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Como a criança obesa tem um maior risco de tornar-se um adulto obeso, poderá
haver conseqüências profundas na saúde publica nos próximos anos como
resultado das comorbidades associada à obesidade, como diabetes tipo 2, doenças
cardíacas isquêmicas e infarto. Quando 508 indivíduos do estudo Harvard Growth
Study, originalmente observados entre 1922 a 1935, foram reexaminados 55 anos
mais tarde, os pesquisadores demonstraram que os adolescentes obesos
apresentaram na idade adulta maior risco de múltiplos problemas de saúde que os
adolescentes que não eram obesos, independentemente do peso na idade adulta.
O Bogalusa Heart Study determinou a relação entre obesidade e o risco de doenças
cardiovasculares. Das 9.167 crianças na idade escolar de 5 a 17 anos que
participaram do estudo, 11% apresentavam obesidade; 58% das 813 crianças
obesas apresentavam pelo menos um risco cardiovascular adverso. Fatores de
risco incluíam níveis elevados de colesterol, elevação da pressão arterial e elevação
dos níveis de insulina de jejum. Entre adolescentes que faleceram de trauma, a
presença de fatores de risco das doenças cardiovasculares foi correlacionada com
doença coronariana aterosclerótica assintomática, e nos obesos as lesões
aterosclerótica estavam mais avançadas.
O diabetes mellitus tipo 2, que há alguns anos apresentava-se como entidade rara
entre adolescentes, agora é considerado em certas populações como a metade dos
novos casos de diabetes diagnosticados. O aumento do diabetes tipo 2 é atribuído
ao aumento da obesidade infantil.
A obesidade parece ser condição familiar. Crianças com idade entre 3 e 10 anos
com pais obesos têm o dobro de chances de tornar-se adultos obesos quando
comparadas com crianças obesas cujos pais não são obesos. Crianças de 1 a 2
anos com um dos pais obeso expressa um aumento do risco de obesidade em
28% . O status de obesidade infantil após os 6 anos correlaciona-se com obesidade
na idade adulta; entretanto, a criança obesa antes dos 3 anos de idade não
predispõe à obesidade na fase adulta.
Tratamento
Composição corporal
Não podemos imaginar uma criança praticando exercício três vezes por semana,
uma hora por dia, no cicloergômetro ou mesmo numa esteira rolante. Pensar em
atividade física para crianças e/ou adolescente é pensar em criatividade. É saber
conduzir e estimular a criança para fazer exercícios através de movimentos lúdicos,
tais como: andar, correr, saltar, pular, subir, descer, rolar, nadar, etc.... Porém,
sempre conduzir o esforço com intensidades realmente eficientes.
Contudo, antes de iniciar um programa específico para perda de peso numa criança
obesa, deve-se fazer uma avaliação prévia da capacidade funcional desses
pacientes, seja por uma avaliação apenas cardiovascular (teste ergométrico), seja
por uma avaliação da capacidade cardiorrespiratória (teste ergoespirométrico). Pois,
é a partir destes dados que a prescrição passa a ter uma individualidade e uma
segurança maior.
Nossa experiência revela que o treinamento realizado três dias por semana é
suficiente para auxiliar na perda do peso corporal em crianças obesas. Após cinco
meses de intervenção do treinamento físico associado ao controle alimentar, as
crianças obesas perderam em média 9 kg, refletindo uma perda de
aproximadamente 10% do peso corporal total do início do programa.
Portanto, podemos concluir que o ideal para as crianças com sobrepeso é realizar o
programa de treinamento físico no mínimo três vezes por semana, variando sempre
o estilo das aulas e preservando o princípio da intensidade do esforço.
Após cinco meses de intervenção com o treinamento físico através da variação
entre o LA e o PDR, as crianças aumentaram aproximadamente 20% da
capacidade cardiorrespiratória.