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O território
O povo Haussa habitava a área que ia desde os montes Air (norte), até o planalto
de Jos (sul), da fronteira do antigo reino de Bornu (leste), até o vale do Níger (oeste).
Desde tempos muito antigos, era a única língua indígena conhecida, o território era
chamado de Kasar hausa, que quer dizer, território de língua haussa. (ADAMU, 2010,
p. 299)
Segundo Alberto da Costa e Silva (2011, p. 457), por volta do século XI, já
havia várias comunidadesque habitavam esse território. Os Haussas habitavam o Sudão
Central principalmente, o norte da Nigéria e sudeste do Níger. Eram grupos que
compartilhavam da mesma língua e mantinham contatos com outros povos, alguns
destes, fornecendo elementos que se tornaram parte da civilização haussa.
De acordo com Guy Nicolas, “por falar a mesma língua, observar os mesmos
costumes, obedecer às mesmas instituições políticas, os Haussa formam um dos grupos
étnicos mais importantes da África. Atraídos por sua cultura, muitos povos vizinhos
abandonaram a própria língua e seus costumes para fazer parte dos Haussa”. (Apud
ADAMU, 2010, p. 300)
Abaixo temos a representação da localização desse território.(ADAMU, 2010, p.
323)
“A lenda popular sobre a origem dos Haussa evoca a partida do príncipe Bayajida de
Bagdá para oeste, em direção ao Kanem-Bornu. Ali, o mai(rei) deu-lhe a mão da filha
em casamento, mas privou-o da escolta. Com medo do mai, Bayajida fugiu novamente
para oeste, chegando, algum tempo mais tarde, a uma cidade cujos habitantes eram
impedidos de alcançar a água por uma serpente chamada sarki(chefe). Com sua espada,
o príncipe matou a serpente; como recompensa, Daura, a rainha local, esposou-o e
também deu-lhe uma concubina gwari. Do casamento com Daura, nasceu-lhe um filho
chamado Bawogari; a concubina deu-lhe outro menino, que foi denominado Karbogari
ou Karafgari (conquistador de cidades). A cidade passou a se chamar Daura. Bawogari,
que sucedeu o pai, teve seis filhos, três pares de gêmeos, que se tornaram chefes de
Kano e Daura, Gobir e Zazzau (Zegzeg ou Zaria), Katsina e Rano; juntamente com
Biram, governado pelo filho que Bayajida teve com a princesa de Bornu, estes Estados
formaram os hawsabakwai, os sete (Estados) haussa. Os filhos de Karbogari também
fundaram sete Estados: Kebbi, Zamfara, Gwari, Jukun (Kwararafa ou Kororofa),
Yoruba, Nupe e Yawuri, chamados de banza bakwai, os sete bastardos ou os sete
imprestáveis.” (ADAMU, 2010, p. 303-304)
Estrutura político-administrativa
Os primeiros haussas viviam em pequenas aldeias ou comunidades onde cada
linhagem tinha seu chefe. Alguns poderiam desfrutar de certa superioridade aos demais
por considerarem-se descendentes do fundador. Assim alguns foram concentrando mais
poder que outros. Essas aldeias foram se expandindo, recebendo e fixando-se novas
pessoas, com isso, foi se aumentando o poder e algum chefe ia assumindo um caráter de
príncipe enquanto os demais chefes da família iam constituindo uma nobreza.(SILVA,
2011, p. 458-459)
Umas aldeias cresciam mais do que outras, foram tornando-se maiores e
sobrepondo-se às menores. Uma das características da ascensão de uma aldeia era a
construção de murros para se proteger de ataques. As aldeias tinham um chefe, as vilas,
maiores, tinham o chefe da vila. Havia também o chefe do território. O rei tinha poder
absoluto e caráter sagrado, estando à frente do país. Apesar de haverem diferenças
regionais, a organização política seguiu um padrão semelhante, “[...] o sistema
administrativo surgiu nos Estados haussa, desde o século XIV, testemunha a influência
do Kanem-Bornu, de onde vieram os modelos de muitas instituições e funções [...].”
(ADAMU, 2010, p. 329)
Com o crescimento das cidades apareceram Estados centralizados como centros
do poder político, cada um com suas características, e sua importância variou com o
tempo. Podemos citar alguns desses Estados como Kano, Katsina, Rano, Gobir, e
outros.