Você está na página 1de 22

lOMoARcPSD|5101171

Resumos de Fiscal sobre o IRS

Direito Fiscal (Universidade Catolica Portuguesa)

A StuDocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade


Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)
lOMoARcPSD|5101171

Seminário IRS
Prof. Tomás Tavares
Mestrado em Direito Fiscal
Ano Letivo: 2018/2019

Francisca Vilhena Loio


Nº 340114065

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

Incidência Subjetiva
 Pessoas singulares
 É um imposto sobre o rendimento das pessoas singulares que está organizado em categorias
 Art.13º CIRS – distingue residentes e não residentes

Residentes
 Art.13º/1 CIRS
 Art.15º/1 CIRS
 Nos residentes fiscais em PT, o IRS incide sobre a totalidade dos seus rendimentos, quer sejam
auferidos em PT ou em qualquer parte do mundo (= incidência global  world wide income)
 Neste caso, o elemento de conexão é a residência
 Art.16º:
o a) são residentes fiscais as pessoas que tenham vivido em PT mais do que 6 meses (quer
sejam seguidos ou somados) e, portanto, estes são tributados pelo world wide income
o b) aqueles que estão menos de 6 meses em PT, mas que têm uma casa (comprada ou
alugada) que faz supor que é a residência habitual

Não residentes
 15º/2 CIRS
 Os não residentes são tributados em PT, apenas, em relação aos rendimentos considerados obtidos
em Portugal
 Neste caso, o elemento de conexão é a localização do rendimento
 Caso jurisprudencial:
1. Emigrante em França, mas tem a sua casa na terrinha em PT. O emigrante só vem a PT
nas férias de Verão  de acordo com o primeiro critério (16º/a) ele não é considerado
residente, será que pode ser considerado residente através do segundo critério?
A jurisprudência entendeu que, de facto, existe uma intenção de manter essa residência
como a residência habitual, mas essa intenção não era atual, portanto, neste momento
apenas queriam a casa como casa de férias  A intenção de manter como residência
habitual tem de ser uma intenção atual (portanto, não é considerado residente)
2. Casos de emigração recente devido à crise económica – casais em que o marido vai
trabalhar para fora e a mulher e os filhos ficam em PT. Questão: o marido que foi
trabalhar para a Suíça, é residente fiscal em PT? Neste caso, de acordo com o art.16º/5 a
residência fiscal é aferida em relação a cada sujeito passivo do agregado, ou seja, não se
pode contar o facto de a família estar em PT e, excluindo esse facto, então o marido não
tem em PT a intenção de manter a residência atual, logo, não pode ser considerado
como residente em PT
 Ex: Pessoa solteira, sem filhos está 200 dias em PT, portanto, é considerado residente fiscal em PT
(16º/1 a), mas também trabalha em ES, tem lá casa e rendimentos. Considerando que a Lei ESP é
idêntica à Lei PT, pode acontecer que, perante a lei interna seja considerado residente fiscal em PT e,
de acordo com a lei interna ESP seja considerado residente fiscal em ES  fenómeno da dupla
tributação (casos em que são considerados residentes fiscais de acordo com a lei interna de cada
país)

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

o Nota: a dupla tributação não é ilegal nem inconstitucional, é o funcionamento normal da


soberania de todos os Estados e, por isso, existem as Convenções de Dupla Tributação para
tentar minimizar este problema
 As convenções de dupla tributação são tratados internacionais que PT e outros
Estados celebram para evitar ou eliminar a dupla tributação  Convenção modelo
OCDE
 Art.4º da Convenção elimina a dupla tributação nos casos de residência, ou
seja, para evitar a dupla residência
o Art.4º/2- cria um conjunto de critérios para desempatar e ser
considerado residente fiscal num só país
o Atendendo aos critérios, um dos países vai ter de abdicar da
tributação e não há nada a fazer porque o direito internacional
prevalece sobre a lei interna
 Mas, se não houver convenção de dupla tributação então vai ser tributado
duplamente

Nota: se o legislador diz que um determinado rendimento não é tributado em Portugal, então não vai ser
tributado  a tributação tem de estar previamente taxativa na lei, logo, o que não está na lei não é
tributado

Art.16º/6 IRS - Norma anti-abuso


 Existe para evitar a transferência de residência só para pagar menos impostos
 São consideradas residentes fiscais em PT, as pessoas de nacionalidade portuguesa que deslocalizem
a sua residência para o estrangeiro, para um país de baixa tributação (= offshore), no ano da
mudança e nos 4 anos seguintes
o Exceto: Se provar que a mudança de residência teve razões atendíveis, designadamente o
exercício naquele território de atividade temporária por conta de uma entidade patronal
domiciliada em território português  é uma inversão do ónus da prova (este caso é só para
nacionais PT)

Art.18º IRS- Rendimentos obtidos em território PT


Ex: Professor residente em Espanha e vem a PT dar aulas à Católica – os rendimentos que obtém das aulas
dadas em PT vão ser tributados
Ex: rendimentos de um depósito a prazo num banco PT
 O objeto, as mais valias (esse rendimento) situa-se em PT e, portanto, apesar de residir no estrangeiro
existe esse elemento de conexão em relação a esse objeto e, portanto, vai ser tributado
Ex: Residente fiscal em Inglaterra, mas vende ações da SONAE, o Estado PT vai tributar o que tem conexão
com PT, ou seja, as ações

Forma de tributação dos não residentes


 Os não residentes são sempre tributados a uma taxa fixa (ao contrário dos residentes que são
tributados a uma taxa progressiva com elementos de pessoalidade) e sem elementos de
pessoalização, uma vez que, a tributação não está a olhar para a pessoa, mas sim para o rendimento
 Sempre que possível, construo a tributação de uma forma que o não residente nem tenha que
contactar com o Estado PT

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

o Ex: U2 vem a PT dar um concerto – o Estado PT tem um elemento de conexão, portanto vai
poder tributar  Mas, a tributação vai ser por substituição, ou seja, o organizador vai
recolher o imposto e entregar ao Estado PT (e não os U2)
 É um fenómeno de substituição, é mais fácil de obter a receita e também mais
simples para o sujeito passivo
 Em alguns casos, em razão da natureza dos rendimentos o fenómeno de substituição tributaria não
é possível e tem de ser o não residente a entregar o imposto, o que torna mais difícil para o Estado
PT fazer funcionar o contencioso
o Ex: Caso das mais-valias – um Italiano vende o imóvel PT e tem mais-valias e não há ninguém
para fazer a substituição tributária, pelo que, tem de ser o próprio Italiano a entregar o
imposto, ou seja, tem de ser autodeclarado pelo não residente

Taxas Liberatórias (= Taxa fixa)


 Art.71º IRS
 Ex: O Banco PT tem de tirar 28% do juro, há uma retenção na fonte e entrega o juro liquido ao não
residente e os 28% ao Estado PT. Mas, se o Estado PT não receber o imposto vai chatear e cobrar
coercivamente ao Banco PT e não ao não residente  neste caso, o não residente não aparece na
relação tributária
 Art.71º/4: taxa de 25% para rendimentos obtidos em PT por não residentes

Taxas especiais (= taxa autónoma/ fixa de 28%)


 Art.72º IRS
 a) mais-valias auferidas em PT por não residentes  neste caso, tem de ser o próprio não residente
a pagar o imposto, não há hipótese de substituição

Regime para o não residente e o residente poder ser chamado em caso de incumprimento
 Art.27º LGT
A. Gestores de bens ou direitos de não residentes
 São responsáveis solidariamente (≠ substituto)
 Não depende da iniciativa do próprio, é o fisco que entende se determinada pessoa
é considerada ou não gestor de bens e direitos
 Art.130º IRS
B. Figura do representante fiscal
 Os não residentes que obtenham rendimentos sujeitos a IRS em PT, têm de nomear
um representante (residente) para a comunicação com o fisco português
 O representante não tem obrigações solidárias com o não residente
 O representante declara-se ao fisco
 Art.130º/2: dentro da UE isto não é necessário

Residente não habitual


 Art.16º/8 IRS
 O residente não habitual é um residente fiscal em PT, isto é, preenche o art.16º IRS

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

 Quem, não tenha residido fiscalmente em PT nos últimos 5 anos, quer seja nacional PT ou não, e
venha residir fiscalmente em PT, tem um grande beneficio fiscal durante 10 anos
 Art.16º/9 IRS
 Regime de tributação: art.81º/4 e ss IRS
o Para os rendimentos obtidos no estrangeiro, PT não vai tributar porque se tributar os
rendimentos estrangeiros as pessoas não vêm para PT e, portanto, PT criou uma isenção de
tributação dos rendimentos de fonte estrangeira durante 10 anos (se o Estado PT não fizesse
isto, os estrangeiros não vinham)
o Ex: Funcionário Suíço da Google vem para PT e obtém rendimentos estrangeiros da Google
 o Estado PT não tributa esses rendimentos estrangeiros
o Art.81º/5 e 81º/6: os residentes não habituais que obtenham rendimentos destas
categorias no estrangeiro, não vão ser tributados em relação a elas porque o Estado PT
abdica da sua tributação
o Art.72º/6: residentes não habituais que obtém rendimentos da fonte PT  caso de pessoas
não residentes que vêm trabalhar para PT em profissões importantes/relevantes para o
Estado PT  são tributados à taxa de 20%
 Ex: Professor não residente vem residir para PT dar aulas muito importantes
 Ex: Arquitetos; Diretor Financeiro, etc.

Regime dos Residentes fiscais em PT


 Art.13º IRS: Pessoa singular; cada pessoa individualmente
 Questão: tributação individual ou conjunta?
o 13º/2: quando exista agregado familiar o imposto é apurado individualmente, cada um por
si
 No entanto, podem optar pela tributação conjunta (= uma só declaração)
o 13º/3 e 13º/4: para o caso de declaração conjunta
 Nota: antigamente os casais eram sempre tributados conjuntamente

Incidência objetiva
 O IRS é o único imposto de rendimento e o seu objetivo é tributar todo e qualquer rendimento das
pessoas singulares, que seja auferido em PT ou em qualquer parte do mundo  o IRS é um imposto
único
 O IRS é um imposto anual
 Hoje em dia, tudo é levado a tributação, mas não significa que tudo seja tributado da mesma
maneira
 MAS: há situações excecionais em que o legislador opta por não tributar certas realidades, quer-se
tributar o rendimento quando ele “está colado ao dinheiro”  associa-se ao pagamento ou quase
pagamento
o Ex: trabalho como professor na católica, eu só vou ser tributado quando receber o
pagamento  associa-se ao pagamento ou quase-pagamento

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

o Ex: comprei uma casa por 10 e hoje vale 100  só quando vender a casa é que vou ser
tributado, enquanto não vender apesar de estar mais rico (porque a casa vale mais),não vou
ser tributado
 Art.1º IRS: o IRS quer tributar todos os rendimentos, mesmo que sejam ilícitos
o Ex: se alguém ganha um rendimento por vender droga, o Estado pode apreender a droga e
tributar essa pessoa pelo rendimento que obteve na venda da droga
 Art.23º e 24º IRS: Situações em que há um rendimento não em dinheiro (ex: patrão oferece um
carro)  no entanto, o facto de pagar em espécie em vez de dinheiro não exclui a tributação  tem
de ser transformar num valor monetário
 O rendimento noutra moeda também é tributado, fazendo-se uma conversão
 Por regra, todos os rendimentos são tributados, mas têm uma forma distinta de tributação
 Rendimentos de trabalho e pensões  são tributados a uma taxa progressiva com
englobamento (0% a 50%) – art.104º CRP
 Rendimentos de capital (lucros/juros/dividendos) têm outra forma de tributação 
em principio, são tributados sem englobamento a uma taxa fixa inferior ao patamar
máximo do englobamento (+/- 28%)
 Nota: Esta taxa é mais baixa por razoes tributárias porque, os trabalhadores
em principio, não se deslocalizam se houver muito imposto, enquanto que,
se aumentar a tributação de juros, o investidor muda-se e desaparece o
capital e a tributação (porque passo a ser não residente e, portanto, já não
vou poder tributar)  além disso, do ponto de vista económico para haver
trabalho tem de haver capital

Taxas
 Progressivas – aumenta a base fiscal /matéria coletável  aumenta a taxa
 Proporcional ou fixa- aumenta a base fiscal/ matéria coletável  a taxa é igual
 O IRS globalmente tem de ser progressivo, mas admite-se que haja momentos em que é proporcional ou
fixo

Esquema estrutura código:


 Art.1º-12º: incidência real – define as várias categorias de cada rendimento
 Art.13-21º: incidência subjetiva ou pessoal - sujeito passivo
 Art.22º-56º: explica melhor o art.1º ao 12º, refere-se ao rendimento liquido, ou seja, ao rendimento
depois das deduções
 Art.57º: como se declaram os rendimentos
 Art.68º: taxa progressiva
 Art.71º e 72º: taxa fixa
 Art.75º e ss: deduções personalizantes

 Apura-se o rendimento liquido de cada categoria (25º-55º) – só se leva à tributação o rendimento


liquido

Englobamento e não englobamento:

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

Englobamento: o englobamento está associado a uma taxa progressiva (art.68º)


o Categoria A
o Categoria B
o Categoria H
 Art.22º IRS
 O rendimento coletável do IRS é o que resulta do englobamento dos rendimentos das várias
categorias depois de feitas as deduções e abatimentos
 O rendimento liquido é englobado

Não englobados:
Regra: taxa fixa (72º) ou liberatória (71º)  art.22º/3 IRS
o Categoria E
o Categoria F
o Categoria G
 Os rendimentos dos art.71º e 72º são rendimentos de não residentes, exceto nos casos em que os
sujeitos passivos optam pelo englobamento
 A taxa fixa pode ser englobada por opção do sujeito passivo, mas os rendimentos englobados não
podem optar por uma taxa fixa
 Nota: quando o sujeito passivo exerça a opção do englobamento então vai ser tudo englobado
dentro da mesma categoria (ou engloba tudo ou não engloba nada) – art.22º/5
Taxa liberatória- art.71º IRS
 Estão sujeitos a retenção na fonte (= substituição total), a titulo definitivo a uma taxa liberatória
 não vão ser levados à declaração
o Ex: depósito a prazo com taxa de juro a 10%. Vou receber 100 000€ (rendimento). O
banco tem a obrigação legal de, em vez de me entregar 100 000€, reter na fonte
28% (=28 000€) e entregar-me o remanescente  portanto, o banco substitui-se a
mim e entrega os 28% ao Estado e a mim o remanescente  a relação fiscal
extingue-se
 É uma obrigação legal – o 3º vai-se substituir ao contribuinte
 Vantagem: simplicidade – transformo a relação de 1 000 000 e depositantes em 10 bancos  se
houver algum problema é o banco que o Estado vai chatear
Taxa fixa – art.72º IRS
 = taxas especiais ou autónomas (há deduções)
 Caso em que um determinado rendimento tem taxa fixa, mas essa taxa não está inserida numa
relação de substituição fiscal como a taxa liberatória
 Não há um 3º que paga a taxa por mim, eu é que a declaro
o Ex: vendi ações por 100 000 e tenho mais valias de 50 000. Eu é que tenho de declarar,
ninguém me vai substituir, e escolho se quero uma taxa fixa ou se opto pelo
englobamento
 Portanto, todos os rendimentos sujeitos a uma taxa fixa podem ser englobados por opção do
sujeito passivo – 72º/8

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

 Depois de aplicar a taxa fixa e progressiva tenho as deduções personalizantes/ deduções à coleta 
art.78º
o As deduções têm a ver com razões pessoais; controlo cruzado e benefícios fiscais – olhar
para a situação pessoal do sujeito passivo
 Depois das deduções à coleta tenho de atender aos pagamentos antecipados do imposto
o Pagamentos antecipados do imposto: deduz-se o que já foi pago ou, caso se verifique, o
reembolso
 Pagamento por conta: Rendimentos da categoria B (art.99º a 102º)
 Retenção na fonte: Casos de substituição parcial
 Ex: a católica deduz o imposto quando paga o salário ao professor

Taxas progressivas – art.70º CRP


 Art.68º IRS: tabela
o Ex: se o rendimento englobado for superior a 80 000, então tem uma taxa de 48%
 Art.68º/2:
o Quando o rendimento liquido é superior ao 1º patamar/escalão é dividido em 2 partes
o Ex: rendimentos líquidos englobados = 30 000€. Os 30 000€ cabem totalmente no escalão
que vai até 25 000€, então aqui aplica-se a taxa da coluna B (24, 967), portanto:
 25 000 x 24,967% = 6241,75
o Quanto ao remanescente, aplica-se a coluna A do escalão imediatamente superior, ou seja,
remanescente = 5 000€ x 37% = 1850
o Portanto:
 Onde cabe legalmente, aplico a coluna B (multiplico). Quanto ao remanescente,
passo para o escalão imediatamente a seguir e aplico a coluna A (multiplico)

Pagamento por conta


 ≠ retenção na fonte (art.71º)
 A lei fiscal criou um mecanismo, não só no IRS por ser mais fácil a arrecadação de receita, por ser
mais periódico, de modo a que o próprio sujeito passivo nem dê conta
o Portanto, cria-se a retenção na fonte:
 Um 3º vai substituir-se ao sujeito passivo, de modo a reter uma parte do
rendimento para entregar ao Estado em substituição ou por conta do sujeito
passivo  imposição legal
 Caso dos salários que a entidade patronal paga aos trabalhadores
 Caso do banco (rendimentos de capital)

Retenção na fonte
 Retenção na fonte em substituição total: taxa liberatória  banco
o Caso dos juros no depósito a prazo  o banco entrega e extingue-se a relação fiscal
 Retenção na fonte em substituição parcial ou tripartição da relação tributária: retenção na fonte
como pagamento por conta

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

o Entidade patronal – caso do 3º que, por imposição legal, retém na fonte para entregar ao
Estado  este rendimento não está sujeito a taxa liberatória, mas sim ao englobamento

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

Responsabilidade caso haja uma incorreção na retenção na fonte – quando não há retenção ou não há
entrega
i. Caso em que o Banco ou a Católica retém na fonte, mas não entrega ao Estado
 Neste caso, o único responsável é o Banco – art.28º/1 LGT
ii. Caso em que o Banco/ Católica não retém e paga o bruto
 No caso da Católica, o responsável originário é o sujeito X e a Católica é o
responsável subsidiário pelos juros – 28º/2 LGT
 Segue esta lógica porque como é o sujeito passivo quem tem o
dinheiro no bolso, é ele quem tem de pagar
 No caso do Banco, quando este paga o bruto, é o Banco que vai ser o
responsável originário e o substituído é o responsável subsidiário. Se o banco
pagar depois pode exigir civilmente o dinheiro através do direito de regresso –
28º/3 LGT

Categorias do IRS
 Categoria A: trabalho dependente
 Categoria B: rendimentos empresariais e profissionais
 Categoria E: rendimentos de capitais
 Categoria F: Rendimentos prediais
 Categoria G: mais valias e incrementos patrimoniais
 Categoria H: pensões

Categoria A – Trabalho por conta de outrem/ trabalho dependente


 Art.2º IRS
 Trabalho por conta de outrem (= assalariados)  está associado a um contrato de trabalho
 Art.2º/1:
a) assalariados
b) falsos recibos verdes  casos em que a pessoa, apesar de passar recibos verdes é
realmente um trabalhador por conta de outrem e é assalariado
c) funcionários públicos
d) situações de pré-reforma, pré-aposentação ou reserva  por acordo laboral entre patrão
e trabalhador, o patrão paga ao trabalhador uma quantia para este não trabalhar ou
trabalhar menos
 Art.2º/3: extensão dos rendimentos da Categoria A, havendo uma relação com o contrato de
trabalho, então são considerados rendimentos pertencentes à Categoria A
 O artigo 2º tem uma incidência tao ampla para que não se façam acordos estranhos entre o
empregador e o trabalhador de modo a que possam fugir à tributação  portanto, tudo o que seja
retribuição é tributado, independentemente da designação que seja dada para a remuneração
 Art.2º/4 a): administrador, gerente, ou gestor publico  quando cessam os contratos de trabalho, a
indemnização por rescisão é tributada na sua totalidade
 Art.2º/4 b): restantes trabalhadores  a indemnização por rescisão é tributada em relação à parte
que excede o valor do salario médio (12 meses x anos de fração de antiguidade)

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

o Ex: um trabalhador cujo valor médio das remunerações são 20 000€ e recebe uma
indemnização de rescisão de 30 000€  vai ser tributado em relação aos 10 000€
excedentes
 Exceção: casos em que a indemnização é tributada na sua totalidade (normas anti
abuso)  casos em que dá a criação de uma relação laboral com a mesma entidade,
nos 24 meses seguintes
 Art.2º/10: definição entidade patronal  é aquela que paga ou coloca à
disposição remunerações que constituem rendimentos de trabalho
dependente  são equiparadas a qualquer outra entidade que esteja em
relação de grupo com ela
o Ex: alguém deixa de trabalhar no continente e passa a trabalhar na
worten  ambas as entidades pertencem à SONAE
 Art.2º/5: se o patrão anterior tiver uma relação de agregado familiar com o patrão posterior, a
indemnização é toda tributada
o Exceto: se receber menos 50% do que recebia antes
 Art.2º/6: os salários e os subsídios de férias são sempre tributados na sua totalidade
 Art.2º/7: só posso beneficiar do regime das exceções de não tributação a cada 5 anos, ou seja, vai
ser tributado pela totalidade quando o sujeito passivo tenha beneficiado nos últimos 5 anos da não
tributação total ou parcial prevista no 2º/4
 Art.2º/10: conceito de entidade patronal
o A entidade que pague ou coloque à disposição remunerações que, nos termos do artigo
constituam rendimentos de trabalho dependente, ou, qualquer entidade que com ela esteja
em relação de grupo, domínio ou simples participação, independentemente da respetiva
localização geográfica
 Art.2-A IRS: delimitação negativa dos rendimentos da Categoria A  não há tributação:
o Sobre o ponto de vista fiscal, estes rendimentos não vão ser tributados
 Ex: passe social para os trabalhadores, desde que tenha carater geral (seja dado a
todos os trabalhadores) não vai ser tributado
 Art.74º: os salários em atraso não são tributados, o imposto só vai existir quando forem pagos
Momento temporal relevante:
 É o momento em que as remunerações são pagas ou colocadas à disposição
 Colocados à disposição: acontece num momento temporal anterior ao pagamento
 o empregador fez tudo o que estava ao seu alcance para que o trabalhador possa
ir buscar o seu salário – apenas depende de um ato material do trabalhador
o Ex: empregador diz que os trabalhadores já podem ir à secretaria
buscar os seus salários
o Ex: empresa coloca o envelope com o salário à disposição do
trabalhador, mas este não o vai buscar – vai ser tributado
Deduções – art.25º IRS
 Depois de sabermos qual é o rendimento bruto, vamos deduzir os encargos que as pessoas coletivas
suportam no exercício da sua atividade
 Os trabalhadores por conta de outrem não têm encargos diretos e específicos por conta do exercício
da sua profissão

10

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

o Mas, os trabalhadores podem ter despesas para melhor exercer o seu trabalho  despesas
de deslocação ou formação profissional
 Ex: trabalhador para ter um CV melhor faz o curso, o patrão não lhe paga o curso,
mas o trabalhador faz na mesma e paga ele próprio
 Rendimento bruto do ano (-) as deduções especificas da categoria = rendimento liquido
a) deduz-se 4104€ por cabeça
b) quotizações sindicais

Categoria B – Rendimentos empresariais e profissionais


 Art.3º IRS – regra de incidência  empresários em nome individual
 Estamos perante atividades em que as pessoas assumem um risco
 Art.3º/1:
a) atividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária (noção – art.4º)
b) rendimentos auferidos por conta própria – pessoas singulares que exercem por conta
própria uma atividade de prestação de serviços (recibos verdes)
Ex: advogado; arquiteto; economista; consultor
Nota: Mas, se o arquiteto é funcionário da Mota Engil então estamos
perante rendimentos da Categoria A
c) rendimentos de propriedade intelectual ou industrial
Ex: direitos de autor
 Art.28º/8: Se os rendimentos, por exemplo, de um advogado por conta própria, forem prestados a
uma única entidade, vai-se considerar que ele trabalha por conta própria, mas tem a possibilidade
de optar pela tributação de acordo com as regras da Categoria A
o Ex: Apenas prestou serviços a 1 cliente naquele ano
 Art.3º/2: Rendimentos por atração = rendimentos que, aparentemente deviam figurar noutra
categoria, mas como são obtidos por um profissional liberal, atraem-se a esta categoria
o Ex: Arquiteto tem um escritório muito grande e arrenda uma sala a outro arquiteto 
apesar de ser formalmente uma renda predial como é obtido numa atividade empresarial,
não vai ser considerado da Categoria F, mas sim da Categoria B  casos de rendas obtidas
no exercício da atividade profissional – 3º/2 a)
o Ex: juro bancário derivado de um depósito a prazo devido à atividade profissional –
Categoria B – 3º/2 b)
Momento temporal relevante:
 Art.3º/6 IRS
 Os rendimentos da Categoria B ficam sujeitos a tributação no momento:
o Para quem tem contabilidade organizada  no momento disposto no art.18º IRC
 Momento económico
o Para quem não tem contabilidade organizada  quando tem de se emitir fatura para efeitos
de IVA; ou, se não há obrigação de emitir fatura então é desde o momento do pagamento
ou colocação à disposição
 Com emissão de fatura – momento económico
 Sem emissão de fatura – momento financeiro
 Art.28º IRS

11

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

o Contabilidade organizada – quem, tenha tido no ano anterior mais do que 200 000€  28º/
1 a) IRS
o Regime simplificado – quem, no ano anterior, tenha tido rendimento bruto menor do que
200 000€ - 28º/1 b) IRS
 MAS: nestes casos em que o rendimento bruto é inferior a 200 000€, pode-se
escolher entre regime simplificado ou contabilidade organizada – 28º/3
o Art.28º/6:
 A aplicação do regime simplificado cessa se, o montante dos 200 000€ for
ultrapassado 2 anos consecutivos, OU, seja ultrapassado apenas uma vez, mas num
montante superior a 25% (= 250 000€)
 Quando tal se verifica, significa que, no ano seguinte, vai passar para o
regime de contabilidade organizada

Deduções no regime da contabilidade organizada


 Art.32º IRS
 Faz-se uma remissão para as regras estabelecidas no IRC, tudo o que puder ser deduzido em regras
de IRC então também vai poder ser deduzido no IRS, com exceção do previsto no art.33º

Deduções no regime simplificado


 Art.31º IRS
 A dedução que se pode fazer é percentual e taxativa na lei, independentemente de ter tido muitas
ou poucas despesas
o Ex: advogado no regime simplificado com um rendimento bruto de 100 000€. Aplica-se o
31º/1 b) e, portanto, temos uma dedução de 25%  100 000 x 0,75 = 75 000€ (rendimento
liquido)
 Art.31º/13:
o Refere que, para o caso do 31º/1 b), para que se possa deduzir 25% (ex. caso dos
advogados), em relação a 10% não será necessário apresentar fatura, mas em relação aos
outros 15% tem de se apresentar fatura
 Não tendo fatura, apenas posso deduzir 10%
 Nota: quem tem rendimentos da Categoria B e não tem despesas, representa um
aumento de IRS porque só pode deduzir 10% sem fatura, em vez de 25%
o Para o caso do 31º/1 c), pode deduzir-se 50% sem fatura e 15% com fatura
 Não tendo fatura, apenas posso deduzir 50%
 Art.31º/14: FALTA
 Nota: se eu tenho muitas despesas, então opto pela contabilidade organizada porque vai pagar
menos imposto. Se eu tenho poucas despesas então é mais vantajoso optar pelo regime simplificado
porque vai sempre poder deduzir 10% sem fatura
o Na contabilidade organizada eu posso ter prejuízo (= rendimento negativo) e, se optar nesse
mesmo ano pelo regime simplificado não vou poder deduzir essas despesas todas e,
portanto, de acordo com o regime simplificado, o rendimento liquido vai ser positivo e não
negativo

12

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

Categoria E – Rendimentos de capitais


 Art.5º IRS
 Rendimentos de capitais ≠ mais valias
 Teoria da árvore dos frutos: podemos ter 2 tipos de rendimentos
o Rendimento periódico (fruto/ maçã) – não afeta o bem  Categoria E + Imóveis da
Categoria F (rendimentos de capital)
 Ex: rendas do imóvel
o Rendimentos ocasionais que afetem a raiz do bem – o abate e a venda da árvore  mais
valia (inclui os ativos financeiros e ativos imobiliários)
 Ex: venda do imóvel (mais valias)
 Art.5º IRS: Frutos e vantagens económicas mobiliárias (têm natureza financeira)
 Art.5º/2 IRS: exemplos – temos 3 categorias:
 Juros (remuneração periódica do dinheiro)
 Lucros (remuneração periódica das ações, obrigações, quotas)
 Outros rendimentos de capitais (swaps)
 NOTA: se tiver algum juro que não se encontre em nenhuma destas alíneas, ele vai ser tributado na
mesma porque o art.5º/2 diz “designadamente” e, ainda, a alínea p) refere “quaisquer outros
rendimentos derivados da simples aplicação de capitais
Momento temporal relevante:
 Art.7º IRS
o No momento em que se vence
o No momento em que se presume o vencimento
o São colocados à disposição
o São liquidados
o Desde a data do apuramento do respetivo quantitativo
 Art.7º/3:
o Indica qual o momento temporal das alíneas do nº5 IRS, de acordo com o tipo de
rendimentos
 Em principio, é no momento em que se estipula o prazo

Deduções:
 Os juros não têm deduções
o Rendimento bruto = rendimento líquido
 Deste modo, vão ser tributados a uma taxa liberatória
 Art.40º-A IRS – dupla tributação económica
o Só para os lucros
 Ex: A (pessoa singular) tem 100% do capital de uma empresa – a empresa gera 1
milhão €/ lucro, mas vai ser tributado em IRC por exemplo, a uma taxa de 30% = 300
000€, portanto, só ficam 700 000€ de lucros distribuídos
o Os lucros devidos de pessoas coletivas sujeitas a IRC, no caso de opção por englobamento,
são considerados em apenas 50%  a pessoa singular escolhe:
 Opção por englobamento – tributação 50%
 Ex: nos 750 000€ levo apenas 350 000€ a englobamento
 Opção por taxa liberatória 28% sob 100% do rendimento  art.71º/1 a)

13

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

 Quanto aos juros, podem ser tributados de 2 formas:


o A uma taxa liberatória de 28% - art.71º/1 a)
OU
o Englobamento sob 100% do rendimento – 71º/6
 É o titular dos rendimentos de capitais quem escolhe se quer ser tributado por englobamento ou a
uma taxa liberatória
 Nota: quer para o sujeito ativo, quer para o sujeito passivo, a taxa liberatória é bastante mais
simples
o Ex: o Banco substitui-se, retém o dinheiro e entrega ao Estado  substituição total
 Quando opto pela taxa liberatória nem sequer tenho de preencher e declarar estes
rendimentos no IRS porque “já estão pagos”, através da substituição total

Categoria F – rendas de imóveis


 Art.8º IRS
 Qualquer tipo de renda de prédios rústicos, urbanos e mistos, pagas ou colocadas à disposição
 Quem tem rendas pode optar pela tributação segundo a Categoria F ou a Categoria B  mesmo que
não tenha nada a ver com a atividade profissional, seguindo todo o regime da tributação que
escolheu
o Portanto:
 Regra: Categoria F
 Opção: Categoria B
 Art.8º/2: explica o que são rendas
o Nº 3 e nº4 – vem estender o conceito
Momento temporal
 Pago ou colocado à disposição
Deduções
 Art.41º IRS
 Deduzem-se todos os gastos efetivamente suportados e pagos pelo sujeito passivo para obter ou
garantir tais rendimentos
o Ex: se fiz obras vou poder deduzir esse gasto
 Exceto:
o Gastos de natureza financeira
o Depreciações
o Eletrodomésticos e artigos de conforto ou decoração
 Nota: se tivesse optado pela tributação segundo a categoria B podia deduzir estas exceções
 Art.41º/7: podem ainda ser deduzidos os gastos suportados e pagos nos 24 meses anteriores ao
início do arrendamento relativo a obras de conservação e manutenção do prédio

Categoria G – Incrementos patrimoniais e mais valias


 Art.9º e 10º IRS
 O legislador só quis tributar algumas mais valias em sede de IRS
o Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imoveis
o Alienação onerosa de partes sociais e de outros valores mobiliários

14

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

 Ex: uma venda de um relógio de coleção ou de um quadro valioso não vai ser tributada porque o
legislador não quis tributar
 Mais valias tributadas em IRS:
o Mais valias imobiliárias – 10º/1 a)
o Mais valias de valores mobiliários – 10º/1 b)
 Só sou tributado pela venda, pelo valor de realização (= valor da venda), até à venda, apenas tenho
uma mais valia potencial/uma expectativa
 Tributação da casa de morada de família – 10º/5 IRS
o Não se pode tributar as mais valias decorrentes da venda da casa de morada de família, se
houver uma logica de substituição, isto é, se vender e reinvestir na compra de um outro
imóvel que passe a ser a casa de morada de família (gastando todo o dinheiro da venda da
casa anterior)  não sou tributado
 Para isso, tenho de reinvestir nos 2 anos antes ou nos 3 anos a seguir  estamos
perante uma isenção com uma condição
 Se, reinvestir numa casa com um valor inferior ao da venda, então apenas
sou tributado na proporção
 NOTA: se estivermos perante uma doação (ex. herança) não entra no IRS
Momento temporal
 Regra: no momento da alienação onerosa
Deduções:
 Art.42º, 43º e ss IRS
 Art.43º:
o Tributa-se o saldo apurado entre as mais-valias e menos-valias realizadas no mesmo ano
o Ora, quanto ao saldo de mais e menos valias respeitantes a imóveis, para residentes, apenas
é considerado em 50% do seu valor
o O saldo relativo a mais valias mobiliarias, é igualmente apurado em 50% para o caso das
micro e pequenas empresas
o No caso de valores mobiliários que não sejam micro e pequenas empresas então a
tributação é de 100%
 Art.44º: valor de realização = preço da venda
 Art.45º: aquisição a titulo gratuito  valor de aquisição para efeitos de IRS = valor base pago no
imposto de selo
 Art.46º
 Art.48º
 Art.50º: desvalorização do dinheiro com o tempo
 Ex: vender imóvel em 2018 por 110 000 e ter comprado por 100 000 em 2017 ≠
vende imóvel em 2018 por 110 000, mas ter comprado por 100 000 em 1977
o É necessário fazer uma correção monetária do custo de aquisição
o Se tiverem decorrido mais de 2 anos então tenho de multiplicar o custo de aquisição pelo
coeficiente de desvalorização da moeda
 Art.51º: despesas e encargos
o 51º/1 a): ex. tenho um imóvel que comprei por 100 000 e vendi por 1 000 000, mas fiz obras
de 600 000, então vou deduzir os 600 000  obras de valorização nos últimos 12 anos
o 51º/1 b): despesas de comissão da agência imobiliária

15

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

Portanto (esquema):

Mais-valias imobiliárias  tributação: 50% saldo


Saldo Micro e pequenas empresas  50% saldo
=+e- Mais-valias mobiliárias
valias Médias e grandes empresas  100% saldo

Categoria H- Rendimentos de pensões


 Remuneração por trabalho anteriormente efetuado = pensões
 Art.11º: definição de pensão
Momento temporal
 Pago ou colocado à disposição – 11º/3
Deduções
 Art.53º IRS
 53º/1: dedução 4104€
o Ex: se ganha 3 000€ de pensão, deduz-se e, como é inferior aos 4104€ da dedução, não vai
pagar IRS

 Depois de apurado o rendimento liquido de todas as categorias:

Taxa progressiva – art.22º  Cat. A; B e H


Declaração de IRS  englobamento
Taxa fixa – art.72º  Cat. F; G (valores mobiliários)
Não há declaração  taxa liberatória – art.71º  Cat. E

Nota: Os rendimentos da Cat. E, F e G podem ser englobados por opção do sujeito passivo ´
 Na Categoria e nunca há necessidade de declarar, a relação tributaria extinguiu-se  simplificação
total
o O código do IRS deseja que as pessoas optem pela não declaração de IRS através da substituição
total, mas por questões de salvaguardar inconstitucionalidade, dá a opção do sujeito passivo
escolher pelo englobamento  104º CRP
Art.22º IRS – Englobamento
 A lei impõe que os rendimentos de trabalho (Categoria A; B e H) sejam declarados no IRS e
englobados
o Os rendimentos da Categoria A; B e H são englobados por imposição legal
o Vão ser tributados a uma taxa progressiva  art.68º IRS
o Art.68º-A: taxa adicional de solidariedade

16

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

 22º/3: não são englobados para efeitos de tributação, os rendimentos auferidos no art.71º e 72º
(Categoria E; F e G), sem prejuízo de poderem optar pelo englobamento  rendimentos não de
trabalho, em principio são tributados não por englobamento, mas a uma taxa fixa
o art.71º IRS: Categoria E  taxa liberatória retenção na fonte de 28%  termina a relação fiscal
o art.72º IRS: Categoria F e G (valores mobiliários)  taxa fixa/ especial autónoma de 28% 
termina a relação fiscal

Não declaração de IRS


 art.71º IRS – Rendimentos da Categoria E
o Taxa liberatória, retenção na fonte a titulo definitivo  28%
 Aqui não tenho de declarar porque nesta categoria não há deduções, o rendimento bruto =
rendimento liquido
 Termina a relação fiscal

Deduções personalizantes – art.78º IRS (deduções à coleta)


 Depois de apurar a taxa a aplicar ao englobamento o valor do imposto a pagar, temos deduções
personalizantes
o O IRS é o imposto mais justo porque olha pessoa a pessoa, é o único imposto que consegue
atender à pessoa e ao seu agregado
 Quanto maior é o rendimento, menor são as deduções  lógica de progressividade
 Principio da tipicidade: só se aceita as deduções que estão tipificadas na lei e na maneira e valor que
está imposta na lei
o Há um limite máximo de deduções
 78º-A, B, C e D: explicita cada uma das deduções
o Estas despesas, a sua generis eram deduções personalizantes, ou seja, encargos suportados
por uma pessoa singular que diminuem objetivamente o rendimento  situações de
empobrecimento da pessoa
o Hoje, há um fenómeno em que se aceita certas deduções à coleta em que o racional é que a
pessoa singular diminui o IRS porque pede fatura e, portanto, serve de controlo à
contraparte, a empresa vai ter de declarar  neste caso, o contribuinte serve de controlo
fiscal de modo a evitar a evasão fiscal – art.78º-F
 Art.90º e ss: questões processuais

 Art.97º e ss: como é que se paga o imposto


o Ao valor de imposto que vou pagar, depois de todas as deduções (incluindo as
personalizantes), eu vou deduzir as retenções na fonte e os pagamentos por conta (Cat.B –
102º) valor entregue antecipadamente por minha conta  isto pode dar um valor em que
o Estado tenha de restituir
Mais valias mobiliárias
 Art.43º/2: é considerado em 50% do valor e, depois é englobado obrigatoriamente
 Nota: quando não se diz nada então é englobado

Dedução de perdas

17

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

 Rendimento liquido de cada categoria pode ser negativo  Categoria B, F e G


o Ex: na Categoria B, sou advogado, posso deduzir todas as minhas despesas efetivas, mas este
valor pode dar negativo
o Nota: na Categoria A, E e H nunca pode dar negativo
 Este instituto existe para que haja justiça, uma vez que, o IRS quer tributar o rendimento real e não
o rendimento aparente
 Art.55º IRS: o que acontece ao rendimento liquido negativo de determinada categoria
 Não há comunicação entre categorias, isto é, o resultado liquido negativo apurado em qualquer
categoria, só é dedutível aos resultados líquidos positivos da mesma categoria
o Em todas as alíneas diz que o resultado negativo pode ser deduzido aos resultados positivos nos
6 anos seguintes, dentro da mesma categoria
 Estamos perante um resultado aparente, ou seja, aparentemente parece ser positivo,
mas vamos ter de descontar as perdas/prejuízos que se tem para trás

 Art.55º/1 d): no caso das mais e menos valias de valores mobiliários, se o contribuinte tem um
resultado negativo, só vai obter a bolsa de prejuízos, se optar pelo englobamento. Se optar pelo
englobamento, então a perda perde-se não pode ser reportada
 Art.43º/2

Mínimo de existência
 Art.70º IRS

Nota: Até aqui estivemos a presumir que o contribuinte declara os seus rendimentos de forma voluntária e
cumpre espontaneamente, ou através de um controlo cruzado
 Mas, pode haver situações em que as pessoas não declaram e não são apanhadas ou, em que a AT
tem grande dificuldade em detetar as situações
o Ex: dou aulas caríssimas à católica espanhola e, em principio a católica de Espanha não
declara ao fisco PT
o Ex: faço um negócio em que peço para não declarar (ex. rendas)
Manifestações de fortuna – art.9º/1 d) IRS
 Será que o fisco tem que investigar e apurar detalhadamente aquilo que não tributou quando o
contribuinte não declarou, ou será que pode fazer mais ou menos indiretamente?
o Hoje, há uma regra que diz que se o fisco não deteta o rendimento na sua origem, vai poder
detetar no seu consumo ou no seu património  situações de disparidade
 Ex. ganhei 500 000 e não declarei e o fisco não detetou. Mas, comprei um Ferrari 
aqui o fisco percebe que quem tem um rendimento de salário mínimo não pode ter
um Ferrari
 Portanto, o fisco pode perceber que há um rendimento omitido através do
consumo ou património  deteta indiretamente
 O fisco não tem de provar qual foi o rendimento omitido que ele obteve,
basta haver a disparidade, detetando a disparidade então vai poder tributar
 O fisco vai tributar com base numa presunção ilidível  não está a tributar a
realidade, está a tributar uma presunção, ou seja, de um facto conhecido vai

18

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

tributar um facto desconhecido  ex: de um facto conhecido de que tem


um Ferrari, então tem de ter, pelo menos, um rendimento de 80 000
o Esta é a técnica de eleição fiscal no combate para a evasão fiscal
 A lei e a CRP proíbem que hajam presunções absolutas ou inilidíveis em normas de incidência
tributária, o que significa que, se pode ilidir a presunção – art.73º LGT
o Se a pessoa justificar que o rendimento/dinheiro a que corresponde a compra do Ferrari não
corresponde a IRS omitido então fica justificado
 Ex: ganhei a lotaria
 Ex: foi o meu pai que me deu o dinheiro
 Ex: tenho grandes rendimentos sujeitos a taxa liberatória e ganhei muitos
dividendos
 Ex: o Ferrari é em 2º mão e afinal custou 20 000€
o Se a AT reconhece a justificação então não se tributa, mas se não reconhecer então vai
tributar através de uma presunção e uma fórmula matemática
 Art.9º/1 d) IRS remete para a LGT art.87ºe ss LGT
 Art.89º-A: manifestações de fortuna
o Este artigo inicialmente foi criado para existir uma proporção entre determinado tipo de
ativos e um rendimento mínimo em IRS declarado
 Casos previstos na tabela do 89-A:
 Imoveis de valor superior a 250 000€
o Se for um imóvel inferior então não há manifestação de fortuna
 Automóveis de valor superior a 10 000€
 Barcos de valor superior a
 Aviões
o 89º-A/1: só há manifestação de fortuna quando a pessoa não declara IRS e tem ou, quando
existe uma proporção grande entre a manifestação de fortuna e aquilo que declarou em IRS
 ex: imóvel 500 000  o rendimento padrão é 100 000, se declara menos de 30%, ou
seja, menos de 30 000€, então é tributado
o 89º-A/3: está a impor a possibilidade de ilidir a presunção, comprovando que correspondem
à realidade os rendimentos declarados e de que é outra a fonte das manifestações de
fortuna ou do acréscimo de património ou da despesa efetuada
 O legislador criou o 87º/1 f): se alguém tem um acréscimo de património ou de despesa de 100
000€ (de um ano para o outro), então também já estou numa avaliação indireta e, deste modo, já é
mais apertado porque já estamos perante qualquer património que acresça 100 000€  este artigo
é muito mais abrangente porque não há nenhum padrão
o Ex: se eu tenho uma joia de 100 000€ eu não estou na tabela porque não esta incluído, mas
estou perante este artigo; ex. casa 200 000€; viagem 100 000€; quadro de 100 000€
o Mas, pode acontecer que as hipóteses sejam cumulativas porque está na tabela, mas
também cabe neste artigo  neste caso, a lei diz que prevalece o art.87º/1 f) [por remissão
indireta do 89º/3 e 5]
 Ex: comprei um carro de 200 000€  estou na tabela 89-A e neste artigo 
prevalece art.87º/1 f)
Art.72º/11 IRS – diz-nos que, estes acréscimos patrimoniais não justificados são tributados a uma taxa
especial de 60% (é a taxa mais alta do IRS)
 É uma logica de consequência

19

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)


lOMoARcPSD|5101171

20

Descarregado por Joaquim Varandim (felizmauricio@gmail.com)

Você também pode gostar