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DISCRICIONARIEDADE JUDICIAL: UM DEBATE À LUZ DO

EXPOSTO EM HART E DWORKIN

Caroline Ermano
Larissa Schmitt Leal Lima
Rafaela
Rhaisa

Introdução
O presente artigo tem como objetivo analisar o debate teórico existente entre Hart e
Dworkin acerca da temática da discricionariedade judicial. A intenção é expor, em um
primeiro momento, as linhas gerais da teoria hartiana e, após, confrontá-la com as objeções e
inovações trazidas pela teoria dworkiniana.
A temática da discricionariedade judicial é, ainda na atualidade, alvo de relevantes
discussões, sobretudo em razão de uma crescente ampliação da forma de atuação do Poder
Judiciário que passou a atuar de forma mais ativa e com maior liberdade de interpretação,
razão pela qual mostra-se relevante a análise das teorias de Herbert Hart e Ronald Dworkin
acerca desse fenômeno jurídico.
O desenvolvimento do estudo partirá da exposição da perspectiva de Hart acerca da
“textura aberta do Direito” e seu consequente caráter de indeterminação ou incompletude
parcial. Segundo Hart, em razão desse caráter indeterminado ou incompleto do Direito,
sempre haverá casos não regulamentados de forma suficiente pelas regras existentes, o que ele
denomina de “zona de penumbra”, momento em que faz surgir o poder discricionário do juiz
para criar o direito a ser aplicado ao caso concreto.
Em seguida, passa-se a expor as principais críticas de Dworkin ao modelo positivista
desenvolvido por Hart, especialmente no que diz respeito a existência de uma
discricionariedade judicial diante dos “casos difíceis”, assim considerados aqueles que
integram a citada “zona de penumbra” de Hart.
Para Dworkin, não há qualquer razão que justifique o exercício do poder discricionário
pelo juiz, independentemente do nível de dificuldade do caso concreto a decidir, haja vista
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que, na ausência de uma regra expressa, o magistrado deve se utilizar dos princípios
implícitos para proferir a sua decisão.
É a partir desses entendimentos contrapostos de Hart e Dworkin acerca da
discricionaridade judicial que o presente artigo pretende traçar algumas bases teóricas para
que se possa ter uma melhor compreensão do tema.