que se expressam em medidas quantitativas, pois, tanto Piaget como
Vygotsky, valorizam a interação do indivíduo com o ambiente e vêem o indivíduo como
sujeito que atua no processo de seu próprio desenvolvimento.