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representação:
ensaios filosóficos
Comitê Científico da Série Filosofia e Interdisciplinaridade:
17
Fernando Danner
Leno Francisco Danner
Magnus Dagios
Paulo Roberto Konzen
(Organizadores)
Democracia, política,
representação:
ensaios filosóficos
Porto Alegre
2014
Direção editorial: Agemir Bavaresco
Diagramação e capa: Lucas Fontella Margoni
Ilustração de capa: imagem de internet.
ISBN - 978-85-66923-41-4
O que é justiça?
Christian Iber 77
Giorgio Agamben2
3 (N.t) Agamben faz remissão ao volume II.2 de sua série Homo Sacer:
AGAMBEN, Giorgio. Il regno e la gloria: per una genealogia teologica
dell’economia e del governo. Homo Sacer II.2, Vicenza: Neri Pozza, 2007.
4 Professor Adjunto do Departamento de Direito da Universidade
Federal de Rondônia. Bacharel em Direito pela mesma instituição.
16 Nota introdutória sobre o conceito de democracia
Porto Velho (RO), novembro de 2014.
Um conceito metodológico
O Mercado
Os direitos humanos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Argumento geral
Considerações iniciais
2. Atualidade da questão
Referências bibliográficas
1. Considerações iniciais
4 Conclusões
5 Referências
http://www.eurozine.com/articles/2002-08-22-santos-
pt.html, acessado em 20/02/2011, às 23:35:00.
Resumindo:
Bibliografia
1 Doutor em Filosofia/UNIR/CNPq.
106 Procedimentalismo e Deliberação em Jürgen Habermas
II
III
IV
Referências Bibliográficas
Colocação do problema
3 Não será de todo correto dizer, no entanto, que Marsílio propôs tratar
a Igreja, na sua dimensão organizativa, como um órgão meramente
estatal, pois isso implicaria tantas Igrejas quantos Estados houvesse. Ele
reconhece a necessidade de um comando único para a Igreja, ainda que
sua origem seja puramente humana. Nega, porém, que o bispo de Roma
tenha preeminência sobre os demais bispos, ou que tenha qualquer
autoridade como sucessor de São Pedro. Isso dá origem a certas
dificuldades, tanto práticas como teóricas, pois o princípio de uma Igreja
universal não tem como ser conciliado com Estados autônomos.
Subordinando todas as decisões da Igreja à autoridade civil, poderiam
surgir normas contraditórias relativas à vida religiosa entre um Estado e
outro. Para resolver semelhante impasse, o paduano propõe o Concílio
Geral como órgão competente para julgar esses litígios. Aplica à Igreja
sua teoria política. No Estado, a universitas civium é o poder originário e é
representada pela pars valentior. Na Igreja, a comunitas fidelium (equivalente
eclesiástico da universitas civium) é representada pelo Concílio Geral
(equivalente religiosa da pars valentior) que fornece a versão autorizada da
lei divina contida nas Escrituras e dirime as divergências de opinião sobre
estes assuntos. Ao papa, como ao monarca no Estado, cabe unicamente
zelar pela aplicação das decisões do Concílio. Ele não goza da
infalibilidade como defende a tradição, pois esta é uma prerrogativa
exclusiva do Concílio Geral. A dificuldade de semelhante solução é que
o Concílio Geral, da forma imaginada por Marsílio, depende dos
governos seculares: para ser convocado precisa da cooperação deles e
para dar eficácia às suas decisões necessita do apoio do poder coercivo
dos Estados. Com isso, sua teoria sobre o Concílio torna-se uma
constituição sem efeito prático.
Uso político da religião e uso religioso da política: uma análise a
142 partir de duas interpretações exemplares - Marsílio e Maquiavel
as outras religiões5.
Maquiavel, seguindo os passos que Marsílio dera dois
séculos antes, mostra que o exercício do poder temporal pela
Igreja corrompe sua missão espiritual. A religião cumpre
uma função essencial na estrutura social. É dela que provém
a coesão interna do povo e o devotamento à pátria como a
um mandamento religioso. A fé religiosa inspira o amor
cívico e cultiva a virtù coletiva sem a qual nenhum Estado
sobrevive. Os chefes da Igreja, quando se imiscuem na vida
do Estado, destroem o sentido espiritual identitário que
funde o povo numa nação. O poder exercido pela autoridade
religiosa, devido ao seu caráter divisionista, leva o povo a
descrer. Segundo a análise de Maquiavel, paradoxalmente,
portanto, a luta do Estado contra a Igreja, travada por muitos
príncipes na época, era, no fundo, um modo de defender a
Considerações conclusivas
Referências
INTRODUÇÃO
MÉTODO
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
I. Introdução
32„Wie Individuen, so haben auch Staaten ein Recht auf Leib und Leben
und ein Recht auf Eigentum, hier vor allem einen Anspruch auf
territoriale Unversehrtheit; darüber hinaus haben sie ein Recht auf
politische und kulturelle Selbstbestimmung“ (HÖFFE, O. Vernunft und
Recht. p. 120).
33 Cf. HÖFFE, O. Gerechtigkeit. p. 100s; cf. HÖFFE, O. Demokratie im
Zeitalter der Globalisierung. p. 120ss.
34„Und keine dieser Möglichkeiten schafft eine stabile Situation; wie die
Macht, so ist die Gegenmacht, mithin auch der Friede fragil“ (HÖFFE,
O. Demokratie im Zeitalter der Globalisierung. p. 274). Veja-se também o
texto kantiano, Über den Gemeinspruch: Das mag in der Theorie richtig sein, taugt
aber nicht für die Praxis (Gemein VIII, 312).
188 A república mundial de Otfried Höffe
35Cf. HÖFFE, O. „Globalität statt Globalismus. Über eine subdiäre und föderale
Weltrepublik“. In: LUTZ-BACHMANN, M. & BOHMAN, J. Weltstaat oder
Staatenwelt? p. 12s.
36 Cf. HÖFFE, O. „Königliche Völker“. p. 225.
Diego Carlos Zanella 189
Referências Bibliográficas
7 Idem. p. 28.
8 Idem. p. 31.
Magnus Dagios 197
9 Idem. p. 32.
10 Idem. p. 32.
198 A sociedade internacional e o pluralismo
11 Idem. p. 166.
Magnus Dagios 199
Consequently, Bull attempts to legitimize his own
perspective by presenting it as intellectually more
persuasive than either ‘Hobbesian realism’ or ‘Kantian
idealism’ – which it is – but he also claims in a relativistic
fashion that each tradition focuses on only one element
of international politics. Thus, he implies that each
tradition, despite its pretentious holism (therefore one
must choose between them) captures a third of reality
of international politics, or perhaps all of international
politics one-third of the time (therefore one does not
have to choose between them). By merely aligning
himself within Wight’s typology, Bull ends up
contradicting himself by having to present his own
perspective as simultaneously holistic and partial.12
12 Idem. p. 160.
13 Idem. p. 9.
200 A sociedade internacional e o pluralismo
20 Idem. p. 65.
21 Idem. p. 86.
22 Idem. p. 88.
204 A sociedade internacional e o pluralismo
23 Idem. p. 89.
24 Idem. p. 89.
25 Idem. p. 9-10.
Magnus Dagios 205
26 Idem. p. 10.
27 Idem. p. 10.
28 Idem. p. 99.
29 Idem. p. 135.
206 A sociedade internacional e o pluralismo
3. CONCLUSÃO
4. REFERÊNCIAS
1 Introdução
5 Igualdade e diferença
6 Moralidade e eticidade
9 Considerações finais
Referências
16Em resumo, para Hegel, nas relações éticas, no âmbito da “vida ética”
ou da “eticidade”, o indivíduo é “membro”, isto é, suas ações estão em
“relação”, “vinculação” ou “articulação” com as dos outros (isto é, são
públicas [com outros membros ou cidadãos] ou não meramente
privadas). Inclusive, em Hegel, todo “indivíduo” é: 1º “pessoa”; 2º
“sujeito” e 3º “membro” de uma “família”, de uma “sociedade civil-
burguesa” e de um “Estado”, neste enquanto “cidadão”. Isso tudo se
forma, ainda, a partir do “espírito do [de um] povo”, do “espírito do
tempo” e, também, do “espírito do mundo”. Além disso, para Hegel, ele
envolve [ou deveria envolver] uma “disposição de espírito ética”, que é
de “amor”, no âmbito do “casamento” ou da família; de “honra”, de
“retidão”, de “associação corporativa”, na “corporação” ou na sociedade
civil-burguesa; e de “disposição de espírito política”, de “patriotismo”,
no âmbito do Estado. Enfim, assim, as “ações” dos indivíduos, enquanto
“pessoas” jurídicas ou legais, “sujeitos” morais e “membros” ou
“cidadãos” éticos, não são mais engendradas pela mera arbitrariedade
subjetiva ou pelo mero temor a um senhor ou superior qualquer,
Paulo Roberto Konzen 241
reprimido.
Inclusive, convém registrar que, neste contexto,
Hösle menciona e analisa a “doxocracia” [governo da
opinião], como “concepção fundamentalmente falsa de
democracia”, pois, “nesta forma de Estado, a política e o
direito deveriam de preferência se tornar uma função de
pesquisas de opinião”, baseado em “opiniões momentâneas
e mesmo das opiniões da maioria”, o que, contudo, pode
levar a absurdos; afinal, por exemplo, “o assassinato de uma
minoria com base na decisão legal da maioria é e permanece
uma injustiça”73. Ora, trata-se de aspecto importante, que
vincula os conceitos de Estado, opinião pública, imprensa e
democracia.
Assim, destaca-se a preocupação hegeliana de
garantir a não subversão da liberdade, devido à possibilidade
de supressão das condições de exercício da liberdade através
da aparente livre escolha individual. A democracia, por
exemplo, enquanto uma das formas ou um dos sistemas de
“governo”, de “constituição”, enfim, de “poder de Estado”
livre, em Hegel, deve garantir o princípio da “liberdade da
subjetividade”, nas suas diversas facetas, especialmente a da
“liberdade de imprensa”.
Inclusive, no § 315 Z da Filosofia do Direito, consta:
“Num povo, em que esta [publicidade] acontece, mostra-se
uma bem outra vivacidade na vinculação com o Estado do
que [num povo] em que faltam as assembleias estamentais
ou [em que elas] não são públicas”. Ora, o “grau de
formação/cultura” depende, entre outros, da possibilidade
de acesso e da quantidade e qualidade de “conhecimento”
disponível. Por isso, Hegel sempre reforça o imperativo de
“tornar conhecido”, de tornar “público” o que é do âmbito
e/ou de interesse público, não meramente privado,
sobretudo mediante a publicidade. Inclusive, no § 132 A,
trata-se do “direito de discernimento”, isto é, do
Bibliografia