Você está na página 1de 7

lOMoARcPSD|5101171

Exemplo de Exame Final com Resolução (2015 )

Fiscalidade (Instituto Universitário de Lisboa)

A StuDocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade


Descarregado por Feliz Mauricio (felizmauricio@gmail.com)
lOMoARcPSD|5101171

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA


LICENCIATURA EM GESTÃO – FISCALIDADE
ANO LECTIVO …..- … SEMESTRE -1…. -….– Duração 120m
Notas:
1. Tem 15 minutos para ler o enunciado e colocar dúvidas quanto ao seu conteúdo. Findo esse
período, começa a contar o tempo para efectuar a prova e, em caso de dúvida, os alunos
devem abrir as hipóteses de resolução que acharem mais verosímeis, não sendo permitidas
perguntas a docentes, a colegas ou a terceiros, por qualquer meio, nem o uso de telemóveis.
2. Deverá responder todos os Grupos em folhas separadas.
3. Em 3 dos grupos há uma pergunta com duas versões, destinadas respectivamente a alunos
de avaliação contínua e a alunos de avaliação final.
4. Justifique devidamente todas as respostas com a lei aplicável em 2015.

GRUPO I (3 valores)

Questão apenas para os alunos em avaliação contínua


1 – O Estatuto dos Benefícios Fiscais, ao conceder isenções e regimes fiscais mais favoráveis, vai
contra as finalidades do sistema fiscal, na medida em que provoca uma quebra nas receitas do
Estado. Comente a afirmação. (Resposta no máximo em 10 linhas

Tópicos de resolução
• Finalidades do sistema fiscal – finalidades fiscais e extrafiscais (0,5V)
• Finalidade fiscal – obtenção de receita para a satisfação de necessidades coletivas a favor de
entidades de direito público – artigo 103.º, n.º 1 da CRP (1V)
• Finalidades extrafiscais – visam induzir o comportamento do contribuinte para alcançar outros
objetivos que não os fiscais – redistribuição riqueza, controlo alfandegário, estabilização macro
económica, controlo da inflação, poupança, combate ao desemprego, etc. (1V)
• Logo, a afirmação é falsa, pois o EBF não desvirtua as finalidades do sistema fiscal, pois visa
os objetivos extra fiscais (0,5V)

Questão apenas para os alunos em avaliação final


2 – Comente a seguinte afirmação: “A repartição justa de rendimentos e da riqueza que se
consagra hoje na Constituição portuguesa (…) espelha uma visão marcadamente intervencionista
dos poderes públicos na distribuição dos rendimentos obtidos e da riqueza possuída pelos
cidadãos. E legitima a utilização dos sistemas fiscais para uma alargada diversidade de fins.” João
Ricardo Catarino in Lições de Fiscalidade, 2ª Edição, Vol.-I, pág. 19. (Máximo 10 linhas))

Tópicos de resolução
• Finalidades do sistema fiscal – finalidades fiscais e extrafiscais (0,5V)
• Finalidade fiscal – obtenção de receita para a satisfação de necessidades coletivas a favor de
entidades de direito público – artigo 103.º, n.º 1 da CRP (1V)
• Finalidades extrafiscais – visam induzir o comportamento do contribuinte para alcançar outros
objetivos que não os fiscais – redistribuição riqueza, controlo alfandegário, estabilização macro
económica, controlo da inflação, poupança, combate ao desemprego, etc. – artigo (1V)
• Logo, a afirmação é verdadeira. (0,5V)

Descarregado por Feliz Mauricio (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

GRUPO II – IRS (6 valores)

Descarregado por Feliz Mauricio (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

Questões a responder por todos os alunos:


A empresa “Filmes em ação, SA” efetuou no corrente mês os seguintes pagamentos:
a) Ao senhor Tomás Silva, €3.000 pela utilização do jardim da sua moradia para a realização
das gravações do filme “Recortes da Infância”.

• Natureza do rendimento – Categoria F – artigo 8.º, n.º 1 + n.º 2, d) (ou apenas n.º 2, d) (0,30V)
• Há retenção na fonte – entidade devedora tem contabilidade organizada à taxa de RF – 25% -
101.º, n.º 1, e) (0,30V)
• Momento RF – data do pagamento ou colocação à disposição - Artigo 101.º, n.º 8.º (0,20V)
• Retenção – €3.000 x 25% = €750 (0,20V)
• Possibilidade de beneficiar do regime de dispensa RF do artigo 101.ºB, n.º 1, a) se
rendimentos anuais desta categoria < €10.000 (0,20v)

b) Ao Senhor Vieira de Andrade €2.000, a título de salário, €350 de despesas de


representação de que este já prestou contas e €1.000 correspondentes a metade do
subsídio de férias.

• Natureza do rendimento – Categoria A – artigo 2.º, n.º1, a) (0,10V)


o Salário – n.º 2 (0,05V)
o Despesas de representação – n.º 3, d) – não sujeitas a tributação porque foram
prestadas contas (0,10V)
o Subsídio de férias – n.º 2 (0,05V)
• Momento RF – data do pagamento ou colocação à disposição - Artigo 99.º, n.º 1 (0,20V)
• Mecanismo:
o Remunerações pagas no mês – artigo 99.º-C 1 e 2 (0,10V)
o Subsídios – artigo 99.º-C n.º 5 (0,10V)
• Taxa – Despacho 309-A/2015, com artigo 99.ºC, n.º 1 (0,10V)
• Nada sendo dito– Tabela I – artigo 99.º-B, n.º 3 – solteiro sem dependentes (0,10V)
• Retenção na fonte:
o Salário – 23,5% => € 2.000 * 23,5% = €470 (0,10V)
o Subsídio – 23,5% (artigo 99.º-C, n.º 6 – 0,10V) => € 1.000 * 23,5% = €235 (0,10V)

c) Ao Sr. Tutas, €1.800 de subsídio de férias e €3.000 de prémio de desempenho, que


apesar de já ter sido atribuído no mês passado, apenas foi possível pagar no presente
mês.

• Natureza do rendimento – Categoria A – artigo 2.º, n.º1, a) (0,10V)


 Subsídio de férias – n.º 2 (0,10V)
 Prémio de desempenho – n.º 2 (0,10V)
• Momento RF – data do pagamento ou colocação à disposição - Artigo 99.º, n.º 1 (0,20V)
• Mecanismo:
 Remunerações pagas no mês – artigo 99.º-C 1 e 2 (0,15V)
 Subsídios – artigo 99.º-C n.º 5 (0,15V)
• Taxa – Despacho 309-A/2015, com artigo 99.ºC, n.º 1 (0,10V)
• Se nada for dito – Tabela I – artigo 99.º-B, n.º 3 – solteiro sem dependentes (0,10V)
• Retenção na fonte:
 Prémio de desempenho – 28,5% => € 3.000 * 28,5% = € 855 (0,10V)
 Subsídio – 21,5% => € 1.800 * 21,5% = €387 (0,10V)

Descarregado por Feliz Mauricio (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

d) €45.800 à Sra. Rora pela aquisição do direito de explorar o Hotel, sua propriedade, por um
período de 15 anos. A empresa ficou com o direito de utilizar a marca do hotel, se assim o
pretender.

• Natureza do rendimento – Categoria B – artigo 3.º, n.º 2, e) (0,60V)


• Dispensa de retenção na fonte – artigo 101.-B, n.º 1, c) // Não sujeito a retenção na fonte -
Art.º 101º do CIRS “a contrario” (0,60V)

Questão apenas para os alunos em avaliação contínua:


e) A Mr. John, residente no Reino Unido, o valor de €5.000, relativamente a uma patente por
este desenvolvida, que irá revolucionar o fabrico de molas hidráulicas.

• Natureza do rendimento – Categoria B – artigo 3.º, n.º 1, c) (0,40V)


• Momento de RF – Pagamento ou colocação à disposição – 101.º, n.º 8 (0,30V)
• Taxa – 25% - artigo 71.º, n.º 4, a) (0,30V)
• RF – €5.000 * 25% = € 1.250 (0,20V)

Questão apenas para os alunos em avaliação final:


f) Ao condomínio Jardins em Flor, €7.500, para colocação de um painel na faixa lateral do
edifício, dando publicidade aos novos produtos introduzidos no mercado nacional.

• Natureza do rendimento – Categoria F – artigo 8.º, n.º 1 + n.º 2, d) e e) (ou apenas n.º 2, d) e e)
(0,20V) + 0,20V)
• Há retenção na fonte – entidade devedora tem contabilidade organizada à taxa de RF – 25% -
101.º, n.º 1, e) (0,20V)
• Momento RF – data do pagamento ou colocação à disposição - Artigo 101.º, n.º 8.º (0,20V)
• Retenção – €7.500 x 25% = €750 (0,20V)
• Possibilidade de beneficiar do regime de dispensa RF do artigo 101.ºB, n.º 1, a) se
rendimentos anuais desta categoria < €10.000 (0,20V)

Pergunta: enquadre os rendimentos nas respetivas categorias, se for caso disso, e


determine a retenção de IRS a efetuar relativamente a cada alínea. Nota: quando nada se diz
em contrário, os valores indicados são ilíquidos de retenção e o titular é residente, solteiro
e sem dependentes

GRUPO III - IRC (9,5 valores)

A sociedade “Hortas do Casarão”, registou durante o exercício de 2015 as seguintes operações:

Questões para todos os alunos


1. Recebeu um subsídio no montante de €50.000,00, destinado à aquisição de um terreno para a
sua atividade operacional. Não foi estabelecido qualquer período obrigatório de manutenção
do ativo.
• Bem não depreciável (terreno) – artigo 34.º, n.º 1, b) (0,50V)
• Subsídios – artigo 22.º, n.º 1, d) (0,50V)
• Tributar subsídio em 10 anos: (0,60V)
 Se considerar que foi a resultados – Deduzir €50.000 ao LT & Acrescer €5.000 ao LT
 Se considerar que foi a CP’ – Acrescer €5.000 LT

2. Suportou €2.000,00 de despesas com a reparação de uma viatura ligeira de passageiros,


adquirida em Janeiro de 2015, por €25.000,00 e que é habitualmente utilizada pelo trabalhador

Descarregado por Feliz Mauricio (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

Joaquim Braga. Entre a empresa e o referido trabalhador não foi celebrado qualquer acordo
escrito sobre a imputação a este da referida viatura.
• Gasto fiscalmente dedutível se devidamente documentado – artigo 23.º (0,20V)
• Gasto sujeito a TA – artigo 88.º, n.º3 (0,30V) + n.º 6, b) (0,30V)
• Taxa – 10% – artigo 88.º, n.º 3, a) (0,20V)
• TA – €2.000 * 10% = €200 (0,20V)
• TA não dedutível – artigo 23.-ºA, n.º 1, a) – Acresce ao LT € 200 (0,20V)
• Taxa de 20% se PF, artigo 88.º n.º 14 (0,20V)
3. Suportou €40.000 com a manutenção da creche “Chuva de Papel” que é frequentada pelos
filhos dos seus funcionários.

• Gasto fiscalmente dedutível se cumpridos os requisitos do n.º1 do artigo 43.º do CIRC – não
há ajustamentos ao lucro tributável – (0,8V)
• Possibilidade de majoração a 40% – artigo 43.º, n.º 9 (0,40V)
• Dedução ao LT €20.000 (0,40V)
4. Reconheceu €12.000 de ganhos de justo valor pela valorização do seu pomar de
pessegueiros, que se encontra em produção desde 2010 e cujo custo de plantação foi de
€34.000.

• Ajustamentos pela aplicação do justo valor não são fiscalmente dedutíveis – artigo 18.º, n.º 9
– deduzir ao LT €12.000 (0,30V)
• Custo de aquisição de ativos biológicos não consumíveis aceite como custo fiscal o
equivalente à quota mínima – artigo 45.º-A, n.º 3 (0,30V)
• Quota mínima – equivalente a metade da máxima – n.º 4 do artigo 31º-A (0,20V)
• Quota máxima a que resulta das tabelas do DR 25/2009 – artigo 31.º, n.º 1 (0,20V)
• Taxa máxima para Pomares – Código 0060 tabela I – 14,28%, logo quota mínima 7,14% (0,30V)
• Amortização aceite – €34.000 * 7,14% = € 2.427,60 => dedução ao LT (0,30V)

5. Na sequência de uma inspeção tributária, a empresa constituiu uma provisão para fazer face
às correções ao lucro tributável propostas pelos inspetores no valor de 32.000€ e às
respetivas coimas e juros compensatórios que ascendem a 6.800€.

• Provisão não aceite fiscalmente porque não enquadrada em nenhuma das previstas no artigo
39.º do CIRC (0,75V)
• Não dedutível => acrescer ao LT €38.800 (0,75V)

Questão apenas para os alunos em avaliação contínua:


6. Contabilizou €240.000 como ganho, relativo à valorização de um investimento financeiro,
reconhecido pelo justo valor, numa sociedade cuja percentagem no capital social ascende a
3%, mas não é cotada em bolsa de valores.

• Ajustamentos pela aplicação do justo valor não são fiscalmente dedutíveis – artigo 18.º, n.º 9
(0,40V)
• Como não verifica os requisitos da alínea a) – não é cotada em bolsa – não concorre para o
apuramento do LT (0,60V)
• Deduzir ao LT €240.000 (0,60V)

Questão apenas para alunos em avaliação final:


7. Suportou um seguro de vida, no valor de €1.500, cujos beneficiários são dois administradores.
As respetivas remunerações anuais ascendem a €500.000.

• Seguro de vida – regime previsto no n.º 2 e seguintes do artigo 43.º do CIRC (0,60V)
• Não é fiscalmente dedutível porque atribuído apenas aos administradores – artigo 43.º, n.º 4,
alínea a) – acrescer ao LT €1.500 (0,60V)

Descarregado por Feliz Mauricio (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

• Será fiscalmente dedutível se for tributado em sede de IRS - (0,40V)

Pergunta: Determine a relevância de cada um dos factos indicados e se determinam


correção fiscal.

GRUPO IV – IVA (1,5 valores)

Enquadra, para efeitos de IVA as seguintes operações, considerando que as mesmas não
têm IVA incluído:

a) A sociedade prestou serviços de consultoria ambiental a um cliente residente, para efeitos


fiscais, na Dinamarca. O valor dos serviços ascendeu a € 25.000.

• Sujeito a IVA português – Artigo 1.º, n.º1, a) + artigo 4.º (0,25V)


• Regras de localização:
a. H1 – se considerarem sujeito passivo – Não há IVA português – art.º 6., n.º 6 a) (0,25V)

OU

b. H2 – se considerarem não sujeito passivo – Há IVA português – artigo 6.º, n.º 6, b)


(0,15V)
i. Taxa de IVA – artigo 18.º - 23% (0,05V)
ii. IVA liquidado => € 5.000 * 23% = €1.150 (0,05V)

b) Adquiriu 1000 estátuas em madeira de pau preto, a um fornecedor brasileiro, no valor total
de € 12.000, para vender na sua loja do Porto;

• Sujeito a IVA português – Artigo 1.º, n.º1, b) + artigo 5.º (0,20V)


• Sujeito passivo – quem adquire – artigo 2.º, n.º 1, b) (0,15V)
• Direito à dedução – Artigo 19.º + 20.º - se praticar operações tributáveis (0,15V)

c) A empresa “Bem me quer” ofereceu aos seus clientes uma agenda com o respetivo
logótipo, sendo o custo de aquisição de cada uma de €45,00 (IVA incluído).

• Transmissão de bens – Artigo 1.º, n.º1, b) + artigo 3.º, n.º 3, f) (0,25V)


• Mas não está sujeito a IVA porque preço unitário inferior a €50 – artigo 3.º, n.º 7 (0,25V)

Descarregado por Feliz Mauricio (felizmauricio@gmail.com)

Você também pode gostar