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Mas a samaritana tem uma reação de recuo: “Como tu, que és um judeu, pedes
de beber a mim, samaritana?”
Em sentido mais profundo: Como é que tu, que és um ser infinito, te diriges a
mim, que sou finita e limitada?
“Se você conhecesse o DOM de Deus!...” Se nós conhecêssemos o dom do Ser em nós mesmos,
se nós
soubéssemos receber a Vida como um dom e não como uma dívida!
Um espírito que crê que tudo lhe é devido, um espírito que está aberto, é alguém que
recebe todas as coisas como um dom. Tudo é para ele um presente.
“Aquele que bebe desta água, terá sede de novo”. Ocorre uma transformação do
desejo. Jesus a faz
compreender que a água que ela busca não
pode acalmar a sua sede.
O que a samaritana busca, aquilo que o seu desejo procura, é este “EU SOU” que
ela pode encontrar no fundo do seu ser, no coração mesmo da sua vigilancia.
Agora ela pode deixar lá o seu cântaro, este cântaro que simboliza todo nosso
conhecimento adquirido. Ela não tem mais necessidade de cântaro porque ela
leva a fonte. Ela não tem mais necessidade de pedir apaziguamento às coisas
externas porque ela é a sua própria fonte. E é a partir daí que ela pode se voltar
para os outros.
No caminho da samaritana distinguimos as seguintes etapas:
- A 1ª etapa é caminhar para o poço. Quer dizer, despertar em si mesmo, o desejo do conhecimento.
- A 2ª etapa é sentar-se à borda do poço. É ficar à escuta, numa postura silenciosa. É dar tempo ao tempo; dar
tempo à eternidade, dar a beber; dar, do seu tempo-espaço, a esta Presença que despertou em nós
- A 3ª etapa é descer ao fundo do poço. É descer à profundidade do nosso coração. Ir ao fundo da nossa sede,
do nosso desejo. Responder ao apelo d’Aquele que está nesta profundeza.
- A 4ª etapa é descobrir o DOM de Deus. Descobrir que o fundo do ser é um DOM.
- A 5ª etapa trata de despertar para outra sede. Despertar para o desejo de uma felicidade que não se acaba.
Despertar em nós este desejo da Água viva.