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Claude Lévi-Strauss

Claude Lévi-Strauss nasceu em Bruxelas, a 28 de novembro de 1908, e morreu na noite


de sábado, 31 de outubro de 2009. Antropólogo e etnólogo, fundador do estruturalismo,
linha que revolucionou a abordagem sobre as relações sociais e cujos estudos tiveram bases
no Brasil. Filho de pais judeus e franceses, mudou-se para a França com 1 ano. A carreira
acadêmica começou na Sorbonne, onde estudou Filosofia. Nomeado professor na
Universidade de São Paulo, viajou em 1935, pelo Brasil, ao lado da primeira mulher, Dina
Lévi-Strauss, que também era etnóloga, onde dirigiu várias missões, em Mato Grosso e
na Amazônia, experiência geradora da obra ‘Tristes Trópicos’ (1955).

De volta a Paris, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, foi convocado em 1939,


obtendo dispensa no ano seguinte por conta de sua ascendência judaica. Depois da guerra
e de um breve período como refugiado nos Estados Unidos, Lévi-Strauss defendeu na
Sorbonne, em 1948, a tese ‘As Estruturas Fundamentais de Parentesco’, publicada um ano
depois e responsável por modificar de maneira definitiva o estudo das Ciências
Humanas.

A partir das observações feitas no Brasil, Lévi-Strauss, propôs as relações de filiação e


residência como novos eixos para analisar o homem em sua esfera social. Levou em
conta mitos, organização familiar e hábitos alimentares, entre outros aspectos. Pelo estudo,
as diferentes culturas não se criariam por obra do acaso, mas, sim, obedeceriam a uma
ordem. As contribuições mais decisivas do seu trabalho podem ser resumidas em três
grandes temas: a teoria das estruturas elementares do parentesco, os processos mentais do
conhecimento humano e a estrutura dos mitos.

Em 1955, com a publicação de ‘Tristes Trópicos’, Lévi-Strauss ampliou seu pensamento para

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além dos círculos acadêmicos. O livro é considerado sua autobiografia intelectual. "Sua
obra é indissociável de uma reflexão sobre nossa sociedade e seu funcionamento. Tem
um enfoque ecológico, antecipado, do mundo e dos indivíduos", escreve seu biógrafo, Denis
Bertholet. Suas reflexões influenciaram várias gerações de intelectuais: como funciona uma
sociedade, o que é uma cultura, como trabalha o espírito humano, são algumas das questões
que tentou responder a partir das suas experiências de etnólogo. Suas respostas
apaixonaram as ciências sociais e humanas durante o período áureo do estruturalismo, do
qual ele é o principal representante.

Em 1973, foi eleito para a Academia Francesa. Entre suas obras destacam-se ‘Tristes
Trópicos’, ‘Estruturas Elementares do Parentesco’, ‘Antropologia Estrutural’ I e II, e ‘O
Pensamento Selvagem’. No Brasil, a Professora Beatriz Perrone Moisés fez a tradução, para
o português, de alguns livros importantes do antropólogo, como ‘Olhar, Escutar, Ler’,
‘Antropologia Estrutural’, ‘A Origem dos Modos à Mesa’ e ‘O Cru e o Cozido’. Claude Lévi-
Strauss continua vivo. Sua obra é imperecível.

Vicente Freitas – graduado em História e Geografia pela Universidade Estadual Vale do


Acaraú.
www.vicentefreitas.blogspot.com

Obra original disponível em:


http://www.overmundo.com.br/banco/claude-levi-strauss

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