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MORAES
Um dos aspectos que Moraes destaca em sua obra é a falta de cuidado com quem
se ama. Aquele que ama mas não se esforça para manter o vínculo com o outro,
quando menos espera, vê-se diante da separação, e sofre por isso (MORAES;
POWELL, 1963). Essa a forma omissiva do descuido.
Tantas você fez que ela cansou/ Porque você, rapaz/ Abusou
da regra três/ Onde menos vale mais/ Da primeira vez ela
chorou/ Mas resolveu ficar/ É que os momentos felizes/ Tinham
deixado raízes no seu penar/ Depois perdeu a esperança/
Porque o perdão também cansa de perdoar/ Tem sempre o dia
em que a casa cai/ Pois vai curtir seu deserto, vai (MORAES;
TOQUINHO, 1972, p.8)
Pode-se inferir que o sofrimento é uma constante diante da separação advinda do
descuido no amor: “como um adeus que nem se deu. Pois seja muito feliz. Infeliz já
sou eu. Pra sofrer sofro eu” (MORAES; POWELL, 1963, p. 4).
Porém o sofrimento não é visto apenas como um aspecto ruim, como no caso de
uma separação causada por descuido no amor. O sofrimento pode, também, atestar
que o amor é forte, verdadeiro, uma vez que o “amor só é bom se doer” (MORAES;
POWELL, 1966, p. 1). Por isso, Moraes e Powell (1966) afirmam que mesmo tendo
causado sofrimento não se deve tentar esquecer um amor passado, apenas se deve
dar atenção a um novo que se revele.
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REFERÊNCIAS
MORAES, Vinícius; POWELL, Baden. Seja feliz. In: OLIVEIRA, Aloysio de. Vinícius
e Odette Lara. Rio de Janeiro: Elenco, 1963.