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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CURSO
ARTIGO CIENTÍFICO

Orientando(a): Benjamim de Sousa Lobo Neto


Orientador(a): Ms. Neire Divina Mendonça

O DIREITO TRIBUTÁRIO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO COMO


INSTRUMENTO DE SUSTENTABILIDADE

Goiânia
2010
Benjamim de Sousa Lobo Neto

O DIREITO TRIBUTÁRIO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO COMO


INSTRUMENTO DE SUSTENTABILIDADE

Artigo Científico apresentado à disciplina


de Trabalho de Conclusão de Curso, do
curso de Pós-Graduação em Direito e
Processo Tributário da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás-
PUCGOIÁS.
Prof.(ª) Orientador(a): Profª. Ms. Neire
Divina Mendonça

GOIÂNIA
2010
O DIREITO TRIBUTÁRIO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO COMO
INSTRUMENTO DE SUSTENTABILIDADE

BENJAMIM DE SOUZA LÔBO NETO1

RESUMO
No Estado Democrático de Direito, a tributação deve respeitar sempre a capacidade
contributiva dos contribuintes e o mínimo existencial dos cidadãos. A tributação deve
resguardar a dignidade da pessoa humana e garantir os valores democráticos, por isso falamos
que a tributação tem um fim ético. A tributação ética pauta-se pelo respeito à capacidade
contributiva do contribuinte, que não deixou de ser cidadão por ser contribuinte. Respeitá-lo
significa também respeitar o meio ambiente, pois é este que assegura a sobrevivência das
atuais e das futuras gerações. Deve-se adotar um critério único em que todos os tributos
coexistam com a fiscalidade e a extrafiscalidade, reconhecendo-se que todos os tributos
arrecadam dinheiro para os cofres públicos, como também, quando cobrados, causam algum
efeito extrafiscal, mesmo que não seja de forma direta e prevista. O compromisso do
legislador tributário é com o cidadão e não somente com os sujeitos ativo e passivo da relação
jurídica, para tanto o Direito Tributário pode estar a serviço de um desenvolvimento
sustentável.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Direito Tributário. 2. Estado Democrático de Direito. 3.


Extrafiscalidade. 4. Sustentabilidade. 5. Princípios constitucionais.

INTRODUÇÃO
O objetivo do trabalho é a discussão acerca da análise do Direito Tributário no
Estado Democrático de Direito como forma de alcançar a sustentabilidade. Precisamos
incorporar as Normas e Princípios Constitucionais expressos na Carta Magna na norma
Tributária em vigor, para encontrarmos o equilíbrio necessário e suficiente o Direito
Tributário, o Direito Ambiental e o Direito Constitucional.

1
Aluno do Curso de Pós-Graduação em Direito e Processo Tributário da PUC GOIÁS – Goiânia-GO
No Estado Democrático de Direito, o Direito Tributário busca o seu espaço,
objetivando garantir o efetivo cumprimento dos princípios fundamentais de terceira e quarta
geração.
Os modelos constitucionais, nesta perspectiva do Estado Democrático de Direito, têm
de estar em consonância com os objetivos sociais, político-ambientais e econômicos para
que ..........................................................................
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1 - O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL E A CONSTITUIÇÃO DE 1988


O CTN nasceu com a Lei 5.172/66, época em que cenário político era o puro
autoritarismo implantado pelo regime militar, razão pela qual pode-se entender certas regras
tributárias desta legislação. Nas palavras de Ulhôa Canto2: "(...) o fisco brasileiro perdeu toda
espiritualidade (...); visa, tão-somente, obter dinheiro, seja como for, de quem puder ser, pelas
formas que se afigurem mais fáceis e produtivas". Para tanto, fazia-se necessária uma revisão
na norma tributária.
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2 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
Princípio basilar do Estado Democrático de Direito é o Princípio da Legalidade,
estampado no inciso II do art. 5º com a clássica definição: “Ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. Esse Princípio (art. 97 do CTN) é a
garantia de que nenhum tributo será instituído ou majorado senão por força de lei. No que
tange à legalidade tributária, some-se o inciso I do artigo150 que veda à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios “exigir ou aumentar tributo sem que a lei o estabeleça”.
Inclua-se nessa definição as mudanças de base de cálculo que tornem o tributo mais oneroso.
Princípio da Isonomia ou da Igualdade (art. 150, II da CF) diz respeito ao tratamento
uniforme aos contribuintes, atendendo-se aos critérios da razoabilidade. Para Alexandre de
Moraes, ao adotar o Princípio da Igualdade, a Constituição Federal pretendeu que todos os
cidadãos tivessem tratamento idêntico pela lei, mas dentro da razoabilidade do ordenamento
2
CANTO, G.U. Reforma tributária. Anais do Congresso Brasileiro para as Reformas de Base, V.VI, 1963.
jurídico, in verbis: “Dessa forma, o que se veda são as diferenciações arbitrárias, as
discriminações absurdas, pois o tratamento desigual dos casos desiguais, na medida em que se
igualam, é exigência tradicional do próprio conceito de justiça”3
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O Princípio da Segurança Jurídica não está veiculado expressamente na Constituição
Federal, mas pode-se notar que o legislador constituinte o fez presente por meio do art. 5º,
quando garante aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito a
vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade4.
Ao lado do Princípio da Legalidade e do Princípio da Igualdade, o Princípio da
Segurança Jurídica é um dos fundamentos basilares do Estado Democrático de Direito, isto
porque tem como ideal garantir a estabilidade das relações jurídicas e, por conseqüência, a
Justiça.
Conforme os ensinamentos de Geraldo Ataliba5:
O Direito é, por excelência, acima de tudo, instrumento de segurança. Ele é o
que assegura a governantes e governados os recíprocos direitos e deveres,
tornando viável a vida social. Quanto mais segura uma sociedade, tanto mais
civilizada. Seguras estão as pessoas que têm certeza de que o Direito é
objetivamente um e que os comportamentos do estado ou dos demais
cidadãos não discreparão.

Portanto, esse Princípio visa assegurar a estabilidade do ordenamento jurídico,


garantindo a imutabilidade das relações jurídicas já constituídas, ou seja, a Segurança Jurídica
propugna pela confiabilidade das regras estabelecidas, sendo indispensável à efetiva
consecução da Justiça.
Temos de considerar que a segurança jurídica deve ser pensada considerando-se o
razoável, nesse sentido pondera Ricardo Lobo Torres6:
A polaridade acompanha a segurança jurídica. O excesso de preocupação
com a segurança e o exagero na sua defesa descamba para insegurança. Isso
ocorre tanto no processo legislativo, como no processo judicial, em que a
demasia conduz inexoravelmente à complicação e ao formalismo.

3
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 66.
4
SABAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 50.
5
ATALIBA, Geraldo. Limitações constitucionais ao poder de tributar. Revista de Direito Tributário. São
Paulo. v.51. 1997, p. 12.
6
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 12 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005, p.
87.
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3 – O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E O DIREITO TRIBUTÁRIO
Na Globalização desaparecem as fronteiras, insere-se a vida virtual, surgem os
blocos econômicos e regionais na busca de conglomeração de forças para enfrentar a batalha
da falta de fronteiras. A ignorância do passado não pode existir em um país onde a Lei Maior
trouxe a implantação de um Estado Democrático de Direito.
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3 – DIREITO TRIBUTÁRIO E A SUSTENTABILIDADE

Quando tratamos de sustentabilidade, temos em mente um sistema que visa a


realização das atividades do presente de maneira racional, a fim de que não impossibilitem que
as mesmas atividades continuem sendo realizadas no futuro. Neste processo, a
sustentabilidade também impõe a realização de tais atividades de maneira a preservar valores e
bens caros à sociedade, de forma que as atividades sejam realizadas e tais valores e bens sejam
preservados para o futuro.
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CONCLUSÃO
Uma tributação ética deve pautar-se pelo respeito à capacidade contributiva do
cidadão e pelo mínimo existencial necessário à sua sobrevivência. Para tanto, conclui-se que,
para que tenhamos uma tributação respaldada no desenvolvimento sustentável, devemos
observar os seguintes pontos:
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REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito tributário na Constituição e no
STF. 11 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2006.

_________________. Manual de direito tributário. 3 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2006.

AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 11. ed. São Paulo:Saraiva, 2005.

ATALIBA, Geraldo. Limitações constitucionais ao poder de tributar. Revista de Direito


Tributário, São Paulo, v.51, 1997.

CANTO, G.U. Reforma tributária. Anais do Congresso Brasileiro para as Reformas de


Base, v.VI, 1963.

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. A Reforma do Ministério da Fazenda e sua


Metodologia - relatório final. Rio de Janeiro, 1967.

LACOMBE, Américo Lourenço Masset. Princípios constitucionais tributários. 2 ed. São


Paulo: Malheiros, 2000.

MACHADO, Hugo de Brito. Os princípios jurídicos da tributação na Constituição de


1988. 5 ed. São Paulo: Dialética, 2004.

________________.Curso de direito tributário. 19 ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2004.

SABAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 12 ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2005.

________________. Tratado de direito constitucional financeiro e tributário. Rio de


Janeiro: Renovar, 2002.

ZILVETI, Fernando Aurélio. Princípios do direito tributário e a capacidade contributiva.


São Paulo: Quartier Latin, 2004.

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