Direito Penal PDF

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Sumário

PRINCÍPIOS-DO-DIREITO-PENAL 3
FONTES-DO-DIRETO-PENAL-E-CONFLITO-APARENTE-DE-NORMAS 6
APLICAÇÃO-DA-LEI-PENAL-I 9
APLICAÇÃO-DA-LEI-PENAL-II 12
APLICAÇÃO-DA-LEI-PENAL-III-(LEI-PENAL-NO-ESPAÇO) 15
FATO-TÍPICO-I---CONDUTA 18
FATO-TÍPICO-II---CONDUTA 21
FATO-TÍPICO-III---RESULTADO 24
FATO-TÍPICO-IV---RESULTADO 27
FATO-TÍPICO-V-NEXO-CAUSAL-E-TIPICIDADE 29
ILICITUDEANTIJURIDICIDADE-I-ESTADO-DE-NECESSIDADE 32
1 Observe que, a ação do agente tem que ser necessária e suficiente para reprimir a
32
conduta injusta, seu excesso será punido.
ILICITUDEANTIJURIDICIDADE-II-LEGÍTIMA-DEFESA 35
ILICITUDEANTIJURIDICIDADE-III-ESTRITO-CUMPRIMENTO-DO-DEVER-LEGAL-E-E
38
XERCÍCIO-REGULAR-DO-DIREITO
CULPABILIDADE-I 40
CULPABILIDADE-II 43
CULPABILIDADE-III 46
CONCURSO-DE-PESSOAS 48
CONCURSO-DE-CRIMES 51
DOS-CRIMES-CONTRA-A-VIDA-I 54
DOS-CRIMES-CONTRA-A-VIDA-II 59
DAS-LESÕES-CORPORAIS 63
DOS-CRIMES-CONTRA-A-HONRA 68
DOS-CRIMES-CONTRA-A-LIBERDADE-INDIVIDUAL 72
DOS-CRIMES-CONTRA-O-PATRIMÔNIO-I 76
DOS-CRIMES-CONTRA-O-PATRIMÔNIO-II 81
DOS-CRIMES-CONTRA-O-PATRIMÔNIO-III 85
DOS-CRIMES-CONTRA-O-PATRIMÔNIO-IV 88
DOS-CRIMES-CONTRA-O-PATRIMÔNIO-V 92
DOS-CRIMES-CONTRA-O-PATRIMÔNIO-VI 95
DOS-CRIMES-CONTRA-O-PATRIMÔNIO-VII 98
DOS-CRIMES-CONTRA-A-DIGNIDADE-SEXUAL-I 100
DOS-CRIMES-CONTRA-A-DIGNIDADE-SEXUAL-II 103
DOS-CRIMES-CONTRA-A-DIGNIDADE-SEXUAL-III 107
DOS-CRIMES-CONTRA-A-DIGNIDADE-SEXUAL-IV 110
DOS-CRIMES-CONTRA-A-FÉ-PÚBLICA-I 112
DOS-CRIMES-CONTRA-A-FÉ-PÚBLICA-II 115
DOS-CRIMES-CONTRA-A-FÉ-PÚBLICA-III 118
DOS-CRIMES-CONTRA-A-ADMINISTRAÇÃO-PÚBLICA-I 120
DOS-CRIMES-CONTRA-A-ADMINISTRAÇÃO-PÚBLICA-II 123
DOS-CRIMES-CONTRA-A-ADMINISTRAÇÃO-PÚBLICA-III 126
DOS-CRIMES-CONTRA-A-ADMINISTRAÇÃO-PÚBLICA-IV 129
DOS-CRIMES-CONTRA-A-ADMINISTRAÇÃO-PÚBLICA-V 132
DOS-CRIMES-CONTRA-A-ADMINISTRAÇÃO-PÚBLICA-VI 135
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL

1. LEGALIDADE - Art. 5°, XXXIX, CF e art. 1°, CP. Para que eu considere uma conduta como criminosa, anteriormente
a sua prática, é necessário que exista uma lei nesse sentido. Esse princípio se divide em duas espécies:

1.1. Reserva Legal – Somente lei em sentido estrito, ou seja, aquela editada pelo poder legislativo, pode
definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais

Quando trato de Medidas Provisórias que tratam de condutas criminosas, prevalece no STF a possibilidade,
desde que tal matéria seja favorável ao réu.

1.2. Anterioridade da Lei Penal - Não é necessário apenas que a criminalização da conduta se de por
lei em sentido estrito, é preciso ainda que essa lei seja anterior a prática do ato.

RESERVA LEGAL + ANTERIORIDADE = LEGALIDADE

2. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - art. 5°, XLVI. A pena é estabelecida pela análise de várias circunstâncias, feitas
caso a caso, não posso impor de maneira genérica, a todas as pessoas, sem avaliar o caso concreto.
Um exemplo clássico é a declaração de inconstitucionalidade pelo STF ao artigo que tratava da impossibilidade
de progressão de regime aos condenados por crimes hediondos.

3. INTRANSCEDÊNCIA DA PENA - art. 5°, XLV. Nenhuma pena poderá passar da pessoa do condenado, assim, pagará
pelo crime quem de fato cometeu, não posso responsabilizar outras pessoas estranhas a conduta do agente. Lembre-
se, estou falando de regras de direito penal, nada impede que “penas” estabelecidas, por exemplo, na área civil, sejam
executadas em face de outras pessoas, como o herdeiro.

Cuidado com a pena de MULTA, ela tem natureza penal, e não civil, sendo assim, não posso transmitir essa
obrigação aos herdeiros.

4. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA/ NÃO CULPABILIDADE - art. 5°, LVII. Enquanto não houver sentença penal
condenatória, a pessoa não poderá ser considerada culpada, por conseguinte, não poderá sofrer consequências de
uma condenação.

A existência de prisões provisórias não viola o princípio da presunção de inocência.


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PRINCÍPIOS PENAIS

1. ALTERIDADE/ LESIVIDADE – Para que a conduta seja considerada criminosa, ela tem que atingir bem de terceira
pessoa. O direito penal não pune a autolesão.

☠ Exceção: fraude para o recebimento de indenização ou valor do seguro – Art. 171, §2°, V, CP

2. ADEQUAÇÃO SOCIAL – O direito penal também deve se adequar as condutas que, atualmente, são aceitas pela
sociedade, ou seja, deve se adequar ao tempo em que está vigorando.

👉 Não se plica esse princípio à venda de CDs e DVDs falsificados, isso porque viola o direito autoral, causando impacto
econômico para os detentores da obra, não posso assim, considerar essa prática como socialmente tolerável haja vista
o expressivo prejuízo causado.

3. FRAGMENTARIEDADE – O direito penal só se preocupará com situações de extrema relevância social.

4. SUBSIDIARIEDADE – Só usarei do direito penal em ultimo caso, quando as demais normas se mostrarem
ineficientes. Terá caráter subsidiário em relação as demais normas.

5. INTERVENÇÃO MÍNIMA/ ULTIMA RATIO – Decorre dos princípios da fragmentariedade e subsidiariedade.


Condutas que podem ser resolvidas pelos demais ramos do direito, não devem ser tidas como crime, o direito penal é
a última hipótese, “última ratio” a ser invocada.

6. VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM – O que se busca é que uma pessoa não seja punida (processada ou condenada) duas
vezes por um mesmo fato. O que não impede que haja novo processo de decisões que não fazem coisa julgada
material.

7. INSIGNIFICÂNCIA/BAGATELA – Aquilo que, minimamente ofender o bem jurídico, não deve ser considerado
crime. A insignificância atua na TIPICIDADE MATERIAL, torna a conduta atípica, o cabimento deve ser analisado caso a
caso, o STF fixa ainda quatro requisitos que devem estar presentes para a aplicação desse princípio

BIZU!!! MARI

- MÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA;


- AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE SOCIAL;
- REDUZIDO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO;
- INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA.

8. OFENSIVIDADE (nullus crimen sine iniúria) – só são passíveis de punição, as condutas que lesionem ou
coloquem em perigo um bem jurídico penalmente tutelado.

9. ESPECIALIDADE – Se a conduta do indivíduo se amolda a mais de uma lei, a lei especial prevalecerá sobre
a lei geral.

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01 - Érica conduz investigação no concernente a crime que é capitulado em mais de uma lei formal. Com dificuldades
de definir a lei aplicável, estabelece que, no caso investigado, deveria ser aplicado o princípio da:
A) constitucionalidade
B) individualidade
C) especialidade
D) temporalidade

02 - O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida provisória para agravar
a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada ocorra somente após a aprovação da medida
pelo Congresso Nacional.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão
pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – E
03 - E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

FONTES DO DIRETO PENAL E CONFLITO APARENTE DE NORMAS

FONTES DO DIREITO PENAL

Podemos conceituar como fonte, o lugar de onde vem o direito penal. Sua classificação tem como base duas
análises:

1 – Quem as criou
2 – Como se manifestam

FONTE MATERIAL

Quem pode criar normas penais???


Apenas a UNIÃO tem competência para legislar sobre direito penal (art.22, I, CF), porém, cabe aos ESTADOS
legislarem de forma excepcional.
Guilherme Nucci afirma que o Estado não podem legislar sobre as matérias inseridas na Parte Geral do Código
Penal, pois estas têm alcance nacional, e sua competência se limita a normas específicas de cada local nem podem
criar normas em desconformidade com a legislação federal.

FONTE FORMAL

Está diretamente relacionada a maneira como a norma penal é exteriorizada, propagada. A doutrina
geralmente as divide em MEDIATAS E IMEDIATAS

FONTES MEDIATAS – COSTUMES E PRINCÍPIOS GERAIS


FONTES IMEDIATAS – LEIS

Pelo PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, somente lei pode criar crimes e estabelecer sanções (fontes imediatas),
porém, a Constituição poderá criar Mandados Incriminadores, que vinculam o legislador à proteção de determinado
bem jurídico.
Quando é estabelecido um mandado de criminalização, o legislador deve obediência a Constituição, devendo
observar sempre a proporcionalidade relativa a proibição do excesso e a proibição da proteção insuficiente.
A Constituição apenas reconhece como fonte formal direta, a sua lei interna, as convenções internacionais
não se qualificam como fontes imediatas pelo nosso ordenamento jurídico, por isso, não pode criar crimes nem
estabelecer penas.
Com esse entendimento, podemos conceituar em relação aos costumes que se forem:

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☠ INCRIMINADORES – NÃO É PERMITIDO! Fere o princípio da legalidade
☠ ABOLICIONISTAS – CONTROVÉRSIAS! Haja vista ser benéfico ao agente
☠ INTERPRETATIVO – PERMITIDO!

CONFLITO APARENTE DE NORMAS

O conflito aparente de normas acontece quando existem duas ou mais normas incriminadoras descrevendo o
mesmo fato. Existe o conflito pois tenho mais de uma norma que regula o fato, e é aparente pois somente uma será
aplicada. Mas como solucionar um conflito aparente entre duas normas penais???
Existindo mais de uma norma competente, para evitar o bis in idem, podemos analisar qual norma será
aplicada através do uso de princípios:

👉 Princípio da Especialidade (Lex specialis derogat generali)

O princípio da especialidade é um dos mais importantes princípios utilizados quanto a aplicação da lei
aparentemente conflitante, para Bittencourt (LAURIA, p. 11) os demais princípios “somente devem ser lembrados
quando o primeiro não resolver satisfatoriamente os conflitos”. Nesses termos, estabelece esse princípio que: “A
norma especial prevalece sobre a norma geral”.

👉 Princípio da Subsidiariedade (Lex primaria derogat subsidiariae)

A norma subsidiária será menos gravosa ao bem jurídico. Não serão conflitantes quanto a especialidade, mas
quanto a gravidade.
Existe um crime mais amplo, autônomo, que prevê como norma geral, parte dessa norma subsidiária. A norma
primária, que descreve o ‘todo’, absorverá a menos ampla (a subsidiária), tendo em vista que, esta ‘cabe’ dentro da
primeira.
A norma principal, não é especial, ela é mais ampla do que a subsidiária.

👉 Princípio da Consunção (Lex consumens derogat consumptae)

Princípio segundo o qual o fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e menos graves, que
funcionam como fase normal de preparação ou execução ou mero exaurimento.
Aqui eu tenho um crime meio, menos grave, e essa conduta é englobada por um crime fim, mais grave, e é por
este absolvido.
Podemos entender essa relação quando associamos, por exemplo, ao crime progressivo.

👉 Princípioda Alternatividade
Princípio aplicado quando a norma descreve várias formas de realização do crime, onde a ação de uma ou de
todas configura o tipo.
São os denominados tipos mistos alternativos, relacionados aos crimes de ação múltipla.
A ocorrência de qualquer dos verbos nessa relação, configura crime autônomo.

Com isso, podemos afirmar que a alternatividade é a consunção resolvendo conflitos entre condutas previstas
na mesma norma e não um conflito entre normas.

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01 - Para se vingar de uma agressão pretérita, João, maior de idade, com vontade livre e consciente de matar, efetuou
disparos de arma de fogo contra Pedro. Tendo se certificado de que apenas um projétil havia atingido Pedro, em local
não letal, e de que ele ainda estava vivo, João, então, efetuou mais dois disparos. Esse dois disparos foram letais, e o
homicídio se consumou. João possuía o porte e a posse legal da arma utilizada.
Considerando essa situação, assinale a opção correta.
A) Trata-se de um crime progressivo, pois João praticou vários atos, tendo passado de um crime menos grave para
outro de maior gravidade.
B) Em razão do princípio da consunção, que será aplicado ao caso, João responderá unicamente pelo homicídio.
C) O crime praticado por João é classificado como crime complexo.
D) João praticou duas condutas típicas e autônomas, pois dois bens jurídicos foram violados em um só contexto fático.
E) Em razão do princípio da subsidiariedade, João responderá apenas pelo crime de homicídio.

02 - Sobre o conflito aparente de normas penais e os princípios dirimentes, é correto afirmar que
A) a norma especial prevalece sobre a norma geral e, necessariamente, descreve um tipo penal apenado mais
severamente.
B) o conflito aparente de normas penais tem por requisito a unidade fática; a pluralidade de normas aplicáveis ao
mesmo fato (aparente) e a vigência contemporânea de todas elas.
C) a norma subsidiária descreve um grau maior de lesividade ao bem jurídico e, necessariamente, um tipo penal
apenado mais severamente.
D) a consunção, pela qual uma conduta absorve outra, é possível no crime progressivo, no crime complexo e na
progressão criminosa. Em todos, necessariamente, há unidade de desígnios do sujeito ativo, desde o primeiro ato.
E) pelo princípio da subsidiariedade, prescinde-se do caso concreto para se saber qual a norma aplicável. A análise é
feita de forma abstrata, confrontando-se as normas.

03 - Havendo conflito aparente de normas, aplica-se o princípio da subsidiariedade, que incide no caso de a norma
descrever várias formas de realização da figura típica, bastando a realização de uma delas para que se configure o
crime.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO

01 – B
02 – B
03 - E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

APLICAÇÃO DA LEI PENAL I

LEI PENAL NO TEMPO

Para determinar o tempo em que ocorreu o crime, o Código Penal adota a TEORIA DA ATIVIDADE prevista no
art. 4°, segundo ela “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado”. Vou considerar o momento da ação ou omissão, que pode coincidir ou não, com o
momento do resultado.

TEMPO DO CRIME = AÇÃO/OMISSÃO


RESULTADO

RETROATIVIDADE LEI PENAL ULTRA-ATIVIDADE

EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL

☠ LEX GRAVIOR/NOVATIO LEGIS IN PEJUS - Nova lei que será prejudicial ao réu, a conduta criminosa já existe, agora
será agravada. Aplica-se apenas a fatos posteriores à entrada em vigor. EX NUNC
☠ NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA - A conduta que antes configurava um fato atípico, agora para a ser considerada
crime por uma nova lei. Aplica-se apenas a fatos posteriores à entrada em vigor. EX NUNC
☠ LEX MITIOR/NOVATIO LEGIS IN MELLUIS - Nova lei que beneficiará o réu, a conduta continua sendo criminosa,
porém, a nova lei estabelece regras antes não contidas, que melhoram a situação do agente. São adotadas a
retroatividade e a ultratividade. EX TUNC

👉Transitada em julgado a sentença penal condenatória, compete ao juiz da execução a aplicação da lei mais
benigna – Súmula 611, STF

☠ ABOLITIO CRIMINIS - Art. 2°, CP. Nova lei deixa de considerar determinada conduta como criminosa, cessando em
virtude dela, todos os efeitos penais da sentença penal condenatória (extinção da punibilidade - art. 107, III, CP).
Aplica-se ainda que já tenha ocorrido o trânsito em julgado. EX TUNC

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*ABOLITIO CRIMINIS X CONTINUIDADE TÍPICO NORMATIVA*

👉 ABOLITIO CRIMINIS – o crime é revogado totalmente, ou seja, formal e materialmente, ocorre a extinção da
punibilidade do agente

Ex: Adultério não é mais considerado crime

👉 CONTIUIDADE TÍPICO NORMATIVA – O crime não é revogado totalmente, existe apenas a revogação formal,
ou seja, o fato continua sendo crime, porém, a conduta é deslocada para outro tipo penal.

Ex: Atentado violento ao pudor hoje integra o Estupro.

*LEI INTERMEDIÁRIA*

Imagine existir uma Lei A ao tempo da conduta, ao decorrer do processo criminal, surge uma lei revogadora da lei
A, a Lei B, e ao tempo da sentença já está em vigor a Lei C.

Posso aplicar a Lei intermediária (B) ao fato???


Sim, desde que seja mais favorável ao réu do que as demais.

*APLICAÇÃO DA LEI PENAL NOS CRIMES PERMANENTES E CONTINUADOS*

Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se aos crimes permanentes e continuados se a sua vigência é anterior à
cessação da permanência ou continuidade.

*COMBINAÇÃO DE LEIS /LEX TERTIA*

O entendimento do STF e do STJ é de que NÃO É POSSÍVEL a combinação de leis no tempo, ou seja, o juiz não
pode aplicar partes de uma lei que beneficia o réu e partes de outra lei que também beneficia o réu, com essa atitude,
o judiciário criaria uma terceira lei (lex tertia), ferindo com isso a separação dos poderes.
Tenho que aplicar a lei mais benéfica na íntegra, vedada a combinação de leis.

*LEI EXCEPCIONAL E TEMPORÁRIA – Art. 3°, CP*

👉 LEI EXCEPCIONAL: É aquela criada para vigorar durante casos excepcionais, como por exemplo, uma lei que
vigorará durante o período de catástrofe natural. Aplicada a situações específicas, durará até o fim do período do fato
que ensejou sua criação.

👉 LEI TEMPORÁRIA: É aquela criada para vigorar em determinado período de tempo, como por exemplo a lei
da copa, editada em 2014, foi criada para vigorar durante o período da copa das confederações. O próprio texto indica
o seu tempo de vigência.

Ambas são leis ultra-ativas, ou seja, aplicam-se aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que já
revogadas, são também autorrevogáveis, já que não necessitam do surgimento de uma lei posterior para perderem a
vigência (não caracteriza então, abolitio criminis).

pág. 1
01-Assinale a alternativa que indica a teoria adotada pela legislação quanto ao tempo do crime.
A) Retroatividade.
B) Atividade.
C) Territorialidade.
D) Ubiquidade.
E) Extraterritorialidade.

02-A ultratividade é a aplicação da norma penal benéfica a fato criminoso acontecido antes do período da sua vigência.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03-Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi
formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderá
pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
03 – C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

APLICAÇÃO DA LEI PENAL II

LEI PENAL NO ESPAÇO


Como você já sabe, para determinarmos o tempo em que ocorreu o crime, o Código Penal adota a TEORIA DA
ATIVIDADE (art. 4°, CP).
Referente ao LUGAR DO CRIME, a teoria estabelecida pelo Código é a da UBIQUIDADE (art.6°, CP), segundo
ela: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir o resultado”, ou seja, para essa teoria, considera-se praticado o crime no lugar
da conduta ou no lugar do resultado/consumação.

LUGAR DO CRIME = AÇÃO/OMISSÃO OU


RESULTADO

✍ BIZU: LUTA: Lugar = Ubiquidade; Tempo = Atividade

Como regra, uma lei é editada para vigorar dentro do seu país, pois cada estado possui um limite de
soberania que não deve ultrapassar as fronteiras nacionais, ou seja, um estado não pode exercer sua soberania
em outro estado. Passaremos agora a estudar regras e exceções relacionadas as leis penais no espaço.

TERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE INTRATERRITORIALIDADE


Lei BRASILEIRA aplicada aos crimes Lei BRASILEIRA aplicada aos crimes Lei ESTRANGEIRA aplicada aos crimes
cometidos no BRASIL cometidos no EXTERIOR cometidos no BRASIL

TERRITORIALIDADE

Art. 5°, CP: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
crime cometido no território nacional.” Temos o que chamamos de PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
MITIGADA/TEMPERADA (possui exceções: “sem prejuízo de...”).
Existem ainda os casos em que a lei considera sendo EXTENSÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL, aplicando-se
assim a lei penal brasileira, estão previstos nos §§ 1° e 2° do Art. 5°, CP.

.
.

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.

EXTENSÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL


EMBARCAÇÕES E AERONAVES
BRASILEIRAS, DE NATUREZA PÚBLICA BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE ESTRANGEIRAS DE PROPRIEDADE
OU A SERVIÇO DO GOVERNO PROPRIEDADE PRIVADA PRIVADA
BRASILEIRO
ONDE QUER QUE SE ENCONTREM ESPAÇO AÉREO CORRESPONDENTE OU EM POUSO NO TERRITÓRIO NACIONAL
EM ALTO-MAR OU EM VOO NO ESPAÇO AÉREO
CORRESPONDENTE, E ESTAS EM PORTO
OU MAR TERRITORIAL DO BRASIL

EMBAIXADA – NÃO é considerada extensão do território nacional (Embaixada brasileira na Argentina é


território argentino).
DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE – Art. 3°da Lei 8.617/39. É reconhecido aos navios de todas as
nacionalidades, o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro, desde que não seja prejudicial à paz, à boa
ordem e a segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.

01 - Esquimó é acusado de cometer crime ocorrido em aeronave que realiza voo internacional. Nos termos do Código
Penal, é considerada extensão do território para fins de aplicação da lei brasileira:
A) aeronaves estrangeiras em voo onde estiverem
B) aeronaves brasileiras em voo no espaço aéreo nacional
C) aeronaves estrangeiras pousadas em aeroportos internacionais
D) aeronaves brasileiras mercantes em voo perante espaço aéreo estrangeiro

02 - De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta acerca do tempo e lugar do crime:
A) Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu a ação ou omissão, bem como quando se produziu
ou deveria produzir-se o resultado.
B) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, ainda que outro seja o local do
resultado.
C) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
D) Considera-se praticado o crime no lugar da ação ou, em caso de omissão, apenas no local do resultado.
E) Para fins penais, o tempo e o lugar do crime são idênticos.

03 – Aeronave brasileira de natureza pública, será considerada extensão do território nacional onde quer que se
encontre.
CERTO ( ) ERRADO ( )

pág. 1
GABARITO
01 - B
02 -C
03 - C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

APLICAÇÃO DA LEI PENAL III

LEI PENAL NO ESPAÇO

EXTRATERRITORIALIDADE

A regra de aplicação da lei brasileira é a do princípio da territorialidade em que se aplica a lei brasileira aos
crimes cometidos no Brasil, porém, existem casos em que a lei brasileira será aplicada aos crimes cometidos no
estrangeiro, é o fenômeno da extraterritorialidade.

. EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

Não há qualquer condição à aplicação da lei brasileira, sendo suficiente o fato de o crime ter sido praticado no
estrangeiro, são as hipóteses previstas no art. 7°, I, CP:

Art. 7°, I, CP - Ficam sujeitos a lei brasileira mesmo que cometidos no estrangeiro os crimes:

☠ CONTRA A VIDA OU LIBERDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA;


☠ CONTRA O PATRIMÔNIO OU A FÉ PÚBLICA DA UNIÃO, DO DF, DE ESTADOS, DE TERRITÓRIOS, DE MUNICÍPIOS, DE
EMPRESAS PÚBLICAS, SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, AUTARQUIAS OU FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS PELO PODER
PÚBLICO;
☠ CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, POR QUEM ESTÁ A SEU SERVIÇO;
☠ DE GENOCÍDIO, QUANDO O AGENTE FOR BRASILEIRO OU DOMICILIADO NO BRASIL.

. Neste casos, o agente será punido segundo a lei brasileira ainda que tenha sido condenado ou absolvido no
estrangeiro (art. 7°, § 1°, CP), ou seja, eu não afasto a lei penal brasileira, sendo aplicado o instituto da DETRAÇÃO
PENAL (art.8°) nesse caso. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

✍ BIZU: CIDA – Computa se Idêntica e se Diversa Atenua.

A
detração só se aplica na extraterritorialidade incondicionada, para afastar o bis in idem.

EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

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Prevista no art.7°, II, CP, são estabelecidas determinadas condições para que seja aplicada a sei brasileira, ou seja,
determinados crimes cometidos no exterior são submetidos a lei brasileira desde que atendidas certas condições,
acompanhe as regras:

Art. 7°, II, CP - Ficam sujeitos a lei brasileira mesmo que cometidos no estrangeiro os crimes:

☠ QUE POR TRATADO OU CONVENÇÃO O BRASIL SE OBRIGOU A REPELIR;


☠ PRATICADO POR BRASILEIRO;
☠ PRATICADO EM AERONAVES OU EMBARCAÇÕES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE PROPRIEDADE PRIVADA,
☠QUANDO EM TERRITÓRIO ESTRANGEIRO E AÍ NÃO SEJAM JULGADOS;

CONDIÇÕES CUMULATIVAS (art. 7°, § 2°, CP):

A) ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL;


B) SER O FATO PUNÍVEL TAMBÉM NO PAÍS EM QUE FOI PRATICADO;
C) ESTAR O CRIME INCLUÍDO ENTRE AQUELES EM QUE O BRASIL AUTORIZA A EXTRADIÇÃO;
D) NÃO TER SIDO O AGENTE ABSOLVIDO NO ESTRANGEIRO OU NÃO TER AI CUMPRIDO A PENA;
E) NÃO TER SIDO O AGENTE PERDOADO NO ESTRANGEIRO OU, POR OUTRO MOTIVO, NÃO ESTAR EXTINTA A
PUNIBILIDADE, SEGUNDO A LEI MAIS FAVORÁVEL.

EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA

Além das condições estabelecidas no §2°, o art. 7°, §3°, CP estabelece duas outras condutas que devem ser
somadas a elas:

Crimes cometidos por estrangeiros contra brasileiros fora do Brasil.

👉 NÃO FOI PEDIDA OU FOI NEGADA A EXTRADIÇÃO;


👉 HOUVE REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA.

01 - Ficam sujeitos à lei brasileira, sem a necessidade do concurso de nenhuma condição, os seguintes crimes
cometidos no estrangeiro:
A) praticados por brasileiro.
B) aqueles que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.
C) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
D) praticados em aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí
não sejam julgados.
E) praticados em embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e
aí não sejam julgados.

02 - O crime contra a fé pública de autarquia estadual brasileira cometido no território da República Argentina fica
sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele país.
pág. 1
CERTO ( ) ERRADO ( )
03 - No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante, julgue o
próximo item.

Em atenção ao princípio ne bis in idem, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, quando idênticas.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – C
03 - C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

FATO TÍPICO I

1.CONDUTA
 INFRAÇÃO PENAL – Sistema Dicotômico. Se divide em:

👉CRIMES: A lei comina pena de Reclusão ou Detenção isoladamente ou cumulativamente com


pena de multa (art.1° da LICP).
Há territorialidade e extraterritorialidade.
Pune-se a tentava.

👉CONTRAVENÇÕES: A lei comina pena de prisão simples isoladamente ou cumulativamente com


pena de multa (art.1°, LICP).
Não há extraterritorialidade.
Não se pune a tentava.

 SANÇÕES PENAIS - Sistema Vicariante. Se divide em:

👉PENAS: Privativa de liberdade, restritiva de direito e multa (gravidade do delito)

☠ O tempo máximo de cumprimento de pena privativa de liberdade no Brasil, não pode ser superior a 40 anos –
art.75, CP (redação dada pela Lei 13.964/2019)

MEDIDAS DE SEGURANÇA: Cuida dos inimputáveis e do semi-imputáveis que apresentam periculosidade


(periculosidade do agente)

☠ SÚMULA 527, STJ: O tempo de duração da medida se segurança não deve ultrapassar o limite máximo de pena
abstratamente cominada ao delito praticado.

CONCEITO DE CRIME: Crime é fato típico, ilícito e culpável, segundo o conceito analítico de crime (TEORIA
TRIPARTIDA DO CRIME).

TEORIA TRIPARTIDA DO CRIME


FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
- CONDUTA - LEGÍTIMA DEFESA - IMPUTABILIDADE
- RESULTADO - ESTADO DE NECESSIDADE - POT. CONHECIMENTO DA ILICITUDE
- NEXO CAUSAL - EXERC. REGULAR DO DIRETO - ENEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
- TIPICIDADE - EST. CUMP. DO DEVER LEGAL

pág. 1
FATO TÍPICO

O Fato Típico, é o primeiro elemento do crime, a ilicitude é seu pressuposto, estudaremos cada um deles de forma
minuciosa.

1. CONDUTA

Antes de iniciar o estudo sobre a conduta, você precisa entender a diferença entre sujeito ativo e passivo do crime:

👉SUJEITO ATIVO: aquele que pratica a ação ou omissão (autor)


👉SUJEITO PASSIVO: aquele que sofre a ação ou omissão (vítima)

Pessoa Jurídica pode cometer crime???


Art. 225, §3°, CF. (dupla imputação objetiva).

A teria adotada pelo Código Penal para explicar a conduta é a TEORIA FINALISTA, desenvolvida por Hans Welzel,
essa teoria considera conduta como um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um fim.

CONDUTA = VONTADE + AÇÃO.

☠ AÇÃO = Ação ou omissão


☠ VONTADE = Dolo ou culpa

1.1 FORMAS DE CONDUTA

☠COMISSIVA: fazer
☠OMISSIVA: não fazer
👉Próprio – a lei prevê apenas um deixar de fazer do agente quando ele poderia agir para evitar o resultado, não
havendo uma caraterística própria do agente, qualquer pessoa, naquela situação, poderia ser responsabilizada
pelo crime. Ex: omissão de socorro – art. 135, CP.
👉Impróprio - a lei prevê um deixar de fazer, agora quando existe a obrigação de fazer. Ex: salva vidas que não
impede um afogamento – art. 13, § 2°, CP.

1.2. EXCLUDENTES DA CONDUTA

COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL


HIPINOSE/ SONAMBULISMO
ATOS REFLEXOS
CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR

CUIDADO!!! Coação Moral Irresistível, esta atua no terceiro elemento do tipo penal (Culpabilidade –
inexigibilidade de conduta diversa).

pág. 1
01 - A babá que, distraída com o último capítulo da novela, observa impassível o sufocamento da criança sob os seus
cuidados comete crime:
A) omissivo impróprio.
B) omissivo próprio.
C) omissivo por comissão.
D) comissivo impróprio.
E) comissivo próprio.

02 - Considerando-se o conceito analítico de crime, exclui-se a conduta quando


A) presente coação moral irresistível.
B) presentes caso fortuito e força maior.
C) presente doença mental do agente da conduta.
D) presente coação física, seja resistível, seja irresistível.
E) presente embriaguez preordenada.

03 - Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, a praticar uma infração penal cometerá fato típico e
ilícito, porém não culpável.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 - A
02 - B
03 - E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

FATO TÍPICO II

1.CONDUTA

FATO TÍPICO

1. CONDUTA

1.3 – CRIME DOLOSO – art. 18, I, CP


“O agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”.

☠ DOLO DIRETO – o agente quer praticar a conduta e alcançar o resultado.


Ex: quero causar a morte de alguém e dolosamente, dou um tiro.
☠ DOLO EVENTUAL – o agente tem dolo na conduta, quanto ao resultado, ele não se importa com a sua ocorrência.
Ex: dirijo imprudentemente em uma via em que passam muitos pedestres, se atropelar alguém, não me importo!
☠ DOLO GERAL/ ERRO SUCESSIVO/ ABERRATIO CAUSAE – ocorre quando o agente, acreditando que o resultado
desejado já aconteceu, pratica outra conduta posterior, no entanto, é essa nova conduta que ocasiona o resultado,
nesse caso, ele responde pelo crime de acordo com o seu dolo, mesmo que o resultado tenha sido ocasionado por
uma segunda conduta.
Ex: dou um tiro na vítima, acreditando que ela já estava morta, jogo o corpo ao mar, no entanto, ela morre
afogada, respondo pelo meu dolo, morte pelos tiros.

1.4– CRIMES CULPOSOS – art. 18, II, CP


“O agente deu causa ao resultado por Imperícia, Imprudência ou Negligencia”.

ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO:

 Conduta voluntária
 Violação do dever de cuidado
 Resultado involuntário
 Nexo causal
 Previsibilidade objetiva
 Tipicidade

Crimes culposos não admitem tentativa

ESPÉCIES DO CRIME CULPOSO

☠ CULPA PRÓPRIA: Culpa propriamente dita, o agente não quer o resultado e não assumiu o risco de produzi-lo. Se
divide em duas espécies:
👉CULPA INCONSCIENTE: O agente não prevê o resultado que era previsível de acordo com a análise do homem

pág. 1
médio.
Ex: por falta de atenção não vejo que o sinal fechou e acabo atropelando um pedestre.
👉CULPA CONSCIENTE: Culpa com previsão, aqui, o agente prevê o resultado, mas acredita seriamente que ele
não ocorrerá por confiar em suas habilidades pessoais.
Ex: vejo que o sinal vai fechar, mas confio que tenho a capacidade de dirigir com rapidez adequada para
ultrapassar antes que ele feche e eu atropele um pedestre.
☠ CULPA IMPRÓPRIA: Ocorre nos casos de Erro Evitável quanto a Ilicitude do fato, ou seja, o agente tem um dolo
porque credita estar amparado por uma excludente de ilicitude, apesar do dolo, ele responde pela culpa (art. 20 §1°,
segunda parte do CP) – DESCRIMINANTE PUTATIVA - admite tentativa.
Ex: mato meu tio que entra bêbado na minha casa, achando ser um ladrão.

1.5 – ERRO DE TIPO


Há uma falsa percepção da realidade, o agente sabe que determinada conduta é considerada crime, mas ele
não tem consciência que está praticando essa conduta, ou seja, o agente não sabe o que faz.

☠ ERRO DE TIPO ESSENCIAL – Art. 20, CP: o agente tem uma falsa percepção da realidade, o erro recai sobre
elementares do tipo, devendo-se analisar se ele poderia ou não evitar sua ocorrência.
👉 ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL: qualquer pessoa naquela situação também erraria – exclui o dolo e a culpa
👉 INESCUSÁVEL/EVITÁVEL: se o agente tomasse um pouco mais de cuidado, ele poderia evitar esse erro –
exclui o dolo, mas permite a punição por culpa se previsto em lei.

☠ ERRO DE TIPO ACIDENTAL – É um erro na execução do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com
o resultado. Pode ser:
👉ERRO SOBRE A PESSOA/IN PERSONA (art. 20, §3°, CP): o agente erra quanto a vítima com a qual ele quer
praticar a conduta criminosa, confunde, o erro é irrelevante e ele responde pelo crime considerando as
qualidades da vítima pretendida (virtual);
👉ERRO NA EXECUÇÃO/ ABERRATIO ICTUS (art. 73, CP): o agente não confunde a vítima, porém, por um erro na
execução ele acerta outra pessoa, ele responde pelo crime considerando as qualidades da vítima pretendida
(virtual), porém, se além de atingir a vítima virtual ele também consegue atingir a vítima desejada, responde
pelos dois crimes em concurso formal (art.70, CP).
👉RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO / ABERRATIO CRIMINIS (Art. 74, CP): quando por erro na execução,
sobrevém resultado diverso daquele pretendido pelo agente, o agente responde a título de culpa se o fato é
previsto como crime culposo, se o correr também o resultado pretendido, o agente responde pelos dois crimes
em concurso formal (art.70, CP).

01 - Assinale a alternativa correta:


A) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável,
poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
B) Se o fato é cometido sob coação resistível, só é punível o autor da coação.
C) Se o fato é cometido em estrita obediência à ordem, ainda que manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da ordem.
D) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado isenta de pena.

02 - Situação hipotética: Um agente, com a livre intenção de matar desafeto seu, disparou na direção deste, mas
atingiu fatalmente pessoa diversa, que se encontrava próxima ao seu alvo. Assertiva: Nessa situação, configurou-se o
erro sobre a pessoa e o agente responderá criminalmente como se tivesse atingido a pessoa visada.

pág. 1
CERTO ( ) ERRADO ( )
03 - O erro sobre elementos constitutivos do tipo penal, essencial ou acidental, em todas as suas formas, exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – E
03 - E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

FATO TÍPICO III

1.RESULTADO

FATO TÍPICO

2.RESULTADO

É quando o crime chega na fase de consumação (nem todos os crimes exigem o resultado naturalístico para
estarem consumados).

CRIMES MATERIAIS: exigem um resultado para a consumação. Ex: homicídio


CRIMES FORMAIS: não exigem um resultado para a consumação, embora ele possa ocorrer. Ex: extorsão
CRIMES DE MERA CONDUTA: não existe um resultado naturalístico. Ex: porte de arma

O resultado pode ser:

☠ NATURALÍSTICO (Físico): transformação do mundo exterior perceptível aos olhos. Só é exigido nos crimes
materiais.
☠ JURÍDICO (Normativo): violação do tipo penal. Todos os crimes possuem resultado jurídico.

2.1 INTER CRIMINIS

Caminho imaginário do crime, se divide em:

COGITAÇÃO: fase interna não punível, representação mental do agente


PREPARAÇÃO: começa a adotar algumas medidas para a realização do crime, só é punível se constituir crime
autônomo
EXECUÇÃO: início da conduta delituosa, é punível
CONSUMAÇÃO: final da tentativa, o agente consegue realizar completamente sua conduta, crime acabado, é
punível

2.2 CONSUMAÇÃO
“Art. 14 - Diz-se o crime:
I – Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”

2.3 TENTATIVA
“Art. 14 - Diz-se o crime:
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída
de um a dois terços”
pág. 1
Observe que o crime tentado não é punido da mesma forma que o crime consumado, pois o resultado
naturalístico não chegou a ocorrer, temos a aplicação da pena do crime consumado, com uma redução que varia de
1/3 a 2/3 – o quanto dessa redução fica a critério do juiz, que analisará a proximidade da conduta ao resultado.

ESPÉCIES DE TENTATIVA

☠ BRANCA/INCRUENTA: o objeto do crime não é atingido;


☠ VERMELHA/CRUENTA: o objeto do crime é atingido;
☠ PERFEITA/ACABADA: esgoto todos os meios necessários a consumação;
☠ IMPERFEITA/INACABADA: o agente ainda não esgotou todos os meios para a execução.

NÃO ADMITEM TENTATIVA

☠ CULPOSOS: imperícia, imprudência ou negligencia;


☠ PRETERDOLOSOS: tenho dolo na conduta e culpa no resultado;
☠ UNISSUBSISTENTES: não admite fracionamento, uma conduta já produz o resultado;
☠ OMISSIVOS PRÓPRIOS: deixo de fazer, quando eu poderia fazer, não evitando o resultado;
☠ PERIGO ABSTRATO: não exigem lesão ao bem jurídico, nem comprovação de perigo;
☠ CONTRAVENÇÕES: infrações de menor potencial ofensivo, previstas no Decreto-lei nº 3.688/41
☠ HABITUAIS: o crime se consuma com diversos atos, praticados habitualmente.

01 - Becket saca de um revólver e desfere seis tiros em Bebezão para resolver um desentendimento ocorrido em
determinado bar. Nenhum dos tiros atinge a vítima. Nesse caso, deve ser classificada a tentativa como:
A) cruenta
B)vermelha
C)branca
D) inadmissível

02 - Iter criminis corresponde ao percurso do crime, compreendido entre o momento da cogitação pelo agente até os
efeitos após sua consumação. Há relevância no estudo do iter criminis porque, conforme o caso, podem incidir
institutos como desistência voluntária, princípio da consunção e tentativa. Considera-se punível o crime tentado no
caso de
A) o agente ser flagrado elaborando os planos para a prática do crime.
B)o agente ser flagrado realizando atos de preparação para o crime.
C)o crime, iniciada a execução, não se consuma por ineficácia absoluta do meio empregado para sua prática.
D) o agente, iniciada a execução, desistir de prosseguir com a ação, impedindo seu resultado.
E) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade do agente.

03 - A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para posteriormente revendê-
los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada praça pública de uma cidade brasileira,
Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o conduziram coercitivamente até a delegacia.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Se a conduta de Pedro não se consumar em razão de circunstâncias alheias à sua vontade, ele responderá pelo crime
tentado, para o que está prevista a pena correspondente ao crime consumado diminuída de um a dois terços.
CERTO ( ) ERRADO ( )
pág. 1
GABARITO:

1) C

2) E

3) C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

FATO TÍPICO IV

1.RESULTADO

FATO TÍPICO

2.RESULTADO

2.4 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ


“Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só
responde pelos atos já praticados.”

Para o agente ser beneficiado por estes institutos, o resultado jamais poderá ocorrer, são denominadas “pontes de ouro”
do direito penal, pois afastam a figura da tentativa e o agente só responderá pelos atos já praticados.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: eu desisto de continuar na execução do crime, mesmo ainda possuindo essa
oportunidade, ainda não foram esgotados os atos executórios.
ARREPENDIMENTO EFICAZ: eu desisto de continuar nos atos executórios, porém, os meios executórios aqui,
já estão esgotados.

2.5 ARREPENDIMENTO POSTERIOR


“Art. 16. - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.”

Diferentemente do art. 15, em que o agente só responderá pelos atos já praticados, aqui, preenchidos os
requisitos do arrependimento posterior, o agente responderá pelo crime com uma redução de pena, observe que aqui,
o crime já está consumado, por isso não há de se falar em responsabilização apenas dos atos já praticados.
Temos o que a doutrina chama de “ponte de prata” do direito penal, já que o agente não pode ser beneficiado
pela exclusão da tipicidade do crime.

2.6 CRIME IMPOSSÍVEL


“Art. 17. - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é
impossível consumar-se o crime.”

No crime impossível, que também pode aparecer na sua prova com o nome de tentativa inidônea, a ineficácia
absoluta do meio ou a absoluta impropriedade do objeto devem ser “absolutas”, ou seja, não pode haver a mínima
possibilidade de o crime chegar a consumação.
O Código Penal adota como teoria a: TEORIA OBJETIVA DA PUNIBILIDADE DO CRIME IMPOSSÍVEL, em que há a
impossibilidade de punição da tentativa inidônea, tornando a conduta atípica.

Súmula 567, STJ: sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança
pág. 1
no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
Súmula 145, STF: não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.

01 - À luz do que dispõe o Ordenamento Penal brasileiro,


A) o agente que desiste de forma voluntária de prosseguir na execução do crime, ou impede que o resultado se
produza, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
B) o arrependimento posterior, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, deve ocorrer até o
oferecimento da denúncia ou da queixa.
C) não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
D)crime impossível é aquele em que o agente, embora tenha praticado todos os atos executórios à sua disposição, não
consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
E) diz-se crime culposo, quando o agente assumiu o risco de produzi-lo.

02 - O arrependimento eficaz
A) configura-se quando a execução do crime é interrompida pela vontade do agente.
B) dá-se após a execução, mas antes da consumação do crime.
C) decorre da interrupção casuística do iter criminis.
D) é causa inominada de exclusão da ilicitude.
E) exige que a manifestação do autor do crime seja posterior à consumação do delito.

03 - Considere que Pedro, penalmente imputável, pretendendo matar Rafael, seu desafeto, aponta em sua direção
uma arma de fogo e aperta o gatilho por diversas vezes, não ocorrendo nenhum disparo em razão de defeito estrutural
da arma que, de forma absoluta, impede o seu funcionamento. Nessa situação, Pedro será punido pela tentativa
delituosa, porquanto agiu com manifesta vontade de matar José.
CERTO ( ) ERRADO ( )

RESPOSTA
01 - C
02 – B
03 – E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

FATO TÍPICO VI

FATO TÍPICO

3. NEXO CAUSAL

“Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.”

O nexo causal é o elo entre a conduta do agente e o resultado. Ausente esse componente, não teremos crime.
Existem algumas teorias que buscam explicar a causa, são elas:

☠ TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES/ CAUSALIDADE SIMPLES (CONDITIO SINE QUA NON) – THYRÉN:
Causa, é toda conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido. Para saber o que seria causa, é necessário retirar a
conduta e observar se mesmo assim o resultado teria ocorrido, é o chamado “MÉTODO DE THYRÉN”. Se analisada
apenas por esse método, teríamos uma regressão infinita do que seria causa, para eliminar essa hipótese de regressão
infinita, torna-se necessário a análise do dolo, agregando-se a essa teria, tem-se a CAUSALIDADE OBJETIVA.

☠ TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA – KARL LARENZ: Busca evitar a regressão ao infinito. Desenvolvida por Roxin,
aqui, a imputação somente poderia ocorrer se o agente tivesse dado causa ao fato (causalidade fática), mas também
houvesse uma relação de criação ou aumento de risco não permitido com essa conduta (causalidade normativa).

☠ TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: Adotada pelo CP apenas quanto a causa superveniente relativamente
independente que por si só produziu o resultado, onde o agente não responderá pelo resultado, apenas pelos fatos
anteriores.

Nem sempre o resultado é causado apenas por uma causa, podendo haver uma junção para a produção do
resultado.
Elas podem ser:

👉 ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: a causa que ensejou o resultado é absolutamente independente da


conduta do agente, o resultado ocorreria sem a conduta do agente. Sempre adoto a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA
DOS ANTECEDENTES (o autor da causa efetiva responde pelo resultado, e o autor do comportamento paralelo
responde pela tentativa).

👉 RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: a causa que ensejou o resultado é relativamente independente da conduta


do agente, somente com a junção das duas, sou capaz de produzir o resultado. Adoto a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA
DOS ANTECEDENTES (o agente responde pelo resultado) em relação as causas preexistente e concomitante e em
relação a superveniente que não produziu por si só o resultado. E a TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA (o
agente responde pelos atos já praticados) em relação a causa superveniente que produziu por si só o resultado.

pág. 1
Quanto ao tempo em que ocorreu o resultado, a causa do resultado pode ser, em relação a conduta do agente:

☠ PREEXISTENTE: a conduta que produziu o resultado foi anterior a conduta do agente


☠ CONCOMITANTE: a conduta que produziu o resultado se deu ao mesmo tempo da conduta do agente
☠ SUPERVENIENTE: a conduta que produziu o resultado foi posterior a conduta do agente, se divide em:
☠ POR SI SÓ PRODUZIU O RESULTADO: o resultado sai da linha de desdobramento da conduta, é como se
tivesse sozinha produzido o resultado. Ex: efetuo um tiro em uma pessoa, e no caminho do hospital ela vem a
óbito por um acidente com a ambulância – O agente responde apenas elos atos já praticados (tentativa de
homicídio/lesão corporal... a depender do dolo), não podendo ser responsabilizado pelo resultado morte.
☠ NÃO PRODUZIU, POR SI SÓ O RESULTADO: resultado está na linha de desdobramento da conduta inicial do
agente. Ex: tento matar uma pessoa com um tiro e ela morre em decorrência de um erro médico durante a
cirurgia ou de uma infecção hospitalar – O agente responde pelo resultado consumado

CONCAUSA PREEXISTENTE CONCOMITANTE SUPERVENIENTE


TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS
ANTECEDENTES ANTECEDENTES ANTECEDENTES
ABS.INDEPENDENTE
R: TENTATIVA R: TENTATIVA R: TENTATIVA
NÃO PRODUZIU
POR SI SÓ…

TEORIA DA EQUIVALÊNCIA
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS DOS ANTECEDENTES
ANTECEDENTES ANTECEDENTES
RELAT. INDEPENDENTE R: RESULTADO
R: RESULTADO R: RESULTADO PRODUZIU
POR SI SÓ…

TEORIA DA CAUSALIDADE
ADEQUADA

R:ATOS JÁ PRATICADOS

4. TIPICIDADE

 FORMAL: Adequação da conduta do agente à norma;


 MATERIAL: Lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico.

o
Princípio da Insignificância é incide sobre a TIPICIDADE MATERIAL.

01 - Relação de causalidade é o liame ou vínculo de causa e efeito entre atos passíveis de serem imputados ao suspeito
de determinado delito e seu resultado material. É certo que nosso direito positivo adotou um posicionamento sobre o
assunto.
pág. 1
A teoria da relação causal adotada pelo Código Penal brasileiro é:
A) causalidade adequada.
B) relevância jurídica.
C) totalidade das condições.
D) causa eficaz.
E) equivalência das condições.

02 - O Código Penal, ao tratar da relação de causalidade do crime, considera causa a


A) emoção ou a paixão.
B) delação.
C) ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
D) excludente de ilicitude.
E) descriminante putativa.

03 - Como a relação de causalidade constitui elemento do tipo penal no direito brasileiro, foi adotada como regra, no
CP, a teoria da causalidade adequada, também conhecida como teoria da equivalência dos antecedentes causais.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE I

ILICITUDE

Art. 23- Não há crime quando o agente pratica o fato:


I- Em estado de necessidade;
II- Em legítima defesa;
III- Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Parágrafo único- O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

Segundo elemento do crime, a ilicitude é a contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico.
Passamos a analisar da ilicitude após a análise do fato típico.
Existem algumas teorias sobre o elemento negativo do tipo:

☠ TEORIA DA RATIO ESSENDI – Há uma absoluta relação de dependência entre a ilicitude e o fato típico, analiso os
dois no mesmo momento. A doutrina majoritária afasta essa teoria.
☠ TEORIA DA RATIO COGNOSCENDI (INDICIARIEDADE) – Todo fato típico é presumidamente ilícito, ou seja, é função
da defesa comprovar a presença de uma exclusão de ilicitude para afastar o crime, na dúvida, o réu deve ser absolvido
(art.286, CPP). Teoria adotada!

👉 Observe que, a ação do agente tem que ser necessária e suficiente para reprimir a conduta injusta, seu
excesso será punido.

Podemos dividir as excludentes de ilicitude em:


☠GENÉRICAS: aplicadas a todos os crimes, está fora do tipo penal– art. 23, CP
☠ESPECÍFICAS: próprias de determinados crimes, está dentro do tipo penal – ex: art. 151, CP (o
“indevidamente” do crime de violação de correspondência é uma espécie de conduta ilícita que é exigida para
o crime em específico).

1. ESTADO DE NECESSIDADE
“Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.
§ 1º- Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º- Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.”

✍ Estado justificante – o bem protegido deve ser maior ou igual ao bem sacrificado, caso contrário, haverá a redução
de pena prevista no § 2º.

A teoria adotada pelo estado de necessidade foi a TEORIA UNITÁRIA

pág. 1
TEORIA UNITÁRIA: O bem protegido deve ser igual ou maior que o sacrificado.

TEORIA UNITÁRIA
BEM PROTEGIDO BEM SACRIFICADO CONCLUSÃO
MAIOR VALOR MENOR VALOR Exclusão de ilicitude
IGUAL VALOR IGUAL VALOR Exclusão de ilicitude
MENOR VALOR MAIOR VALOR Pena reduzida: - 1/3 a 2/3

👉 PERIGOATUAL: não há estado de necessidade em detrimento de perigo eminente, só atual.


👉 NÃO PROVOCADO: não posso ter provocado a situação de perigo
👉 DETRIMENTO PRÓPRIO OU ALHEIO: direito meu ou de outra pessoa

Existe ESTADO DE NECESSIDADE PUTATIVO???


A situação de perigo atual só ocorre na mente do autor, por constituir erro sobre a situação fática- ERRO DE
PROIBIÇÃO INDIRETO, pode ser causa justificante que atua na culpabilidade do agente, isentando ou reduzindo a pena.
Se o erro era evitável – diminuirá a pena, na medida da sua evitabilidade, se, porém, o erro era inevitável – excluirá
a culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa. (regras do art. 21, CP).

01 - Sobre as excludentes de ilicitude previstas no Código Penal, é correto afirmar:


A) Quem exerce função de guarda ou vigilância privada não pode alegar legítima defesa.
B) Quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar estado de necessidade.
C) O excesso culposo não é punível no exercício regular de direito.
D) Não é possível alegar legítima defesa se houver alternativa mais cômoda (commodus discessus).
E) O vigilante que repele injusta agressão, atual ou iminente, age em estrito cumprimento do dever legal.

02 - No CP brasileiro, a situação correspondente ao estado de necessidade somente exclui a ilicitude do fato, e por isso
não afeta a culpabilidade da conduta.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Agirá em estado de necessidade o motorista imprudente que, após abalroar um veículo de passageiros, causando-
lhes ferimentos, fugir do local sem prestar socorro, para evitar perigo real de agressões que possam ser perpetradas
pelas vítimas.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
pág. 1
03 – C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE II

ILICITUDE

1. LEGÍTIMA DEFESA
“Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”
Parágrafo único: observados os requisitos previstos no caput desse artigo, considera-se também em legítima defesa o
agente de segurança pública que repele agressão ou risco da agressão a vítima mantida refém durante a prática de crime
(Lei 13.964/2019)

☠ INJUSTA AGRESSÃO: aquela não provocada pelo agente


☠ ATUAL OU IMINENTE: está acontecendo ou está prestes a acontecer

EXISTE LEGÍTIMA DEFESA FUTURA?


NÃO – mas cuidado com o que a doutrina denomina de OFENDÍCULO (ex: cerca elétrica, vidro em muros,
cachorros de grande porte...)
A doutrina diverge quanto a classificação dos ofendículos, alguns entendem se tratar de exercício regular do
direito por ser direito meu proteger minha propriedade e minha vida, integridade física e etc. Outra parte da doutrina
entende se tratar de legítima defesa, não se trata de legítima defesa futura, pois, não havia de fato agressão atual ou
iminente no momento da instalação do ofendículo, porém, ele só é capaz de produzir efeito com uma injusta agressão.
O ofendículo tem que ser sinalizado, se estiver “escondido” e a pessoa, mesmo com uma injusta agressão, foi
vítima do ofendículo, não estará configurada a excludente de ilicitude.

☠ DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO: direito seu ou de outra pessoa. Não preciso de autorização para salvar um bem de
terceiro (STF).
☠ *USO MODERADO DOS MEIOS: se não for moderado, estarei diante do excesso, que pode ser punido a título de dolo
ou de culpa. STF entende pela mitigação.
☠ AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA: Se o agente de segurança pública, observando os requisitos necessários exigidos
para a configuração da legítima defesa, estando em uma situação de a vítima ser mantida refém, cabe a atuação em
legítima defesa de terceiros durante a prática criminosa, respeitando sempre a possibilidade de punição pelo excesso.

LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA: é legitima defesa real, prevista no excesso, cessada a agressão, a vítima passa a
agredir o autor.
LEGÍTIMA DEFESA DE MENOR DE IDADE: cabe contra um ataque de menor.
LEGÍTIMA DEFESA DE ATAQUE DE ANIMAL: DEPENDE! Se esse ataque foi provocado por um humano, o animal
funciona como um instrumento e caberá legítima defesa contra esse ataque do humano, se o animal não foi
provocado, não há de se falar em legítima defesa, poderá haver estado de necessidade
LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA: A situação de injusta agressão atual ou iminente só ocorre na mente do autor, por
constituir erro sobre a situação fática- ERRO DE PROBIÇÃO INDIRETO, pode ser causa justificante que atua na
culpabilidade do agente, isentando ou reduzindo a pena. Se o erro era evitável – diminuirá a pena, na medida
da sua evitabilidade, se, porém, o erro era inevitável – excluirá a culpabilidade por inexigibilidade de conduta
diversa. (regras do art. 21, CP)
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LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE (SIMULTANEIDADE)

É POSSÍVEL que ocorram ao mesmo tempo – ex: Caio, para defender-se de uma agressão injusta de Mévio (legítima
defesa), pega rapidamente a arma de Tício para de defender (estado de necessidade).

01 - Bruna é atacada a tiros desferidos por arma de fogo por Otávio, que não logra acertar os dois primeiros tiros.
Antes de desfechar o terceiro tiro, Bruna saca de arma que carrega em sua bolsa com autorização legal e vem a atingir
Otávio, que veio a óbito. Nesse caso, pode ser assentado que ficou caracterizado, nos termos do Código Penal, por
parte de Bruna:
A) exercício regular de direito
B) estado de necessidade
C) arrependimento eficaz
D) legitima defesa

02 - A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude da conduta, mas não é aplicável caso o agente tenha tido a
possibilidade de fugir da agressão injusta e tenha optado livremente pelo seu enfrentamento.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Bruno, vendo seu inimigo Rodolfo aproximar-se com um revólver em mãos e, supondo que seria morto, antecipou-
se e desferiu contra ele um tiro fatal. Posteriormente, verificou-se que a arma que Rodolfo segurava era de brinquedo.
Nessa situação, Bruno responderá por homicídio culposo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 - D
02 - E
03 - E

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE III: ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL E


EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO

EXERCÍCIO REGULAR DO DIRETO

Direito de exercer o que é permitido pela lei, estabelecido por uma norma. Esse direito autoriza a realização
de uma conduta reprovável.
Ex: art.128, CP; Art. 301, CPP.
“DIREITO” deve ser entendido de maneira ampla. Essa excludente de ilicitude destina-se ao cidadão em
geral. Deve sempre ser analisado com base na proporcionalidade.

☠ EXCESSO – Pune-se o excesso doloso ou culposo.


☠ LESÕES ESPORTIVAS – respeitadas as regras do esporte, serão lícitas – sempre punidas se em excesso.
☠ INTERVENÇÃO MÉDICA – quando um médico age para salvar a vida de alguém, estará amparado pelo ESTADO DE
NECESSIDADE, e também pelo EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO.
☠ OFENDÍCULO – doutrina diverge.

ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL

Ordem emanada por autoridade competente para o devido cumprimento do dever legal – eu estou cumprindo de
forma estrita o que foi mandado.
Ex: não comete o crime de invasão de domicílio, o policial que ingressa na casa de uma pessoa com mandado
judicial.
O “DEVER LEGAL”, deve ser entendido de forma ampla, como uma obrigação que deriva de uma lei em
sentido genérico ou de atos administrativos de caráter geral.
Esse dever legal, não precisa ter conteúdo penal.

👉Aquele dever que decorre de concepções morais, filosóficas ou religiosas, NÃO É ENTENDIDO COMO ESTRITO
CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL.

☠ CRIME CULPOSO – essa descriminante é incompatível com os crimes culposos.


☠ EXCESSO – O excesso doloso ou culposo será punido.
☠ CONCURSO DE PESSOAS – estende-se aos coautores e partícipes, o crime é excluído em relação a todos.

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01 – Não há de se falar em crime quando o autor pratica a conduta:
A) em estrito cumprimento de dever legal e no exercício regular de direito
B) em estrito cumprimento de dever legal e na obediência hierárquica
C) no exercício regular de direito e na coação moral irresistível
D) em excesso de estado de necessidade e na inimputabilidade
E) em legítima defesa recíproca e no erro de direito

02 - Situação hipotética: Um policial, ao cumprir um mandado de condução coercitiva expedido pela autoridade
judiciária competente, submeteu, embora temporariamente, um cidadão a situação de privação de liberdade.
Assertiva: Nessa circunstância, a conduta do policial está abarcada por uma excludente de ilicitude representada pelo
exercício regular de direito.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O agente policial, ao submeter o preso aos procedimentos estabelecidos na lei, como, por exemplo, à
identificação datiloscópica, quando autorizada, e ao reconhecimento de pessoas e de coisas, no curso do inquérito
policial, encontra-se amparado pelo exercício regular de direito, respondendo criminalmente nos casos de excesso
doloso ou culposo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – E
03 - E

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

CULPABILIDADE I

Último elemento da teoria do crime, diferentemente do que ocorre no Fato Típico e na Ilicitude em que analiso
o fato, na Culpabilidade, analiso a figura do agente.
Seria a possibilidade de o agente entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse
entendimento, ou seja, é o juízo de reprovabilidade da conduta do agente.
Existem algumas teorias que buscam explicar a culpabilidade:

☠ TEORIA PSICOLÓGICA: Tenho que analisar a imputabilidade e a vontade do agente (dolo e culpa), ou seja, o
agente seria culpável se, a época do fato, era imputável e agiu com dolo ou culpa. Como o nosso código penal adota
a TEORIA FINALISTA da conduta, esta teoria não pode ser aplicada já que, dolo e culpa não analisados no fato típico,
e não na culpabilidade.

☠ TEORIA NORMATIVA/PSICOLÓGICO-NORMATIVA: Possui os mesmos elementos da teoria anterior, mas


acrescenta a “exigibilidade de conduta diversa”. Para essa teoria, além do agente ser imputável e ter agido com dolo
ou culpa, só seria culpável se lhe pudesse ser exigido outro comportamento.

☠ TEORIA EXTREMADA: todo erro que recaia sobre uma causa de justificação, seria equiparado ao ERRO DE
PROIBIÇÃO

☠ TEORIA LIMITADA: divide o erro sobre a causa de justificação em dois, ERRO SOBRE O PRESSUPOSTOS FÁTICOS =
ERRO DE TIPO PERMISSIVO; ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA OU LIMITE JURÍDICO DA NORMA = ERRO DE PROIBIÇÃO.

👉O Código Penal adota a TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE!!!

ELEMENTOS EXCLUDENTES
IMPUTABILIDADE Menor idade ( - 18 anos T. BIOLÓGICA)
Embriaguez
Doença mental
POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE Erro de proibição
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Coação moral irresistível
Obediência hierárquica

☠ BIZU!!! MEDECO

IMPUTABILIDADE
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Quando tratamos de imputabilidade, a teoria adotada pelo código penal é a TEORIA BIOPSICOLÓGICA, além de
analisar o biológico, ou seja, a idade da vítima, devo analisar seu psicológico, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.

MENORIDADE
“Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.”

Exceção a adoção da regra da teoria Biopsicológica, quando tratamos da menoridade, o Código Penal adota a
teoria BIOLÓGICA, ou seja, não interessa, para análise da imputabilidade, se o agente tinha o potencial conhecimento
sobre seus atos, sendo ele menor de 18 anos, sempre será considerado inimputável.

EMBRIAGUEZ
“Art.28- Não excluem a imputabilidade penal
II- A embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º- É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
§ 2º- A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força
maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.”

NÃO ACIDENTAL
PREORDENADA VOLUNTÁRIA CULPOSA
O agente se embriaga para cometer o O agente só queria ficar bêbado, não O agente não queria ficar bêbado,
crime. tinha nenhum dolo específico. porém, bebeu demais.
Aumento de pena: art. 61, I, CP

ACIDENTAL
FORTUITA PATOLÓGICA
Não deu causa a embriaguez Dependente, ébrio habitual

👉 Só a embriagues acidental é excludente de culpabilidade pela teoria da actio libera in causa.

DOENÇA MENTAL
“Art. 26- É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.
Parágrafo único- A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental
ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”

Devo fazer a análise com base no caso concreto, se o crime foi cometido em um momento de lucidez, a
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culpabilidade não será afastada.
As consequências para uma pessoa que comete o crime e possui doença mental são as seguintes:

-1/3 a 2/3
RELATIVAMENTE
INCAPAZ Medida de
DOENÇA Segurança
MENTAL
ABSOLUTAMENTE Isenção de
INCAPAZ Pena

01 - Quanto à imputabilidade em Direito Penal, assinale a alternativa INCORRETA.


A) Para o menor de 18 anos, nosso Código Penal adotou o sistema puramente biológico.
B) Para o doente mental, nosso Código Penal adotou um misto do sistema biológico com o sistema psicológico.
C) Para a teoria clássica (teoria psicológica da culpabilidade), o doente mental cometeria crime, uma vez que possui
capacidade de dolo e culpa.
D) A embriaguez voluntária ou a culposa não excluem a imputabilidade penal, segundo a actio libera in causa. Da
embriaguez culposa, contudo, só pode advir um crime culposo.

02 - Pessoas doentes mentais, que tenham dezoito ou mais anos de idade, mesmo que sejam inteiramente incapazes
de entender o caráter ilícito da conduta criminosa ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, são
penalmente imputáveis.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Comprovado que o acusado possui desenvolvimento mental incompleto e que não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito de sua conduta, é cabível a condenação com redução de pena.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – E
03 – C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

CULPABILIDADE II

POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE

ERRO DE PROIBIÇÃO
“Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável,
poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único- Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando
lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.”

É a possibilidade de o agente conhecer o caráter ilícito do seu comportamento, o agente sabe o que está
fazendo, mas não sabe que sua conduta é considerada crime.

Pode ser de duas espécies:

☠ ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL/INVENCÍVEL – Qualquer pessoa, nas mesmas condições, cometeria o mesmo erro.


Afasta a culpabilidade (o agente fica isento de pena).

☠ INESCUSÁVEL/EVITÁVEL/VENCÍVEL – O erro não é tão perdoável, pois era possível, mediante algum esforço,
entender que se tratava de conduta penalmente ilícita. Não afasta a culpabilidade. Há diminuição de pena de
um sexto a um terço.

CUIDADO!!! Erro de Proibição é diferente de Erro de Tipo

01 - Na confraternização de final de ano de um tribunal de justiça, Ulisses, servidor do órgão, e o desembargador


ganharam um relógio da mesma marca — em embalagens idênticas —, mas de valores diferentes, sendo
consideravelmente mais caro o do desembargador. Ao ir embora, Ulisses levou consigo, por engano, o presente do
desembargador, o qual, ao notar o sumiço do relógio e acreditando ter sido vítima de crime, acionou a polícia civil.
Testemunhas afirmaram ter visto Ulisses com a referida caixa. No dia seguinte, o servidor tomou conhecimento dos
fatos e dirigiu-se espontaneamente à autoridade policial, afirmando que o relógio estava na casa de sua namorada,
onde fora apreendido.
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Nessa situação hipotética, a conduta de Ulisses na festa caracterizou
A) erro de tipo.
B) excludente de ilicitude.
C) arrependimento posterior.
D) erro de proibição.
E) crime impossível.

02 - Antony, estrangeiro que reside no Brasil há dois meses, inicia em seu quintal uma plantação de maconha, com a
intenção de utilizar aquele material para fins medicinais, já que sua doença respiratória melhora com o uso da droga.
Ao tomar conhecimento de que seu vizinho, João, possui a mesma doença, decide transportar o material até a
residência de João, mas vem a ser abordado por policiais civis. Após denúncia pela prática do crime de tráfico, durante
seu interrogatório, Antony esclarece que tinha conhecimento de que transportar maconha no Brasil era crime, mas
acreditava na licitude de sua conduta diante da intenção de utilizar o material para fins medicinais, esclarecendo,
ainda, que essa conduta seria válida em seu país de origem.
Com base apenas nas informações expostas, Antony agiu:
A) em erro de proibição, podendo gerar reconhecimento de causa de redução de pena ou afastamento da
culpabilidade;
B) em erro de tipo, o que gera o reconhecimento de causa de diminuição de pena;
C) com desconhecimento da lei, o que não afasta a culpabilidade;
D) em erro de proibição, afastando a tipicidade da conduta;
E) em erro de tipo, afastando a tipicidade da conduta.

03 - Na legislação brasileira as consequências do erro evitável sobre os pressupostos fáticos de uma excludente de
ilicitude são as mesmas do erro de tipo, e não as do erro de proibição.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – A
03 – C

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pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

CULPABILIDADE III

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA


“Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”

Aqui, analisa-se de poderia ser exigido do agente uma conduta diversa daquela que ele efetivamente tomou no
caso concreto.
Na exigibilidade de conduta diversa, podemos analisar alguns elementos, como os seguintes:

☠ COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL – o agente não pode ter a oportunidade de resistir a coação.
Se for “resistível”, e mesmo assim o agente pratica o crime, haverá concurso de pessoas em relação ao coautor,
com agravante de pena para o mandante (art. 62, II, CP)

☠ OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA – a obediência tem que derivar de uma relação de hierarquia dentro da relação
pública, não pode derivar de relações privadas, mesmo que haja hierarquia entre os agentes.
Não pode ainda ser manifestamente ilegal, pois aqui não há obrigatoriedade de ser cumprida.
Sendo manifestadamente ilegal e cumprindo o subordinado essa ordem, haverá concurso de pessoas.

CUIDADO!!! Coação Moral Irresistível é diferente de Coação Física Irresistível

01 - De acordo com o Código Penal, aquele que pratica o fato em estrita obediência a ordem não manifestamente
ilegal de superior hierárquico

A) responde criminalmente como partícipe de menor importância.


B) não comete crime, pois tem a ilicitude de sua conduta afastada.
C) não é punido criminalmente.
D) responde criminalmente como partícipe.
E) responde criminalmente como coautor.
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02 - No que concerne à exigibilidade de conduta diversa e hipóteses de sua exclusão, é correto afirmar que a:
A) embriaguez proveniente de caso fortuito é hipótese de inexigibilidade de conduta diversa.
B)exclusão da culpabilidade pela obediência hierárquica exige ordem não manifestamente ilegal.
C) coação moral resistível é considerada causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa.
D) coação irresistível. física ou moral, conduz á inexigibilidade de conduta diversa.
E) exigibilidade de conduta diversa é elemento da culpabilidade criado pelas teorias funcionalistas.

03 - Arnaldo, gerente de banco, estava dentro de seu veículo juntamente com familiares quando foi abordado por dois
indivíduos fortemente armados, que ameaçaram os ocupantes do veículo e exigiram de Arnaldo o fornecimento de
determinada senha para a realização de uma operação bancária, o que foi por ele prontamente atendido. Nessa
situação, o uso da senha pelos indivíduos para eventual prática criminosa excluirá a culpabilidade de Arnaldo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Situação hipotética: Um oficial de justiça detentor de porte de arma de fogo, ao proceder à citação de um réu em
processo criminal, foi por este recebido a tiros e acabou desferindo um disparo letal contra o seu agressor. Assertiva:
Nessa situação, a conduta do oficial de justiça está abarcada por uma excludente de culpabilidade representada pela
inexigibilidade de conduta diversa.
CERTO ( ) ERRADO ( )

Gabarito
01 – C
02 – B
03 – C
04 - E

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

CONCURSO DE PESSOAS

Temos o Concurso de Pessoas quando existe a participação de mais de um agente no cometimento do crime
ou da contravenção penal, regulado pelo Código Penal dos artigos 29 à 31.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS


• PLURALIDADE DE AGENTES;
• CONDUTA RELEVANTE;
• VINCULO SUBJETIVO;
• UNIDADE DE CRIMES.

👉A teoria adotada pelo CP para definir a responsabilização dos agentes em crimes praticados em concurso de
pessoas é a TEORIA MONISTA

TEORIA MONISTA/MONÍSTICA/UNITÁRIA: Todos os agentes responderão pelo mesmo crime, isso não significa
que todos terão a mesma pena imposta, pois, cada um responderá na medida de sua culpabilidade, significa apenas
que os agentes responderão dentro da mesma tipificação penal.
Por haver essa diferenciação no quanto da aplicação da pena, pode se dizer que o Código Penal adotou a
teoria monista temperada/mitigada.

O concurso de pessoas pode ainda ser de duas espécies:

✓ NECESSÁRIO: A tipificação do crime exige que a conduta seja realizada por mais de uma pessoa.
✓ EVENTUAL: A tipificação do crime NÃO exige que a conduta seja realizada por mais de uma pessoa, mas
nada impede que assim seja praticada.

Quanto as modalidades de concurso de pessoas, existem algumas diferenciações de extrema importância para
a sua prova, observe:

☠ AUTORIA - Algumas teorias dever ser estabelecidas sobre o que seria autoria:
👉 Teoria Objetivo Formal/ Objetiva/ Restritiva/ Dualista: AUTOR é quem realiza o núcleo do tipo, PARTÍCIPE é
quem concorre para o crime sem realizar o núcleo do tipo. Adotada pelo CP, porém, deve ser completada pela
Teoria da Autoria Mediata.
👉Teoria Objetivo Material: AUTOR é quem presta uma contribuição mais relevante para a consumação do fato,
PARTÍCIPE é aquele que contribui de forma menos relevante.
👉Teoria Extensiva: não distingue autor e partícipe.

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👉Teoriado Domínio do Fato/ Teoria objetivo-subjetiva: AUTOR é aquele que detém o controle sobre o fato,
mesmo sem realizar diretamente o núcleo do tipo, PARTÍCIPE é quem concorre para o cometimento do crime,
porém, sem deter o domínio do fato e sem realizar o núcleo do tipo.

☠ COAUTORIA – existe mais de um autor praticando o verbo do tipo, os atos de execução podem ou não serem iguais
☠ PARTICIPAÇÃO – existe uma colaboração de terceira pessoa, que não pratica o verbo do tipo, de acordo com a
teoria restritiva (majoritária).

Quanto a participação, observe as regras estabelecidas pelo próprio art. 29, CP:
▪ PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA: Pena reduzida: - 1/6 a 1/3
▪ PARTICIPAÇÃO DE CRIME MENOS GRAVE: Aplicada a pena deste!
👉No caso de ser previsível o resultado mais gravoso – a pena será aumentada de metade.

COMUNICABILIDADE
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Elementar é tudo aquilo que é fundamental para a tipificação da conduta, cuja ausência pode provocar uma
atipicidade absoluta ou uma desclassificação para outro crime.
Se existem circunstâncias pessoais, elas só serão transmitidas a outra pessoa (concurso de pessoas) se forem
elementares do crime.

CASOS DE IMPUTABILIDADE
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o
crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

01 - Segundo o Código Penal brasileiro, bem como o entendimento dos Tribunais Superiores, sobre o concurso de
pessoas,
A) se a participação no crime for de menor importância, isenta o agente da pena.
B) a pena imposta aos autores do crime será a mesma, independentemente de um dos concorrentes participar de
crime menos grave.
C) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda quando elementares do crime.
D) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o
crime não chega a ser consumado.
E) para caracterizar o concurso, basta que duas ou mais pessoas concorram para a prática delituosa, não sendo
necessária a identificação dos corréus.

02 - João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da intenção do outro,
João e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na direção da vítima, que veio a falecer em
decorrência de um dos disparos. Não foi possível determinar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu
fatalmente Francisco. Nessa situação, João e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - De acordo com a teoria objetivo-subjetiva, o autor do delito é aquele que tem o domínio final sobre o fato
criminoso doloso.
CERTO ( ) ERRADO ( )

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GABARITO
01 – E
02 – C
03 – C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

CONCURSO DE CRIMES

Aqui, eu não tenho mais a figura de várias pessoas cometendo um ou mais crimes, tenho a figura de uma
pessoa cometendo um ou mais crimes.
O concurso de crimes ocorre quando o agente pratica inúmeros crimes mediante uma ou mais condutas,
pode ser de três espécies:

☠️ CONCURSO MATERIAL – art. 69, CP


“Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de
penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um
dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem
compatíveis entre si e sucessivamente as demais.”

O agente mediante + de 1 ação/omissão, praticou + de 1 crime = SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL: As penas


serão somadas.
Se os crimes praticados forem iguais, chamaremos de concurso material homogêneo, porém, se distintos,
chamaremos de concurso material heterogêneo. Se imposta pena de detenção em relação a um crime e de reclusão
em relação ao outro, será executada primeiramente a de reclusão.
Só poderei aplicar PRD em relação a um dos crimes se também foi aplicada em relação ao outro, ou, em caso
de aplicação de PPL, esta foi suspensa (§ 1º).
Posso simultaneamente cumprir PRD desde que compatíveis.

☠️ CONCURSO FORMAL/ IDEAL – art. 70, CP


Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-
lhe mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único: NÃO poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.

O agente mediante 1 ação/omissão, praticou + de 1 crime. Se os crimes praticados forem iguais,


chamaremos de concurso formal homogêneo, porém, se distintos, chamaremos de concurso formal heterogêneo.

Concurso formal pode ser dividido em perfeito e imperfeito:

👉 PERFEITO: 1° parte do artigo 70 – não deriva de desígnios autônomos, o agente não quis mais de um resultado –
SISTEMA DA EXASPERAÇÃO: Aplico apenas umas das penas, se iguais e a mais grave, se distintas, aumentando em
qualquer caso de 1/6 até metade.

👉 IMPERFEITO:
2° parte do artigo 70 – deriva de desígnios autônomos e a ação ou omissão é dolosa. – SISTEMA DO
CÚMULO MATERIAL: Não existe diferença se as penas são iguais ou distintas, somarei todas elas

O sistema de Exasperação não poderá ser mais prejudicial ao réu do que o sistema de Cúmulo Material,
quando isso ocorrer, usarei o cúmulo material e o denominarei de SISTEMA DE CÚMULO MATERIAL BENÉFICO.
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☠️ CRIME CONTINUADO – art. 71, CP.
“Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e,
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa,
poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como
os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o
triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.”

Modalidade de concurso de crimes em que o agente mediante diversas condutas, pratica vários crimes, mas
se preenchidos os requisitos estabelecidos, essas condutas ensejarão crime único.

REQUISITOS DO CRIME CONTINUADO GENÉRICO/ SIMPLES- (caput do art. 71)


• CRIMES DA MESMA ESPÉCIE
• MESMA CONDIÇÃO DE TEMPO
• MESMA CONDIÇÃO DE LUGAR
• MESMA MANEIRA DE EXECUÇÃO
• ELEMENTO SUBJETIVO

O crime continuado pode ainda ser ESPECÍFICO – previsto no parágrafo único do art. 71, CP. Alguns requisitos
devem ser seguidos para a sua configuração

REQUISITOS DO CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO - (parágrafo único do art. 71)


• REQUISITOS DO CAPUT DO ART. 71
• CRIMES DOLOSOS
• VÍTIMAS DIFERENTES
• VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA

Em todos os casos, o sistema adotado é o SISTEMA DA EXASPERAÇÃO, a distinção será relacionada ao


quantum de aumento de pena.

👉 CRIME CONTINUADO GENÉRICO/SIMPLES: Mais grave das penas se diversas/ uma delas se iguais --- +1/6 a 2/3.
👉 CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO: Mais grave das penas se diversas/ uma delas se iguais --- + Até o triplo

01 - O concurso formal de crimes ocorre quando


A) o agente pratica dois ou mais crimes mediante uma só ação ou omissão.
B) as circunstâncias pessoais do crime se comunicam aos coautores.
C) a sentença aplica pena privativa de liberdade e pena de multa para o mesmo crime.
D) praticam-se dois ou mais crimes, mediante mais de uma ação ou omissão.
E) um crime é praticado por duas ou mais pessoas previamente ajustadas para tanto.
02 - A pena, no concurso formal imperfeito de crimes, onde há desígnios autônomos do agente em ação ou omissão
dolosa, deverá ser
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A) aumentada do dobro.
B) aumentada de 1/3 (um terço) a 1/2 (metade).
C) aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/2 (metade).
D) aplicada cumulativamente, consoante a regra do artigo 69 do CP.
E) aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).

03 - No concurso formal, caso o agente tenha praticado dois crimes mediante uma ação dolosa, devem-se aplicar
cumulativamente as penas se os crimes concorrentes resultarem de desígnios autônomos.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – D
03 – C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

➢ DOS CRIMES CONTRA A VIDA I

• HOMICÍDIO – Art. 121, CP

A conduta de tirar a vida de alguém se amolda a figura típica do Homicídio, ou seja, estará consumado com a
realização do verbo “matar” uma pessoa humana.

☠ BEM JURIDICAMENTE TUTELADO: Vida extrauterina


☠ SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa – crime comum
☠ CONSUMAÇÃO: Morte – parada total das funções encefálicas. Admite a modalidade tentada
☠ CRIME OMISSIVO/COMISSIVO – pode ser praticado por ação ou omissão (omissão imprópria)
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo ou culpa
☠ AÇÃO PENAL – Pública Incondicionada

HOMICÍDIO SIMPLES – “caput” do art. 121, CP


Art. 121. Matar alguém:
Pena: reclusão, de seis a vinte anos.

Homicídio simples pode ser considerado CRIME HEDIONDO???


Apenas se praticado em ação típica de grupo de extermínio, ainda que por um só agente (homicídio
condicionado). A regra é que o homicídio simples NÃO é considerado crime hediondo.

Categoria residual, será simples quando não for qualificado.


Inicia-se o homicídio com o início do parto, ou seja, início da vida extrauterina. STJ entende ser desnecessário
que o nascituro respire, desde que presentes outros elementos que comprovem a vida. A análise de viabilidade de
vida da vítima também é desnecessária.

HOMICÍDIO PRIVILEGIADO – Art. 121, § 1º, CP


§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

👉 RELEVANTE VALOR MORAL: interesse subjetivo do autor


👉 RELEVANTE VALOR SOCIAL: interesse de toda a sociedade
👉 DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA: impulso imediato à
provocação da vítima, crime em curto circuito, é incompatível com a premeditação, se o agente está apenas sob a
influência de violenta emoção – atenuante do art. 65, III, “c”, CP.

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☠ Homicídio privilegiado NÃO É CONSIDERADO CRIME HEDIONDO.
☠ Causas de diminuição do homicídio privilegiado são circunstâncias subjetivas, não se comunicam em concurso de
pessoas (art. 30, CP).

HOMICÍDIO QUALIFICADO – Art. 121, § 2º, CP


§ 2º Se o homicídio é cometido:
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - Por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar
perigo comum;
IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
ofendido;
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional
e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de
2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos

§ 2°-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de
2015)
I - Violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I
I - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

👉 PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU POR OUTRO MOTIVO TORPE: homicídio mercenário – a paga ou
promessa de recompensa não se comunica automaticamente para o mandante e para o mandado. Motivo torpe é
aquele motivo repugnante, a valoração sempre se dá pela análise do caso concreto.
👉 MOTIVO FÚTIL: motivo pequeno, desproporcional, banal.
👉EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU QUE
POSSA RESULTAR EM PERIGO COMUM: meio insidioso é aquele que sai da esfera de conhecimento da vítima, é
oculto. Cruel é aquele que aumenta, sem necessidade, o sofrimento da vítima.
👉TRAIÇÃO, EMBOSCADA, DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA
DO OFENDIDO: na traição, há uma relação de confiança entre autor e vítima.
👉 PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME: homicídio
qualificado pela conexão teológica ou consequencial.
👉 FEMINICÍDIO: por razões de condição de ser do sexo feminino (§2°- A, CP)ou que englobam caso de violência
doméstica.
👉 HOMICÍDIO FUNCIONAL: quando praticados contra os agentes abaixo descritos, no exercício da função ou em razão
dela, ou contra seu cônjuge/companheiro ou parentes consanguíneos até o 3° grau, em razão dessa condição

✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica)
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) PF
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) PRF
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) PC
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) PM E CORPO DE BOMBEIROS MILITARES
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) POLÍCIAS PENAIS, FEDERAIS, ESTADUAIS, DISTRITAL
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) INTEGRANTES DO SISTEMA PRISIONAL
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) INTEGRANTES DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA

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☠ Também podem ser vítimas os guardas municipais e os agentes de segurança viária. Também foram
mencionados no art. 144, CF, nos §8° e §9°
☠ São excluídos os aposentados e os parentes por afinidade.

HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO!
É possível desde que a qualificadora seja de ordem objetiva, ou seja, quanto aos meios e modos de execução.
O privilegio afasta a hediondez.

HOMICÍDIO CULPOSO – Art. 121, § 3º, CP


§ 3º Se o homicídio é culposo
Pena - detenção, de um a três anos.

Deriva da Imprudência, Imperícia ou Negligencia.

IMPORTANTE!!! Homicídio Culposo na direção de veículo automotor será punido de acordo com o art. 302, CTB, e
não com base no CP.

AUMENTO DE PENA

HOMICÍDIO CULPOSO – art. 121, § 4º CP

*Inobservância das regras técnicas de profissão, arte ou ofício


*Omissão de socorro o Não procura minimizar as consequências de seus atos +1/3
*Foge para evitar flagrante

HOMICÍDIO DOLOSO - Art. 121, §§4°, 6° e 7°, CP

*Contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos. (§4°): +1/3


*Praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio (§6°) : +1/3 até a metade
*Feminicídio (§7°): +1/3 até a metade
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) Durante a gestação ou até 3 meses depois do parto
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) Contra pessoa menor de 14 anos ou maios de 60 anos
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) Contra pessoa deficiente ou portador de doença degenerativa
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) Na presença de ascendente ou descendente
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) Em descumprimento de medida protetiva e urgência.

PERDÃO JUDICIAL – Art. 121, § 5º, CP


§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

☠ Causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX, CP) – É exigido um insuportável abalo físico ou emocional por parte
do autor, é exigido um vínculo afetivo prévio entre os envolvidos.

Súmula 18 STJ: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não
subsistindo qualquer efeito condenatório.”

• INFANTICÍDIO – Art. 123, CP


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Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos

☠ BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida extrauterina


☠ SUJEITO ATIVO: Apenas a mãe – crime próprio (bipróprio)
☠ CONSUMAÇÃO: Morte. Admite a modalidade tentada.
☠ CRIME OMISSIVO/COMISSIVO – Pode ser praticado por ação ou omissão (omissão imprópria)
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo
☠ AÇÃO PENAL – Pública Incondicionada

01 - Assinale, dentre as alternativas a seguir, a única que NÃO majora de 1/3 até a metade a pena para o autor do
delito de feminicídio.

A) Praticar o crime nos 5 meses posteriores ao parto.


B) Praticar o crime contra pessoa menor de 14 anos.
C) Praticar o crime contra pessoa com deficiência.
D) Praticar o crime na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima
E) Praticar o crime contra pessoa maior de 60 anos.

02 - Sobre o Crime de Homicídio, assinale a alternativa INCORRETA

A) Se o agente age sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ele comete
homicídio privilegiado.
B) Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou
maior de 60 (sessenta) ano.
C) No homicídio culposo, a pena é aumentada, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte
ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu
ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
D) O perdão judicial pode ser aplicado em caso de homicídio culposo ou privilegiado.
E) A pena do feminicídio é aumentada se o crime for praticado na presença de descendente ou de ascendente da
vítima.

03 - Considere que uma mulher, logo após o parto, sob a influência do estado puerperal, estrangule seu próprio filho
e acredite tê-lo matado. Entretanto, o laudo pericial constatou que, antes da ação da mãe, a criança já estava morta
em decorrência de parada cardíaca. Nessa situação, a mãe responderá pelo crime de homicídio, com a atenuante de
ter agido sob a influência do estado puerperal.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – A
02 – D
03 – E
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pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

➢ DOS CRIMES CONTRA A VIDA II

• INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇAO – Art. 122, CP


Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para
que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

IMPORTANTE!!! NOVIDADE...

A primeira alteração operada, no preceito primário, foi a inclusão da figura da participação em


automutilação. Isto é, também passa a ser típica a conduta de instigar, induzir ou auxiliar alguém a praticar a
automutilação, anteriormente, não havia essa previsão de forma expressa .

☠ Autolesão passa a ser punida???


Pelo princípio da alteridade, não posso punir condutas que não ultrapasse a figura do próprio agente,
o que se pune é a instigação, o auxílio ou o induzimento.
No preceito secundário, existem alterações referentes a não necessidade de resultado naturalístico
para que haja punição. Com isso, o crime passa a admitir a modalidade tentada.

FORMA QUALIFICADA – Art. 122, §§ 1° E 2°, CP


§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos
termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Antes da alteração pela Lei 13.968/2019, o artigo 122 só estabelecia pena no caso de o suicídio se
consumar ou de a tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. Atualmente, essas condutas
ensejarão a incidência da qualificadora.

FORMA MAJORADA – Art. 122, §3º, CP


§ 3º A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

Nessa modalidade, com a nova redação, foram incluídas, como causas de aumento de pena:
👉 Motivo Torpe
👉 Motivo Fútil.

NOVA FORMA MAJORADA – Art. 122, §§ 4° E 5°, CP


§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social
ou transmitida em tempo real.
pág. 1
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.

Lembre-se que a pena só será aumentada se a conduta do agente for voltada contra pessoa determinada.

CONDUTA RESULTA CRIME MAIS GRAVE – Art. 122, §§ 6° E 7°, CP


§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido
contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência,
responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.”

MENOR DE 14 ANOS
LESÃO RESPONDO POR LESÃO
CORPORAL NÃO TEM O NECESSÁRIO DICERNIMENTO CORPORAL GRAVÍSSIMA
GRAVÍSSIMA Art. 129, §2º, CP
§6°
NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA

MENOR DE 14 ANOS

RESPONDO POR
MORTE NÃO TEM O NECESSÁRIO DICERNIMENTO HOMICÍDIO
§7° Art. 121, CP

NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA

ABORTO – Arts. 124 ao 128, CP

✓ ABORTO NATURAL/ ACIDENTAL – não é punido


✓ ABORTO CRIMINOSO – punível
✓ ABORTO LEGAL/ PERMITIDO – não é punível

• ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM O SEU CONSENTIMENTO – art. 124, CP


Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.

É um crime de mão própria, admitindo apenas a figura da participação. Para o terceiro ser partícipe,
não pode praticar atos executórios.

☠ AUTOABORTO (1° parte): a própria gestante realiza o aborto, com o sem participação de terceira pessoa. ☠
ABORTO CONSENTIDO (2° parte): a gestante não realiza manobras abortivas em si mesma, mas permite que
terceira pessoa faça. Se o agente praticar atos executórios, responderá pelo art. 126, CP. Exceção pluralista a
teoria monista do concurso de pessoas.

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• ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO – art. 125, CP
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.

O feto e a gestante são vítimas desse crime. Admite participação e coautoria.

• ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE– art. 126, CP


Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada
ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

A gestante que consentiu, responderá pelo 124, e o terceiro pelo 126.

☠Pode ocorrer a hipótese de a gestante consentir para o aborto, porém, se ela se enquadra nas hipóteses do
parágrafo único, é como se não houvesse consentido, respondendo assim pela pena no art. 125, os casos são:

✓ GESTANTE MENOR DE 14 ANOS


✓ ALIENADA OU DÉBIL MENTAL
✓ CONSENTIMENTO OBTIDO ATRAVÉS DE FRAUDE, GRAVE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA

FORMA QUALIFICADA – art. 127, CP


Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do
aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

☠ Aplicada apenas aos artigos 125 e 126. Não se aplica ao artigo 124, CP.
☠ Lesões leves são absolvidas pelo aborto.

ABORTO PERMITIDO – art. 128, CP


Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de
seu representante legal.

☠ ABORDO NECESSÁRIO: praticado por médico para salvar a vida da gestante. Não necessita de autorização
judicial, enfermeiro pode praticar e alegar estado de necessidade ou inexigibilidade de conduta diversa.
☠ ABORTO HUMANITÁRIO/ SENTIMENTAL: decorrente de estupro, apenas o médico pode praticar
☠ ABORTO ANENCÉFALO: ADPF: 54, aplicável
☠ ABORTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE: jurisprudência do STF em um único caso – inter partes.

01 - Ana, após realizar exame médico, descobriu estar grávida. Estando convicta de que a gravidez se deu em
decorrência da prática de relação sexual extraconjugal que manteve com Pedro, seu colega de faculdade, e
temendo por seu matrimônio decidiu por si só que iria praticar um aborto. A jovem comunicou a Pedro que
estava grávida e pretendia realizar um aborto em uma clínica clandestina. Pedro, por sua vez, procurou
Robson, colega que cursava medicina, e o convenceu a praticar o aborto em Ana. Assim, alguns dias depois de
combinar com Pedro, Robson encontrou Ana e realizou o procedimento de aborto.
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Sobre a questão apresentada, é correto afirmar que a conduta de Ana se amolda ao crime previsto no

A) art. 124, segunda parte, do Código Penal (consentimento para o aborto). Robson, por sua vez, tem sua
conduta subsumida ao crime previsto no art. 126, do Código Penal (aborto provocado por terceiro com
consentimento). Já Pedro responderá como partícipe no crime de Robson.

B) art. 124, segunda parte, do Código Penal (consentimento para o aborto). Robson, por sua vez, tem sua
conduta subsumida ao crime previsto no art. 124, segunda parte, do Código Penal. Já Pedro responderá como
partícipe no crime de Ana.

C) art. 125, segunda parte, do Código Penal (consentimento para o aborto). Robson, por sua vez, tem sua
conduta subsumida ao crime previsto no art. 124 do Código Penal (aborto provocado por terceiro sem
consentimento). Já Pedro responderá como partícipe no crime de Robson.

D) art. 124, primeira parte, do Código Penal (autoaborto). Robson, por sua vez, tem sua conduta subsumida ao
crime previsto no art. 126 do Código Penal (aborto provocado por terceiro com consentimento). Já Pedro
responderá como partícipe no crime de Ana.

E) art. 126, primeira parte, do Código Penal (autoaborto). Robson, por sua vez, tem sua conduta subsumida ao
crime previsto no art. 124 do Código Penal (aborto provocado por terceiro com consentimento). Já Pedro
responderá como participe no crime de Ana.

02 - A pena do crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou a automutilação é aumentada de


metade se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil
Certo ( ) Errado ( )

03 – José, inconformado com o fato de sua irmã Marta ter engravidado, e temendo “falatórios”, decide
entregar a ela um copo de suco contendo substância abortiva, ao ingerir a bebida, Marta passa mal e acaba
perdendo a criança. Nesse caso, José praticou o crime de aborto provocado por terceiro, previsto no art. 125,
CP
Certo ( ) Errado ( )

04 – Com a inovação trazida pela Lei 13.968/19, existe agora a possibilidade de punição da autolesão,
conforme o art. 122, CP.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 - A
02 - E
03 - C
04 - E
pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

➢ DAS LESÕES CORPORAIS

• LESÃO CORPORAL – Art.129, CP

Estará configurado o crime de lesão corporal sempre que houver ofensa a integridade corporal ou a saúde de
outra pessoa.

👉A autolesão, em regra, não é punida (princípio da alteridade).

LESÃO CORPORAL LEVE – Art. 129, “caput”, CP.


Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

Possui conceito residual, feito por exclusão, sempre que a lesão não se enquadrar em nenhuma das
modalidades do art. 129, será simples.
É um crime de menor potencial ofensivo.

☠ Ação Penal Pública Condicionada a Representação (art. 88 da Lei 9.099/95)

CUIDADO!!! Tratando-se de Lesão Corporal no âmbito de Lei Maria da Penha, a ação será sempre pública
incondicionada (art. 41, da Lei 11.340/06)

LESÃO CORPORAL GRAVE – Art. 129, §1°, CP.


§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

☠ Ação Penal Pública Incondicionada

LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA – Art. 129, §2°, CP.


§ 2º Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos

pág. 1
A expressão “lesão corporal gravíssima” é doutrinária, você não encontrará essa nomenclatura no Código
Penal.

☠Ação Penal Pública Incondicionada

Crime Hediondo???
A lesão corporal gravíssima será considerada como CRIME HEDIONDO quando praticada contra autoridades
ou agentes descritos nos arts. 142 e 144, CF, Integrantes do Sistema Prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função ou em razão dela, ou contra o seu cônjuge ou companheiro, ou parentes consanguíneos até o 3°
grau.

LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE – Art. 129, §3°, CP


§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de
produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Crime Preterdoloso – O agente tem dolo da lesão e culpa no resultado morte.


✓ Se houver dolo na morte, o agente deverá responder pelo homicídio.
✓ Se houver culpa na lesão e na morte, o agente responde por homicídio culposo.
✓ Se houver vias de fato seguida de morte, o agente responde por homicídio culposo.

☠ Ação Penal Pública Incondicionada

Crime Hediondo???
A lesão corporal seguida de morte será considerada como CRIME HEDIONDO quando praticada contra
autoridades ou agentes descritos nos arts. 142 e 144, CF, Integrantes do Sistema Prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em ra
zão dela, ou contra o seu cônjuge ou companheiro, ou parentes consanguíneos até o 3° grau.

LESÃO CORPORAL CULPOSA – Art. 129, §6°, CP


§ 6º Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano.

A lesão culposa não será dividida em grave ou gravíssima.


Decorre da Imperícia, Imprudência ou Negligência.

CUIDADO!!! Quando praticada na direção de veículo automotor, será aplicado o art. 303 do CTB.

☠ Se a lesão culposa tem como resultado a morte, também culposa, o agente responderá pelo homicídio culposo.
☠ Ação Penal Pública Condicionada a Representação (art. 88 da Lei 9.099/95)

Tratando-se de Lesão Corporal no âmbito de Lei Maria da Penha, a ação será sempre pública incondicionada
(art. 41, da Lei 11.340/06)

DECORRENTE DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – Art. 129, §9°, CP


§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

pág. 1
Configura-se quando a lesão é praticada contra:

• ASCENDENTE;
• DESCENDENTE;
• CÔNJUGE/COMPANHEIRO;
• IRMÃO;
• PESSOA COM QUEM CONVIVA OU TENHA CONVIDO;
• PREVALECENDO-SE DAS RELAÇÕES DOMÉSTICAS DE COABITAÇÃO OU HOSPITALIDADE

☠ Ação Penal Pública Incondicionada

AUMENTO DE PENA:
Se a vítima for pessoa portadora de deficiência, a pena: + 1/3 (art. 129, § 11, CP).
AUMENTO DE PENA:
Se a lesão foi grave, gravíssima ou seguida de morte: + 1/3 (art. 129, § 10, CP).

DIMINUIÇÃO DE PENA - LESÃO DOLOSA – Art. 129, §4°, CP


§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

Causas de diminuição de pena aplicável somente à lesão leve, grave, grassíssima e seguida de morte – não
posso aplicá-la à lesão culposa nem a decorrente de violência doméstica. Por serem circunstâncias de natureza
subjetiva, são incomunicáveis as demais pessoas (art. 30, CP).

SUBSTITUIÇÃO DA PENA – Art. 129, §5°, CP


§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.

Aplicável apenas à lesão corporal leve.

PERDÃO JUDICIAL – Art. 129, §8°, CP


§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121, CP

Aplicado à lesão culposa, quando as consequências do crime atingem o agente de forma tão grave que a pena
se torna desnecessária.
☠ Causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX e Súmula 18, STJ).

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – LEVE, GRAVE, GRAVÍSSIMA E SEGUIDA DE MORTE Art. 129, §§7° e 12, CP
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços

pág. 1
Éa
denominada LESÃO CORPORAL FUNCIONAL, ocorre quando praticada em detrimento:

• AGENTES DOS ARTS. 142 E 144, CF


• SISTEMA PRISIONAL No exercício da função ou
• FORÇA NACIONAL em razão dela

• CÔNJUGE/COMPANHEIRO
• PARENTES CONSANGUINEOS ATÉ O 3° GRAU Em razão da função

👉 No Homicídio é qualificadora
👉 Na Lesão Corporal é causa de aumento de pena
👉 Sendo a lesão, grave, gravíssima ou seguida de morte, será CRIME HEDIONDO.

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste
Código

Casos de majorantes genéricas aplicadas às lesões culposas e dolosas

✓ LESÃO CULPOSA: +1/3


• INOBSERVÂNCIA DAS REGRAS TÉCNICAS DE PROFISSÃO, ARTE, OFÍCIO
• OMISSÃO DE SOCORRO
• NÃO PROCUROU DIMINUIR AS CONSEQUÊNCIAS DOS SEUS ATOS
• FOGE PARA LIVRAR O FLAGRANTE

✓ LESÃO DOLOSA: +1/3


• MENOR DE 14 ANOS
• MAIOR DE 60 ANOS
• MILÍCIA PRIVADA
• GRUPO DE EXTERMÍNIO.

01 - De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, assinale a alternativa correta.

A) Perigo de vida não é considerado lesão corporal.


B) Aborto é lesão corporal de natureza grave.
C) Uma criança que sofreu lesão corporal que a incapacita para as ocupações habituais por 20 dias se enquadra nesse
art. 129 do CPB.
D) Incapacidade permanente para o trabalho é lesão grave.
E) Considera-se lesão corporal seguida de morte quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.

02 - Lesão corporal de natureza grave é aquela da qual resulta

A) deformidade permanente.
B) incapacidade permanente para o trabalho.
C) violência doméstica.
pág. 1
D) Feminicídio.
E) aceleração de parto.

03 - Fernando trabalhava em um circo como atirador de facas. Em uma de suas apresentações, deveria atirar uma faca
em uma maçã localizada em cima da cabeça de Mércia. Acreditando sinceramente que não lesionaria Mércia, em face
de sua habilidade profissional, atirou a faca. Com tal conduta, lesionou levemente o rosto da vítima, errando o alvo
inicial. Nessa situação, Fernando praticou lesão corporal dolosa de natureza leve, na modalidade dolo eventual.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – C
02 - E
03 - E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

➢ DOS CRIMES CONTRA A HONRA

• CALÚNIA – Art. 138, CP


Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a
dois anos, e multa.
§1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade
§3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

☠ CONSUMAÇÃO: conhecimento da falsa imputação por terceira pessoa


☠ TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita
☠ CONDUTA EQUIPARADA: quem sabe que a acusação é falsa, propala ou divulga
☠ CALÚNIA CONTRA OS MORTOS: o sujeito passivo é a família
☠ Ofende a HONRA OBJETIVA

EXCEÇÃO DA VERDADE – REGRA, não sendo cabível nos casos de:

✓ FATO IMPUTADO É DE AÇÃO PRIVADA E O OFENDIDO NÃO FOI DEFINITIVAMENTE CONDENADO


✓ FATO IMPUTADO CONTRA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA OU CHEFE DO GOVERNO ESTRANGEIRO
✓ FATO IMPUTADO É DE AÇÃO PÚBLICA E O OFENDIDO FOI DEFINITIVAMENTE ABSOLVIDO

DIFAMAÇÃO – Art. 139, CP


Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.

☠ CONSUMAÇÃO: conhecimento da falsa imputação por terceira pessoa


☠ TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita
☠ O fato não precisa ser crime e não precisa ser falso
☠ Ofende a HONRA OBJETIVA

EXCEÇÃO DA VERDADE – EXCEÇÃO - só sendo cabível no caso de:

✓ OFENDIDO É FUNCIONÁRIO PÚBLICO E A OFENSA É RELATIVA AO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO

pág. 1
INJÚRIA – Art. 140, CP
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa

“Animus Iocandi” – vontade de brincar, não constituis crime

☠CONSUMAÇÃO: a vítima toma ciência da ofensa


☠TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita
☠Ofende a HONRA SUBJETIVA

PERDÃO JUDICIAL – Art. 140, §1°, CP


§ 1º- O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I- quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II- no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

✓ OFENDIDO PROVOCOU DIRETAMENTE A INJÚRIA


✓ RETORÇÃO IMEDIATA QUE CONSISTE EM OUTRA INJÚRIA

INJÚRIA REAL – Art. 140, §2°, CP


§ 2º- Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

✓ VIOLÊNCIA/VIAS DE FATO – POR SUA NATUREZA OU MEIOS EMPREGADOS,


SE CONSIDEREM AVILTANTES.

INJÚRIA RACIAL/PRECONCEITUOSA– Art. 140, §3°, CP


§3º- Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa.

✓ RAÇA ✓ ORIGEM
✓ COR ✓ PESSOA IDOSA
✓ ETNIA ✓ PESSOA DEFICIENTE
✓ RELIGIÃO

pág. 1
👉 Noracismo, existe uma segregação de raças, na injúria racial, quero ofender aquela pessoa.
☠️racismo impróprio

MAJORANTE APLICADA A TODOS OS CRIMES – Art. 141, CP


Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

☠ Maior de 60 anos e portador de deficiência, NÃO se aplica a INJÚRIA!

EXCLUSÃO DO CRIMES – Art. 142, CP


Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de
injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

☠ NÃO aplico a CALÚNIA!

RETRATAÇÃO – Art. 143, CP


Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de
pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios
de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa.

☠ NÃO aplico a INJÚRIA!

AÇÃO PENAL – Art. 145, CP


Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no
caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput
do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo,
bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.

REGRA: Ação Privada


EXCEÇÕES:
1. Injúria real com violência: AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
2. Contra Presidente/ Chefe do Governo Estrangeiro: AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO
DO MINISTRO DA JUSTIÇA
3. Contra Funcionário Público em razão da função – legitimidade concorrente: FUNCIONÁRIO. PÚB.
(QUEIXA) X MP (REP. DO OFENDIDO)
4. Injúria racial: AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.

pág. 1
01 - Quanto aos crimes contra a honra, correto afirmar que
A) não constitui difamação ou calúnia punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu
procurador.
B) cabível a exceção da verdade na difamação e na injúria.
C) há isenção de pena se o querelado, antes da sentença, se retrata cabalmente da difamação ou da injúria.
D) a ação penal é pública incondicionada na injúria com preconceito.
E) possível a propositura de ação penal privada no caso de servidor público ofendido em razão do exercício de suas
funções.

02 - A configuração do crime de difamação pressupõe a


A) existência de fato não tipificado.
B) atribuição de qualidade negativa ao ofendido.
C) atribuição a outrem da prática de crime ou de contravenção penal.
D) impossibilidade de retratação.
E) ofensa irrogada em juízo.

03 - Nos crimes contra a honra previstos no Código Penal, todas as hipóteses delituosas enumeradas admitem a
exceção da verdade.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – E
02 – A
03 – E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

➢ DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

• AMEAÇA – Art. 147, CP


Art. 147- Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação

👉 A ameça poderá ser:


✔ VERBAL;
✔ POR ESCRITO;
✔ REAL;
✔ SIMBÓLICA

O “mal injusto” estabelecido no artigo, deve ser possível de realização pelo sujeito, e não necessita ser
um crime.

☠ CRIME SUBSIDIÁRIO: somente ocorre se não constituir crime mais grave e específico.
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica
☠ ADMITE-SE A TENTATIVA
☠ CONSUMAÇÃO: ocorre no momento em que a vítima toma conhecimento da ameaça. Não importa se o
agente tinha mesmo a intenção de realizar o mal injusto prometido ou não, configurando o crime desde que a
ameaça passe a causar um temor a vítima.
☠ AÇÃO PENAL: Pública Condicionada a Representação

• SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO – Art. 148, CP


Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.

O indivíduo restringirá a liberdade de locomoção da vítima total ou parcialmente, mediante o


sequestro e o cárcere privado.

☠ CRIME SUBSIDIÁRIO: somente ocorre se não constituir crime mais grave e específico.
☠ CRIME PERMANENTE: a consumação permanece enquanto não cessada a restrição da liberdade
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica
☠ CONSUMAÇÃO: com a privação da liberdade da vítima, que durará durante determinado período de tempo,
até a cessação.
☠ ADMITE-SE A TENTATIVA
☠ AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada
pág. 1
QUALIFICADORAS – Art. 148, §§ 1º e 2º, CP
§ 1º- A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I- se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
II- se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III- se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
IV- se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V- se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º- Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

QUALIFICADORAS - Art. 148, §§ 1º e 2º, CP


REC. 2 a 5 anos REC. 2 a 8 anos
Vítima: Asc./desc./conj./comp. Ou maior de 60
anos
Em razão dos maus tratos ou da natureza da
Cometido mediante internação em casa de saúde
detenção, resultar na vítima – grave sofrimento
ou hospital
físico ou moral
Privação dura +15 dias
Crimes praticado contra menor de 18 anos
Crime praticado com fins libidinosos

SÚMULA 711, STF: A lei penal mais grave aplicasse aos crimes permanentes e continuados se a sua vigência é
anterior a cessação da permanência ou da continuidade.

A
prescrição começa a correr do dia em que cessou a permanência, e não do início do sequestro (art. 111,III, CP)

• VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – Art.150 CP.


Art. 150- Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem
de direito, em casa alheia ou em suas dependências
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Estará configurado o crime sempre que o agente praticar qualquer das duas condutas:

 ENTRAR NA CASA SEM O CONSENTIMENTO DO MORADOR;


 APÓS TER ENTRADO NA COM O CONSENTIMENTO DO MORADOR, NELA PERMANECE CONTRA A SUA
VONTADE.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica


☠ CONSUMAÇÃO: com a entrada ou permanecia do indivíduo sem a permissão da vítima
☠ ADMITE-SE A TENTATIVA quanto ao verbo “entrar”
☠ AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: Lei 9.099/95
☠ CRIME DE MERA CONDUTA: não necessito de um resultado determinado
pág. 1
O
que é casa???
§ 4º- A expressão "casa" compreende:
I- qualquer compartimento habitado;
II- aposento ocupado de habitação coletiva;
III- compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

👉 Casa não é apenas aquele local que o indivíduo estabelece sua residência.

O
que não posso considerar como casa???
§ 5º- Não se compreendem na expressão "casa":
I- hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;
II- taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

QUALIFICADORAS – Art.150, § 1º CP
§ 1º- Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou
por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

👉Não podemos estabelecer uma hora em exatidão para o que seria considerado noite, tudo se faz com análise
do caso concreto.

EXCLUDENTES DE ILICITUDE – Art.150, § 2º CP


§ 3º- Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I- durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II- a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.

COM O CONSENTIMENTO A qualquer


DO MORADOR hora

A qualquer hora
FLAGRANTE
SEM O CONSENTIMENTO DESASTRE Independentemente de mandado judicial
DO MORADOR SOCORRO
DETERMINAÇÃO JUDICIAL Durante o dia

pág. 1
01 – Quanto ao crime de Ameaça, é correto afirmar que:
A) pressupõe a injustiça do mal prometido
B) é de ação penal privada.
C) não admite transação penal.
D) não pode ser praticado por meios simbólicos.
E) quando usado como meio executório de um roubo, coexiste com este em concurso de crimes.

02 - Assinale a afirmação correta em relação ao crime de ameaça (artigo 147 do Código Penal).
A) O Ministério Público e o ofendido têm legitimidade para promover a ação penal.
B) Trata-se de crime de ação penal privada.
C) Somente se procede mediante representação.
D) O Ministério Público tem a faculdade de oferecer denúncia a qualquer tempo, sem restrições legais.
E) Só pode ser praticado por meio da palavra ou por escrito, não sendo possível a consumação por meio de gesto ou
qualquer outro meio simbólico.

03 - Quanto à classificação dos delitos, é correto afirmar-se que o sequestro caracteriza-se como crime:
A) comum, permanente e unissubsistente.
B) comum, permanente e plurissubsistente.
C) comum, instantâneo e unissubsistente.
D) próprio, instantâneo e plurissubsistente.
E) próprio, permanente e unissubsistente.

04 - A violação de domicílio é crime de mera conduta, não se exigindo resultado determinado.


Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – A
02 – C
03 – B
04 – C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO I

• FURTO – Art. 155, CP


Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

👉 Estará configurado sempre que o agente “subtrai” coisa alheia, não interessando se para ele ou para
terceira pessoa, preciso da finalidade especial o “animus rem sibi habendi” – intenção de ter a coisa alheia para si ou
para terceira pessoa.
Por se tratar de crime comum, não se exige qualidade especial do sujeito ativo ou do passivo, o sujeito
passivo pode ser tanto quem tem a posse, como quem tem a propriedade, cuidado com a figura do DETENTOR, este
não pode ser vítima do crime.
☠️ Admite-se a forma tentada.
☠️ Ação Pública Incondicionada.

❖ COISA ABANDONADA (res derelicta) – Não pode ser objeto de furto – não preenche a qualidade de coisa
alheia
❖ COISA DE NINGUÉM (res nullius) - Não pode ser objeto de furto – não preenche a qualidade de coisa alheia.
❖ COISA PERDIDA (res deperdita) - Não pode ser objeto de furto, mas poderá configurar o crime de apropriação
de coisa achada – art. 169, II CP.

TEORIA SOBRE A CONSUMAÇÃO DO FURTO E DO ROUBO: T. Amotio/Apprehensio -“Inversão da posse” –


Súmula 582, STJ

AUMENTO DE PENA – Art. 155, §1°, CP


§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno

FURTO CIRCUNSTANCIADO – essa causa de aumento de pena pode ser aplicada tanto a forma simples
quanto a qualificada (STJ e STF).

☠️ Repouso noturno: estabelecido de acordo com os costumes de cada região. Não interessa se a vítima está ou
não dormindo, nem se tenha ocorrido em estabelecimento comercial ou se a residência está desabitada (STJ).

FURTO PRIVILEGIADO – Art. 155, §2°, CP


§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Necessito dos dois requisitos cumulativamente:


pág. 1
PRIMARIEDADE DO AGENTE + PEQUENO VALOR DA COISA FURTADA.

Trata-se de direito subjetivo do autor, ou seja, presentes os requisitos, o juiz tem que aplicar a redução, a
faculdade está presente apena aplicação da pena.

FURTO PRIVILEGIADO X PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ???


Não confunda esses dois institutos. Primeiro você analisará se é caso de insignificância (afastar o fato típico é
mais beneficial do que reduzir a penal), sendo afastado o princípio, analise o privilégio.

• INSIGNIFICÂNCIA: análise geral com base na mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade da
ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade de lesão ao bem jurídico. STJ
considera insignificante o valor de até 10% do salário mínimo. Cabe o juiz a análise do caso concreto. O fato é
atípico e o agente será absolvido.
• PRIVILÉGIO: requisitos específicos de cada agente, o juiz não pode acrescentar outros requisitos. O fato é típico
e o agente condenado, porém sua pena será reduzida.

FIGURA EQUIPARADA – Art. 155, §3°, CP


§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.

👉 Única modalidade de furto que configura crime permanente.

Para o STJ, não posso dar a essa modalidade de crime, o mesmo tratamento referente ao inadimplemento
tributário, ou seja, mesmo havendo o pagamento antes do recebimento da denúncia, não ensejará a extinção da
punibilidade, podendo, no entanto, ser analisado no arrependimento posterior.

☠️GATO – configura furto.


☠️TV A CABO – STF – fato atípico, não é energia, não pode ser objeto do crime de furto. STJ – fato atípico, não pode
ser equiparado a energia elétrica. Fato típico, pode ser equiparado a energia elétrica. Para a sua prova, considere a
atipicidade do fato.
☠️SUBTRAÇÃO DE CADÁVER – será o crime do art. 211, CP (destruição, subtração ou ocultação de cadáver).
☠️FURTO FAMÉLICO – praticado unicamente para saciar a fome do agente. Podem ocorrer três hipóteses
1°: Afastar a Ilicitude - Estado de Necessidade
2°: Afastar a Culpabilidade – Inexigibilidade de Conduta Diversa
3°: Aplicação do Princípio da Insignificância
☠️FURTO DE USO – fato atípico – o agente não tem o dolo de ter a coisa para si, porém, a coisa furtada tem que ser
devolvida no mesmo estado de conservação, não posso aplicar a bens consumíveis.

Súmula 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de
furto.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §4°, CP


§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas

pág. 1
Súmula 442, STJ: “É inadmissível aplicar, no furto qualificado, a majorante do roubo”.

FURTO QUALIFICADO PRIVILEGIADO ???


Súmula 511, STJ: “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos
de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a
qualificadora for de ordem objetiva”.
Todas as qualificadoras do furto têm natureza objetiva, com exceção do abuso de confiança que possui
natureza subjetiva.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §4°-A, CP


§ 4º-A - A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum

Uso o explosivo para cometer o crime, incluída no rol de qualificadoras pela Lei 13.654/18.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §5°, CP


§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior

É necessário o efetivo transporte para outro estado ou para o exterior.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §6°, CP


§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de
produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração

Denominado abigeato, o animal tem que ser domesticável e de produção, ou seja, aqueles destinados a
abate, não entram animais domésticos.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §7°, CP


§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego

Aqui, eu não tenho a figura do uso do explosivo para cometer o crime, como previsto no § 4ºA, mas sim a
subtração do próprio explosivo ou substâncias análogas, incluída no rol de qualificadoras pela Lei 13.654/18

• FURTO DE COISA COMUM – Art. 156, CP


Art. 156- Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a
coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º- Somente se procede mediante representação

De maneira geral, posso aplicar as peculiaridades referentes ao crime de Furto (Art.155, CP), aqui, serão
tratadas apenas as regras referentes ao tipo penal.

☠️CRIME PRÓPRIO: Posso considerá-lo como bipróprio, pois exige uma característica particular tanto do sujeito
ativo, como do sujeito passivo.
☠️CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠️AÇÃO PENAL: Pública Condicionada a Representação
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CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUDENTES DE ILICITUDE - Art. 156, §2°, CP
§ 2º- Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
direito o agente

Se o agente se apropria de uma coisa fungível, mas o valor da coisa não ultrapassa a sua cota, estará se
apropriando do que é seu!

• EXTORSÃO – Art. 158, CP


Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

A “indevida vantagem econômica” é analisada pelo juiz.


Quanto a grave ameaça prevista no tipo, o STJ considera que pode ser contra o patrimônio também.

☠️ DOLO ESPECIAL: intuito de obter para si ou para outrem, indevida vantagem econômica.
☠️ Não admite a modalidade culposa.
☠️ Admite a forma TENTADA.
☠️ CONSUMAÇÃO: consuma-se com a mera exigência da vantagem indevida. Crime formal e instantâneo. Súmula 96
do STJ.

AUMENTO DE PENA – Art. 158, §1°, CP


§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena
de um terço até metade.

Abrange qualquer espécie de arma (de fogo, branca), não houve alteração pela Lei 13.654/18.

EXTORSÃO QUALIFICADA PELA LESÃO GRAVE E PELA MORTE – Art. 158, §2°, CP
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.

Considerada uma norma penal em branco ao revés, pois, a complementação normativa é referente a sanção
e não ao tipo penal.
À extorsão qualificada pela lesão grave ou pela morte, aplica-se as penas relacionadas ao roubo qualificado
nessa modalidade.

CUIDADO!!! Cuidado com as alterações estabelecidas para o crime de roubo pela Lei 13.654/18.

ESTORSÃO QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA– Art. 158, §3°, CP


§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta
lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.

👉 É o denominado SEQUESTRO RELÂMPAGO!.


Aqui, é necessária a participação da vítima para se alcançar a vantagem indevida.

☠️ PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: o STF e o STJ negam a aplicação do princípio da insignificância aos crimes
praticados mediante violência ou grave ameaça.

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01 - Artêmis, maior de idade, estava passando em frente a uma loja de produtos eletrônicos e, com o uso de uma
chave falsa, logrou êxito em adentrar ao estabelecimento para subtrair várias mercadorias de elevado valor. Segundo
o Código Penal, o crime cometido por Artêmis se enquadra como
A) roubo simples.
B) roubo qualificado.
C) furto simples.
D) furto qualificado.
E) furto simples, com aumento de pena pelo uso de chave falsa.

02-João exerce a função de guarda municipal em uma Unidade de Saúde da Família (USF) do Município do Brejo. Na
última sexta-feira, foi ameaçado por um colega, que portava um canivete, para que não o denunciasse por levar
consigo cinco caixas de luvas descartáveis da USF. De acordo com o Código Penal Brasileiro, a situação acima,
caracteriza que João foi vítima de
A) furto.
B) furto de coisa comum.
C) extorsão.
D)furto qualificado.
E) extorsão indireta.

03 – O crime de furto de coisa comum, previsto no Art. 165, CP, é de ação pública incondicionada a representação.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – D
02 – C
03 – E

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO II

• ROUBO – Art. 157, CP


Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa

Para configurar o crime de roubo, o agente tem que “subtrair” coisa alheia, porém, aqui, é indispensável o
uso da violência/grave ameaça ou de meios que impossibilitem ou tornem impossíveis a defesa do ofendido.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio adotado no crime de furto, em relação a coisa própria, coisa
abandonada, coisa sem dono ou uso comum (não está presente a elementar “coisa alheia”).

☠ CRIME COMUM: não se exige qualidade especial do sujeito ativo ou do passivo.


☠Admite-se a forma tentada.
☠Ação Pública Incondicionada.

👉 Não existe a figura do ROUBO DE USO como sendo uma figura atípica!
👉 Não existe a figura do ROUBO PRIVILEGIADO!
👉PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – O STJ e o STF não reconhecem o princípio da insignificância sendo aplicado aos
crimes que contenham violência ou grave ameaça à pessoa, mesmo sendo a coisa subtraída de pequeno valor.
👉CRIME IMPOSSÍVEL – a ausência de patrimônio pela vítima não gera crime impossível, pois, para configurar o roubo,
tenho a incidência de duas condutas, SUBTRAÇÃO + VIOLÊNCIA – sofrendo o bem jurídico qualquer risco, tem-se o
crime na modalidade tentada.

ROUBO IMPRÓPRIO – Art. 157, §1°, CP


§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

☠Violência empregada contra a pessoa.


☠A finalidade da violência é assegurar a vantagem ou impunidade do crime.
☠Não admite tentativa

➢ VIOLÊNCIA PRÓPRIA: Violência física ou grave ameaça exercida contra a pessoa


➢ VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA: Meios que reduzem a possibilidade de defesa da vítima.

ROUBO PRÓPRIO Art. 157, “caput”, CP ROUBO IMPRÓPRIO Art. 157, §1°, CP FURTO Art. 155, CP
1º 2º 1º 2º 1º 2º
- VIOL./GRAVE AME. SUBTRAÇÃO SUBTRAÇÃO - VIOL./GRAVE AME. SUBTRAÇÃO - IMP. DE RESIST.
- IMP. DE RESIST.

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AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°, CP
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 até metade
I – (revogado); revogado pela Lei 13.654/18
II - Se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
VI – Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
VII – Se a violência ou grave ameaça é exercida com o emprego de arma branca. (Incluído pela Lei nº 13. 964,
de 2019)

Aplicado tanto ao roubo próprio como ao roubo impróprio.


A alteração deita pela Lei 13.654/18, revogou o termo “uso de arma” que era previsto no § 2º, I, e inseriu no
paragrafo seguinte e termo “arma de fogo”, afastando assim, toda e qualquer arma que não fosse a de fogo, como
causa de aumento. Com a Lei 13. 964, de 2019, foi inserido o inciso IV ao § 2º, voltando a prevê a possibilidade da
“arma branca” como causa de aumento de pena.

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°- A, CP


§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – Se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°- B, CP


§ 2º-B Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput desse artigo. (Incluído pela Lei nº 13. 964, de
2019)

👉Não existia diferença de a arma de fogo ser de uso restrito ou proibido. Por se tratar de Novatio Legis In
Pejus, seus efeitos não retroagem.

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §3°, CP


§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – Lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
II – Morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

👉Oresultado que agrava o crime pode ser cometido tanto a título de dolo como de culpa, porém, a violência
usada para se alcançar o resultado deve ser necessariamente dolosa.
👉Não posso aplicar as majorantes dos §§2° e 2°- A.
👉Quanto ao LATROCÍNIO, observe o disposto na súmula 610 do STF:

❖ Súmula 610 – STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente
a subtração de bens da vítima.

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ROUBO MORTE LATROCÍNIO
❖ CONSUMADO ❖ CONSUMADA ❖ CONSUMADO

❖ TENTADO ❖ TENTADA ❖ TENTADO

❖ CONSUMADO ❖ TENTADA ❖ TENTADO

❖ TENTADO ❖ CONSUMADA ❖ CONSUMADO

• EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO – Art. 159, CP


Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou
preço do resgate
Pena - reclusão, de oito a quinze anos

👉Tenho que ter a finalidade especial de obter qualquer vantagem como condição ou preço do resgate.
👉Não há a modalidade culposa.

☠ A consumação ocorre com a simples privação da liberdade da vítima, por tempo juridicamente relevante. Crime
formal.

EXTORSÃO QUALIFICADA Art. 159, §1°, CP


§ 1° Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior
de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

👉A vítima deve ser menor de 18 anos no momento do sequestro, não importando se quando foi liberada, já
tenha atingido a maioridade. Com o mesmo raciocínio, não importa se no momento do sequestro a vítima era menor
de 60 anos, se atingiu essa idade antes de cessar a permanência do crime, incidirá a qualificadora.

EXTORSÃO QUALIFICADA Art. 159, §§2° e 3°, CP


§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

👉 A lesão grave e a morte devem decorrer do fato, e não, necessariamente do emprego da violência.
👉A doutrina é divergente quando a morte, Cleber Masson entente que a morte, necessariamente tem que ser
do sequestrado, de maneira diversa entende Rogério Sanches, entendendo que configura com a morte de qualquer
pessoa.

DELAÇÃO PREMIADA Art. 159, §4°, CP


§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação
do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

👉 A redução de pena desse parágrafo aplica-se tanto a modalidade simples como a qualificada, trata-se de
direito subjetivo do autor.

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01 - João invade um museu público disposto a furtar um quadro. Durante a ação, quando já estava tirando o quadro
da parede, depara-se com um vigilante. Diante da ordem imperativa para largar o quadro, e temendo ser alvejado,
vulnera o vigilante com um projétil de arma de fogo. O vigilante vem a óbito; e João, impressionado pelos
acontecimentos, deixa a cena do crime sem carregar o quadro. De acordo com o entendimento sumulado pelo
Supremo Tribunal Federal, praticou-se

A) furto qualificado tentado em concurso com homicídio qualificado consumado.


B) roubo próprio tentado em concurso com homicídio consumado.
C) roubo impróprio tentado em concurso com homicídio consumado.
D) latrocínio tentado.
E) latrocínio consumado.

02 - Conforme jurisprudência dominante no STJ, nos crimes de furto e roubo (arts. 155 e 157 do CP) a consumação do
fato típico somente ocorre com a posse mansa e pacífica, o que não se verifica no caso de perseguição imediata do
agente e recuperação da coisa subtraída.
Certo ( ) Errado ( )

03 - O crime de extorsão mediante sequestro, desde que se prove que a intenção do agente era, de fato, sequestrar a
vítima, se consuma no exato instante em que a pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade, independentemente
de o(s) sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o resgate.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 - E
02 - E
03 - C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO III

• EXTORSÃO INDIRETA– Art. 160, CP


Art. 160- Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar
causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

O agente se vale da condição de necessidade da outra pessoa para fazer com que esta assine documento que
pode dar causa a procedimento criminal, que pode ser tanto contra a própria pessoa que está assinando, como
contra terceiros

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ CRIME FORMAL: quanto a “exigência” do documento. CRIME MATERIAL: quanto ao “recebimento”
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

• DANO– Art. 163, CP


Art.163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Tenho que ter a destruição, inutilização ou deterioração de coisa alheia, não existirá o crime se o agente
destrói o próprio bem, também não existirá nos casos de:

👉 COISA ABANDONADA
👉 COISA SEM DONO

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ CRIME MATERIAL: necessito da destruição, inutilização ou deterioração da coisa
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PRIVADA – Art.167, CP.

DANO QUALIFICADO Art. 163, Parágrafo Único, CP


Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, Estado, do Distrito Federal, de Municípios ou de Autarquias, fundações
públicas, empresas públicas, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

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IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

👉Na hipótese qualificada, a única modalidade em que a ação penal será privada, vai ser a do Inciso IV (art.
167, CP), nos demais casos, a ação será pública incondicionada.

No caso do Inciso I, a violência à pessoa ou a grave ameaça, são meios de execução do crime de dano, se for
posterior a sua prática, o agente responderá por ambos os crimes em concurso material.
No caso do Inciso II, temos a hipótese de um crime na modalidade subsidiária.

01 - É qualificado, se cometido contra o patrimônio do Município, o crime de


A) furto (CP, art. 155, § 4º ).
B) usurpação de águas (CP, art. 161, I).
C) esbulho possessório (CP, art. 161, II).
D) dano (CP, art. 163).
E) apropriação indébita (CP, art. 168).

02 - Considerando o que dispõe o Código Penal, o crime de dano é qualificado se cometido


A) durante o repouso noturno.
B) mediante concurso de duas ou mais pessoas.
C) com destreza.
D) com escalada.
E) por motivo egoístico.

03 - O filho de João tem grave problema de saúde e precisa realizar custoso procedimento cirúrgico, que a família não
tem condição de pagar. Imagine que Pedro empresta R$ 50.000,00 a João, mas como garantia de tal dívida exige que
João, de próprio punho e em documento escrito, confesse ter traído a própria esposa, bem como ter fraudado a
empresa em que ambos trabalham, desviando recursos em proveito próprio. João cede à exigência a fim de obter o
empréstimo. A conduta de Pedro
A) é isenta de pena, por incidir causa supra legal que afasta a culpabilidade, qual seja, o consentimento da vítima.
B) configura exercício arbitrário das próprias razões.
C) é atípica, por ausência de previsão legal.
D) configura constrangimento ilegal
E) configura extorsão indireta.

04 - Considere que determinada pessoa, indignada por não ter resolvido uma questão particular em órgão público da
União, destrua o balcão de recepção do referido órgão. Nessa situação, a conduta do agente classifica-se como dano
qualificado, para o qual é prevista multa e pena de detenção de seis meses a três anos.
CERTO ( ) ERRADO ( )

pág. 1
GABARITO
01 – D
02 – E
03 – E
04 – C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO IV

• APROPRIAÇÃO INDÉBITA – Art. 168, CP


Art. 168- Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena

👉 O sujeito ativo tem a posse ou a detenção desvigiada ou legítima do bem móvel, daí, o sujeito ativo
investe o domínio daquele bem e passa a dispor como se a coisa fosse sua.

☠ CRIME PRÓPRIO: Apenas o possuidor ou detentor da coisa poderá praticar o crime


☠ CRIME MATERIAL: O agente precisa dispor como se fosse dono da coisa
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA

AUMENTO DE PENA– Art. 168,§ 1º CP


§ 1º- A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I- em depósito necessário;
II- na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III- em razão de ofício, emprego ou profissão.

A questão referente ao depósito necessário previsto no incido I, é tratada nos arts. 647 a 652, do CC. No
inciso II, encontramos um rol taxativo, sem a possibilidade de aumento de pena em casos fora os estabelecidos.
Quanto ao inciso III, temos hipóteses de circunstâncias pessoais, incomunicáveis em concurso de pessoas.

• APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA– Art. 168-A, CP


Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa

Trata-se de um crime que afeta a ordem tributária, é um crime omissivo próprio já que só pode ser praticado
por quem tinha o dever de repassar contribuições, através de uma omissão. Para o STF e para o STJ, estará
consumado o crime na data da constituição definitiva do crédito tributário, com o esgotamento da via administrativa.

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☠ CRIME PRÓPRIO: Apenas aquele a quem cabe recolher as contribuições e repassá-las pode ser sujeito ativo. O
sujeito passivo será a UNIÃO
☠ CRIME MATERIAL
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ NÃO ADMITE TENTATIVA: trata-se de um crime omissivo próprio.

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 168-A,§1º CP


§1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I– recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II– recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos
relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III- pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à
empresa pela previdência social.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE– Art. 168-A,§2º CP


§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das
contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida
em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal

O STF já decidiu que a quitação, mesmo depois do trânsito em julgado, pode beneficiar o agente, já que a Lei
10.684/03 não estabelece tempo, e não cabe ao judiciário estabelecê-lo.
Não cabe outra interpretação a não ser a de que o adimplemento do débito tributário, a qualquer tempo, é
causa extintiva da punibilidade (HC 362,478/SP, rel. Min. Jorge Mussi. DJe 20/09/2017)

PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A,§3º CP


§ 3ºÉ facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
bons antecedentes, desde que:
I– tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição
social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Revogado tacitamente pelo art. 9º da Lei 10.684/03)
II– o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

INAPLICABILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A,§4º CP


§ 4º A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo
valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais

No âmbito federal, o valor mínimo para o ajuizamento da execução fiscal é de R$20.000,00 (Portaria MF
75/2002). Qualquer valor acima, não cabe ao juiz deixar de aplicar a pena.

• APROPIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR– Art. 169, CP
Art. 169- Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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CUIDADO!!! Não confunda este crime com o crime de apropriação indébita, na apropriação indébita, o
agente entrega, voluntariamente a coisa ao sujeito ativo, que passa a dispor como se dono fosse. No crime
em tela, o agente entregou a coisa ao sujeito ativo, por uma falsa percepção da realidade, ou seja, é imprescindível o
erro na entrega da coisa.

☠ CRIME COMUM: Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo


☠ CRIME MATERIAL: A consumação ocorre com a apropriação da coisa alheia
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 169, Parágrafo Único, CP


Parágrafo único- Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I- quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o
proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.

Mas qual a definição de tesouro???


Trata-se de uma norma penal em branco homogênea, estando sua definição prevista no Código Civil.

Achando não é roubado???


De fato, achado não é roubado, mas isso não torna a conduta do agente atípica, quem se apropria de coisa
achada responderá pelo crime do art. 169, parágrafo único, incido II.
Importante salientar que não cometerá este crime aquele que se apropria de coisa abandonada, pois falta o
requisito “coisa alheia”.
Posso considerar a conduta do art. 169, parágrafo único, incido II, como sendo um CRIME A PRAZO, pois,
preciso do decurso de 15 dias para estar consumado.

01 - Ao anoitecer de 28 de abril de 2017, o funcionário público municipal Mário Pança, ao sair da prefeitura de
Passárgada, onde trabalha, encontra um pacote contendo cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em notas de R$
100,00. Feliz com a possibilidade de saldar todas as suas dívidas, leva tal numerário para casa e, no dia seguinte,
procura seus credores, saldando um a um. Marta Rochedo, que havia perdido tal numerário, procura a Delegacia de
Polícia local pedindo providências a respeito. Os policiais civis realizam investigações, conseguindo apurar que Mário
Pança havia encontrado tal numerário, dando cabo de suas dívidas com o mesmo. Diante de tal enunciado, a opção
em que se enquadra a conduta praticada por Mário Pança é:
A) Apropriação indébita de coisa alheia achada.
B) Furto privilegiado.

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C) Furto simples.
D) Peculato apropriação.

02 - Durante um ano e cinco meses, a empresa L&X recolheu as contribuições previdenciárias de seus empregados,
mas não as repassou à previdência social, o que caracterizou o crime de apropriação indébita previdenciária. Nessa
situação, se os representantes legais da empresa L&X, espontaneamente, confessarem e efetuarem o pagamento das
contribuições, ficará extinta a punibilidade.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A apropriação de veículo do patrão por empregado doméstico que detinha o bem para utilização em tarefas
afetas às suas obrigações é delito de apropriação indébita, devendo a pena-base ser majorada de um terço por
determinação legal.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – C

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO V

• ESTELIONATO – Art. 171, CP


Art. 171- Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa

O sujeito ativo usa de uma fraude para ludibriar uma pessoa, induzindo-a em erro, ou mantendo em erro
quem já se encontra, para obter uma vantagem ilícita.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ CRIME MATERIAL: é necessário a obtenção da vantagem indevida
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO

CUIDADO!!! O Pacote Anticrime (Lei 13.964/19) inseriu o §5º ao art. 171, modificando, assim, a ação penal,
antes era pública incondicionada, hoje, para a ser, em regra, ação pública condicionada a representação, com
exceção dos casos previstos no próprio parágrafo que veremos a seguir.

FORMA PRIVILEGIADA– Art. 171, §1º CP


§ 1º- Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o
disposto no art. 155, § 2º.

Nossa jurisprudência entende como sendo coisa de pequeno valor, aquela que não ultrapassa um salário
mínimo. Nesse caso, o juiz poderá:

👉 SUBSTITUIR A PENA DE RECLUSÃO PENA DE DETENÇÃO;


👉 REDUZI-LA DE 1/3 A 2/3;
👉 APLICAR SOMENTE A PENA DE MULTA

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 171, §2º CP


Disposição de coisa alheia como própria
I- vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II- vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor

pág. 1
III- defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do
objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV- defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V- destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão
ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI- emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.

AUMENTO DE PENA– Art. 171, §3º CP


§ 3º- A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou
de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência

Também recebe o nome de ESTELIONATO CIRCUNSTANCIADO, porém, quando for cometido em detrimento
da Previdência Social, que é entidade de direito público, recebe o nome de ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO.

QUALIFICADORA– Art. 171, §4º CP


§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso

AÇÃO PENAL – Art. 171, §5º CP


§ 5ºSomente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I- a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II- criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III- pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV- maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

01 - Hugo estava em via pública com seu currículo na mão, considerando o fato de estar desempregado. Ao observar
aquela situação, Carlos apresentou-se como funcionário da sociedade empresária que funcionava naquela rua e
afirmou que teria um emprego para oferecer a Hugo. Para isso, Hugo precisaria inicialmente apresentar seus
documentos. Posteriormente, Carlos solicitou que Hugo lhe entregasse seu aparelho de telefonia celular, afirmando
que iria ao interior do estabelecimento comercial para registrar o wi-fi no aparelho. Hugo, então, entregou a Carlos
seu celular e permitiu que ele fosse ao estabelecimento, combinando de aguardá-lo em via pública. Uma hora depois,
entendendo que Carlos estava demorando, Hugo o procurou no estabelecimento, descobrindo que, na verdade,
Carlos nunca trabalhara no local e que deixara a localidade na posse do seu telefone assim que o recebeu.
Os fatos são informados ao Ministério Público.
Com base apenas nas informações expostas, a conduta de Carlos condiz com a figura típica do crime de:
A) apropriação indébita majorada em razão do ofício, emprego ou profissão;
B) furto qualificado pelo emprego de fraude;
C) apropriação indébita simples;
D) furto simples;
E) estelionato.

02 - Para a caracterização do estelionato, é necessário haver o emprego de fraude, a provocação ou a manutenção


em erro, a vantagem ilícita e a lesão patrimonial de outrem
pág. 1
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Aquele que lesar o próprio corpo ou agravar as consequências de uma lesão com o intuito de buscar indenização
será, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo do delito em razão da sua própria conduta.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Saulo, utilizando-se da fraude conhecida como conto do bilhete premiado, ofereceu o falso bilhete a Salete para
que esta resgatasse o prêmio. Encantada com a oferta e desconhecendo a falsidade do bilhete, Salete entregou a
Saulo vultosa quantia, sob a crença de que o bilhete representasse maior valor. Após dirigir-se à casa lotérica, Salete
descobriu o engodo e procurou uma delegacia de polícia para registrar o fato. Nessa situação, não cabe qualquer
providência na esfera policial, porquanto a vítima também agiu de má-fé (torpeza bilateral), ficando excluído o crime
de estelionato.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – E
04 – E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO VI

• RECEPTAÇÃO – Art. 180, CP


Art. 180- Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Podemos conceituar a receptação como sendo um CRIME ACESSÓRIO, pois necessita da ocorrência de um
crime anterior.

☠ RECEPTAÇÃO PRÓPRIA – ocorre quando o agente “adquire”, “recebe”, “transporta”, “conduz” ou “oculta”
☠ RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA – ocorre quando o agente “influi” para que terceiro de boa-fé, adquira, receba,
ou oculte.

A receptação própria é CRIME MATERIAL, já a receptação imprópria classifica-se como CRIME FORMAL.
👉 Somente a RECEPTAÇÃO PRÓPRIA admite tentativa.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo direto – “coisa que sabe ser produto de crime” (a modalidade culposa encontra-se no
§3º )
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

QUALIFICADORAS – Art. 180, §§1º, 2º CP


§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º- Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

A figura contida no parágrafo primeiro foi inserida para que aqueles proprietários de desmanche de carro
pudessem ser punidos mais severamente.
Aqui, eu tenho a figura de um CRIME PRÓPRIO, ou seja, somente pode ser sujeito ativo deste crime, o
comerciante ou industrial.
O § 2º trás a figura de uma NORMA PENAL EXPLICATIVA

FORMA CULPOSA – Art. 180, §3º, CP


§ 3º- Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

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Único crime culposo contra o patrimônio. Crime de menor potencial ofensivo.

AUTORIA DO CRIME ANTERIOR – Art. 180, §4º, CP


§ 4º- A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa

Não importa se o autor do crime anterior é desconhecido, ou, se conhecido, for isento de pena, irei punir a
receptação da mesma forma.

FORMA PRIVILEGIADA – Art. 180, §5º, CP


§ 5º- Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155

☠ RECEPTAÇÃO CULPOSA – Juiz poderá:


👉 Deixar de aplicar a pena

☠ RECEPTAÇÃO DOLOSA – Sendo o criminoso primário e a coisa de pequeno valor, o juiz poderá:
👉Substituir a reclusão pena detenção
👉Diminuir a pena de 1/3 a 2/3
👉Aplicar somente a pena de multa

QUALIFICADAS – Art. 180, §6º, CP


§ 6º -Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços
públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)

Aplica-se somente a receptação simples, própria e imprópria.

01 -Um indivíduo, sem antecedentes criminais, que, consertando e vendendo telefones celulares novos e usados,
exercia comércio clandestino no quintal de casa, expôs à venda, em certa ocasião, um celular roubado avaliado em R$
3.000. Ao ser indagado sobre a procedência do bem, o comerciante alegou que o comprara de um desconhecido, sem
recibo ou nota fiscal. Embora não tenha ficado esclarecido como o celular chegara às suas mãos ou quem o subtraíra,
é inquestionável a procedência criminosa, já que a vítima, quando do roubo, havia registrado na delegacia a
ocorrência do fato, o qual fora confirmado por testemunhas oculares.

Nessa situação hipotética, tal indivíduo responderá pela prática de crime de receptação

A) preterdolosa, por ter agido com dolo na conduta e culpa no resultado.


B) qualificada, mesmo que a autoria do crime anterior não seja apurada, por tratar-se de crime parasitário ou
acessório.

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C) culposa, já que agiu com imprudência ao comprar produtos sem exigir recibo ou nota fiscal.
D) simples, porque não explorava comércio regular.
E) dolosa com forma privilegiada, por ser primário e ter bons antecedentes.

02 - Sobre o crime de receptação, é correto afirmar que:


A) cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
B) não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra receptação.
C) a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
D) aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde por receptação ao receber para si o
produto do crime.

03 - A extinção da punibilidade pela prática do crime de furto alcança o crime de receptação, haja vista que este
último só foi possível em razão do primeiro.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 - B
02 - D
03 - E

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO VI

ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS – Arts. 181 e 182, CP

IMUNIDADE ABSOLUTA – Art. 181 CP


Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - Do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - De ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

👉Recebe o nome de IMUNIDADE ABSOLUTA pois o agente fica ISENTO DE PENA

IMUNIDADE RELATIVA - Art. 182 CP


Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - Do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - De irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - De tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

👉Aqui, a imunidade é relativa tendo em vista não mais existir isenção de pena, mas, se a ação penal for
pública incondicionada, passará a ser PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.

RESSALVAS DO Art. 183 CP


Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - Se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
pessoa;
II - Ao estranho que participa do crime.
III - Se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

👉Exitemdeterminados casos em que não posso aplicar nem a imunidade absoluta nem a imunidade relativa,
como estabelecido no art. 183, CP

01 - Sobre as disposições gerais aplicáveis aos crimes contra o patrimônio, previstas nos artigos 181 a 183 do Código
Penal, assinale a alternativa correta.
A) Maria, apesar de divorciada de José, com este mantém amizade, e constantemente se encontram para jantar. Em
um desses encontros, Maria furtou o relógio e as abotoaduras de ouro pertencentes a José. Nesse caso, por ter sido
casada com José, Maria estará isenta de pena, nos temos do art. 181, I, do Código Penal.
B) Se o crime for cometido em prejuízo de irmão, legítimo ou ilegítimo, a ação penal será pública incondicionada.
pág. 1
C) Manoel, para sustentar o vício em jogos, furtou R$ 70.000,00 de seu pai, referente a todo o dinheiro economizado
durante a vida do genitor, um senhor de 65 anos de idade à época do fato. Por ter praticado crime sem violência
contra seu genitor, Manoel ficará isento de pena.
D) As causas de isenção de pena previstas nos artigos 181 e 182 também se estendem ao estranho que participa do
crime.
E) Se o crime for cometido em prejuízo de tio ou sobrinho com quem o agente coabita, a ação penal será pública
condicionada à representação.

02 - Nilson, na companhia de sua namorada, Ana Paula, ambos maiores e capazes, subtraem a quantia de R$ 200,00
da carteira do avô de Nilson que, na data do furto, contava 62 anos de idade. Diante da situação hipotética
apresentada,
A) Nilson ficará isento de pena, em razão do crime ter sido praticado contra seu ascendente. Contudo, tal isenção não
alcançará Ana Paula.
B) haverá isenção da pena para Nilson, circunstância que também alcançará sua namorada Ana Paula.
C) Nilson e Ana Paula responderão pelo crime de furto qualificado, não incidindo a isenção de pena para nenhum dos
agentes.
D) Nilson responderá por furto qualificado, enquanto que Ana Paula responderá por furto simples.
E) A responsabilização penal de Nilson e Ana Paula dependerá de queixa-crime.

03 - É correto afirmar que é isento de pena a esposa que pratica crime de furto qualificado com emprego de chave
falsa contra seu marido na constância do casamento, gozando esta de imunidade penal absoluta.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - G. S., primário e de bons antecedentes, furta R$ 10.000,00 de seu próprio pai, um senhor de 55 anos. Na
hipótese, conclui-se que G. S.
A) fica isento de pena.
B) responde pelo crime de furto privilegiado.
C) responde pelo crime de furto simples.
D) responde pelo crime de furto agravado.
E) responde pelo crime de furto qualificado.

05 - As escusas absolutórias previstas no art. 181 do Código Penal favorecem ao estranho que participa do crime,
desde que tenha ciência de estar participando de prática de fato envolvendo parentes.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – C
04 – A
05 - E

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL I

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

ESTUPRO – Art. 213, CP


Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

A Lei 12.015/09 uniu a figura do atentado violento ao pudor (art. 214, CP) ao crime de estupro, atualmente, o
crime de estupro engloba tanto a conjunção carnal como qualquer outro ato libidinoso.

CUIDADO!!! Não houve descriminalização do crime de atentado violento ao pudor, o que ocorreu foi a
continuidade típico normativa, migrando assim, para o crime de estupro.

☠️ CRIME COMUM – qualquer pessoa pode ser sujeito ativo ou passivo


☠️ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa
☠️ CONSUMAÇÃO: com qualquer ação que atente contra o pudor, com a intenção de satisfazer a lascívia.
☠️ TIPO MISTO ALTERNATIVO: crime de conduta múltipla ou de conteúdo variado, ou seja, se o agente pratica mais
de um núcleo do tipo dentro da mesma relação fática, responderá por crime único.

Antes da Lei 13.718/18, a ação penal do crime de estupro era Pública Condicionada a Representação

ESTUPRO QUALIFICADO – Art. 213, §1°, CP


§ 1° Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 a 12 anos.

❖ Vítima maior de 18 anos – estupro simples (art.213, CP)


❖ Vítima maior de 14 e menor de 18 anos – estupro qualificado (art.213, §1°, CP)
❖ Vítima menor de 14 anos – estupro de vulnerável (art. 217-A)

👉Lesões leves e vias de fato são absolvidas pelo crime de estupro, lesões graves e a morte qualificam.
👉O desconhecimento da idade da vítima pode afastar a qualificadora por erro de tipo
👉Estupro qualificado pela lesão grave: Crime Preterdoloso!

ESTUPRO QUALIFICADO– Art. 213, §2°, CP


§ 2° Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

👉 Estupro qualificado pela morte: Crime Preterdoloso!

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IMPORTUNAÇÃO SEXUAL – Art. 215-A CP
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou
a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018).
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018).

Para a configuração desse crime, não posso ter violência ou grave ameaça.

☠️ ELEMENTO SUBJETIVO: sempre o DOLO, não há a modalidade culposa. Tenho que ter uma finalidade especial:
satisfazer a própria lascívia ou de terceira pessoa.
☠️ Admite a TENTATIVA
☠️ CONSUMAÇÃO: prática do ato libidinoso.
☠️ SUBSIDIARIEDADE: é exemplo de delito subsidiário já que o tipo prevê que configurará tal crime se não
constituir crime mais grave.

DA EXPLORAÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL – Art. 216 -B, CP


Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou
libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro
registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.

Preenche a lacuna em relação aqueles que registravam a prática de atos sexuais entre terceiros em
ambientes privados.

01 - Considere a alternativa FALSA sobre o crime de estupro (Código Penal, Art. 213):
A) Como a conjunção carnal e outros atos libidinosos passaram a caracterizar o crime de estupro, não existe tentativa
de estupro, pois a tentativa já é a consumação de ato libidinoso.
B) Causar lesão corporal grave na vítima em consequência do estupro é uma forma qualificada do crime.
C) Tanto sujeito ativo quanto sujeito passivo do crime de estupro podem ser homem ou mulher.
D) Pode-se caracterizar o crime de estupro mesmo que o sujeito ativo não exerça o toque físico no corpo da vítima
para a consumação do ato.

02 - Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de
terceiro, constitui crime de importunação sexual
CERTO ( ) ERRADO ( )

pág. 1
03 - O estupro (art. 213 do Código Penal), com redação dada pela Lei n° 12.015/2009, é tipo penal misto alternativo.
Logo, se o agente, no mesmo contexto fático, pratica conjunção carnal e outro ato libidinoso contra uma só vítima,
pratica um só crime do art. 213 do Código Penal.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL II

DA AÇÃO PENAL – Art. 225, CP


Art. 225, CP – Nos crimes definidos nos capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
incondicionada. (Redação dada pela Lei 13.718/18).
Parágrafo Único – (Revogado pela Lei 13.718/18)

Cuidado com a alteração desse dispositivo, será de Iniciativa Pública Incondicionada a ação penal aos crimes
cometidos após 2018.

SEGREDO DE JUSTIÇA – Art. 234-B CP


Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.

Crimes contra a dignidade sexual serão em segredo de justiça

AUMENTO DE PENA

ART.226, CP ART.234 – A, CP

• Aumentada DA QUARTA PARTE:


✓ Concurso de pessoas • Aumentada DE METADE a 2/3
✓ Resulta gravidez
• De METADE:
✓ Agente é ascendente/padrasto/madrasta/ • De 1/3 a 2/3:
tio/irmão/cônjuge/companheiro/tutor/curador/precep ✓ Agente transmite a vítima doença sexualmente
tor ou empregador da vítima ou por qualquer outro transmissível de que sabe ou deveria saber ser
título, tiver autoridade sobre ela portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com
deficiência.
• De 1/3 a 2/3:
✓ Concurso de pessoas
✓ Controlar o comportamento sexual e social

DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEIS

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ESTUPRO DE VULNERÁVEL – Art. 217-A CP
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1° Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência.

Diferentemente do estupro, não é necessário aqui, qualquer tipo de violência ou grave ameaça para
consumar o crime, basta a execução de qualquer verbo do tipo, mesmo que exista o consentimento da vítima.
Quanto a vulnerabilidade, analisarei com base no caso concreto no momento do cometimento do crime, se
ela será permanente ou temporária.

☠️ELEMENTO SUBJETIVO: sempre o DOLO, não há a modalidade culposa.


☠️Admite tentativa
☠️ CONSUMAÇÃO: com a ocorrência de qualquer ato libidinoso ofensivo a dignidade sexual da vítima
☠️ SUJEITO PASSIVO: menores de 14 anos; enfermos ou deficientes mentais que não tenham o discernimento para a
prática do ato (independentemente da idade); pessoas que, por outras causas, não possam oferecer resistência
(independentemente da idade).

ESTUPRO SIMPLES – ART. 213 ESTUPRO QUALIF. ART. 213, § 1° ESTUPRO QUALIF. ART. 213, § 1°
Vítima: >18 ANOS Vítima: >14 e <18 ANOS Vítima: <14 ANOS

ESTUPRO DE VULNERÁVEL QUALIFICADO PELA LESÃO GRAVE– Art. 217-A, §3°, CP


§ 3° Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

Crime preterdoloso – dolo da ação e culpa no resultado.

ESTUPRO DE VULNERÁVEL QUALIFICADO PELA MORTE– Art. 217-A, §4°, CP


§ 4° Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Crime preterdoloso – dolo da ação e culpa no resultado.

CONSENTIMENTO DA VÍTIMA– Art. 217-A, §5°, CP


§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do consentimento da
vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.

Súmula 593, STJ: O crime de estupro de vulnerável configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com
menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experiência sexual
anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.

CORRUPÇÃO DE MENORES – Art. 218 CP


Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5
(cinco) anos.
Parágrafo único. (VETADO).

Busca punir aqueles que agem contra pessoas ainda em processo de desenvolvimento

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☠️ CONSUMAÇÃO: ocorre quando o autor obriga a vítima a praticar qualquer ato tendente a satisfazer a lascívia de
outrem. Não exige habitualidade.
☠️ Admite-se a TENTATIVA
☠️ TERCEIRO: O terceiro beneficiado não responde por este crime, poderá ter sua conduta amoldada no estupro de
vulnerável se vier a praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso com o menor

Se a idade não vítima não era conhecida pelo agente, haverá erro de tipo, afastando a conduta criminosa.

01 - Em relação ao crime de estupro de vulnerável, é questão pacificada no Direito Penal


A) a irrelevância do consentimento da vítima para a prática do ato, bem como sua experiência sexual anterior ou
existência de relacionamento amoroso com o agente.
B) o critério exclusivo de vulnerabilidade pela idade da vítima, menor de 14 anos.
C) que a vítima do sexo masculino não pode ser sujeito passivo do delito em análise.
D) que o desconhecimento da lei exclui a tipicidade delitiva.
E) que a pena é duplicada se o agente exercer autoridade sobre a vítima.

02 - Uma mulher de 30 anos de idade atrai para o seu apartamento, seu vizinho de 13 anos que, apesar da idade,
apresenta porte físico bem desenvolvido. Após convencê-lo de que vai manter sigilo, pratica conjunção carnal com o
mesmo. Trata-se de um crime de corrupção de menores
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado crime de natureza
sexual consistente em conjunção carnal forçada no dia do último aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o
ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos legais e jurisprudenciais a
ela relacionados
Se comprovada a prática do crime, Pierre responderá por estupro de vulnerável, haja vista a idade da vítima.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – E
03 - E

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL III

SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE – ART. 218-A, CP


Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal
ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos

A vítima não está fisicamente envolvida no ato sexual.

☠️TIPO MISTO ALTERNATIVO: o fato do proxeneta praticar na presença e induzi-lo a presenciar, no mesmo contexto
fático, caracteriza crime único.
☠️CRIME FORMAL: basta que a vítima presencie o ato
☠️ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠️ADMITE A TENTATIVA
☠️NÃO É INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠️AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA


OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL – ART.218-B
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§1º-Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa

O fato de ser a vítima já atuante na prostituição, não afasta o crime, aqui se pune o agente que está
incentivando essa atividade ou, até mesmo, se aproveitando dessa atividade como cliente.

☠️CRIME MATERIAL: se consuma quando a vítima passa a se dedicar à prostituição ou a exploração sexual, ou
quando o sujeito ativo pratica algum ato que facilite a exploração, impeça ou dificulte o seu abandono.
☠ PODERÁ SER PERMANENTE ou INSTANTÂNEO
☠️ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠️ADMITE A TENTATIVA
☠️NÃO É INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠️AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA
☠ANIMUS LUCRANDI: §1º – se praticado com o objetivo de lucro, aplico também a multa

CONDUTAS EQUIPARADAS – ART. 218-B, §2º, CP


§ 2º Incorre nas mesmas penas:
I- quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14
(catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;

pág. 1
I- o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste
artigo.
§ 3º -Na hipótese do inciso II do § 2 o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento.

DIVULGAÇÃO DE CENAS DE ESTUPRO OU DE CENAS DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENAS DE


SEXO OU PORNOGRAFIA – ART.218,C, CP
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por
qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia,
vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou
induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

☠️TIPO MISTO ALTERNATIVO: A realização de mais de um dos verbos no mesmo contexto fático, configura crime
único.
☠️CRIME MATERIAL: consuma-se com a realização de qualquer verbo do tipo
☠️ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠️ADMITE A TENTATIVA
☠ PODERÁ SER PERMANENTE ou INSTANTÂNEO
☠️NÃO É INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠️AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

AUMENTO DE PENA – ART.218-C, §1º, CP


§ 1º - A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha
mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.

A existência de relação prévia torna a conduta mais reprovável

EXCLUDENTE DE ILICITUDE - ART.218-C, §2º, CP


2º - Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza
jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima,
ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.

01 - Valtemir praticou conjunção carnal com sua enteada Flaviana, que possui 12 anos de idade. Assim, Valtemir
deve responder pelo crime de:
A) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (artigo 218-A do CP).
B) submissão de criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual (artigo 244-A da Lei nº 8.069/1990).
C) estupro de vulnerável (artigo 217-A do CP).
D) corrupção de menores (Lei nº 2.252/1954).
E) assédio sexual (artigo 216-A do CP).

02 - Nos crimes contra a dignidade sexual, tratando-se da vítima menor de 14 anos, ou enferma ou deficiente
mental sem o necessário discernimento para o ato, a situação em que o proxeneta e o cliente que pratica a
conjunção carnal enquadram-se no delito de estupro de vulnerável; enquanto o proprietário, o gerente ou o
responsável pelo local responderão, tão somente, pelo crime de favorecimento à prostituição, na modalidade de

pág. 1
conduta equiparada. Já, quando a vítima explorada sexualmente for menor de 18 e maior de 14 anos, o cliente que
pratica a conjunção carnal responderá pelo crime de favorecimento à prostituição.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 - C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL IV

DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS PARA FINS DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO


SEXUAL

CASA DE PROSTITUIÇÃO - ART. 229, CP


Art. 229.Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não,
intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente

A conduta do indivíduo que mantém casa para fins libidinosos, por si só, não caracteriza crime, é necessário
que haja exploração sexual.

☠️ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo ou passivo


☠️ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa
☠️ ADMITE TENTATIVA
☠️ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠️ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

RUFIANISMO – ART. 230, CP


Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no
todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aqui, o agente está auferindo lucro ou, efetivamente, retirando seu sustento da prostituição.

☠️ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo ou passivo


☠️ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa
☠️ CRIME MATERIAL: ocorre com o efetivo proveito, de forma reinterada
☠️ ADMITE TENTATIVA
☠️ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠️ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

FORMA QUALIFICADA – ART.230, §§ 1º E 2º, CP


§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente,
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou
por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
manifestação da vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
pág. 1
01 - Correrão em segredo de justiça os processos em que se apurarem crimes de
A) ultraje a culto.
B) rufianismo
C) vilipêndio.
D) aliciamento para o fim de emigração.

02 – Se o crime de Rufianismo é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou
dificulte a livre manifestação da vontade da vítima, a pena será aumentada de metade
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros, configura crime de Rufianismo
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - A conduta do indivíduo que mantém casa para fins libidinosos, por si só, não caracteriza crime
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
03 – C
04 – C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I

MOEDA FALSA– ART. 289, CP


Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa

Ocorre quando o agente falsifica moeda ou papel-moeda em curso no país ou no estrangeiro, falsificando ou
alterando. Não necessito obter vantagem ou causar prejuízo a terceiro para o crime está consumado.
Trata-se de crime de PERIGO ABSTRATO (independe de comprovação de perigo ao bem tutelado
juridicamente)
A UNIÃO é competente para a emissão de moeda – art. 48, XIV, CF.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa.


☠ ADMITE TENTATIVA.
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

CONDUTA EQUIPARADA – Art. 289, § 1º,CP


§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

TIPO MISTO ALTERNATIVO - o agente poderá realizar mais de um verbo do tipo, não configurará mais de um
crime.

FORMA PRIVILEGIADA – Art. 289, § 2º , CP


§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Necessito do dolo de, depois de saber ser falsa a moda, coloca em circulação. É crime de menor potencial
ofensivo.

FORMA QUALIFICADA– Art. 289, § 3º , CP


§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco
de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada

Crime próprio, exige uma qualidade especial do sujeito ativo.

FIGURA EQUIPARADA Art. 289, § 4º , CP


pág. 1
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada

Nessa modalidade, pode ser cometido por qualquer pessoa.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – O STF e o STJ afastam a aplicabilidade a esse crime, independentemente


do valor falsificado.
COMPETÊNCIA: A competência é da JUSTIÇA FEDERAL
FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA: A falsificação deve ser apta a enganar, falsificação grosseira estará configurado o
crime de ESTELIONATO – SÚMULA 73 do STJ. E a competência passará a ser da Justiça Estadual.

PETRECHO PARA A FALSIFICAÇÃO DE MOEDA– ART. 291, CP


Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa

Ocorre quando o agente pratica qualquer dos verbos do tipo, com o objetivo de falsificar moeda, trata-se de
modalidade em que a preparação é punida.

☠ CRIMES FORMAL
☠ TIPO MISTO ALTERNATIVO - o agente poderá realizar mais de um verbo do tipo, não configurará mais de um
crime.
☠ CRIME COMUM
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa.
☠ ADMITE TENTATIVA.
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – O STF e o STJ afastam a aplicabilidade aos crimes contra a fé pública
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO – se já houver a contrafação da moeda, o crime será absolvido pelo art. 289, CP.

01 - Ronaldo, dono de um minimercado situado na cidade de Florianópolis, recebeu em seu estabelecimento, de boa-
fé e como verdadeira, uma nota de R$ 100,00 de um cliente para pagamento de uma compra. No dia seguinte,
Ronaldo tomou conhecimento de que a nota recebida é falsa, mas, mesmo assim, ele a restituiu à circulação. Neste
caso, Ronaldo
A) não cometeu qualquer infração penal.
B) cometeu crime de moeda falsa e está sujeito à pena de detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
C) cometeu crime de moeda falsa e está sujeito à pena de reclusão, de 3 a 12 anos, e multa, sem qualquer benefício.
D) cometeu crime de moeda falsa e está sujeito à pena de reclusão, de 3 a 12 anos, e multa, que será reduzida de 1/6
a 1/3 em razão da boa-fé quando do recebimento da cédula.
E) cometeu crime de moeda falsa e está sujeito à pena de reclusão, de 3 a 12 anos, e multa, mas o Magistrado poderá
lhe conceder o perdão judicial.

02 - Aquele que adquire objeto especialmente destinado à falsificação de moeda, sem, contudo, efetivamente
produzir moeda falsa, não incorre em conduta criminosa, uma vez que praticou ato meramente preparatório.
pág. 1
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A configuração do crime de moeda falsa exige que a falsificação não seja grosseira.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
03 - C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA II

FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR – ART. 298, CP


Art. 298- Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa

O conceito de documento particular é feito por exclusão, será todo aquele que não pode ser considerado
público.
Para configurar o crime, a falsidade tem que ser capaz de enganar terceiros.

☠ CRIME FORMAL: acontece quando o indivíduo falsifica, no todo ou em parte, documento particular, ou, altera
documento particular verdadeiro. Não é necessário causar dano.
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa.
☠ ADMITE TENTATIVA.
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

NORMA PENAL EXPLICATIVA– ART. 298, §ÚNICO CP


Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.

FALSIDADE IDEOLÓGICA – ART. 299, CP.


Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de
quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.

Nesse crime, o documento é materialmente verdadeiro, a declaração que está nele é que não corresponde a
verdade.
Também pode aparecer na sua prova com o nome de falso ideal, intelectual ou moral.

☠ FINALIDADE ESPECIFICA: tenho que ter o objetivo de prejudicar direto, criar obrigações ou alterar a verdade
sobre fatos juridicamente relevantes.
☠ CRIME FORMAL
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa.
☠ ADMITE TENTATIVA.
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

AUMENTO DE PENA – Art. 299, § único, CP


Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

pág. 1
USO DE DOCUMENTO FALSO – ART. 304, CP
Art. 304- Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

O uso do documento falso pelo próprio autor da falsificação não constitui esse crime, nesse caso, o agente
responderia pelo art.297 ou pelo art. 298, CP.
É espécie de tipo penal REMETIDO, pois, depende da verificação de outros tipos penais.
A falsificação tem que ter a capacidade de ludibriar, enganar terceira pessoa.

☠ CRIME FORMAL: ocorre com o uso do documento falsificado


☠ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa.
☠ ADMITE TENTATIVA.
☠ A COMPETÊNCIA VARIA DE ACORDO COM O TIPO PENAL QUE SE REMETE
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

01 - Maria, funcionária pública, inseriu, em documento particular, declaração falsa, com o fim de alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante.
Com base nessa situação hipotética, a conduta de Maria poderá ser tipificada como
A) falsificação de documento particular.
B) falso reconhecimento de firma ou letra.
C) certidão ou atestado ideologicamente falso.
D) uso de documento falso.
E) falsidade ideológica

02 - Por ter declarado chamar-se Pedro Rodríguez, Juan deverá responder pelo crime de uso de documento falso,
cuja tipificação objetiva a tutela da fé pública.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Nos crimes de falsidade documental, considera-se documento particular todo aquele não compreendido como
público, ou a este equiparado, e que, em razão de sua natureza ou relevância, seja objeto da tutela penal — como
cartão de crédito, por exemplo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

pág. 1
GABARITO
01 – E
02 – E
03 – C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA III

FALSA IDENTIDADE– ART. 307, CP.


Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Constitui o fornecimento de informações falsas relacionadas a pessoa determinada.

☠ CRIME SUBSIDIÁRIO: Somente se caracteriza se o fato não constituir crime mais grave
☠ FINALIDADE ESPECIFICA: para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio ou para causa dano a outrem.
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa.
☠ ADMITE TENTATIVA.
☠ É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

SÚMULA 522, STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que
em situação de alegada autodefesa.

FRAUDE NO CERTAME DE INTERESSE PÚBLICO – ART. 311-A, CP


Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I- concurso público;
II - avaliação ou exames públicos;
III- processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
IV- exame ou processos seletivos previstos em lei:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

O crime acontece quando o indivíduo utiliza ou divulga, de forma indevida, conteúdo sigiloso de concurso
público, avaliação ou exame público, processo seletivo para ingresso em ensino superior, ou exame ou processo
seletivo previsto em lei.

☠ TIPO MISTO ALTERNATIVO


☠ ELEMENTO SUBJETIVO: será o DOLO – Não admite a modalidade culposa.
☠ ADMITE TENTATIVA.
☠ CRIME FORMAL: ocorre quando o indivíduo realiza qualquer das condutas do caput
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

CONDUTAS EQUIPARADAS - ART. 311-A, §1º CP


§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às
informações mencionadas no caput.

pág. 1
Pede ser praticada por omissão

QUALIFICADORA - ART. 311-A, §2º CP


§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

AUMENTO DE PENA - ART. 311-A, §3º CP


3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.

COLA ELETRÔNICA: Amolda-se a figura contida nesse artigo, o STF e o STJ não consideram a cola eletrônica
como estelionato pois, não temos como verificar se essa conduta seria capaz de significar algum prejuízo de ordem
patrimonial

01 - Nos Termos do Código Penal Brasileiro, utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a
outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exame
públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior e exame ou processo seletivo previstos em lei, incorre na
pena de multa e reclusão de quantos anos?
A) 1 (um) a 4 (quatro).
B) 1 (um) a 2 (dois).
C) 1 (um) a 3 (três).
D) 2 (um) a 5 (cinco).
E) 1 (um) a 5 (cinco).

02 - O criminoso que, ao ser abordado por autoridade policial, atribuir-se falsa identidade no intuito de não ser preso
praticará crime contra a fé pública, não estando sua conduta acobertada pela autodefesa.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A falsa atribuição de identidade só é caracterizada como delito de falsa identidade se feita oralmente, com o
poder de ludibriar; quando formulada por escrito, constitui crime de falsificação de documento público.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I

PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

CRIMES FUNCIONAIS
 PRÓPRIOS - quando não existir o funcionário público – FATO ATÍPICO
 IMPRÓPRIOS - quando não existir o funcionário público – OUTRO CRIME

O
particular poderá ser sujeito ativo???
✓ Art.30, CP
✓ Ciência da condição de funcionário público

☠ Princípio da insignificância – Súmula 599, STJ

CAUSA DE AUMENTO DE PENA APLICÁVEL A TODOS OS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL – Art. 327, §2°, CP
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de
cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

• PECULATO – Art. 312, CP


Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

☠ Peculato de uso: Fato atípico (mas há a improbidade administrativa)


☠Utilização de mão-de-obra: se o servidor utiliza a mão-de-obra de subordinado seu para assuntos exclusivamente
particulares, cometerá peculato. Se utiliza tanto para assuntos inerentes ao cargo como para assuntos particulares, a
conduta será atípica.
☠ O Peculato apropriação e o Peculato desvio, também podem ser chamados de PECULATO PRÓPRIO (o funcionário
público tem a posse do objeto ou valor).

➢ PECULATO APROPRIAÇÃO – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel.
➢ PECULATO DESVIO - Desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.

PECULATO FURTO – Art. 312, §1°, CP


pág. 1
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

👉Não é necessário que o agente tenha a posse em razão do cargo, mas a qualidade de funcionário público é
exigida para facilitar a prática da subtração.

☠ Também pode ser chamado de PECULATO IMPRÓPRIO (o Funcionário Público não tem a posse do objeto ou valor
em razão do cargo)

PECULATO CULPOSO – Art. 312, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um
ano.

👉O
agente não subtrai, mas contribui para a subtração de terceira pessoa, é praticado na modalidade de
negligência. Há dois crimes, peculato culposo por parte do funcionário público e furto ou apropriação indébita por
parte do terceiro.
👉Não há concurso de pessoas pela ausência do vínculo subjetivo.

REPARAÇÃO DE DANO NO PECULATO CULPOSO – Art. 312, §3°, CP


§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

➢ PECULATO DOLOSO (§§1° e 2°)


👉 Antes do recebimento da denúncia – arrependimento posterior: -1 a 2/3 (art.16, CP)
👉 Após o recebimento da denúncia – atenuante (art. 6, III, b, CP)

➢ PECULATO CULPOSO (§3°)


👉 Antes da sentença irrecorrível – extinção da punibilidade
👉 Após a sentença irrecorrível – redução de pena: metade

• PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM– Art. 313, CP


Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de
outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

☠Não se configura pelo mero recebimento, mas pelo assenhoramento.


☠“Qualquer utilidade” deve ser entendida como uma utilidade patrimonial que tenha valor econômico.
☠O erro de terceiro deve ser espontâneo, se o funcionário público induziu a pessoa em erro, será o crime de
estelionato.
☠Admite-se tentativa e não há a modalidade culposa.

01 - “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio” é o texto do crime praticado por
funcionário público contra a administração em geral denominado
A) prevaricação.
B) Concussão.
C) Peculato.

pág. 1
D) corrupção passiva.
E) excesso de exação.

02 - Situação hipotética: Um médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde praticou conduta
delituosa em razão da sua função, configurando-se, a princípio, o tipo penal do peculato-furto. Assertiva: Nessa
situação, como não detém a qualidade de servidor público, o agente responderá pelo crime de furto em sua forma
qualificada.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O Guarda Civil que se apropria de dinheiro ou de qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por
erro de outrem
A) não comete crime, pois o erro de outrem afasta a tipificação penal.
B) comete o crime de peculato mediante erro de outrem.
C) comete o crime de corrupção passiva, apenado com reclusão.
D) não comete crime, pois a conduta não está descrita no Código Penal.
E) comete os crimes de furto e prevaricação.

04 - No que concerne ao peculato, é correto afirmar que, se o funcionário público concorre culposamente para o
crime de outrem,
A) fica sujeito a pena de detenção.
B) fica sujeito a pena de reclusão e multa.
C) a reparação do dano ocorrida depois do trânsito em julgado de sentença condenatória não tem qualquer
consequência penal.
D) a reparação do dano ocorrida antes do trânsito em julgado de sentença condenatória reduz de metade a pena
imposta.
E) a conduta é considerada atípica, por não haver expressa previsão legal para punição por crime culposo.

GABARITO
01 – C
02 – E
03 – B
04 - A

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA II

PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

• CONCUSSÃO – Art. 316, CP


Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

👉 Por ser crime formal, consuma-se com a simples exigência, sendo o recebimento da vantagem mero
exaurimento do crime.
👉 Embora de difícil constatação, admite-se a tentativa

• EXCESSO DE EXAÇÃO – Art. 316, §1°, CP


Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa

👉 Apesar de integrar o art. 316, CP, é um crime autônomo em relação a Concussão. Aqui, o agente também,
faz uma exigência, mas não pra ele, mas para o próprio estado.

QUALIFICADORA – Art. 316, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

No §1°, o agente exige tributo ou contribuição social indevida, o recebimento e o recolhimento aos cofres
públicos é mero exaurimento do crime, estamos diante de um crime formal. Já na modalidade qualificada, os valores
são desviados pelo agente em proveito próprio ou alheio.
👉É uma forma qualificada referente ao §1°.

• CORRUPÇÃO PASSIVA – Art. 317, CP


Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

👉Tipo misto alternativo, a realização de qualquer das condutas, ou mais de uma configurará crime único.

☠ BIZU: SRA!!!
pág. 1
➢ SOLICITAR - Crime formal
➢ RECEBER – Crime material
➢ ACEITAR PROMESSA – Crime formal

☠ CORRUPÇÃO PASSIVA PRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário é ilícito


☠ CORRUPÇÃO PASSIVA IMPRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário é lícito

AUMENTO DE PENA – Art. 317, §1°, CP


§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda
ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

👉 Denominada corrupção exaurida, por ser o crime formal em quase todas as modalidades, estará
consumado com a solicitação, recebimento ou aceitação da vantagem, o fato de o funcionário público deixar de
praticar o ato, retardá-lo ou praticar infringindo dever funcional, torna a conduta ainda mais reprovável, gerando
agravamento de sua pena.

FUNC.PÚB. SOLICITOU, NÃO RECEBEU E NÃO PRATICOU O ATO ART. 317, CONSUMADO
FUNC.PÚB. RECEBEU, MAS NÃO PRATICOU O ATO ART. 317, CONSUMADO
FUNC.PÚB. RECEBEU, E PRATICOU O ATO ART. 317,§ 1º, CONSUMADO

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA – Art. 317, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

👉Aqui, não existe vantagem indevida, por isso a corrupção é privilegiada, ocorre quando o agente cede a
pedido ou influência de terceira pessoa, existindo assim, a interferência direta de terceira pessoa na tomada de
decisão do agente.

☠É considerada infração de menor potencial ofensivo.


☠Crime material, o funcionário deverá deixar de praticar, retardar ou praticar ato de ofício, infringindo dever
funcional.

01 - O que significa concussão?


A) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei
B) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida
C) Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334)
D) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal
pág. 1
E) Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la

02 - João, oficial de justiça, solicita o pagamento de dois mil reais para não cumprir rapidamente um mandado de
citação, o que acaba ocorrendo.
Nessa situação, João sujeita-se às penas previstas para o crime de:
A) concussão;
B) corrupção passiva simples;
C) prevaricação;
D) corrupção passiva com aumento de pena;
E) tráfico de influência.

03 - João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-lo em flagrante. A vítima não realizou
o pagamento e prontamente comunicou o fato a policiais civis. Nessa situação, como o delito de concussão é formal,
o crime consumou-se com a exigência da vantagem indevida, devendo João por ele responder.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – D
03 – C

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA III

PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

• PREVARICAÇÃO – Art. 319, CP


Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

O servidor extravasa os limites de sua atribuição, o ato de ofício deve estar contido na sua esfera de
atribuição.
Aqui não existe pedido de ninguém, não há influência externa interferindo na vontade do agente, partirá
sempre da sua esfera subjetiva.
👉É uma infração de menor potencial ofensivo.

• PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA – Art. 319-A, CP


Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

👉Trata-se de crime próprio, só podendo ser cometido pelo Direitos de Penitenciária ou o agente público que
tenha a responsabilidade de vedar aparelhos de comunicação ao preso.
👉 Por ser crime formal, sua consumação ocorre quando o sujeito ativo permite o acesso indevido do preso.

☠Não admite a forma tentada.


☠É considerado infração de menor potencial ofensivo

• CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA – Art. 320 CP


Art. 320- Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

👉 Aplica-se
a majorante do art. 327, §2º, CP
A autoridade, ciente da irregularidade do serviço público, tem a obrigação de promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou PAD, assegurando o acusado, a ampla defesa.

pág. 1
☠ CRIME PRÓPRIO: somente pode ser praticado por funcionário público
☠ CONSUMAÇÃO: ocorre quando o funcionário deixa de responsabilizar o subordinado que cometeu a infração, no
exercício do cargo, ou, quando lhe falta a competência, não leva o caso a quem é de fato competente.
☠ CRIME FORMAL: não necessito da ocorrência do resultado naturalístico
☠ NÃO ADMITE TENTATIVA
☠CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

• ADVOCACIA ADMINISTRATIVA – Art. 321 CP


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-
se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

👉 Aplica-se a majorante do art. 327, §2º, CP

☠ CRIME PRÓPRIO: somente pode ser praticado por funcionário público


☠ CONSUMAÇÃO: o agente patrocinará, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública
☠ CRIME FORMAL: não necessito da ocorrência do resultado naturalístico
☠ ADMITE TENTATIVA
☠CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

QUALIFICADORA – Art. 321, parágrafo único CP


Parágrafo único- Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

01 - Oficial de justiça que deixa de dar cumprimento integral a mandado de penhora em razão de sentir pena do
proprietário do bem penhorado comete, em tese, o crime de:
A) corrupção passiva privilegiada;
B) abandono de função
C) violação de sigilo profissional;
D) corrupção passiva simples;
E) prevaricação.

02 - De acordo com Jesus (2006), aquele que se valendo de sua qualidade de funcionário público patrocina interesse
privado perante a administração pública pratica qual crime?
A) Condescendência criminosa.
B) Advocacia administrativa.
C) Excesso de exação.
D) Concussão.

pág. 1
03 - Na condescendência criminosa do funcionário público, o qual, por indulgência, deixa de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, para a configuração do crime é necessário que o subalterno
seja sancionado pela transgressão cometida.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – B
03 - E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA IV

PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

• RESISTÊNCIA – Art. 329, CP


Art. 329- Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

👉Ocorre quando o indivíduo, usando de violência ou grave ameaça, se opõe a execução de ato legal, se, em
virtude dessa oposição o ato não for executado, o crime será qualificado (§ 1º)

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ CRIME FORMAL: a consumação ocorre quando o indivíduo opõe-se a execução de um ato legal mediante violência
ou grave ameaça, não necessito de nenhum resultado naturalístico
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

QUALIFICADORA – Art. 329, § 1º CP


§ 1º- Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.

Aqui, existe uma modalidade de crime material, é o exaurimento da figura do “caput”.

CONCURSO MATERIAL DE CRIMES – Art. 329, §2º CP


§ 2º- As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência
aplica-se as penas da violência e resistência

• DESOBEDIÊNCIA – Art. 330, CP


Art. 330- Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Saiba que, para existir o crime, é necessário que a ordem legal tenha sido dirigida de forma expressa a quem
tem o dever de obedecê-la, além disso, é necessário que haja notificação pessoal do responsável pelo cumprimento
da ordem, para que fique demonstrada a sua ciência da existência e, depois, a sua intenção de não cumpri-la

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.

pág. 1
☠ CRIME FORMAL: a consumação ocorre quando o indivíduo desobedece uma ordem legal de um funcionário
público, não necessito de nenhum resultado naturalístico.
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA – apenas em sua forma comissiva
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

• DESACATO – Art. 331, CP


Art. 331- Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Posso considerar como uma espécie de injúria, no sentido de ser uma ofensa a honra e o prestígio dos órgãos
da administração pública.
Acontece quando o indivíduo usa palavras ou gestos contra o funcionário público objetivando ofendê-lo.

👉É necessário que o funcionário público esteja presente


👉 Não necessito que o funcionário público se sinta ofendido

☠ CRIME FORMAL: a consumação ocorre quando o indivíduo disfere palavras ou gestos ofensivos ao funcionáro
público, não necessito de nenhum resultado naturalístico.
☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

• TRÁFICO DE INFLUÊNCIA – Art. 332, CP


Art. 332- Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

👉 TIPO MISTO ALTERNATIVO – a realização de qualquer dos verbos irá configurá crime único

☠ CRIME FORMAL em relação aos verbos “solicitar”, “exigir”, “cobrar”. CRIME MATERIAL em relação ao verbo
“obter”
☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

AUMENTO DE PENA – Art. 329, PARÁGRAFO ÚNICO CP


Parágrafo único- A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também
destinada ao funcionário.

01 - A recusa à prestação de informações e o desrespeito às determinações e convocações do Programa Estadual de


Proteção e Defesa do Consumidor (DECON) caracterizam crime de
A) resistência.
B) fraude processual.
C) omissão de informação.

pág. 1
D) Prevaricação.
E) desobediência.

02 - Marino, desempregado, agrediu física e gravemente Josias, funcionário público competente para a realização de
determinado ato legal. Agredido, Josias foi impedido de executar sua função. Nesse caso, de acordo com o Código
Penal, Marino responderá pelo crime de
A) resistência, aplicando-se somente a pena de detenção prevista para esse crime.
B) resistência, aplicando-se a pena de detenção, sem prejuízo da correspondente à violência.
C) resistência, aplicando-se a pena de reclusão, sem prejuízo da correspondente à violência.
D) desobediência, aplicando-se a pena de reclusão, sem prejuízo da correspondente à violência.
E) desobediência, aplicando-se somente a pena de detenção prevista para esse crime.

03 - Constitui crime de resistência bloquear o ingresso de oficial de justiça munido de mandado de intimação no
domicílio durante o período noturno do sábado.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 - E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA V

PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

• CORRUPÇÃO ATIVA – Art. 333, CP


Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir
ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

☠ BIZU: PÓ!!!

Também é exemplo de tipo misto alternativo.


Consuma-se com a simples promessa ou oferta de vantagem, sendo o seu recebimento mero exaurimento do
crime – crime formal.
Não há a modalidade culposa e admite-se a tentativa.

☠“Dar” ou “pagar”, atendendo a uma solicitação ou exigência – FATO ATÍPICO


☠ Oferecer ou prometer após a prática do ato (corrupção subsequente) – FATO ATÍPICO

AUMENTO DE PENA – Art. 333, §ÚNICO, CP


Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional

A conduta é ainda mais reprovável, se, em virtude da promessa ou oferta de vantagem, o funcionário público
infringe seu dever funcional.
👉Observe que a existência do crime de corrupção passiva não pressupõe, necessariamente, a ocorrência do
crime de corrupção ativa, são figuras independentes.

• DESCAMINHO – Art. 334, CP


Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
pelo consumo de mercadoria
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Antes da Lei 13.008/14, o descaminho e o contrabando eram previstos no mesmo tipo penal, após a lei,
ambos passaram a ser tratados em dispositivos diferentes em continuidade típico normativa.
👉O agente, ilude, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, saída ou
consumo de mercadoria.

☠MERCADORIA LÍCITA
☠ PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: exceção à regra de que não se aplica o princípio da insignificância nos crimes
contra a administração pública, a regra é pela não admissibilidade, porém, atualmente, nossos tribunais superiores
pág. 1
(STF e STJ) já entendem que quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$20.000,00 (vinte e
mil reais) será irrelevante para fins de execução fiscal.

CONDUTA EQUIPARADA – Art. 334, §1°, CP


§ 1 º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no
território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de
documentos que sabe serem falsos

NORMA PENAL EXPLICATIVA – Art. 334, §2°, CP


§ 2 º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências

AUMENTO DE PENA – Art. 334, §3°, CP


§ 3 º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvia

• CONTRABANDO – Art. 334-A, CP


Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.

👉No contrabando, o agente importará ou exportar mercadoria proibida, aqui, ele não estará mais burlando o
pagamento de tributos, e sim, importando mercadoria proibida

☠MERCADORIA ILÍCITA

CONDUTA EQUIPARADA – Art. 334-A, §1°, CP


§ 1 º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão
público competente
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira.

NORMA PENAL EXPLICATIVA – Art. 334-A, §2°, CP


§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.

AUMENTO DE PENA – Art. 334-A, §3°, CP


§ 3 º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou
fluvial.

pág. 1
01 - O crime de corrupção ativa é caracterizado por:
A) solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
la, mas em razão dela, vantagem indevida.
B) extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
total ou parcialmente.
C) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
D) oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
de ofício.
E) patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
funcionário.

02 - Considerando os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art. 334-A, § 1° , III, quem reinsere no
território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação incorre na mesma pena do crime de
A) sonegação fiscal.
B) Descaminho.
C) fraude de concorrência.
D) Contrabando.
E) corrupção ativa em transação comercial internacional.

03 - Em razão do princípio da proteção da coisa pública, o tipo penal que prevê o crime de descaminho não permite a
aplicação do princípio da insignificância.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – D
03 – E

pág. 1
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSORA: LÍVIA
FERNANDES

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VI

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

• DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – Art. 339, CP


Art. 339.Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime
de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Ocorre com a instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa,


inquérito covil, ou ação de improbidade administrativa. Bastando que o agente dê causa mediante qualquer
comunicação, escrita ou oral.
☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.
☠ CRIME MATERIAL: necessito na efetiva instauração do procedimento
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

AUMENTO DE PENA– Art. 339, §1º CP


§ 1º- A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.

DIMINUIÇÃO DE PENA– Art. 339, §2º CP


§ 2º- A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

👉 CRIME DETERMINADO: a denúncia tem que especificar quais crimes teriam sido praticados pelo agente.

👉 Alémda vítima ser inocente, o agente tem que conhecer dessa inocência da vítima, portando, não existirá crime de o
agente acha que a vítima, de fato, cometeu o crime.

• FAVORECIMENTO PESSOAL, Art. 348, CP


Art. 348- Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de
reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

pág. 1
Temos uma terceira pessoa que cometeu um crime anterior, e o sujeito atico deste crime o ajuda a subtrair-se
de ação de autoridade pública.
👉 Caso o sujeito ativo também tenha praticado o crime anterior, responderá por ele como coautor ou
partícipe, e não pelo crime de favorecimento pessoal.
O auxílio é dirigido a pessoa que cometeu o crime, e não ao objeto do crime.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

FORMA PRIVILEGIADA– Art. 348, §1º CP


§ 1º- Se ao crime não é cominada pena de reclusão
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.

ISENÇÃO DE PENA– Art. 348, §2º CP


§ 2º- Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.

CUIDADO!!! A isenção de pena só é aplicada nos casos de favorecimento pessoal, quando trato de
favorecimento real, não existe qualquer isenção de pena.

• FAVORECIMENTO REAL, Art. 349, CP


Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar
seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa

Neste crime, o que se busca proteger, não é a figura do agente, mas o produto do crime.
👉 Caso o sujeito ativo também tenha praticado o crime anterior, responderá por ele como coautor ou
partícipe, e não pelo crime de favorecimento real.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

01 - Policial Militar que forja situação de flagrância, a fim de increpar indivíduo que sabe inocente e, com isso, dá
causa à instauração de inquérito policial, comete crime de
A) falso testemunho (CP, art. 342).
B) calúnia qualificada (CP, art. 138, § 3o ).
C) exercício arbitrário (CP, art. 350).
D) denunciação caluniosa (CP, art. 339).
E) comunicação falsa de crime (CP, art. 340).

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02 - Rui e Lino, irmãos, combinaram a prática de furto a uma loja. Depois de subtraídos os bens, Pedro, pai de Rui e
de Lino, foi procurado e permitiu, em benefício dos filhos, a ocultação dos objetos furtados em sua residência por
algum tempo, porque eles estavam sendo investigados.Nessa situação hipotética, a conduta de Pedro configura
A) receptação.
B) favorecimento real.
C) favorecimento pessoal.
D) hipótese de isenção de pena.
E) furto.

03- Situação hipotética: Com o intuito de prejudicar a candidatura de Flávio, seu concorrente eleitoral, Alberto
procurou uma delegacia de polícia e imputou falsamente a Flávio os crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. Reduzida a termo essas declarações, a autoridade policial instaurou inquérito policial para apurar os delitos.
Assertiva: Nessa situação, Alberto responderá pelo crime de fraude processual.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Considere que José, penalmente imputável, tenha fornecido abrigo para que o seu irmão Alfredo, autor de crime
de homicídio, se escondesse e evitasse a ação da autoridade policial. Nessa situação, a conduta de José é isenta de
pena em face de seu parentesco com Alfredo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – B
03 – E
04 - C

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