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PORTUGUÊS

Curso de Cantaria Artística / Curso Técnico de Comércio

Ficha Informativa Ano Lectivo: 2008/2009

Nome: _________________________________________________ N.º ___ Data: Outubro/2008

A  publicidade

A publicidade utiliza uma linguagem com requintes de extrema subtileza e jogos de


sedução, claros ou dissimulados e, embora seja um discurso curto, lança mão de artifícios
de persuasão, de um modo geral psicológicos, como seja acariciar o ego do destinatário,
envolvê-lo emocionalmente, captar a sua simpatia, fazê-lo identificar-se com o apelo,
levando-o a acreditar que a adesão a esse apelo o torna superior em status, qualificação,
etc.
Nos media encontramos dois tipos de publicidade – a institucional/cultural e a
comercial. Em ambas o discurso publicitário fetichiza os objectos que são transformados
em marcas de sedução, através de um apelo psicossociológico, visto que a mensagem se
dirige a um sujeito psíquico, (dotado de pulsões, de afectos, defesas e projecções,
identificações e desejos) e social (de uma cultura, de um contexto sócio-histórico, com
valores de pertença e aceitação, um indivíduo que vive no colectivo e busca
representar--se).
Na publicidade comercial enfatiza-se a ideia de que "para ser é preciso ter" e que
só se é um sujeito socialmente aceite quando se compra, fazendo assim parte de um
grupo.
Nas linhas e entrelinhas, a publicidade influencia, altera opiniões, sentimentos e
atitudes, impõe valores, mitos, ideais e outras elaborações simbólicas, utilizando os
recursos da própria língua que lhe serve de veículo, em tom coloquial, simples e pessoal,
procurando estabelecer intimidade com o público-alvo.
Para ir ao encontro dos desejos dos consumidores, a publicidade usa
conhecimentos e percepções de natureza sociológica e sobretudo psicológica. A
publicidade estimula os impulsos latentes ( as tendências) para provocar necessidades.
Podemos indicar as seguintes:
-o gosto e hábito pela informação tão próprio do homem, que hoje é
estimulado pela publicidade, quando anuncia um produto como novo, última novidade,
etc.;
- o desejo aquisitivo é evidentemente o mais estimulado, criando nas pessoas a
ideia de que podem adquirir o produto facilmente, por mais caro que ele seja;
-a aspiração à felicidade e ao bem-estar é explorada por uma enorme
percentagem de anúncios que exibem pessoas felizes, jovens e saudáveis em atitudes de
lazer ou em locais de trabalho agradáveis;

Professora: Cristina Maia


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- a vaidade é estimulada nos anúncios de roupas, acessórios, cosméticos, mas
também em produtos como automóveis ou simples isqueiros;
-a sexualidade é frequentemente explorada pela publicidade, através da criação
de ambientes mais ou menos erotizados a envolver o produto anunciado;
- o princípio do menor esforço está subjacente nos anúncios que nos
apresentam máquinas espectaculares e acessíveis ou produtos de limpeza que fazem o
trabalho por nós ou ainda alimentos prontos a consumir;
-o gosto pela economia é muito utilizado nas campanhas de promoção com
preços reduzidos, nos saldos, nas ofertas de brindes, etc.;
-a ambição (ou inveja) é a tendência que se explora nos anúncios em que se
compara um produto com o equivalente de outra marca possuído pelo vizinho;
-a necessidade de certeza é aproveitada pela publicidade quando leva o
consumidor a não ter dúvidas sobre as vantagens do produto que adquire através de
testemunhos de pessoas conhecidas ou de especialistas;
-a necessidade de segurança presente nas campanhas em que se pode devolver
o produto sem pagar nada ou usando como argumento o apoio ao cliente;
-a sensibilidade é estimulada sobretudo em campanhas de carácter humanitário
mas também em anúncios com fins comerciais que recorrem a imagens de ternura, muitas
vezes com crianças ou animais.

Elementos do anúncio publicitário


Para activar plenamente as tendências que a publicidade deseja estimular, os
anúncios devem ser cuidadosamente elaborados.
A marca do produto anunciado, presente de uma forma dominadora ou discreta, é
um elemento fulcral. Pode acontecer que ela esteja ausente e nós perguntar-nos-emos: “É
um anúncio a quê?” Podemos estar certos que a resposta não tardará a surgir e foi
entretanto conseguido um elemento importante: o interesse.
A imagem é um outro elemento importante. Vivemos num mundo de imagens, a
toda a hora somos chamados por estímulos visuais e, por isso, a imagem publicitária é
cuidadosamente preparada para nos prender o olhar. Através da exuberância ou da
sobriedade, da cor ou da intencional ausência dela, da originalidade, da associação
inesperada, daquilo que mostra e sobretudo do que sugere.
O slogan é fundamental e joga com o enorme poder que a palavra tem sobre nós.
Deve ser original, conciso, fácil de memorizar e capaz de despertar a simpatia pela marca.
O texto de argumentação pretende habitualmente dar credibilidade ao anúncio,
apontando as vantagens da aquisição do produto, as suas qualidades, a sua
superioridade, enfim, os argumentos que acabarão por nos persuadir.

Professora: Cristina Maia


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