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do DF) e “Regulamenta as hipóteses de impedimento para a posse e exercício na administração pública direta
e indireta do Poder Execu vo do Distrito Federal em função de prá ca de ato pificado como causa de
inelegibilidade.”(Decreto nº 33.564/12 do DF), conceitos nos quais não se insere o Ins tuto de Gestão
Estratégica do Distrito Federal – IGESDF, impedindo a exoneração do Superintendente por conta dos
disposi vos legais mencionados no O cio recebido por este Ins tuto.
Demais disso, cabe dizer que, ainda que aplicáveis ao Dr. Lucas Seixas, é certo que no presente
momento inexiste qualquer causa de inelegibilidade decorrente de condenação em segunda instância.
Ora, segundo o art. 1º, § 4º, da Lei Complementar nº 64/1990, a inelegibilidade prevista na
alínea “e” do inciso I – que embasou a sugestão de exoneração – não se aplica aos delitos culposos, o que
rechaça a proposição formulada no O cio recebido por este Ins tuto:
Art. 1º, LC nº 64/1990. São inelegíveis:
[...]
I - para qualquer cargo:
[...]
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da
pena, pelos crimes:
[...]
9. contra a vida e a dignidade sexual; e
[...]
§ 4o.A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste ar go não se aplica aos crimes
culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal
privada.
Dessa maneira, em conformidade com a legislação, não é cabível a exoneração do
Superintendente do Hospital de Base sob o argumento de que houve julgamento de processo por colegiado
do TJDFT.
Além disso, mesmo que o recurso de apelação apresentado pela Defesa do Dr. Lucas Seixas
tenha sido julgado pelo Tribunal de Jus ça do Distrito Federal e Territórios, ainda não foi esgotada a
jurisdição do mencionado Tribunal.
Veja-se que ao julgar o recurso na ação penal nº 0037500-72.2016.8.07.0001, a 2ª Turma
Criminal do TJDFT deu parcial provimento ao pedido defensivo, reduzindo a pena para 1 (um) ano.
Ademais, o Des. Silvânio Barbosa dos Santos proferiu voto absolvendo o Dr. Lucas Seixas das
acusações, ao reconhecer que a conduta do médico e da equipe de enfermagem estava de acordo com o
quadro clínico da paciente, sendo que o Dr. Lucas Seixas não agiu com negligência ao usar a aplicação de
plasma de argônio para o tratamento de reganho de peso em paciente que passou por cirurgia bariátrica,
tendo prestado o devido atendimento necessário a paciente.
Nesse enredo, diante da existência de voto absolutório, é cabível novo recurso defensivo ainda
no âmbito do Tribunal de Jus ça do Distrito Federal e Territórios, a ser apreciado pela Câmara Criminal da
mencionada Corte, oportunidade em que poderá prevalecer o posicionamento absolutório.
Portanto, considerando a inaplicabilidade da legislação apontada no O cio nº 11/2021-
SES/SAA ao presente caso, bem como que a segunda instância ainda não se esgotou, pois admissível novo
recurso junto ao TJDFT, sendo certo que imperam no Direito brasileiro os princípios da presunção de
inocência e do contraditório (art. 5º, incisos LVII e LV, da Cons tuição Federal), a exoneração do
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18/01/2021 SEI/GDF - 54313384 - Ofício
Superintendente não se mostra medida justa ou salutar ao desenvolvimento das a vidades em prol da saúde
do Distrito Federal, devendo o Dr. Lucas Seixas Doca Júnior ser man do no posto atual.
Ademais, cabe dizer que a medida não implica em fragilizar a imagem e credibilidade do
IGESDF ou da Secretaria de Saúde do Distrito Federal ou do Governo do DF, pois devidamente amparada na
legislação vigente e na capacidade profissional do Superintendente.
Frise-se que os fatos que culminaram na ação penal ainda sob análise do TJDFT não têm
qualquer relação com as a vidades desenvolvidas pelo Dr. Lucas Seixas como Superintendente do Hospital
de Base, tampouco com qualquer função de algum modo relacionada ao Poder Público. Em verdade, a
situação ainda sob esclarecimento ocorreu em clínica par cular, sem qualquer nexo de causalidade com as
a vidades man das junto ao IGESDF, o que reforça a desnecessidade de exoneração, pois não aponta
nenhuma incompa bilidade com o exercício do cargo.
Por fim, importa dizer que a referida manutenção do Superintendente não acarretará em
vulneração de regras do Conselho Federal de Medicina, tampouco configurará an é co ou desabonador da
confiança do público, pois, além de não causar qualquer prejuízo aos expressivos trabalhos exercidos pelo
IGESDF, está devidamente amparada na legislação e nos princípios que regem o Estado brasileiro.
Diante do exposto, o Dr. Lucas Seixas Doca Júnior deve ser man do no cargo de
Superintendente do Hospital de Base.
No ensejo, renovamos os nossos protestos de elevada es ma e dis nta consideração.
Atenciosamente,
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