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Camila R.

Koehler, medicina IMED – T8


FISIOLOGIA Fisiologia II

Ventilação pulmonar
 Todo o processo respiratório do organismo depende da -> músculos da inspiração: elevam a CT.
mecânica respiratória para a troca de gases, seja a
oxigenação dos tecidos ou a excreção de gás carbônico *musc intercostais externos
resultante do metabolismo celular.
*músculos esternocleidomastoideos (ligados ao
 O processo respiratório pode ser dividido em:
esterno)
1. Mecânica dos pulmões
2. Difusão de gases alvéolos-sangue *músculos serráteis anteriores
3. Transporte dos gases através dos vasos e
difusão nos tecidos; *músculos escalenos (ligados às 2 primeiras costelas)
4. Regulação da ventilação pelo SNC
-> músculos da expiração: deprimem a CT.

Mecânica da ventilação *musc intercostais internos

O princípio básico da ventilação pulmonar é a *musculatura abdominal: contrai e “empurra” o


diferença de pressão entre o interior do órgão e a diafragma e a base dos pulmões é forçada para cima
atmosfera, para tal, em dois momentos (inspiração e
*reto abdominal
expiração) e através de dois movimentos o objetivo é a
expansão pulmonar possibilitada pelo aumento de
Pressões que promovem entrada e saída
volume da caixa torácica.
de ar dos pulmões
 Glote aberta-> sem fluxo de ar na árvore respiratória
-> pressão de todo o sistema é = a pressão atmosférica
-> 0 mm/H2o
 O tecido pulmonar tende ao colapso pela sua estrutura
elástica e portanto depende de pressões contrárias
permanentes.
a. Contração  Não existem conexões entre o tec. pulmonar e a caixa
e relaxamento do diafragma torácica, o líquido pleural preenche a cavidade e
funciona como um lubrificante e amortece o atrito
- aumento VERTICAL da caixa torácica; entre as estruturas.
 A pressão do líquido pleural permanece levemente
b. elevação e depressão das costelas
negativa;
- expansão ANTEROPOSTERIOR da caixa torácica; *cavidade pleural: limitada pelas pleura visceral
(ligada a CT) e pulmonar. Na inspiração aumenta de
*respiração tranquila: a contração do volume, o que diminui a pressão liquórica.
diafragma é o suficiente para expansão pulmonar
adequada;
[pressao pleural: pressão do líquido da entre
as pleuras.
*a base do pulmão está ligada ao diafragma e Discretamente negativa -> -5 mm/H 2o no início da
durante a expiração o músculo relaxa e o pulmão volta inspiração. Chegando a -7,5 mm/H2o na inspiração.
ao normal “sozinho” pela sua elasticidade - tende ao
* a variação de 1 mm/H2o promove 200 ml de variação
colapso.
no volume pulmonar.
* a expiração é um processo passivo e portanto
* inspiração normal ∆Ppl: 2,5 mm/H2o -> 500 ml de ar
mais lento, esse é o X da respiração forçada, o
inspirado
organismo força não inspirações mais profundas, mas
expirações mais rápidas;

 Musculatura da respiração:
[pressao alveolar: pressão do ar dentro dos com surfactante = 5 a 30 dinas/cm
alvéolos;
 O influxo de ar para dentro dos alvéolos depende *Secretado pelas células epiteliais alveolares tipo II;
OBRIGATORIAMENTE de Palv ligeiramente
menor do que a pA. *Mistura de vários fosfolipídios, proteínas e íons que
em partes se dissolve no líquido alveolar.
* Para inspiração normal (± 2s e 500 ml de ar) basta
variação de -1 mm/H2o *em casos de brônquios e bronquíolos ocluídos os
alvéolos tendem ao colapso uma vez que a tensão
[pressao transpulmonar: ≠ entre superficial se soma a uma pressão positiva que
pressões externa (Ppl) e interna (Palv) -> basicamente “empurra o ar para fora”. Quanto menor o raio do
é o total das pressões atuantes no pulmão alvéolo maior esta pressão.
considerando inclusive a força elástica do tecido.
 Síndrome da Angústia respiratória do recém-
nascido: neonatos prematuros principalmente
Complacência pulmonar
têm pouco ou nenhum surfactante, o que
Relaciona as ∆ de pressão transpulmonar com somado a seus alvéolos com raios curtos
a extensão dos pulmões. caracteriza seus pulmões com extrema
tendência ao colapso. Uma das condutas mais
“quanto o pulmão se distende com x variação de recomendáveis nesses pacientinhos é a
pressão” respiração assistida por pressão positiva
contínua.
Padrão:
OBS: A CT tem suas próprias propriedades elásticas e
1 cmH2O de variação de pressão transpulmonar somada a elasticidade pulmonar, as chamadas
complacências torácica e pulmonar combinadas
∆T = 10 à 20 s exigem pressões 2x maiores para se insuflar os
200 ml de variação de volume pulmonar pulmões.

Fatores a serem considerados: + 1cmH2O -> expansão do sistema em 110ml de


volume
1. Forças elásticas do pulmão
São próprias do tecido (fibras de elastina e colágeno volume pulmonar
entrelaçadas que são distendidas durante a expansão)
±1/3 da resistência à expansão. - estudado a partir de espirometria (técnica capaz de
medir o volume de ar que entra e sai dos pulmões);
2. Tensão superficial no interior dos alvéolos
Bem mais complexa, é provocada pela interface - são ao todo 4 que somados correspondem ao maior
líquido alveolar-ar -> induz o colapso do alvéolo. grau de expansão pulmonar possível.
Ausente quando em experimentação os pulmões são
cheios de solução salina. ±2/3 da resistência à *volume corrente: o normal que entra e sai em
expansão. respiração tranquila -> 500 ml

-> surfactante: agente diminuidor da tensão superficial *volume de reserva inspiratório-> máximo que se
-> redução esforço requerido pelos músculos consegue inspirar além do VC em inspiração forçada
respiratórios para expandir os pulmões; -> 3.000 ml

*volume de reserva expiratório -> máximo que se


consegue expirar além do VC -> 1.1OO ml

*volume residual -> não pode ser expirado, é a qtde


de ar que permanece no pulmão evitando o colapso ->
1.200 ml
Tensão superficial:
Água pura = 72dinas/cm; capacidades pulmonares
líquidos dos alvéolos = 50dinas/cm;
Volumes combinados no interior dos pulmões *condições patológicas: bronquíolos menores tem
em momentos do ciclo pulmonar. maior tendência à resistência, já que são facilmente
ocluídos por contrações musculares, edemas ou
*capacidade inspiratória: tudo o que se pode inspirar acúmulo de muco.
de uma vez (VRI+ VC ) -> 3.500 ml
*Controle neural:
*capacidade residual funcional: ar que permanece nos
pulmões depois de expiração normal (VRE + VR) -> Os bronquíolos geralmente são pouco
2.300 ml sensíveis ao SNA simpático devido a poucas fibras
chegarem até eles, porém são bastante sensíveis à
*capacidade vital: máximo que se pode expirar de adrenalina e noradrenalina secretadas pela glândula
uma vez desde que se esteja com o pulmão inflado ao adrenal quando esta sofre estimulação simpática.
máximo (VRI+ VC + VRE) -> 4.600 ml
# adrenalina e noradrenalina -> dilatação da árvore
*capacidade pulmonar total: máximo que os pulmões brônquica;
comportam -> 5.800 ml
*algumas fibras do SNA parassimpático
-> mulheres tem 20 à 25% menor capacidade derivadas do X NC penetram o parênquima pulmonar e
oulmonar. secretam acetilcolina, neurotransmissor que provoca
constrição leve à moderada dos bronquíolos.
-> atletas podem ampliar suas capacidades
pulmonares. # pctes em crises de asma que desenvolvem constrição
bronquiolar: uma das condutas é a administração de
- ventilação minuto: quantidade de ar “novo” que
atropina, fármaco que bloqueia os efeitos da
chega as vias aéreas por minuto.
acetilcolina e pode relaxar as vias aéreas e melhor a
VC x (freq. Respiratória/min) obstrução;

500 ml x 12 = 6 l/min Além das crises de asma, situações como


irritação da membrana epitelial das vias respiratórias
- ventilação alveolar: velocidade ou intensidade com por gases nocivos, poeira, fumaça, infecções e oclusão
que o ar alcança as áreas de troca gasosa da árvore por micro-êmbolos podem causar bronquioconstrição
respiratória (Alvéolos, sacos alveolares, ductos por ativação dos nervos parassimpáticos.
alveolares e bronquíolos respiratórios)
Liberação de histamina e substância de reação
Nem todo ar inspirado chega até essas regiões, uma lenta da anafidaxia pelos mastócitos em reações
porção preenche o chamado “espaço morto”(áreas que alérgicas -> bronquioconstrição -> oclusão de vias
não fazem troca, que são apenas condutoras - ±150ml aéreas.
de volume);
OBS: as mesmas substâncias que causam
- espaço morto fisiológico ≠ espaço morto anatômico; bronquioconstrição por ativação parassimpática podem
-> desvantajoso para a expiração de gases residuais da ao mesmo tempo desencadear fatores locais não
respiração; neurais.

- Revestimento mucoso das vias aéreas ->


mantém superfícies úmidas e aprisiona pequenas
 VM = volume do espaço morto = 350 ml partículas de ar inspirado e evita que a maior parte
 VA = 4.200 ml/min delas alcance os alvéolos.
- Os cílios do epitélio respiratório vibram
Funcões das vias aéreas continuamente para faringe: nariz -> direção inferior e
pulmonares -> direção superior.
- Anéis, placas cartilaginosas na traqueia e nos - Cobertura de muco flui também em direção a
brônquios, parede muscular da traqueia, brônquios e faringe, ou seja, muco e partículas
capturadas -> engolidos ou tossidos.
bronquíolos -> mantém vias abertas
- Reflexo da tosse -> brônquios, traqueia,
*Sob condições normais, bronquíolos maiores e laringe, bronquíolos e alvéolos.
- Reflexo do espirro -> estímulos nas vias
brônquios adjacentes a traqueia (por estarem em menor
nasais ao invés das vias respiratórias inferiores.
quantidade) têm maior resistência ao fluxo de ar.
FUNÇÕES RESPIRATÓRIAS DO NARIZ
- Condicionamento do ar das via aéreas
superiores:
a. Filtração de grandes partículas pelos pelos nas
narinas,
b. remoção de partículas por precipitação turbulenta->
capturadas pelo muco e conduzidas à faringe
(partículas maiores não chegam até os alvéolos e
menores são precipitadas nos tecidos ou expelidas,
dependendo do tamanho)
* partículas aprisionadas nos alvéolos são removidas
pelos macrófagos alveolares ou ainda carregadas pelo
sistema linfático.

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