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GAG-117: CAFEICULTURA

Última aula prática

BOTÂNICA DO CAFEEIRO, ESPÉCIES DE


IMPORTÂNCIA E DESCRIÇÃO DA PLANTA

2019 / 1
GAG-117: CAFEICULTURA

MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO
CAFEEIRO: CRESCIMENTO VEGETATIVO.

PROFESSORES:
ANTÔNIO NAZARENO GUIMARÃES MENDES
RUBENS JOSÉ GUIMARÃES
VIRGÍLIO ANASTÁCIO DA SILVA

2019 / 1
ASPECTOS PRÁTICOS DA MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO
CRESCIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO
Coffea arabica Coffea canephora
Planta unicaule Planta multicaule
Folhas: verde escuro, menores e mais lisas Folhas: verde claro, maiores e mais acosteladas

Ciclo perene

Porte arbustivo

Caule lenhoso tipo tronco

Dimorfismo de ramos: ortotrópicos e plagiotrópicos

Gemas seriadas e cabeça-de-série

Sistema radicular axial lateral


Coffea arabica

Fotos: IAC e EPAMIG


Coffea canephora

Fotos: INCAPER
Crescimento vegetativo: da semente à planta adulta
Semente:
Semente:

Endosperma

Embrião

Embrião

As sementes : máximo 6 meses de armazenamento.


Germinação da semente de cafeeiro: ilustração em câmara de
crescimento *

* : em condições de campo, com semeadura em viveiro nos meses de maio a julho, a


germinação ocorre em aproximadamente 60-90 dias
Fases da germinação da semente de cafeeiro

Fonte: Santinato e Silva, 2001


Fases da germinação da semente de cafeeiro

Transição das fases esporinha - esporão


Fases da germinação do cafeeiro

Palito de fósforo – início de Orelha de onça


Fases do crescimento das mudas de cafeeiro

Orelha de onça
Fases do crescimento das mudas de cafeeiro

Primeiras folhas verdadeiras


Mudas de cafeeiro com 4 pares de folhas verdadeiras
(aos 6 meses após a semeadura: junho a dezembro).
Folhas primárias opostas e decussadas: leve torção na haste
principal (dois pares de folhas no mesmo plano se acham separados
por outros dois pares de folhas).
Aclimatação das mudas antes do plantio

50% de sombra
Fase final de viveiro com mudas a pleno sol
Crescimento do cafeeiro: plantio no campo

Mudas recém plantadas – período chuvoso: novembro a março.


Crescimento do cafeeiro pós-plantio

Primeiras folhas emitidas no campo após o pegamento


Crescimento do cafeeiro pós-plantio

Emissão dos primeiros ramos plagiotrópicos


Crescimento do cafeeiro pós-plantio

Emissão dos primeiros ramos plagiotrópicos


Crescimento do cafeeiro pós-plantio

Emissão dos primeiros ramos plagiotrópicos


Crescimento do cafeeiro pós-plantio

Emissão dos primeiros ramos plagiotrópicos


Crescimento do cafeeiro pós-plantio

Cafeeiros aos 18 meses após o plantio. Emissão de ramos plagiotrópicos


de ordem superior (2º e 3º)
Cafeeiro adulto
Descrição da planta:
Planta perene com porte arbustivo ou arbóreo, 2 a 5 metros de altura
quando adulta (podendo chegar a 15 metros em espécies selvagens).
Caule lenhoso tipo tronco (ramo ortotrópico), de cor verde na fase
juvenil e marrom acinzentado quando adulto. É unicaule no cafeeiro
arábica e multicaule no robusta.

Coffea liberica
Até 15 m
Coffea canephora
Coffea arabica 2-5 m
2-4 m
Folhas:
Folhas persistentes, com domácias entre as nervuras principal e
secundárias. Filotaxia oposta e nervação peninérvea, peciolada. Folhas
simples, limbo elíptico, glabras, margens onduladas. Brilho acentuado na
face adaxial e fosca na face abaxial.

Coffea canephora
Verde mais claro e acosteladas

Coffea arabica
Verde escuro
Diversidade morfológica de folhas de espécies
de Coffea de Madagascar

Fotos: Razafinarivo et al, 2012


Fotos: Mendes, 2015
Topázio MG-1190 Rubi MG-1192

Folhas maduras de cafeeiros arábicas.


Fotos: Mendes, 2015
Domácias em folhas de cafeeiro arábica da cultivar Topázio MG-1190.
Tronco: ramo(s) ortotrópico(s)

Coffea arabica Coffea canephora


Unicaule Multicaule
Tronco: ramo ortotrópico

Coffea arabica
Unicaule
Tronco: ramos ortotrópicos

Coffea canephora
Multicaule
Tronco: ramos ortotrópicos

Coffea canephora
Multicaule
Dimorfismo de ramos:

Ramos ortotrópicos: crescem verticalmente.

Ramos plagiotrópicos: ramos produtivos, crescem lateralmente numa


inclinação que varia de 45 a 90º em relação ao eixo principal.

• Ramos plagiotrópicos primários: surgem na muda a partir do 6º ao


10º par de folhas, crescendo continuamente e simultaneamente ao
seu eixo principal.
• Ramos plagiotrópicos secundários ou de ordem superior: surgem a
partir dos ramos plagiotrópicos primários.

Gemas seriadas (5 a 6) e gema “cabeça-de-série” (1) nas axilas das


folhas são responsáveis pelo dimorfismo de ramos.
Dimorfismo de ramos:

Ramos ortotrópicos dão origem a:


• Folhas opostas decussadas (dos meristemas)
• Ramos plagiotrópicos primários (da gema “cabeça de série”)
• Ramos ortotrópicos ou ladrões (das gemas “seriadas”)

Ramos plagiotrópicos dão origem a:


• Folhas opostas dísticas (dos meristemas)
• Ramos plagiotrópicos de ordem superior (da gema “cabeça de
série” ou das gemas “seriadas”)
• Flores e frutos (das gemas “seriadas”)

Ramos plagiotrópicos não originam ramos ortotrópicos.


Representação esquemática das gemas axilares do cafeeiro e dos
órgãos que delas têm origem (RENA e MAESTRI, 1986).
Esquema ilustrativo das zonas de crescimento do cafeeiro arábica
(Adaptado de Henriquez, 1981).
Esquema ilustrativo das zonas de crescimento do cafeeiro arábica
(Adaptado de Henriquez, 1981).
Esquema ilustrativo das zonas de crescimento do cafeeiro arábica
(Adaptado de Henriquez, 1981).
Desenvolvimento do cafeeiro:

Plantas em produção (1ª) com vários ramos plagiotrópicos primários


Ramos plagiotrópicos em produção exibindo
emissão de brotações de ordem superior (2ª e 3ª).
Ramos “ladrões” surgem em toda extensão do ramo ortotrópico (tronco), a partir
das gemas seriadas. Causas diversas: seca de ramos plagiotrópicos e perda da
dominância apical são as mais comuns (Fotos: cafeeiro arábica).
Ramos “ladrões” em hastes ortotrópicas de cafeeiros Conilon. (Foto: INCAPER).
Depauperamento de plantas ou seca de ramos plagiotrrópicos (comum em
cultivares menos vigorosas após 3-4 colheitas com produções elevadas).
Desfolha intensa provocada por alta incidência de ferrugem, não controlada,
seguida de seca de ramos plagiotrópicos.
Intensa seca de ramos plagiotrópicos, pouca ramificação secundária e
reduzido vigor vegetativo ou altura excessiva em lavouras mais velhas.
Perda de ramos produtivos do terço inferior (“derrame da saia”) e seca de
ramos produtivos após altas produções (“cinturamento”).
Fechamento da lavoura em decorrência de plantio adensado ou superadensado.
Podas: vários tipos (dos ramos ortotrópicos e dos plagiotrópicos) e formas de
operacionalizá-las (máquinas e ferramentas diversas).
Importância da poda:

“A arte de produzir café é a arte de


produzir novos ramos”.

Conceito de vigor vegetativo associado à produtividade: relação direta


entre a emissão e o crescimento de ramos plagiotrópicos, produção de
novas folhas e manutenção do enfolhamento das plantas com alta
produtividade de grãos.
Representação esquemática dos ramos plagiotrópicos do cafeeiro e sua
brotação após a realização de poda tipo decote e esqueletamento.
Sequência de recuperação de cafeeiro arábica após a realização de poda tipo
decote e esqueletamento (Momento da poda e brotação 6 meses após).
Sequência de recuperação de cafeeiro arábica após a realização de poda tipo
decote e esqueletamento (Florada: 15 meses após; Colheita 23 meses após a
poda).
Representação esquemática dos ramos do cafeeiro e sua brotação após a
realização de poda tipo recepa com pulmão.
Representação esquemática dos ramos do cafeeiro e sua brotação após a
realização de poda tipo recepa sem pulmão.
Sequência de recuperação de cafeeiro arábica após a realização de poda tipo
recepa “sem pulmão”.
Sequência de recuperação de cafeeiro arábica após a realização de poda tipo
recepa “sem pulmão”.
Cafeeiro arábica com a 1ª produção após realização de poda tipo recepa “sem
pulmão” (Colheita 22 meses após a poda).
Raízes: Sistema Radicular do Cafeeiro
Representação Esquemática

Distância do tronco cm
120 90 60 30 0

- 0 cm
- 10 cm

Profundidade do solo
- 20 cm
- 30 cm
- 40 cm
- 50 cm
- 60 cm
- 70 cm
- 80 cm
- 90 cm

Elaboração: Engº Agrº Wilson Mourão Lasmar - EMATER MG


Sistema radicular axial lateral:

• Raiz pivotante (pouco profunda): risco de “pião torto”

• Axiais laterais (6 a 8 unidades): absorção de água

• Raízes da placa superficial: absorção de nutrientes

• Raízes de fora da placa superficial


Fotos: PROCAFÉ
Trincheira para estudo do sistema radicular do cafeeiro.
Cuidado

Pião torto: problema frequente quando se faz repicagem da muda ou plantio


sem cortar o fundo do saquinho / raiz.
Morte da planta em consequência do plantio mal feito.
Sistema radicular com sintomas de adensamento do solo.
Próximas aulas:

TEÓRICA: AGRONEGÓCIO CAFÉ NO BRASIL E NO


MUNDO: PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES,
EXPORTADORES E CONSUMIDORES DE CAFÉ E SUAS
CARACTERÍSTICAS.

PRÁTICA: MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO CAFEEIRO:


DESENVOLVIMENTO REPRODUTIVO.

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