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Guia de HIPNOSE

“Os 7 Passos”
Por Rafael Baltresca
Guia de HIPNOSE “OS 7 PASSOS”

ÍNDICE
História da hipnose ....... pág 03
pág 05 ....... Linhas da hipnose
Hipnose e legislação no Brasil ....... pág 06
pág 06 ....... Hipnose no dia-a-dia
Mas, afinal, o que é hipnose? ....... pág 07
pág 08 ....... O quebra-cabeças
Antes de tudo, a ÉTICA ....... pág 08
pág 09 ....... Conheça os 7 passos
1 - Pre-Talk ....... pág 09
pág 10 ....... 2 - Convincer
3 - Contrato ....... pág 11
pág 12 ....... 4 - Seleção
5 - Indução ....... pág 12
pág 12 ....... 6 - Aprofundamento
7 - Rotinas ou o tratamento ....... pág 13
pág 13 ....... Regressão de idade
Lugar seguro ....... pág 14
pág 14 ....... Depois da hipnose...
Emergindo do transe ....... pág 14
Guia de HIPNOSE “OS 7 PASSOS”

Guia de HIPNOSE
“OS 7 PASSOS”
Por Rafael Baltresca

Olá, muito prazer. Meu nome é Rafael Baltresca e meu interesse por hipnose começou quando eu era bem pequeno
(talvez aos 10 ou 12 anos). Contudo, somente depois de alguns anos que eu de fato mergulhei nesta área maravilhosa.

No ano de 2007, fiz o meu primeiro curso de hipnose clássica em São Paulo, o qual abriu minha mente para um novo
mundo. A partir deste dia, diversos cursos passaram a fazer parte de minha formação na área: fiz cursos de especialização
em hipnose, psicologia e PNL aqui no Brasil e outros tantos nos Estados Unidos e na Espanha. Sou muito grato por ter
estudado com os maiores hipnólogos do mundo nas áreas de hipnose de palco e clínica.

Hoje, o meu grande objetivo é poder compartilhar com você alguns segredos que levei anos para aprender e, por isso,
preparei este livro. Dessa forma, você poderá praticar a hipnose de uma forma ética, segura e, acima de tudo, ser um
agente de transformação na vida das pessoas.

Tenho muito orgulho de meus alunos e dos resultados que vêm apresentando com suas práticas, sempre promovendo
mudanças significativas e benéficas à sociedade e aos que fazem uso de seus conhecimentos. A partir de agora, serei o
seu guia no desbravamento deste maravilhoso mundo. Confio em você. Venha comigo...

Antes de avançarmos, que tal conhecer um pouquinho da história da hipnose?

HISTÓRIA DA HIPNOSE
O hipnotismo sempre esteve envolto em mistérios e superstições. Seus praticantes eram considerados instrumentos da vontade divina ou enviados pelo
demônio. Suas curas eram milagres e suas famas de feiticeiros, bruxos ou shamans.

Embora a prática tenha se distanciado dessas fundamentações pré-históricas e buscado cada vez mais se alicerçar no campo das ciências, muitos hip-
notistas ainda alegam terem o poder da cura por questões místicas ou sobrenaturais.

Civilização babilônica - Grécia e Roma antigas “Templos dos Sonhos”: local onde os doentes eram tratados enquanto dormiam por meio de
sugestões terapêuticas. As instruções para utilização do método nessa época foram grafadas em um papiro de 3 mil anos atrás e, o mais interessante,
é que estas instruções são muito parecidas com as que utilizamos atualmente.

Mesmo ainda muito mesclada com a religião e a mitologia, a hipnose praticada por estes antigos já revelava a forte ligação da técnica com a medicina,
pois era exatamente no templo dedicado a Esculápio (Deus da Medicina) que as pessoas (peregrinos, doentes, sacerdotisas) eram postas em transe ou
realizavam a auto-hipnose como dom de clarividência. Com isso, faziam revelações aos faraós, anestesiavam-se antes das torturas, promoviam curas,

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profecias, etc.

Expoentes dos primórdios do hipnotismo: Avicena (séc. X), Paracelso (séc. XVI), Richard Middletown (meados da Idade Média), dentre outros.

No Oriente, a prática hipnótica ainda hoje é muito empregada pela população, principalmente por meio da yoga, meditações e outros métodos mais
ligados à vertente religiosa, porém de tradição milenar.

Johann Joseph Gassner pressão já havia se instituído. Segundo o neurologista, a hipnose só produzia
(foto ao lado), padre católi- efeitos em pacientes histéricas.
co da segunda metade James Esdaile (1808-1868) utilização da hipno-
do séc. XVIII, “expulsava se para analgesia. Realizava cirurgias e extrações Sigmund Freud (foto ao
demônios” em latim na Ale- de órgãos apenas com auxílio da hipnose, catalo- lado - 1856-1939) recu-
manha do Sul. gando todos os procedimentos. Publicou o livro perou a hipnose após um
Mesmerism in Indian and its PracticalAplication período de esquecimento
Franz Anton Mesmer In Surgeryand Medicine, porém, por ser con- da prática. Em 1890, foi até
(1734-1815) responsa- temporâneo à descoberta de outros anestésicos Salpêtrière estudar as téc-
bilizava os astros pelos químicos, não ganhou muita atenção com sua nicas de hipnose com Char-
fenômenos hipnóticos. Pro- prática. cot, porém acabou dispen-
movia “curas magnéticas” sando a técnica na clínica
(com utilização de ímãs, Hyppolyte Bernheim (1837-1919), inicial- psicanalítica, adotando o
pelo princípio da regulação dos fluídos vitais) em mente cético quanto ao hipnotismo, procurou método da associação livre
pacientes desenganados. Saiu de Viena para atu- investigar o caráter subjetivo e estritamente psi- em substituição, por acredi-
ar em Paris, onde surgiu o “mesmerismo”. cológico da prática após a cura de uma de suas tar que nem todos os seus
pacientes (com a qual já havia fracassado) por pacientes poderiam ser submetidos à hipnose.
Marquês de Puységur (1751-1825) era discípu- meio de hipnose. Seus métodos de sugestão são
lo de Mesmer e utilizava ainda os mesmos con- aplicados até hoje e sua visão de que todos são Milton Erickson (1901-1980) Fundou a Socie-
ceitos que seus antepassados. Porém, destacou- sugestionáveis fez com que a hipnose avançasse dade Americana de Hipnose Clínica e criou um
se com a ideia do “sonambulismo artificial”. muito na época. estilo próprio, maternal, hoje chamado de “hip-
nose ericksoniana”.
John Elliotson (1791-1810), médico inglês ex- Ivan Pavlov (foto ao lado
poente do magnetismo, foi o primeiro a utilizar a - 1849-1936) realizou es-
hipnose (ainda não conhecida por este nome) no tudos sobre os efeitos da
tratamento da histeria e o “sono magnético” em hipnose no córtex cerebral,
sua prática hospitalar para fins cirúrgicos. além da indicação terapêu-
tica para este tipo de inter-
James Braid (1795-1860) deu origem a uma venção.
nova forma de se pensar a hipnose, utilizando a
vertente científica, e cunhou o termo hipnose e Jean Charcot (foto ao lado,
hipnotismo para se referir a essa prática. Porém, 1825-1893) responsável
logo percebeu que o prefixo “hipnos” (sono) não pela teoria de três estági-
era o mais indicado para descrever o que de fato os hipnóticos (letargia, ca-
acontece com a pessoa em transe, mas a ex- talepsia e sonambulismo).

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LINHAS DA HIPNOSE
Há muitos “sobrenomes” para a hipnose. É fato que todas as linhas têm um único objetivo: “o acesso ao subconsciente”; porém, cada uma delas
tem uma forma de chegar lá. Conheça algumas das mais expressivas linhas quando o assunto é hipnose:

• Ericksoniana
Criada por Milton Erickson por volta de 1950, a hipnose ericksoniana trabalha princi-
palmente com padrões de linguagem, metáforas e sugestões para a reprogramação
mental do sujeito.

• Condicionativa
Na hipnose condicionativa, criada no Brasil na década de 80 pelo psicoterapeuta Luiz
Carlos Crozera, o paciente permanece passivo (não fala com o terapeuta durante
a sessão), indo até às causas dos problemas de um indivíduo, sem revivenciar os
registros causadores dos traumas, nem aplica-se metáforas e sugestões. Esta abor-
dagem trabalha os condicionamentos do indivíduo com o meio descondicionando e
recondicionando com novas informações. (fonte: Instituto Hipnologia)

• Conversacional
A hipnose conversacional consiste em utilizar em uma conversa normal, coaching ou
terapia, as muitas técnicas para promover e induzir o transe, conduzindo a pessoa a
uma conexão mais profunda com a sua mente eproduzir soluções mais criativas para
os problemas que surgem na vida. (fonte: Instituto Mindset)

• Clássica
A hipnose clássica tem como ponto de divergência das outras abordagens a utilização da investigação da causa por meio da regressão de idade, não se
importando com o sintoma, mas com o fato causador.

• A hipnose na PNL
Hoje em dia, quando falamos em hipnose, a PNL surge na conversa. Muitas pessoas pensam que a PNL tem influência na história da hipnose. Na verdade,
o caminho é o inverso. Entenda os fatos:

A Programação Neurolinguística (PNL) surge no início da década de 70 pelas mãos de Richard Bandler e John Grinder. Richard descobriu que repetindo
os padrões de comportamento de alguns famosos terapeutas, poderia conseguir resultados positivos similares. Essa descoberta tornou-se a base para
a abordagem inicial da PNL conhecida como Modelagem da Excelência Humana.

Os terapeutas estudados por Bandler e Grinder foram Friederich Salomon Perls (Fritz Perls, psicoterapeuta e psiquiatra, grande nome na gestalt-terapia),
Virginia Satir (psicoterapeuta familiar e estudiosa de constelações sistêmicas) e Milton Erickson (Hipnoterapeuta fundador da Sociedade Americana de
Hipnose Clínica).

E é por conta de Milton Erickson que a PNL tem tanto de sua base atrelada à hipnose.

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HIPNOSE E LEGISLAÇÃO NO BRASIL


É importante também que você, estudante de hipnose, entenda como as leis brasileiras regem o uso da hipnose. Assim, estará pronto para qualquer
dúvida a respeito deste tema...

Em 1961, a hipnose foi proibida pelo então presidente Jânio Quadros, que decretou como ilegal o uso da técnica em espetáculos de qualquer natureza
(N º 51.009 de 22/07/1961).

Em 1991, Fernando Collor revogou este decreto.

Atualmente, não há uma regulamentação federal sobre o uso da hipnose no Brasil, porém psicólogos, médicos, dentistas e fisioterapeutas possuem
autorização legal e referendada, orientada pelos devidos conselhos profissionais, para o uso da técnica em suas práticas específicas.
As pessoas que desejam atuar com hipnose clínica, mas não possuem formação em nenhuma das áreas acima mencionadas, devem procurar infor-
mações no SINTE – Sindicato dos Terapeutas.

Cursos na linha de hipnose clássica, cujos métodos surgiram no séc. XVII, podem ser ministrados livremente e são de domínio público, pois seus autores
faleceram há mais de 70 anos. Já os cursos voltados para formação em hipnose ericksoniana ou condicionativa só podem ser oferecidos por instituições
credenciadas e autorizadas pela Milton Erickson Foundation e pelo psicoterapeuta Luiz Carlos Crozera respectivamente.

HIPNOSE NO DIA-A-DIA
É normal atribuir o estado hipnótico a pessoas de olhos fechados, com o corpo muito relaxado, expressão facial bem
diferente do estado “normal” e respondendo a comandos de um hipnotizador. Ledo engano! A hipnose ocorre muito
mais do que imaginamos e em situações completamente diferentes das citadas acima.

Por definição, hipnose é concentração e foco. Ponto! É verdade que um estado relaxado provoca hiper concentração,
porém, não é o único fator que leva alguém a um transe hipnótico. Veja os seguintes exemplos:

1 – Enquanto descasca cebola, Dona Emengarda se distrai e corta seu dedo. Enquanto sai em busca de um band-aid,
ela vê seu filho pequeno brincando com um besouro. Sem pensar duas vezes, grita “Cuidadoooo!” e sai correndo para
proteger o pequeno de uma possível picada. Minutos depois, mais relaxada, tranquila e com o filho no colo, Dona
Emengarda espanta o besouro, deixa a criança em um lugar seguro e continua arrumando a mesa para o almoço.
Neste momento, ela se esqueceu completamente que estava descascando as cebolas e, quando se lembrar do dedo
cortado, o sangue já estará coagulado. Seria Dona Emengarda uma integrante dos X-Men?

2 – Rui acorda assustado e percebe que o despertador não tocou. Com o coração batendo mais rápido do que devia,
vê que já são 8h30 e pensa em seu chefe bravo, de braços cruzados, querendo saber o que aconteceu. Em menos de
5 minutos, coloca um sapato, qualquer calça e uma camisa amassada do dia anterior. Pega a chave do carro, coloca a
carteira no bolso e a coca-cola aberta sobre a mesa vira café da manhã. Rui nem olha para os semáforos, chega com
pressa e, abrindo a porta do escritório, se assusta ao não ver ninguém. Em um estalo, começa a rir sozinho ao perce-

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ber que o despertador não tocou porque é sábado; e sábado a empresa está fechada! Será que Rui estaria com graves problemas mentais?

As repostas para esses dois casos é simples: entramos em hipnose 80% do nosso dia e não percebemos. É isso mesmo; esses são casos simples de hi-
per foco, hiper concentração e nossa percepção é selecionada para apenas um único foco, gerando o que chamo de hipnose diária. E o mesmo acontece
quando procuramos a chave do carro com a chave na mão, ou quando procuramos nossos óculos com eles no rosto.

Então, quando alguém disser que nunca foi hipnotizado, lembre-se desses exemplos.

Será que você consegue se lembrar em hipnose, influência ou sugestão, quando você lida com os seguintes temas?

- Discurso político, propaganda na Rádio, TV, sala de aula, consultório;

- Ou em todos os lugares/pessoas que apresentem confiança, poder, autoridade, respeito, aprovação social, humanização, afeição.

Cuidado! Talvez você esteja hipnotizado AGORA!

MAS, AFINAL, O QUE É HIPNOSE?


“Hipnose é a ultrapassagem do nível crítico da mente consciente e o estabelecimento de um pensamento ou sentimento elegido e permitido.”

Esta é a definição proposta por órgãos americanos ligados à hipnose e explica bem o que acontece no processo hipnótico. Vamos entendê-la passo a
passo:

1 - Hipnose é a ultrapassagem do nível crítico da mente consciente.

Há uma barreira que divide o nosso consciente e o nosso subconsciente. Esta barreira é chama-
da de nível crítico e, quando o sujeito está em “transe hipnótico”, este nível é diminuído.

2 – [...] e o estabelecimento de um pensamento ou sentimento.

Quando dizemos “quando você abrir seus olhos, seu nome estará apagado” estamos esta-
belecendo um pensamento na mente subconsciente. Já, quando dizemos “você estará mais
calma, tranquila e em paz”, estamos estabelecendo um sentimento. Ambas as formas são per-
mitidas em maior ou menor grau dependendo do nível de transe hipnótico.

3 – [...] elegido ou permitido.

Todas as instruções dadas ao subconsciente são elegidas, ou seja, dentre muitas opções, o
subconsciente escolhe qual deve aceitar. Por isso, elegido.

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Todas as instruções dadas ao subconsciente são ou não aceitas. Por isso, permitido.

Eu gosto de uma definição simples, porém, poderosa:

“Hipnose é entender e aprender.”


- Rafael Baltresca

O QUEBRA-CABEÇAS
“Hipnotizar é como resolver um quebra-cabeças cujas peças mudam o tempo todo.”
– Rafael Baltresca

ANTES DE TUDO, A ÉTICA


Entenda que fazer hipnose não é brincar com os outros. Por mais divertida que seja uma apresentação de hipnose, são seres-humanos que estão no
processo. Agir com respeito, ética, cuidado e carinho são comportamentos FUNDAMENTAIS para quem quer trabalhar com hipnose.
Seguem algumas regras BÁSICAS que sempre deixo claras para meus alunos:

• Cuidado com os toques

Você deve tocar no sujeito apenas para dar segurança ou executar algum tipo de indução. Os toques devem ser
respeitosos, em locais como o punho, ombro ou cabeça. De preferência, avise o sujeito quando você for tocá-lo.

• O limite do ridículo

As brincadeiras devem ser bem dosadas. Todas as rotinas devem estar adequadas para cada tipo de público.

• O presente

É nosso dever fazer com que o sujeito saia melhor quando comparado ao que estava no início do processo. É
nossa obrigação dar um PRESENTE HIPNÓTICO sempre. Falarei do presente hipnótico mais para frente.

• A responsabilidade

Caso o sujeito caia e bata a cabeça, machuque o joelho ou qualquer outra parte do corpo, a responsabilidade
será SUA! Uma brincadeira de mau gosto ou uma sugestão feita de forma inadequada pode acabar com a sua
carreira e você pode responder à Justiça por tais atos. Desta forma, sempre, sempre, SEMPRE cuide do sujeito
hipnotizado. SEMPRE faça induções com a pessoa sentada prestando atenção em todos os detalhes.

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CONHEÇA OS 7 PASSOS
Durante os meus quase dez anos de estudo, dediquei muito tempo em analisar as etapas envolvidas nas apresentações dos grandes hipnotistas, indo
desde o zero absoluto ao transe profundo. O resultado que vou te mostrar a seguir são os passos necessários para uma hipnose segura e bem estru-
turada. Vamos lá:

1 - PRE-TALK
O medo pode ser um grande impeditivo para a hipnose acontecer. Normalmente, a pessoa com medo eleva seu nível crítico e questiona cada palavra dita
pelo hipnotista. Um dos antídotos para isto é o pre-talk: uma explicação técnica com o objetivo de reduzir medos, eliminar objeções e, principalmente,
fazer o sujeito querer ser hipnotizado.

O pre-talk pode ser curto ou longo, dependendo do momento em que a hipnose ocorrer. No consultório, ele deve ser suficiente para seu cliente se sentir
à vontade e completamente aberto à sessão de hipnose. Há muitos casos (dependendo do ceticismo do cliente) onde o pre-talk pode durar mais de 40
minutos. Em um show de palco para uma plateia de 200 pessoas, um pre-talk de 10 minutos pode ser mais do que o suficiente.

Seguem alguns itens que você poderá utilizar em seu pre-talk:

Importante
Os exemplos a seguir têm apenas o objetivo de serem usados no pre-talk, ou
seja, dar uma explicação rápida ao sujeito que será hipnotizado. Essas são minhas
palavras... da forma como eu explico quando questionado.

O QUE É HIPNOSE?

Hipnose é, basicamente, concentração e foco. Toda a vez que você se concentra em algo, você está – de certa forma – hipnotizado. Por exemplo, neste
momento... você está concentrado em mim? Pois bem, isso é um tipo de hipnose. Conforme o nível de concentraçãovai aumentando, aumenta-se o nível
de hipnose.

Especialistas afirmam que estamos hipnotizados 80% de nosso dia! Sabe quando você procura por seus óculos com ele na cabeça ou pelas chaves de
casa com elas nas mãos? Então... esses são exemplos típicos de hipnose diária. Nesses casos, você está tão concentrado - tããão concentrado - em
procurar o objeto que não o vê ao seu lado. Isto é chamado de hiperfoco, hiperconcentração e, também, hipnose!

HIPNOSE É COISA DO CAPETA? (RISOS...)

Claro que não! Hipnose não tem nada a ver com religião, questões sobrenaturais, espíritos etc. Hipnose é uma técnica que pode ser aprendida por
qualquer pessoa. Inclusive você!

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Especialistas afirmam que estamos hipnotizados 80% de nosso dia! Sabe quando você procura por seus óculos com ele na cabeça ou pelas chaves de
casa com elas nas mãos? Então... esses são exemplos típicos de hipnose diária. Nesses casos, você está tão concentrado - tããão concentrado - em
procurar o objeto que não o vê ao seu lado. Isto é chamado de hiperfoco, hiperconcentração e, também, hipnose!

QUALQUER UM PODE SER HIPNOTIZADO?

Sim, todos podem ser, porém, alguns chegam a níveis mais profundos do que outros. Para ser hipnotizado é necessário querer, estar aberto à experiên-
cia. Se você não quiser ser hipnotizado, não será.

Outras perguntas que você deve saber e que provavelmente te perguntarão


(e é bom você ter as respostas na ponta da língua):

• Quanto tempo dura a hipnose? • E grávidas? Também podem?


• E se eu nunca mais voltar? • E pessoas com doenças mentais?
• Quais os riscos que envolvem a hipnose? • Todas as pessoas podem chegar a todos os níveis de hipnose?
• Eu vou ficar inconsciente? • Pessoas analíticas/racionais são mais difíceis de serem hipnotizadas?
• Eu vou contar todos os meus segredos? • Podemos apagar lembranças com hipnose?
• Eu vou fazer algo que não queira? • Ruídos atrapalham? Posso hipnotizar em qualquer ambiente?
• Menores de idade podem ser hipnotizados? • Na hipnose, alguém faz algo contra seus valores morais e éticos?

2 - CONVINCER
Um dos grandes problemas pelo qual nós, hipnólogos, passamos é o tal do “hipnose não existe... é tudo combinado”. O convincer, palavra de origem
inglesa que significa “convencedor, o que convence...”, é o uso de testes que abaixam a barreira crítica e ‘amolece” o sujeito deixando-o pronto para
ser hipnotizado. Ver uma pessoa sendo hipnotizada pode ser um convincer; no processo de indução, quando o sujeito sente seu corpo relaxando, isto
também pode ser descrito como ‘convincer’, porém, há alguns testes de pseudo-hipnose que podem - e devem - ser utilizados como convincers, pois
são divertidos, intrigantes e super fáceis de fazer.

Pseudo-hipnose é o nome que damos a algo que pode se passar por hipnose, mas não é. Alguns ‘convincers’/pseudo-hipnose interessantes:

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Guia de HIPNOSE “OS 7 PASSOS”

Nesses, você pode ver o efeito exatamente como eu apresento... é só seguir as instruções!

3 - CONTRATO
É um acordo verbal. Não é necessário papel e caneta. Pode fazer parte do pre-talk ou não, mas é super importante. São as garantias que o sujeito hip-
notizado terá, são formas de aumentar a confiança no hipnotizador. É o momento olho no olho...

• Você não fará nada contra a sua vontade

Certamente, esta é uma das crenças mais fortes em quem não conhece hipnose a fundo. E este medo de ser dominado, de perder o controle, pode criar
uma barreira muito grande e a hipnose não acontecer.

• Você não passará por ridículo

Infelizmente a hipnose não caiu na boca do povo por conta de cientistas (pelo menos no Brasil). Os grandes responsáveis pela massificação desta técni-
ca foram os programas de TV que, em suas buscas insanas por pontos no IBOPE, faziam – e fazem – qualquer coisa. Ver alguém comendo cebola sem
perceber ou imitando uma galinha foram feitos da hipnose que encheram de ideias os produtores. Bom para o bolso deles, ruim para a hipnose.

• 15 minutos equivalem a 4 horas de sono profundo

Noites mal dormidas ainda são graves problemas na vida do brasileiro. Este é o motivo deste contrato ser tão importante e, acreditem, após este item,
uma enxurrada de gente vai querer sentir esta “tal” de hipnose.

• Você vai aprender a se concentrar mais nos estudos, no trabalho

Quem não gostaria de aprender a se concentrar mais? Fizemos um vídeo para o YouTube de auto-hipnose para este fim e, em menos de 1 semana, foi
visto por mais de 15.000 pessoas. Quando prometemos este presente, a barreira crítica tende a cair muito rapidamente. Veja o vídeo AQUI.

• Você vai ter um maior domínio sobre a sua mente

Este item dispensa comentários, pois todos sabemos que domínio mental = poder.

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4 - SELEÇÃO
Quando a hipnose é feita com a finalidade de demonstrações, é interessante selecionar as
pessoas que estão mais susceptíveis por dois motivos importantes:

1 - Aumenta a certeza do sucesso e elimina a carga de dúvida do hipnotizador;

2 - Quando os ‘menos susceptíveis’ veem outros sendo hipnotizados, também são conven-
cidos de que o fenômeno é real.

Normalmente utilizo os seguintes testes de seleção:

1 - Mãos grudadas (handclasp induction)

2 - Balde e balão (Bucket and balloon)

3 - Levitação das mãos

5 - INDUÇÃO
Até este momento, toda a base foi construída para que o sujeito esteja aberto à hipnose. O pre-talk bem feito, os convincers, o contrato, a seleção...
Este é o momento ideal para iniciar o processo de indução ao transe hipnótico.

Basicamente, existem 3 tipos de induções que levam ao transe:

1 - Indução instantânea (ou de choque), onde a imersão ao subconsciente ocorre de maneira imediata e abrupta, geralmente desencadeada após
um gesto rápido e inesperado do hipnólogo.

2 - Indução rápida, cujas técnicas levam um pouco mais de tempo para que o transe ocorra, porém é algo super breve, em torno de 30 segundos. O
processo é semelhante ao anterior, sendo esta separação em dois grupos uma divisão de caráter mais didático do que prático.

3 - Indução lenta, que inclui os relaxamentos progressivos, além da tão conhecida indução de Dave Elman, dentre outras induções menos fortes e de
condução menos “autoritária”.

6 - APROFUNDAMENTO
Após a indução, podemos aprofundar o transe, a fim de rebaixar ainda mais o nível crítico do sujeito hipnotizado. Segue uma lista com algumas formas
de aprofundamento:

• Contagem decrescente
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• Compounding (composição) “Quanto mais o seu braço pesa, mais seus olhos pesam e quanto mais seus olhos pesam o braço fica mais pesado... “

• Relaxamento muscular

• Reindução / Fracionamento

• Visualização (escada, elevador...)

• Cores (métodos dissociativos)

• Fenômenos hipnóticos

7 - ROTINAS OU O TRATAMENTO
Este é o momento em que, numa apresentação, o hipnólogo inicia suas demonstrações. Fenômenos como esquecer o nome, grudar a mão em algum
móvel, sentir cheiros e gostos, ver ídolos e objetos não-existentes são facilmente induzidos pois o nível de aceitação já está muito alto.

No caso de um atendimento clínico com hipnose, este é o momento que o profissional começa a investigação no subconsciente do sujeito. Sugestões
diretas ou regressões de idade são feitas a fim de eliminar a causa de um sintoma.

Mais sobre hipnose....

REGRESSÃO DE IDADE
Uma das utilizações da hipnose no ambiente terapêutico é a facilitação da re-
gressão de idade. O objetivo desta abordagem é encontrar no subconsciente o
motivo causador de um sintoma não desejado (p. ex. Gagueira, fobias, vícios etc).

Muitas vezes este fato ocorreu em tempos tão remotos (ou este acontecimento
está devidamente escondido por mecanismos de defesa) que é praticamente im-
possível acessá-lo rapidamente de forma consciente. No processo de hipnose, o
nível crítico é rebaixado e a investigação desses motivos causadores é muito rápida
e eficaz.

Sobre a possibilidade de regressão a vidas passadas, isto não depende da hipnose


em si, mas da crença do sujeito hipnotizado.

Neste curso, não temos o objetivo em ensinar o aluno procedimentos de regressão


de idade, mas fazer uma demonstração desta possibilidade.

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Guia de HIPNOSE “OS 7 PASSOS”

Durante o processo de regressão, utilizamos as seguintes perguntas para situar o sujeito e evitar “flutuações” durante a terapia:

Dentro ou fora? / Dia ou noite? / Sozinho ou acompanhado?

LUGAR SEGURO
É muito importante configurar um “lugar seguro” antes de algumas induções hipnóticas. Ainda mais quando a finalidade da mesma é terapêutica. O
objetivo desta técnica é fazer o sujeito abandonar rapidamente qualquer pensamento aversivo ou uma possível ab-reação durante o processo.

Basicamente, ainda no início da indução, pedimos que o sujeito pense em um local que lhe passe calma, tranquilidade e que ele saiba que é seguro. Pode
ser na companhia de amigos, parentes ou só. O importante é que este seja um local livre de qualquer problema externo.

Caso o sujeito não consiga visualizar este local já visitado antes, ele também pode criar um lugar seguro fictício, baseado em sua própria imaginação.
Alguns terapeutas costumam “ancorar” este local pressionando alguma parte do corpo do sujeito, como o braço ou a mão.

Durante o processo hipnótico, caso seja necessário, peça ao sujeito que volte a este lugar seguro. Esta imagem interromperá qualquer má sensação ou
ab-reação!

DEPOIS DA HIPNOSE...
Nós, hipnotistas, temos o dever de fazer com que a experiência hipnótica seja maravilhosa. Nossos sujeitos nunca devem passar por situações vexatórias
e/ou humilhantes. Independente de palco ou clínica, o respeito vem em primeiro lugar e o presente hipnótico é uma forma justa de agradecer o sujeito
por ele ter permitido ser hipnotizado.

O presente nada mais é do que uma sugestão pós-hipnótica relacionado a sentir-se bem.

Exemplo: A partir deste momento, quero que você ancore a cor branca a um sentimento de alegria e felicidade. Toda vez que você olhar para uma
parede branca, este sentimento volta à tona e você se sente merecedor, feliz e tranquilo...

EMERGINDO DO TRANSE
• Ao contrário do aprofundamento, utilizamos contagem crescente;

• Reestabelecimento do local;

• Palavras positivas após o despertar;

• Instruções de segurança.
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Este guia é exclusivo de Rafael Baltresca.

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