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ECONOMIA A
Maria João Pais
Maria Manuela Góis
RtVlSAOQENIlUCA
Prof. Doutor Belms o Cil Cabrito
ATUAL E COMPLETO
De acordo com
Aprendizagens Essenciais
Explicação de todos os conteúdos
Teste diagnóstico
com feedback online Imediato
LeYa EDUCAÇAO
ÍNDICE
PARTE 1 - 10 ° Ano Tema 4
Preços e mercados
Introdução 6
4.1 Noção e exemplos de mercados 65
Alguns concertos a relembrar 7 42 O mecanismo de mercado 66
Capacidades estruturantes 14 43 Estrutura dos mercados 73
Esquema-síntese 76
Tema 1
Síntese 77
A atividade económica
e a ciência económica Avaliação 78
Tema 3 Tema 7
A produção de bens e de serviços Utilização dos rendimentos
3.1 Bens - noção e classificação 47 7.1 A utilização dos rendimentos — o consumo
e a poupança 117
32 Produção e processo produtivo.
Setores de atividade económica 48 72 Os destinos da poupança - a importância
do investimento 117
3.3 Fatores produtivos 50
73 O investimento em Portugal e o investimento
3.4 A combinação dos fatores produtivos 53 português no estrangeiro 120
Esquema-síntese 56 74 O financiamento da atividade económica 121
Síntese 57 Esquema-síntese 126
Avaliação 58 Síntese 127
Avaliação 128
PARTE 2-11.° Ano Tema 11
A intervenção do Estado
Tema 8 na economia
Os agentes económicos 11.1 Funções e organização do Estado 189
e o circuito económico 11.2 A intervenção do Estado na atividade
8.1 O circuito económico 137 económica 190
8.2 O equilíbrio entre recursos e empregos 141 11.3 As políticas económicas e sociais do Estado
português 200
Esquema-síntese 142
Esquema-síntese 206
Síntese 143
Síntese 207
Avaliação 144
Avaliação 208
Tema 9
A Contabilidade Nacional Tema 12
A economia portuguesa
9.1 Noção e objetivos da Contabilidade no contexto da União Europeia
Nacional 147
12.1 Noção e formas de integração económica 213
9.2 Conceitos necessários à Contabilidade
Nacional 148 12.2 O processo de integração na Europa 214
9.3 Óticas de cálculo do valor da produção 151 12.3 Desafios da União Europeia na atualidade 220
9.4 Limitações da Contabilidade Nacional 157 12.4 Portugal no contexto da UE 224
9.5 As Contas Nacionais portuguesas 158 Esquema-síntese 228
Esquema-síntese 160 Síntese 229
Síntese 161 Avaliação 230
Avaliação 162
PARTE 3
Tema 10
As relações económicas Provas-modelo de Exame
com o Resto do Mundo Prova-modelo de Exame 1 236
10.1 Necessidade e diversidade de relações Prova-modelo de Exame 2 246
económicas internacionais 167
Prova-modelo de Exame 3 254
10.2 Registo das relações económicas com
Prova-modelo de Exame 4 261
o Resto do Mundo 169
10.3 Políticas comerciais e organização
do comércio mundial 174 PARTE 4
10.4Relações económicas de Portugal com a Glossário 270
União Europeia e com o Resto do Mundo 176
Soluções 279
Esquema-síntese 180
Síntese 181
Avaliação 182
A auladigitaL
Aprender é incrível.
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✓ EXAMES E RESOLUÇÕES
Acesso em www.leyaeducacao.com
PARTE 1
10° Ano
Introdução
Vamos começar por relembrar alguns conceitos Já estudados anteriormente e que serão ne-
cessános para que se possa responder corretamente às questões de exame.
As percentagens (%) e as permllagens (%o) representam uma proporção, ou seja, uma parte
de um todo (um subconjunto do conjunto-universo). As percentagens dizem respeito a um
determinado valor em cada 100 e as permllagens. em cada 1000.
População ativa
Taxa de atividade = x 100
População total
População desempregada
Taxa de desemprego =
População ativa
Número de nascimentos
Taxa de natalidade = ------------------------------------ x 1000
População total
7
Uma percentagem de repartição diz respeito a uma parte relativa a um conjunto (100%) num
determinado momento, por exemplo, as taxas de atividade e de desemprego, que acabámos
de analisar, ou a estrutura setorial do produto interno bruto (PIB), isto é. o peso de cada setor
de atividade no PIB.
Uma percentagem de variação (ou taxa de variação) refere-se á variação de determinada va
riável entre dois momentos, ou seja, a um aumento ou diminuição relativa. Por exemplo, as taxas
de variação anual do PIB e as taxas de variação anual do IPC (índice de preços no consumidor).
1. Coeficientes multiplicadores
Os coeficientes multiplicadores são valores pelos quais os valores Iniciais têm de ser
multiplicados para se obterem os valores finais.
Valor final
Coeficiente multiplicador = - -------
Valor inicial
Por exemplo, se o preço do bem b. em 2017. fosse 25€ e. em 2018. passasse a ser 28€. o
coeficiente multiplicador determinar-se-ia do seguinte modo:
28€
Coeficiente multiplicador = = 1,12
2. Taxas de variação
As taxas de variação representam a evolução (positiva ou negativa) relatlvamente a um
valor de partida (verificado no início do período).
8
r/ Taxa
Valor final = Valor Inicial * |[( — de variação
iõò —M \
[ 1 Taxa de vanação \ t]
Coeficiente multiplicador = IA 100 / J
Tendo em conta o exemplo anterior, em que o valor final é 28€ e o valor Inicial, 25€. a taxa
de vanaçâo do preço do bem b. entre 2017 e 2018, será:
(28C - 25C)
Taxa de variação = 100 = 0,12 x 100 = 12%
25C
Coeficiente multiplicador =
• uma taxa de variação positiva e superior à do período anterior significa que a vanável
em análise cresceu mais do que no período antenor.
• uma redução da taxa de variação, mantendo-se esta sempre positiva, significa que o
valor continuou a crescer, só que menos (isto é, a sua variação foi menos significativa).
Neste caso, venficou-se uma desaceleração ou um abrandamento do seu crescimento.
Analisemos, de seguida, o exemplo do quadro 1 relativo à taxa de vartação do PIB, em
Portugal, nos terceiro e quarto trimestres de 2017 e no pnmeiro trimestre de 2018.
Podemos concluir que o PIB cresceu sempre neste período. Cresceu mais no quarto tri
mestre de 2017 do que no tnmestre anterior; no primeiro trimestre de 2018 continuou a
crescer, mas menos. Assim, constatamos uma desaceleração do PIB no pnmeiro trimestre
de 2018 ou um abrandamento do seu crescimento.
9
Para determinarmos a diferença em valores absolutos entre duas percentagens utilizamos
os pontos percentuais (p.p.).
Atenção! Quando se pretende saber a diferença entre valores relativos, nunca se podem
usar percentagens. Nesses casos, utilizamos os pontos percentuais (p.p.).
Recorrendo ao quadro 1. podemos concluir que o PIB cresceu 0.1 pontos percentuais (0.1
p.p.), entre o terceiro trimestre de 2017 e o quarto trimestre de 2017 e que. entre o quarto
trimestre de 2017 e o primeiro tnmestre de 2018. continuou a aumentar, embora menos
(menos 0,3 p.p.). Continuou assim a crescer neste período, só que menos, como vimos
anteriormente.
2016 2017
3. índices
Os índices sao valores abstratos que representam uma variação relativa entre dois ou
mais valores, registados em diferentes momentos. O seu resultado é multiplicado por 100
para evitar a existência de casas decimais. O ano base diz respeito ao valor de referência
e corresponde ao índice 100.
/ Valor do ano t \
índice x 100
\ Valor do ano base /
IMTROOUÇÃO W
11
Vejamos agora outro exemplo em que uma das taxas sofreu uma variação negativa.
Se. num determinado país, em 2017, as importações apresentaram uma taxa de crescimento
de 2% e, no ano seguinte, a taxa foi -1.5%. a variação global, nesses dois anos, determina-se
do seguinte modo:
Os rácios S90/S10 e S80/S20 são indicadores que permitem medir as desigualdades na dis
tribuição dos rendimentos.
O S90 corresponde ao rendimento monetário líquido recebido pelos 10% da população que
detém níveis mais elevados de rendimento (decil do topo) e o S10 corresponde ao rendimen
to recebido pelos 10% com menor nível de rendimento (decll da base).
A partir do quadro 3. podemos observar que. em Portugal, os 10% da população com maiores
recursos (decll do topo) concentravam maior rendimento, correspondente a 25.9% dos ren
dimentos.
Por seu turno, o decll da base (os 10% da população com mais baixos recursos) apenas detinha
2.6% do rendimento total.
S90/S10 = 25 - = 9.96
2.6
É possível assim concluir que Portugal, em 2015. apresentava um nível de desigualdade ele
vado entre o rendimento dos 10% mais ricos e o rendimento dos 10% mais pobres. O rácio
S90/S10 era 9,96, ou seja, o rendimento dos 10% mais ricos era 9.96 vezes superior ao dos
10% mais pobres.
Por sua vez, o rácio S80/S20 permite-nos saber quantas vezes o rendimento dos 20% mais
ricos é superior ao rendimento dos 20% mais pobres.
Quadro 4 - Rácio S80/S20 e proporção do rendimento auferido pelos 20% da parte superior (S80)
e pelos 20% da base (S20) da distribuição. Portugal (2015). Em percentagem
Para além dos conceitos, a preparaçao para o exame, que deverá ser metódica e discipli
nada, terá de ter por base a apropriação dos conteúdos programáticos, com os níveis de
profundidade explicitados nos objetivos enunciados no programa oficial. No entanto, essa
apropriação exige capacidades transversais que. no caso da tipologia dos exames nacionais
de Economia A. são a Interpretação de textos, a elaboração de esquemas, a análise de
quadros estatísticos, a análise (e construção) de diferentes tipos de gráficos e a redação de
sínteses de conclusões.
Interpretação de textos
Em qualquer disciplina, para se efetuar um estudo eficaz é fundamental que se interprete
corretamente um texto, extraindo as suas ideias.
1. Situar o texto
Em primeiro lugar, é importante situarmos o texto, ou seja, sabermos quem é o seu autor ou
autora (um economista ou uma instituição, como, por exemplo, o Banco de Portugal, o Eurostat,
o INE. a OCDE ou a ONU), assim como a data do mesmo, a fim de o podermos enquadrar
historicamente.
A ideia central diz respeito ao que o autor desenvolve ao longo do texto, constituindo, desse
modo, a tese, ou assunto do texto.
14
5. Sintetizar o texto
Para recolher as Ideias principais de um texto, é Importante slntefizá-lo. Para Isso, dever-se-á:
a) retirar somente as informações que ele contém;
b) destas, selecionar as mais importantes;
c) expor essas informações (reformuladas e não copiadas) pela ordem em que surgiram no texto.
Elaboração de esquemas
Os esquemas permttem-nos visualizar os conhecimentos essenciais acerca de um determi
nado objeto de estudo, evidenciando as principais relações que se estabelecem entre os
fenómenos, sendo, por isso, multo úteis no processo de aprendizagem.
é. todavia, importante frisar que a utilização de esquemas empobrece a análise teórica, uma
vez que estes são sempre uma visão simplificada da realidade que pretendemos estudar.
Neste livro, no final de cada unidade surgem esquemas que permitem visualizar os conheci
mentos essenciais trabalhados e que integram estas duas categonas.
15
Análise de gráficos
Os gráficos permitem visualizar Informação e tendências, o que facilita a interpretação dos
valores.
Quando analisamos um gráfico, devemos proceder do mesmo modo que para os quadros
estatísticos:
1. Ler e analisar o título.
2. Obter informação acerca da fonte, data dos valores e eventuais anotações.
3. Observar a unidade em que os valores sâo mencionados.
4. Retirar do grafico a ideia principal - mas ter em atenção a escala do gráfico para não fazer
análises Incorretas.
5. Identificar algumas ideias secundárias, que também são importantes para a análise, sem
nos perdermos em pequenos detalhes.
Gráficos de barras
Os gráficos de barras são multo utilizados para representar, por exemplo, informação relacio
nada com países, grupos etários ou tipos de bens.
No eixo das abcissas representa-se o que está a ser estudado e no eixo das ordenadas o que
se está a medir. Neste eixo, por se tratar de uma medição, é fundamental a representação de
uma escala para que a altura das barras seja proporcional ao seu valor.
No eixo das abcissas encontram-se representados os anos e no eixo das ordenadas, os valo
res das taxas de variação, em percentagem. Observando a informação do gráfico, podemos
verificar que. após um período de crescimento com desaceleração a partir de 1999. o PIB
decresceu em 2003 (a sua taxa de variação foi negativa), voltando a crescer entre 2004 e
2008. ano em que sofreu uma forte desaceleração (devido à crise financeira internacional de
2007-2008).
Em 2010. o PIB tomou a crescer, mas voltou a decrescer entre 2011 e 2013, devido à crise de
2011-2014 e às políticas de austeridade.
Em 2014, voltou a crescer, evidenciando uma aceleração em 2015 e em 2017. fruto da recu
peração económica.
No mesmo período, no que respeita à evolução da procura interna, constatamos uma varia
ção. de certa forma semelhante à do PIB. uma vez que a procura interna é composta pelas
seguintes parcelas:
Gráfico 2 - Comercio internacional: importações (CIF) de bens por principais parceiros comerciais.
Em percentagem
Nota: Importação CIF (cost. insurance and freight. ou seja, custo, seguro e frete no porto de destino). O impor
tador paga os custos da chegada do bem no porto de destino, paga as formalidades de importação, bem como
os direitos e impostos.
17
O gráfico 2 representa assim a percentagem das importações portuguesas por pnnclpals
parceiros comerciais. Analisando-o, percebemos que a UE constitui o maior fornecedor de
bens, com um peso de 77.9%; ou seja, as importações provenientes da UE representam 77.9%
do total das importações portuguesas. Depois a OPEP. de onde Portugal importa petróleo,
representa 2.9% das importações portuguesas, seguida dos PALOP e dos EUA. com um peso
de 2.1% e 1.6% respeüvamente. A percentagem de 14.4% corresponde a outros países ou or
ganizações internacionais, com exceção dos assinalados no gráfico.
Curvos
Estes gráficos representam geralmente evoluções de séries cronológicas. No eixo das abcis-
sas indica-se o tempo e no eixo das ordenadas representa-se a variável que se está a medir.
Nota: Diz-se que há uma quebra de série temporal, quando se verifica uma alteração nas normas estabelecidas
para definir ou observar uma variável ao longo do tempo. A quebra pode ser resultado de uma só alteração ou
de uma combinação de várias alterações que se verificam simultaneamente num ponto de observação temporal
da variável - http://smi.rne.pt (consultado em agosto de 2018).
A análise do gráfico 3 permite-nos verificar uma subida da taxa de desemprego, entre 2011
(cerca de 12%) e 2013 (cerca de 18%). A partir desse ano regista-se uma tendência de forte
descida da taxa de desemprego - com pequenas oscilações em 2015 e 2016 -. atingindo-se
em 2018 cerca de 8% (ou seja, 8 desempregados em cada 100 cidadãos ativos).
INTROOUÇÀO W
A Introdução deverá apresentar o assunto que se vai tratar, devendo despertar o interesse
dos leitores (professores e/ou colegas). Convém enquadrar o assunto, apresentar a defi
nição dos concertos que irão ser utilizados, assim como as teorias e posições que irão ser
confrontadas ao longo do desenvolvimento.
A conclusão deve ser dividida em duas partes. Por um lado, deverá fazer o balanço do que
se tratou no desenvolvimento e. por outro, abrir novas perspetivas sobre o tema que se
esteve a tratar.
19
TEMA1
A atividade económica
e a ciência económica
1.1 Realidade social e ciências sociais
1.2 Fenómenos sociais e fenómenos económicos
1.3 A economia como ciência e o seu objeto de estudo
1.4 A atividade económica e os agentes económicos
TEMA1 A atividade económica e a ciência económica
De facto, realidades sociais como o emprego, casamento, educação, família, pobreza, exclusão
social, globalização, apenas para enumerar algumas, decorrem da nossa vida em sociedade
e. como tal. são também designadas por fenómenos sociais, constituindo o objeto de estudo
das ciências sociais.
A realidade social ê um todo multo complexo e. por Isso, suscetível de ser abordada por diferen
tes perspetivas disciplinares, ou seja, de acordo com o seu objeto de estudo, teorias e métodos
de investigação. Vejamos os exemplos seguintes:
✓ Perspetiva da política: estudo dos objetivos políticos dos vários governos relativa
mente à educação, das medidas para os alcançar e dos resultados.
Para obtermos informações vartadas recorremos a diferentes ciências sociais, pois todas se
debruçam sobre a mesma realidade, embora com perspetivas diferentes. O contributo de cada
uma dar-nos-á assim uma visão mais aprofundada e completa do fenómeno social em estu
do porque a realidade social ê una e ao mesmo tempo económica, sociológica, geográfica,
histórica, demográfica, etc. A atividade humana é plurídlmenslonal e somos nós que. para
aprofundarmos o nosso conhecimento sobre ela. a dividimos de acordo com o objeto de estu
do específico de cada ciência social e integramos o contributo de todas elas.
21
1.2 Fenómenos sociais e fenómenos económicos
A economia interessa analisar a dimensão económica da realidade social, constituindo os
fenómenos económicos uma abstração dessa realidade. Para estudá-la. o economista terá de
a compartimentar artlflclalmente. Identificando os fenómenos económicos.
Porém, o economista tem de ter presente que se encontra perante uma abstração, não po
dendo perder a perspetiva do todo - isto é, dos fenómenos sociais totais, unos e complexos
- conjugando sempre os contributos de todas as ciências sociais, a partir da Interdlsclpllna-
rldade, pois caso contrário, corre-se o risco de se obterem visões incompletas, parcelares e
desligadas dessa realidade.
Enquanto ciência, a economia possui um objeto de estudo, teoria, conceitos próprios, termi
nologia própria, um método científico e leis (ou conclusões).
22
TEMA1 A atividade económica e a ciência económica
Problema económico
O problema económico, ou problema fundamental da economia, está relacionado com a ne
cessidade de fazer escolhas que têm de ser feitas perante o facto de existirem necessidades
Ilimitadas, por um lado. e. por outro, recursos escassos para as satisfazermos E necessário
hierarquizar as necessidades (colocá-las por ordem decrescente de importância) e decidir
quais são as que vamos satisfazer e a ordem pela qual serão satisfeitas. E por isso que a eco
nomia também é denominada a «ciência das escolhas».
Racionalidade económica
Custo de oportunidade
Racionalidade económica
23
1.4 A atividade económica e os agentes económicos
Os agentes económicos
Quando se analisa a atividade económica, interessa considerar um conjunto de agentes que
intervêm no processo produtivo e exercem com autonomia a mesma função, apresentando
um comportamento tipificado. Podemos definir agente económico como toda a entidade au
tónoma. com capacidade para realizar operações económicas tomando decisões. O agente
económico possui também capacidade para deter valor económico.
Famílias Consumir
V
TEMA1 A atividade económica e a ciência económica
A atividade económica
Todas as pessoas satisfazem necessidades através do consumo de bens e serviços. No en
tanto, multas dessas pessoas são também trabalhadoras em atividades produtoras de bens e
serviços (produção) e. por Isso, recebem salários; outras são proprletánas dos meios de pro
dução (capital, empresas, edifícios, terrenos urbanos e agrícolas, equipamentos, por exem
plo). recebendo juros, rendas e lucros (distribuição do rendimento).
Todos estes rendimentos que as pessoas auferem são utilizados da seguinte forma: uma
parte é gasta no consumo (aquisição de bens e serviços para a satisfação das necessidades
das famflias) e a outra parte é transformada em poupança (acumulação) para ser depositada
nos bancos ou investida.
Podemos concluir que as phncipais funções desempenhadas pelos agentes económicos cor
respondem às principais atividades económicas.
Atividade económica
Conjunto de atividades que as pessoas realizam relacionadas com a satisfação das ne
cessidades individuais e coletivas:
✓ Produção
í
• Produção
Problema
económico
• Distribuição
Objeto de estudo e redistribuição
das ciências dos rendimentos
sociais • Utilização dos
rendimentos
Recursos Necessidades
escassos ilimitadas
Ciências sociais
Objeto
• Economia
de estudo
• Sociologia
Escolhas
• História
• Direito
• Psicologia Racionalidade
• Demografia económica
• Antropologia
• (...)
Otimização
de recursos
r
Satisfação
n
Não satisfação
de algumas de algumas
necessidades necessidades
í
Custo de
Beneficio
oportunidade
26
TTMA1 A atividade económica e a ciência económica
SÍNTESE
✓ Para identificar e explicar os fenómenos sociais recorremos às ciências sociais. Cada fenó
meno social pode ser abordado por diferentes perspetivas, como a económica, a socioló
gica. a demográfica, a jurídica, a política e a histórica.
✓ Cada ciência social estuda o fenómeno social de acordo com o seu objeto de estudo, teorias
e métodos de investigação e desta mterdisciplinaridade resulta o melhor conhecimento do
fenómeno social. Por isso se diz que as ciências sociais são interdependentes e comple
mentares.
✓ A decisão económica obriga a uma gestão eficiente dos recursos, de acordo com o princípio
da racionalidade económica, ou seja, uma gestão que procure obter a máxima satisfação
utilizando o mínimo de recursos.
27
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
GRUPO II
1. «Nos países em desenvolvimento, pelo menos 1.2 milhões de chanças são obrigadas a
trabalhar»
Adaptado dc Thlcny Jcantct. A Economia Social. Lisboa. < Xitro Modo. 2009
1.2 Explicite como a economia, o direito e a política podem estudar o fenómeno social
implícito na afirmação.
28
TEMA1 A atividade económica e a ciência económica
Principais funções 1
—
Consumir
Instituições financeiras
29
TEMA 2
Necessidades e consumo
2.1 Necessidades - noção e classificação
2.2Consumo - noção e tipos de consumo
2.3 Padrões de consumo - diferenças e fatores explicativos
2.4 Evolução da estrutura do consumo em Portugal e na União Europeia
2.5 A sociedade de consumo
2.60 consumerismo e a responsabilidade social dos consumidores
2.7 A defesa dos consumidores em Portugal e na União Europeia
TEMA 2 Necessidades e consumo
Noção de necessidade
Todos sentimos multas e variadas necessidades que precisamos de satisfazer.
Primárias
Terciárias
Quanto ao facto
de vivermos em coletividade
31
2.2 Consumo - noção e tipos de consumo
Noção de consumo
O consumo é um comportamento indispensável a satisfação das necessidades e pode ser de
finido como o ato pelo qual se destrói um bem para satisfação das necessidades das pessoas.
Representa um fenómeno social complexo, podendo ser analisado do ponto de vista econó
mico e social.
Por sua vez, é um ato social pois consumir determinados bens e serviços tem consequências
que afetam a coletividade, por exemplo a nível da poluição, da saúde e segurança das pessoas,
da exploração do trabalho Infantil, etc.
Tipos de consumo
Considerando a multiplicidade de necessidades que se sentem e a diversidade de bens e ser
viços que se utilizam na sua satisfação, é possível distinguir vários tipos de consumo.
32
TEMA 2 Necesstdades e consumo W
Padrões de consumo
O consumo é um comportamento económico e social Influenciado pelo tempo histórico e pelo
espaço geográfico em que ocorre. Os povos que vivem em determinado espaço, numa dada
época histórica, consomem de acordo com determinados modelos sociais.
A cultura dos povos, o rendimento das famílias, a tecnologia, o preço dos bens, o clima, a publi
cidade são fatores que influenciam o consumo e as formas de o concretizar.
• Rendimento • Moda
• Preços • Cultura
• Inovação • Tradição
• Crédito • Publicidade
• Outros • Outros
33
Fatores económicos
Os preços
Quando os preços são baixos, maior será a nossa propensão para consumir, vertficando-se o
contrário quando os preços sao altos Há. no entanto, que considerar o nível de rendimentos
que Influencia também o consumo: quando se verifica um aumento dos preços mantendo-se
o rendimento, diminui a capacidade aquisitiva dos consumidores e. consequentemente, o con
sumo.
A variação dos preços, associada a variações não proporcionais do rendimento, afeta de modo
diverso os consumos essenciais e supérfluos. O aumento dos preços, quando não é acompa
nhado por um aumento proporcional do rendimento, irá reduzir principalmente os consumos
supérfluos pois os consumidores terão de gastar uma maior fatia do seu rendimento nos con
sumos essenciais. A diminuição dos preços, mantendo-se o nível de rendimentos, possibilitará
um aumento dos consumos supérfluos.
A Inovação tecnológica
A Inovação tecnológica origina novos bens que geram grande apetência por parte dos con
sumidores. Novos telemóveis com novas funções são disso exemplo.
O crédito bancário
Através de empréstimos contraídos junto dos bancos, os consumidores terão mais dinheiro
disponível para consumir.
Fatores extraeconómicos
A moda, a cultura, a tradição, a publicidade, as marcas constituem fatores extraeconómicos.
de caráter sodocultural que se refletem no consumo. Adquinr produtos que estão na moda
ou comprar produtos de marcas que conferem estatuto social são exemplos da influência dos
fatores extraeconómicos no consumo.
Estrutura do consumo
As despesas de consumo das famílias são repartidas por diversos tipos de bens de consumo.
Sendo o rendimento um dos fatores determinantes do consumo, as diferenças de rendimentos
entre as famílias determinam variações diferenciadas no consumo dos diversos tipos de bens.
Os consumos essenciais são menos influenciados pela variação dos rendimentos, ao contrário
do que acontece com os consumos supérfluos. É, assim, importante conhecer não só o valor
total das despesas de consumo das famílias como a forma como a despesa se distribui pelos
diferentes grupos de bens, ou seja, conhecer a estrutura do consumo.
34
TEMA 2 Necessidades e consumo
Estrutura do consumo - Repartição das despesas de consumo das famílias pelos dife
rentes grupos de bens de consumo.
No quadro 3 observamos que as duas famílias têm rendimentos diferentes (1000€ e 10 000€)
e valores de despesa diferentes nas várias categorias de bens. Vejamos o peso ou coeficiente
orçamental de cada tipo de bens no orçamento das famílias X e Y.
A leitura do quadro 4 permite verificar que a família X gasta 50% do seu rendimento com a ali
mentação (o coeficiente orçamental relativo à alimentação é de 50%) enquanto a família Y gasta
30% (o coeficiente orçamental relativo à alimentação é de 30%).
35
A análise dos quadros permite verificar que a família X. tendo um rendimento Inferior à família Y
(1000€ e 10 000€ respetlvamente). gasta percentualmente mais em alimentação (coeficiente
orçamental maior. 50%); enquanto a família Y. possuindo um rendimento maior, gasta percen
tualmente menos em alimentação (menor coeficiente orçamental: 30%). Esta conclusão baseia-
se na lei de Engel.
Lei de Engel - Quanto menor o rendimento de uma família, de uma região ou de um país.
maior será o coeficiente orçamental relativo às despesas de alimentação.
Esta lei pode ser adaptada a outras situações. Serve também para comparar níveis de desen
volvimento entre países ou níveis de vida de estratos sociais diferentes, níveis de rendimento
em períodos diferentes, etc.
Quadro 5 - Evolução das despesas de consumo final das familias em Portugal e na UE-28,
por tipo de bens e serviços. 1995 e 2016. Em percentagem
1995 2016 ]
Tipos de bens e serviços
Portugal UE-28 Portugal UE-28
Habitação, água. luz. gás e outros combustíveis 12.8 22,0 18.8 24.5
36
TEMA 2 Necessidades e consumo
Para escoar tal profusão de bens, o comércio adapta-se - surgindo os grandes centros comer
ciais. os hipermercados etc.
37
Consome-se por Impulso, sem critérios. de forma excessiva. Irracional e com desperdício - é
o chamado consumlsmo.
Estes movimentos têm como objetivo defender os interesses e direitos dos consumidores, pro
movendo ações que conduzam a um consumo mais esclarecido, racional e baseado em valores
sociais e ambientais.
Consumerismo
Uma das áreas de intervenção das práticas consumeristas prende-se com a defesa do am
biente. O direito a um ambiente saudável e equilibrado é um direito coletivo de todos os
povos, reconhecido pela Organização das Nações Unidas. A sustentabilidade ambiental e o
direito das gerações futuras a um planeta limpo implicam, da parte dos cidadãos, uma altera
ção dos seus comportamentos consumistas em benefício de práticas consumeristas.
38
TEMA 2 Necessidades e consumo
A União Europeia, na área da defesa dos direitos dos consumidores, tem também adotado
legislação e definido políticas europeias específicas.
39
ESQUEMA-SÍNTESE
r
Características Classificação
Satisfeitas
com
CONSUMO J
1
Tipos de consumo Fatores que Influenciam o consumo
• Final Económicos:
• Intermédio - Rendimento
- Estrutura do consumo e lei de Engel
• Individual
- Preços
• Coletivo
- Inovação tecnológica
• Essencial
Extraeconómicos:
• Supérfluo - Moda
• Público - Publicidade
• Privado - Tradição
- Modos de vida
- Estrutura etária das famílias
Consumismo Consumerismo
40
TEMAS Necessidadeseconsumo
SÍNTESE
✓ O consumo pode ser classificado como final (não Intervém na produção de outros bens,
como no caso das famílias) ou intermédio (própno das empresas que utilizam bens para
a produção de outros bens); individual (consumo de um agente económico) ou coletivo
(consumo da coletividade); essencial ou supérfluo; público (consumo do Estado) ou privado
(consumo das famílias ou empresas). Padrões de consumo são modelos de consumo que
decorrem do facto de este variar no tempo, no espaço, com o grupo social a que as pes
soas pertencem e com a cultura das sociedades.
✓ O consumo é uma das componentes mais importantes da economia dos países industriali
zados. Decorrente das constantes descobertas científicas e tecnológicas e do consequen
te crescimento económico destes países, a produção tem excedido, em multas situações,
as necessidades de consumo das populações, deslocando o centro das preocupações dos
empresános da esfera da produção para a das vendas. A criação de novas necessidades
passa a constituir uma estratégia de escoamento da constante e exponencial produção -
estamos na sociedade de consumo. Consome-se para escoar a produção.
41
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
3. Os materiais escolares adquiridos pelas famílias para as suas chanças constituem exem
plos de um consumo
42
TEMA 2 Necessidades e consumo
(C) intermédio, porque o fermento vai ser transformado num bem final.
(D) público, porque o Estado tem de assegurar a satisfação das necessidades básicas.
(A) dos preços dos bens e dos coeficientes orçamentais relativos à habitação.
(B) verdadeira, porque de acordo com a lei de Engel. a relação entre a despesa em ali
mentação e bebidas não alcoólicas e o rendimento disponível aumentou.
(C) falsa, porque não é possível aumentar a relação entre a despesa em alimentação e
bebidas não alcoólicas e o rendimento disponível.
(D) falsa, porque de acordo com a lei de Engel, a relação entre a despesa em alimenta
ção e bebidas não alcoólicas e o rendimento disponível diminuiu.
GRUPO II
43
Avaliação
44
TEMA 2 Necessidades e consumo
2.3 A lei de Engel afirma que quanto maior for o rendimento das famílias, menos eleva
do é o coeficiente orçamental relativo ã alimentação e bebidas não alcoólicas, ou
seja, menor é a percentagem do rendimento gasta na alimentação e bebidas não
alcoólicas. De facto, sendo a alimentação uma despesa essencial, mesmo que o
seu valor aumente em termos absolutos (o que deverá suceder visto o rendimento
em t+ 5 ter aumentado relativamente a t), o seu peso no rendimento diminuirá rela
tivamente mais. Em termos aritméticos, teremos um numerador ligeiramente maior
(despesas em alimentação) e um denominador muito mais alto (rendimento), o que
toma o coeficiente orçamental mais baixo.
3.1 Explique o significado da afirmação anterior, tendo em conta os fatores de que de
pende o consumo.
4. <0 efeito prático da nova diretiva sobre os direitos dos consumidores na UE. em vigor
desde o dia 13 de junho de 2014. traduz-se na aplicação de direitos iguais para todos
os consumidores quando adquinrem bens ou serviços no espaço da UE. Por exemplo,
o direito a devolver os produtos nâo desejados no prazo de 14 dias; o direito a obter a
reparação ou substituição dos produtos defeituosos; o direito a receber informação leal
e transparente sobre os produtos adquiridos [...]».
Adaptado de https://cec.consunitdor.pt. consultado em dezembro de 2018
45
TEMA 3
A produção de bens e de serviços
3.1 Bens - noção e classificação
32 Produção e processo produtivo. Setores de atividade económica
3.3 Fatores produtivos - noção e classificação
3.4 A combinação dos fatores produtivos
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
Bens - Meios através dos quais as necessidades dos indivíduos podem ser satisfeitas.
Quanto ao custo
• bens livres, quando sâo obtidos sem dispêndio de dinheiro ou esforço, como o ar que res
piramos ou a luz solar. Estes bens correspondem aos bens que nâo são escassos;
• bens económicos, quando existem em quantidades limitadas, sendo, portanto, bens es
cassos relativamente às necessidades sentidas. É necessáno gastar algum dinheiro ou
despender algum esforço para os adquirir. Os bens económicos podem ser classificados
de acordo com os seguintes critérios:
Quanto à natureza
• bens materiais, quando é possível senti-los. vê-los - isto ê, quando têm visibilidade físi
ca ou sâo tangíveis, podendo ser armazenados. Por exemplo, um livro, um bolo ou uma
ferramenta:
• bens Imateriais ou serviços, quando não têm visibilidade física, não são tangíveis. Por
exemplo, um concerto, uma aula, uma consulta médica.
Quanto à função
• bens de consumo, quando se destinam ao consumo final das famílias. Por exemplo, o
vestuárto, os alimentos ou um computador;
• bens de produção, quando se destinam a produzir outros bens. Um computador, para
uma empresa, é um bem de produção, assim como outras máquinas ou as matérias-pri
mas. Os bens de produção têm a designação de meios de produção.
Quanto a duração
• bens duradouros, quando não se anulam após uma primeira utilização. Uma máquina,
uma peça de roupa ou um telemóvel são bens duradouros;
• bens nâo duradouros, quando se esgotam após a sua utilização. Uma peça de fruta e as
matérias-pnmas que se Incorporam nos produtos finais são bens não duradouros.
47
3.2 Produção e processo produtivo.
Setores de atividade económica
Toda a produção exige fatores produtivos (trabalho e capital) que se podem combinar de ma
neiras diferentes, como se pode verificar no gráfico 1. relativo á produção de um bem.
Processo produtivo e a tecnologia utilizada na produção. Isto é. a relação técnica que associa
as quantidades utilizadas dos fatores produtivos (trabalho e capital) com a quantidade máxi
ma de produto que se pode obter.
O processo produtivo pode ser identificado na curva de produção visto que cada um dos
pontos dessa curva representa possibilidades de combinar os fatores produtivos. Se optamos
pela produção no ponto A, isso significa que o processo produtivo escolhido combina x uni
dades de trabalho com y unidades de capital.
A abundância e variedade de bens e serviços produzidos pelos países torna necessário o seu
agrupamento em grandes conjuntos com características semelhantes. O critério que se tem
adotado foi apresentado pelo economista Colln Clark (1905-1989) e é ainda hoje um critério
seguido. O critério assenta, fundamentalmente, no tipo de bens produzidos.
Segundo Clark, os bens são agrupados em três setores de atividade económica: o setor
primário, o setor secundário e o setor terciário.
48
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
O setor terciário é um setor residual, onde todas as atividades não incluídas nos setores
pnmário e secundário se encontram. São os serviços, dos quais se destacam o comércio, a
educação, a saúde, o turismo e a atividade bancária, por exemplo.
Jean Fourastlé (1907-1990), economista francês, propôs entretanto uma alteração à tipologia
anterior, integrando as Indústrias extrativas no setor que designou por setor Industrial. Tam
bém propôs a designação de setor agrícola e setor dos serviços para os setores primáno e
terciário, respeúvamente. Por seu turno. Marc Porat (n. 1947) sugenu uma divisão adicional, o
setor quaternário
O setor quaternário
O desenvolvimento das economias modernas, assente na inovação dos processos pro
dutivos dos bens e serviços, permite constatar a importância das atividades relaciona
das com a informação, a informática, a cibernética, a alta tecnologia, a robótica e as
atividades intelectuais, como a investigação e o desenvolvimento.
Pela função estratégica que têm no desenvolvimento das economias, estas atividades
poderiam ser integradas num outro setor de atividade económica - o setor quaternário,
segundo proposta do autor Marc Porat (ERIC - Institute of Education Sciences. US De-
partment of Education. 1977).
Estas classificações, que têm um critério essenciaImente económico, são seguidas pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI) e permitem caracterizar as economias dos países, caracterizando-
-os como desenvolvidos, emergentes ou em desenvolvimento.
Um país desenvolvido é aquele em cuja economia predomina o setor terciário - é. por isso,
um país tercianzado. Um país em desenvolvimento é um país predominantemente agrícola,
cujo setor primário é o dominante. Num país emergente, o setor primário já não é o dominan
te, o setor secundário tem algum destaque em termos do seu contributo para o produto do
país e o setor terciário tem um peso semelhante ao do setor secundário.
Existem, todavia, outras classificações, como as do Programa das Nações Unidas para o De
senvolvimento (PNUD). que se baseiam noutros critérios, como o desenvolvimento humano,
que conjuga valores de indicadores económicos, demográficos e sociais/culturais.
Exemplos |
Rctoçfto entro os setores de
! dopas
Pais desenvolvido Setor III > Setor II > Setor 1 EUA. países da UE
49
3.3 Fatores produtivos
Para produzir são necessários fatores produtivos, isto e. meios que permitam, através da
sua combinação, a produção necessária à satisfação das necessidades da população. Esses
meios são os recursos naturais (que podem ser classificados como capital), a força de traba
lho e o capital ou meios de produção.
Recursos naturais
Os recursos naturais são bens que a natureza coloca diretamente à disposição dos indivíduos
para a satisfação das suas necessidades, como matérias-primas ou matéhas subsidiárias. Os
recursos naturais podem ser renováveis (se se conseguirem renovar num período relativa
mente curto, mas dependente da natureza do bem) ou não renováveis (quando a sua utiliza
ção provoca a sua destruição definitiva).
Naturalmente, há que preservar os recursos não renováveis e ser criterioso no uso dos re
cursos renováveis, não só para que as gerações presentes não enfrentem a escassez desses
bens, mas também em nome das gerações futuras.
Força de trabalho
Para a produção dos bens e serviços necessános à satisfação das necessidades de uma po
pulação é Indispensável, como Já foi referido, força de trabalho. Esta é a população com que
um país pode contar para a produção. Por isso, torna-se importante contabilizá-la.
Calcular a população com que um país pode contar para trabalhar, sendo remunerada por
isso, é falar de população ativa Esta integra não só os homens e mulheres que têm uma
ocupação ou profissão - e que são remunerados por isso - mas também os desempregados.
Os indivíduos que não fazem parte da população ativa formam a população Inativa, sendo
esta constituída «pela população estudantil, doméstica e reformada» (Pordata).
50
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
População ativa
Taxa de atividade = x 100
População total
N.° de desempregados
Taxa de desemprego = x 100
População ativa
I
51
lado, novas profissões irão surgir ligadas a este processo natural de crescimento e desen
volvimento das economias. Estas vão-se. cada vez mais, terclarlzando. Assim, é fundamental
que todos os trabalhadores se vão atualizando, através de formação ao longo da sua vida
profissional, sob pena da sua exclusão precoce do mercado de trabalho.
Também se podem calcular taxas de desemprego por género. Em geral, tanto maior é a taxa
de desemprego feminina face à masculina, quanto menos desenvolvido é o país.
Mulheres desempregadas
Taxa de desemprego feminino =
População ativa feminina
Homens desempregados
Taxa de desemprego masculino
População ativa masculina
Capital
Capital e riqueza
O capital é outro fator produtivo. No entanto, não se deverá confundir capital com riqueza: en
quanto a riqueza consiste num conjunto de bens diversos (casas, carros, aviões, dinheiro, obras
de arte, etc.) que sõo propriedade de alguém que os utiliza para fins pessoais, já o capital é o
conjunto dos bens aplicados na atividade económica. Uma obra de arte, por exemplo, poderá
ser riqueza quando é pertença de um indivíduo que a possui por ser um apreciador ou um co
lecionador. mas poderá ser capital se esse indivíduo se tratar de um um galensta que a compra
para a vender.
52
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
Tipos de capital
Pela importância e potencial que os recursos naturais e humanos têm na qualidade da produ
ção. na investigação e inovação, e pela escassez deste tipo de bens, atribui-se-lhes, por ana
logia com o capital técnico, a designação de capital natural e capital humano A semelhança
do que sucede com o investimento em tecnologia e inovação, também se deverá investir na
qualificação dos recursos humanos e na qualidade dos recursos naturais para que estes se
transformem em fatores capazes de potenciar a produção.
53
Podemos verificar que a produção de um determinado bem pode ser obtida através de di
versas combinações dos fatores produtivos, trabalho e capital. Assim. 4 unidades de trabalho
e 1 unidade de capital (ponto X). 1 unidade de trabalho e 5 unidades de capital (ponto Y) ou
todas as combinações representadas pelos pontos da curva apresentada são possibilidades
tecnológicas de produção ou diferentes processos produtivos.
O ponto A corresponde a uma Impossibilidade de produção, por não haver fatores produti
vos suficientes para produzir aquela quantidade (superior à da curva representada).
Produção
Produtividade total =
Fatores produtivos utilizados
Produção
Produtividade média do trabalho =
Trabalho
Produção
Produtividade média do capital =
Capital
Como conseguir a melhor combinação dos fatores produtivos? A escolha vai depender da
variável tempo - se considerarmos o curtíssimo prazo, o empresário não tem qualquer hi
pótese de alterar a combinação dos fatores produtivos. No entanto, se tivermos em conta o
curto prazo, já é possível alguma alteração - a do fator trabalho, dado que a do fator capital
é de mais difícil alteração. Por último, se considerarmos o longo prazo, já será possível alterar
os dois fatores produtivos.
Numa perspetiva de curto prazo, a combinação ótima dos fatores produtivos é dada pelo
valor mais alto da produtividade marginal (o aumento da produção gerado quando se aumen
ta uma unidade do fator produtivo variável).
Acréscimo de produção
Produtividade marginal
Acréscimo de uma unidade de fator produtivo
54
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
1 cetfelra-debulnadora
w Sempre fixo.
*" É a produtividade resultante da utilização de mais uma unidade de fator produtivo (neste caso, um trabalha
dor).
A justificação tem a ver com a lei dos rendimentos marginais decrescentes, que afirma que, a
partir de uma dada combinação dos fatores produtivos, como um deles é fixo, a produção vai
aumentando cada vez menos - a produtividade marginal vai diminuindo/os rendimentos vão
decrescer.
Numa perspetiva de longo prazo, temos de recorrer aos custos de produção, que compor
tam os custos fixos e os custos variáveis. Os custos fixos são independentes das quantidades
produzidas (rendas, por exemplo) e os custos variáveis variam em função das quantidades
produzidas (custos das maténas-pnmas, por exemplo).
Para aumentar a produção ter-se-á de aumentar as quantidades dos fatores produtivos, o que
originara um aumento dos custos de produção. No entanto, será possível aumentar a produção
com um aumento menos proporcional dos custos. Este facto deve-se à diminuição dos custos
fixos, que vão «tendendo para zero» à medida que a produção aumenta e aos abatimentos e
descontos obtidos nas compras em grandes quantidades de fatores produtivos, etc.
Verifica-se assim que. quando a produção aumenta até um certo limite, os custos médios
por unidade produzida vão diminuindo. Há economias de escala que ofiginam rendimentos
crescentes à escala. É. assim, vantajoso para o empresário produzir grandes quantidades.
Observe-se o exemplo do quadro 3. onde a combinação ótima dos fatores produtivos corres
ponde à produção de 30 unidades, porque representa o menor custo por unidade produzida
(CTM). Aumentando a quantidade produzida para 35, o custo por unidade produzida também
aumenta, havendo deseconomlas de escala.
55
ESQUEMA-SÍNTESE
População residente
• População estudantil.
• Trabalhadores
Trabalho- • População doméstica
• Desempregados
• População reformada
Fatores produtivos
Técnico Financeiro
Máxima racionalidade,
Combinação ótima
eficiência e bem-estar
J. 1
Curto Longo
prazo prazo
4»
A quantidade a produzir corresponde ao mínimo custo unitário
médio - dimensão ótima, em que se obtêm economias de escala
(e a partir da qual haverá deseconomias de escala)
56
TEMA 3 A produção cie bens e de serviços
SÍNTESE
✓ As necessidades sâo satisfeitas com bens. Estes podem ser livres e económicos; de consu
mo e de produção; materiais e imateriais (serviços), duradouros e não duradouros; sucedâ
neos (substitutos) e complementares.
✓ A combinação ótima dos fatores produtivos é influenciada pela variável tempo. No curtíssimo
prazo, não é possível alterar a produtividade; no curto prazo é mais fácil alterar o fator tra
balho; no longo prazo, podem alterar-se os fatores trabalho e capital.
✓ A combinação ótima dos fatores produtivos é dada pelo valor mais alto da produtividade
marginal, que significa o aumento da produção quando se aumenta uma unidade do fator
produtivo variável.
57
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
(A) é possível produzir 250 unidades do bem X com 1 unidade de capital e 7 trabalhadores.
(B) é possível produzir 250 unidades do bem X com 1 unidade de capital e 6 trabalhadores.
58
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
5. A produtividade relaciona
Quadro 1
Anot+1 |
Ano t
(B) no ano t +1. o número de desempregados foi de 229 500 milhares de pessoas.
59
Avaliação
GRUPO II
Questão resoMda
a) Entre o açúcar e o café que a Elvira toma a seguir ao almoço existe complementarida
de vertical.
60
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
9. Identifique o setor de atividade económica em que se integra cada uma das seguintes
atividades:
103 Indique dois fatores que contnbuam para a melhoria da produtividade do trabalho.
Para a produção de sumos e compotas, trabalham na fábnca Doces da Quinta dez ope-
rános, um nutricionista e um gestor. A fábrica utiliza frutas, açúcar, água, bolões e fras
cos. possui cinco máquinas adequadas ao tipo de produção e dois computadores, e tem
um camião e um automóvel para o seu serviço.
61
Avaliação
GRUPO III
Gráfico 3
Setor I
1.2 Apresente dois exemplos de atividades económicas que integrada em cada um dos
setores indicados nos gráficos, de acordo com a tipologia de Colin Clark.
2.1 Calcule:
a) a taxa de atividade;
b) a população inativa;
c) o número de desempregados;
d) a produtividade por empregado.
2.2 Interprete o valor da taxa de desemprego.
62
TEMA 3 A produção de bens e de serviços
Quadro 3
11 50
3 máquinas
Ferramentas diversas
15 100
Quadro 4
Custos unitários 1
CUSTOS TOCOS custos vanavets Custos totais
(«un-» 1
M-> (iun.) (u_m.)
6.2 Com base nos valores do quadro, explique a lei das economias de escala.
6.3 A partir de que quantidade deve o empresário produzir, sabendo que o preço do
bem no mercado é 18 u.m.?
6.4 Qual é a quantidade que a empresa deverá produzir para obter o máximo lucro?
63
TEMA 4
Preços e mercados
4.1 Noção e exemplos de mercados
4.2 O mecanismo de mercado
4.3 Estrutura dos mercados
TEMA* Preçosemercados
Produtor
Oferta
4-
T
Procura
|
Consumidor
Existem diversos tipos de mercados como, por exemplo, o mercado de câmbios, o mercado
de valores mobiliários, o mercado automóvel, o mercado de trabalho e o mercado dos cereais.
MERCADO DE TRABALHO
Procuram Oferecem
emprego emprego
Famílias Empresas
Oferecem Procuram
trabalho (Saiano) trabalho
MERCADO AUTOMÓVEL
Procuram Oferecem
Famílias Empresas
automóvel automóvel
4.2 O mecanismo de mercado
66
TEMA* Preçosemercados
Rendimento disponível dos Deslocamento para uma nova Deslocamento para uma nova
consumidores curva ã direita curva ã esquerda
Preço dos bens Deslocamento para uma nova Deslocamento para uma nova
complementares curva à esquerda curva ã direita
67
A oferta e a lei da oferta
A oferta define-se como a relação entre a quantidade de bens e serviços que os produtores
estão dispostos a vender no mercado para cada preço. Descreve o comportamento dos pro
dutores. estabelecendo a relação entre os preços dos bens e serviços, e as quantidades que
os produtores desejam colocar no mercado para aqueles preços.
Oferta Individual - Corresponde à quantidade de um bem que cada produtor está dis
posto a oferecer a um determinado preço.
A relação entre a quantidade total oferecida de um bem e o respetivo preço revela a lei da
oferta, que afirma que a quantidade oferecida de um bem vana na razão direta do respetivo
preço. Quer isto dizer que a oferta de um bem no mercado será, em princípio, tanto maior
quanto mais elevado for o respetivo preço.
Também à semelhança do que acontece com a curva da procura, quando há variações dos
preços, mantendo-se os outros fatores constantes, veriflcam-se deslocamentos ao longo da
curva da oferta; Já quando varia algum dos outros fatores, mantendo-se o resto constante,
verificam-se deslocamentos da curva da oferta.
68
TEMA* Preçosemercados
Alterações dos custos das Deslocamento para uma nova Deslocamento para uma nova
matérias-primas curva 3 esquerda curva 3 direita
Sazonalidade (alteração da Deslocamento para uma nova Deslocamento para uma nova
produção) curva 3 direita curva 3 esquerda
Boas condições climáticas Deslocamento para uma nova Deslocamento para uma nova
para os bens agrícolas curva 3 direita curva ã esquerda
69
O mecanismo de mercado
A análise do comportamento simultâneo dos dois conjuntos de agentes económicos - con
sumidores e produtores - permite compreender a forma como no mercado se compatibiliza a
vontade dos compradores e as aspirações dos produtores, e enunciar a lei da oferta e a lei da
procura
De facto, sempre que se verifique uma mudança na oferta dos bens, a procura adaptar-se-á a
essa nova oferta, com efeitos no preço dos bens. Inversamente, as vanações na procura dos
bens conduzirão a um novo comportamento por parte da oferta, com efeitos no nível de preços.
Todavia, é possível determinar aquele preço a partir da formulação algébnca de cada uma
das funções. Observe-se o exemplo:
• dada a função procura: Q,, = 600 - 20 P
• dada a função oferta: Qo = 300 130 P
70
TEMA* Preçosemercados
O equilíbrio do mercado
A formação do preço de equilíbrio de um bem no mercado não significa que esse preço per
maneça inalterável no tempo. Porém, quaisquer que sejam os fatores que influenciam num
dado momento a procura e a oferta de um bem. pondo em causa o seu preço de equilíbno,
o mecanismo de mercado assegura, por sucessivas correções, aquele equilíbrio.
O equilíbrio que ocorre no mercado de um dado bem pode alterar-se. em resultado de vários
fatores, como a moda, por exemplo, originando um desequilíbrio no mercado. Assim:
• quando o preço é inferior ao preço de equilíbrio, há excesso de procura (gráfico 10). por
que os consumidores desejam mais quantidades (dispõem de mais rendimento porque os
preços são mais baixos);
• a curto prazo, os produtores não conseguem satisfazer esse excesso de procura e. por
isso, os preços aumentam;
• como os preços sobem, outros produtores vão ser atraídos pela produção do bem que está
a proporcionar lucros anormais (devido à transparência do mercado e ao facto de haver
mobilidade dos fatores produtivos), aumentando, assim, as quantidades oferecidas;
• não havendo controlo sobre a quantidade de equilíbrio, a oferta será excessiva (gráfico 10).
o que vai obrigar os produtores a descer os preços para escoar esse excesso de produção;
• o processo atrás descrito repetir-se-á até se chegar ao ponto de equilíbrio - ponto em que
o preço e a quantidade representam uma situação de Interesse comum para produtores e
consumidores.
Vamos supor que se verificou uma alteração dos gostos dos consumidores, que mostraram maior
preferência por vestuáno acrílico, em detnmento do vestuáno de algodão (quadro 3). O desequi
líbrio resultante de uma alteração dos gostos dos consumidores vai traduzlr-se no aumento da
procura de vestuáno acrílico para cada nível de preços (a curva da procura Irá deslocar-se para a
direita, de P, para P2 - gráfico 11).
71
Quadro 3 - Comportamento dos consumidores
Quantídad
Quantidade oferecida
Preço («Tunidades)
(OJ (unidades)
Situação Iniciai (PI) Nova sttuaçâo (P2)
Representando num gráfico cartesiano a primeira situação (P,) e a nova situação (P2). relativas
à procura, teremos:
Podemos verificar então que. numa primeira fase, surge um excesso de procura de bens acríli
cos relativamente à respetiva oferta (Q - OEJ. pois os produtores não podem aumentar o volu
me da sua produção de um momento para o outro.
Face a este desajustamento, os produtores irão esgotar rapidamente os seus stocks e. simul
taneamente. elevar os preços dos seus produtos. O aumento do preço deverá contribuir para
refrear a procura e. assim, encontrar-se um novo preço de equilíbrio no mercado, (PE2). que
adequa a oferta às condições da procura. Da interseção da curva da oferta com a curva que
representa a nova situação da procura, resulta um novo ponto de equilíbrio no mercado. (OE2.
PE2): isto é. a situação para a qual toda a procura é satisfeita e toda a oferta é consumida
Entretanto, a subida verificada no preço dos bens acrílicos proporcionará a realização de lucros
anormais por parte dos produtores, tomando esta atividade multo atrativa.
72
TEMA* Preçosemercados
A análise do gráfico mostra como o mecanismo de mercado conduziu a uma nova situação
de equilíbrio no mercado de vestuário acrílico (QE3. PE3). resultante da adequação das novas
condições da oferta às novas condições da procura
A longo prazo, a baixa do preço do vestuário acrílico, em virtude do aumento da oferta, con
duzirá a uma diminuição da produção deste bem e à transferência de capitais para outros
ramos de atividade que. entretanto, se afigurem mais rentáveis. No final, deparar-nos-emos
com uma nova situação de equilíbrio correspondente a um novo volume de produção e de
consumo e a um novo preço, todos eles a níveis mais elevados que os da situação inicial.
73
O mercado de concorrência perfeita apenas terá funcionado durante algum tempo no inicio
do capitalismo industrial (finais do século XVIII e princípios do século XIX). sendo hoje uma
situação ideal relativamente às economias reais, que funcionam em concorrência Imperfeita.
• Concorrência monopolística
• Monopólio
• Oligopólio
I I
Concorrência perfeita Concorrência Imperfeita
As formas mais comuns de mercado nas economias atuais estão representadas no quadro 5.
[ Formas de
Concorrência
Oligopólio
perfeita monopolista
Critérios
74
TEMA* Preçosemercados
Concentração de empresas
No sentido de alargarem os seus mercados, aumentarem a sua dimensão, alcançarem maior
capacidade de intervenção no mercado e nos preços e, de se defenderem da concorrência,
as empresas têm vindo a «Juntar-se», onginando fenómenos de concentração. Esta concen
tração de empresas pode fazer-se através de fusões e/ou aquisições
Fusôo. Aquisições
Duas ou mais empresas associam-se ou Aquisição por parte de uma empresa do capital de
uma empresa mais forte incorpora outras. outra empresa, total ou parclalmente. em Bolsa.
A nova empresa resultante da fusão através de uma oferta pública de aquisição (OPA).
adquire maior dimensão (mais capital, mais Possibilita a entrada em novos mercados, a
trabalhadores, maior volume de negócios) diversificação de interesses ou o aumento da
e mais poder sobre o mercado. dimensão e maior poder sobre o mercado.
MARS
Nêstle
’»*,i»**
*/
75
ESQUEMA-SÍNTESE
( 1
PROCURA OFERTA
“1 r"
deslocamentos
,Pre<;0 - ao longo da curva ’ ’ PrGÇO
MERCADO
í
Concorrência Concorrência
r perfeita Imperfeita “1
!
Condições: • Concorrência
• Liberdade monopolística
Algum, bastante
Mecanismo • Oligopólio
• Atomismo ou total poder
de mercado
• Homogeneidade sobre os preços • Monopólio
• Mobilidade
• Transparência
• Equilíbrio • Concentração
• Desequilíbrio vertical,
horizontal
• Nova situação
ou diagonal:
de equilíbrio
fusões.
aquisições...
76
TEMA 4 Preços e mercados
SÍNTESE
✓ A lei da procura afirma que as quantidades procuradas de um bem variam na razão inversa
do preço desse bem.
✓ A lei da oferta afirma que as quantidades oferecidas de um bem variam na razão direta do
preço desse bem.
✓ São vários os fatores que influenciam a procura de um bem. como o preço, o rendimento,
a preferência dos consumidores e o preço de outros bens.
✓ São vânos os fatores que influenciam a oferta de um bem. como o preço, o custo dos fato
res produtivos e a tecnologia, por exemplo.
✓ Existem, assim, várias formas de mercado consoante o número de unidades que oferecem
o bem. o seu grau de influência sobre o preço e o tipo de bens transacionados.
✓ A concentração das empresas pode fazer-se através de acordos, fusões e/ou aquisições.
77
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
1. Observe o gráfico 1. relativo às curvas da procura e da oferta do bem X. No eixo das ab-
cissas estão representadas as quantidades em unidades e no eixo das ordenadas estão
representados os preços em euros.
2. Observe o gráfico 2. que diz respeito à curva da oferta do bem Y num mercado de
concorrência perfeita.
G Aquantidades
afirmação A é falsa, porque ao mesmo preço (P,). os produtores oferecem menores
(de Q2 passa-se para QJ.
A afirmação B e falsa, porque o deslocamento da curva da oferta para outra curva não
resulta de variações do preço do bem mas de outros fatores.
78
TEMA 4 Preços e mercados
(C) monopólio.
(D) oligopólio.
(A) o produto é homogéneo e os produtores nâo têm poder sobre o preço de mercado.
(C) o produto é diferenciado e os produtores nao têm poder sobre o preço de mercado.
(D) o produto é diferenciado e os produtores têm algum poder sobre o preço de mercado.
79
Avaliação
GRUPO II
Tabela A Tabela B
2.2 Indique dois fatores que possam influenciar a oferta do bem chocolate da marca X.
2.4 Justifique a que preço deve ser transacionado o chocolate para que haja equilíbno
no mercado.
80
TEMA 4 Preços e mercados
3.2 Indique dois fatores, para além do preço, que possam influenciar a procura de um bem.
43 Dois fatores determinantes da oferta podem ser. entre outros, a melhoria das tec
nologias de produção do bem Y e a redução dos preços das matérias-primas.
5.2 Apresente dois exemplos desta forma de mercado, para além do mercado de perfu
mes.
81
TEMA 5
Moeda e inflação
5.1 A evolução da moeda - formas e funções
5.2 A moeda europeia - o euro
5.3 O preço de um bem - noção e componentes
5.4 A inflação - noção e medida
5.5 A inflação em Portugal e na União Europeia
TEMAS Moeda e inflação
O aparecimento da moeda velo, assim, pôr fim à troca direta. Sendo um bem aceite por todos
como intermediário nas trocas, a moeda também velo contribuir para o incremento da ativi
dade comercial.
Formas de moeda
Ao longo da História, a moeda teve formas diversas.
— Moeda mercadoria
• Moeda mercadoria - bens utilizados como moeda. Ex.: sal, conchas, peles, etc.;
• Moeda metálica - peças em metal (cobre, bronze, ouro, prata e as atuais ligas) cujo valor
era. inicialmente. determinado pelo seu peso, passando, depois, a ser certificado pelo pro
cesso da cunhagem. Esta forma de moeda apresenta vantagens: durabilidade, divisibilidade
e facilidade de transporte;
• Moeda-papel - constituída por notas de banco que. em função da vinculação à moeda
metálica em ouro ou prata, foi assumindo diversas formas ao longo do tempo:
- moeda representativa - as notas podiam ser convertidas em ouro e prata, pois a quan
tidade de notas em circulação era equivalente ao ouro e prata guardado nos bancos;
- moeda fiduciária - a quantidade de notas em circulação era supenor à quantidade de
ouro e prata existente nos bancos, baseando-se a circulação da moeda na confiança
que o público tinha nos bancos. Essa situaçao era de elevado risco para os depositantes
pois, com a possibilidade de converter as notas em ouro e prata, os bancos poderíam
não ter o metal suficiente para reembolsar todos os pedidos;
- papel-moeda - as notas deixam de ser convertíveis e os Estados impõem a sua acei
tação (generalizada, maioritariamente, desde o século XIX). É o que se chama o curso
forçado da moeda, ou seja, as notas circulam por imposição da sua aceitação por parte
do Estado. É o que acontece nos dias de hoje.
• Moeda escriturai - forma de moeda mais recente, constituída pela circulação dos depósi
tos e respetivos registos nas contas dos clientes. Esses registos, que eram, antigamente,
escriturados em livros de registo são. atualmente, processados eletronicamente por via
informática. Na circulação dos depósitos utilizam-se vários instrumentos: cheques, ordens
de transferência, cartões de débito e de crédito.
83
Desmaterialização da moeda
A evolução que a moeda sofreu ao longo dos tempos foi acompanhada de um processo de
desmaterialização, isto é. a moeda perdeu conteúdo material. Da moeda metálica às notas e
destas aos meros registos da circulação dos depósitos, inlcialmente manuscritos e atualmen
te informáticos, a moeda foi deixando de ter conteúdo físico
Funções da moeda
Na troca indireta a moeda desempenha múltiplas funções:
• melo de pagamento - sendo a moeda aceite por todos como intermediána nas trocas,
qualquer divida pode ser paga através dela;
• medida de valor - a moeda expressa o valor dos bens, através dos preços;
• reserva de valor - a moeda pode ser guardada durante algum tempo de forma a ser utili
zada mais tarde.
Atualmente, a zona euro é constituída por 19 dos 28 países da União Europeia: Alemanha.
Áustria. Bélgica, Chipre. Eslováquia. Eslovénia. Espanha. Estónia. Finlândia. França. Grécia.
Irlanda. Itália. Letónia. Lituânia. Luxemburgo. Malta. Países Baixos e Portugal.
Os restantes países da UE não aderiram à moeda única por não o desejarem, como foi o
caso da Dinamarca e do Reino Unido, ou por não cumprirem os critérios de adesão, como a
Croácia.
84
TEMAS Moeda e inflação
85
5.3 O preço de um bem - noção e componentes
A troca coloca a questão de saber o valor dos bens a trocar. Como se viu anteriormente, uma
das funções da moeda é ser medida de valor. Assim, será através da moeda que se Irá expri
mir o valor dos bens, atnbulndo-se um determinado preço a cada bem.
Preço de um bem - E o valor do bem. expresso numa unidade monetária (euros. dólares,
libras, etc.).
86
• Deslnflaçâo - situação que traduz uma desaceleração do ritmo de crescimento dos preços;
• Deflação - caracteriza-se por uma descida do nível médio dos preços;
• Estagflaçào - fase da economia em que se verifica uma estagnação económica acompa
nhada de inflação.
Causas da inflação
A inflação não depende de uma causa específica, mas de várias causas.
Excesso de procura
Inflação esperada
Estas duas causas da inflação estão multas vezes interligadas pois a subida dos preços, em
resultado do excesso de procura, pode originar um aumento de salános. Se este for superior
ao aumento da produtividade, irá refletir-se, por sua vez, no aumento dos custos de produção
- levando novamente à subida dos preços.
Por exemplo, quando ocorre um aumento de salários, a subida destes pode onglnar. não só
um aumento dos custos de produção, mas também um aumento da procura. O aumento dos
salános pode, assim, ser um fator que contnbui para a inflação pela via da procura e pela via
dos custos.
A expetativa de um aumento da inflação desencadeia, por parte dos agentes económicos, com
portamentos geradores de inflação. É o que acontece quando se negoceiam aumentos salanais
mais elevados para fazer face a uma previsível subida da inflação (Inflação esperada)
Esse aumento pode, como se viu anteriormente, gerar inflação pela subida dos custos e pelo
aumento da procura. O mesmo poderá acontecer com as empresas que. prevendo uma subi
da do preço das matérias-primas, fazem repercutir de imediato essa futura subida nos preços
atuais dos bens.
Medida da inflação
índice de preços
Uma vez que os preços dos bens sofrem alterações no tempo (subidas ou descidas), utíllzam-
-se os índices de preços para conhecer as vanações registadas. O índice de preços de um
bem estabelece a relação entre o preço do bem em dois momentos diferentes
Por exemplo, a variação do preço de um bem que custava 20€ em 2018 e que passou a cus
tar 25€ em 2019. é a seguinte:
O valor calculado permite afirmar que o bem sofreu um aumento de preço de 25%.
A variação do custo do cabaz de compras representa a variação dos preços dos bens entre
dois momentos, sendo assim possível medir a inflação.
88
TEMA 5 Moeda e inflação
O valor do IPC calculado significa que. em 2018. comparativamente, a 2017 os preços varia
ram 5.8%. ou seja, em cada 100€ houve um aumento de 5.80€.
Taxa de Inflação
A taxa de inflação no país X. em 2018, foi de 5.8%. ou seja, o nível médio dos preços aumen
tou 5.8% relativamente a 2017.
A taxa de inflação pode ser medida de várias formas, entre as quais se destacam a taxa de
inflação homóloga, a taxa de inflação média e a taxa de inflação mensal. Segundo o INE. estas
deflnem-se da seguinte forma:
• Taxa de Inflação homologa - A variação homóloga compara o índice do mês corrente com
o do mesmo mês do ano antehor;
• Taxa de Inflação média anual - A variação média dos últimos doze meses compara o índi
ce médio dos últimos doze meses com o dos doze meses imediatamente anteriores;
• Taxa de Inflação mensal - A variação mensal compara índices entre dois meses consecu
tivos. Embora permita um acompanhamento corrente do andamento dos preços, é influen
ciada por efeitos sazonais e outros mais específicos localizados num (ou em ambos) dos
meses comparados.
Poder de compra
O poder de compra, ou seja, a quantidade de bens e serviços que se pode comprar com uma de
terminada quantidade de moeda depende do nível geral de preços e do nível de rendimentos
89
Supondo que. no país X. em 2018. o rendimento aumentou 6% (índice 106) e o valor do IPC
foi de 103, teremos:
106 * 100
Indicador do poder de compra = —^3— = 1°2.91
O poder de compra, também conhecido por nível de vida está, assim, associado ao poder
de compra do rendimento e depende do nível geral de preços, o chamado custo de vida.
Inversamente, uma subida do custo de vida superior ao aumento do rendimento origina uma
diminuição do nível de vida das pessoas.
Vejamos este exemplo. No país A. em 2018. o valor do IPC foi de 110 e o índice de aumento
do rendimento foi de 105.
105 * 100 .
Indicador do poder de compra = n<j " = 95.4
No país A. em 2018, registou-se uma queda do poder de compra na ordem dos 4.6%.
Quadro 1 - índice de preços no consumidor. Portugal, maio de 2018. Em percentagem. Base 100 = 2012
90
TEMAS Moeda e inflação
A análise do quadro 1 relativo à vanaçao dos preços registada pela economia portuguesa em
maio de 2018 permite concluir que:
• a variação do nível de preços em termos homólogos e médios foi de 1,04%. ou seja, o valor
da inflaçao situou-se em 0.4%;
• as classes de despesa que mais contribuírem para a variação positiva dos preços, em
termos homólogos, foram a classe dos «Transportes» (3.80%), dos «Restaurantes e hotéis»
(2.87%) e das «Bebidas alcoólicas e tabaco» (2,28%);
• «Vestuário e calçado» foi a classe de despesa que registou uma vanaçao homóloga mais
negativa (-3.26%).
Na União Europeia e na zona euro, a Inflaçao é medida pelo índice harmonizado de preços
no consumidor (IHPC). que permite comparar os dados relativos aos vários países.
De acordo com os valores fornecidos pelo gráfico 1. a taxa de variação média do IHPC de Por
tugal, em junho de 2018. foi 1.3%. valor inferior em 0.2 pontos percentuais (p.p.) ao registado
pela zona euro. cuja taxa de variação média foi de 1.5%.
91
ESQUEMA-SÍNTESE
Produtores
Formas de moeda
• Moeda mercadoria
• Moeda metálica
• Moeda-papel
• Moeda escriturai
Subida generalizada
dos preços
92
TEMAS Moedaeinflação
SÍNTESE
✓ A moeda foi assumindo várias formas ao longo do tempo começando pela moeda merca-
dona. passando pela moeda metálica e postenormente pela moeda-papel.
✓ A moeda-papel começou por ser moeda representativa, evoluiu para moeda fiduciária e.
durante o século XIX, passou para a forma de papel-moeda (as notas são inconvertíveis e
a sua aceitação pelo público é imposta pelo Estado).
✓ Os preços dos bens e serviços sofrem oscilações das quais a vadação sazonal e a inflação
são os principais exemplos.
✓ A inflação consiste na subida generalizada e contínua dos preços dos bens e serviços. O
excesso de procura, o aumento dos custos de produção e a inflação esperada constituem
as principais causas de inflação.
✓ O índice de preços no consumidor (IPC) permite medir a inflação pois mede a variação de
preços de um conjunto alargado de bens característicos do consumo das famílias (cabaz de
compras), em dois momentos diferentes.
✓ O poder de compra das famílias é Influenciado pelo nível médio de preços e de rendimen
tos. Se a variação do nível médio de preços for superior à variação média dos rendimentos
veriflca-se uma diminuição do poder de compra.
✓ A inflação na zona euro é medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC).
93
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
3. A inflação resulta
5. O índice de preços no consumidor (IPC), no país X. no ano de 2019, foi de 98. O valor
calculado significa que
94
TEMAS Moedaeinflação
6. No país Y, em 2018, o nível médio de rendimentos registou uma variação de 2,4% e o va
lor do índice de preços no consumidor (IPC) foi de 110. Com base na situação enunciada,
pode aflrmar-se que
GRUPO II
2. As economias modernas têm por base o papel-moeda. Esta moeda tem curso legal, sen
do emitida por um banco central. Não possui valor Intrínseco, mas é aceite por todos
A moeda também pode existir sem ter um conteúdo material, bastando um registo infor
mático da sua existência no banco.
3. «Os preços sobem, não porque as coisas valham mais, mas porque a unidade em que o
valor é medido vale menos.» (adaptado de João César das Neves. Princípios de Econo
mia Política. Lisboa. Editorial Verbo).
4.1 Explique como o excesso de procura e a subida dos custos de produção contribuem
para a inflação.
4.2 Os dois fatores acima referidos podem, pela sua interação, contribuir para o cresci
mento do processo inflacionista? Justifique a sua resposta.
95
Avaliação
G 5 ' Orelativamente
valor apresentado significa que em 2019 a variação do nível médio de preços
a 2018 foi de 2%, ou seja, os preços aumentaram, em média. 2%.
102 - 100
S3 Taxa de inflação = 100 = 2%
100
2017 2018 í
Portugal 0,6
Zona euro 0.2
Fonte: ftirdata. fcwirtn>dc2019
7.1 Pode afirmar-se que. em 2018. em Portugal, ocorreu desinflação? Justifique a resposta.
96
TEMAS Moedaeinflação
8. Considere os valores.
Quadro 1 - IPC (por ciasse e total), fevereiro de 2019. taxa de variação homóloga
Total 0,94
Bebidas alcoólicas e tabaco 2.62
Vestuário -3.29
Habitação -0.16
Transportes 2.25
Comunicações 0,02
Educação 1.38
Restaurantes e hotéis 172
Bens e serviços diversos 1.74
Rintc: INE. março dc 2019
10
MOdia da zona curo: 15%
10
74
W
0.0
- a taxa de variação homóloga do IHPC português (1.4%). em maio de 2018. foi inferior
ã média da zona euro (1.9%). em 0.5 p.p.;
- a Estónia registou a maior taxa de variação homóloga do IHPC (3.1%) que superou a
média da zona euro em 1,2 p.p.;
97
TEMA 6
Rendimentos e distribuição
dos rendimentos
6.1 A atividade produtiva e a formação dos rendimentos
6.2 A distribuição funcional dos rendimentos
6.3 A distribuição pessoal dos rendimentos
6.4 A redistribuição dos rendimentos
6.5 As desigualdades na distribuição dos rendimentos em Portugal
e na União Europeia
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
O rendimento cnado num país irá ser repartido pelos intervenientes na produção e pelo con
junto de pessoas que constituem a comunidade, sob a forma de rendimentos primários. Por
outras palavras, o rendimento será objeto de dois tipos de distribuição: a distribuição funcio
nal e a distribuição pessoal dos rendimentos.
Fator trabalho
Salário
99
Fator capital
Renda
A renda e o rendimento do proprietário que cede bens Imóveis em regime de arrendamento
tais como, casas, terras, andares, escritórios, armazéns, etc. O proprietário desse bem cede
temporanamente a sua utilização a outra pessoa ou entidade mediante um contrato de arren
damento - a renda é a remuneração do proprietáno.
Juro
O Juro e o rendimento de quem cede (empresta) capital - o capitalista. O juro é calculado
com base na taxa de juro.
Lucro
100
á
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
Evidencia-se. assim, a desigualdade na distribuição dos rendimentos pelas famílias que com
põem a comunidade.
Esta desigualdade pode resultar de vários fatores, entre os quais as remunerações diferen
ciadas do fator trabalho (em virtude do diferente nível educacional dos Indivíduos, diferentes
qualificações profissionais e aptidões, natureza do trabalho prestado, ramo de atividade, loca
lização da empresa) e a existência de rendimentos da propriedade dos meios de produção
ou capital. Assim, se os indivíduos forem detentores de capital podem aufenr rendimentos da
sua aplicação (rendas, juros e lucros); se forem trabalhadores, auferem salários.
Surgem, deste modo, dois conceitos essenciais: o salário nominal e o salário real. O salário
nominal é a quantidade de moeda que o trabalhador recebe como resultado do seu trabalho
e com o qual vai adquirir os bens de que necessita. O salário real é a quantidade de bens e
serviços que o trabalhador pode adquirir com o seu salário nominal.
O nível de inflação (IPC) influencia, assim, o salário real. Para que os trabalhadores não per
cam poder de compra, foi criada em muitos países uma escala móvel de salários que os faz
variar, periodicamente (em geral, anualmente), na mesma percentagem da variação dos pre
ços (IPC) - a Indexação dos salários.
101
Indicadores que permitem medir as desigualdades
Existem vários indicadores que permitem medir as desigualdades na distribuição dos ren
dimentos como, por exemplo, o leque salanal. o rendimento nacional per capita, a curva de
Lorenz e o índice de Ginl. os rácios S80/S20 e S90/S10. o limiar de pobreza e a taxa de risco
de pobreza. Vejamos alguns exemplos para cada indicador.
Leque salarial
Existem diferenças salariais que se devem a vários fatores, tais como, nível de habilitações,
qualificação, desempenho, mérito, experiência profissional, produtividade do trabalho, poder
reivindicativo dos sindicatos, entre outros.
Uma forma de medir a desigualdade de salários que existe numa empresa ou comunidade é
através do leque salarial, indicador que exprime a relação entre o salário mínimo e o salário
máximo
Salário mínimo
Leque salarial =
Salário máximo
Rendimento nacional
Rendimento nacional per capita
População
Apesar da grande utilidade deste Indicador, ele apresenta algumas limitações: por representar
uma média, oculta desigualdades na distribuição dos rendimentos pela população (género,
etnia, idade, deficiência, por exemplo) ou pelas diferentes regiões de um país; por ignorar todo
o setor informal da economia (trabalho doméstico, trabalho destinado ao autoconsumo, por
exemplo) que. em diversos países tem um peso elevado, mas que se encontra subavallado;
por representar um valor global, não discrimina a natureza dos rendimentos; por ser um indica
dor de natureza económica, não mede outras dimensões da realidade social, que é complexa
e plurldlmensional.
<
102
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
Curva de Lorenz
A curva de Lorenz {ou curva de concentração de Lorenz) é um diagrama que representa, por
classes percentuais, a parte do rendimento que cabe a cada grupo populacional, permitindo
avaliar a desigualdade existente entre as diferentes categorias de indivíduos. É. por isso, um
dos Instrumentos de medida das desigualdades da distribuição dos rendimentos. Vejamos o
exemplo do gráfico 1.
As curvas A e B. por sua vez, representam situações em que existem assimetrias na distri
buição dos rendimentos, sendo que na situação A as assimetrias são multo mais acentuadas.
Em contrapartida, na situação B a curva afasta-se pouco da diagonal, significando isto que as
desigualdades sociais são menos acentuadas.
índice de Glnl
103
O (ndice de Glnl vana entre o valor 0 (concentração de rendimentos nula e. portanto. Igualda
de absoluta) e o valor 100 (extrema concentração de rendimentos e extrema desigualdade).
104
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
O limiar de pobreza é o limiar do rendimento abaixo do qual se considera que uma família se
encontra em risco de pobreza. Este valor foi convencionado pela Comissão Europeia como
sendo o correspondente a 60% da mediana do rendimento por adulto equivalente de cada
país'. Recordamos que a mediana é o valor que divide o rendimento em duas partes iguais;
o rendimento por adulto equivalente, de acordo com o INE. é obtido dividindo o rendimento
líquido de cada família pela sua dimensão em número de adultos equivalentes e o seu valor
atribuído a cada membro da família.
Quadro 1 - Portugal: limiar de risco de pobreza anual, entre 2013 e 2016. Em euros
2016 5443
2015 5269
2014 5061
2013 4937
R>nte. wwwtnc.pt (oinsultado em setembro de 2018)
A partir do quadro 1. podemos observar que, entre 2013 e 2016, o limiar de risco de pobreza
tem vindo a aumentar em Portugal. O valor do limiar do risco de pobreza anual, em Portugal,
em euros. em 2016. foi de 5443C. correspondendo a 60% da mediana do rendimento por
adulto equivalente, o que significa que é abaixo desse valor que se considera que uma família
se encontra em risco de pobreza.
105
6.4 A redistribuição dos rendimentos
Na distribuição dos rendimentos geram-se. por vezes, desigualdades muito acentuadas. De
forma a corrigir esses desequilíbrios, resultantes da pfimeira distribuição dos rendimentos, e
para que a sociedade possa ser mais Justa do ponto de vista social, o Estado intervém, redis
tribuindo os rendimentos.
Política fiscal
A política fiscal consiste na criação e aplicação de impostos sobre bens e serviços e sobre os
rendimentos. Os impostos são receitas que o Estado obtém para fazer face às suas despesas
com a prestação de serviços Indispensáveis a satisfação das necessidades coletivas, como,
por exemplo, a saúde, a educação, o saneamento básico, a justiça, os transportes, entre ou
tros. Os Impostos constituem, deste modo, o principal recurso financeiro de que o Estado
dispõe para fazer face às suas responsabilidades de Intervenção social.
Entre os Impostos, há os Impostos Indiretos, que Incidem sobre os consumos, como, por
exemplo, o IVA (Imposto sobre o valor acrescentado), os impostos de consumo sobre o taba
co. sobre o álcool e bebidas alcoólicas, e os Impostos diretos, que Incidem sobre os rendi
mentos obtidos pelos contribuintes, como, por exemplo, o IRS (imposto sobre o rendimento
de pessoas singulares) e o IRC (imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas).
Política social
Através da política social, o Estado atenua as desigualdades sociais. Deste modo, com as
receitas dos impostos e das contribuições sociais, o Estado transfere verbas para as famílias
mais carencladas (transferências sociais) e fornece à população bens e serviços indispensá
veis. de uma forma gratuita ou a um preço acessível - são os bens públicos. Como exemplos
temos a educação gratuita durante a escolandade obngatória ou a saúde, em que os cida
dãos pagam um preço inferior ao preço de custo através das taxas moderadoras, podendo,
em caso de rendimentos multo baixos, estar isentos desse pagamento.
106
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
A proteção social, a cargo da Segurança Social, constitui outro exemplo da política social do
Estado. Este utiliza as receitas, provenientes das contribuições sociais (dos trabalhadores e
das entidades patronais) e do seu próprio orçamento, para apoiar os Indrvíduos na velhice
(reformas e pensões), no desemprego (subsídio de desemprego) e na pobreza (rendimento
social de inserção - RSI). por exemplo.
é de referir que as contribuições pagas o são em função dos rendimentos dos contribuintes,
ao passo que as prestações recebidas e as comparticipações sociais variam em função das
necessidades dos que as recebem. Aqui reside o princípio da solidariedade social em que
assenta o Estado social.
O risco de pobreza após transferências sociais diminui uma vez que o Estado corrigiu as-
simetnas da distribuição pnmãria dos rendimentos. Deste modo, a proporção da população
cujo rendimento equivalente, após as transferências sociais, se encontra abaixo do limiar de
pobreza, é menor do que antes das transferências sociais.
Podemos concluir, após a análise do quadro 2. que a taxa de risco de pobreza diminuiu após
as transferências sociais, quer em 1995. quer em 2016. No ano de 2016. os efeitos das transfe
rências sociais foram mais significativos, pois a proporção da população em nsco de pobreza
passou de 25%. antes das transferências sociais (com exceção das transferências relativas a
pensões), para 19% após as transferências sociais.
é também de salientar que a taxa de risco de pobreza, antes e após transferências sociais
diminuiu, entre 1995 e 2016.
107
Rendimento disponível dos particulares
O rendimento nacional, que é repartido pelos elementos que compõem a população de um
certo país sob a forma de remunerações do trabalho e do capital (rendimentos de empresa
e de propriedade), não constitui a totalidade dos rendimentos das famílias. A estes rendimen
tos que constituem os rendimentos primários, há que acrescentar, ainda, as transferências
sociais que podem ser externas ou internas (rendimentos secundários).
As transferências externas sâo constituídas por rendimentos que algumas famílias recebem
do exterior como, por exemplo, as remessas que lhes são enviadas por familiares emigrados
ou o pagamento de pensões por entidades estrangeiras a trabalhadores portugueses que
tenham trabalhado fora de Portugal e aí pago as suas contribuições sociais. As transferências
Internas são provenientes da Segurança Social, que transfere para as famílias pensões, abo
nos. rendimento social de inserção (RSI). entre outras transferências.
Remunerações Contribuições
do trabalho sociais
Rendimentos Rendimentos
do trabalho do capital
108
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
SIO
A partir do quadro 3, podemos observar que Portugal foi o quarto país da UE-28 em que os
10% da população com maiores recursos (decil do topo) concentraram maior rendimento, cujo
valor correspondeu a mais 2 p.p. (pontos percentuais) do que o valor médio da UE-28. Os 10%
da população com recursos mais baixos (decil da base) apenas detinham 2,6% do rendimento
total. No entanto, esse valor não diferiu muito dos 2.8%. que correspondiam ao valor médio
da UE-28. auferidos pelo decil de base.
Se calcularmos os rácios S90/S10 dos quatro países com maior concentração do rendimento
no decil do topo, verificamos que Portugal foi aquele que apresentou o valor mais baixo: 10
(25.9/2,6). em comparação com a Bulgária. Lituânia, e Sérvia, com rácios de 16.14 e 30. res-
petivamente. Porém, Portugal encontra-se multo afastado de países como a Eslováquia (6).
Eslovénia (5.2), Bélgica (5.5) Noruega (6). Islândia (4.9), Finlândia (5.2) e República Checa (52).
que apresentam rácios S90/S10 mais baixos e inferiores ao valor médio da UE-28. cujo rácio
S90/S10 é 8.5 (23.8/2.8).
16,2 17.5
Rintc: www.pondata.pt (consultado em setembro de 2018)
Podemos constatar que. na UE-28, em 2016. as mulheres auferiam, em geral, salários mais
baixos do que os homens. Em Portugal essa dispandade era ainda maior. Enquanto as mulhe
res em Portugal, em 2016. em geral auferiam em média menos 17,5% do que os homens, na
UE-28 auferiam em média menos 162%.
109
ESQUEMA-SÍNTESE
Lucros, juros
Salários Salário nominal Salário real
e rendas
+ Transferências externas
+ Transferências internas Redístribulção dos rendimentos
- Impostos diretos
- Contribuições para a Segurança Social
Rendimento disponível
Política fiscal Política social
dos particulares
Consumo
1 Aplicação do rendimento disponível
110
TEMAS Rendimentos e distribuição dos rendimentos
SÍNTESE
✓ A distribuição pessoal dos rendimentos diz respeito à distribuição dos rendimentos pela
população residente.
✓ O salário nominal consiste na quantidade de moeda que o trabalhador recebe como resulta
do do seu trabalho e com o qual vai adquirir os bens de que necessita. O salário real corres
ponde à quantidade de bens e serviços que o trabalhador pode adquirir com o seu salário
nominal, sendo influenciado pelo nível de inflação (IPC).
✓ O rendimento nacional per capita permite conhecer o rendimento médio de cada habitante.
✓ O índice de Gini é também uma medida de desigualdade. Varia entre o valor zero (concen
tração de rendimentos nula e. portanto, igualdade absoluta) e o valor 100 (extrema concen
tração de rendimentos e extrema desigualdade).
✓ O limiar de pobreza é o limiar do rendimento abaixo do qual se considera que uma família
se encontra em risco de pobreza.
✓ A política de redistnbuição dos rendimentos, a cargo do Estado, tem como finalidade a redu
ção das desigualdades sociais originadas na distribuição primária do rendimento. O Estado
utiliza, para o efeito, a política fiscal e a política social. O risco de pobreza após as transfe
rências sociais diminui uma vez que o Estado corrigiu assimetrias da distribuição primária
dos rendimentos.
111
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
3. Em 2017, num determinado país, os salários reais aumentaram 6%. Pode-se afirmar que
112
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
■■■■
Rintc: www.piirdau.pt (a insultado em setembro de 2018)
113
Avaliação
GRUPO II
r-------------------------------------------
Anos Remunerações
2.4 Supondo que o país em questão é composto por dots milhões de indivíduos, deter
mine o valor do rendimento nacional per capita.
114
TEMA 6 Rendimentos e distribuição dos rendimentos
3.3 Explique, com base na afirmação, a queda dos salários reais, em Portugal, em Espa
nha e Reino Unido, entre 2010 e 2016.
43 Refira mais três instrumentos que permitem medir as desigualdades sociais, para
além do rácio S90/S10.
4.4 Analise, com base no gráfico, a evolução do rácio S90/S10. em Portugal, entre 2003
e2016.
115
TEMA 7
Utilização dos rendimentos
7.1 A utilização dos rendimentos - o consumo e a poupança
7.2 Os destinos da poupança - a importância do investimento
7.3 O investimento em Portugal e o investimento português no estrangeiro
7.40 financiamento da atividade económica - autofinanciamento
e financiamento externo
TEMA 7 Utikzaçãodos rendimentos
c
Consumo
Poupança
As decisões de poupança e de consumo por parte das famílias são também influenciadas
pelas decisões dos governos em maténa de segurança social e de impostos. Ter expetativas
positivas relativamente ao recebimento de pensões e reformas no futuro estimula o consumo
presente, desincentivando a poupança: por outro lado, o agravamento dos impostos sobre os
rendimentos obriga à constituição de poupanças para cumprimento das obrigações fiscais.
Poupança
Taxa de poupança x 100
Rendimento disponível
Entesouramento
Investimento
117
• O entesouramento é a conservação de valores monetários sob a forma de moeda, ouro,
obras de arte. etc. Esta forma de aplicar a poupança é considerada improdutiva, na medida
em que os valores, ao serem retirados do circuito económico e monetáno. não contribuem
para o incremento da atividade económica.
• Os depósitos bancários e outras aplicações financeiras constituem poupanças entregues
às instituições financeiras, que depois as lançam no circuito económico através do crédito
concedido. Estes depósitos e aplicações são remunerados com juros, que constituem ren
dimentos para os depositantes (aforradores).
• O Investimento e a aplicação da poupança na atividade produtiva, através da aquisição de
bens de capital. Aquele que Investe espera, naturalmente, obter um rendimento.
Formação de capital
A atividade produtiva exige a utilização de bens de capital, como máquinas, edifícios e ma-
ténas-pnmas. Durante o processo produtivo, estes bens vão-se desgastando pela utilização
consecutiva, caso do capital fixo, ou desaparecem, pois são transformados e incorporados
nos produtos, como é o caso do capital circulante.
Para que a produção possa continuar, será necessário repor o capital que se gastou e. caso
se pretenda aumentar a capacidade de produção, ter-se-á ainda de constituir novo capital.
Mas. para se formar capital de modo a continuar e aumentar a produção futura, é necessáno
que a sociedade poupe parte dos seus rendimentos, renunciando a alguns dos consumos
imediatos.
Variação de existências
Ex.: matêrtas-prtmas e subsidiarias, e produtos semiacabados.
118
TEMA 7 Utikzaçãodos rendimentos
A Importância do Investimento
Nas economias onde a maioria do capital é privado, o investimento é decidido pelo empresá
rio. As decisões de Investimento privado estão, no entanto, muito dependentes das expeta
tivas dos agentes económicos relatlvamente à rendibilidade e risco do mesmo, o que está
diretamente relacionado com a evolução do ciclo económico.
Quando a economia regista uma quebra no seu crescimento e as expetativas dos Investi
dores são negativas, verlflca-se uma forte redução do investimento. Em períodos de cresci
mento económico, sendo as perspetivas de rendibilidade altas, reglsta-se um aumento do
investimento privado.
Funções do Investimento
Substituição do capital
Inovação
119
Tipos de Investimento
Material
Imaterial
Financeiro
• Investimento material - constituído por bens de produção, como, por exemplo, matérias-
-pnmas. máquinas, instalações, etc.
• Investimento Imaterial - constituído por despesas com a investigação, a educação, a for
mação e a qualificação dos recursos humanos, e com campanhas publicitárias. Estas des
pesas Irão contribuir para o aumento da produtividade e da competitividade das empresas
e das economias.
• Investimento financeiro - constituído por aplicações financeiras das poupanças, como,
por exemplo, a compra de ações e de obrigações. Estas representam para as empresas
que as emitem um aumento dos recursos financeiros necessários à sua atividade produtiva
e. para os investidores, a possibilidade de obter um rendimento futuro.
120
TEMA 7 Utilização dos rendimentos
A economia portuguesa, sendo uma economia aberta e integrada na União Europeia tem re
gistado um processo de internacionalização crescente traduzido em movimentos de entrada
e saída de capitais, relativas a investimentos diretos.
r
2015 2016 2OT7
Investimento direto do exterior em Portugal (IDE) 108 454 HO 633 119 768
Investimento direto - «O investidor tem o controlo direto (50% dos direitos de voto) ou
indireto (entre 10% e 50% dos direitos de voto) na gestão de uma empresa de outra eco
nomia. O IDPE (ativos) corresponde ao investimento feito por residentes em empresas
residentes no exterior e o IDE (passivos) corresponde ao investimento de não residentes
em Portugal. O investimento direto inclui investimento em imobiliário (propriedades e
casas), para uso pessoal e arrendamento.» (Banco de Portugal)
Direto
Necessidade
de financiamento
Indireto
121
Financiamento Interno ou autoflnandamento
Quando os agentes económicos têm capacidade de financiamento significa que têm recur
sos próprios para financiar o desenvolvimento da sua atividade. Os meios de financiamento
próprios resultam da poupança constituída e constituem financiamento interno ou autoflnan-
ciamento. Nas empresas, os lucros nâo distribuídos pelos sócios ou acionistas constituem a
principal fonte de autoflnandamento.
Financiamento externo
Quando os agentes económicos não possuem recursos próprios suficientes para financiar a
sua atividade terão de obter financiamento Junto de terceiros que possuam capacidade de
financiamento. Os meios de financiamento fornecidos por outros agentes económicos cons
tituem financiamento externo.
t____________________________ J
Oferta de meios de financiamento
122
TEMA 7 Utikzaçãodos rendimentos
í t 1
Agentes Agentes
Mercado
de títulos
de financiamento de financiamento
O agente económico que necessita de financiamento para a sua atividade obtém os meios
financeiros junto de terceiros de forma indireta, ou seja, através do crédito fornecido pelas
Instituições financeiras
O crédito
No financiamento externo Indireto da atividade económica, as instituições financeiras fun
cionam como agentes Intermediários entre os agentes que têm necessidade de financia
mento e os agentes que possuem capacidade de financiamento. Ao receberem depósitos,
as Instituições financeiras podem canalizar as poupanças dos agentes com capacidade de
financiamento para os agentes com necessidade de financiamento, através do crédito
Os agentes económicos que nâo possuam recursos próprios suficientes para satisfazer as
suas necessidades recorrem assim ao crédito junto das instituições financeiras. As famílias
pedem empréstimos para adquirir uma casa, comprar um automóvel, viajar, entre outros
exemplos. As empresas utilizam crédito para ampliar as Instalações, adquirir novas máquinas,
ou seja, para investir.
Juro - Rendimento de quem cede o capital. E calculado com base na taxa de juro.
Taxa de Juro - Relação entre o valor do juro a pagar e o valor do capital emprestado.
123
Operações ativas e operações passivas
X
Taxas de Juro passivas
(a pagar pelos bancos)
124
TEMA 7 Utikzaçãodos rendimentos
Operações ativas
As operações de empréstimo dos bancos designam-se por operações ativas às quais corres
pondem taxas de juro ativas, a cobrar pelos bancos junto dos beneficiános do crédito.
Operações passivas
Os bancos recebem as poupanças dos aforradores sob a forma de depósitos que sâo remu
nerados com um juro.
A taxa de juro a pagar pelos bancos é fixada em função do tempo de duração do depósito.
A atividade das Instituições financeiras é remunerada com base na diferença entre as duas ta
xas. que constitui a base do seu lucro e se designa por margem de Intermediação financeira
As taxas de juro ativas têm. assim, de ser superiores às taxas de juro passivas.
As taxas de juro dos depósitos deverão cobrir pelo menos a taxa de inflação, de forma a In
centivar a poupança. Caso contrário, verlfica-se um aumento do recurso ao crédito, podendo
originar tendências inflacionistas pelo excesso de procura.
Como as taxas de juro ativas sâo superiores às taxas de juro passivas (lucro do banco), o seu
valor deve situar-se acima do valor da taxa de inflação.
Para o Investidor, taxas de juro ativas elevadas representarão menor rendibilidade do in
vestimento dados os custos do empréstimo (amortizações do capital e juros), o que poderá
desincentivar o Investimento.
Para as famílias que querem contrair empréstimos, juros altos significam um agravamento
dos encargos (amortização do capital e juros) e um maior endividamento, em particular para
as de menor rendimento.
Taxas de Juro elevadas dificultam, deste modo, o acesso ao crédito, mas Incentivam a pou
pança. dado o juro dos depósitos ser atrativo.
125
ESQUEMA-SÍNTESE
r~ ~1
Consumo Poupança
X
Reposição
1
Formação
•ÍI
Oferta de recursos
do capital de capital financeiros
Credito
Procura de recursos Instituições financeiras
financeiros monetárias
Juros
Autofinanciamento
Capacidade
Poupança > de financiamento
ou financiamento
interno
Necessidade
Poupança < de financiamento
Financiamento
externo
Indireto Direto
í
Instituições
X
Mercado de títulos
financeiras
l
Crédito Ações Obrigações Fundos Títulos
126
TEMA 7 Utilização dos rendimentos
SÍNTESE
✓ A poupança (parte do rendimento disponível não gasta no consumo Imediato), pode ser
entesourada, depositada ou investida.
✓ O investimento exige recursos monetários que nem todos os agentes económicos possuem
na quantidade necessária. Os agentes que não possuam capacidade de financiamento têm
de obter financiamento junto de terceiros. Podem financlar-se diretamente, emitindo ações
ou obrigações ou indiretamente. recorrendo ao crédito.
✓ A cedência de recursos financeiros por parte dos agentes com capacidade de financia
mento implica uma remuneração. Juros para quem cedeu recursos sob a forma de depósi
tos. crédito ou empréstimos e dividendos para os detentores de ações.
✓ O acesso ao crédito depende do valor da taxa de juro. Taxas de juro elevadas representam
agravamento de custos e menores expetativas de lucro para o investidor, o que diminuirá
o interesse em investir. Para as famílias que recorram ao crédito, taxas de juro altas, repre
senta maiores encargos e maior endividamento.
✓ As taxas de juro ativas (sobre os empréstimos) devem ser superiores às taxas de juro
passivas (sobre os depósitos), pois a diferença entre ambas constitui a remuneração dos
bancos. Por outro lado, as taxas de juro passivas devem cobrir a inflação de forma a in
centivar a poupança.
✓ O investidor residente num país que adquira uma empresa ou parte de uma empresa (pelo
menos 10% dos direitos de voto) residente noutra economia, realiza um investimento direto.
127
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
2. Numa dada economia, no ano 2019, o valor do consumo das famílias foi de 1500 unida
des monetárias (u.m.) e o montante da poupança realizada pelas famílias foi de 300 u.m.
Quer isto dizer que a taxa de poupança das famílias nessa economia, em 2019. foi de
3. O investimento representa
(A) uma aplicação financeira da poupança.
(B) a aplicação da poupança em bens que contribuam para o aumento da riqueza das
pessoas.
(C) de inovação, através de novos processos produtivos que contribuem para o aumento
da produtividade.
128
TEMA 7 Utüzação dos rendimentos
(D) de valor distinto, pois as taxas passivas têm de cobrir as taxas ativas.
(C) verdadeira, pois a taxa de juro para as aplicações da poupança deve ser supenor ao
valor da taxa de inflação de forma a Incentivar as famílias a poupar.
(D) falsa, pois a taxa de inflação é que é influenciada pelo valor da taxa de juro.
(A) títulos mobiliários transacionáveis em bolsa que conferem aos seus titulares a quali
dade de acionistas.
(B) títulos mobiliános que conferem ao seu titular um direito representativo de um valor.
GRUPO II
1.2 Calcule o valor do consumo do país X sabendo que o rendimento disponível era
de 145 390 milhões de euros e que a poupança realizada foi de 12 524 milhões de
euros.
129
Avaliação
3. Identifique, para cada um dos exemplos que se seguem, o destino dado á poupança.
c) Uma empresa aplicou uma parte dos lucros na ampliação das suas instalações fabris.
130
TEMA 7 Utüzação dos rendimentos
F 4.QTrL 3.«Trt 2.* Trt. VTH. 4." TH. 3.* Trt. 2.“ TH. VTrt. 1
1 2017 2017 2017 2017 2016 2016 2016 2016 1
10.1 |
6.2 10.4 7.4 5.8 03 -11 -17
No 1.° e 2.° trimestres de 2016. a formação bruta de capital fixo (FBCF) apresentou taxas
de variação negativas (-17% e -1.1%. respetivamente). Iniciou um processo de recupe
ração no 3.° trimestre (um crescimento de 0,2%). que se revelou mais significativo no
4.° trimestre, apresentando uma taxa de variação de 5.8%. Em 2017, a FBCF cresceu
7.4% no 1.° trimestre, tendo registado um crescimento mais acentuado no 2.° e 3.° tri
mestres, apresentando taxas de variação na ordem dos 10.1% e 10.4%, respetivamente.
No 4.° trimestre de 2017. a FBCF continuou a registar crescimento, embora com valores
mais baixos, registando uma taxa de variação de 6.2%. Pode, assim, concluir-se que o
desempenho do investimento em capital fixo melhorou em 2017 relativamente a 2018.
131
Avaliação
8.2 Observe o gráfico. Analise a evolução dos dados relativos à economia portuguesa e
registe as suas conclusões.
— Sociedades financeiras
------ Particulares
lotai da economia
—— Sociedades nao financeiras
Administração pübáca
9.3 Justifique a afirmaçao: «Uma baixa taxa de juro Influencia diferentemente a poupança
dos agentes económicos e o recurso ao crédito.»
Juro = 15 750.00
O juro a pagar pelo empresário Y. ao fim de três anos e meio, será de 15 750€
132
TEMA 7 Utüzação dos rendimentos
133
PARTE 2
11.° Ano
Tema Os agentes económicos e o drcuito económico
A produção dos bens e serviços que satisfaçam as necessidades básicas da população, como
a alimentação, a saúde ou mesmo a educação, é indispensável para garantir a sobrevivência.
Todavia, com o desenvolvimento das sociedades e das economias, muitos outros bens e
serviços são produzidos, não por assegurarem as necessidades básicas das pessoas, mas
porque concorrem para uma vida confortável. A produção assume, portanto, uma função de
primeira Importância numa economia.
Existe uma outra função económica igualmente importante que consiste na utilização do
rendimento. Uma parte deste destinar-se-á ao consumo, mas a parte não utilizada deverá ser
reservada para uma utilização futura - a poupança, que permite o Investimento a fim de
garantir, no futuro, toda a disposição de mais bens e serviços para a comunidade.
Operações
Podemos, então, definir atividade económica como o conjunto das funções ou operações
económicas que permitem aos povos a sua sobrevivência (produção, repartlção/redistnbul-
ção do rendimento, consumo, poupança e investimento) e que se traduz num complexo sis
tema de Interações e equilíbrios entre elas.
137
Produção
r Rendimento
Sendo a economia uma ciência social, ela interessar-se-á pelos comportamentos relaciona
dos com conjuntos de agentes que desempenhem funções semelhantes, e não pelos com
portamentos desempenhados por um qualquer agente individual. Por isso, é fundamental
identificar esses conjuntos de agentes económicos que se distinguem pelas funções econó
micas que apenas eles podem desempenhar - funções específicas.
Finalmente, é fácil reconhecer que o Estado também intervém na economia através da re-
distnbulção do rendimento e da prestação de serviços coletivos, como a educação, a saúde,
a defesa e a segurança, por exemplo. Concluímos, assim, que o Estado ou Administração
Pública tem por função redistribuir o rendimento e prestar serviços coletivos.
Famílias Consumir
138
TEMA 8 Os agentes económicos e o circuito económico
O circuito económico
Se considerarmos a interação entre os principais agentes económicos e as suas funções
respetivas e os representarmos através de um circuito, onde se representam as operações
económicas realizadas pelos agentes económicos, obteremos uma visão simplificada do fun
cionamento da atividade económica.
As respostas são dadas pelas Interações entre os agentes económicos, que se traduzem em
fluxos (reais ou monetários) de entradas e saldas, consoante se trate de um recurso ou de
um emprego do agente.
Os fluxos relativos às relações que se estabelecem entre os agentes económicos podem ser
representados graficamente num circuito económico.
139
Contribuições para a Segurança Social
140
TEMA 8 Os agentes económicos e o circuito económico
Pode, então, concluir-se. de uma forma simples, da existência das seguintes igualdades:
141
ESQUEMA-SÍNTESE
142
TEMAS Os agentes económicos e o circuito económico
SÍNTESE
✓ Entre recursos e empregos de cada agente e entre os agentes deverá existir equilíbrio,
para um bom funcionamento da atividade económica.
143
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
144
TEMA 8 Os agentes económicos e o circuito económico
a) Concessão de empréstimos.
1. Operações financeiras.
b) Pagamento de impostos.
c) Produção de bens. 2. Operações sobre bens
d) Depósitos bancários. e serviços.
e) Consumo de bens.
3. Operações de repartição.
f) Recebimento de salários.
3. A partir dos valores relativos aos fluxos estabelecidos entre as famílias e as empresas
não financeiras representados no quadro abaixo em unidades monetárias, represente o
respetivo circuito monetário.
Quadro 1 - Fluxos. Em unidades monetárias (u.m.)
4.3 Selecione três dos fluxos atrás indicados, correspondentes a operações de repar
tição do rendimento. Justifique a seleção efetuada.
145
TEMA 9
A Contabilidade Nacional
9.1 Noção e objetivos da Contabilidade Nacional
9.2 Conceitos necessários à Contabilidade Nacional
9.3 Óticas de cálculo do valor da produção
9.4 Limitações da Contabilidade Nacional
9.5 As Contas Nacionais portuguesas
TEMAS AContabtfcdadeNadonal
Em 1993, a ONU definiu as diretrizes mundiais para a Contabilidade Nacional, dando origem
ao Sistema de Contas Nacionais das Nações Unidas - SCN93. atualizado em 2008 - SCN200e
O sistema de contas em vigor em Portugal até 2014 foi o Sistema de Contas Nacionais Por
tuguesas. base 2006 (SCNP200g) Em resultado da última versão do SEC. a partir de 2014
passou a vigorar o SCNR^, base 2011
147
9.2 Conceitos necessários à Contabilidade Nacional
A Contabilidade Nacional tem por objetivo a quantificação da atividade económica de um
país, como Já foi referido. É necessário que se definam os conceltos-base para o cálculo dos
valores dos grandes agregados económicos, como seja o produto dessa economia, o seu
rendimento ou a sua despesa.
Assim, em pnmelro lugar, há que identificar o espaço em que se desenvolve a atividade eco
nómica. o qual não coincide exatamente com o espaço geográfico. O espaço em que se con
tabiliza a atividade económica para cálculo do valor do produto de um país é. precisamente.
o território económico.
Importa também definir um outro par de conceitos indispensáveis aos cálculos da Contabili
dade Nacional, referentes aos agentes que protagonizam as diferentes operações económi
cas - a unidade e o setor Institucional
Residente - Todo o agente económico que tem um centro de interesse económico numa
economia (pode ser um agente de nacionalidade estrangeira), ou seja, é o agente que
realiza operações económicas num determinado território económico, ou a partir dele,
há mais de um ano.
Unidade Institucional - É o agente que tem uma função específica na atividade econó
mica e uma fonte de recursos própria, além de ter autonomia de decisão relativamente à
sua função principal. As unidades institucionais podem ser residentes ou não residentes:
• unidade institucional não residente num determinado país - tem um centro de interes
se económico fora do território económico desse país ou opera nesse território numa
base temporária (menos de um ano).
Qualquer família é uma unidade institucional na medida em que tem uma função específica
- a de consumir -. uma fonte de recursos própna - rendimentos provenientes do seu traba
lho ou capital - e autonomia de decisão em relação à sua função de consumir. O mesmo se
pode dizer das outras unidades institucionais. Por exemplo, qualquer empresa não financeira
148
TEMAS AContabtfcdadeNadonal
possui uma função específica que exerce em autonomia - a de produzir bens e serviços não
financeiros e tem uma fonte própna de recursos (o seu capital).
Os principais setores Institucionais que representam a ação dos agentes económicos são os
seguintes:
Quadro 1 - Caracterização simplificada dos setores institucionais
. Remunerações
• Rendimentos de
• Famílias • Consumir propriedade
• Transferências
de outros agentes
• Receitas
• Sociedades não • Produzir bens e
provenientes
financeiras serviços mercantis
da produção
Residentes ■ Prestar serviços • Receitas
• Sociedades
de intermediação provenientes
financeiras
financeira da sua atividade
" ISFLSF sao instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias, por exemplo, bombeiros voiintartos. IPSS, bbbotecas. etc.
Naturalmente, todas as unidades produzem o seu tipo de bem ou serviço, existindo inúme
ras unidades de produção que se assemelham relativamente ao processo de produção. Por
exemplo, as diferentes unidades agrícolas apresentam semelhanças relativamente ao seu
processo de produção. Isto é. relativamente ao processo de trabalhar a terra. O mesmo acon
tece com as unidades industriais, de comércio, de transportes, entre outros exemplos.
149
As unidades de produção cujos processos produtivos e produtos são semelhantes desempe
nham uma atividade económica similar, agrupando-se, por essa razão, em ramos de atividade.
Ramo de atividade - Conjunto de unidades que exercem uma atividade económica idên
tica ou similar.
Indústria 23 441.7
Construção 6316,0
■ Indústria
■ Construção
Comércio e reparaçao de veículos,
■ alojamento e restauração
h‘. 1 Transportes e armazenagem, atividades de Informação
e comunicação
m Atividades financeiras, de seguros e Imobiliárias
Outros serviços
150
TEMAS AContabtfcdadeNadonal
São três as óticas de cálculo do valor da produção: a ótica do produto, a ótica do rendimento
e ótica da despesa.
Por esta ótica de cálculo fica-se a conhecer a origem e natureza dos bens produzidos, pois o
produto é contabilizado segundo o ramo de atividade que lhe dá origem.
Um dos obstáculos que se coloca à determinação do valor do produto de um pais diz respeito
ao problema da múltipla contagem - o valor de determinado bem é registado mais do que
uma vez. Este problema justiflca-se pelo facto de muitos bens serem incorporados noutros du
rante o processo produtivo - os bens cuja utilização corresponde a um consumo Intermédio.
Para evitar cometer o erro da múltipla contagem, ter-se-á de identificar em cada empresa os
seus consumos intermédios, para que não sejam contabilizados como produção. Para resol
ver o problema da múltipla contagem recorre-se ao método dos valores acrescentados e ao
método dos produtos finais.
Para se compreender em que consiste cada um destes métodos de cálculo deve-se ter em
atenção que para se produzir sâo necessárias matérias-primas e outros bens (os mputs. ou
consumos Intermédios) que. combinados, dão origem a um produto final (os outputs).
Quando se contabiliza o valor dos bens produzidos, pode-se considerar o valor desses outputs.
bens que não vão sofrer mais transformações (método dos produtos finais) ou pode-se ter em
conta o valor que foi sendo sucessivamente acrescentado em todas as etapas do processo de
fabrico dos bens (método dos valores acrescentados).
151
Método dos valores acrescentados
Valor acrescentado (VA) - Valor da produção realizada pelo produtor - Valor dos ínputs
utilizados e produzidos por outros agentes (consumos intermédios)
Ao adicionar todos os valores acrescentados brutos (VA) por cada unidade de produção,
obtém-se o valor do produto interno (PI).
PI = X VA
Sendo o PIB avaliado a preços de mercado, é necessário adicionar o valor dos impostos líqui
dos de subsídios sobre os produtos. Então:
Pelo método dos produtos finais consideram-se os bens que não irão sofrer mais transforma
ções no processo produtivo, ou seja, os bens/produtos finais.
Considerando o exemplo anterior, o produto final são os móveis. Assim, o valor do produto é
de 600 u.m., sendo expresso a preços de mercado ou de aquisição.
O método dos valores acrescentados e o método dos produtos finais fazem parte da ótica do
produto no cálculo do valor de produção.
152
Diferentes noções de produto
Produto nacional = Produto interno + Saldo dos rendimentos com o Resto do Mundo
Exemplo:
Este valor designa-se, em termos económicos, por consumo de capital fixo. Se o desgaste do
capital fixo (consumo de capital fixo) não for contabilizado o produto será bruto, se for con
siderado o desgaste sofrido pelas máquinas e outros instrumentos, o produto será líquido
Exemplo:
153
Produto a preços correntes e produto a preços constantes
Quando se calcula o valor do produto de um país, avalla-se esse valor de acordo com os pre->-
ços que ocorrem nesse ano. preços que refletem a subida ou a descida dos preços venficada
nesse ano. Neste caso, considera-se o produto a preços correntes.
Todavia, se o objetivo for avaliar as alterações reais (quantitativas e não monetárias) do pro
duto de uma economia ao longo do tempo, ter-se-á de considerar o produto calculado ao
mesmo nível de preços do ano que se toma por comparação. É o produto a preços cons
tantes. Para calcular o valor do produto a preços constantes, ter-se-á. normalmente de o
deflacionar (visto a inflação ser normalmente positiva), tendo em conta o deflator do produto
correspondente ao período considerado:
Exemplo:
Deflator = 103
150
PIB de 2018 a preços constantes = * 100 = 145.6 milhões de u.m.
Ótica da despesa
Determina-se o valor do produto a partir das despesas finais realizadas por todos os agen
tes económicos. Por esta ótica, flca-se a conhecer, portanto, o destino e a utilização dada à
produção efetuada. Os bens e serviços produzidos destinam-se ao consumo das famílias, ao
consumo da Administração Pública, ao investimento das empresas e às exportações. O valor
das importações terá de ser deduzido ao valor das exportações, pois aquelas não constituem
produção do país.
PIB = Consumo privado + Consumo público + Formação bruta de capital fixo (FBCF)
+ Variação de existências + Exportações - Importações
Considerando que esta ótica de cálculo do produto é relativa à despesa, pode considerar-se
que PIB = Despesa Interna (Dl).
Se adicionarmos ao PIB (ou Dl) o saldo dos rendimentos com o Resto do Mundo, obteremos
a despesa nacional (DN).
154
TEMAS AContabtfcdadeNadonal
Consumo privado 90
Consumo público 20
Procura Interna
PBCF 40
VE 10
Outras igualdades
Ótica do rendimento
Pela ótica do rendimento, o valor do produto é calculado a partir dos rendimentos cnados no
processo produtivo (rendimentos primários), que irão ser distnbuídos da seguinte forma: re
munerações aos empregados (salários), impostos sobre a produção e importação líquidos de
subsídios e excedente bruto de exploração (juros, rendas, lucros distribuídos, ou dividendos,
e lucros não distribuídos) e rendimento misto (remunerações do trabalho por conta de outrem
e por conta própria, e rendimentos do capital).
O valor do produto (PIB) pelas três óticas de cálculo (do produto, da despesa e do rendimen
to) pode ser analisado no quadro 4. relativo às contas nacionais.
155
Quadro 4 - Grandes agregados na Contabilidade Nacional - contas - 2016. Em milhões de euros
Otlca da produção
Otica da despesa
Ótica do rendimento
+ Remunerações 818542
Outras igualdades
Procura interna = Consumo privado + Consumo público+ Investimento (FBCF +VE)
Rendimento nacional bruto (RNB) PIB + Saldo dos rendimentos com o Resto do Mundo
156
TEMAS AContabtfcdadeNadonal
É constituída por atividades que não são objeto de comunicação às autoridades (finanças e
segurança social), ou sobre as quais não há elementos contabilístlcos. De entre essas ativi
dades temos:
• o autoconsumo - bens consumidos provenientes de produção própria, por exemplo, bens
agrícolas;
• o setor Informal - atividades artesanais ou pequena produção familiar em que o trabalha
dor é. simultaneamente, proprietário, trabalho voluntário com crianças e idosos, etc.;
• a economia subterrânea - atividades legais ocultas (evasão fiscal) e atividades ilegais
(droga, contrabando, etc.).
Uma parte das atividades da economia subterrânea. Incluindo as atividades Ilegais, é conta
bilizada no PIB, não por fontes estatísticas convencionais, mas por imputação do seu valor.
Extemalldades
As extemalldades são outras situações que, por não serem contabilizadas em termos eco
nómicos. não revelam o verdadeiro valor do produto. São efeitos decorrentes de factos eco
nómicos que têm consequências positivas ou negativas sobre a vida das populações. No
pnmeiro caso, designam-se por extemalldades positivas, de que são exemplo os efeitos de
médio ou longo prazo de um investimento na educação - nomeadamente a influência posi
tiva nas taxas de mortalidade e de fertilidade, nos cuidados de saúde e de higiene, na parti
cipação cidadã, na solidariedade social; no segundo caso, extemalldades negativas, de que
são exemplo os efeitos nefastos na saúde pública e no ambiente de uma indústria poluente,
do ruído excessivo, dos resíduos tóxicos, etc.
Uma destas atividades prende-se com a economia digital e com o uso intensivo da internet.
Fazer compras online, resolver problemas à distância ou programar o funcionamento dos
equipamentos são atividades que as tecnologias digitais permitem desenvolver, economi
zando tempo e evitando deslocações, possibilitando o aparecimento de novas atividades.
Nos últimos anos, a taxa de investimento em Portugal (medida pelo rácio FBCF/VAB) cresceu
a partir do quarto tnmestre de 2016. abrandando a partir do quarto trimestre de 2017 e man
tendo uma evolução estável até ao segundo trimestre de 2018 (cerca de 23.2%).
158
TEMAS AContabtfcdadeNadonal
A análise dos valores do quadro 5 mostra a diminuição do valor da poupança no segundo tri
mestre de 2018 comparativamente ao primeiro trimestre (de 17.4% do PIB para 17.0% do PIB), a
qual, conjugada com a manutenção dos valores relativos ao saldo de transferências de capi
tal com o Resto do Mundo e ao investimento (FBCF). onglnou uma diminuição da capacidade
de financiamento da economia de 1.1% para 0.7% do PIB.
159
ESQUEMA-SÍNTESE
CONTABUDADE
NACIONAL
• ótica da despesa
Limitações
Produto = Rendimento = Despesa
da Contabilidade Nacional
Principais Igualdades
160
TEMA 9 A Contabilidade Nacional
SÍNTESE
✓ Existem três óticas de cálculo do valor do produto: a ótica da produção, pela qual se fica
a conhecer a origem do produto criado; a ótica do rendimento, que dá a conhecer como
o rendimento criado durante a produção é distribuído pelos fatores produtivos e a ótica
da despesa, que dá a conhecer o destino dado à produção efetuada.
✓ São dois os métodos de cálculo do valor do produto de uma economia - o método dos
produtos finais, que toma em consideração o valor final da produção e o método dos va
lores acrescentados que toma em consideração o valor acrescentado por cada unidade
de produção durante o processo produtivo.
✓ No cálculo do valor do produto, há operações que não é possível determinar, levando a que
o produto obtido seja infenor ao valor real da produção de uma economia. São as designa
das limitações da Contabilidade Nacional.
✓ De entre as limitações da Contabilidade Nacional contam-se as operações que não são re
gistadas e que constituem o que se designa por economia não observada. Para além des
tas. são de destacar também as insuficiências, isto é. situações não contabilizadas mas que
concorrem para um maior bem-estar e para maior eficiência na utilização dos recursos, bem
como os efeitos, positivos ou negativos, que um ato económico tem na economia mas que
não são monetariamente mensuráveis e que se designam por extemalldades.
161
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo sâo de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
(A) no território geográfico em cujo interior circulam livremente bens, serviços, capitais e
trabalhadores.
(B) nas embaixadas e nas bases militares estrangeiras situadas em território nacional.
600
2300
3500
700
(A) 5000 u.m. (B) 4300 u.m. (C) 6400 u.m. (D) 7100 u.m.
Quadro 2
FBCF 400
Exportações 800
Importações 900
(A) 4900 u.m. (B) 3100 u.m. (C) 3200 u.m. (D) 1500 u.m.
162
TEMAS AContabtSdadeNacional
; Economia do pate Y
-
PIB p.m. 10 000
Saldo dos rendimentos com o Resto do Mundo 2500
Consumo de capital fixo 500
Impostos sobre os produtos líquidos de subsídios 600
(A) 10 000 u.m. (B) 8600 u.m. (C) 8000 u.m. (D) 7500 u.m.
GRUPO II
G Odutos.
erro da múltipla contagem consiste em contabilizar por mais de uma vez alguns pro
Pelo método dos produtos finais, o que interessa perceber é o valor final da pro
dução. Se contabilizássemos o valor final de todos os produtos, cometeriamos o erro da
múltipla contagem, porque muitos bens incorporam outros. Já contabilizados. Pelo méto
do dos valores acrescentados, o que interessa conhecer é o valor de transformação que
cada unidade produtiva acrescentou aos bens que adquiriu a outras unidades produtivas
(consumos intermédios). Se contabilizássemos estes bens ocorreria o problema da múlti
pla contagem, pois estes já foram contabilizados.
163
Avaliação
12. Distinga entre o método dos valores acrescentados e o método dos produtos finais,
utilizados no cálculo do valor do produto.
13. Indique as três óticas pelas quais se pode calcular o valor do produto e refira as informa
ções que cada uma delas pode fornecer.
16. Justifique a afirmação: «Se apenas calcularmos o valor do produto a preços correntes,
dificilmente poderemos perceber a evolução da atividade económica de um pafs.>
20. Por que razão são as externalidades consideradas limitações da Contabilidade Nacional?
GRUPO III
Quadro 4
n C do wll dl
VWor
1.3 Sabendo que as despesas em consumo final dos particulares, em 2016. foram,
de acordo com o INE. de 118 037.0 milhões de euros. determine a taxa de pou
pança dos particulares naquele ano.
164
TEMAS AContabtSdadeNacional
Quadro 5
Exportações 37
Importações 4.9
Fonte: Mintstèrli i da Economia. março de 2019
3. Calcule o valor da procura Interna, externa, externa líquida e global, com base nos da
dos da economia portuguesa em 2017. em milhões de euros.
Quadro 6
165
TEMA 10
As relações económicas
com o Resto do Mundo
10.1 Necessidade e diversidade de relações económicas internacionais
102 Registo das relações económicas com o Resto do Mundo
10.3 Políticas comerciais e a organização do comércio mundial
10.4 Relações económicas de Portugal com a União Europeia
e com o Resto do Mundo
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
Pode também suceder que um país consiga produzir um bem. mas náo em quantidades su
ficientes para satisfazer as necessidades da sua população. Pode acontecer, ainda, que um
país consiga produzir vários bens, mas a um custo superior ao de outro país. Nessa situação,
deverá procurar esses bens junto de outros países que os produzam com maior eficiência,
especializando-se na produção daqueles em que a sua ineficiência é menor. Assim se justifica
a compra de bananas, café ou cacau aos países tropicais, ou de tecnologia aos países mais
industrializados.
Destas trocas, que assentam nas vantagens que cada país tem relativamente a terceiros,
resulta a divisão Internacional do trabalho (divisão da produção pelos países e consequente
especialização), a principal justificação do comércio entre os povos.
Referimo-nos até aqui a bens, mas tudo será semelhante se considerarmos serviços ou
capitais. Qualquer agente económico poderá recorrer a serviços prestados por agentes de
outros países, se os considerar vantajosos ou se deles necessitar. O turismo no nosso país,
por exemplo, é um serviço procurado por muitos estrangeiros e a necessidade de capitais
para investimento pode, igualmente, justificar a sua procura nos bancos de outros países.
Desta forma, as economias trocam entre si bens, serviços e capitais por várias razões - im
possibilidade. insuficiência ou ineficiência na produção desses bens e serviços; escassez
de capitais ou condições menos favoráveis de acesso ao financiamento.
167
De facto, o comércio Internacional é um dos fatores que pode dinamizar uma economia,
não só pelos aumentos de produção, produtividade e rendimento que a especialização na
produção desses bens acarreta, mas também pelos estímulos que a competitividade mundial
introduz - fator fundamental para o crescimento económico. Assim sendo, a globalização é
outra das razões que justifica as relações económicas entre os países.
' Quando nos referimos ao comércio entre dois países em particular, deveremos falar em comércio externo; jã
quando nos referimos ao comércio entre os países em geral deveremos falar de comércio internacional.
168
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
Balança de pagamentos
As relações económicas entre um país e o Resto do Mundo exigem o seu registo. É indispen
sável conhecer o tipo de bens e serviços que se trocam, o seu valor, a sua origem e destino,
o montante dos capitais recebidos e aplicados no investimento ou a situação global do país
em relação ao exterior.
É com base na análise de todos estes indicadores que os governos podem avaliar com rigor
o relacionamento económico que os seus países estabelecem com os outros. As informações
refendas anteriormente encontram-se registadas num documento - a balança de pagamen
tos - que. em Portugal é elaborado anualmente pelo Banco de Portugal, com base em infor
mações fornecidas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e outras fontes.
Balança de bens
Balança de serviços
Balança
corrente
Balança de rendimento primário
Balança
de capital Balança de rendimento secundário
Balança
financeira
169
Exportaç3o Importação
Crédito Débito
Taxas de câmbio
Taxa de câmbio - Exprime o valor de uma moeda em relação a outra. Em termos práticos,
a taxa de câmbio indica a quantidade de moeda nacional que precisamos de dar para
comprar uma unidade de moeda estrangeira (taxa de câmbio direta) ou a quantidade de
moeda estrangeira que é necessária para comprar uma unidade de moeda nacional (taxa
de câmbio indireta).
A relação de troca entre as moedas depende de fatores diversos, entre os quais se destacam a
inflação e a política de desvalorização da moeda.
Uma das consequências da Inflação é a depreciação do valor da moeda, o que significa que
esta passa a valer menos relaüvamente às moedas dos outros países - será necessário entre
gar. no caso dos países da zona euro. mais euros para comprar a mesma quantidade de dólares,
libras, etc.
Ocorrendo uma desvalorização da moeda, medida tomada pelas autoridades bancárias dos
países, a moeda desse país tomar-se-á mais barata.
A descida do valor de uma determinada moeda relativamente às outras terá consequências nas
trocas internacionais - as exportações tornam-se mais competitivas (os produtos exportados
ficam mais baratos); em contrapartida, os produtos importados ficam mais caros.
Na situação em que ocorra uma apreciação do valor da moeda (aumento do valor da moeda
nacional face a outras moedas), tal significará que uma unidade de moeda nacional permitirá
comprar mais unidades de moeda estrangeira. Valorizando-se a moeda nacional, as exporta
ções ficarão mais caras e as importações mais baratas (os produtos estrangeiros ficam mais
baratos comparativamente aos nacionais).
As taxas de câmbio podem ser fixas ou flexíveis. Serão fixas se o governo mantiver a pandade
da sua moeda em relação às outras. No caso de os governos decidirem que o valor da sua moe
da é fixado pelo mercado, teremos taxas de câmbios flexíveis. No caso português, dado que
o país faz parte da União Económica e Monetária (UEM). as taxas de câmbio são fixadas pelo
Banco Central Europeu (BCE) e só podem ser alteradas para o conjunto dos países. Portugal
não pode, por isso, alterar unilateralmente o valor das taxas de câmbio.
170
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
Divisas
De referir, ainda, que as trocas não são sempre pagas com as moedas próprias de cada país (di
visas). As moedas das economias mais fortes são referências no mercado mundial e são. por
isso, utilizadas como meio de pagamento privilegiado. É o caso do euro. do dólar ou do lene,
por exemplo. A estas moedas, que constituem meios de pagamento de aceitação generalizada
nas trocas internacionais, chamamos divisas fortes
Balança corrente
171
Quadro 2 - Balança corrente portuguesa. 2018. Em milhões de euros
1- 12 304,0 I
Bens 14 707.2
Serviços 16718.1
A balança corrente, em 2018, apresentou um saldo negativo, pois os saldos positivos das balan
ças de serviços e de rendimento secundáno não cobriram os saldos negativos da balança de
bens e de rendimento primário.
Dois dos Indicadores do comércio internacional de bens são a taxa de cobertura e o grau de
abertura ao exterior.
Taxa de cobertura
Uma taxa de cobertura de valor superior a 100% significa que as exportações pagam a tota
lidade das importações. Uma taxa de cobertura de valor Inferior a 100% significa que o valor
das exportações não é suficiente para cobrir o valor das importações.
Os valores apresentados, sempre Inferiores a 100%, mostram que o valor das exportações
não cobre o valor das importações, dado o saldo da balança de bens ser negativo em todos
os anos.
Este indicador do comércio externo representa o peso que as trocas com o exterior têm na
economia nacional.
Quanto maior for o valor deste índice, mais aberta é a economia face ao exterior. Vejamos o
exemplo português através do quadro 4:
172
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
Balança de capital
Na balança de capital registam-se entradas e saldas de fluxos de capitais não financeiros.
Os saldos excedentários da balança de capital revelam uma situação favorável do país relati-
vamente às transferências de capital a entrar em Portugal.
Balança financeira
A balança financeira cobre o registo das seguintes operações:
Quando o saldo conjunto das balanças corrente e de capital é positivo, a economia em ques
tão tem capacidade de financiamento e a situação é retratada no saldo positivo da balança
financeira; caso contrário, a economia tera necessidade de financiamento, o que se traduzirá
no saldo negativo da balança financeira. Vejamos o exemplo do quadro 6.
173
Quadro 6 - Saldos da balança de pagamentos. Portugal. 2016. Em milhões de euros
O saldo positivo da balança financeira traduz a posição credora de Portugal face ao exterior.
As políticas comerciais
Relativamente ao comércio internacional, um país pode assumir duas polfticas - proteger
a sua economia, limitando ou impedindo a livre troca de bens, serviços ou capitais ou, pelo
contrário. promover a liberdade de troca de bens, serviços e capitais. No pnmeiro caso, esse
país defende uma política protecionista ou de protecionismo, no segundo caso, esse país
preconiza uma política llvre-camblsta. de llvre-camblsmo ou de comércio livre.
Protecionismo
O dumplng é outro instrumento utilizado fiara tornar os preços de troca mais baixos. Neste
caso, o país exportador vende os bens a um preço inferior ao seu custo, de modo a aniquilar
a concorrência. Esta prática é condenada pelas regras do comércio internacional.
174
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
A desvalorização da moeda pelas autoridades dos países também pode ser considerada
uma medida protecionista, já que toma o preço dos bens exportados mais baratos, o que faz
com que estes fiquem mais competitivos comparatlvamente aos de outros países.
Uvre-cambismo
O livre-cambismo defende a liberalização das trocas entre os países, justiflcando-a como es
tratégia de desenvolvimento das respetivas economias. Com base na teoria das vantagens
absolutas, um país deve produzir os bens para os quais tem vantagem absoluta, trocando
o excedente produzido por bens em que não tem vantagens absolutas e que outros países
produzem com mais vantagem (maior produtividade).
Neste caso, os países ganham com a especialização na produção dos bens para os quais têm
mais competência, trocando-os pelos bens em que não têm vantagem.
Pode acontecer que um país possa produzir todos os bens com mais vantagem. Mesmo as
sim. deverá deixar a produção de alguns desses bens para outros países. A escolha assenta
rá no princípio das vantagens comparativas, que afirma que um país se deverá especializar
na produção do bem para o qual é menos ineficiente.
Princípio das vantagens comparativas - Na troca entre dois países, mesmo que um
deles tenha vantagem absoluta na produção de todos os bens (produzindo qualquer
bem mais barato do que o outro país), deverá especializar-se na produção e exportação
daquele em que a sua vantagem comparativa é maior. O país em desvantagem deverá
especializar-se na produção e exportação do bem em que é menos ineficiente. O comér
cio internacional beneficiará, assim, ambos os intervenientes.
WORLD TRADE
ORGANIZATION
175
Os principais objetivos da OMC sâo a harmonia, a liberdade e a previsibilidade das trocas
entre os países-membros. Conhecendo as normas que regulam as trocas internacionais, os
países podem insenr-se com maior segurança no comércio mundial, beneficiando das poten
cialidades que ele representa para o crescimento das suas economias.
Relativamente às trocas com os países extra-UE. os Estados Unidos foram o principal destino
(com um peso de 4.9%). sendo o mercado angolano o oitavo, em 2016; do lado dos fornece
dores. a China e a Rússia conjugavam o maior peso das importações (3.0% e 1.9%, respetiva
mente).
176
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
Vejamos os gráficos 1 e 2.
Espanha 25.9%
Alemanha 11.7%.
-625 - 500 - 375 - 250 -125 0 125 250 375 500 625 750
^^Espanha 32.9%
•
Itâlla 5.5% U Alemanha 13.4%
u França 7.7%
: Países Baixos 5.1%
Reino Unido • China 3.0%
3.1%
Bélgica 2.8% Rússia 1.9%
BrasH 1.7%
177
Gráfico 4 - Importações - principais produtos. 2016
Gráfico 5 - Exportações de produtos de alta tecnologia. 2016 (4.4% do total das exportações de bens)
Gráfico 6 - Importações de produtos de alta tecnologia. 2016 (9,0% do total das importações de bens)
Os produtos de alta tecnologia alcançaram 4.4% do total das exportações de bens e 9.0% do
total das importações de bens. Dentro destes produtos os «produtos eletrónicos e telecomu
nicações» foram os principais bens transacionados com o exterior.
Considerando o saldo das trocas de bens, os maiores saldos positivos registaram-se nos pro
dutos «Minerais e minérios». «Pastas celulósicas e papel» e «Calçado» e os maiores défices
registaram-se nos produtos «Químicos». «Agrícolas» e «Combustíveis minerais» (gráfico 7).
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
Minerais e minérios
Pastas celulósicas e papel
Calçado
Vestuário
Outros produtos
Máquinas e aparelhos
Veículos e outro material de transporte
Combustíveis minerais
Produtos agrícolas
Químicos
* 2015 m 2016
Nas trocas internacionais há a destacar a importância das exportações de serviços pela posi
ção credora da respetiva balança.
O turismo constitui o principal serviço que Portugal vende ao Resto do Mundo, tendo regista
do. nos últimos anos, um forte crescimento - gráfico 8.
Em 2017. segundo dados do Banco de Portugal, o saldo positivo da balança de serviços cres
ceu 645 milhões de euros. essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo
passou de 3070 milhões de euros para 3621 milhões de euros.
- Balança de rendimento
primário
- Balança de rendimento
secundário Através da divisão
internacional do trabalho
• Balança de capital
• Balança financeira
— Investimento direto
- Investimento de carteira
— Outro investimento Globalização
- Derivados financeiros
- Ativos de reserva
r
Teoria das
vantagens
3
Teoria das
vantagens
• Barreiras alfandegárias
Barreiras tarifárias (taxas sobre
os produtos importados)
Mais crescimento
Menos crescimento económico
económico
180
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
SÍNTESE
✓ As trocas comerciais entre países resultam da necessidade em obter bens, serviços e ca
pitais que os países não produzem, por não possuírem os recursos adequados, ou por não
os conseguirem produzir de forma eficiente ou na quantidade necessária.
✓ O registo das trocas internacionais é feito na balança de pagamentos, que é constituída pe
las balanças corrente, de capital e financeira. Da balança corrente fazem parte as balanças
de bens, de serviços, de rendimento primário e de rendimento secundário.
✓ Os saldos das balanças informam, anualmente, sobre a posição dos países (credores ou
devedores) face ao Resto do Mundo. Um saldo positivo traduz entrada de divisas no país
enquanto um saldo negativo representa uma saída de divisas e consequente endividamento
externo.
✓ A taxa de cobertura permite avaliar o peso de cobertura das importações pelas exportações
de bens. Uma taxa de cobertura superior a 100% traduz uma situação favorável, enquanto
uma taxa de cobertura inferior a 100% significa que. nesse ano, a balança de bens apresen
tou um défice, ou seja, que o valor das importações foi superior ao valor das exportações.
181
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
(B) que os países se especializam nas produçOes em que têm maiores vantagens.
3. A taxa de cobertura do País X. em 2018. foi de 80%. Este valor significa que
4. A alteração da taxa de câmbio pode ter efeitos sobre as trocas de bens entre países.
A afirmação é
(A) verdadeira, pois a variação da taxa de câmbio toma os produtos mais caros.
(B) verdadeira, quando as trocas se realizam entre países com moedas diferentes.
(C) falsa, pois os efeitos nas trocas fazem-se sentir também nos serviços e nos capitais.
(D) falsa, pois as alterações efetuadas nas taxas de câmbio pelas autoridades visam a
estabilidade nas trocas Internacionais.
182
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
(A) os subsídios aos produtos importados para estes ficarem mais baratos.
(B) a eliminação das barreiras alfandegárias para os produtos circularem mais facilmente.
(C) o aumento do preço dos produtos para favorecer o rendimento dos produtores.
183
Avaliação
GRUPO II
1.1 Tendo em conta o texto, justifique a existência de relações económicas entre os países.
1.3 Explique por que razão os EUA importam café e exportam milho e o Japão exporta
sobretudo bens manufaturados.
© 2.1 presenta.
O mercado global traduz a dimensão mundial que a economia nos dias de hoje re
A facilidade e rapidez de transporte de bens e pessoas, e as tecnologias
digitais nas comunicações, na informação e nas transferências de dinheiro e capital
estimulam a livre circulação, facilitam o acesso aos mercados e ao financiamento.
permitindo localizar empresas e segmentos de produção em varias partes do mun
do e realizar trocas a nível global.
2J O comércio entre países é gerador de crescimento das economias - aumento da
produção para as empresas direta e indiretamente ligadas à exportação, aumento
do emprego, aumento do rendimento e aumento do consumo no conjunto da eco
nomia. No contexto do mercado global, as trocas internacionais constituem um fac-
tor incentivador do crescimento, em particular para as economias mais competitivas
que têm maiores vantagens no comércio internacional.
3. Calcule o valor das exportações de serviços portugueses, entre Janeiro e Julho de 2018.
sabendo que o valor das Importações de serviços foi de 8468 milhões euros e o saldo
da balança de serviços foi de 9396 milhões de euros.
4. O valor das exportações portuguesas de bens e serviços foi. entre janeiro e julho de
2018. de 52 654 milhões de euros e o valor das importações de bens e serviços foi de
51 444 milhões de euros.
184
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
6.2 Exponha uma medida adotada por cada uma dessas políticas.
GRUPO III
185
Avaliação
ImportBçôes 1
Exportações
2.1 A análise dos valores permite concluir da importância do mercado da União Euro
peia para as importações e exportações portuguesas comparativamente aos mer
cados extra-UE. Os principais mercados para as exportações e importações de bens
portugueses sâo a Espanha, a França e a Alemanha, países da UE. E de destacar a
importância do mercado espanhol que absorve cerca de 33% das exportações de
bens portugueses para a UE e representa á volta de 41% das nossas importações
dos mercados comunitários.
2.3 Rança. Reino Unido. Angola e EUA. As exportações de bens portugueses para estes
países, no período considerado, foram de valor superior às importações realizadas.
186
TEMA IO As relações económicas com o Resto do Mundo
Outros 24 9
Rmte Banco de Kirtutfil. Boletim Estatístico. outubro de 2018
3.1 Apresente três conclusões relativamente ao tipo de bens exportados e importados por
Portugal no período considerado.
3.2 Explicite a situação da balança de bens, no período em análise, com base nos valores
fornecidos.
-*■ 2016
-••• 2OT7
2018
4.1 Analise a situação dos saldos da balança de bens e respetiva evolução nos anos con
siderados (gráfico 1).
187
TEMA 11
A intervenção do Estado na economia
11.1 Funções e organização do Estado
11.2 A intervenção do Estado na atividade económica
11.3 As políticas económicas e sociais do Estado português
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
Administração central
Administração regional
Administração local
Segurança Social
Fundos autónomos
Empresas públicas
Empresas participadas
Atualmente, por força das privatizações, o peso do setor público empresarial (a percentagem
deste setor no PIB) tem vindo a diminuir.
189
11.2 A intervenção do Estado na atividade económica
A partir da segunda metade do século XIX. o processo de concentração do capital que deu
origem aos monopólios e oligopólios (mercado de concorrência imperfeita), bem como os
desfasamentos entre a oferta e a procura, mostraram que o mercado, por si só. sena incapaz
de assegurar o equilíbrio económico. Deste modo, o Estado liberal conheceu graves crises
económicas. A grande crise de 1929. que surgiu nos EUA e rapidamente se internacionalizou,
constituiu o mais perfeito exemplo de que o mercado, por si só. é incapaz de se autorregular.
Desde então, tem-se assistido à intervenção dos Estados nas economias quando ocorrem si
tuações de grande desequilíbno nos mercados e na atividade económica, como foi o caso nos
finais dos anos 70 do século XX ou. mais recentemente, da crise financeira de 2007-2009.
190
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
Eficiência
A eficiência pressupõe que na produção se utilizem o mínimo de recursos aos mais baixos
custos. Como as economias atuais são caractehzadas pela existência da concorrência im
perfeita. em que os mecanismos da autorregulaçâo da concorrência perfeita nâo sâo respei
tados. multas vezes as grandes empresas (em situação de monopólio, oligopólio e concor
rência monopolística) não são eficientes. Além disso, o seu conceito de eficiência pode não
coincidir com o do interesse social, pois a finalidade do capital pnvado ê a maximização do
lucro. É papel do Estado, no exercício das suas funções, repor a eficiência, corrigindo o mer
cado. A eficiência ê. igualmente, necessána ao desenvolvimento da atividade das empresas
públicas e organismos da Administração Pública.
Equidade
Estabilidade
Outra das funções económicas do Estado prende-se com a estabilidade da economia, pois a
atividade económica não evolui de forma linear a fases de crescimento sucedem-se fases de
desaceleração da economia (o PIB cresce a taxas cada vez mais reduzidas, podendo estagnar,
ou seja, não crescer) ou atê de decrescimento, ou seja, de redução do PIB. O ciclo económico
compreende, assim, fases de expansão (crescimento do PIB. do investimento, do consumo e
191
do emprego) e de recessão (desaceleração ou quebra da produção, acompanhadas da descida
do investimento e do consumo e do aumento do desemprego). Compete assim ao Estado, no
exercício das suas funções, repor a estabilidade, antecipando-se a esta sucessão de fases de
expansão e de recessão da atividade económica, a fim de reduzir os desequilíbrios e os efeitos
negativos resultantes das flutuações do ciclo económico, e garantir a estabilidade económica.
O mercado é inapto no que se refere a produção de bens públicos dado produzir apenas bens
para os quais é necessário que exista poder de compra. Os bens públicos sao bens e seiviços
Indivisíveis que satisfazem necessidades coletivas como a saúde, educação, segurança e de
fesa. por exemplo. Estes bens têm de ser produzidos pelo Estado pois, exatamente prelo facto
de serem indivisíveis e de satisfazerem necessidades coletivas, não podenam excluir do seu
consumo famílias de baixos rendimentos que não os pudessem pagar, caso fossem produzidos
por empresas pmvadas.
Planeamento económico
Orçamento do Estado
Planeamento económico
de recursos. O planeamento económico pode ser Indicativo para o setor privado (que não se
encontra sob a alçada do Estado) e Imperativo para o setor público (este é obrigado a cumpdr
os objetivos definidos pelo plano).
Orçamento do Estado
O Orçamento do Estado é o documento onde se encontram previstas as receitas e as despesas
do Estado para determinado período de tempo, geralmente um ano. As despesas e as receitas
públicas produzem efeitos na atividade económica do pais e na redlstnbuiçao do rendimento.
Despesas públicas
As despesas públicas são constituídas pelos gastos do Estado no exercício das suas funções.
193
r
Despesas correntes Despesas de capital
Por exemplo, um aumento das despesas públicas tem efeitos positivos na procura (consumo
e investimento). No entanto, os seus efeitos dependem do tipo de despesa realizada: o au
mento dos gastos com o pessoal (vencimentos dos funcionários públicos) e das transferências
correntes (pensões de reforma e outras transferências) têm implicações na redlstnbulçâo dos
rendimentos e no aumento do consumo privado, enquanto um Incremento nas despesas de
capital tem consequências no investimento e na produção. Da mesma forma, uma diminuição
das despesas públicas terá efeitos negativos nas variáveis acima mencionadas.
194
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
Rime: Abei Mateus (cixrd.) Orçamento. Economia e Democracia. lima proposta de arquitetura institucional.
Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos. 2018
Receitas públicas
As receitas públicas são cobradas pelo Estado para financiar as suas despesas e são constituí
das pelas seguintes tipologias:
• Receitas patrimoniais ou voluntárias - correspondem ao valor das vendas de patnmónio
do Estado. Como exemplos temos a venda de madeira de matas nacionais, a venda ou alu
guer de edifícios ou terrenos do Estado e as receitas do SPE (dividendos de ações, lucros
de empresas públicas, etc.).
• Receitas coatlvas - correspondem às prestações pecuniárias exigidas aos particulares
sendo fixadas por via legislativa. Constituem exemplos as contnbuições para a Segurança
Social, as taxas e os impostos. As taxas correspondem a um pagamento de um serviço
efetuado pelo Estado, como, por exemplo, as propinas ou a utilização do serviço de saúde.
Os impostos não têm por suporte a prestação de qualquer serviço.
• Receitas credltíclas - correspondem aos empréstimos que o Estado contrai, onginando a
dívida pública.
195
As receitas públicas sâo ainda classificadas em receitas correntes
e receitas de capital. As receitas correntes Incluem, entre outras, as
receitas fiscais (impostos diretos e indiretos), contribuições sociais e
vendas de bens e serviços. As receitas de capital incluem, por exem
plo. recebimentos de verbas ocasionais associadas às vendas de
imóveis ou fundos da Uniào Europeia para apoiar o investimento em
infraestruturas.
Impostos
1 !
Maior equidade Menor equidade
196
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
Saldo orçamental
O saldo orçamental consiste na diferença entre as receitas e as despesas públicas, num de
terminado ano. Constitui um Importante Indicador da situação económica de um país.
Como multas vezes o saldo é deficitário, ou seja, o Estado gasta um montante superior às
receitas cobradas, é necessário recorrer-se a empréstimos; por isso, também se incluem no
Orçamento do Estado outras rubncas. como a emissão da dívida pública, o pagamento de
juros e as amortizações da dívida pública.
O valor do saldo global do orçamento do setor público administrativo (SPA) constitui um dos
Indicadores mais utilizados pela Comissão Europeia para manter a convergência monetária
das economias da zona euro.
Divida pública
Os Estados realizam, multas vezes, um volume de despesas superior ao volume das suas re
ceitas, como forma de estimular o crescimento das economias, verlficando-se desta forma um
défice orçamental Este pode ser financiado pelo recurso ao crédito; os Estados contraem
197
empréstimos e endlvldam-se, originando a dívida pública, pela qual pagam Juros — os juros
da dívida pública —. para além dos reembolsos dos empréstimos.
Os encargos com os juros tendem a aumentar com o crescimento da dívida pública. Esta
pode ser Interna ou externa consoante os financiadores sejam residentes ou não residentes.
A definição das políticas económicas e sociais exige analisar e prever a atividade económica
sendo, por isso, necessário proceder à sua quantificação. Para o efeito, são utilizados indicado
res macroeconômicos, como, por exemplo, índices de preços. índices de produção, taxa de de
semprego. montante das importações e das exportações, cujos valores são sistematicamente
analisados em períodos curtos - sâo os Indicadores de conjuntura
De acordo com os objetivos e os efeitos no tempo, as políticas económicas podem ser clas
sificadas em políticas económicas conjunturais (ou de estabilização) e políticas económicas
estruturais
As políticas conjunturais comgem os desequilíbrios no curto prazo (período até 1 ano). São
exemplos de políticas conjunturais as políticas fiscais, orçamentais, monetárias, de preços, de
emprego e de redistnbuiçôo dos rendimentos.
As políticas económicas estruturais, de médio prazo (entre 1 a 5 anos) e de longo prazo (mais
de 5 anos), alteram o funcionamento e as estruturas em que assenta a economia. Constituem
exemplos de políticas estruturais as políticas agrícola, industrial, ambiental e de segurança
social.
Conjunturais
(ou de estabilização de curto prazo)
Estruturais
(de médio e longo prazo)
198
199
11.3 As políticas económicas e sociais do Estado
português
O Estado português tem vindo a Intervir na esfera económica e social através de vários Ins
trumentos como as políticas económicas e sociais.
Política fiscal
A política fiscal do Estado prende-se com as decisões relativas aos gastos do Estado e à ob
tenção das receitas necessárias, através da coleta de impostos.
O instrumento da política fiscal são os Impostos (principal fonte de financiamento das des
pesas públicas). Uma variação dos Impostos produz efeitos em toda a economia, pois pode
fazer aumentar ou reduzir o rendimento disponível e, deste modo, o consumo pnvado e o
investimento, componentes da procura global.
Política orçamental
A política orçamental Incide no uso das despesas e receitas públicas como forma de influen
ciar o andamento da economia. O seu instrumento é o orçamento do Estado. Pode ser utiliza
da para promover o crescimento ou para estabilizar a economia.
A política orçamental tem como finalidade corrigir os excessos do ciclo económico e promo
ver a estabilidade económica. O ciclo económico é constituído por períodos de expansão da
atividade económica (crescimento da produção, do emprego, da procura, do consumo, do in
vestimento e dos rendimentos), seguidos por períodos de recessão (abrandamento ou queda
da produção, do consumo, do investimento, do emprego e dos rendimentos).
Por outro lado, a política orçamental expanslonlsta desenvolverá medidas com a finalidade de
inverter a fase do ciclo económico que se verifica quando a economia se encontra em recessão.
É por isso que as políticas orçamentais são também denominadas políticas de contraclclo
A política orçamental pode também ser utilizada na política de redistnbuição dos rendimentos.
200
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
Política monetária
A política monetária consiste num conjunto de decisões tomadas pelo Estado com a fina
lidade de controlar a massa monetária em circulação (a oferta de moeda) e. deste modo, a
Inflação e a atividade económica.
A política monetária pode ser expanslonlsta. caso o objetivo seja aumentar a massa mone
tária em drculação para dinamizar a economia, ou restritiva, caso o combate à inflaçao seja
o objetivo prioritário.
Os Instrumentos mais utilizados sao a taxa de desconto, a taxa de Juro, o open market - isto
é. operações em mercado aberto 2. as reservas bancárias e os limites ao crédito.
’----------------------------------------------------------------------------- i
Poittica monetária expanslonlsta PotiUca monetária restritiva
Nos países da União Económica e Monetána cuja moeda é o euro. a política monetária é
comum e da responsabilidade do Banco Central Europeu (BCE) e não dos bancos centrais
nacionais.
201
Interdependência entre as políticas orçamental e monetária
Política de estabilização
Política de estabilização dos preços
(combate à inflação)
Medidas
• Aumento das taxas de
desconto
Redução de rendimento
disponível • Aumento das taxas de
juro
Redução do consumo
• Venda de títulos pelo
Redução do investimento
Banco Central em open
Diminuição da massa market
monetária em circulação
• Aumento da taxa de
reservas
• Limites ao crédito
Diminuição da procura
Redução da procura
Interna e da inflação
202
TEMA TI A intervenção do Estado na economia W
Política de preços
A política de preços tem como finalidade o controlo dos preços (e da inflação). podendo as
autoridades usar os seguintes Instrumentos
• flxaçao dos preços de bens essenciais, como, por exemplo, o pao. as massas alimentícias,
o leite, o azeite, o cimento, a eletricidade, que serão subsidiados pelo Estado;
• controlo administrativo dos preços para que estes nao sofram distorções por parte das
empresas, em particular nos mercados em situação de monopólio e de oligopólio;
• controlo dos preços dos bens e serviços produzidos pelo setor público empresarial.
A política de preços, numa economia globalizada e cada vez mais competitiva, tem vindo a
deixar de ser regulada pelos Estados, exceto no que diz respeito ao preço de alguns bens
ainda não sujeitos às leis do mercado, como, por exemplo, os transportes públicos.
203
Política de redistribuição dos rendimentos
A política de redistribuição dos rendimentos, outro exemplo de uma política social, atua so
bre os rendimentos primários (provenientes do mercado de trabalho e do património) e tem
como pnohdade reduzir as assimetrias sociais para reforçar a coesão social
Esta política utiliza os instrumentos de outras, como, por exemplo, os da política fiscal e orça
mental:
• imposição de impostos diretos progressivos. Deste modo, as famílias e empresas com
maiores rendimentos terão de pagar ao Estado uma parcela mais elevada do seu rendi
mento em Impostos;
• aumento das transferências sociais (pensões de reforma, invalidez, subsídio de desem
prego);
• prestação de serviços como, por exemplo, educação, saúde, habitação social e transportes
públicos à disposição dos cidadãos;
• proteção social às pessoas que vivam em grande pobreza, através de apoios como o ren
dimento social de inserção (RSI).
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
Falhas do mercado
e/ou crises económicas
Finalidades da intervenção
do Estado na economia
• eficiência
• equidade
• estabilidade
í c
Políticas económicas Planeamento
Orçamento do Estado
4, —
Despesas públicas Receitas públicas
4“ X X
• Fiscal • Agrícola
• Orçamental • Industrial
• Monetária • Ambiental
• de Preços
• Sociais
- de Redistribuição
dos Rendimentos
- de Combate ao
desemprego
-(-)
206
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
SÍNTESE
✓ O setor público inclui a atividade administrativa do Estado e a sua atividade enquanto pro
dutor. Inclui o setor público administrativo (SPA) e o setor público empresarial (SPE).
✓ Os Estados intervencionistas são aqueles que são forçados a intervir ativamente na eco
nomia para corrigir as falhas de mercado, minimizar os efeitos das crises económicas e
prevenir outras. O Estado promove a eficiência, a equidade e a estabilidade.
✓ A política fiscal prende-se com as decisões relativas aos gastos do Estado e à obtenção das
receitas necessárias. O seu instrumento são os impostos.
✓ A política monetária consiste num conjunto de decisões tomadas pelo Estado com a finali
dade de controlar a massa monetária em circulação (a oferta de moeda) e, deste modo, a
inflação e a atividade económica. O seu instrumento principal é a taxa de juro.
✓ A política de preços tem como finalidade o controlo dos preços (e da Inflação). Alguns bens
essenciais, como os transportes, têm os seus preços regulados pelo Estado.
✓ Pelo facto de Portugal ser membro da União Europeia e pertencer à zona euro. encontra-se
sujeito a constrangimentos no âmbito da política orçamental e das suas políticas económi
cas e sociais. A definição da política monetária cabe ao BCE.
207
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
3. A política de redistribuição dos rendimentos tem como finalidade garantir uma maior
(A) estabilidade.
(B> competitividade.
(C) eficiência.
(D) equidade.
5. Num determinado país, o orçamento do Estado para 2019 prevê um saldo orçamental
pnmário de 3.1% do PIB. o que representa uma melhoria de 0.5 p.p. relativamente ao
saldo orçamental primáno de 2018.
(A) esse país, em 2018, registou um saldo orçamental primáno de 3.6% do PIB.
(B) esse país, em 2019. registou um défice orçamental pnmárlo de 3.1% do PIB.
(C) esse país, em 2019. registou um défice orçamental global de 3.1% do PIB.
(D) esse país, em 2018. registou um saldo orçamental primáno de 2.6% do PIB
208
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
48 761
22 685
10 866
798
10 565
21 299
35 647
857
4481
8586
242 804
194 613
0 (A) Falsa: Saldo orçamental primário = (48 761 + 22 685 + 10 866 + 798) - (10 565
+ 21 299 + 35 647 + 857 + 4481 + 8586) = 83110 - 81 435 = 1675 milhões de euros
(B) Falsa: Saldo orçamental corrente = (48 761 + 22 685 + 10 866) - (10 565 + 21 299
+ 35 647 + 857 + 4481) = 82 312 - 72 849 = 9463 milhões de euros
(C) Falsa: Saldo orçamental primário em percentagem do PIB =
1675 milhões de euros
x 100 = 8.6% PIB
194 613 milhões de euros
(E) Verdadeira: 798 - 8586 = -7788 milhões de euros. As despesas de capital foram
superiores às receitas.
209
Avaliação
(A) falsa, porque a política orçamental tem como finalidade alterar as estruturas da eco
nomia.
(B) verdadeira, porque os efeitos da política orçamental se fazem sentir a médio e longo
prazo.
(C) falsa, porque a política orçamental incide sobre os preços dos bens essenciais.
(D) verdadeira, porque a política orçamental tem como finalidade corrigir os desequilí
brios no curto prazo.
A
L Política fiscal a. Taxas de Juro
II. Política monetária b. lmpostos diretos e indiretos
III. Política de redlstrlbulção dos rendimentos c. Rendimento social de inserção (RSI)
d. Reservas mínimas obrigatórias
A. l-a; Ikb; lll-c. B. l-b; ll-d; lll-c. C. l-c; ll-d; lll-a. D. l-b; ll-a; lll-d.
9. Em 2017. num determinado pais, o Estado pagou Juros da dívida pública no valor de 193 mi
lhões de euros, cobrou impostos no valor de 3007 milhões de euros. pagou vencimentos
no valor de 1500 milhões de euros e construiu uma ponte no valor de 35 milhões de euros.
(A) o valor dos impostos cobrados foi Inscrito no orçamento do Estado como uma receita
corrente.
(B) o pagamento de juros da dívida pública foi inscrito no orçamento do Estado como
uma despesa de capital.
(C) o valor relativo à construção de uma ponte foi inscrito no orçamento do Estado como
uma receita de capital.
(D) o pagamento de vencimentos foi inscrito no orçamento do Estado como uma receita
patrimonial.
GRUPO II
1. «As políticas públicas estão longe de se limitar ao problema da provisão conjunta de bens
públicos e hoje abarcam preocupações associadas ao crescimento da economia a longo
prazo e a sua estabilização ao longo do ciclo econômico, bem como à redistribuição entre
diferentes classes de rendimento»
Adaptado de Abel Mateus. iXaniemn; fumunla e DemmucM. l-mti pn>p<aa de arquitetura instlluclonu/. IJst>a. FFMS. 201K
210
TEMA TI A intervenção do Estado na economia
1.3 Explicite dois objetivos e duas medidas da política associada à «redistribuição entre
diferentes classes de rendimento».
2. «As regras europeias de finanças públicas a que Portugal está sujeito pelo Tratado
Orçamental obrigam a saldos pnmános positivos e crescentes, originando-se assim
uma tensão muito forte, em vista do peso dos juros da dívida. Ora isso condiciona
ainda mais o papel do Estado quando subsistem questões sociais graves e se exi
giria capacidade de ação pública para recuperar e relançar a economia numa base
saudável e sustentável»
Adaptado de Inse Reis. A Economia hinuguesa. Eormas de economia política numa peniena persistente.
Gitmbra. Almcdtna. 2018
2.1 Distinga saldo pnmáno de saldo global.
2.2 A partir do texto, relacione o facto de Portugal estar sujeito a saldos pnmános
positivos e crescentes pelo Tratado Orçamental com o papel do Estado na
promoção de políticas públicas.
2.1 Saldo primário consiste no saldo orçamental global, após a dedução dos juros da di
vida pública e outros encargos. Por sua vez. o saldo global (ou convencional) é igual
à diferença entre as receitas totais (sem emissão de dívida pública) e as despesas
totais (sem amortização de divida pública).
22 O facto de Portugal estar sujeito a «saldos primários positivos e crescentes pelo
Tratado Orçamental» implica que o Estado não possa efetuar as despesas públi
cas necessárias para fazer face a «questões sociais graves» através das políticas
de redistribuição dos rendimentos, que têm como prioridade reduzir as assimetrias
sociais e reforçar a coesão social. Estas políticas utilizam instrumentos como, por
exemplo, o aumento das transferências sociais (pensões de reforma, invalidez, sub
sídio de desemprego, rendimento social de inserção, etc.) e a prestação de serviços
como, por exemplo, os de educação, saúde, habitação social e transportes públicos
a disposição das pessoas.
O desenvolvimento da política de redistribuição dos rendimentos repercute-se num
aumento das despesas públicas que põem em causa o alcance de «saldos primários
positivos e crescentes». Por outro lado, o Estado também não poderá promover a
recuperação e o relançamento da «economia numa base saudável e sustentável»
através de diferentes políticas como a orçamental (efetuando despesas de capital
na construção de infraestruturas e na aquisição de bens de equipamento, por exem
plo). nem poderá implementar políticas setoriais mais profundas para modificar o
funcionamento da economia e melhorar as estruturas da economia através da polí
tica industrial, da política agrícola ou da política ambiental, entre outras.
Os constrangimentos às políticas económicas e sociais inerentes à política mone
tária da área do euro e ao Tratado Orçamental limitam a capacidade do Estado na
resolução das «questões sociais graves» e na recuperação e relançamento da «eco
nomia numa base saudável e sustentável», como é referido no texto.
211
TEMA 12
A economia portuguesa no contexto
da União Europeia
12.1 Noção e formas de integração económica
12.2 O processo de integração na Europa
12.3 Desafios da UE na atualidade
12.4 Portugal no contexto da UE
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
União aduaneira
Mercado comum
União económica
União política
213
• Mercado comum/mercado único - nesta forma de integração, a livre circulação de bens
estende-se aos serviços, às pessoas e aos capitais. O Mercosul e a UE sào exemplos desta
forma de integração mais profunda.
• União económica - ao serem alcançadas as quatro liberdades de circulação (mercadorias,
serviços, capitais e pessoas), os países podem avançar no processo de integração, adotan
do políticas económicas comuns. Alguns países participantes da união económica poderão
aprofundar o processo de integração, adotando uma moeda única e uma política monetária
comum, a chamada união monetária. É o caso da UE. em que existem políticas comuns nas
áreas da agricultura e da pesca e se pratica uma política monetária comum para os países
cuja moeda é o euro.
• União política - as políticas comuns vão substituindo as políticas nacionais dos Estados-
-membros, verificando-se, por conseguinte, a progressiva transferência dos poderes so
beranos para entidades supranacionais que exercem a chamada soberania comum. A UE
pode caminhar para esta forma de integração se os Estados-membros assim o desejarem.
Durante estes anos, venflcou-se um aumento significativo das trocas comerciais e dos Inves
timentos entre os Estados-membros. um acréscimo do produto e uma melhoria substancial
dos níveis de vida das populações. Estavam, assim, criadas as condições para um novo apro
fundamento do processo de integração económica.
Procurando estimular o crescimento económico no espaço europeu de uma forma mais du
radoura e sustentada, os Estados-membros da CEE fixaram, em 1986. com a assinatura do
Ato Único Europeu, o objetivo da constituição do mercado único europeu: um mercado sem
fronteiras, onde mercadonas. pessoas, capitais e serviços pudessem circular livremente.
Nesta fase do processo de Integração veriflcou-se a adesão ao projeto europeu de três novos
países: a Grécia em 1981. e Portugal e Espanha, em 1986.
A União Europeia (UE)
Em 1992, com a conclusão do mercado único, foi assinado o tratado da União Europeia (tra
tado de Maastrlcht) onde se fixou como objetivo a constituição de uma união económica
e monetária. Alargou-se também o caráter comunitário das políticas económicas, entre as
quais se destacam a política monetária comum para os países que adotassem o euro como
moeda. Em 1995, novos países integraram a UE: a Suécia, a Finlândia e a Áustria.
Novos alargamentos
A adesão a UE implica, da parte dos países candidatos, a aceitação dos valores e a adoção
das normas e das práticas da União, que. no seu conjunto, constituem o chamado acervo
comunitário.
Em maio de 2004, aderiram à UE dez novos países: Hungna. República Checa. Eslováquia,
Polónia. Letónia. Estónia. Utuânia, Eslovénia. Chipre e Malta. Em 2007. foi a vez da Roménia
e da Bulgária. No ano de 2013. a UE recebeu a Croácia, passando assim a ser constituída por
28 países. O Reino Unido encontra-se atualmente a negociar com a UE o processo de saída
da organização, num processo conhecido por Brexit.
O Euro
A1 de janeiro de 1999 nasceu o euro enquanto moeda escriturai, entrando em circulação sob
a forma de moeda metálica e de papel a 1 de janeiro de 2002. Os países que constituem, na
atualidade, a zona euro são: Alemanha, França. Portugal. Espanha. Itália. Bélgica. Holanda.
216
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
Luxemburgo. Áustria. Irlanda. Finlândia, Grécia. Eslovénla. Malta. Chipre. Estónia. Letónia.
Lituânia e a Eslováquia.
1951 Tratado de Paris. Criação da CECA 2002 O euro entra em circulação sob a forma
(Rança. Alemanha. Itália. Bélgica. Holanda e de moedas e notas em França. Alemanha. Itália.
Luxemburgo) Bélgica. Holanda. Luxemburgo. Irlanda. Áustria.
Finlândia. Portugal. Espanha e Grécia
1957 Tratado de Roma. Criação da CEE (os 2004 Adesão de Malta. Chipre. Estónia. Letónia.
seis países da CECA) e da EUROATOM Utuânia. Hungria. Polónia. República Checa.
Eslováquia e Eslovénla à UE
1973 Adesão do Reino Unido. Irlanda e 2007 Adesão da Roménia e da Bulgária à UE.
Dinamarca á CEE A Eslovénla integra a zona euro
1986 Adesão de Portugal e Espanha à CEE. 2009 A Eslováquia adere ã zona euro
Assinatura do Ato Único Europeu
1999 Criação do euro (moeda única) 2014 A Letónia integra a zona euro
2015 A Lituânia adota o euro
217
Política monetária comum
No âmbito da União Económica e Monetária (UEM). e para manter a estabilidade dos preços,
as decisões em matéria monetária cabem a uma instituição europeia independente, o Banco
Central Europeu (BCE). a quem compete definir a política monetária para a zona euro. É da
competência do BCE aumentar ou diminuir a taxa de Juro de curto prazo (taxa de referência)
a praticar nas economias que integram a UEM.
A estabilidade dos preços e a solidez das finanças públicas dos Estados (critérios de conver
gência nominal), consideradas condições essenciais ao crescimento das economias, conduzi
ram à necessidade de os Estados que integram a zona euro manterem orçamentos nacionais
equilibrados e valores de dívida pública sustentáveis. Para dar força ao cumprimento des
ses critértos foi assinado o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).
A crise do euro
Na sequência da cnse. os países da zona euro com economias mais frágeis, défices orçamen
tais significativos e elevado grau de endividamento externo, correram nsco de falência, dada a
subida das taxas de juro e a maior dificuldade em obter financiamento.
Gráfico 1 - Evolução das taxas de juro nos emprestámos a empresas não financeiras.
Em percentagem
— Portugal
— Espanha
— França
— Alemanha
— Italla
218
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
A estrutura e funcionamento da UE
Num processo de integração tão profundo como o da UE. parte da soberania dos Estados na
cionais é transferida, através dos tratados, para entidades supranacionais que traçam as orien
tações, fixam os objetivos e tomam as decisões relativamente às políticas da União. Vertflca-se,
assim, a coexistência dos poderes soberanos de cada Estado nacional com os poderes transfe
ridos pela vontade dos Estados para as Instituições europeias - a chamada soberania comum
í Instituições Funções 1
219
12.3 Desafios da União Europeia na atualidade
A adoção de medidas e políticas que mostrem as vantagens de pertencer a uma Europa diversa,
mas unida em torno de valores comuns, constitui um desafio atual da Unlâo Europeia.
A existência de uma moeda única para países que apresentam desigualdades assinaláveis a
nível de produtividade, competitividade e contas externas, cria dificuldades à adoção de medi
das de política económica comuns. A chamada crise das dívidas soberanas e as subsequentes
políticas de redução/contençâo dos défices orçamentais nos países do euro mais endividados
(as chamadas «políticas de austendade»), criaram fraturas entre os Estados-membros. nomea
damente entre os do norte e os do sul da Europa. A cnação de um ministro das finanças da zona
euro. um orçamento próprio para o euro e o controlo democrático sobre as políticas económi
cas comuns são algumas das questões que se colocam à atual União Económica e Monetária.
220
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia W
O BrexJt
O orçamento da União
Para dar cumprimento aos seus objetivos, a UE põe em prática diversas políticas económicas
e sociais para as quais necessita de meios financeiros. O orçamento constitui o principal Instru
mento financeiro da UE. onde estão previstas as despesas e as receitas para um ano.
Receitas e despesas
A maior parte das receitas provêm de recursos próprios dos quais se destacam os recursos
provenientes da contribuição de cada Estado - uma percentagem do seu rendimento nacional
bruto (RNB) e do IVA.
As despesas são repartidas pelas várias ações da UE. assumindo particular relevo as despesas
com o crescimento sustentável e a coesão económica e social, através do financiamento das
políticas da União (política agrícola comum, política regional, etc.).
221
Entre as receitas e as despesas verifica-se o princípio do equilíbrio orçamental (despesas iguais
às receitas).
Administração 6.0%
As contribuições dos países para o orçamento da UE estão relacionadas com o seu nível de ri
queza - rendimento nacional bruto (RNB) sendo a contribuição dos países mais ricos propor
cionalmente maior, comparativamente aos países mais pobres. Em contrapartida, as regiões e
países menos desenvolvidos recebem proporcionalmente mais, pela via dos fundos europeus.
Este é o princípio da solidariedade financeira, base das políticas europeias.
O desenvolvimento das políticas europeias exige a aplicação de meios financeiros que se con
substanciam nos fundos europeus.
Os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) têm como finalidades promover o in
vestimento e o emprego, apoiar o desenvolvimento económico dos Estados-membros. reduzir
os desequilíbrios estruturais entre os países e as regiões da UE para reforçar a convergência
real, e alcançar uma economia mais competitiva, mais eficiente e respeitadora do ambiente.
A sua aplicação destina-se a projetos que visem a modernização das estruturas económicas
e sociais (a nível das atividades produtivas, das infraestruturas e da formação profissional); a
222
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
A aplicação dos fundos nas regiões menos desenvolvidas reflete o princípio da solidartedade
financeira.
223
12.4 Portugal no contexto da UE
Portugal adenu à UE em 1986 e, sendo um país com um nível de desenvolvimento inferior à
média europeia, beneficiou de um conjunto de ajudas, através dos fundos europeus, de forma
a modernizar as suas estruturas socioeconómicas e a aproximar-se dos níveis de riqueza e de
bem-estar dos seus parceiros europeus.
Até final do século XX. Portugal registou uma evolução globalmente positiva: crescimento da
economia e melhona das condições de vida, desenvolvimento das estruturas de saúde, das
infraestruturas. das comunicações, maior qualificação da população, entre outros exemplos.
A partir da segunda metade da década de 2010 tem-se registado uma recuperação do cresci
mento da economia, em linha com o crescimento da economia mundial e europeia.
População
M4 anos 15S4,
224
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
Produto
225
Gráfico 7 - Evolução do PIB (preços correntes) per capita.
em Portugal. Em euros
Quadro 6 - RB per capita em PPC. Portugal. UE-28 e zona euro. Em milhares de euros
r 2014 2015
2016 1
Competitividade
O mercado único, com as suas quatro liberdades de circulação, criou oportunidades de cres
cimento para as empresas, mas aumentou o desafio da competitividade dada a maior con
corrência. Vános fatores concorrem para a competitividade das empresas e das economias: a
produtividade, a qualificação dos recursos humanos e a Inovação
A produtividade do país, em 2017, representava 66,4% da média europeia. Para este baixo valor
contribuía a insuficiente qualificação dos trabalhadores e o fraco investimento em inovação.
Irlanda 182
Alemanha 127.2
Itália 100.7
Eslováquia 77.1
Portugal 66.4
Hungna 63.8
Bulgária 45.3
226
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
Os valores a seguir apresentados revelam que o pais tem cnado melhores condições de vida
para a população. No entanto, o nível de riqueza e de bem-estar, medido pelo PIB per capita.
mantém-se afastado da média europeia, tendo-se registado uma maior divergência nos anos
mais recentes, dada a permanência das fragilidades estruturais da nossa economia e os efei
tos da cnse económica. No entanto, a recuperação económica foi sendo acompanhada pelo
aumento do emprego e das remunerações, bem como pela diminuição significativa da taxa de
desemprego.
------- Remunerações
por empregado
—— Taxa de desemprego
227
ESQUEMA-SÍNTESE
228
TEMA 12 A economia portuguesa no cootexto da Uraão Europeia
SÍNTESE
✓ A União Europeia iniciou-se no período do pós-ll Guerra Mundial, com a cnação da CECA
(Comunidade Europeia do Carvão e Aço), em 1951. Em 1957, foi cnada a EUROATOM e a
CEE (Comunidade Económica Europeia), pelo tratado de Roma, que definiu como objetivo a
cnação de um mercado comum/mercado único, concretizado em 1993. O caminho da Inte
gração económica prosseguiu com a cnação da União Económica (a CEE passou a UE). que
definiu como objetivos a criação de uma União Económica e Monetária (UEM) e a adoção
de uma moeda única (o euro). A atual UE é composta por 28 países e a zona euro por 19.
✓ As políticas europeias, apoiadas pelo orçamento da União e pelos fundos europeus, são os
instrumentos necessários à modernização das estruturas económicas e sociais, à inovação,
a proteção ambiental, ao relançamento da economia europeia e a uma maior coesão.
✓ Portugal aderiu à UE em 1986 (então CEE), o que contribuiu para o desenvolvimento das
suas estruturas económicas e sociais, e para o crescimento da sua economia, aproximan-
do-se dos níveis de vida dos países europeus mais ricos. Apesar do progresso registado
subsistiram fragilidades estruturais, como a fraca produtividade, associada a baixos níveis
de escolaridade e fraca formação profissional da população, e a consequente menor com
petitividade da economia nos mercados externos.
✓ A crise financeira de 2007 e a cnse económica que lhe sucedeu afetou toda a economia
mundial, em particular as economias mais dependentes do extenor. Portugal viu agrava
rem-se as condições de financiamento, pelas restrições na concessão de empréstimos e
pelo agravamento dos juros dos mesmos, correndo risco de insolvência. Tal situação con
duziu ao resgate financeiro do país (União Europeia e Fundo Monetário Internacional) e à
aplicação de políticas económicas contracciomstas (ajustamento estrutural) que produziram
efeitos recessivos na economia do país, aumentando o afastamento do país relativamente
os padrões médios de vida da UE. A partir de 2015. com o fim do programa de assistência
financeira, iniciou-se o período de recuperação da economia.
229
Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
(B) nao há barreiras alfandegárias no comércio entre os países da zona e existe uma
pauta aduaneira comum para o comércio com países terceiros.
(C) nao se aplicam taxas aduaneiras aos produtos que entram na zona.
(D) nâo há barreiras alfandegárias para os produtos que circulam na zona e cada país
estabelece a sua pauta aduaneira no comércio com terceiros.
(B) não existem barreiras a livre circulação de mercadonas e serviços, mas há limites à
livre circulação de pessoas e capitais.
(C) a livre circulação aplica-se a produtos, serviços, capitais e pessoas e existem políti
cas económicas comuns.
(D) não existem barreiras às trocas de bens, serviços e capitais, mas existem fronteiras
para a circulação de pessoas, havendo algumas políticas económicas comuns.
(A) começou por ser uma união aduaneira, construiu um mercado comum e evoluiu
para uma união económica.
(B) começou por ser um mercado comum e está a construir uma união económica.
(C) começou por ser um mercado comum, evoluiu para uma união económica e
está a iniciar a construção da união política.
(D) começou por ser uma união aduaneira, evoluiu para uma união económica e
está a realizar o mercado comum.
© (A) A atual União Europeia começou por ser uma união aduaneira, avançou posterior
mente para a constituição de um mercado comum/mercado único e depois consti
tuiu uma união económica.
230
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
4. Os fundos europeus
(D) da Comissão Europeia, tendo de ser aprovados pelo Conselho de Ministros e pelo
Parlamento Europeu.
(B) no mesmo período de entrada do Reino Unido na CEE. tendo acompanhado os apro
fundamentos dados pelo processo de integração - ao contrário do Reino Unido que
não aderiu à moeda única.
(C) com a adesão à CECA, no final da II Guerra Mundial, e acompanhou até hoje o pro
cesso de integração da União Europeia.
(A) verdadeira, pois o seu RNB percapfta é infenor a 75% da média europeia.
(B> falsa, pois os países da coesão são aqueles que aderiram à UE nos anos mais
recentes.
(C) verdadeira, pois o seu RNB percapfta é infenor a 90% da média europeia.
(D) falsa, pois o seu RNB per capita é superior a 75% da média europeia.
(C) Os países cujo RNB per capita é inferior a 90% da média europeia recebem fundos
da UE. entre os quais o Fundo de Coesão, de forma a desenvolverem as suas eco
nomias e a aproximarem-se do nível de vida dos países mais prósperos da União.
Tal é o caso de Portugal.
231
Avaliação
(A) a política monetána é definida pelo BCE. cabendo aos Estados definir e executar as
restantes políticas económicas.
(B) a competência em matéria de políticas económicas a aplicar nos países da zona euro
cabe às instituições europeias.
(D) a política monetária e orçamental para os países da zona euro são definidas pelo
BCE.
(D) atnbui os fundos europeus aos Estados-membros com menor crescimento económico.
GRUPO II
1.4 Explicite as formas de integração económica adotadas pela UE. desde o tratado de
Roma.
232
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
3.1 Avalie a situação de Portugal face às metas fixadas pela Estratégia «Europa 2020».
33 K Estratégia «Europa 2020». no conjunto dos países da UE. está perto de cumprir as
metas propostas? Justifique a sua resposta.
233
Avaliação
GRUPO III
Quadro 2 - Contas Nacionais Portuguesas, Base 2011 - taxa de variação homóloga (tvh). Em percentagem
Funtcs: INE. Síntese Eamomtcu de Gm/untura e www.pcprobc.ci >m (consultado cm jinetro dc 2019)
2. Considere o gráfico 1.
234
TEMA 12 A economia portuguesa no contexto da União Europeia
Q 2.1 A evolução do PIB acompanha os ciclos da atividade económica, ou seja, nos pe
ríodos de expansão ou de recuperação económica verifica-se crescimento do PIB e
nos períodos de recessão assiste-se à quebra do PIB. A evolução no período con
siderado permite registar vês períodos de recessão 2003. 2007-2008 (crise finan
ceira) e 2010-2013 (crise do euro e crise económica), seguidos de períodos de recu
peração económica em que se registou crescimento do PIB. A evolução do PIB em
Portugal e na zona euro assinala esses vários ciclos da atividade económica, verifi-
cando-se uma evolução em linha entre as duas economias, mas com períodos de di
vergência assinaláveis. O ano 2003 e o período entre 2010 e 2013 são períodos de
maior divergência, em que os efeitos negativos das crises são mais acentuados em
Portugal (desaceleração e queda do PIB em 2003 e 2010-2013), em resultado das
fragilidades da nossa economia, acentuadas no período do resgaste financeiro ao
pais e da aplicação de políticas económicas restritivas que acentuaram a recessão
económica. A recuperação económica do país foi mais lenta, comparativamente a
zona euro. tendo-se registado, nos últimos anos, convergência com esta.
2.2 O cálculo do produto a preços correntes significa que os bens e serviços são valo
rizados aos preços verificados no ano em causa, enquanto o cálculo do produto a
preços constantes valoriza os bens e serviços segundo os preços de um ano consi
derado como base (no quadro fornecido, o ano base é 2011).
UE-28 100
Itália 90
Portugal 80
Eslováquia 75
Letónia 70
Bulgária 55
KmtB: EurnsLU. n<M?mbr<>dc20l8
235
ECONOMIA A
Prova-modelo de exame 1
GRUPOl
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o gru
po. o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) o coeficiente orçamental relativo aos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, no ano t, foi
de 40 000 milhões de u.m.
(B) o coeficiente orçamental relativo aos bens alimentares e bebidas não alcoólicas no ano t + 5
diminuiu relativamente ao ano t.
1.2 Dois fatores económicos que podem influenciar as despesas de consumo são
(D) a taxa de Juro para operações ativas e a simpatia por uma marca.
2. O gráfico 1 apresenta os valores relativos aos custos totais de produção de um bem. para diferentes
quantidades produzidas na empresa Y.
236
PROVA-MOOELO DE EXAME 1
(A) um custo médio por unidade de 180 u.m. ao produzir 20 000 unidades.
(B) custos médios por unidade crescentes a partir das 20 000 unidades.
(C) custos médios por unidade decrescentes a partir das 10 000 unidades.
(A) o IHPC português sofreu um aumento estimado de 0.7% em fevereiro de 2018. comparativamente
ao mês de fevereiro de 2017.
(B) o IHPC português sofreu um aumento estimado de 0.7% entre janeiro e fevereiro de 2018.
(C) a taxa média de inflaçáo em Portugal sofreu um aumento estimado de 0,7% entre janeiro e fevereiro
de 2018.
(D) a taxa média de inflação em Portugal sofreu um aumento estimado de 0.7% ao longo de 2017.
Esta afirmação é
(A) verdadeira, pois os produtores detêm o domínio total do mercado, podendo impor os preços que
desejarem.
(B) falsa, pois a afirmação refere-se a um mercado de concorrência perfeita, que se caracteriza pela
atomicidade.
(C) verdadeira, pois existe alguma diferenciação do produto e os produtores não detêm o domínio
total do mercado.
(D) falsa, pois um mercado de concorrência monopolística não se caracteriza pela existência de muitas
unidades de produção de pequena dimensão.
237
6. O quadro a seguir apresenta valores relativos ao índice de Gini. registados em Portugal entre 2013 e
2016.
Fonte: INE. «Rendimento e condições de vida 2017», Inquérito Os condições de vido e rend/meoro. 2017
Com base no quadro 2. podemos afirmar que. em Portugal, entre 2013 e 2016.
7. Em janeiro de 2017. uma determinada empresa contraiu um empréstimo junto de uma instituição ban
cária. com o correspondente pagamento de Juros.
Para a instituição bancána. o empréstimo contraído pela empresa representa uma operação
(B) ativa e ojuro do empréstimo constitui uma receita para essa instituição.
(C) passiva e a remuneração do empréstimo constitui uma receita para essa instituição.
8. O valor da taxa de juro fixado pelas instituições financeiras está relacionado com o valor da inflação.
A afirmação é
(A) verdadeira, pois a taxa de inflação deverá ser supenor à taxa de juro dos depósitos.
(B) falsa, na medida em que a taxa de juro é definida pelos bancos centrais em função dos objetivos
da política monetána.
(C) verdadeira, pois a taxa de juro dos empréstimos deverá ser superior à taxa de juro dos depósitos,
e esta deverá ser superior a taxa de inflação.
(D) falsa, na medida em que o valor da taxa de juro fixado pelas instituições financeiras para as opera
ções de crédito e de depósito não é Influenciado pelo nível da Inflação.
9. Os reembolsos de empréstimos pedidos pelas administrações públicas Junto das instituições financei
ras constituem
238
PROVA-MOOELO DE EXAME 1
Salários (u.mj 60 65
10.1 Sabendo que o empresário fez um investimento em novas tecnologias, o valor acrescentado
10.2 No quadro 3. o valor dos salários da empresa Y encontra-se expresso a preços correntes. Saben
do que o preço da generalidade dos bens subiu 15% entre t e t + 5. então, mantendo-se tudo o
resto constante.
11. O quadro 4 apresenta os valores das exportações e importações portuguesas de bens e serviços, em
2016 e 2017.
Quadro 4 - Exportações e importações portuguesas de bens e serviços. Em milhões de euros (valores arredondados)
(B) nos anos considerados, as exportações de bens e serviços aumentaram, em valor absoluto, mais
do que as importações.
239
ECONOMIA A
(A) o valor do produto interno bruto a preços de mercado (PIB p.m.) foi superior ao valor da des
pesa interna.
(C) o valor do consumo das famílias residentes e ISFLSF representou 70% do valor do PIB p.m.
Sabendo que o saldo da balança de bens foi de -12108 milhões de euros, então
(B) a taxa de cobertura das importações pelas exportações foi de 3511 milhões de euros.
(C) o valor dos rendimentos recebidos do Resto do Mundo foi de -4859 milhões de euros.
(D) o valor das remessas dos Imigrantes foi de 2226 milhões de euros.
240
PROVA-MOOELO DE EXAME 1
14. No quadro seguinte, a coluna A apresenta três políticas públicas e a coluna B cinco instrumentos de
políticas públicas.
Coluna A Coluna B
a. Taxas de juro
I. Política de redistnbulção dos rendimentos b. Impostos indiretos
II. Política monetária c. Reservas mínimas obrlgatónas
III. Política fiscal d. Subsídio de desemprego
e. Rendimento Social de Inserção
Selecione a opção que associa corretamente cada política pública (coluna A) ao respetivo instrumento
(coluna B).
15. Em 2017, num determinado país, o Estado pagou Juros da dívida pública no valor de 193 milhões de eu-
ros. cobrou Impostos no valor de 3007 milhões de euros, pagou vencimentos no valor de 1500 milhões
de euros e construiu uma ponte no valor de 35 milhões de euros.
(A) o valor dos impostos cobrados foi inscrito no orçamento do Estado como uma receita de capital.
(B) o pagamento de Juros da dívida pública foi inscrito no orçamento do Estado como uma despesa de
capital.
(C) o valor relativo à construção de uma ponte foi inscrito no orçamento do Estado como uma receita
corrente.
(D) o pagamento de vencimentos foi inscrito no orçamento do Estado como uma despesa corrente.
241
ECONOMIA A
17. O gráfico 2 apresenta o valor da dMda pública em percentagem do PIB. em alguns países da área do euro.
(A) Holanda. Finlândia. Alemanha. Irlanda e Áustria sáo os únicos países que cumprem o critério de
convergência orçamental relativo à dívida pública.
(B) Portugal. Itália e Grécia sáo os únicos países que apresentam uma dívida pública em percenta
gem do PIB supenor a da média da área do euro.
(C) Holanda. Finlândia. Alemanha. Irlanda e Áustria são os únicos países que apresentam uma dívi
da pública em percentagem do PIB inferior à média da área do euro.
(D) Portugal. França, Espanha, Bélgica. Itália e Grécia são os únicos países que não cumprem o
critério de convergência orçamental relativo à dívida pública.
GRUPO II
1. O quadro 8 apresenta os valores das componentes do produto interno bruto, a preços de mercado
(PIB p.m.). em Portugal, no ano de 2017. segundo a ótica da despesa, e os pesos de cada componente
em percentagem do PIB p.m.
83 000 42.9
81000 41.9
242
PROVA-MOOELO DE EXAME 1
Explique, com base no texto, as projeções para a evolução do consumo privado (2018-2020). tendo
em conta:
A UE está empenhada em tomar, desde já, medidas contra as alterações climáticas que po
dem poupar custos e vidas humanas a longo prazo. A procura crescente de tecnologias limpas
constitui também uma oportunidade para modernizar a economia europeia e gerar crescimento
e emprego verdes.
httpsjVeuropaeu (adaptado)
Explicite, com base nos dados fornecidos, a posição de Portugal e de Espanha face à política da UE
relativamente às alterações climáticas.
243
ECONOMIA A
GRUPO III
Entre setembro e outubro de 2018. o crédito ao consumo aumentou 14.9%, refletindo o nível
de confiança dos consumidores associado ao crescimento da economia e à redução do desem
prego. Este aumento de crédito aos particulares ocorre numa altura em que o endividamento
devena continuar a reduzir-se num contexto de expetativas de abrandamento da atividade eco
nómica.
Banco de Portugal. Hekrtorlo de Estabilidade Financeira. dezembro de 2018 (adaptado)
120
110
UE-28 = 100
90 -
80-
70 -
60
Produtividade Produtividade
(PIB/emprego) (PIB ppc/horas trabalhadas)
■ Portugal ■ Espanha
Fonte: Eurostat, 2017
244
PROVA-MOOELO DE EXAME 1
2016
Portugal
Espanha
UE-28
Analise, com base nos dados fornecidos, o valor da produtividade por empregado e o valor da pro
dutividade por número de horas de trabalho, em Portugal, comparatlvamente a Espanha e à UE-28.
em 2016. considerando:
3. O gráfico que se segue Ilustra a evolução da economia portuguesa, entre 2008 e 2020.
•Projc-tado
Fonte: Banco de Portugal, Projeções paro a Economia Portuguesa 2018-2020. março de 2018
Explicite a importância do tunsmo para a economia portuguesa, tendo em conta os valores referen
ciados no gráfico.
COTAÇÕES
Item I
Grupo
Cotação (em pontos)
la 17.
■ 140 pontos
20»7
1. 2. 3.
■ 30 pontos
10 pontos (5 ♦ 5) 10 pontos (5 + 5) 10 pontos
2. 3.
III 30 pontos
10 pontos 10 pontos (5 + 5) 10 pontos
200 pontos
245
ECONOMIA A
Prova-modelo de exame 2
GRUPOl
Nas respostas aos (tens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o gru
po. o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
1. Das escolhas resultam benefícios e custos de oportunidade. Um estudante que escolheu ser assíduo
às aulas teve
(A) o benefício de uma boa aprendizagem e o custo de oportunidade dos livros de estudo que comprou.
(B) o custo de oportunidade do tempo que utilizou na frequência das aulas e o benefício da aprovação
de ano.
3. Num determinado país, o rendimento disponível diminuiu por força de uma grave crise económica.
Mantendo-se tudo o resto constante, e segundo a lei de Engel, o valor monetário gasto em alimentação
e bebidas não alcoólicas fez o respetivo coeficiente orçamental aumentar. Esta afirmação é
(C) falsa, porque é impossível aumentar a relação entre a despesa em alimentação e bebidas não al
coólicas e o rendimento disponível.
(D) falsa, porque não é possível aumentar a despesa em alimentação e bebidas não alcoólicas num
período de crise.
4. O recurso ao crédito bancário altera, a curto prazo, o nível e a estrutura do consumo das famílias de um
país, considerando-se tudo o resto constante. A afirmação é
(A) falsa, pois o recurso ao crédito provoca o endividamento financeiro das famílias, sem alterar a
estrutura do consumo.
246
PROVA-MODELO DE EXAME 2
(B) falsa, pois o recurso ao crédito mantém a estrutura do consumo, aumentando as despesas de con
sumo das famílias.
(C) verdadeira, pois o recurso ao crédito provoca o aumento das despesas de consumo, alterando os
pesos das rubricas no total das despesas de consumo das famílias.
(D) verdadeira, pois o recurso ao crédito ao gerar o endividamento das famílias, altera os pesos das
rubricas no total das despesas de consumo.
5. Uma determinada empresa produtora de camisas, que utiliza no seu processo produtivo apenas capital
e trabalho, decidiu efetuar um estudo de curto prazo sobre os níveis de produção, cujos resultados
são apresentados no quadro 1. Nesse estudo, o número de máquinas foi considerado constante e o
número de trabalhadores variável.
2010 [ 2015
1 50
2 150
3 282
4 448
5 580
6 648
7 700
I. A lei dos rendimentos decrescentes verifica-se quando a empresa emprega 5 ou mais trabalhadores.
II. A produtividade marginal do trabalho atinge o valor máximo quando a empresa emprega o quinto
trabalhador.
(B) para medir o valor dos produtos financeiros geradores de dividendos no futuro.
(C) para pagar a aquisição de bens, com recurso a uma transferência bancária.
(D) na constituição de um depósito a prazo.
247
ECONOMIA A
0 t t*1 Tempo
De acordo com o gráfico, e mantendo-se tudo o resto constante, entre os anos t e t + 1 venficou-se o
fenómeno da
(A) desinflaçâo.
(B) deflação.
(C> estagflação.
(D) hiperinflação.
(A) a quantidade de moeda que o trabalhador recebe em troca do trabalho que prestou, correspon
dendo ao seu poder de compra.
(B) a relação existente entre o salário mínimo e o salário máximo praticados num país, e varia com o
valor do IPC.
(C) a quantidade de bens e de serviços que o trabalhador pode adquirir com o seu salário nominal,
correspondendo ao seu poder de compra.
(D) a relação existente entre o rendimento médio por habitante e as transferências sociais de um de
terminado país, e vana com o valor do IPC.
9. O quadro 2 apresenta dados sobre o custo total de produção e a quantidade produzida, numa empre
sa produtora de televisores.
Custo total (em euros) 1000 000 1440 000 1700 000
Com base na situação descrita, e considerando-se tudo o resto constante, a empresa deverá produzir
(C) o número de televisores que correspondam ao menor custo unitário, ou seja. 300 000.
(D) o número de televisores em que consegue produzir com menores custos fixos e vanáveis.
248
PROVA-MODELO DE EXAME 2
10. Uma família, residente em Portugal, gastou 85% do seu rendimento anual disponível em bens de consu
mo e aplicou os restantes 15% na Bolsa de Valores Mobiliános. em ações de uma empresa residente no
Resto do Mundo. Podemos afirmar que a compra das ações constituiu, para essa família, um exemplo de
11. Num mercado de concorrência monopolístlca, as multas empresas existentes detêm algum poder de
mercado. Esta afirmação é
(A) verdadeira, pois as empresas, ao venderem produtos diferenciados, têm algum controlo sobre os
seus preços.
(B) verdadeira, pois as empresas, ao venderem produtos homogéneos, têm alguma capacidade de
definir os seus preços.
(C) falsa, pois as empresas, como são de idêntica dimensão, têm de aceitar o preço de venda definido
no mercado.
(D) falsa, pois as empresas, como apresentam custos idênticos, têm de vender ao preço definido no
mercado.
12. No mercado de produtos hortícolas, devido ao fenómeno da seca, os preços aumentaram. Mantendo-
-se tudo o resto constante, esta afirmação é verdadeira porque se verificou
(A) um aumento da oferta e da procura.
13. Quando o preço dos bens substitutos baixa relativamente ao preço do bem X. mantendo-se tudo o
resto constante, no curto prazo.
14.0 fluxo monetário correspondente a um empréstimo concedido pelo Resto do Mundo a uma instituição
bancária residente no país A constitui
249
15.0 quadro 3 apresenta ciados sobre as despesas de consumo das famílias num dado país, em 2017 e 2018.
15.1 Os dados apresentados no quadro 3 permitem afirmar que. nesse país, a taxa de variação anual
das despesas de consumo das famílias foi de
15.2 Os mesmos dados permitem afirmar que. nesse país, o valor do PIB foi de
16.0 quadro 4 apresenta a evolução das componentes da despesa Interna de um determinado país, no
período de 2012 a 2016.
16.1 Com base no quadro 4. pode afirmar-se que. nesse país, a procura interna, calculada em termos
nominais.
250
PROVA-MODELO DE EXAME 2
16.2 Com base nos valores fornecidos, pode também afirmar-se que. nesse país.
(A) a procura externa registou, em termos nominais, um decréscimo em 2016, face a 2015.
18.Os países da coesão, recebedores do Fundo de Coesão, são os países da UE que apresentam
GRUPO II
1. Observe o quadro 5.
Quadro 5 - índice de preços no consumidor Portugal, maio de 2018. Em percentagem (Base 100 = 2012)
Total 1.04
1. Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 0.70
2. Bebidas alcoólicas e tabaco 2.28
3. Vestuário e calçado -3,26
4. Habitação, água. luz. gás e outros combustíveis 2.02
5. Acessórios, equipamentos domésticos e manutenção da habitação -0.85
6. Saúde 1.16
7. Transportes 3,80
8. Comunicações 0.44
9. Lazer, recreação e cultura -0.70
10. Educação 1.18
11. Restaurantes e hotéis 2.87
12. Bens e serviços diversos 0.25
Fonte: INE, Botetim Mensal de EstaOstKa, mato de 2018
Analise a variação dos preços. Identificando as classes de despesa que influenciaram positiva e nega-
tlvamente o valor do IPC em maio de 2018.
251
2. As despesas de consumo das famílias portuguesas, no 4.° trimestre de 2017. apresentaram uma taxa
de vanaçao homóloga de 2.0%.
Explicite a vanaçao registada, com base no conceito de variaçao homóloga das despesas de consumo.
Explique a situação que ocorreu no mercado de bem X. Indicando duas razões para a ocorrência.
GRUPO III
Analise o comportamento das trocas comerciais de bens entre Portugal e o Resto do Mundo, nos se
guintes aspetos:
- evolução das trocas comerciais e do saldo da balança de bens nos anos de 2016 e 2017.
- principais clientes e fornecedores e evolução da respetiva importância (dezembro de 2017);
- concentração geográfica do comércio externo português relativa a dezembro de 2017 (apresente os
cálculos necessános).
252
PROVA-MODELO DE EXAME 2
2. A balança de bens de Portugal com o conjunto dos países da zona euro, apresentou um saldo de
-14112 milhões de euros, em 2017.
Explique como se apresentou a taxa de cobertura relativa ao comércio de bens de Portugal com o
conjunto dos países da zona euro.
3. Um dos objetivos dos fundos estruturais e de Investimento europeus a aplicar no período 2014-2020
é a maior coesão económica e social.
COTAÇÕES
253
Prova-modelo de exame 3
GRUPOl
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o gru
po. o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2. A taxa de desemprego de uma economia foi, o ano passado, de 7,3%. Este valor significa
(A) que o número de desempregados em relação à população do país foi de 7.3%. no ano passado.
(B) que em cada 100 pessoas residentes, 73% estavam desempregadas, no ano passado.
(C) que em 100 pessoas da população ativa havia, no ano passado. 73 desempregados
(D) que o número de desempregados em relação à população ativa foi de 73. no ano passado.
N.“ d® trabalhadores
Produção do bicicletas
(C) cresce até uma determinada quantidade de produção, começando depois a diminuir pois não
há mais capital para utilizar pelos trabalhadores.
254
PROVA-MOOELO DE EXAME 3
(C) empregar apenas quatro trabalhadores pois a partir do quinto trabalhador os acréscimos de
produção originados pelos novos trabalhadores são decrescentes.
(D) contratar o maior número possível de trabalhadores que permitam a empresa aumentar a quan
tidade de produção e a produtividade do trabalho.
(A) no acréscimo de unidades de trabalho necessárias para produzir mais uma unidade do produto.
(C) no acréscimo de uma unidade de produto originado pelo aumento de uma unidade de trabalho.
5. Numa empresa
(C) os custos totais são zero, quando a empresa não produz nada.
6. Num mercado do bem X. se o preço de mercado estiver abaixo do preço de equilíbrio, verlflca-se
7. No mercado de um bem Y. o deslocamento da curva da procura para a esquerda e para baixo significa
255
ECONOMIA A
Variação de existências 94
FBCF 700
11. Numa região do país Y. em 2016, o valor do PIB p.m. a preços correntes foi de 520 milhões de euros.
Sabendo que o índice de preços foi 103. o valor do PIB p.m. a preços constantes foi de
12. A diminuição dos impostos por parte do Estado representa uma medida de
256
PROVA-MOOELO DE EXAME 3
13. A observação do saldo conjunto das balanças corrente e de capital de uma economia permite concluir
que a economia em análise
(A) apresenta um défice ou um superavit nas trocas de bens com o Resto do Mundo.
(C) apresenta um défice ou superavit nas trocas de capitais com o Resto do Mundo.
(D) apresenta um saldo positivo ou negativo nas trocas de bens e capitais com o Resto do Mundo.
Valores I
Balanças
A partir dos valores fornecidos pode afirmar-se que a economia portuguesa, no período considerado.
(A) apresentou capacidade de financiamento dado ter um saldo positivo na balança de capital.
15. As variações cambiais têm efeitos nos preços dos bens transacionados influenciando as trocas comer
ciais de um país com o Resto do Mundo.
(A) verdadeira, pois os produtos exportados e importados podem ficar mais caros ou mais baratos.
(B) falsa, pois as trocas comerciais de um país com o exterior são influenciadas pelo seu grau de
competitividade.
(C) falsa, pois apenas influencia os preços dos bens importados do Resto do Mundo.
(D) verdadeira, pois uma valorização da moeda torna os produtos mais caros.
(A) torna os produtos da zona euro mais baratos, gerando um aumento das exportações.
(B) torna os produtos fora da zona euro mais caros, gerando um aumento das importações.
(C) torna os produtos da zona euro mais caros, gerando uma diminuição das exportações.
(D) torna os produtos fora da zona euro mais baratos, gerando uma diminuição das importações.
257
ECONOMIA A
(A) constituem uma medida protecionista e traduzem-se na restrição das Importações pela fixação de
limites máximos de importação.
(B) destinam-se a favorecer as exportações impondo impostos sobre os produtos importados. É uma
medida que incentiva o comércio entre os países.
(C) consistem em direitos aduaneiros cobrados aos produtos importados, fazendo com que estes fi
quem mais caros. Esta medida protege as empresas nacionais.
(D) são regras que o país exportador tem de respeitar, por exemplo, em termos de segurança dos pro
dutos. Esta medida insere-se na política protecionista.
17. A atual União Europeia é uma união económica, o que significa que mantém as regras de uma união
aduaneira e de um mercado comum. Tal significa que na UE
(A) os produtos, serviços, capitais e pessoas circulam livremente e existe uma pauta aduaneira comum
no comércio com países fora da zona.
(B) para além das quatro liberdades de circulação e da existência de uma pauta aduaneira comum no
comércio com países terceiros existem políticas económicas comuns.
(C) há livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais e existem políticas económicas comuns.
(D) existem as liberdades de circulação próprias de uma união aduaneira e a aplicação de políticas
económicas comuns, característica de um mercado comum, bem como a definição de uma moeda
única, no caso da união económica.
GRUPO II
1. Em economia há que fazer escolhas. Suponha que um comerciante tem de se deslocar de Lisboa a
Madrid em negócios e tem de decidir entre viajar de automóvel ou de avião. De referir que o empresá
rio não gosta de andar de avião, sentlndo-se mais confortável a viajar de automóvel.
2. Uma empresa produz 180 toneladas de papel por dia com 30 trabalhadores. Se contratar mais um
trabalhador, a produção aumentará para 185 toneladas. Explique se a empresa deverá proceder à con
tratação do novo trabalhador.
258
PROVA-MOOELO DE EXAME 3
3. Considere o quadro 4.
Quadro 4 - Evolução das despesas de consumo final, Portugal. 1995 e 2016. Em percentagem
Saúde 4.5 5J
Comunicações 22 2.4
Educação 1.1 12
Explique, a partir dos dados fornecidos, a evolução do nível de bem-estar das famílias portuguesas, no
período considerado.
GRUPO III
Os dados do INE. relativos a 2015. mostram que Portugal tem de importar 4€ para exportar 10€.
Tal acontece porque cerca de dois terços das compras ao exterior destinam-se a produção de
bens que posteriormente sâo absorvidos pela procura final, nomeadamente através de vendas
ao exterior.
Fonte: Jornal de NegOclos. 10 de Janeiro de 2019
259
ECONOMIA A
Observe os gráficos 2 e 3.
3. Considere o gráfico 4.
(P) (P)
Fonte: Banco de Portugal, Bo/eMn Estatístico, dezembro de 2018
COTAÇÕES
260
PROVA-MODELO DE EXAME 4
Prova-modelo de exame 4
GRUPOl
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o gru
po. o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) é uma ciência social cujo objeto de estudo são os fenómenos económicos.
(B) estuda como utilizar recursos escassos para satisfazer as múltiplas necessidades.
(D) considera que os fenómenos económicos são uma abstração da realidade social.
Com base na situação acima descrita, podemos afirmar que a Caixa Geral de Depósitos se inclui no
agente económico
261
ECONOMIA A
4. A tabela 1 representa as despesas de consumo das famílias numa determinada economia, em 2018 e em 2019.
No ano de 2018 o PIB registado nessa economia foi 30,0 mil milhões de euros. A partir da situação
acima transcrita, podemos afirmar que o valor do consumo das famílias foi
5. Observe o quadro 2. que apresenta as taxas de variação dos coeficientes orçamentais relativos à des
pesa com os bens alimentares por parte das famílias num determinado país.
Quadro 2 - Taxas de variação dos coeficientes orçamentais relativos ã despesa com os bens alimentares. Em percentagem
Ponodos
relativo à despesa com os bens alimentares
2016 0.5
2017 0.9
2018 1.0
(A) em 2018. os rendimentos das famílias foram inferiores aos de 2016 e 2017
(B) em 2016. os rendimentos das famílias foram Inferiores aos de 2017 e 2018.
262
PROVA-MODELO DE EXAME 4
7. O consumo de farinha efetuado por uma família para a confeção de um bolo constitui um exemplo de
consumo
10 6 000
11 8 500
15 000
12 9 500
13 10 000
Com base nos valores do quadro, podemos afirmar que nessa empresa a combinação ótima dos fato
res produtivos é
9. Uma das fornias de moeda é o papel-moeda. Esta forma de moeda significa que
10. Segundo o INE. o IHPC, em Portugal, registou, em janeiro de 2018. uma vanação média dos últimos 12
meses de 1,5%. Esta afirmação significa que
(A) a variação dos preços em janeiro de 2018. comparativamente à variação registada em janeiro de
2017, foi de 1.5%.
(B) a média de variação dos preços entre Janeiro de 2017 e janeiro de 2018 foi de 1.5%.
263
ECONOMIA A
Quantidades
(A) A curva b2 representa uma menor quantidade procurada do bem X para o mesmo nível de preços.
(B) A curva b, representa uma menor quantidade oferecida do bem X para o mesmo nível de preços.
(C) A curva b? representa uma menor quantidade oferecida do bem X para o mesmo nível de preços.
(D) A curva b, representa uma menor quantidade procurada do bem X para o mesmo nível de preços
13. Em 2019, num determinado país, o salário mínimo apreciou-se em termos reais 6%. bastante acima do
apurado para o total da população assalanada cujo salário cresceu 1%. em termos reais. Pode assim
afirmar-se que
(B) o poder de compra dos trabalhadores que recebem o saláno mínimo reduziu-se.
14. Considere as seguintes afirmações, relativas às taxas de crescimento do PIB de um determinado país
nos 1.°. 2.° e 3.° trimestres de 2019, apresentadas no quadro 5.
Quadro 5 - Taxas de crescimento do PIB nos 1.°. 2.° e 3.° trimestres de 2019. Em percentagem
IV- O PIB cresceu 0.8 p.p. (pontos percentuais), entre o 1° e o 2 ° tnmestre de 2019.
264
PROVA-MODELO DE EXAME 4
15.0 gráfico 2 apresenta a taxa de variação mensal do índice de produção industrial total e do índice dos
grandes agrupamentos industriais, em Portugal.
Gráfico 2 - índice de produção industrial total e índice dos grandes agrupamentos industriais.
Em percentagem
(A) O agrupamento bens de intermédios e outros (INT**) apresentou o contributo mais influente para a
variação do índice total, no conjunto dos dois meses.
(B) O agrupamento de bens de consumo total (CT) apresentou o contributo mais Influente para a varia
ção do índice total.
(C) O agrupamento de bens de investimento (INV) apresentou o contributo menos influente para a
variação do índice total em julho de 2018.
(D) O agrupamento energia (EN) apresentou o contributo mais influente para a variação do índice total.
(A) se a proporção do rendimento aufendo pelos 20% da parte supenor da distnbuição (S80) for 7%
do rendimento, a proporção do rendimento auferida pelos 20% da base (S20) da distribuição será
41,3%.
(B) se a proporção do rendimento aufendo pelos 20% da parte supenor da distnbuição (S80) for 41,4%
do rendimento, a proporção do rendimento auferida pelos 20% da base (S20) da distribuição será
7%.
(C) se a proporção do rendimento aufendo pelos 20% da parte supenor da distrtbuição (S80) for 38.4%
do rendimento, a proporção do rendimento auferida pelos 20% da base (S20) da distribuição será
9%.
(D) se a proporção do rendimento auferido pelos 20% da parte superior da distribuição (S80) for 9%
do rendimento, a proporção do rendimento auferida pelos 20% da base (S20) da distribuição será
38.4%.
265
17. As curvas assinaladas por A. B e C correspondem a três
países com diferentes distribuições dos rendimentos.
18. Num determinado país, a redução do valor das transferências sociais para as famílias residentes, a
redução das remessas e o aumento dos impostos diretos, considerando-se tudo o resto constante,
implicam
19.0 quadro 6 apresenta as taxas de variação das importações de bens e serviços, de um determinado
país, em 2017 e 2018.
2017 2.0
2018 -1,5
20. A existência de uma pauta aduaneira exterior comum aplicada às mercadorias provenientes de paí
ses terceiros e a livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais são características da
seguinte forma de integração
266
PROVA-MODELO DE EXAME 4
GRUPO II
Explique, com base nos dados fornecidos pelo gráfico, a evolução do consumo de bens duradouros e
de bens não duradouros, em Portugal, entre 2008 e 2018.
% -
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5.0-
4.0 - - -
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Nota: O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) é um indicador de inflação para comparações entre os diferentes
países da União Europeia. Na estrutura do IHPC está incluída a despesa realizada pelos não residentes «turistas», parcela esta
excluida do âmbito do IPC.
Explique, com base nos dados fornecidos, a situação de Portugal no contexto dos países da zona euro.
267
ECONOMIA A
Leia o seguinte texto relativo a uma empresa produtora de camisolas que vende a sua produção a uma
grande empresa internacional.
Uma empresa de média dimensão produziu, em 2018,20 000 camisolas por mês. encomenda
das por uma grande empresa internacional. Vendeu a essa empresa toda a produção a 11€ a cami
sola. Para produzir cada camisola gastou 2€ em tecido. 0.50C em linhas. 0,80€ em âgua e energia.
Determine, com base na situação descrita, o valor acrescentado por cada mês de produção, em 2018.
GRUPO III
1. Observe o quadro 7 relativo á evolução dos impostos sobre os combustíveis em alguns países da UE
Suécia -2.4
Itália + 4.7
UE-28 + 7.6
Alemanha + 7.9
Portugal + 19.6
Rança + 30,1
Explique, com base nos dados fornecidos, a situação de Portugal no contexto dos países da UE-28 e
da zona euro.
No 3.° trimestre de 2018. Portugal registou uma dívida pública de 248.9 mil milhões de euros. o
equivalente a 125% do PIB. Pior do que Portugal estão a Grécia, com uma dívida de 182,2% do PIB
e a Itália com 133% do PIB. Na zona euro. a dívida é em média 86,1% do PIB e na UE. 80.8% do PIB.
O Luxemburgo é o país do euro com a dívida pública mais baixa (21.7% do PIB) e a Rança é o
país com o pior défice do espaço da moeda única (31%).
268
PROVA-MODELO DE EXAME 4
Explique, com base nos dados fornecidos, a situação de Portugal em 2018. no que respeita às regras
fixadas pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). no contexto de alguns países da UE.
Na sua resposta comece por identificar as regras fixadas pelo PEC no que respeita ao défice orçamen
tal e a dívida pública.
Fonte: Banco de Portugal. Boletim Estatístico. janeiro de 2019 Fonte: Banco de Portugal, Boletim Estatístico, janeiro de 2019
Explique, com base nos dados fornecidos, o crescimento do PIB português no contexto dos países da
zona euro.
Na sua resposta explicite o contributo da procura interna e da procura externa líquida para a vanaçào
do PIB. em Portugal.
COTAÇÕES
269
Glossário
A c
Ações - títulos representativos de uma parte do capital Cabaz de compras - conjunto alargado de bens repre
de uma sociedade anónima. O seu titular. o acionista, sentativos do consumo das famílias num determinado
tem o direito a receber dividendos (lucros distribuídos). período de tempo, normalmente um ano.
Administração Pública - agente económico cuja pdnck Capacidade de financiamento - quando o agente eco
pal função é satisfazer as necessidades coletivas (Justiça, nómico possui os recursos financeiros necessários a sua
educação, saúde, etc.) atividade.
Administrações públicas - setor institucional cuja ati Circuito económico - representação ou descrição das
vidade principal e produzir serviços não mercantis, sa operações económicas realizadas pelos agentes econó
tisfazendo as necessidades colettvas e redistribuindo o micos. num determinado período, numa economia.
rendimento.
Coeficiente orçamental - percentagem de uma classe
Agente economlco - toda a entidade autonoma com ca de despesas de consumo em relação ao total das des
pacidade para realizar operações económicas tomando pesas de consumo de uma família.
decisões: famílias, empresas não financeiras, instituições
Coesão economlca e social - redução das desigualda
financeiras. Administração Pública, resto do mundo.
des entre os Estados e as regiões da UE.
Aplicações financeiras - aplicação da poupança em de
Combinação dos fatores produtivos - diferentes possi
pósitos a prazo, ações, obrigações, etc.
bilidades de combinar trabalho e capital na produção de
Aquisições - estratégia de concentração empresarial bens e serviços.
pela compra de empresas.
Comércio externo - comércio de um dado pais com ou
Área do euro ou zona euro - constituída pelos países tros países.
que possuem o euro como moeda.
Comércio internacional - comércio entre os países.
Atividade económica - atividade humana dirigida à pro
Complementaridade e interdependência das ciências
dução. distribuição e consumo de bens e serviços e acu
sociais - O conhecimento que cada ciência social pro
mulação. Conjunto das funções / operações económicas
duz complementa o produzido peias restantes, com o
que permitem aos povos a sua sobrevivência.
objetivo de explicar a realidade social.
B Concentração de empresas - agrupamento de empre
sas por razões económicas e técnicas.
Balança corrente - documento onde se registam as tro
cas correntes. É constituída pela balança de bens, balan Concorrência imperfeita - forma de mercado em que as
ça de serviços, balança de rendimento pnmárlo e balan características do mercado de concorrência perfeita não
ça de rendimento secundário. são respeitadas.
270
Consumo coletivo - consumo realizado por um grande D
número de pessoas, sendo a coletividade a beneficiária
desse consumo. Défice - saldo negativo, ou seja, o valor das importações
(débtto) é superior ao valor das exportações (crédito).
Consumo de capital fixo - valor atribuído ao desgaste
do equipamento, de forma a substitui-lo e assim manter Défice orçamental - saldo orçamental negatrvo. As des
a capacidade produtiva do país. pesas públicas são superiores às receitas públicas.
Consumo essencial - utilização de bens indispensáveis Deflação - queda do nível geral dos preços.
á sobrevivência.
Depreciação do valor da moeda - com a subida de pre
Consumo final - consumo de bens que satisfazem dire ços a moeda perde valor aquisitivo, ou seja, com a mes
tamente as nossas necessidades. ma quantidade de moeda compra-se menor quantidade
de bens e serviços.
Consumo Individual - consumo realizado por uma pes
soa. que Impede que outras pessoas o possam realizar. Deslnfiação - abrandamento do ritmo de crescimento
dos preços.
Consumo Intermédio - consumo de bens que vão ser
utilizados na produção de outros bens. Desmaterialização da moeda - a moeda perde o seu
conteúdo físico, sendo, progressivamente constituída
Consumo privado - consumo realizado por particulares. por registos informáticos relativos à circulação dos de
Consumo público - consumo realizado por entidades pósitos.
públicas, pelo Estado. Despesa Nacional (DN) - somatório das despesas de
Consumo supérfluo - consumos que satisfazem neces consumo privado e público, investimento, exportações
(subtraindo o valor das importações), a que se soma o
sidades terciárias.
saldo dos rendimentos com o exterior. É genericamente
Contabilidade Nacional - técnica de quantificação da igual ao PNB.
atividade económica de um país para que, a partir da
análise dos valores, seja possível gerir com mais eficiên Despesas de capital - gastos do Estado que não se efe
cia a sua economia. tuam todos os anos, mas que perduram no tempo como,
por exemplo, os investimentos em infraestruturas. equi
Contlngentaçào - medida que limita a quantidade de pamentos e tecnologias.
importações de determinados bens.
Despesas públicas - gastos do Estado no exercício das
Crédito - cedência temporária de valores monetários suas funções. Podem ser classificadas em despesas cor
mediante uma remuneração, ojuro. rentes (fazem-se ao longo de um ano e terminam no final
desse ano) e despesas de capital.
Critérios de convergência nominal - condições exigi
das pela UE para um pais aderir à moeda única (limite do Desvalorização da moeda - diminuição do valor da
défice orçamental em 3% do PIB e da dívida pública em moeda de um país relatlvamente à moeda de outro, tor
60% do PIB). nando o preço dos bens exportados mais baratos.
Curva de Lorenz (ou curva de concentração de Lorenz) Deterioração do poder de compra - queda do poder de
- diagrama que representa, por classes percentuais, a compra, em resultado da variação média de preços ser
parte do rendimento que cabe a cada grupo populacio superior à variação média do rendimento.
nal. permitindo avaliar a desigualdade existente entre
as diferentes categorias de Indivíduos. A diagonal que Distribuição funcional dos rendimentos - repartição
divide o quadrado corresponde a uma concentração de dos rendimentos criados durante o processo produtivo
rendimentos nula (ou seja, à inexistência de desigualda pelos dois fatores de produção, tendo em conta as es
des sociais). pecificidades das suas funções. Os rendimentos prove
nientes da primeira repartição dos rendimentos são os
Curva de possibilidades de produção de um bem - cur rendimentos primários.
va que representa todas as combinações de trabalho e
Distribuição pessoal dos rendimentos - repartição do
capital de que resultam a produção do bem.
rendimento pela população residente, cabendo a cada
Custo de oportunidade - sacrifício da satisfação de al pessoa ou a cada família uma determinada parcela do
gumas necessidades em benefício da satisfação de ou total desse rendimento.
tras.
Dívida pública - dívida do Estado a terceiros. A dívida
Custo de vida - é definido pelo nível geral de preços. pública surge quando há défices orçamentais porque to
dos os gastos do Estado têm de estar cobertos.
271
ECONOMIA A
Glossário
Divisa forte - moeda aceite pela maioria dos países Estrutura do consumo - repartição das despesas de
como meio de pagamento internacional consumo das famílias pelos diferentes grupos de bens
de consumo.
Divisão Internacional do trabalho (DIT) - divisão da pro
dução a nível mundial, associada á diversidade de recur Excesso de procura - a quantidade procurada de um
sos dos países e com base nas trocas - uns produzem bem é superior à quantidade disponível desse bem no
e exportam matérias-primas e recursos naturais, outros, mercado, o que origina a subida do seu preço.
produtos industriais e outros ainda, tecnologias.
Exportação - venda de bens ao Resto do Mundo, a que
corresponde uma entrada de divisas
E
Externalldades - efeitos positivos ou negativos na so
Economia - ciência social que estuda os fenómenos
ciedade decorrentes de factos económicos, mas impos
económicos, ou seja, que estuda os fenómenos sociais
síveis de mensurar. O efeito positivo da educação no
tendo em atenção o problema económico.
comportamento cívico e o eferto negativo do ruído no
Economias de escala - ganhos resultantes da diminui bem-estar da população, são. respettvamente. exemplos
ção dos custos médios unitários, que vão tendendo para de uma externalldade positiva e negativa.
zero quando estamos a considerar a produção numa
perspetiva de longo prazo. F
Economia nào observada - situações em que a medição Falhas de mercado - situações em que o mercado não
da atividade económica não é possível de realizar, dimi responde aos desequilíbrios económicos (extemallda-
nuindo o valor do produto de uma economia. des e concorrência imperfeita, por exemplo).
Eficiência - utilização do mínimo de recursos na produ Famílias - setor institucional cuja atividade principal é a
ção de bens e serviços, de forma a obter o máximo ren de consumir
dimento.
Fatores de produção - fatores necessários a realização
Empresa nào financeira - agente económico cuja fun da produção, como o trabalho e o capital.
ção é produzir bens e serviços nào financeiros.
Fatores económicos que Influenciam o consumo - o
Equidade - implementação da igualdade de oportunida rendimento, o preço dos bens, o crédito constituem fato
des. corrigindo o mercado e repondo a justiça social. res económicos que Influenciam o consumo.
Equilíbrio económico - situação em que se verifica um Fatores extraeconómlcos que Influenciam o consumo
equilíbrio entre os recursos e os empregos de um agente - a Idade, a moda, o melo social, as tradições são fatores
económico e entre a totalidade de recursos e empregos extraeconómlcos que influenciam o consumo.
de uma economia. O equilíbrio traduz- se na Igualdade
Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI)
PN = RN = DN
- Instrumentos financeiros que apoiam a execução das
Estabilidade - redução das flutuações do ciclo econó políticas europeias.
mico.
Financiamento - obtenção por parte dos agentes eco
Estado Intervencionista ou Estado providência - Esta nómicos dos meios monetários necessários à sua ativi
do que providencia a satisfação das necessidades bá dade.
sicas da população. Assume funções económicas e so
Financiamento externo - o financiamento é obtido junto
ciais para além das Jurídicas e políticas.
de terceiros.
Estado liberai - Estado que apenas interfere na econo
Financiamento externo direto - os agentes com neces
mia para garantir o funcionamento do mercado. Limrta-se
sidade de financiamento emitem ações ou obrigações
ao quadro Jurídico que a atividade económica deverá
que são adquindas pelos agentes com capacidade de
respeitar.
financiamento. As transações reallzam-se no mercado
Estado ou Administração Pública - agente económico de capitais ou de títulos.
que redistribui o rendimento e presta serviços coletivos.
Financiamento externo indireto - o financiamento é
Estagflaçào - situação económica em que coexiste uma obtido Junto das instituições financeiras que canalizam
estagnação da economia (menor crescimento da produ as poupanças dos agentes com capacidade de financia
ção. do rendimento, do investimento, do consumo, etc.) mento para os agentes com necessidade de financia
e um crescimento dos preços (Inflação). mento.
272
GLOSSÁRIO
Hnanclamento Interno - a poupança dos agentes eco índke harmonizado de preços no consumidor (IHPC) -
nómicos constitui a fonte do financiamento (autoflnancia- índke utilizado na zona euro. que permite comparar os
mento). dados relativos á taxa de inflação nos países cuja moeda
é o euro.
Fluxos económicos - interações entre os agentes eco
nómicos. Índices de preços - estabelecem a relação entre os
preços dos bens em momentos diferentes. O índice de
Formação bruta de capital fixo - investimento em capi
preços de um bem. revela a variação do seu preço relatl-
tal fixo (máquinas, equipamentos, etc.).
vamente a um ano tomado por base:
Formação de capital - investimento em novos bens de Ano x _ Preço do bem ano x *
produção. Ano base ~ Preço do bem ano base
Funções economlcas e sociais do Estado - garantir a Inflação - subida generalizada e contínua dos preços
eficiência, a equidade e a estabilidade. dos bens e serviços.
Fundo de Coesão - financia projetos nas áreas do Inflação esperada - a expetativa de um aumento da in
ambiente, dos transportes e da eficiência energética, flação pode gerar comportamentos por parte dos agen
apoiando o desenvolvimento dos países da UE cujo ren tes económicos que podem levar ao aumento de preço
dimento nacional bruto é inferior a 90% da média euro no curto prazo.
peia.
Instituições financeiras - agentes económicos cuja fun
Fusões - forma de concentração empresarial que se tra ção consiste em prestar serviços financeiros (seguros,
duz na Junção do património de vánas empresas sob a por exemplo) e em financiar a economia.
gestão empresarial e financeira de uma empresa «mãe».
Integração económka - união de economias nacionais
em regiões económicas mais vastas.
I
Interdisclpllnarldade das ciências sociais - cada ciência
Importação - compra de bens ao Resto do Mundo, a que
social estuda a realidade social do seu ponto de vista e
corresponde uma saída de divisas
do contributo de cada uma resulta o melhor conhecimen
Impostos diretos - incidem sobre os rendimentos obti to dessa realidade social.
dos pelos contribuintes, como, por exemplo, o IRS (im
Investimento - aplkação da poupança na atMdade pro
posto sobre o rendimento de pessoas singulares) e o IRC
dutiva.
(imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas).
Investimento direto estrangeiro (IDE) - aquisição por
Impostos Indiretos - incidem sobre os consumos, como,
um investidor estrangeiro de uma parte do capital de
por exemplo, o IVA (imposto sobre o valor acrescentado),
uma empresa (pelo menos 10 % dos direitos de voto)
o Imposto de consumo sobre o tabaco e o imposto sobre
residente noutro país.
o álcool e bebidas alcoólicas.
Instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias
Impostos progressivos sobre o rendimento - impostos
(ISFLSF) - instituições cuja atividade principal é produ
sobre o rendimento em que. quanto maior é o rendimen
zir serviços não mercantis. Por exemplo, os bombeiros
to. maior é a taxa a aplicar.
voluntários.
índke de desenvolvimento humano (IDH) - Indicador
composto que integra quatro indicadores simples: a taxa J
de alfabetização de adultos, a taxa bruta de escolariza
Juro - remuneração de quem empresta capital. É calcu
ção. a esperança de vida à nascença e o PIB per capita
lado com base numa taxa (taxa de Juro).
(rend imento per capita).
índke de preços no consumidor (IPC) - Indicador que Lei da procura - a procura de um bem varia na razão
inversa do seu preço.
exprime a variação dos preços de um conjunto alargado
de bens (cabaz de compras) e a partir do qual se mede Lei de Engel - Quanto menor o rendimento de uma famí
a inflação. lia. de uma região ou de um país, maior será o coeficiente
orçamental relativo ás despesas de alimentação.
273
ECONOMIA A
Lei dos rendimentos decrescentes - a produtividade Moeda escriturai - moeda desmaterializada, constituída
marginal decresce, a partir de um certo ponto, em resul pela circulação dos depósitos, movimentados atualmen
tado da utilização excessiva de um dos fatores de produ te por via eletrónica.
ção. ficando o outro fixo.
Moeda fiduciária - a emissão das notas é superior às
Leque salarial - exprime a relação entre o salário mínimo reservas em moeda metálica mas a moeda circula com
e o salário máximo. base na confiança do público nos bancos. As notas po
dem ser convertidas em metal se houver reservas sufi
Limiar de pobreza - limiar do rendimento abaixo do qual
cientes.
se considera que uma família se encontra em risco de po
breza. Este valor foi convencionado pela Comissão Euro Moeda representativa - as notas em circulação são con-
peia como sendo o correspondente a 60% da mediana vertívels em metal, em valor equivalente.
do rendimento por adulto equivalente de cada país.
Monopólio - forma de mercado de concorrência im
Liquidez - capacidade de conversão de um título em di perfeita em que a oferta se encontra concentrada numa
nheiro. única empresa que tem total poder para determinar os
preços.
Livre-cambismo - política comercial assente no livre co
mércio entre países. Multiplicidade das necessidades - as necessidades são
múltiplas e infinitas.
Lucro - rendimento do empresário que realiza a sua ati
vidade económica através da empresa, utilizando, para o
efeito, determinado montante de capital. O apuramento
N
do lucro faz-se pela diferença entre o preço de venda e Necessidade de financiamento - não tendo os recur
o preço de custo dos bens produzidos. sos suficientes para a sua atividade, o agente económico
tem de os obter Junto de terceiros.
M Necessidades - Situações de mal-estar que impelem os
Mecanismo de mercado - compatibiliza a oferta de um Indivíduos à sua resolução.
bem com a respetiva procura, através do nível de preços
Necessidades primarias - necessidades indispensáveis
desse bem.
à vida humana.
Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) - apoia fi
Necessidades secundárias - necessidades que garan
nanceiramente os países da moeda única quando há ris
tem uma melhor qualidade de vida.
co para a credibilidade do euro.
Necessidades terciárias - necessidades dispensáveis.
Melo de pagamento - a moeda é utilizada para paga
mento de qualquer dívida. Nível de vida - consiste no poder de compra das famí
lias ou da sua capacidade aquisitiva. É determinado pela
Mercado comum - forma de integração em que não há
relação entre o nível de rendimento e o nível de preços.
barreiras à livre circulação de bens, pessoas, serviços e
capitais.
O
Mercado único - mercado sem fronteiras onde bens,
serviços, capitais e pessoas circulam livremente. Obrigações - título representativo de um empréstimo
que é remunerado com um juro.
Mercado - toda a situação onde se confrontam as in
tenções de produção dos produtores - a «oferta» de um Oferta - conjunto de bens e serviços que os produtores
estão dispostos a oferecer, num dado momento, a certo
bem - e as solicrtações de consumo dos consumidores -
a «procura» de um bem. de que resulta o «preço de mer preço.
cado» para aquele bem. isto é. o preço para o qual toda Oligopólio - fornia de mercado de concorrência imper
a produção será vendida e toda a procura será satisfeita. feita em que existe um reduzido número de produtores,
Método dos produtos finais - método de cálculo do podendo influenciar o nível de preços.
valor do produto que contabiliza o valor dos bens finais Open market - operações em mercado aberto. Por
produzidos. Isto é. bens que não irão sofrer mais trans exemplo, o banco central compra ou vende títulos de dí
formações. vida pública aos bancos comerciais.
Método dos valores acrescentados - método de cálculo Orçamento da UE - instrumento financeiro da UE onde
do valor do produto que contabiliza o valor que foi sen estão previstas as receitas e despesas da União para um
do sucesslvamente acrescentado ao bem e serviço em ano.
produção (valor acrescentado), em todas as etapas do
processo de fabrico.
274
Orçamento do Estado - documento onde são previstas Política de preços - tem como finalidade o controlo dos
as receitas e as despesas do Estado para determinado preços (e da inflação)
período de tempo, em geral um ano.
Política de redlstribuição dos rendimentos - atua sobre
Ótica da despesa - forma de cákulo do valor do produto os rendimentos primános (provenientes diretamente do
que corresponde à soma do valor de todas as despesas mercado e do património) e tem como prioridade reduzir
de consumo realizadas petos agentes económicos, com as assimetrias sociais para reforçar a coesão social. Está
o investimento e as exportações líquidas de importações. interligada com a política fiscal e com a política social.
Ótica da produção - forma de cálculo do valor do pro Política fiscal - Incide sobre os Impostos (principal fonte
duto que corresponde à soma do valor acrescentado por de financiamento das despesas públicas).
todas as unidades produtivas, agrupadas em ramos de
Política monetária - consiste num conjunto de decisões
atividade económica.
tomadas pelo Estado com a finalidade de controlar a
Ótica do rendimento - forma de cálculo do valor do pro massa monetáría em circulação (a oferta de moeda) e.
duto que corresponde ao somatório de todos os rendi deste modo, a inflação e a atividade económica. Na zona
mentos recebidos pelos fatores de produção. euro é da responsabilidade do Banco Central Europeu.
O seu principal Instrumento é a taxa de Juro.
P Política orçamental - tem como finalidade corrigir os ex
Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) - pacto que cessos do ciclo económico e promover a estabilidade.
obriga os países aderentes ao euro a manter orçamentos Na zona euro está condicionada aos limites fixados pelo
equilibrados e finanças públicas sólidas. PEC. O seu instrumento é o orçamento do Estado.
Padrões de consumo - modelos a que o consumo obe Política social - consiste na transferência de verbas para
dece. de acordo com a época histórica, a localização as famílias mais carenciadas e no fornecimento de bens
geográfica, a cultura dos povos, o rendimento, entre ou e serviços indispensáveis, de uma forma gratuita ou a um
tros fatores. preço acessível, à população (os bens públicos).
Países avançados - países em que a importância dos Políticas conjunturais ou de estabilização - corrigem
setores é a segunte: setor III > setor II > setor I. os desequilíbrios no curto prazo (período até 1 ano). São
exemplos de políticas conjunturais as políticas fiscais,
Países da coesão - países da UE cujo RNB per capita é
orçamentais, monetárias, de preços, de emprego e de
inferior a 90% da média europeia.
redlstribuição dos rendimentos.
Países em desenvolvimento - países onde predomina
Politkas economkas e sociais - ações que os Estados
o setor I. intervencionistas desenvolvem para a prossecução de
Países emergentes - países que apresentam os setores determinados objetivos, adotando determinadas medi
II e III em crescimento. das e utilizando Instrumentos macroeconômicos.
Papel-moeda - as notas deixam de ser convertívels e Politkas estruturais - políticas implementadas pelo Es
os Estados impõem a sua aceitação. É o que se chama o tado. de médio (entre 1 a 5 anos) e longo prazo (mais
curso forçado da moeda, ou seja, as notas circulam por de 5 anos), que alteram o funcionamento e as estruturas
imposição da sua aceitação por parte do Estado. em que assenta a economia. Constituem exemplos de
politkas estruturais as politkas agrícolas, industnats e
Pauta aduaneira - conjunto dos direitos alfandegários ambientais.
sobre os produtos importados.
População ativa - parte da população residente que tra
Planeamento Imperativo - plano obrigatório para o se balha ou que se encontra disponível para trabalhar como
tor público. os desempregados.
Planeamento Indicativo - plano não obrigatório para o População inativa - parte da população que não exerce
setor privado, uma vez que o Estado não pode obrigar atividade laborai.
compulslvamente as empresas pnvadas a aceitar os ob
jetivos do plano. População residente - população que reside num país e
nele realiza atos económicos há mais de um ano.
Poder de compra - quantidade de bens e serviços que o
consumidor pode comprar com uma determinada quan Poupança - parte do rendimento disponível que não é
tidade de moeda. gasta em consumo imediato.
Política de combate ao desemprego - tem como priori Preço de equilíbrio - preço a que produtores e consumi
dade baixar a taxa de desemprego através de um con dores estão dispostos a vender e a comprar as mesmas
junto de medidas no âmbito do mercado de trabalho quantidades de um bem.
275
ECONOMIA A
Glossário
Preço de um bem - valor de um bem expresso numa res estão dispostos a produzir e comprar ao preço de
unidade monetária. equilíbrio as mesmas quantidades (quantidade de equilí
brio). de um dado bem.
Privatizações - alienação pelo Estado de algumas em
presas públicas, de parte do seu capital social ou mesmo
a sua totalidade.
R
Raclo S80/S20 - indicador de desigualdade da distribui
Procura - conjunto de bens e serviços que os consumi
ção dos rendimentos. Permlte-nos saber quantas vezes
dores estão dispostos a comprar, num dado momento, a
é que o rendimento dos 20% mais ricos é supenor ao
certo preço.
rendimento dos 20% mais pobres.
Produção - atividade que visa obter os bens e serviços
Raclo S90/S10 - indicador de desigualdade da distribui
necessários ã satisfação das necessidades.
ção dos rendimentos. Corresponde ao rendimento mo
Produtividade média do capital - representa a quanti netário líquido recebido pelos 10% da população que de
dade / valor de produção que se obtém com o emprego tém níveis mais elevados de rendimento (décil do topo)
de certa quantidade / valor de capital. e o rendimento recebido pelos 10% com menor nível de
rendimento (décil da base). Permite conhecer quantas
Produtividade media do trabalho - representa a quanti
vezes é que o rendimento dos 10% da população com
dade / valor de produção que se obtém com o emprego maiores rendimentos é superior ao rendimento dos 10%
de certa quantidade / valor de trabalho. da população com mais baixos rendimentos.
Produtividade total - representa a quantidade / valor de Racíonatidade económica - gestão eficiente dos recur
produção que se obtém com o emprego de certa quanti sos que decorre das escolhas que a Economia tem de
dade / valor de fatores de produção. fazer de entre as alternativas possíveis de utilização de
recursos escassos para garantir a maior satisfação de ne
Produto a preços constantes - valor do produto de um
país avaliado de acordo com os preços que ocorreram cessidades ilimitadas.
num ano tomado para comparação, ano base. Ramo de atividade - conjunto de unidades de produção
Produto a preços correntes - valor do produto de um que exercem uma atividade Idêntica sobre um produto
pais avaliado de acordo com os preços que ocorrem homogéneo, como construção, educação, transportes e
nesse ano.
armazenagem, indústrias transformadoras, entre outros.
Produto bruto - valor do produto que não tem em conta Realidade social - objeto de estudo das ciências sociais.
o consumo de capital fixo. Receitas de capital - são receitas públicas que incluem
recebimentos de verbas ocasionais associadas ãs ven
Produto Interno - valor do produto realizado pelas uni
dades produtivas residentes (dentro do respetivo terrltó- das de imóveis ou fundos da União Europeia para apoiar
rlo económico). o investimento em infraestruturas.
Produto líquido - valor do produto que tem em conta o Receitas públicas - são cobradas pelo Estado para fi
consumo de capital fixo. nanciar as suas despesas e são constituídas pelas recei
tas patrimoniais ou voluntárias, pelas receitas coativas ou
Produto nacional - valor do produto realizado à base de obrigatórias, e pelas receitas credíticias.
fatores produtivos nacionais, mesmo que utilizados fora
Relatividade - as necessidades são relativas ao espaço
do território económico.
e tempo, variando geográfica e temporalmente.
Proteção social - encontra-se associada á política de
redlstribuição dos rendimentos e de assistência e segu Renda - o rendimento do proprietário que cede bens
rança social, a fim de promover a integração social e a imóvets em regime de arrendamento tais como, casas,
coesão social. terras, andares, escritórios, armazéns, etc. O proprletá-
no desse bem cede temporariamente a sua utilização a
Protecionismo - política comercial cuja finalidade é pro outra pessoa ou entidade, mediante um contrato de ar
teger os produtores nacionais da concorrência externa, rendamento.
através de medidas que restringem as trocas entre o país
e o Resto do Mundo. Rendimento disponível dos particulares - é o rendimen
to de que as famílias dispõem para utilizar em consumo
e poupança. Obtém-se pelo somatório £ remunerações
Q
do trabalho + rendimentos de empresa e de propriedade
Quantidade de equilíbrio - surge quando há equilíbrio + transferências internas e externas - contribuições so
no mercado, ou seja, quando produtores e consumido ciais - impostos diretos.
276
GLOSSÁRIO
Rendimento Nacional (RN) - somatório dos rendimen Saldo orçamental primário - consiste no saldo orça
tos distribuídos pelos fatores de produção. mental total ou global, após a dedução dos juros da dívi
da pública e outros encargos.
Rendimento nacional per capita - relação entre o rendi
mento nacional e a quantidade de população. Setor de atividade económica - conjunto de ramos de
atividade económica com similitudes: setor primário, se
Reservas bancarias - depósitos dos bancos em contas
cundário e terciário.
no banco central.
Setor institucional - agregação das unidades institucio
Reserva de valor - possibilidade de se guardar moeda e
nais de Igual natureza, isto é. representa a totalidade das
de a utilizar no futuro.
unidades institucionais que detém uma função específi
Residente - todo o agente económico que tem um cen ca análoga e a desempenham com autonomia.
tro de interesse económico numa economia (pode ser
Setor público - Inclui a atividade administrativa do Esta
um agente de nacionalidade estrangeira), ou seja, é
do e a sua atividade enquanto produtor.
aquele que realiza operações económicas num determi
nado território económico, ou a partir dele, há mais de Setor público administrativo - inclui os serviços da ad
um ano. ministração central do Estado, a administração local, a
Segurança Social e os fundos autónomos.
Resto do Mundo - setor institucional de não residentes
cuja atividade principal é a de trocar bens e serviços. Setor público empresarial - inclui as empresas públicas
e as empresas participadas
Risco de pobreza - proporção da população cujo ren
dimento por adulto equivalente se encontra abaixo da Sistema de preferências aduaneiras - os países ade
linha de pobreza, definida como 60% do rendimento me rentes concedem no comércio entre si vantagens adua
diano por adulto equivalente. neiras.
277
Glossário
Taxa de desemprego - percentagem de desemprega União política - as políticas são comuns aos países da
dos na população ativa. União e as decisões são tomadas por entidades supra
nacionais.
Taxa de desemprego feminino - percentagem de mu
lheres desempregadas na população ativa feminina. Unidade de valor - a moeda mede o valor dos bens en
tre sl. através dos preços.
Taxa de Inflação - representa a taxa de crescimento de
preços entre dois momentos, sendo medida pelo índice Unidade Institucional - agente económico que tem uma
de preços no consumidor. função específica na atividade económica e uma fonte
de recursos propha. além de ter autonomia de decisão
Taxa de Inflação homóloga - compara o índice de pre
relativamente ã sua tunção principal.
ços no consumidor do mês corrente com o do mesmo
mês do ano anterior.
V
Taxa de Inflação média - compara o índice médio dos
Valor acrescentado - valor que cada unidade produtiva
preços no consumidor dos últimos doze meses com o
acrescenta durante o processo de fabrico de um bem.
dos doze meses imediatamente anteriores.
Valor acrescentado = Valor da produção - Valor dos con
Taxa de juro ativa - taxa cobrada pelo banco sobre o sumos intermédios.
crédito concedido (operações ativas).
Variação de existências - investimento em matérias-pri
Taxa de Juro passiva - taxa paga pelos bancos aos de mas e em produtos semiacabados.
positantes (operações passivas).
Variação sazonal dos preços - oscilações dos preços
Território económico - espaço em que se desenvolve médios de alguns bens em determinadas épocas do ano.
a atividade económica, isto é. o espaço em que se con
tabiliza a atividade económica para cálculo do valor do z
produto de um país.
Zona de comércio livre - zona de livre circulação de pro
Títulos mobiliários - títulos representativos de um valor dutos entre os países membros, mantendo cada país a
e de direitos transacionáveis. Por exemplo: ações. sua pauta aduaneira no comércio com países terceiros.
u
União aduaneira - livre circulação dos produtos entre
os países da União e fixação de uma pauta aduaneira
comum no comércio com países terceiros.
278
Soluções
r™.
Soluções
TEMA 1 - A attvldode económica e a ciência face às necessidades a satisfazer, o que implica tomar decisões
económica - utilizar os recursos para produzir bens que satisfaçam as neces
sidades do presente ou as necessidades no futuro.
GRUPO I
4.3 O objeto de estudo da Economia e o estudo das escolhas que
1-Q2-D.3-A.4-D. e necessário fazer face à escassez dos recursos, isto é. o estudo
de como as pessoas e a sociedade decidem empregar os recursos
GRUPO II
escassos, que poderiam ter utilizações alternativas.
LI O fenomeno social implícito na afirmação e o trabalho infantil 5. Quedõo iwoMda.
L2 A economia estuda a produção e o valor acrescentado pelo
trabalho infantil as empresas que empregam mão-de-obra infantil, TEMA 2 - Necessidades e consumo
as exportações de bens (produzidos pelas crianças), por exemplo;
o direito estuda a regulamentação do trabalho e a proibição ou GRUPO I
permissão do trabalho infantil, por exemplo; a Política estuda este l-a2-G3-D.4-Q5-B.6-D.7-C.
mesmo fenómeno, analisando os objetivos do poder político re
lativamente a promoção do desenvolvimento e a satisfação das GRUPOU
necessidades básicas das populações, para que o trabalho infantil 11 As necessidades humanas são múltiplas, podendo ser físicas
seja erradicado. (comer, beber, dormir, não ter frio, etc.), de segurança (no trabalho,
1.3 A interdisciplmaridade é a atitude metodológica no estudo dos por exemplo), de relacionamento (necessidade de relacionamento
fenomenos sociais; isto e. necessitamos do contributo de todas com outras pessoas) ou de realização pessoal e autoestima (ne
as ciências sociais para o estudo da realidade social (fenómenos cessidade de ver o seu trabalho reconhecido, por exemplo). As
sociais totais), porque todas elas, embora com perspetivas diferen necessidades podem ser individuais, como comer, beber, dormir,
tes. se debruçam sobre a mesma realidade. O contributo de cada entre outros exemplos, e coletivas, como e o caso da necessidade
uma das ciências sociais dar-nos-á uma visão mais aprofundada e de segurança ou de justiça.
completa do fenómeno social que estamos a estudar. A realidade 12 Necessidade ê uma situação de carência que tem de ser ultra
social (objeto de estudo de todas as ciências sociais) é una mas. passada.
ao mesmo tempo, ê económica, sociológica, geográfica, histórica, 2 Questão resoMda
demográfica, política, jundica. psicológica, etc. pois a atividade hu 110 consumo è um ato economico. pois e influenciado por fatores
mana e pluridimensional Nos. para aprofundarmos o nosso conhe
de ordem económica como o rendimento dos consumidores, os
cimento sobre a realidade social, ê que a dividimos de acordo com preços dos bens, o crédito concedido e a inovação tecnológica.
o objeto de estudo especifico de cada ciência social e. por isso,
Existem, também, outros fatores de ordem social como a moda,
temos de integrar o contributo de todas as ciências sociais, que as marcas, as tradições e o meio social e cultural que influenciam
são interdependentes e complementares.
igualmente o consumo, pois este ê um ato social O consumo é.
2.1 O problema económico consiste na necessidade de termos de desta forma, um ato económico e sociaL
fazer escolhas porque as necessidades são ilimitadas face aos re 3.2 O consumismo ê o comportamento típico das sociedades in
cursos. que são escassos, pois vivemos num mundo de escassez.
dustrializadas atuais. Consumir cada vez mais, de forma indiscri
2.2 A racionalidade económica consiste em despendermos um mí minada e pouco refletida são características do consumismo. Este
nimo de recursos, através de uma gestão eficiente, pois vivemos comportamento de consumo excessivo esta associado ao desen
num mundo de escassez. volvimento da sociedade de consumo em que a oferta de bens ex
2.3 Custo de oportunidade de um bem consiste na alternativa que cede a procura, o que implica a necessidade de escoar o excesso
se teve de sacrificar para se obter esse bem. ou seja, o preço que de produção. A publicidade e o marketing são técnicas utilizadas
se teve de pagar quando, face á escassez de recursos, foi neces para dar a conhecer os novos produtos e a fomentar novas ne
sário fazer uma opção. Por exemplo, se apenas dispomos de uma cessidades junto dos consumidores, levando-os a consumir. Dai
quantia de dinheiro para gastar numa ida ao cinema ou numa ida o consumismo ser a expressão comportamental da sociedade de
à praia e gostanamos de desfrutar das duas opções, aquela que consumo.
sacrificarmos sera o custo de oportunidade. 13 Por exemplo, a destruição e esgotamento dos recursos natu
3.1 Agente económico e toda a entidade autónoma com capacida rais e os desequilíbrios ambientais.
de para realizar operações económicas e tomar decisões, ou seja, 4. O consumerismo consiste numa atitude responsável relativa
participar na atividade economkta exercendo varias funções e. mente ao consumo, no sentido da defesa dos direitos e interes
consequentemente, com capacidade para deter valor económico. ses dos consumidores e da sua qualidade de vida. A proteção dos
12 consumidores, fruto da intervenção social de indivíduos, grupos e
organizações, esta consignada na lei. nomeadamente a nível da
UE. O texto fornecido mostra a importância que a legislação euro
Consumir
peia da aos direitos dos consumidores em termos de aquisição de
Empresas n3o financeiras Produzir bens e serviços nâo finan
ceiros bens ou serviços no espaço da UE, reconhecendo-lhes o direito a
msQMçOes financeiras Prestar serviços financeiros devolução, a reparação ou substituição de produtos defeituosos,
Garanbr 3 satlsraçào das neces entre outros exemplos.
Administração Pütwca (Estado) sldades coletivas e redistribuir o
rendimento 5.1 A Áustria e o Remo Unido apresentaram valores relativos às
Resto do Mundo Trocar bens, serviços e capitais despesas de consumo em alimentação abaixo da média dos paí
ses da UE (12,2%): na Áustria, a despesa com a alimentação foi de
4.1 A economia ê uma ciência social porque estuda os fenómenos 9.7% e. no Reino Unido, situou-se nos 8.1%. A Finlândia apresentou
sociais, a partir da perspetiva económica. uma despesa idêntica á média da UE (12.0%) enquanto a Bulgaria
4.2 O problema resulta do facto de os recursos serem escassos e a Lituânia apresentaram valores acima da média da UE (t9.5% e
22.2%. respetivamente).
280
5.2 A analise dos valores permite concluir que existem diferenças 12 Setor I - agricultura e pesca Setor II - industria cerâmica e
significativas a nível do rendimento disponível das famdias: a Áus construção. Setor III - comércio e bancos.
tria e o Reino Unido foram, em 2016. os países com maior rendi 2.1 al Taxa de atividade = 60%
mento disponível, pois foram aqueles que registaram uma menor b) População inativa = 8 milhões
percentagem do rendimento gasta nas despesas em alimentação, d Número de desempregados = 5%»12 000 000 = 600 000
enquanto a Lituânia foi o pais que apresentou menor rendimento
. _ ............. 700 000 000 .
disponível dado que registou a maior percentagem do rendimento Produtividade por empregado = 400 000— u-m-
gasta nas despesas em alimentação.
2.2 Em cada 100 indivíduos pertencentes a população ativa 5 es
tão desempregados.
TEMA 3 - A produção de bens e de serviços
3 Quedõo resoMdo
GRUPO I 4. Todos os trabalhadores deverão estar preparados para a ino
1 - A 2-C.3 - A 4-B. 5-D. 6 - A.7-C.8 -B. vação tecnológica permanente das economias, que exige deles
formação permanente, isto é. formação ao longo da vida sob pena
GRUPO II de poderem vir a engrossar as fileiras do desemprego tecnologico.
1. Um bem e um meio que pode satisfazer uma necessidade.
2. Pela definição anterior, pode-se deduzir que os bens têm como
finalidade ultrapassar situações de carência, ou satisfazer neces
sidades. Assim, existe uma relação direta entre necessidades e
bens.
3. <4 4: W 2 d t4 6; o| 5; fl 3.
4. Quortoo resoMdo
5. São bens duradouros, pois podem ser utilizados varias vezes.
6. Um computador e uma impressora são bens complementares,
porque o consumo de um implica o consumo do outro para as fun
ções para que foram criados; isto e. as suas funções complemen- 5.3 E a combinação que corresponde a máxima produtividade
tam-se. marginal (3 máquinas, ferramentas diversas e 13 trabalhadores).
7. a| F - Entre o açúcar e o café que a Elvira toma a seguir ao al 5.4 A produtividade marginal sobe progressivamente até á entrada
moço existe complementaridaoe horizontal e não vertical pois são do 13." trabalhador, mas. por saturação do fator produtivo fixo (o
ambos bens de consumo. capital), a produtividade começa a decrescer.
b) F - Entre o óleo e o motor da maquina da oficina do João existe 6.1
complementaridade vertical e não horizontal, pois são ambos bens
de produção.
d V - Entre a impressora e o PC que o Filipe utiliza na empresa
5 50 70 120 24
existe complementaridade vertical pois são ambos bens de pro 7 50 90 140 20
dução. 10 50 120 170 17
8.1 Processo produtivo representa as diferentes possibilidades 15 50 190 240 16
técnicas de produzir a quantidade maxima de um bem, ou seja, a 20 50 250 300 15
relação técnica entre os fatores produtivos necessários para essa
produção. 6.2 As economias de escala verificam-se com a produção de gran
des quantidades. À medida que as quantidades produzidas au
8.2 A curva representa as diferentes combinações dos fatores pro
mentam, os custos totais medios/por unidade vão diminuindo.
dutivos que se podem fazer para produzir a quantidade máxima do
bem X. ou seja, representa o processo produtivo do bem X. 6.3 A partir da produção de 10 unidades já haverá lucro, dado
que essa quantidade permite custos unitários de 17 uzn. (lucro de
9. Pesca - setor L Educação - setor Hl. Saúde - setor III. Constru
1 ujn.). abaixo do preço de mercado.
ção - setor II. Produção e distribuição de gas. agua e eletricidade -
setor II. Industrias extrativas - setor L Cerâmica - setor II. Comercio 6.4 Para obter o máximo lucro, a empresa deverá produzir 20 uni
- setor IIL Turismo - setor III. Lazer - setor III dades. pois em cada uma terá um lucro de 3 um.
10.1 Produtividade = Produto/Trabalho (n.° de horas) = 9
TEMA 4 - Preços e mercados
10.2 A produtividade foi de 9h de trabalho por bicicleta
10.3 Por exemplo, formação; boas condições de trabalho. GRUPO I
11.1 Operários, nutricionista e gestor - força de trabalho. 1 - 0.2 - Quedão rewMda. 3 - B. 4 - D. 5 - D. 6 - A. 7 - B.
Frutas, açúcar, água botões, frascos, máquinas, computadores, ca
GRUPO II
mião e automovel - meios de produção.
TL2 Bem duradouro - frasco ou computador. Bem não duradouro 1.1 Mercado é toda a situação em que vendedores e compradores
- fruta açúcar ou agua interagem no sentido de encontrarem o preço e a quantidade a
113 Setor«. que ambos estão dispostos a efetuar uma troca.
12 A curva A é a curva da procura e a curva B é a curva da oferta.
GRUPO III
13 O ponto de equilíbrio assinalado no gráfico (PJ indica que pro
1.1 Pais A - país em desenvolvimento. Pais B - pais emergente. dutores e consumidores estão dispostos a vender e a comprar ao
Pais C - pais desenvolvido. mesmo preço (preço de equilíbrio) as mesmas quantidades (quan
tidade de equilíbrio).
281
r™.
Soluções
282
7.1 Sim, pois, em 2018, a taxa de variação do IPC (1.2%) foi menor 3.1 Enquanto o salário nominal consiste no montante que o traba
do que a taxa de variação registada em 2017 (10.0%). o que traduz lhador recebe pelo trabalho prestado, o salário real é a quantidade
uma desaceleração do crescimento dos preços ou menor inflação. de bens e serviços que o trabalhador pode adquirir com o seu sa
7.2 Na zona euro registou-se um aumento da taxa de inflação, pois lário nominal (é o poder de compra do trabalhador)
a taxa de variação do IHPC aumentou no período considerado (de 3.2 Os salários reais poderão aumentar se o aumento dos salários
0.2%. em 2016. para 1.5%. em 2017. e 1.7%. em 2018). nominais for superior ao IPC. ou se os salarios nominais se manti
8.1 O IPC em fevereiro de 2019 apresentou uma taxa de variação verem e ocorrer uma diminuição geral dos preços (isto ê. se o IPC
homologa de 0.94%. for inferior a 100)
8.2 As «Bebidas alcoólicas e tabaco» e os «Transportes», com taxas 3.3 A queda dos salarios reais, entre 2010 e 2016. em Portugal
de variação de 2.62% e 2.25%, respetivamente. Espanha e Reino Unido, implica que o poder de compra dos traba
8.3 «Vestuário» e «habitação». que apresentaram taxas de variação lhadores se reduziu. Os salários nominais não terão crescido tanto
negativas (-3.29% e -0J6%. respetivamente). como o IPC. ou terão estagnado face a um IPC que tera aumen
tado. A OCDE considera que esta queda se deve ao aumento do
9 Queslõo rosoMda
emprego em setores de baixa produtividade. A produtividade ê um
dos fatores que influencia os salários: se a produtividade do traba
TEMA 6 - Rendimentos e dteMbutçõo dos rendimentos
lho for baixa, os salários também serão baixos, pois as empresas
GRUPO I não querem ver agravados os custos de produção com aumentos
l-C.2-C3-i4-D.5-D 6 - Questão resoMda salariais acima do nível de produtividade (um aumento de salario
acima do nível de produtividade representa um aumento dos cus
GRUPO II tos de produção) Sera necessária a modernização dos setores
LI As remunerações do fator capital são constituídas por rendas, com baixa produtividade e uma formação profissional ao longo da
juros e lucros e as remunerações do fator trabalho sao compostas vida ativa para que os salarios nominais possam aumentar a par
por salários, ordenados ou vencimentos. com a subida da produtividade e acima do valor do IPC. de modo
1.2 A repartição dos rendimentos implícita no quadro e a repartição a que os trabalhadores possam melhorar o seu poder de compra e
funcional dos rendimentos, que corresponde à repartição dos ren dinamizar a economia.
dimentos pelos fatores de produção (trabalho e capital) gerados no 4.1 Rendimento disponível dos particulares = Remunerações do tra
processo produtivo. balho + Rendimentos de empresa e de propriedade - Transferên
1.3 Entre 2015 e 2017, as remunerações em percentagem do PIB cias internas e externas - Contribuições sociais - Impostos diretos
têm vindo a aumentar ligeiramente (de 43.7%. em 2015. para 44,4%, 4.2 O rãdo S90/S10 é um indicador de desigualdade na distri
em 2017). o que significa que as remunerações do fator trabalho buição dos rendimentos. Corresponde ao rendimento monetário
no PIB têm cada vez maior peso. Em contrapartida, o peso do fator liquido recebido pelos 10% da população que detém níveis mais
capital terá diminuído ligeiramente (uma vez que os rendimentos elevados de rendimento (décil do topo) e ao rendimento recebido
do fator capital constituem a outra fatia do PB - equivalente ao pelos 10% com menor nivel de rendimento (decil da base). Permite
rendimento nacional). conhecer quantas vezes é que o rendimento dos 10% da popula
ção com maiores rendimentos e superior ao rendimento dos 10%
2.1
da população com menores rendimentos.
4.3 Outros três instrumentos que permitem medir as desigualda
200 200 des sociais, para além do racio S90/S10. poderão ser o leque sala
tooo 1000 rial o indice de Gini e a curva de Lorenz.
800 180 120 1100
4.4 Em 2003. o rendimento recebido pelos 10% da população que
1000 100 60 1160
detêm níveis mais elevados de rendimento era 12.3 vezes superior
2000 280 Í120 60 3460 ao rendimento do grupo homólogo da base da distribuição (10%
com menor nível de rendimento). Entre este ano e 2007. este rá-
2.2 Leque salarial = fõõõ cio decresceu; em 2008. subiu ligeiramente, mas em 2009 desceu
1.1 p.p„ tendo o valor mais baixo do período em análise (9.2) Entre
O salario mais baixo corresponde a 20% do salario mais elevado.
2010 e 2013. voltou a aumentar, o que quer dizer que a desigual
23 As diferenças salariais são originadas por diversos fatores, en dade entre estes extremos da distribuição cresceu de uma forma
tre os quais o nível de habilitações, o grau de qualificação, o de significativa (em 2013. o rácio foi de 11.1). reduzindo-se, depois, en
sempenho. o mérito, a experiência profissional, a produtividade do tre 2014 e 2016. ano em que o rendimento recebido pelos 10% da
trabalho e o poder reivindicativo dos sindicatos. população que detêm níveis mais elevados de rendimento foi 10
3 460 000 000 u.m. _ vezes superior ao rendimento recebido pelo grupo homologo da
24 Rendimento per capita =------- 2ÕÕÕÕÕÕ------ = 1730 Um'
por habitante. base da distribuição.
25 Duas limitações do indicador rendimento per capita poderão 5. Três exemplos de transferências sociais poderão ser. entre ou
ser. entre outras, o facto de este ser uma média e encobrir desi tros. as pensões, o subsidio de desemprego e o rendimento social
gualdades entre mulheres e homens, entre etnias, entre escalões de inserção (RSI)
etários e entre regiões, por exemplo; e também o facto de ser um 6. Através de taxas progressivas nos impostos sobre os rendimen
indicador apenas de natureza económica, ocultando outras dimen tos, as famílias com rendimentos mais elevados pagam maior mon
sões da realidade social, como a demográfica, a cultural e a políti tante de impostos, comparativamente as famílias com rendimentos
ca. por exem pio. mais baixos, o que diminui a desigualdade de rendimentos.
283
r—>
Soluções
TEMA 7 - Ufitaoçóo dos rendimentos possuem os recursos necessários, tendo de recorrer ao financia
mento de entidades terceiras, existe necessidade de financia
GRUPO I mento.
1 - A 2-Q3-D.4-Q 5 - A 6 - B. 7-C.1-C9-B 8.2 Desde o 2_° trimestre de 2013, a economia portuguesa tem
apresentado capacidade de financiamento atingindo em 2017 e
GRUPO II
2018 cerca de 1.5% do PIB. Isto resultou, principalmente, da capaci
1.1 Poupança é a parte do rendimento não gasta em consumo ime dade de financiamento evidenciada pelas sociedades financeiras
diato. (4% do PIB. em 2017 e cerca de 2% do PIB. em 2018) e pelos parti
1.2 Rendimento disponível = Consumo ♦ Poupança culares (1.5% do PIB. em 2017 e 2018).
Consumo = 145 390 -12 524 =132 866 As sociedades não financeiras, pelo contrario, registaram uma
O consumo no pais X foi de 132 866 milhões de euros. diminuição da sua capacidade financeira até 2015. tendo, a partir
1.3 Sim. pois as famílias poupam hoje para gastarem mais tarde nas desta data, registado necessidade de financiamento (em 2017 e
suas despesas de consumo. 2018 essa necessidade foi da ordem dos 1.5% do PIB).
2. Quesíõo rasoMda. As administrações publicas apresentaram, em todo o penodo em
3. a) Aplicação financeira. b| Entesouramento. c) Investimento. analise, necessidade de financiamento, que. em 2014 e 2015. atin
giu valores entre 8% e 4% do PIB. tendo a situação melhorado nos
d) Entesouramento.
anos posteriores, pois a necessidade de financiamento diminuiu
4.1 No periodo em análise, a taxa de poupança em Portugal foi
(em 2018. atingiu 1.5% do RB).
inferior a taxa de poupança registada na zona euro. Em 2009. a
9.10 crédito constitui um financiamento externo indireto.
distância entre as duas taxas foi menos acentuada comparativa
mente aos últimos anos observados: em 2009. a taxa de poupança 9.2 As instituições financeiras canalizam as poupanças (depósitos)
em Portugal foi cerca de 10.6%. enquanto na zona euro o valor se dos agentes com capacidade de financiamento para os agentes
situou próximo dos 14.1%; em 2018. a taxa na zona euro foi de 12% com necessidade de financiamento, concedendo-lhes crédito.
e. em Portugal, cerca de 5%. Os anos 2014 e 2018 foram os anos 9.3 Uma taxa de juro baixa não incentiva a poupança pois a rendi
em que Portuga I registou a mais ba ixa taxa de poupança, com valo bilidade das aplicações financeiras e reduzida, mas facilita o recur
res próximos de 5%. Pode dizer-se que. em média, os portugueses so ao crédito, pois este fica mais barato.
poupam menos comparativamente a media dos países que fazem » Owstõo rosoMda
parte da zona euro. Hl Em março de 2019. o crédito ao consumo registou um forte
_____ Poupança crescimento (8,7%). comparativamente a queda do crédito conce
4.2 Taxa de poupança = 100
Rendimento disponível dido ás empresas não financeiras (-0.5%). apesar das taxas de juro
5.1 Investimento é a aplicação da poupança na atividade produtiva. praticadas. A taxa de juro no crédito ao consumo era bastante mais
5.2 Investimento material é o investimento em bens de produção. alta, comparativamente à taxa de juro aplicada no credito as em
Investimento imaterial é o investimento em formação, qualificação presas não financeiras (7,13% face a 2.30%).
e criatividade, o que contribui para uma economia mais produtiva. 1U O crédito fornece aos agentes económicos que não possuem
Investimento financeiro é a aplicação da poupança em produtos capacidade de financiamento os meios necessários ao desenvol
financeiros. vimento da sua atividade. As empresas podem, assim, aumentar o
5.3 Ao permitir substituir, aumentar e criar novos bens de produ investimento e as famílias. adquirir mais bens de consumo.
ção. o investimento contribui para o aumento da produção e da 12.1 Os empréstimos concedidos as famílias apresentaram, ate ju
produtividade de uma economia, favorecendo o aumento do ren lho de 2017. uma taxa de variação anual negativa, tendo registado
dimento. criando emprego e desenvolvendo o conjunto das ativi um crescimento positivo em julho de 2018.
dades económicas. No tipo de empréstimos concedidos, as situações são diferen
Al A inovação tecnológica consiste na criação de novos produtos, ciadas: um crescimento negativo no credito a habitação, embora
novas técnicas de produção e novas tecnologias que permitem tor menos negativo no último ano e no crédito ao consumo um cres
nar o processo produtivo mais eficiente. cimento negativo, mas com tendência para crescimento positivo
6.2 As inovações tecnológicas proporcionam aumentos de produ ate julho de 2015. ano a partir do quaI se registou um crescimento
ção. possibilitando menores custos e ganhos de produtividade e positivo e progressivo, tendo-se atingido, em julho de 2018. uma
de competitividade, gerando, desta forma, o crescimento da pro
taxa de variação anual de 7%.
dução. do rendimento e do bem-estar das populações. 12.2 O recurso ao credito por parte das famílias está dependente,
6.3 Para produzir novos produtos e criar novas tecnologias é ne não so do valor da taxa de juro, mas também da confiança relati
cessário investir em equipamentos, em matérias-primas, em in-
vamente ao futuro. Os valores do rendimento disponível mostram
fraestruturas. em laboratórios, em educação e em formação. Para uma evolução pouco significativa em 2014 e 2015. o que explica
em pane a retração das famílias no recurso ao credito, dada a pou
realizar esses investimentos são necessários recursos financeiros
que a sociedade disponibiliza através da poupança criada, ou me ca confiança na situação economica.
diante financiamentos proporcionados por entidades terceiras. Em 2016 e. principalmente em 2017. o aumento do rendimento dis
ponível e a confiança das famílias no futuro incentivou o recurso ao
6.4 Exemplo de investimento material em inovação tecnológica - a
montagem de um laboratorio de investigação cientifica Exemplo credito, em particular ao credito ao consumo.
de um investimento imaterial em inovação tecnológica - a criação
de bolsas para investigadores nas universidades.
7. Quodõo tesoMdo.
8.1 Existe capacidade de financiamento quando os agentes eco
nómicos possuem os meios monetários necessários ao desenvol
vimento da sua atividade. Quando os agentes económicos não
284
TEMA 8 - Os agentes económicos e o circuito
GRUPO I
200.50 - 50
(Salários ♦ Juros ♦ Lucros) 1-32-A3-C4-A
4.1 GRUPOU
3800
l A Contabilidade Nacional ê um instrumento fundamental de me
dição da atividade economica, para que. de posse do conhecimen
to do funcionamento da economia, os dedsores possam tomar
medidas para a sua eventual correção, ajustamento e dinamiza
ção. Toda a intervenção dos governos devera ser feita com base
na eficiência, pelo que se toma imprescindível o conhecimento da
4.2 realidade económica do pais.
2. O SECxn è de referência / cumprimento obrigatório em Portu
Empregos gal porque e o sistema de contabilidade dos países da UE de que
Portugal faz parte. Para que a UE possa avaliar a situação econó
Conpras (E) 3800 saanosfE) 3000
impostos |AP) 800 vencimentos (AF) 1000 mica dos países que a integram, e necessário o mesmo critério
Cont Seg Social (AP) 200 Subsldws (AP) 800 de medição dos agregados macroeconômicos de todos os países
4800 4800 membros.
3. Contabilidade Nacional e uma técnica utilizada pelos governos
e outros decisores. que apresenta de forma quantificada o funcio
namento global de uma economia.
Salários (F) 3000 Compras (F) 3800 4. O conceito de território geográfico não coincide com o conceito
impostos (AP) 500 Compras(AP) 700 de território económico. O território geográfico faz parte do territó
cont seg. Social (AP) 1000 4500 rio económico, sendo este último mais abrangente, pois inclui, por
4500 exemplo, as embaixadas nacionais em território estrangeiro.
285
r™.
Soluções
5. Residente e todo o agente que tem uma função especifica na ati Ótica do rendimento - Corresponde ao somatório de todos os ren
vidade econômica (podendo ser estrangeiro) e realiza operações dimentos recebidos pelos fatores de produção. Através desta otica
econômicas no território econômico, ou a partir dele, hã mais de ficamos com a informação sobre o modo como foi repartido o ren
um ano. Pode ser uma empresa portuguesa a produzir em território dimento. isto é. a riqueza criada durante o processo de produção.
nacional ou uma empresa estrangeira que funcione em território Pela ótica do rendimento ficamos a conhecer como o rendimento
nacional há mais de um ano. criado na produção e repartido pelos fatores produtivos (trabalho
6 Unidade institucional é uma unidade de produção que goza de e capital).
autonomia no exercício das suas funções e setor institucional e Ótica da despesa - Resulta do somatório de todas as despesas
o conjunto das unidades institucionais que executam as mesmas realizadas por todos os agentes economicos. Por esta otica fica
funções. mos a conhecer, portanto, o destino dado à produção efetuada
Os bens e serviços produzidos destinaram-se ao consumo das fa
mílias, ao consumo público, ao investimento das empresas ou as
exportações.
M. O produto nacional é mais elucidativo da riqueza de um pais do
que o produto interno, na medida em que aquele considera a pro
dução dos fatores produtivos nacionais enquanto este considera
também a riqueza criada por fatores produtivos estrangeiros que
residem no território.
15. O produto liquido já considera o consumo de capital fixo, ou
seja, considera o desgaste que o equipamento produtivo sofreu, o
que toma mais realista o valor do produto.
16. Se apenas calcularmos o valor do produto a preços correntes,
não se poderá perceber a evolução real da atividade económi
ca de um pais, ja que os valores se encontram inflacionados de
acordo com o aumento do nível de preços ocorrido nesse ano na
economia.
17. A procura global é o conjunto da procura interna e exportações
(procura externa).
18. A economia subterrânea inclui as atividades legais ocultas,
como atividades domésticas, de entreajuda familiar. atividades
8. Os principais ramos são os serviços, de que destacamos o co relacionadas com evasão fiscal e atividades ilícitas, como o con
mércio. as atividades financeiras, seguros e imobiliárias e a indus trabando.
tria.
19 A economia informal inclui as atividades para autoconsumo que
9. Ter uma visão conjunta do funcionamento de empresas que não são remuneradas, como cuidar de idosos e de crianças, fazer
exercem uma atividade económica idêntica e conhecer o contribu costura em casa, o trabalho voluntário, etc.
to dos vários ramos para o produto do pais.
20. As extemalidades positivas e negativas são efeitos das ativida
X). Pelo método dos valores acrescentados fica-se a conhecer o des produtivas que não são contabilizados, não entrando no cálcu
contributo de cada unidade produtiva para o produto. Determi lo do valor do produto, razão pela qual são consideradas limitações
na-se o valor acrescentado de cada unidade produtiva (Valor da da Contabilidade Nacional.
produção realizada - Valor dos consumos intermédios). Adicio
nando os valores acrescentados de todas as unidades residentes, GRUPO III
obtem-se o valor do produto interno. Como o valor acrescentado é 1. Questoo resoMdo.
contabilizado em termos brutos (VAB). o produto interno também 2.1 Ótica da despesa.
sera bruto (RB)
2.2 As componentes da procura interna que mais contribuiram
n. Quedõo resoMdo.
para o crescimento do PI8 foram a formação bruta de capital fixo e
12. Ao contabilizarmos o valor dos bens produzidos, ou consi o consumo privado, cujas taxas de variação (4.4% e 2.5%. respeti
deramos o valor desses outputs - bens que não vão sofrer mais vamente) superaram a taxa de variação do PIB (2.1%). O consumo
transformações (método dos produtos finais) - ou temos em con publico foi a componente que apresentou o menor contributo para
ta o valor que foi sendo sucessivamente acrescentado em todas o PE (0.8%).
as etapas do processo de fabrico dos bens (método dos valores
2.3 A procura externa (exportações) contribuiu positivamente para
acrescentados). o crescimento do RB. tendo a sua taxa de variação sido superior a
13. Otica da produção - somando-se o valor acrescentado por taxa de variação do RB (3.7% contra 2.1%).
todas as unidades produtivas (agrupadas em ramos de atividade
2.4 RB = Consumo privado ♦ Consumo público + Formação bruta
econômica), ficamos a conhecer a estrutura setorial do produto, de capital fixo • Exportações - Importações
isto é, a origem e natureza dos bens produzidos e. natural mente,
3. Procura interna = 193 053.3 milhões de euros
o nivel de desenvolvimento do pais. Através desta ótica ficamos
Procura externa - 83 098.5 milhões de euros
a perceber, por exemplo, se o valor do produto depende mais da
Procura global = 193 053.3 + 83 098.5 = 276151.8 milhões de euros
agricultura, da indústria ou dos serviços; a importância relativa de
Procura externa liquida = 1 560.1 milhões de euros
cada ramo de atividade; ou a importância da produção de natureza
social e pessoal.
286
TEMA 10 - Relações económicas com o Resto 13 Exportações = 69 489.2 - 12107.8 = 57 381.4
do Mundo 57 381.4
100 = 29.7
193 072.0
GRUPO I O peso das expo rtações de bens no PIB. em 2017. foi de 29.7%
1.4 Balança de rendimento primário - envio de lucros de empre
sas não residentes; Ba lança de rendimento secundário - remessas
dos emigrantes.
GRUPO II
2 Questõo resoMda
1.1 De acordo com o texto, todos os países devem participar no co
3.1 No período considerado, os bens de consumo constituíam os
mércio internacional, produzindo os bens em que são mais produ
principais produtos exportados e importados peto pais. Em segun
tivos e eficientes, de forma a retirar o máximo beneficio das trocas.
do lugar encontravam-se os bens de consumo intermédio, onde se
Os paises que não apresentem vantagens absolutas na produção
incluem as matérias-primas a transformar, com um peso mais acen
de bens devem também especializar a sua produção naqueles em
tuado do lado das importações Os bens de equipamento surgiam
que sejam menos ineficientes, tendo em vista a sua exportação.
na terceira posição, com maior incidência nas importações E de
Desta forma, o comércio internacional beneficiará todos aqueles
referir, ainda, o valor das importações de combustíveis
que nele participem.
3.2 No período considerado, a balança de bens apresentou um
1.2 A especialização é inerente á divisão internacional do trabalho
saldo negativo (- 5409 milhões de euros), dado o maior valor dos
na medida em que esta defende que os países devem procurar
produtos importados (40199 milhões de euros) comparativamente
produzir os bens em que têm maiores vantagens, ou seja, em que
ao valor das exportações (34 790 milhões de euros).
são mais produtivos e eficientes, especializando-se nessas produ
4.1 Em 2016,2017 e 2018. a balança de bens apresentou saldos ne
ções.
gativos tendo registado, ao longo dos anos um agravamento da
13 Os EUA dadas as suas condições climáticas e recursos, não
situação deficitária: em 2016. o saldo negativo foi. aproximadamen
têm condições para produzir café, mas reúnem fatores favoráveis à
te. de -11 300 milhões de euros; em 2017. o defice aumentou para
produção de milho, razão pela qual se deverão especializar nesta
cerca de -14 000 milhões de euros e. em 2018. o saldo apresentou
produção e comprar o café no mercado internacional. O Japão,
o valor mais negativo - cerca de -17 000 milhões de euros.
tendo vantagens em produzir bens industriais (pois nestes bens e
4.2 A taxa de cobertura apresentou, nos anos em analise, valores
mais produtivo e eficiente), deve especialtzar-se na sua produção,
inferiores a 100%. dado o saldo negativo da balança de bens. Em
trocando-os nos mercados internacionais pelos bens em que não
termos de evolução, verificou-se uma diminuição dos valores de
possui vantagens de produção.
cobertura das importações pelas exportações (de 81.5%. em 2016.
para 79.2%. em 2017 e 77.2%. em 2018). em resultado do aumento
3. Saldo da balança - Exportações - Importações do defice dos saldos da balança.
9396 = Exportações - 8468
Exportações de serviços = 17 864 milhões de euros TEMA 11 - A Intervenção do Estado na economia
GRUPO I
4.2 No período de janeiro a julho de 2018. o valor das exportações 1-B.2-C3-D.4-B.5-D.6- Questão rosoWda. 7 - D. 8 - B.
cobriu 102,3% do valor das importações. Sendo a taxa de cobertura 9-A
superior a 100%, o saldo da balança de bens e serviços foi positivo. GRUPO II
5. A - 3. B - 4. C - 6. D-5. E-l F-2.
LI Bens públicos são bens coletivos indivisíveis que satisfazem
6.1 A política do livre-cambismo assenta na liberdade de comercio necessidades coletivas, como, por exemplo, o abastecimento de
entre os paises. procurando-se. para o efeito, eliminar as restrições agua. a iluminação publica ou a defesa nacionaL Nenhuma pessoa
a livre circulação de produtos, capitais, serviços e pessoas. A políti poderá ser excluída do seu consumo e a sua utilização por um indi
ca protecionista procura proteger a economia nacional da concor
víduo não reduz as quantidades disponrveis para os outros.
rência externa, impondo limitações a liberdade de comércio entre
1.2 Três exemplos de políticas públicas «associadas ao crescimento
os paises.
da economia a longo prazo» poderão ser a de ambiente, a agrícola
6.2 Política livre-cambista - a eliminação das barreiras tarifárias faz
e a industrial. Estas são políticas estruturais cujos efeitos se fazem
com que os produtos importados fiquem mais baratos, o que esti sentir a médio prazo (entre um e cinco anos) e longo prazo (mais
mula as trocas. Política protecionista - o aumento das taxas sobre
de cinco anos).
os produtos importados torna-os mais caros comparativamente
1.3 Dois objetivos da política de redistribuiçâo do rendimento são
aos produtos nacionais, o que desincentiva a sua importação e fa
diminuir as desigualdades sociais e aumentar a coesão social. Duas
vorece os produtores nacionais.
medidas a aplicar podem ser. entre outras, a aplicação de impostos
GRUPO III diretos progressivos (quem tem maior rendimento, paga maior par
cela de imposto) e a transferência de abono de família, rendimento
11 Saldo da balança corrente = (-J12107.8 ♦ 15 618.9 ♦ (-) 4858.7 *
social de inserção, etc. para as famílias mais carenciadas.
2226.1 = 878.5 milhões de euros.
2Queãõo resoMda
O saldo e positivo, ou superovrt.
12 Em 2017. a economia portuguesa teve capacidade de financia
mento. uma vez que o saldo conjunto da balança corrente e de capi
tal. corrig ido pelos erros e omis sões foi de 3131.1 milhões de euros. va
lor idêntico ao saldo positivo da balança financeira (3131.3 milhões
de euros), que traduz a posição credora do pais relativamente ao
exterior.
287
r™.
Soluções
TEMA 12 - A economia portuguesa no contexto da um contributo positivo (3.4%) para a taxa de variação homóloga
União Europeia do PIB, que não compensou, no entanto, o contributo negativo da
procura externa. As componentes da procura interna que mais
GRUPO I
contribuiram para a variação do PIB no 3.° trimestre foram o con
1 - D. 2-G3 - Quesiõo resoMda. 4-C.5-D. 6-A.7- Quesiõo sumo privado e a formação bruta de capital (investimento), que
resoMda. 8 A.9-G»-D registaram taxas superiores, comparativamente ao 2.° trimestre,
em 0.6 e 0.2 p.p.. respetivamente.
GRUPO II
12 A ótica de cálculo do produto utilizada é a ótica da despesa.
1.1 A adesão á UE é um ato de soberania dos Estados. Como tal, 2. Quesiõo resoMda.
a transferência de parte da soberania dos Estados para as insti
3.1 O consumo individual per capita (PPC). em 2017. apresentou
tuições europeias não e uma imposição, mas um ato de vontade,
diferenças significativas entre os países da UE. entre 55% da me
não podendo, assim, talar-se em «perda de soberania», mas em
dia europeia (Bulgaria) e 130% da media europeia (Luxemburgo).
soberania comum.
Relativamente aos restantes países observados, é de registar a po
1.2 Conselho de Ministros. Comissão Europeia. Banco Central Eu sição da Alemanha e da Suécia, que apresentam valores também
ropeu e Parlamento Europeu
acima da média, a posição de Italia. Portugal e Eslováquia, em que
1.3 Os valores europeus, como a paz. a democracia, a liberdade e o consumo individual per capita registou valores abaixo da média
a solidariedade, entre outros, estiveram na base da fundação da europeia, mas relativamente proximos (entre 90% e 75% da média)
atual UE. mas no contexto recente parecem estar esquecidos. A in e a posição da Letónia e Bulgária (entre 70% a 55% da média eu
satisfação das populações face ao desemprego e à precariedade, ropeia. A análise dos valores deste indicador permite concluir que
as baixas expetativas relativamente ao futuro, o sentimento de in há diferenças assinaláveis no nível de bem-estar da população nos
segurança face ao terrorismo, o medo face ao outro e ao diferente, países da União Europeia: o Luxemburgo e o pais onde o bem-es
colocado pelo aumento dos fluxos de refugiados e de migrantes, tar é mais elevado e a Bulgária e aquele que apresenta o nível de
bem como o afastamento dos cidadãos das instituições europeias, bem-estar mais baixa
podem gerar movimentos populistas e criar ambientes desfavorá
3.2 Face as diferenças registadas nos valores do consumo indivi
veis ao projeto europeu Sera assim importante que as instituições dual per capita, pode concluir-se que existem desigualdades as
europeias e os governos nacionais coloquem os valores europeus sinaláveis em termos de nrvel de vida entre os países da UE. A
no centro da sua atuação.
diminuição das assimetrias exigirá políticas europeias e nacionais
1.4 Com o tratado de Roma, em 1957. constitui-se uma união que promovam o desenvolvimento dos países e regiões mais po
aduaneira, concluída em 1968. Fixou-se então um novo objetivo - bres. e que reforcem a coesão económica e social no espaço da
construir um mercado comum - que se concretizou em 1993 com União Europeia.
a criação do mercado único, tendo a UE avançado para a união
economica e monetaria e para a criação da moeda unica. o euro.
2. Quesiõo resoMda.
3.1 Em 2017 Portugal ainda esta afastado, em alguns dos indicado
res, das metas fixadas para 2020 pela estratégia europeia: a taxa
de emprego de 73.4% ainda se encontra distante da meta de 75%;
em matéria de despesas em l& D. o pais esta significativamente
afastado da meta (1.32% do PIB. face aos 3% do PIB fixados); em
termos de redução do abandono escolar; a evolução foi muito po
sitiva (de 34.9% para 12.6%), aproximando-se da meta fixada para
2020 (10%); nas energias renováveis. Portugal evoluiu muito posi
tivamente entre 2008 e 2017. aumentando a percentagem destas
no consumo final de energia de 23% para 28.5%. valores que supe
ram a meta fixada para 2020 (20%).
3.2 As metas propostas pela Estratégia «Europa 2020» para os vá
rios indicadores não foram, em 2017 ainda alcançadas no conjunto
dos países da UE. com exceção do indicador relativo ao abandono
escolar, em que se regista uma evolução muito positiva - a taxa de
abandono reduziu de 14.7% para 10.6%. estando muito próxima da
meta fixada (10.0%)
GRUPO III
1.10 PIB. segundo as contas nacionais trimestrais, registou uma
taxa de variação homóloga de 2.5% no 3.° trimestre de 2017 taxa
inferior em 0.5 p.p. comparativamente à taxa verificada no 2.®
trimestre. O abrandamento verificado no crescimento do PIB no
3. ° trimestre deveu-se ao contributo negativo da procura exter
na (-0.9%). que refletiu a diminuição da taxa de crescimento das
exportações (a taxa de variação homóloga baixou de 7.9% para
6.6%). Em termos da procura interna, registou-se no 30 trimestre
288
3. (A) OIHPC português sofreu um aumento estimado de 0.7% em 13. (A) O saldo da balança comente foi de 878 milhões de euros:
fevereiro de 2018. comparativamente ao mês de fevereiro de 2017. Saldo b. corrente = Saldo das balanças (bens e serviços + renrfi-
4. (A) De acordo com a lei da procura e da oferta, a procura rela rnerrto primário + rendimento secundário)
ciona de forma inversa preços e quantidades, enquanto a oferta Saldo b. corrente = 3511 + (- 4859) ♦ 2226 = 878 milhões de euros
relaciona de forma direta preços e quantidades. 14. (C) L - d.; H - a^ IR. - b.
5. (C) A afirmação e verdadeira, pois neste tipo de mercado o pro 15. (D) O pagamento de vencimentos foi inscrito no orçamento do
duto diferencia-se com base nas suas características, na marca e Estado como uma despesa corrente.
no design. tendo os produtores, por esta razão, algum dom inio so
16. (D) União Europeia.
bre o seu preço.
17. (C) Holanda. Finlândia. Alemanha. Irlanda e Áustria são os úni
6. (A) Entre 2013 e 2016. a desigualdade na distribuição do rendi cos países que apresentam uma divida publica em percentagem
mento diminuiu. O valor zero corresponde a igualdade absoluta e
do PIB inferior a média da zona euro (cerca de 90%).
o valor 100 a desigualdade absoluta.
7. (B) As operações ativas incidem sobre os empréstimos concedi GRUPO II
dos pelos bancos, enquanto as operações passivas são relativas 1. Procura interna = Despesa de consumo final + Formação bruta de
aos depósitos efetuados nos bancos. As operações ativas corres capital = 160 000 + 31500 = 191 500 milhões de euros
pondem taxas de juro ativas (cobradas pelos bancos) e ás opera Peso da procura interna em relação ao PIB p.m.
ções passivas, taxas de juro passivas (pagas pelos bancos).
191500
«100 = 98.97%
8. (C) A fixação da taxa de juro está relacionada com a inflação. 193 500
Para evitar a subida da inflação, a taxa de juro deverá ser superior á De acordo com os valores indicados no quadro 8. as componen
taxa de inflação, de forma a incentivar a poupança (pela melhor re tes que mais contribuiram para o PIB p.m.. em 2017. foram o con
muneração dos depositos) e a desincentivar o aumento da procura sumo privado (64.5%) e as exportações (42.9%). Por outro lado, a
e do consumo (causa de inflação), pois o crédito será mais caro. componente que menos contribuiu para o produto foi a formação
9. (Q Os reembolsos de empréstimos pedidos pelas administra bruta de capital (16.3%). As importações são contabilizadas com
ções públicas (AP) são empregos das AP e recursos das institui sinal negativo, o que significa que pesam negativamente (-41.9%)
ções financeiras (IF). visto os reembolsos constituírem saídas de no produto reafizado.
capital das AP (empregos) e entradas de capital (recursos) nas IF. 2. Segundo o texto, em 2018, a evolução positiva do consumo
10.1 (D) O valor acrescentado, no ano t + 5. foi de 200 um. privado deveu-se aos seguintes fatores: aumento do salário mí
(Valor bruto de produção - Consumos intermédios = nimo e adoção de algumas medidas de política de redistribuição
280 - 80 = 200 u.m.) do rendimento, previstas no Orçamento do Estado, e relativas ao
10.2 (C) Sendo o aumento dos preços (15%) superior ao aumento aumento do rendimento das famílias. A evolução do consumo pri
dos salários nominais (8,3%). a quantidade de bens e serviços que vado baseou-se. assim, na procura das famílias. De acordo com
se pode comprar diminui, ou seja, verifica-se uma diminuição do as projeções para a evolução do consumo privado para o período
poder de compra dos trabalhadores. 2018-2020. estima-se um crescimento moderado assente na me
11 (D) A taxa de cobertura, em 2017. foi de 102,4%.
lhoria do mercado de trabalho, na manutenção dos níveis de con
fiança na economia e no crescimento, embora contido, dos salários
reais. Tendo em conta o nível de endividamento das famílias e a
necessidade de estas satisfazerem as suas dividas, os valores do
consumo privado irão, segundo a previsão, desacelerar, em linha
com a evolução do rendimento disponível reaL
Vãnaçáo 2017 em relaçlo a 8791 8903
2016 em termos absolutos 3. Portugal e Espanha têm vindo a reduzir a emissão de gases com
efeito de estufa de uma forma sustentada, entre 2006 e 2014. Po
Taxa de cobertura em 2017 = ^26^ ‘ 100 -102.4% rém. em 2015. os dois países ibéricos registaram uma ligeira su
bida Em Portugal, a emissão de gases com efeito de estufa por
12.1 (A) PIB p.m. = Despesa interna
habitante, ao longo do período considerado, tem sido sempre in
O valor do produto interno bruto a preços de mercado (PIB p.m.) foi ferior a de Espanha. Entre 2006 e 2015. os valores de Portugal e
de 193 000 milhões de euros, pois: de Espanha relativos á emissão de gases com efeito de estufa por
PIB p.m. = Procura Interna ♦ Exportações - Importações habitante foram sempre inferiores aos da média da UE
PIB p.m. = 191000 + 83 000 - 81 000 = 193 000 milhões de. No que respeita a contribuição das energias renováveis para o
Despesa Interna = 193 000 milhões de euros consumo final. Portugal apresentou, em 2015, valores superiores
Consumo total = 160 000 milhões de euros aos de Espanha e da media da UE-28. evidenciando estar próximo
160 000 do cumprimento do objetivo a que se propôs para 2020 (31% de
100 = 82.9%
193 000 contribuição das energias renováveis para o consumo final), supe
12.2 (D) Procura Interna- Consumo total + Investimento rior aos da Espanha e da UE (ambos 20%)
Investimento = 191000 -160 000 Os valores apresentados pelos indicadores mostram que Portugal
Investimento = 31 000 milhões de euros e Espanha têm tomado medidas que vão no sentido dos objetivos
da UE de «tomar, desde ja. medidas contra as alterações climá
Despesa Interna = 193 000 milhões de euros
ticas» e que considera que a «procura crescente de tecnologias
31100
100 = 16% limpas constitui também uma oportunidade para modernizar a
193 000
economia europeia e gerar crescimento e emprego verdes», como
refere o texto. Os valores relativos a Portugal, em 2015. indiciam
289
r™.
Soluções
que o pais está mais próximo de alcançar os objetivos enunciados As exportações, nomeadamente de turismo, apresentam-se. assim,
para 2020. relativamente ã utilização de energias renováveis e à como um dos principais fatores dinamizadores da economia portu
redução das emissões de gases com efeito de estufa do que a guesa. sobretudo a partir do Z° semestre de 2013.
Espanha e a UE. em média.
GRUPO III
1. O aumento do credito aos particulares, nomeadamente ao con
L,'.J ■."ÓJ.n
sumo. reflete o clima de confiança das famílias no crescimento da
GRUPO I
economia, a par da redução do desemprego. No entanto, conside
rando a perspetiva de abrandamento da atividade economica. as L (C) Das escolhas resultam benefícios e custos de oportunidade.
famílias deveriam continuar a trajetória de redução do nível de en Ao optar por ser assíduo às aulas, o estudante obteve o beneficio
dividamento e não no sentido do seu agravamento, em resultado de uma boa educação e formação, mas sacrificou o tempo dedi
do aumento do recurso ao crédito. cado ao lazer.
2. Em Portugal, no ano de 2016. a produtividade do trabalho por 2. (A) As empresas não financeiras são o agente economico que
empregado (indke 76). apresentava um valor muito inferior relati agrupa as entidades cuja função ê produzir bens e serviços não
vamente a media da UE (índice 100) e ao valor registado pela Es financeiros, como é o caso dos produtores e comerciantes.
panha (perto do índice 101); ou seja, a produtividade do trabalho 3. (B) A lei de Engel diz que quanto menor for o rendimento maior
por empregado no nosso pais representava 76% da produtividade sera a percentagem do rendimento gasta nas despesas relativas a
da UE e de Espanha. Se analisarmos a produtividade do trabalho alimentação (coeficiente orçamental), o que faz aumentar a relação
por hora trabalhada em Portugal, o valor foi ainda mais baixo (perto entre a despesa em alimentação e bebidas não alcoólicas e o ren
de 66% da produtividade da União Europeia), enquanto Espanha dimento disponível
apresentava um valor superior ao de Portugal e próximo do nivel 4. (C) O recurso ao credito por parte das famílias aumenta as
de produtividade da UE (98%). suas disponibilidades monetárias, repercutindo-se no aumento
No que respeita à estrutura do nível de instrução dos empregados, das despesas de consumo, o que produz alterações na estrutura
verifica-se que em Portugal, em 2016. 44% dos empregados não deste (a percentagem do rendimento gasta em necessidades não
possuíam mais do que o 3.° eido do Ensino Básico, enquanto em essenciais aumenta).
Espanha e na UE os valores se situavam em 32.6% e 16.9%, respeti 5. (D) A produtividade marginal atinge o valor máximo (166) quando
vamente. Ao nível dos empregados com diploma do Ensino Secun a empresa emprega o quarto trabalhador. A partir do quinto traba
dário. Portugal apresentava o valor de 28.2% contra 49.8% na UE lhador o valor da produtividade marginal começa a decrescer (132.
e 24.1% em Espanha. Relativamente ao Ensino Superior, verifica-se 68 e 52). verificando-se a lei dos rendimentos decrescentes.
que Espanha apresenta o valor mais alto - 43.2% dos empregados 6. (D) A função de reserva de valor significa que a moeda pode
possuíam este grau de ensino, valor acima da média da UE (34.1%) ser guardada e utilizada no futuro, como é o caso dos depósitos
e muito acima do valor registado por Portugal (27,8%). a prazo.
Quanto a percentagem de cientistas e engenheiros na população 7. (A) Desinflação significa um menor ritmo de crescimento dos pre
ativa. Portugal apresentou um acentuado crescimento, entre 2007 ços. situação que ocorreu entre o penodo t e t +1.
e 2016. passando de 3.2% para 6.9%. O valor de 2016 foi superior 8. (C) O salário real é a quantidade de bens e serviços que o traba
ao valor de Espanha (6.9% contra 6.1%) e encontra-se proximo do lhador pode comprar com o salario nominal (quantidade de moeda
valor da media da UE. que se situou em 7.4% da população ativa. que recebe pelo trabalho prestado).
O mais baixo nível de instrução dos empregados e a baixa per 9. (C) A empresa deve produzir 300 000 televisores pois com esta
centagem de cientistas e engenheiros na população ativa (apesar dimensão de produção consegue obter o menor custo unitário
do crescimento registado), entre outros fatores, tem tido efeitos (4.8€)
negativos na produtividade do trabalho em Portugal Podemos
». (B) A aplicação de poupança em valores mobiliários. como ações,
concluir que é necessário continuar a apostar no desenvolvimento
representa um investimento financeiro.
de políticas de formação de trabalhadores e de políticas de edu
11 (A) No mercado de concorrência monopoltstica o produto é dife
cação. associadas a um maior investimento em l&D (investigação
renciado. o que significa que as muitas empresas que existem do
e desenvolvimento), para que Portugal se aproxime cada vez mais
lado da oferta possuem algum poder de mercado, tendo alguma
dos níveis da União Europeia e aumente de uma forma continua e
capacidade de definir os preços.
sustentada a produtividade do trabalho, quer por empregado, quer
12. (D) Devido a seca, a oferta de produtos agrícolas diminuiu, veri
por número de horas trabalhadas.
ficando-se um deslocamento da curva da oferta para a esquerda. o
3. No gráfico 7 é possível analisar a evolução do PIB e das princi
que gerou um aumento dos preços.
pais componentes, a preços constantes, entre 2008 e 2017. e pro
jeções ate 2020. Os valores apresentados evidenciam que. tanto o 13. (A) Verificando-se uma diminuição do preço de bens substitutos
do bem X. irá aumentar a procura desses bens e diminuir a procura
PIB como o consumo privado e o investimento empresarial apesar
do bem X. pois os consumidores irão substituir o bem X por outros,
das taxas de crescimento positivas que registaram a partir de 2013.
ainda apresentam valores idênticos aos níveis de 2008. ano em
mais baratos.
que se espoletou a crise económica e financeira, que produziu um 14. (C) A instituição bancária do pais A (sociedade financeira) re
efeito de estagnação e de recessão nas economias. cebeu um empréstimo que constitui um recurso para o desenvol
vimento da sua atividade. Esse empréstimo foi concedido por um
Pela anáfise do gráfico evidencia-se o comportamento das expor
tações, que registaram um elevado crescimento, nomeadamente
agente economico não residente (Resto do Mundo), sendo um em
prego desse agente.
do turismo. Em 2017. as exportações de turismo atingiram o índice
180 (mais 80% relativamente a 2008). prevendo-se. até 2020. um 15.1 (B) Taxa de variação anual 2018/2017=“ K» = 9.3%
crescimento continuo, embora mais moderado.
290
35,0 variação negativas registadas, em particular no que toca ás im
70% portações. que registaram, em dezembro de 2OT7. uma queda de
PIB = 50.0 milhares de milhões de euros -11.1%
16.1 (B) Sendo a taxa de variação anual o crescimento ou decresci-
Os valores apresentados permitem afirmar que o comercio externo
mo da procura interna, terã de ser relativo a dois anos consecuti
português, nomeadamente o comercio de bens, esta geografica
vos. De 2013 para 2014 a procura interna diminuiu, pois, a taxa de
mente concentrado na União Europeia em dezembro de 2017 a
variação em 2014 decresceu 5% (- 5.0%) face a taxa de variação
UE-28 absorveu 72% das exportações de bens portugueses e for
(0.0%), em 2013.
neceu 77.7% dos bens importados pelo pais.
16.2 (A) A procura externa é constituída pelas exportações de bens
e serviços. Em 2015 a taxa de variação da procura externa, em ter
mos nominais, foi de 2.0% e. em 2016. a variação, relativamente a 40610 2927,0 54420 4230,0
100 X »00 y
2015. foi negativa (- 5.0%)
X 72% y 77.7%
17. (B) Na zona euro. a política monetária e comum, sendo da com
petência do BCE. enquanto a política orçamental e da competên 2. Em dezembro de 2017. a taxa de cobertura relativa ao comércio
cia dos governos nacionais, embora com restrições impostas pelo de bens entre Portugal e o conjunto dos países da zona euro foi in
Pacto de Estabilidade e Crescimento e pelo Tratado Orçamental. ferior a 100%. dado o saldo negativo da balança de bens. Tal signifi
ca que o valor das exportações não cobriu o valor das importações.
18. (C) Os países que podem beneficiar do apoio do Fundo de
Coesão são os Estados-membros da UE que apresentem um RNB Valor das exportações
Taxa de cobertura = •100 =
Valor das importações
por habitante inferior a 90% da media da UE.
55079,2
100=79.9%
GRUPO II 68921.8
1. A variação homóloga do IPC compara a variação media dos pre 3. Os fundos europeus são um instrumento financeiro da UE na
ços dos bens que integram o cabaz de compras entre mak> de execução das políticas comunitárias Um dos objetivos, para o pe-
2017 e maio de 2018. A análise dos valores permite concluir que: nodo de 2014-2010. e aumentar a coesão economica e social, ou
seja, aproximar os níveis de desenvolvimento e de bem-estar dos
-a variação média dos preços em termos homólogos foi de 104%;
países menos desenvolvidos aos níveis de vida dos países mais
-as classes de despesa «Transportes» (3.80%), «Restaurantes e desenvolvidos da UE. O Fundo de Coesão, o Fundo Europeu de
Hotéis» (2.87%) e «Bebidas Alcoolkas e Tabaco» (228%) foram Desenvolvimento Regional (FEDER) e o Fundo Social Europeu
as que mais contribuiram para a variação positiva dos preços, em (FSE) são os principais fundos europeus para a coesão.
termos homologos;
- «Vestuário e Calçado» foi a classe de despesa que registou uma
variação homóloga mais negativa (-326%). tendo sido a que
mais contribui para o menor crescimento dos preços, em termos GRUPO I
homólogos.
1. (A) O problema da escassez de recursos face ao numero infinito
2. A variação homóloga das despesas de consumo compara o ní
de necessidades é a razão de ser da ciência económica, que es
vel de variação média das despesas de consumo entre o mês cor tuda a melhor forma de as sociedades utilizarem os recursos que
rente e o mesmo mês do ano anterior. Relativamente a informação são escassos. Se os recursos fossem abundantes e permitissem
fornecida, verifica-se que as despesas de consumo das famílias
satisfazer todas as necessidades das pessoas, não haveria razão
portuguesas, no 4.° trimestre de 2017. aumentaram 2% comparati
para a existência da economia.
vamente a variação registada no 4.° trimestre de 2016.
2. (C) Sendo os desempregados uma componente da população
3.0 deslocamento da curva da procura do bem X para a direita sig ativa, uma taxa de desemprego de 73%. significa que em cada 100
nifica que se verificou, para o mesmo nível de preços, um aumento pessoas ativas havia 7.3 desempregadas
da procura do bem X. O aumento da procura pode ser resultado 3.1
do aumento do rendimento disponível dos consumidores ou do au
mento do preço de um bem substituto.
GRUPO III
1. Entre 2016 e 2017. Portugal registou um aumento das trocas de
bens com o Resto do Mundo, tanto a nível das exportações como
das importações. O aumento das trocas não foi. no entanto, favo
rável as contas externas, pois verificou-se um aumento do saldo
negativo da balança de bens (de -11 220,6 milhões de euros. em
2016. para - 13 842.6 milhões de euros. em 2017).
Relativamente aos principais clientes e fornecedores do pais, em
dezembro de 2017 a UE-28 representou a principal zona de co
mércio. a nível das importações e exportações, sendo de destacar,
no espaço europeu, o crescimento da zona euro nas exportações (C) A empresa devera contratar quatro trabalhadores, pois o quarto
(4.4%) e nas importações (4J%). trabalhador origina o maior acréscimo de produção (onze bicicle
Quanto aos países fora do espaço da UE, verificou-se uma perda tas). Empregando novos trabalhadores (quinto e sexto), o acrésci
da sua importância nas trocas de bens do pais, dadas as taxas de mo de produção gerado por cada um deles (produtividade marginal
291
r™.
Soluções
do trabalho) e cada vez menor (quatro e duas bicicletas, respetiva mais produtos fabricados no pais, o que protege as empresas na
mente). Tal situação deve-se ao facto de o capital ser constante. cionais da concorrência externa.
4. (B) A produtividade marginal do trabalho consiste no valor do au 17. (B) A UE começou por ser uma união aduaneira em que existe
mento de produção (acréscimo do produto) originado pelo acrésci uma pauta aduaneira comum no comércio com países terceiros,
mo de u ma unidade de trabalho. progrediu para um mercado comum onde há livre circulação de
5. (D) Em caso de paragem de produção por um certo período, a bens, serviços, capitais e pessoas e aprofundou a integração com
empresa tem custos fixos pois estes são independentes da quan a constituição de uma união económica, em que há políticas eco
tidade produzida. Mesmo que a empresa não produza nada tera nómicas comuns.
custos fixos, como é o cado de rendas de edificios e juros de em GRUPOU
préstimos contraídos.
6. (B) Se o preço de um bem for inferior ao preço de equilíbrio 1.0 comerciante deverá optar pela viagem de avião pois e a deci
são mais racional do ponto de vista económico, pois tem um custo
significa que a quantidade procurada do bem será superior à quan
(tempo e viagem) mais baixo.
tidade oferecida, havendo escassez do bem no mercado.
7. (B) O deslocamento da curva inicial da procura de um bem para A viagem de automovel representa para o comerciante um custo
de tempo de 360 € (6h « 60 €) acrescido de um custo de viagem
uma nova curva da procura á esquerda significa que por algum
de 70€, ou seja, um custo total de 430 €
fator que não o preço do bem (por exemplo a diminuição do rendi
mento disponível) os consumidores irão reduzir a procura do bem A viagem de avião representa para o comerciante um custo de
(nova curva da procura para a esquerda) e que se ira estabelecer tempo de 90 € (1 h 30 min « 60 €) acrescido de um custo de viagem
um novo preço de equilíbrio (abaixo do preço de equüibrio inicial) e de 200 €. ou seja, um custo total de 290 €.
uma nova quantidade de equilíbrio (abaixo da quantidade de equi A decisão de viajar de avião tem o beneficio de satisfazer a neces
líbrio inicial). sidade de fazer o negocio em Madrid, gastando menos recursos
8. (D) O deslocamento da curva inicial da oferta de um bem - A - em tempo e tendo um custo final mais baixo; o custo de oportuni
para uma nova curva da oferta - B - traduz um aumento da oferta dade e o desconforto em não viajar de automoveL
do bem. em resultado da introdução de uma nova tecnologia de 2. Produtividade media do trabalho dos 30 trabalhadores =
produção do bem. = = 6 toneladas por trabalhador por dia.
9. (A) Havendo menor oferta de moeda no mercado, relativamente
à procura, o preço do dinheiro, traduzido na taxa de juro, aumenta Produtividade marginal do trabalho = =
o que tornara o investimento mais caro e. deste modo, a tendência _ 5 toneladas _ Aumento da produção
é para que este diminua. Novo trabalhador Acréscimo do n.° de trabalhadores
10.1 (B) PB p.m. = Consumo privado + Consumo público * FBCF +/- O aumento de produção diaria originado pelo novo trabalhador
(5 toneladas) é inferior a produtividade media do trabalho dos 30
VE ♦ Procura externa liquida
trabalhadores (6 toneladas). A empresa não deve, assim, contratar
= 2000 + 810 + 700 * 94 + 240
mais um trabalhador, pois o resultado não e compensador.
= 3844 milhões de unidades monetárias
3. Da analise dos valores do quadro pode concluir-se que:
10.2 (Q DN = PNB pzn.
-entre 1995 e 2016. o coetoente orçamental relativo ã «Alimenta
DN = PIB p.m. ♦ saldo dos rendimentos do exterior
ção* diminuiu (de 18.5% para 16.9%). enquanto a percentagem de
= 3844 + 55 gastos com as rubricas «Bens e serviços diversos». «Restaurantes
- 3899 milhões de unidades monetárias e hotéis» e «Habitação» aumentou (de 10.1% para 10,6%; de 10.6%
«100= « 100 = 504.8 milhões de euros para Tl.8%; e de 12.8% para 18.8%. respetivamente);
-em 2016. a despesa com a «Habitação» constitui a rubrica com o
12. (Q O aumento ou diminuição dos impostos são medidas de
maior coeficiente orçamental (18.8%);
política orçamental. A diminuição dos impostos é uma medida de
Pode assim concluir-se que. entre 1995 e 2016. ocorreu um au
política orçamental expansiomsta pois tem como efeito aumentar o
mento do rendimento disponrvel das famílias portuguesas e do seu
rendimento disponrvel das famílias. de forma a estimular a procura.
bem-estar, dada a diminuição do peso da despesa com a alimenta
13. (B) O saldo conjunto da balança corrente e de capital de um pais
ção (lei de Engel) e o aumento da percentagem do rendimento uti
permite concluir se esse pais apresenta necessidade de financia lizada em bens diversos, em restau rantes e boteis e na habitação.
mento (saldo conjunto negativo) ou capacidade de financiamento
(saldo conjunto positivo). GRUPO III
14. (D) O saldo conjunto foi negativo -635 milhões de euros. o L Uma parcela importante da produção de bens pela economia
que demonstra que. nesse penodo, a economia portuguesa, teve portuguesa, muitos deles para exportar, exige a utilização de bens
necessidade de financiamento. como matérias-primas e energia que são importados. De acordo
15.1 (Al As variações cambiais de uma moeda relativamente a ou com a noticia, o pais, em 2015, para exportar 10C teve de importar
tra podem originar valorização ou desva torização da moeda de um bens no valor de 4€. Esta situação mostra a dependência do pais
pais face a moeda de outro, fazendo aumentar ou diminuir os pre relativamente a importação de bens, não só relativamente a produ
ços dos bens tra nsacionados com o resto do mundo, o que influen ção de bens para o mercado interno como também em relação a
cia o comportamento das exportações e importações dos países. produção de bens para exportação.
15.2 (C) Se o euro valoriza relativamente ao dolar. os produtos da 2. O grafico relativo ao mercado de trabalho em Portugal mostra
zona euro vendidos ao Resto do Mundo ficam mais caros, o que que. em termos homologos. de novembro de 2013 a novembro de
gera uma diminuição das exportações. 2018. o desemprego diminuiu e o emprego aumentou - este ultimo
16. (C) As barreiras alfandegarias tarifarias são direitos cobrados com maior intensidade, a partir de novembro de 2016. A evolução
sobre os produtos importados fazendo com que estes fiquem mais dos valores revela uma mefrioria significativa no mercado de tra
caros, o que faz diminuir as importações. O consumidor adquire balho.
292
Relativamente ã evolução do emprego em Portugal e na zona euro. Recordemos que: Taxa de variação =
verificam-se. comparativamente, variações mais inegulares na taxa Vàlor final-Valor inicial
de variação homóloga do emprego em Portugal e um crescimento Valor inicial ’
mais acentuado do emprego em Portugal, em 2017 e 2018: V0-Valor iniciat VI = Valor finat Tv = Taxa de variação
-a economia portuguesa registou maiores desacelerações do em
prego em meados do Io trimestre de 2015 e 2016;
-entre 2017 e 2018. o emprego em Portugal apresentou taxas de
crescimento mais elevadas do que a média da zona euro;
-no 1° trimestre de 2018. a taxa de variação registada pelo em
prego em Portugal situou-se proximo dos 3.5 %. enquanto na
VI - V0 » Coeficiente multiplicador
zona euro o valor da taxa de variação situou-se próximo do valor
Consumo das famílias em 2019 = Consumo das famílias em 2018 *
de 14%.
« Coeficiente multiplicador
3. O rendimento disponível acompanhou a evolução do consumo
Consumo das famílias em 2019 = 22.5 mil milhões de euros *
privado tendo decrescido no período da crise economica, atingin
* 0.985 = 22J6 mil milhões de euros
do uma taxa de variação negativa proximo dos - 6.0% em 2011.
tendo, a partir de 2014. registado taxas de variação positivas, pró Em alternativa:
ximas dos 2%. Consumo das famifias em 2019 - Consumo das famílias em 2018 -
O consumo privado registou um decréscimo em 2008 (- 2.0%). - (1.5% x 22.50)
tendo recuperado em 2009 e voltando a cair depois de 2010. Consumo das famílias 2019 = 22.50 - 0.337
atingindo o maior decréscimo em 2012 (cerca de -5,8%), penodo Consumo das famílias 2019 = 22.16 mi milhões de euros
da grave crise económica que o pais atravessou. A partir de 2014 5. (A) Em 2018. os rendimentos das famílias foram inferiores aos de
verificou-se um crescimento positivo deste indicador, que atingiu 2016 e 2017. porque os coeficientes orçamentais relativos a despe
uma taxa de variação ligeiramente acima dos 2%. em 2017 e 2018. sa com os bens alimentares aumentaram sempre ao longo destes
prevendo-se para 2019 e 2020 uma desaceleração no seu cres anos (as taxas de crescimento foram positivas). De acordo com a
cimento. lei de Engel, quanto menor e o rendimento das famílias maior sera
A taxa de poupança das famílias aumentou no penodo da crise o coeficiente orçamental relativo á despesa com bens alimentares.
económica, registando taxas de variação entre 6 e 9%. Nos anos 6. (C) Número de indivíduos ativos: 15 000 000 » 0.52 = 7800 mi
em que o rendimento disponível e o consumo privado registaram lhares.
maiores taxas de crescimento, a taxa de poupança das famílias de Numero de indivíduos desempregados ,
Taxa de desemprego ------ Numero óe lndMduosãnvos----- *,<X)
sacelerou. registando taxas de variação entre 3 a 4%.
Número de IndMduos desempregados
624 mlhares
-------------------- T9W-------- ------
7. (C) O consumo de fannha. efetuado por uma família, para a con
feção de um bolo constitui um exemplo de consumo final, porque
ê um consumo em que as famílias utilizam diretamente os bens na
satisfação das suas necessidades.
8. (C) 15 000 u.m. de capital e 11 trabalhadores, porque correspon-
Acréscimo da produção
ProdutMdade maigtnal
Acréscimo de uma unidade de trabalto
293
r™.
Soluções
13. (C) Pode-se afirmar que o poder de compra dos trabalhadores em 2008-2009. acentuando-se a diminuição entre 2010 e 2013. re-
em geral aumentou, não só os que recebem o salário mínimo, cujo gistando-se uma recuperação ate 2016 mas com Índices inferiores
poder de compra aumentou 6%. como o poder de compra dos ou a 100. o que significa que os valores relativos ao consumo de bens
tros trabalhadores em geral, que aumentou 1%. O salario real cor duradouros ate 2016 são inferiores aos de 2008 (indice 100) Em
responde a quantidade de bens e serviços que os trabalhadores 2016 os índices do consumo cresceram atingindo valores idênticos
conseguem adquirir com o seu salário nominal, ou seja, correspon aos do ano de 2008. ultrapassando nos anos seguintes o indice
de ao poder de compra dos trabalhadores. 100 relativo a 2008. com particular destaque para o consumo de
14. (A) I e IV são verdadeiras e II e III são falsas. O PIB cresceu bens duradouros.
sempre nos L". 2.“ e 3.’ trimestres de 2019 (taxas de crescimento Podemos concluir que a evolução dos dois tipos de consumo e. em
positivas), embora tenha desacelerado entre o 2." e 3." trimestres particular do consumo de bens duradouros, encontra-se associada
de 2019. Entre o Io trimestre e o 2.® trimestre o PIB cresceu 0.8 p.p_ à crise financeira de 2008-2009 e à crise económica, e às medidas
15. (A) O agrupamento bens intermédios (1NT) apresentou o contri de austeridade verificadas entre 2011 e 2016.
buto mais influente para a variação do índice total (T) no conjunto 2. O indice de preços de um bem estabelece a relação entre o
dos dois meses, originado por uma variação mensal de cerca de preço do bem em dois momentos diferentes. O mdice de preços
5%. em agosto de 2018 e cerca de 1,9% no mês anterior. no consumidor flPC) mede a evolução temporal dos preços de um
16. (B) O racio S80/S20 *é um indicador de desigualdade na distri conjunto de bens e serviços representativos da estrutura de des
buição do rendimento, definido como o rãcto entre a proporção do pesa de consumo da população residente, sendo um indicador da
rendimento total recebido pelos 20% da população com maiores variação dos preços. A partir do IPC. podemos calcular o valor da
rendimentos e a parte do rendimento auferido pelos 20% de me taxa de inflação.
nores rendimentos», segundo o INE. Portugal apresentou, em junho de 2018, uma taxa de inflação de
Em 2019, o rendimento dos 20% mais ricos (5.* quintil) era 5.9 ve 2%. idêntica a taxa media da zona euro e acima da taxa de inflação
zes superior ao dos 20% mais pobres (1.° quintil). dos Países Baixos. Chipre. Italia, Finlândia. Grécia e Irlanda e seme
lhante a de Malta. Com valores superiores aos da media da zona
Deste modo. = 5.9 euro (2%) encontramos a Alemanha (2.1%). Eslovenia Rança. Es
panha e Áustria (com 2.3%). Luxemburgo (2.4%). Lituânia e Bélgica
17. (D) Com base no gráfico, podemos afirmar que no país C a de
sigualdade na repartição dos rendimentos e maior, uma vez que a (2,6%). Letónia (2.7%). Eslováquia (2.9%). Estónia (3.9%).
respetiva curva de Lorenz se encontra mais afastada da diagonal 3.
(linha da igualdade absoluta). Por sua vez. o índice de Gini é um in Tecido.-2€ • 20 000 = 40 000€
dicador de desigualdade do rendimento que varia entre 0 (igualda Linhas: 0.50C « 20 000 = 10 OOOC
de absoluta, representada pela diagonal) e 1.0 pais que apresenta Agua e energia: 0.80C - 20 000 = 16 000€.
um indice de Gini menor é o país A. que evidencia menor desigual Gastos em bens de consumo intermédio por mês = 40 000C +
dade na repartição dos rendimentos e o pars que apresenta um 110 000C ' 16 OOOC - 66 OOOC
maior índice de Gini e o pais C. onde a desigualdade na repartição
Venda das camisolas a grande empresa internacional por mês
dos rendimentos é maior.
11C-20 000 = 220 OOOC
18. (D) A redução do valor das transferências sociais para as famí
VAB = 220 000C - 66 OOOC = 154 000C
lias residentes como, por exemplo, o abono de família, a redução
das remessas dos emigrantes e o aumento dos impostos diretos, GRUPO III
considerando-se tudo o resto constante, implicam uma redução do
1. Portugal, juntamente com a Rança, entre novembro de 2015 e
rendimento médio disponível das famílias residentes. novembro de 2018. apresenta uma das taxas de variação dos im
19. (D) Num determinado pais, em 2017. as importações apresen postos sobre o gasoleo mais elevadas (19.6% e 30.1% respetiva
taram uma taxa de crescimento de 2% e. no ano seguinte, a taxa mente) e superior a média da zona euro (13.5%). O valor de Portugal
foi -15%. A variação global, nestes dois anos determina-se do se representa mais 6.1 p.p. do que a média da zona euro. A média
guinte modo. registada pela UE-28 e ainda menor, com 7.6% de variação, no pe
Coeficiente multiplicador (2017) = +1 = 0.02 +1 = 1.02 ríodo considerado, o que representa menos 12 p.p. que PortugaL
Abaixo deste valor médio encontramos a Itãlia. Suécia e Reino Uni
Coeficiente multiplicador (2018) = +1 = - 0,015 + 1 = 0.985 do (4.7%. - 2.4% e -13.7% respetivamente). É de salientar que a Sué
1.02 « 0,985 = 1.0047 cia e o Reino Unido foram os uriicos a reduzir a taxa de variação
indice = 100.47 dos impostos sobre o gasóleo.
100.47-100 = 0.47 A UE não tem uma política única sobre os preços dos combustíveis.
Taxa de variação global = 0.47% As variações dos impostos sobre os combustíveis têm efeitos so
20. (C) A existência de uma pauta aduaneira exterior comum apli bre a atividade economica e o ambiente que não se podem mitigar
cada às mercadorias provenientes de países terceiros e a livre cir 2. As regras fixadas peto Pacto de Estabilidade e Crescimento
culação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais são caracte (PEC) têm como um dos seus objetivos garantir finanças publicas
rísticas da forma de integração do mercado comum. sólidas na União Económica e Monetaria, impondo imites ao défi
ce orçamental (3% do PIB) e à divida pública (60% do PIB).
GRUPO II
Em 2018. a corçuntura económica traduziu-se no não cumprimento
1. Entre 2008 e 2017. o consumo de bens não duradouros e ser dos limites impostos pelo PEC em vários países europeus, a nrvel
viços (componente do consumo privado) sofreu pequenas oscila do défice orçamental (caso da França) e da divida publica (caso da
ções. registando uma ligeira descida (inferior ao indice 100) a partir Itãlia, da Grécia e de Portugal).
de 2011 e até 2014. ano em que se começa a notar uma ligeira re Relativamente ao saldo orçamental no terceiro trimestre de 2018.
cuperação. No que respeita à outra componente do consumo pri Portugal apresentou um excedente de 3.6%.
vado (bens de consumo duradouros), verificou-se um decréscimo
294
Os valores relativos á divida publica revelam que Portugal não cum o forte contributo da formação buta de capital fixo, cuja taxa de
pre os limites, mantendo valores muito acima do imite dos 60% do crescimento (4,3%) compensou o fraco crescimento do consumo
PIB: no 3 o trimestre de 2018 a divida publica representava 125% do público (07%) e o crescimento moderado do consumo privado
PIB. A Grécia e a Italia apresentaram, no período considerado, os (2.3%). A procura externa liquida não contribuiu favoravelmente
valores mais elevados da divida pública em percentagem do PIB na para o crescimento do PIB. pois as importações registaram um
zona euro (onde a divida publica, foi em média, de 86,1 % do RB). maior crescimento comparativamente ao das exportações (3.4%
3. O crescimento do PIB no 3.° trimestre de 2018 (2.1%) foi resul e 2.9%. respetivamente). No contexto da UE. Portugal registou um
tado do crescimento de todas as suas componentes, com parti menor crescimento do RB comparativamente à Áustria. Espanha
cular destaque para o crescimento da formação bruta de capital e Holanda (2.1%. contra 2.4% e 2,3%). porém, situou-se acima da
fixo e das exportações. Estas duas componentes registaram, no média registada na zona euro (16%). O crescimento do PIB portu
período em análise, taxas de variação de 4.3% e de 2.9%. respe guês foi. no entanto, superior ao crescimento registado pela Ale
tivamente. A procura interna registou uma taxa de crescimento manha. Bélgica. França e Itália, países que integram a zona euro.
superior a taxa de crescimento do PIB (2.3% contra 2.1%) dado
295
exame
Nesta coleção digital:
Física e Química A
Geografia A
MACS
Bom estudo.
www.exame.leyaeducacao.com
ss o/sinnv/OT