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Discente: Turma:201-Noturna A
9. Referências ............................................................................................................................ 27
1. Introdução
A evolução da contabilidade acompanha de certa forma, a história da humanidade. Uma parte
dos autores afirma que a origem da contabilidade veio com o surgimento da escrita, já outros
levam em consideração os primórdios da civilização. No princípio, o homem tenta resolver
problemas práticos, do controle de seu património. Ao longo do tempo, passa, então, de certa
simplicidade para o desenvolvimento de uma ciência, já na Idade Moderna. Desde a
organização de uma classe de conhecedores de técnicas, a de pensadores e criadores de
conhecimentos que suportassem a relação do homem com o universo dos negócios.
Sabe-se que a humanidade, a partir do momento que teve a iniciativa de tomar conta do seu
património, utilizou-se de mecanismos rudimentares como fichas de barro e depois de
argila, para, mais adiante, utilizar-se de contas. Na idade medieval, houve certo
aperfeiçoamento, por causa das actividades comerciais, havendo a necessidade de fazer o
registo através das contas.
A contabilidade tem, ao longo da sua história, se desenvolvido para dar suporte aos anseios
dos homens em organizar e acompanhar os seus negócios. Seja na época mais remota havia a
manutenção do controle do pequeno rebanho e suas transacções comerciais ou na arrecadação
de impostos das grandes civilizações primitivas, enfim, no acompanhamento dos
empreendimentos gerados pelas navegações ou na produção de informações para os diversos
usuários sobre as modernas corporações capitalistas advindas com a revolução industrial.
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2. Fundamentação Teórica
Contabilidade do mundo medieval - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494,
quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas
Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil
do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra
que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
Contabilidade do mundo moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o
aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e
Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra
marcante na história da Contabilidade.
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2.1.1. Evolução Histórica da Contabilidade em Moçambique
Pouco se sabe, ou carece de uma investigação profunda, sobre a história da contabilidade
em Moçambique, assumindo-se que o seu nascimento data de 1984 com o Plano Geral
de Contabilidade (PGC), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros Nº 13/84
de Dezembro, o qual era de aplicação obrigatória pelas empresas sediadas no país com
excepção das que exerçam actividades nos ramos bancário e segurador que dispõem de planos
próprios. É no Plano Geral de Contabilidade (PGC) que estão contemplados os princípios de
normalização da contabilidade, existindo outra legislação que contempla o PGC,
designadamente no que respeita a: amortizações, provisões e reavaliação dos activos
corpóreos.
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2.2. Contabilidade
2.2.2. Objectivo
A Contabilidade tem por objectivo registar, sistematizar e documentar os actos e fatos
de natureza económico-financeira que afectam uma organização (pública ou privada).
2.2.3. Finalidade
A finalidade da contabilidade é fornecer informações às pessoas ou entidades interessadas na
situação patrimonial (bens, direitos e obrigações) e económica (lucro ou prejuízo) da entidade,
bem como na aferição de sua capacidade produtiva.
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Concorrentes – avaliam a capacidade financeira e de negócios de uma entidade
concorrente.
Administradores – são os que demandam por informações contábeis com maior
frequência e profundidade, já que elas subsidiam a tomada de decisões e permitem
avaliar as actividades da entidade.
2.3. Património
O Património é, pois, um elemento nuclear na preparação e interpretação de toda a informação
contabilística. Numa aproximação simplista ao conceito contabilístico de património,
poderemos dizer que comporta o conjunto de Bens Direitos, e Obrigações gerido por uma
dada organização, para a prossecução da sua missão e objectivos.
Sendo a situação líquida dada pela diferença entre o activo e o passivo e vistas que foram
as noções destes últimos, facilmente se depreende que ela representa o conjunto de
valores que pertencem efectivamente ao proprietário da empresa, ou seja, representa os
direitos deste último sobre as propriedades da mesma. Em termos monetários, a situação
líquida ou capital próprio de um dado momento, representa o valor que o proprietário da
empresa teria direito a receber se cessasse a sua actividade, liquidando o património (do ponto
de vista contabilístico), nesse momento. Três casos podem ocorrer em dada situação
patrimonial:
O activo é superior ao passivo, havendo um excesso de valores sobre os passivos. Neste caso a
situação líquida diz-se activa. É o mais frequente e representa o capital próprio.
Esquematicamente:
O activo e o passivo são iguais, não havendo, neste caso situação líquida, ou seja, ela é nula:
A = P → S. L. Nula; ou seja, A = P
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Por último, o activo pode ser inferior ao passivo. Neste caso existe um excesso de valores
passivos sobre os activos (deve-se mais do que se possui e se tem a receber). Logo, a situação
líquida diz-se Passiva e é considerada negativa.
Ou ainda
Esta equação constitui o cerne de todo o trabalho contabilístico baseando-se nela o princípio
das partidas dobradas que já havíamos citado acima.
2.3.1. O inventário
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Diz-se parcial quando abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais. Ex:
inventário das existências em armazém, inventário das letras a receber, etc.
Quanto à disposição dos elementos patrimoniais e/ou ordenação, podem considerar-se simples
ou corridos e classificados ou selectivos.
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2.3.1.2. Balanço
Segundo BORGES et al. (2007), o balanço é um quadro alfanumérico que contém informação,
reportada a determinada data, acerca dos recursos que a entidade utiliza e da forma como estão
a ser financiados (pelos titulares da entidade e por terceiros).
BAPTISTA DA COSTA e ALVES (2008) definem o balanço como uma demonstração que
divulga os activos, os passivos e os capitais próprios (devidamente agrupados e classificados),
divulgando assim a posição financeira de uma empresa no fim do seu período económico.
É de notar que o balanço é constituído por bens e direitos que compõem o activo, as
obrigações que constituem o passivo e a situação líquida correspondente ao capital próprio. O
capital próprio e o passivo representam as origens de capital e o activo as devidas aplicações.
De acordo com a NCRF 1 (§33) uma entidade deve apresentar activos correntes e não
correntes, e passivos correntes e não correntes, como classificações separadas na face do
balanço. Adiante (§37) a norma determina as condições que levam a considerar um activo
como corrente:
Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço;
É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso para
liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Os elementos que não se enquadram neste âmbito podem ser considerados como ativo não
corrente (§37).
O mesmo normativo (§39) determina que um elemento deve ser considerado como passivo
corrente quando:
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Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou
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2.4. A conta e os lançamentos: noção e objectivos
Entende-se por Método Contabilístico, o conjunto de normas e procedimentos a adoptar com o
intuito de dar a conhecer a situação económica, financeira e monetária. O elemento
fundamental do Método Contabilístico é a Conta.
Em suma, a conta deve ser homogénea e integra dado que só poderá admitir movimentos
ligados com o respeito a classe de valores, não excluindo qualquer deles.
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Proveitos e Ganhos (contas que reflectem os rendimentos gerados pelo negócio da
empresa) e Contas Resultados (contas que identificam a natureza dos lucros e prejuízos
gerados na empresa).
Contas Colectivas e Contas Divisionárias - contas colectivas, são as contas
integradoras que reúnem os movimentos ocorridos nas contas divisionárias. Contas
Divisionárias, são subcontas cuja informação é fornecida à conta colectiva, a ultima
das contas divisionárias, chama-se Conta Elementar (não admite mais subdivisões).
O registo contabilístico dos factos patrimoniais faz-se nas contas elementares
divisionárias.
2.5. Lançamento
Lançamento, corresponde ao registo dos factos patrimoniais nas contas, utilizando o método
Digráfico. Podemos classificar os lançamentos atendendo ao número de contas movimentadas:
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Lançamento de Abertura - são os primeiros lançamentos a serem registados na conta,
correspondem ao registo na conta;
Lançamentos Correntes - correspondem aos lançamentos que caracterizam o
negócio da empresa, sendo efectuados ao longo do exercício económico;
Lançamentos de Regularização - são os lançamentos que ocorrem no final do
exercício económico com o intuito de rectificar as contas do balanço e as
demonstrações de resultados, inserem-se nos trabalhos de fim de exercício;
Lançamentos de Apuramento de Resultados - correspondem à transferência dos
diversos resultados mediante a transferência dos respectivos proveitos e custos;
Lançamentos de Estorno - correspondem à correcção contabilística de um
lançamento anterior;
Lançamentos de Encerramento das Contas - corresponde aos lançamentos de fecho
das contas, ocorrem no final do exercício, após elaboração do balanço;
Lançamentos de Reabertura - correspondem à abertura dos saldos iniciais que
correspondem aos saldos transitados do período anterior.
Demonstração de Resultados
Balanço
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Diário - corresponde ao livro da contabilidade que regista os factos patrimoniais
segundo uma sequência cronológica, tendo como vantagem a compactação dos
documentos, facilitando assim a sua consulta.
Extracto de Conta - identifica os movimentos obtidos numa conta ao longo de um
determinado período.
Balancete - é um mapa de resumo dos movimentos ocorridos ao longo de um período.
Permite de uma forma sintética identificar os movimentos, quer a débito quer a crédito,
de todas as contas, bem como os seus respectivos saldos.
3. Quadro Conceptual
3.1. Finalidade
O Quadro Conceptual estabelece os conceitos que estão na base da preparação e apresentação
de demonstrações financeiras para utilizadores externos, e tem como finalidades:
Este Quadro Conceptual não é uma Norma de Contabilidade e de Relato Financeiro nem o seu
conteúdo substitui uma qualquer Norma de Contabilidade e de Relato Financeiro incluída no
PGC - NIRF. Se em alguma circunstância particular existir um conflito de entendimento entre
o presente Quadro Conceptual e uma Norma de Contabilidade e de Relato Financeiro incluída
no PGC - NIRF, a Norma prevalecerá.
3.2. Âmbito
O Quadro Conceptual aborda os seguintes assuntos:
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Definição, reconhecimento e mensuração dos elementos a partir dos quais são
elaboradas as demonstrações financeiras; e
Dos conceitos de capital e de manutenção de capital.
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4. Pressupostos subjacentes
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4.4. Princípios contabilísticos
Princípio da continuidade - significa que no final do Exercício Económico as
organizações não terão a necessidade de alienar todos os seus activos, nem pagar todos
os seus passivos, nem distribuir o remanescente (caso exista) aos seus sócios
accionistas.
Princípio do custo histórico - os bens devem ser registados na contabilidade pelo seu
preço de aquisição (respectivo preço de compra acrescido de todas as despesas
suportadas com a sua aquisição).
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5. Critérios de Valorimetria
Correspondem a critérios de valorimetria a forma como se procede à valorização quer das
entradas quer das saídas, dos passivos e activos.
6.1. Disponibilidades
Entendem-se por Disponibilidades o conjunto de activo com maior liquidez nas empresas, isto
é, cuja conversão em meios monetários é imediata ou quase imediata. As disponibilidades
dividem-se e subdividem-se em:
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Meios Líquidos
Aplicações Periódicas
6.2. Existências
Nesta classe de contas englobam-se os activos que caracterizam o objecto social da empresa,
estando decomposta nas seguintes contas:
Compras
Mercadorias
Produtos Acabados e Intermédios
Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
Produtos e Trabalhos em Curso
Matérias-primas Subsidiárias e de Consumo
Adiantamento por conta de Compras
Regularização de Existências
Provisões para Depreciação de Existências
Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o
mais baixo. O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de
transformação e outros custos necessários para colocar os inventários no seu local e condições
actuais.
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6.3. Imobilizações
Nesta classe de contas registam-se os activos cujo grau de permanência é superior a um ano,
possuindo estes bens e direitos uma utilidade económica, isto é, uma vida útil superior a um
ano. Podemos classificar as Imobilizações em:
Método Directo
Métodos Indirecto
No Método Directo as amortizações são registadas nas respectivas contas dos bens
amortizáveis, ou seja, as amortizações são abatidas directamente no valor do bem.
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Taxa de depreciação: Percentual mensal ou anual aplicado sobre o valor amortizável,
que varia de acordo com a vida útil estimada.
Valor contabilístico: é o valor pelo qual o bem está reconhecido no balanço, ou seja,
valor de aquisição do bem menos as amortizações acumuladas.
Formulas:
Taxa de Amortização =
Exercício de aplicação
No dia 10-05-2019 fez-se uma aquisição de um computador HP, core i3, no valor de
51.277,78 para uso no escritório. Cuja sua amortização iniciou no dia 01-06-2019.
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MAPA DE AMORTIZAÇÃO- MÉTODO INDIRECTO
6.4. Terceiros
Nesta classe devem ser consideradas as contas representativas de dívidas a receber ou a pagar
pelo fundo, resultante de operações realizadas com terceiros e ainda não recebidas ou pagas.
Também serão de considerar nesta classe as provisões acumuladas representativas de riscos e
encargos diversos e os ajustamentos de dívidas a receber.
6.4.1. Clientes
Esta conta regista todos os movimentos correntes efectuados pela empresa com os seus
clientes, isto é, todas as dívidas dos mesmos que não estejam representados por letras ou
outros títulos a receber.
Debita Credita
Existência Inicial Pagamentos dos clientes Saques de letras
Facturas Emitidas N/ Notas de Crédito
N/ Notas Débito (...) Transf. p/ Cobranças Duvid. (...)
6.4.2. Fornecedores
Inclui os débitos aos fornecedores provenientes de bens e/ou serviços adquiridos pela
empresa que não estejam representados por letras ou outros títulos a pagar.
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6.5. Capital Próprio
A classe 5 representa os fundos aplicados pelos sócios ou proprietários e os resultados
não levantados ou distribuídos (que irá constituir as reservas e os resultados
transitados).
6.5.2. Reservas
Reservas livres – As reservas livres, tal como as reservas legais, (embora
obrigatórias) e as estatutárias (igualmente obrigatórias, caso sejam impostas nos
pactos sociais), resultam sempre de uma decisão de aplicação dos resultados
positivos obtidos no exercício ou transitados, tomada em assembleia-geral de
acordo com o Código das Sociedades Comerciais
6.7.1. Vendas
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6.8. Resultados
De acordo com as Notas de Enquadramento do novo Código de Contas criado pela
CNC - Comissão de Normalização Contabilística no âmbito da aplicação das Normas
Internacionais de Contabilidade, a Classe 8 (Resultados) destina-se a apurar o Resultado
Líquido do Período, podendo ser utilizada para auxiliar à determinação do resultado
extensivo, tal com consta na Demonstração das Alterações no Capital Próprio.
Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidira sobre os
resultados corrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 44 Estado e outros
entes públicos - Imposto sobre o rendimento.
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7. Código Das Contas
As contas no POC aparecem classificadas em categorias que se encaixam umas nas
outras. Os autores do plano adoptaram a classificação decimal a qual facilita a utilização
de processos informáticos.
Como se referiu, o conjunto de todas as contas está dividido em 10 classes, que são
designadas pelos números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0. Introduziu-se o 0 em vez de 10
porque sendo um só algarismo torna-se mais fácil o trabalho informático. Estas classes
são, por sua vez, subdivididas em contas de 1.º grau representadas por um número que
vai de 1 a 9, colocado à direita do número da classe. Assim, a conta 12 designa a conta
de 1.º grau n.º2 da classe 1.
As contas de 1.º grau são por seu turno, subdivididas em contas de 2.º grau
representadas por um terceiro algarismo de 1 a 9, colocada à direita dos precedentes.
Assim, a conta 132 será a conta de 2.º grau n.º2, pertencente à conta de 1.º grau n.º3, a
qual pertence, por sua vez, à classe n.º1.
Ainda, as contas de 2.º grau são divididas em contas em contas de 3.º grau designados
por um quarto algarismo colocado à direita dos três outros e assim sucessivamente. Por
exemplo, a classe n.º6 compreende as contas de 1.º grau n.º61, 62, 63, ... , 69. Na conta
63 (1.º grau) encontramos as contas 631, 632, ...de 2.º grau. Na conta 631 (de2.º grau)
encontramos as contas 6311,6312, ... de 3.º grau.
Na prática nem sempre o grau de uma conta corresponde a 1 só digito. De facto, quando
dentro de determinado grau se preveja a existência duma certa quantidade de contas,
deverão reservar se os dígitos necessários para cobertura do número máximo de contas
previstas. Assim, uma empresa que tenha, em média, uma centena de clientes, deverá
reservar para o código do cliente um número não inferior a 3 dígitos. A estrutura para
clientes poderia ser:
Sua evolução remonta a idade antiga, através da contribuição deixada pelos persas,
fenícios, gregos, egípcios, romanos, entre outros. Cada um deles contribuiu com
factores históricos relevantes, apresentando a humanidade um sistema de controlo de
seus recursos através do registo contábil. O desenvolvimento da contabilidade
acompanhou o crescimento na complexidade dos negócios ao longo dos tempos, desde
o simples acompanhamento do rebanho, com as suas transacções típicas de compra e
venda, a revolução comercial que exigiu um aperfeiçoamento desse registo e pela
revolução industrial marcada pela forma de produzir e captar recursos ao divulgar
informações cada vez mais representativas e transparentes.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 7ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
Paulo: Atlas, 2001. KAM, Vernon. Accounting theory. 2nd. ed. New York: John Wiley
& Sons, 1990.
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