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Que Iluminação se aprende na prática, experimentando e observando os resultados obtidos em cada

caso e acumulando informação. Mas existem algumas noções básicas para ajudar a começar.

Nesse espaço colocamos algumas informações simples, práticas e relevantes a essa arte/ciência tão
importante para a estética quanto para a funcionalidade em suas mais diversas aplicações.

Aceitamos sugestões e contribuições.


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Atenção!! Ao afirmar que iluminação se aprende na prática, não estamos menosprezando qualquer
curso de iluminação existente no mercado, apenas queremos dizer que é preciso sempre testar, seja
dentro de uma instituição de ensino, numa situação de trabalho ou mesmo dentro de casa ou do
escritório (para quem dispuser dos meios).
Educação e instrução sempre serão de suma importância em qualquer profissão, inclusive na de
iluminador, à qual a formação progressiva de um vocabulário próprio é fundamental, tanto técnico
quanto visual.

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> Iniciando um projeto - a importancia de planejar


> Tipos de Refletores
> Filtro, Cores e Afins

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I - INICIANDO UM PROJETO – A IMPORTÂNCIA DE PLANEJAR

Para se fazer um projeto de luz é preciso saber O QUE será iluminado, qual é a função da Iluminação
no espetáculo (ou no local, de maneira geral) e como desejamos influenciar a percepção da realidade
em cada caso. Por exemplo, num espetáculo de dança é importante preocupar-se com todo o corpo,
num local de grande circulação é preciso preocupar-se com visibilidade e segurança, numa exposição
destaca-se os quadros. Porém, COMO atingir estes objetivos será particular a cada situação e
dependerá das decisões do iluminador, levando em consideração diversos aspectos fundamentais no
desenvolvimento de um projeto de iluminação, aspectos conceituais, práticos, estilísticos, etc.

Num espaço em geral, a luz é um agente de comunicação dos ambientes. E imagem final a ser
percebida pelos usuários e observadores será construída pela interação da luz com os materiais e
superfícies existentes e pelos jogos de contrastes na composição de luz.

A luz tem ao mesmo tempo a função de REVELAR e ESCONDER. Isso porque, ao destacarmos algum
detalhe do palco, estamos atraindo a atenção do espectador para aquele ponto e tirando de outros. Ou
seja, o iluminador direciona o olhar do público. Além de dar visibilidade à encenação, a luz deve gerar
também volume e profundidade.

Além disso, a iluminação irá imprimir um clima às cenas, tornando-as mais aconchegantes, frias,
misteriosas, perturbadoras, etc... As escolhas do profissional de iluminação são orientadas pelo estilo
que o diretor que conferir à cada produção. O profissional de luz tem uma função ativa, porém cada
projeto é um trabalho de equipe em que todos contribuem para a unidade do resultado final.

Além da função técnica (dar visibilidade) e estilística da Iluminação, é preciso levar em conta questões
de ELETRICIDADE e ORÇAMENTO. Isso irá influenciar também na definição do material utilizado
para conseguir os efeitos necessários.

Uma informação prévia importante é a CARGA disponível. A amperagem necessária deve estar
disponível na casa, portanto uma boa idéia é saber de antemão qual a carga total que você terá para
trabalhar.

Tendo em vista a fórmula apresentada acima, trabalhando-se em 220v (tensão comum dos teatros no
Brasil), cada 1kw é aproximadamente 5 A.

O cabeamento é outro ponto a que é necessário prestar a devida atenção. A constituição e o diâmetro
do cabo determinam a quantidade de corrente que ele pode “carregar” em segurança. Sempre trabalhe
ABAIXO do limite do cabo. Ao listar a quantidade (metragem) da fiação, tenha em mente que o
posicionamento dos refletores pode mudar! Ter uma margem de segurança evita gastos posteriores com
mais locações e frete de equipamento.

II - TIPOS DE REFLETORES

Há diferentes tipos de refletores disponíveis no mercado. O que determina a escolha do tipo de refletor
é o efeito desejado. Para isso listamos um breve resumo com alguns equipamentos.
1 – PAR (parabolic aluminized reflector)

Nesse tipo de equipamento, a própria lâmpada já tem um sistema ótico, com refletor e vidro. Por esse
motivo, a carcaça em si é bem simples.

Diferentes lâmpadas oferecem diferentes aberturas de facho de luz, bem como graus de difusão.
Existem tanto em 110v quanto em 220v.

O nome Par refere-se ao formato do bulbo e essas lâmpadas existem em diferentes tamanhos e
potências. No mercado brasileiro, usa-se a expressão “lâmpada par” para os refletores com lâmpada par
64, de 1000w.

Além da par 64 existe a par 56, par 36, par 20, par 30, par 38 e outras. Cada uma dessas é indicada para
aplicações diferentes.

2 – Set Lights/ Flood Lights

Produzem fachos abertos, para “lavar”. Não possuem lentes. Sua inclinação é controlada pelo ângulo
da alça (o mesmo vale para a maioria dos refletores). Existem os com parabólicos simétricos e
assimétricos. Com parabólico simétrico, a altura e a largura do facho são a mesma e a luz fica mais
intensa no meio. Já com os assimétricos, o alcance vertical é mais amplo e a intensidade é mais regular
em todo o espectro. Esses refletores são utilizados principalmente em cicloramas.

O colortran possui um parabólico diferente do set light, em formato de calha. Ele possui abas
(bandeiras) para um controle mais preciso da luz. É muito utilizado em exposições.
3 – Plano Convexo, PC

Possui uma lente convexa, com relação a qual a lâmpada e o parabólico se movem. Se estes se
aproximam, o ângulo (abertura) diminui. Além da lente, que permite controlar o tamanho da “bola” de
luz, você pode utilizar um acessório chamado barndoor ou bandeira, que se encaixa na frente do
refletor, com quatro abas para delimitar ainda mais o facho e evitar sombras, por exemplo. O PC
produz um foco bem definido e sombras “duras”. As potências mais comuns são 500 e 1000w.

4 – FRESNEL

Igual a um PC, mas com uma lente diferente. Sua luz é mais suave e com bordas menos definidas. Gera
sombras mais suáveis. Seu espectro de abertura começa e termina maior, ou seja, fecha menos e abre
mais do que um PC. Também pode ser utilizado com barndoors. Em teatro, utiliza-se principalmente o
modelo de 1kw, mas existem vários outros modelos, como 300w, 500w, 650w, 2kw, 5kw.

5 – Elipsoidais

Pcs e fresnéis não permitem controlar o FORMATO da luz e nem sua qualidade. Os elipsoidais sim.
Neles, não são a lâmpada e o parabólico que se movem, mas as LENTES.

Esses refletores utilizam parabólicos mais complexos (elípticos, daí o nome), que “pegam” a luz no
ponto crítico do sistema ótico, onde seu tamanho e formato podem ser manipulados. Movendo-se as
lentes, muda-se o grau desejado e a definição do facho.

Para mudar o formato do facho, usamos as chamadas FACAS, “recortando”.

Os elipsoidais possuem dois principais acessórios: íris e porta-gobo (com gobo!). A íris é como um
diafragma do olho humano cuja abertura é possível controlar por uma haste. Ela é inserida num local
próprio, entre as lentes. Gobo é uma máscara bi-dimensional, normalmente feita de aço. O que estiver
“cortado” ou vazado nessa máscara é projetado. Pode ser também feito de vidro, funcionando como um
slide.
O ângulo é definido pela lente (existem diferentes lentes, de 5 a 90 graus). Você pode modificar o grau
utilizando a íris e as facas, mas assim irá converter luz em calor, subutilizando o refletor. Além dos
modelos de grau fixo, existem os modelos zoom, com a diferença que suas lentes movem-se
independentemente, para as diferentes opções de nitidez e variação do foco.
Um uso importante do elipso é quando se tem uma distância grande entre refletor e o que se quer
utilizar. Nesses casos, quanto mais fechado o grau, mais longe a luz chegará.

O refletor elipsoidal também pode ser utilizado como um canhão seguidor. Para tanto, é necessário
fixá-lo num tripé e operar (direcionar) manualmente.
Os elipsoidais mais modernos, como os da ETC, por exemplo, utilizam lâmpadas de 4 filamentos.
Essas lâmpadas, combinadas ao sistema de parabólico e lentes do refletor, permitem que se obtenha um
resultado equivalente ao dos refletores de 1kw, porém consumindo apenas 575w.

6 – LEDS

Atualmente existem diversos equipamentos que utilizam leds (diodos emissores de luz): refletores,
tubos, cortinas, painéis, entre outros.
Em shows musicais, são onipresentes. Inicialmente com as grandes estrelas e em forma de telas nos
fundos de palco, hoje em dia, praticamente todo show de música incorporou ao seu rider algum tipo de
equipamento de LED.

Na arquitetura, já existem “lâmpadas” e luminárias em led para substituir incandescentes, halógenas e


dicróicas. Consumindo menos energia, gerando pouco calor, e emitindo todas as cores, aparelhos de
LED são mais econômicos e "verdes". Além disso, essa tecnologia permite novos formatos (como por
exemplo, o Lite Pad (+) , e portanto novas formas de Iluminar. No cinema, esses novos formatos e
baixo consumo de energia também contribuem para a portabilidade do equipamento.
No teatro, além da economia da energia utilizada pelos refletores, a baixa geração de calor permite a
economia do ar condicionado, e, com refletores que emitem todas as cores, a possibilidade de se usar
menos aparelhos.
Contudo, é necessário observar que as cores dos leds não são equivalentes às conseguidas por meio de
lâmpada halógena + gelatina,
É necessário avaliar quando a troca é vantajosa para o espetáculo.

Por se tratar de uma tecnologia relativamente nova, ainda não existem códigos de normatização dos
LEDs até o momento. Não há – ainda – parâmetros de controle de qualidade, uma vez que não se
podem utilizar as técnicas “tradicionais” de fotometragem e medição de cores, por exemplo.

Atualmente, a grande maioria dos produtos disponíveis no mercado são adaptações dos produtos
previamente existentes à esta tecnologia. Imaginamos e esperamos que, com o tempo, novas soluções
surjam já pensadas para as características dos leds.

III - FILTROS, CORES E AFINS

As famosas gelatinas permitem controlar a qualidade e a cor da luz dos equipamentos utilizados. São
conhecidas por esse nome devido às suas origens, porém, atualmente, são feitos de policarbonato ou
poliéster.

Os filtros podem ser de cor, correção de temperatura de cor ou difusão. Rebatedores podem ser
considerados filtros, já que interferem na luz do refletor utilizado, porém não são utilizados
diretamente no mesmo.

Para compreender o efeito dos filtros, é importante ter em mente que Luz é Energia em forma de onda.

FILTROS DE COR

Os filtros funcionam num processo subtrativo. O refletor emite a luz branca. O filtro permite apenas
que certas freqüências sejam trasnsmitidas, absorvendo outras. A freqüência que passa é a cor aparente.
Ou seja, a gelatina não acrescenta cor à luz, ela subtrai (absorve).

Nos swatchbooks, os fabricantes de gels fornecem informações sobre as mesmas. Cada cor tem um
gráfico onde x é o comprimento de onda (em nanômetros) e y é a porcentagem de transmissão. Ainda
na “página” de cada filtro, o Y ou transmissão informada é o quanto de luz passa por aquele filtro.

Como a maior parte da energia bloqueada é absorvida na forma de calor, conclui-se que quanto menor
a transmissão, maior calor o filtro irá absorver e mais rápida será sua degradação. Portanto, quanto
mais escuro um filtro, menor será sua vida útil.

Naturalmente, a escolha da cor não tem como critério a vida útil do filtro e sim seu efeito dentro do
contexto em que será utilizado, seja um espetáculo, uma residência, uma foto, etc.

COR E FILTRO EM ILUMINAÇÃO CÊNICA

Quando se trata de Iluminação Cênica, a escolha da cor é mais uma arte do que uma ciência. Ao
escolher a cor é necessário levar em conta o que a cena está dizendo, que horas são, em que local, se é
indoor ou outdoor, qual o “clima” (não só em termos de temperatura!), etc.

Cabe a cada iluminador estar sempre observando as luminosidades existentes no mundo para que recrie
esses instantes no palco. Além disso, é importante conhecer os produtos disponíveis para saber como
criar os efeitos desejados.

É importante levar em conta que as cores interagem, seja entre dois fachos de luz ou entre os fachos de
luz e as superfícies atingidas pelo mesmo. E também que luz visível é luz refletida, ou seja, um facho
pode ser visível ou não, dependendo das superfícies que encontre em sua trajetória.

O figurino e a maquiagem, por exemplo, irão interagir com as cores que iluminam os atores, bem como
o cenário. É importante conversar todos os profissionais envolvidos (cenógrafos, figurinistas,
maquiadores) para evitar surpresas.

MISTURA DE CORES

Conforme explicado em “FILTROS DE COR” as gelatinas funcionam num processo subtrativo.


Se formos sobrepor diferentes cores de filtro numa mesma fonte de luz, os resultados obtidos
corresponderão aproximadamente ao esquema “Sistema Subtrativo” abaixo.

Existe também o processo aditivo de mistura de cores.

Ao iluminar um tecido colorido com luz também colorida, ocorre o processo aditivo. Por exemplo, se
iluminarmos um tecido vermelho com luz vermelha, ele irá destacar a cor, já se o fizermos com o azul,
teremos algo como um lavanda. Essas misturas dependem dos tons das cores também. Se misturarmos
3 focos de luz em cores primárias, os resultados obtidos serão semelhantes aos do esquema abaixo
(sistema Aditivo).

Ao realizar mistura de cores em aparelhos com leds RGBs, opera o sistema aditivo, já que não estamos
subtraindo comprimentos de onda, mas sim, acrescentanto.

A rigor, misturando-se as cores primárias (vermelho, azul e verde), obtemos as secundárias (cyan,
magenta e âmbar). Por exemplo, vermelho + azul = magenta.
Misturando as cores complementares, obtemos o branco.

Assim, magenta+ verde = cyan + vermelho = azul + âmbar = branco.

Porém, para que estas misturas obedeçam ao esquema, os componentes devem estar nas mesmas
proporções e no mesmo grau de pureza.
COR E FILTRO EM FOTO OU FILMAGEM

Quando se trata do olho da câmera, a Iluminação passa a ter fundamentos mais científicos do que
artísticos e o profissional precisa estar mais atento à igualar as diferentes fontes de luz utilizadas.

Misturando-se, por exemplo, uma fonte em vapor metálico com uma halógena, um parecerá muito azul
ou o outro muito vermelho. Para corrigir essa discrepância, utiliza-se um dos filtros a seguir, que tem
diferentes códigos dependendo do fabricante.
Exemplos de filtros de correção de cor: C.T.O, C.T.B, C.T.S, Minus Green, Plus Green, NDs
(controlam a intensidade e não a cor!).

Para mais informações, consulte os swatchbooks disponíveis na CPL ou entre em contato.

DIFUSORES

Os filtros difusores servem para aumentar a área de projeção de luz e suavizar o foco.
Podem também modificar o seu formato, da luz projetada, alongando-a, e até projetar traços.

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