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162.03 exposição
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162
162.01
El edén del este
María Elia Gutiérrez
Mozo
162.02
Álvaro Siza: o olhar
enche o espaço
A esferográfica do
arquiteto
Shakil Rahim e Ana
Leonor Madeira
Rodrigues
01. Maquete da sede do Banco de Londres y América del Sur em Buenos Aires,
Argentina, 1966. Arquiteto Clorinda Testa e SEPRA Arquitectos 162.04
Foto Alder Catunda Vitória ES
As potências de uma
A primeira visada é poderosa. paisagem
Martha Machado Campos
A chegada aos amplos salões do sexto andar, ocupados pela mostra Latin
America in Construction: architecture – 1955-1980, não lembra as
exposições mais sofisticadas do MoMA, com paredes cuidadosamente
diagramadas, luz baixa, tons refinados e curadoria altamente estetizada
que muitas vezes associamos às realizações do museu novaiorquino. A
aproximação à exposição latino-americana toma o visitante com uma
sensação de força, de vigor. Logo na entrada, sete telas com projeção
simultânea precipitam sobre o público as imagens e sons de um tempo de
intensa esperança no desenvolvimento. E o projeto, a arquitetura e o
planejamento das cidades vêm animados de um élan épico.
Mas a mesma sala exibe o projeto de 1960 elaborado por Raúl Carlos
Villanueva para a Universidad Central de Venezuela em Caracas com a
famosa Aula Magna energizada pelas escamas acústicas coloridas de
Alexander Calder. Outros exemplos poderiam ter sido mencionados de como
as grandes universidades latino-americanas foram pensadas como miniaturas
ideais de cidades modernistas – Universidade do Brasil, São Paulo,
Santiago, Havana... Mas os dois exemplos bastam para introduzir a
magnífica sala seguinte em que se vêem fotos, planos e modelos da
concepção e da construção de Brasília. Logo vemos que os curadores não
estavam interessados apenas em justapor dois bons exemplos de
universidades, mas vislumbravam uma ideia comum de cidade moderna cujo
paroxismo seria alcançado com a nova capital brasileira. Uma idéia de
sistema se insinua na aproximação desses exemplos. E é logo confirmada
pelas anotações manuscritas de Raúl Villanueva para suas aulas na
universidade venezuelana que a curadoria datou em cerca de 1965. O
professor usava então a análise de Brasília como matéria de curso para
seus alunos em Caracas.
Também não pode ser ignorada a reincidência dos clusters de pilares que
concentram a estrutura de edifícios altos no andar térreo. O modelo foi
inaugurado pelos pilares em V de Oscar Niemeyer e Hélio Uchoa no Hospital
da Lagoa no Rio de Janeiro (1952-58). O hospital carioca não figura na
exposição, mas pilares conjugados aparecem no Edifício SENA (Servicio
Nacional de Aprendizaje) de Bogotá, Colômbia projetados por German Samper
Gnecco em 1960.
Maquete da FAU USP, São Paulo, Brasil, 1961. Arquitetos Vilanova Artigas e
Carlos Cascaldi
Foto Alder Catunda
Maquete da FAU USP, São Paulo, Brasil, 1961. Arquitetos Vilanova Artigas e
Carlos Cascaldi
Foto Alder Catunda
Maquete da sede do Banco de Londres y América del Sur, Buenos Aires, Argentina,
1966. Arquiteto Clorinda Testa e SEPRA Arquitectos
Foto Alder Catunda
É fácil achar o que não está exposto. Cada visitante poderá sair da
mostra com sua lista pessoal do que não foi contemplado; com seu
inventário de queixas individuais por não ver consignados seus edifícios
prediletos. Países inteiros ficaram de fora. Diante de um período tão
longo, de um território tão vasto e de uma produção tão significativa as
escolhas são inevitáveis. Nem há, tampouco, grandes novidades. O que está
exposto são os grandes clássicos do continente. Não podia ser diferente.
Perante o silêncio geral dos museus de arte do Mundo sobre arquitetura
latino-americana, a tarefa dessa mostra tinha de ser o reconhecimento e a
consagração do cânon.
A mostra foi organizada por Barry Bergdoll, Curador e Patricio del Real,
Assistente de curadoria, ambos do Departamento de Arquitetura e Design do
MoMA; juntamente com Jorge Francisco Liernur, Universidade Torcuato di
Tella, Buenos Aires e Carlos Eduardo Comas, UFRGS, Porto Alegre com a
assistência de um comitê consultor de vários países da América Latina.
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