Músculo liso
◦ Primeiro indicação de miogênese: é o desenvolvimento de núcleos alongados em mioblastos
fusiformes.
◦ Viscerais: mesoderma lateral esplâncnico
◦ Vasos sanguíneos: mesoderma do local
Músculo cardíaco
◦ Mesoderma esplâncnico (área cardiogênica)
CASOS CLÍNICOS
1. Síndrome de Prune-Belly ou Síndrome do Abdome em ameixa seca: É caracterizada por uma
tríade de anormalidades congênitas que consiste em:
* Ausência ou deficiência da musculatura abdominal;
* O não desenvolvimento dos testículos - condição vista em recém-nascidos onde um ou dois deles não
ultrapassam o saco escrotal;
* Uma anormal expansão da bexiga e problemas no trato urinário superior, que pode incluir a bexiga,
ureteres e rins.
Devido o envolvimento substancial do trato urinário, crianças com síndrome de Prune Belly são geralmente
incapazes de esvaziar completamente suas bexigas e têm sérios prejuízos na bexiga, ureter e rim. Uma
criança com esta síndrome pode também apresentar outros defeitos congênitos, que envolvem o sistema
musculoesquelético, gastrointestinal, cardiovascular e respiratório.
CASOS CLÍNICOS
1. Acondroplasia: membros curtos
2. Acromegalia: crescimento das extremidades
Sistema esquelético
Fontes:
1. Mesoderma paraxial
somitômeros (1 a 7) – ossos do crânio
somitos:
◦ esclerótomo (ventromedial) – vértebras e costelas
◦ dermomiótomo (dorsolateral) – derme e mioblastos
2. Mesoderma da placa lateral – esqueleto apendicular
3. Células da crista neural – ossos da face (viscerocrânio). Origem ectodérmica
Ossificação:
1. Intramembranosa: mesênquima dentro de bainhas membranosas – ossos chatos
2. Endocondral: os modelos mesenquimais são transformados em cartilagem – ossos longos
Esqueleto axial
1. Formação das vértebras
células dos esclerótomos circundam notocorda e tubo neural
esclerótomo se divide em dois: parte cefálica funde-se à caudal acima = forma estruturas
intersegmentares (vértebras)
1º somito: parte cranial se funde ao somitômero acima – occipital; parte caudal se funde com 2º
somito – 1ª vértebra.
Notocorda degenera e desaparece onde é rodeada pelos corpos vertebrais; expande-se entre
as vértebras para formar o núcleo pulposo.
2. Formação do esterno e costelas
Mesoderma lateral somático condensa: barras esternais (se fundem com o encontro das pregas
laterais) – esterno
Processos costais das vértebras torácicas crescem e se encontram com as barras esternais
fundidas
3. Formação do crânio
Neurocrânio: caixa protetora do encéfalo
◦ membranoso: ossos do abóbada (calvária)
◦ cartilaginoso: ossos da base do crânio
Viscerocrânio: esqueleto da face
◦ membranoso: proeminências maxilar e mandibular e 1º arco faríngeo
◦ cartilaginoso: 2 primeiros arcos faríngeos
Fontanelas e suturas
Esqueleto apendicular
Parte somática da placa lateral penetra no broto dos membros
Ossificação intramembranosa ou endocondral de modelos cartilaginosos (condensações de
mesênquima nos brotos dos membros)
Diáfise – centro primário de ossificação
Epífise – centro secundário de ossificação
Placa epifisária (de crescimento) – entre diáfise e epífise
CASOS CLÍNICOS
1. Síndrome de Klippel-Feil: fusão das vértebras, caracterizando um menor número de corpos
vertebrais. Principais características: pescoço curto, linha baixa de implantação do cabelo e
movimentos restritos do pescoço.
2. Espinha bífida: falha na fusão das metades do arco vertebral.
3. Acrania: calvária ausente, associada a meroanencefalia, devido à falha no fechamento das
extremidades cefálica do tubo neural.
4. Costelas acessórias: resultam do desenvolvimento dos processos costais das vértebras cervical e
lombar.
5. Microcefalia: desenvolvimento anormal do SNC.
As articulações originam-se do mesênquima interzonal entre os primórdios dos ossos. Em uma articulação
fibrosa, o mesênquima interposto diferencia-se em tecido conjuntivo fibroso denso. Em uma articulação
cartilaginosa, o mesênquima entre os ossos diferencia-se em cartilagem. Em uma articulação sinovial,
dentro do mesênquima interposto forma-se uma cavidade sinovial por degeneração das células. O
mesênquima também dá origem à membrana sinovial e ao ligamento capsular e a outros ligamentos da
articulação.
Apesar de existirem numerosos tipos de anomalias esqueléticas, a maioria dessas é incomum, exceto a
espinha bífida oculta e as costelas acessórias.
Formado entre 3ª e 4ª semana do desenvolvimento para poder nutrir eficientemente o embrião que
está crescendo rapidamente.
Tem origem do mesoderma lateral esplâncnico e células da crista neural;
A área cardiogênica localiza-se na região cefálica do embrião.
A cavidade pericárdica é dorsal em relação ao coração antes do dobramento do embrião, e ventral
após o dobramento.
Na área cardiogênica, formam-se dois cordões angioblásticos, que se canalizam, formando dois
tubos endocárdicos, e após o dobramento do embrião, esses tubos se fundem e formam o tubo
endocárdico primitivo.
A fusão desses tubos ocorrem da região cefálica para a região caudal (céfalocaudalmente);
CASOS CLÍNICOS:
Defeitos do septo-aórtico pulmonar:
1. Tronco arterioso persistente: não há formação do septo aórtico-pulmonar, a circulação sanguínea
fica misturada (sangue venoso e arterial), tendo como consequência a falta de oxigenação no
sangue. Há também defeito no septo IV.
2. Transposição dos grandes vasos: quando não há formação helicoidal do septo aórtico-pulmonar.
Quando há defeito nesse septo, ocorre mistura de sangue venoso e arterial, e dependendo do grau
de mistura, pode ser prejudicial.
3. Estenose das válvas aórtica ou pulmonar: ocorre diminuição da luz das artérias, causando
hipertrofia do ventrículo direito (caso haja estenose da artéria pulmonar) ou do ventrículo esquerdo
(caso haja estenose da aorta).
4. Tetralogia de Fallot: associação de quatro diagnósticos: estenose do tronco pulmonar, hipertrofia
do ventrículo direito, forame interventricular persistente e aorta cavalgante sobre septo IV.
CIRCULAÇÃO FETAL:
Não há circulação pulmonar, o sangue vai para o pulmão apenas para oxigená-lo.
Veia umbilical (sangue arterial)
◦ Fígado → ducto venoso desvia o sangue para veia cava inferior, para que o sangue chegue ao
coração oxigenado. Restando ainda uma pequena quantidade que vai para o fígado.
Ao nascimento:
Fechamento do forame oval → limbo da fossa oval no adulto, cessa a comunicação interatrial.
Ligamento venoso → onde era o ducto venoso
Ligamento arterioso → fechamento do ducto arterioso
◦ Tronco pulmonar e aorta não se comunicam mais.
O tronco arterioso (primórdio da aorta ascendente e do tronco pulmonar) continua-se, caudalmente com o
bulbo cardíaco, que se torna parte dos ventrículos. Ao crescer, o coração se dobra para a direita e logo
adquire a aparência geral externa do coração adulto. Entre a quarta e a sétima semanas, o coração é
compartimentado em quatro câmaras. Três sistemas de pares de veias drenam para o coração primitivo:
O sistema vitelino, que se transforma no sistema porta.
As veias cardinais, que foram o sistema das veias cavas.
O sistema umbilical, que involui após o nascimento.
Ao se formarem, durante a quarta e a quinta semanas, os arcos faríngeos são penetrados por artérias – os
arcos aórticos – que se originam do saco aórtico. Durante o período entre a sexta e a oitava semanas, os
arcos aórticos se transforam no arranjo arterial adulto das artérias carótidas, subclávias e pulmonares.
O período crítico do desenvolvimento do coração vai do dia 20 ao dia 50 após a fertilização. Numerosos
eventos críticos ocorrem durante o desenvolvimento cardíaco, e, em qualquer momento, o desvio do padrão
normal pode produzir um ou mais defeitos cardíacos congênitos. Pelo fato de a septação do coração
primitivo resultar de processos complexos, os defeitos dos septos cardíacos são relativamente comuns,
particularmente os DSVs. Algumas anomalias congênitas resultam da transforação anormal dos arcos
aórticos para o padrão arterial adulto (p. ex., a croça da aorta direita).
Como os pulmões não são funcionantes durante a vida pré-natal, o sistema cardiovascular fetal é
estruturalmente projetado para o sangue ser oxigenado na placenta e desviar-se, em grande parte, dos
pulmões. As modificações que estabelecem o padrão circulatório pós-natal ao nascimento não são
abruptas, mas se estendem durante a primeira infância. A falta de ocorrência destas alterações do sistema
circulatório ao nascimento resulta em duas das grandes anomalias congênitas mais comuns do coração e
dos grandes vasos:
Forame oval permeável
Ducto arterioso permeável
O sistema urinário começa a desenvolver-se cerca de 3 semanas antes de o sistema genital ser evidente.
Desenvolvem-se três sistemas sucessivos de rins:
o pronefro, que não é funcional
o mesonefro, que reveste a camada abdominal
o metanefro, que se torna o sistema de rins permanentes
Inicialmente, os rins estão localizados na pelve, mas “ascendem” gradualmente para o abdome. Esta
migração aparente resulta do crescimento desproporcional das regiões lombar e sacra fetais. As
anormalidades do desenvolvimento dos rins e dos ureteres são comuns. A divisão incompleta do divertículo
metanéfrico resulta em um ureter duplo e em um rim supranumerário. A falta de “ascensão” do rim de sua
posição embrionária na pelve resulta em um rim ectópico com rotação anormal.
A bexiga se desenvolve do seio urogenital e do mesênquima esplâncnico que o circunda. A uretra feminina e
quase toda a uretra masculina têm origem semelhante. A extrofia da bexiga resulta de um defeito raro da
parede ventral do corpo através do qual a parede posterior da bexiga faz protrusão pela parede abdominal.
No sexo masculino, a epispádia é uma anomalia comumente associada.
Esplâncnopleura: reveste o que vai ser o intestino e é preso à parede posterior por uma lâmina de
mesoderma esplâncnico → mesentério dorsal (peritôneo visceral), que da origem aos vasos.
Celoma extraembrionário → cavidade coriônica
Septo transverso: divisão incompleta entre coração e fígado (ou seja, entre as cavidades
pericárdica e peritoneal). O septo transverso também é responsável por originar o tendão central do
diafragma.
◦ Canal pericárdico-peritoneal: comunicação entre as duas cavidades. É o primeiro canal de
comunicação a se formar, e é onde os pulmões vão se desenvolver.
Membranas pleuropericárdicas: dividem a cavidade pericárdica das cavidades pleurais
(originarão pericárdio fibroso).
◦ Pericárdio fibroso: prende coração ao diafragma e aos vasos da base.
Membranas pleuroperitoneais: separam cavidades pleurais da cavidade peritoneal e contribuem
para formação do diafragma.
Mesentério: é uma dupla camada de peritôneo que une o órgão à parede do corpo e conduz seus
vasos e nervos.
Formação do diafragma
Formado por quatro estruturas embrionárias:
1. Septo transverso → centro tendíneo
2. Membranas pleuroperitoneais → fecham o canal pericárdioperitoneal
3. Mesentério dorsal do esôfago → pilares diafragmáticos: projeções do diafragma que se
prendem às vértebras lombares
4. Parede do corpo → músculos
CASOS CLÍNICOS
1. Hérnia diaframática congênita: a membrana pleuroperitoneal não se forma, deixando um “buraco”
no diafragma, fazendo com que as vísceras abdominais fiquem no lugar em que se desenvolveria
os pulmões. Assim há hipoplasia pulmonar. Obs.: A hérnia ocorre geralmente do lado esquerdo.
2. Diafragma membranoso: a parede muscular não se desenvolve corretamente (miótomos não
migram da parede do corpo), ocorrendo eventração de vísceras, ocasionando hipoplasia pulmonar
bilateral.
3. Gastrosquise: fusão incompleta das pregas laterais no dobramento do embrião, causando hérnias
intestinais para a cavidade amniótica.
Sistema Respiratório
De origem endodérmica, envolvido pelo mesoderma lateral esplâncnico.
Surgimento de uma bolsa ventral no intestino anterior, formando um divertículo laringotraqueal,
com uma projeção para a região ventral, o divertículo respiratório (formação da traqueia, através
de crescimento e dilatação)
◦ Surgem cristas traqueoesofágicas para reduzir a comunicação entre laringe, traqueia e sistema
digestório, formando o septo traqueoesofágico, que é a fusão dessas visceras.
CASOS CLÍNICOS
1. Aeração ao nascimento: compressão da cavidade torácica para expulsão do líquido amniótico do
pulmão. Os capilares e vasos sanguíneos também ajudam absorvendo esse líquido.
RESUMO DO LIVRO (Cap. 10 – Cavidades do corpo, mesentérios e diafragma [pg. 158]; Cap. 12 – Sistema
Respiratório [pg. 210])
Capítulo 10 – Resumo do desenvolvimento das cavidades do corpo
O celoma intraembrionário, primórdio das cavidades do corpo, começa a desenvolver-se perto do final da
terceira semana. Na quarta semana, ele aparece como uma cavidade em forma de ferradura no mesoderma
cardiogênico e no mesoderma lateral. A curvatura da “ferradura” representa a futura cavidade pericárdica, e
as extensões laterias representam as futuras cavidades pleurais e peritoneal.
Durante o dobramento do disco embrionário na quarta semana, as partes laterias do celoma
intraembrionário se reúnem no aspecto ventral do embrião. Quando a parte caudal do mesentério ventral
desaparece, as partes direita e esquerda do celoma intraembrionário coalescem, formando a cavidade
peritoneal. Quando as partes peritoneais do celoma intraembrionário se reúnem, a camada esplâncnica do
mesoderma contém o intestino primitivo e o suspende da parede dorsal do corpo por uma membrana
peritoneal de dupla camada – o mesentério dorsal. A camada parietal do mesoderma, que reveste as
cavidades peritoneal, pleurais e pericárdica, torna-se o peritôneo parietal, a pleura parietal e o pericárdio
seroso, respectivamente.
Até a sétima semana, a cavidade pericárdica embrionária se comunica com a cavidade peritoneal através
do par de canais pericárdioperitoneais. Durante a quinta e a sexta semanas, formam-se pregas (mais tarde
membranas) nas extremidades cefálica e caudal destes canais. A fusão das membranas pleuropericárdicas
cefálicas com o mesoderma ventral ao esôfago separa a cavidade pericárdica das cavidades pleurais. A
fusão das membranas pleuroperitoneais caudais, durante a formação do diafragma, separa as cavidades
pleurais da cavidade peritoneal.
O diafragma se desenvolve a partir de quatro estruturas:
Septo transverso
Membranas pleuroperitoneais
Mesentério dorsal do esôfago
Invasão muscular a partir das paredes laterais do corpo
RENATO RODRIGUES
BIOMEDICINA 23