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PROFESSORA CLAUDIA GUMMERSBACH

O Classicismo corresponde a um movimento


artístico cultural (face literária)que ocorreu durante o
período do Renascimento (a partir do século XV) na
Europa.
O nome do movimento que marca o fim da Idade
Média e início da Idade Moderna, faz referência a uma
de suas principais características: retorno aos modelos
clássicos (greco-romano).
No campo da literatura, Classicismo é o nome dado
aos estilos literários que vigoravam no século XVI, na
época do Renascimento e por isso, é chamada de
Literatura Renascentista.
 Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas de
Gênova, Veneza e Florença acumularam grandes riquezas
provenientes do comércio.

A camada mais abastada da população começou a


investir nas artes, o que impulsionou o desenvolvimento
cultural. Esse comportamento recebeu o nome de
mecenato.

O investimento do mecenas (aquele que patrocinava os


artistas) era recuperado com o prestígio social obtido, o
que contribuía para a divulgação dos empreendimentos da
família ou da instituição que representava.
 Além de reviver a antiga cultura greco-romana,
ocorreram nesse período muitos progressos e
incontáveis realizações no campo das artes, da
literatura e das ciências, que superaram a herança
clássica.

Entre as últimas merecem destaque os estudos de


astronomia do polonês Nicolau Copérnico (1473-1543),
que defendia a ideia do heliocentrismo (o Sol estava
no centro do sistema solar), e do italiano Galileu
Galilei (1564- -1642), que afirmava que a Terra girava
em tomo do Sol.
Todas as artes foram influenciadas pelo
Renascimento. Uma das maiores
inovações da pintura renascentista foi a
noção de perspectiva ou profundidade
nos quadros. A lista a seguir contempla
os principais representantes na pintura
e na escultura.

•Leonardo da Vinci (1452-1519): além


de pintor, o artista foi escultor,
cientista, engenheiro, físico e escritor.
Obras principais: Monalisa; Última
ceia.
•Michelangelo (1475-1564): artista múltiplo, destacou-se
em arquitetura, pintura e escultura. Durante quatro anos
pintou o teto da Capela Sistina, onde representou cenas do
Antigo Testamento. Obras principais: as esculturas Dow;
Pietá; Moisés.

•Botticelli (1445-1510): seus quadros retrataram vários


temas da Antiguidade grega e da tradição cristã. Obras
principais: A primavera, 0 nascimento de Vénus.

•Rafael (1483-1520): considerado o grande pintor de


“madonas”, representações da Virgem com o menino Jesus.
Obras principais: A escola de Atenas; Madona da manhã.
•Em Portugal, o momento histórico (centralização do
poder, expansão marítima) se mostra ideal para a aceitação
dos valores renascentistas, uma vez que a emergente
prosperidade econômica transforma Lisboa em centro
comercial de grande importância, fazendo crer aos
lusitanos que o país atingira uma inalterável grandeza
material.

•A atividade literária reflete essa atmosfera de exaltação


épica e independência econômica, em obras que
apresentam Portugal como grande nação vitoriosa.
Na poesia lírica, novas formas poéticas vindas da Itália,
foram assimiladas, como o verso decassílabo e o soneto.
Valorização dos aspectos culturais e filosóficos da cultura
das antigas Grécia e Roma;
Influência do pensamento humanista: princípios que
valorizam as ações humanas e valores morais (respeito,
justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade, etc);
Antropocentrismo: o homem como o centro do Universo;
Críticas às explicações e a visão de mundo pautada pela
religião;
Racionalismo: valorização das explicações baseadas na
ciência;
Busca do equilíbrio, rigor e pureza formal;
Universalismo: abordagem de temas universais como, por
exemplo, os sentimentos humanos.
Perfeição estética
Pureza das formas
Soneto: Soneto é um pequeno poema composto de
catorze versos, divididos em dois quartetos (duas estrofes
com quatro versos) e dois tercetos (duas estrofes com três
versos).
Ode: composição poética, às vezes nem tanto, para ser
cantada ou declamada, em homenagem a pessoa amada ou
para enaltecer uma personalidade, seja numa solenidade
festiva ou num funeral.
Elegia: poesia triste, melancólica ou complacente,
especialmente composta como música para funeral, ou um
lamento de morte.
Idílio ou Écloga: é o poema lírico em que o emissor
expressa uma homenagem à Natureza, às belezas e às
riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico.
Epopeia: poema extenso que narra as ações, os feitos
memoráveis de um herói histórico ou lendário que
representa uma coletividade; poema épico, poema heroico
Formas fixas, sujeitas a regras
Versos decassílabos: 10 sílabas poéticas
Temas poéticos que refletem a moral, a filosofia e política
Temas poéticos abrangem a reflexão moral, filosofia,
política e lirismo amoroso
Retorno aos modelos clássicos (greco-romano)
Busca da perfeição estética
Rigor formal
Razão e equilíbrio
Nacionalismo e antropocentrismo
Racionalismo e cientificismo
Uso de sonetos e versos decassílabos
Temas religiosos e mitológicos
Principais Autores e Obras do Classicismo
Sá de Miranda (1481-1558) e sua obra “Poesias” (1677)
Luís de Camões (1524-1580) e a epopeia “Os Lusíadas”
(1572)
Bernardim Ribeiro (1482-1552) e a novela “Menina e
Moça” (1554)
António Ferreira (1528-1569) e a tragédia “A Castro”
(1587)
Luís de Camões (1524-1580) foi
um poeta português. Autor do
poema "Os Lusíadas", uma das
obras mais importantes da
literatura portuguesa, que
celebra os feitos marítimos e
guerreiros de Portugal. É o
maior representante do
Classicismo português.
Obra imortal
O reconhecimento só veio depois
de sua morte. Hoje é considerado
como um dos grandes poetas que já
existiram, com suas obras
publicadas em vários países. De
suas obras líricas renderam a
coletânea Rimas. Posteriormente
foram encontradas três obras de
teatro cômico. Suas principais e
mais conhecidas obras são:
LÍRICA:
1595 – Amor é fogo que arde sem se ver
1595 – Eu cantarei o amor tão docemente
1595 – Verdes são os campos
1595 – Que me quereis, perpétuas saudades?
1595 – Sôbolos rios que vão
1595 – Transforma-se o amador na cousa amada
1595 – Sete anos de pastor Jacob servia
1595 – Alma minha gentil, que te partiste
1595 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
1595 – Quem diz que amor é falso ou enganoso
TEATRO
1587 – El-Rei Seleuco
1587 – Auto de Filodemo
1587 – Anfitriões
POEMA ÉPICO:
1572 - Os lusíadas

LÍRICA:
1595 - Amor é fogo que arde sem se ver
1595 - Eu cantarei o amor tão docemente
1595 - Verdes são os campos
1595 - Que me quereis, perpétuas saudades?
1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
1595 - Quem diz que Amor é falso ou enganoso
1595 - Sete anos de pastor Jacob servia

TEATRO
1587 – El-Rei Seleuco
1587 – Auto de Filodemo
1587 – Anfitriões
"Os Lusíadas" : a obra é uma "epopeia", ou seja, um poema "épico"
de grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos
marinheiros portugueses que foram conquistar o mundo. Como o
Renascimento busca fazer "renascer" a cultura da Antiguidade, a
obra de Camões fez renascer a antiga mitologia grega (Apolo, Zeus,
Artemis, Baco, etc...). Ou seja: além do antropocentrismo e do
racionalismo, a volta dos seres mitológicos também era uma
característica do Renascimento. Um exemplo é a pintura "O
Nascimento de Vênus", a deusa do amor e da beleza.

A característica da mitologia grega também aparece na obra de


Camões. Vários deuses aparecem em "Os Lusíadas": Apolo, Baco,
Netuno, Júpiter, Vênus, entre outros. Há uma parte do poema onde
Camões pede inspiração às "ninfas do rio Tejo" para poder escrever,
outra evidência mitológica.
De modo geral, o poema é dividido em cinco partes:

1) Proposição: Camões mostra o assunto de seu poema, dizendo


que vai escrever sobre uma viagem de Vasco da Gama às Índias,
além de exaltar a glória do povo português em sua expansão pelo
mundo, espalhando a fé cristã (a obra mistura mitologia com
cristianismo).

2) Invocação: Camões pede às Tágides (musas mitológicas que


ficam no rio Tejo) inspiração para escrever.

3) Dedicatória: Camões dedica o livro ao rei de


Portugal, dedicando as linhas do canto 6 ao 17 só pra isso. Camões
diz ao rei (dom Sebastião) que confia a continuação das glórias e
das conquistas do povo que estão sendo narradas no livro.
4) Narração: é o enredo em si.

5) Epílogo: Finalmente, Camões termina a sua obra com o epílogo.


Nessa parte, o poeta fica triste ao observar a realidade, não vendo
mais as glórias e as conquistas no futuro de seu povo.

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