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RETA FINAL
TJ/MG
FICA A DICA
FICA A DICA
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vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação
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de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva
à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão
reservados.
FICA A DICA
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA1
Olá, futurxs Juízes do Estado de Minas Gerais!
Hoje vamos estudar um assunto que as bancas amam, Improbidade Administrativa. Não é um assunto
difícil, não é espinhoso, mas é um assunto muito recorrente nas provas, que possui muita jurisprudência
e a cereja do bolo é que houve alteração recente na Lei de Improbidade.
Tem assunto do edital que não podemos falhar no estudo, pois são aqueles que os examinadores
persistem em colocar nas questões. E estamos diante de um desses pontos. Vamos garantir pontos
preciosos com a leitura dos temas queridinhos.
O tema tem fundamento na Constituição Federal de 1988 (art. 14, §9º, CF; art. 15, inciso V, CF; art. 37,
§4º, CF). Entende-se que o art. 37, §4º da CRF é norma de eficácia limitada, estando hoje regulamentada
pela Lei 8429/99.
#UMPOQUIMDEDOUTRINA:
Consoante se constata, o dispositivo constitucional (art. 37, §4º da CRF) não define
improbidade administrativa, nem aponta os possíveis sujeitos ativos e passivos desses
atos. Limita-se a enumerar, imperativamente, um núcleo mínimo de sanções que devem
ser aplicadas, “na forma e gradação previstas em lei”, àqueles que praticarem atos de
improbidade administrativa. O §4.º do art. 37 do Texto Magno é uma norma constitucional
de eficácia limitada. Em 1992 ocorreu sua necessária regulamentação, operada pela Lei
8.429/1992, diploma de caráter nacional, isto é, de observância obrigatória para a União,
os estados, o Distrito Federal e os municípios. Essa lei também não se preocupou em definir
improbidade administrativa, mas apresenta - conforme será visto adiante - descrições
genéricas, acompanhadas de extensas listas exemplificativas, de condutas (inclusive
omissivas) que se enquadram como “atos de improbidade administrativa”.
#VAMOSAPROFUNDARUMPOUCO
#DEOLHONAJURIS: A Lei nº 8.429/92 pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua entrada
em vigor? NÃO. É pacífico o entendimento do STJ no sentido de que a Lei nº 8.429/92 não pode
ser aplicada retroativamente para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após
a edição da Constituição Federal de 1988. STJ. REsp 1129121/GO, Rel. p/ Acórdão Min. Castro Meira,
julgado em 03/05/2012.
A improbidade não é ilícito penal, tem natureza jurídica de ilícito civil, dependendo de ação civil
(ADI 2797). Não exclui os crimes porventura praticados, devendo o ilícito penal ser processado mediante
ação penal. A mesma conduta também pode considerar uma infração administrativa (funcional), sendo
processado por PAD (Lei nº 8.112/90).
Uma mesma conduta pode dar origem a três ações diferentes (ação civil, ação penal e processo
disciplinar) e também decisões diferentes em cada um dos processos. Em regra, uma decisão não influência
a outra. Chamamos esse fenômeno de independência de instâncias.
NOVIDADES LEGISLATIVAS
Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito)
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder,
aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do
art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº
157, de 2016) (Produção de efeito)
O legislador resolveu ser extremamente rigoroso em relação à medida imposta e determinou que
constitui ato de improbidade administrativa conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
em contrariedade ao art. 8ºA, caput ou §1º da LC 116/2003. Vale ressaltar que o art. 10-A afirma que
configura ato de improbidade administrativa a ação ou omissão.
Imagine o seguinte exemplo: determinado Município está concedendo isenção fiscal de ISS em
contrariedade ao art. 8º-A da LC 116/2003. São realizadas novas eleições municipais e assume um
novo Prefeito. Caso este não tome providências para fazer cessar esta isenção, responderá por ato de
improbidade administrativa por conta de sua omissão.
Para que o agente público responda pelo ato de improbidade administrativa do art. 10-A, exige-se
dolo. Assim, se o dirigente municipal agiu apenas com culpa, não poderá ser condenado pelo art. 10-A.
O administrador que praticar o ato de improbidade do art. 10-A está sujeito às seguintes penalidades:
#SELIGANAALTERAÇÃOLEGISTAIVA2:
A Lei nº 13.650/2018 acrescentou um inciso ao art. 11 da Lei nº 8.429/92, prevendo nova hipótese de
ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública.
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a
prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único
do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018).
A Lei nº 13.650/2018, ao inserir um inciso no art. 11 da Lei nº 8.429/92, afirmou que a prática
de transferir recursos para instituições privadas de saúde sem prévio contrato ou convênio é ato de
improbidade administrativa. Essa previsão legal reforça o preceitua a Constituição Federal, pois os hospitais
particulares e demais instituições privadas de saúde também podem prestar serviços do SUS, mas apenas
em caráter complementar. Isso está previsto no art. 199, § 1º da CF/88:
Outro ponto importante a ser ressaltado é que essa participação da iniciativa privada, até porque
envolve transferência de recursos (“pagamentos”), somente ocorrerá após a celebração de contrato ou
convênio entre o Poder Público e a instituição privada. É o que preconiza o parágrafo único do art. 24 da
Lei nº 8.080/90:
Art. 24 (...)
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante
contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
A participação complementar das instituições privadas de assistência à saúde no SUS deverá observar
as regras da Lei nº 8.666/93 e da Lei nº 8.080/90. E por esses motivos que o legislador acrescentou mais
uma hipótese de ato de improbidade.
O ato de improbidade está intimamente ligado ao cenário público. O sujeito passivo está elencado
no art. 1º da Lei nº 8.429/92. Quem sofre os efeitos dos atos de improbidade, contra quem se pratica o
ato ímprobo. Não se restringe às entidades da administração pública direita e indireta.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
#UMPOQUIMDEDOUTRINA:
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente de Paulo: “esses são os sujeitos passivos dos atos de
improbidade administrativa, isso é, as pessoas que podem ser diretamente atingidas por tais atos,
as vítimas imediatas desses atos. Exatamente por essa razão, dispõem elas, concorrentemente
com o Ministério Público, de legitimidade ativa ad causam para ajuizar a ação de improbidade
administrativa, conforme veremos a frente.”
A Lei estabelece sanções para os agentes públicos que praticarem atos de improbidade
administrativa. Tais agentes são considerados os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa.
Para os efeitos da Lei, considera-se agente público todo aquele que exerce mandato, cargo, emprego ou
função na Administração Pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por qualquer forma
de investidura, inclusive eleição.
O conceito é bastante amplo, podendo-se dizer que qualquer sujeito que exerça uma função estatal
deve ser considerado agente público para os fins da Lei de Improbidade, compreendendo não apenas os
servidores estatais.
#DEOLHONAJURIS: É possível imaginar que exista ato de improbidade com a atuação apenas do
“terceiro” (sem a participação de um agente público)? É possível que, em uma ação de improbidade
administrativa, o terceiro figure sozinho como réu? NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado
pelas sanções da Lei nº 8.429/92, é indispensável que seja identificado algum agente público como
autor da prática do ato de improbidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade
exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo
da demanda. STJ, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
#APROFUNDANDO: A Lei vai além e aplica-se, no que couber, ao terceiro que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática de ato de improbidade ou dele se beneficie
sob qualquer forma, direta ou indireta. Importante ressaltar que o terceiro apenas se submete à Lei de
Improbidade se algum agente público também estiver envolvido no ato, vale dizer, a pessoa sem vínculo
com o Poder Público jamais pode praticar um ato de improbidade isoladamente.
#SELIGA³: O herdeiro pode ser chamado a responder por ato de improbidade? Sim, na sanção
patrimonial até o limite da herança.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança
#DEOLHONAJURIS!
A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. STJ. 1ª Seção. REsp 1177910-
SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015 (Info 577).
#PRESTEATENÇÃOUAI #JURISDASBOAS!
O membro do Ministério Público pode ser processado e condenado por ato de improbidade
administrativa? SIM. É pacífico o entendimento de que o Promotor de Justiça (ou Procurador
da República) pode ser processado e condenado por ato de improbidade administrativa, com
fundamento na Lei 8.429/92. Mesmo gozando de vitaliciedade e a Lei prevendo uma série de
condições para a perda do cargo, o membro do MP, se for réu em uma ação de improbidade
administrativa, poderá ser condenado à perda da função pública? O membro do MP pode ser réu
em uma ação de improbidade de que trata a Lei 8.429/92 e, ao final, ser condenado à perda do
cargo mesmo sem ser adotado o procedimento da Lei 8.625/93 e da LC 75/93? SIM. O STJ decidiu
que é possível, no âmbito de ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação de
membro do Ministério Público à pena de perda da função pública prevista no art. 12 da Lei 8.429/92.
A Lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do MP) e a LC 75/93 preveem uma série de regras para que
possa ser ajuizada ação civil pública de perda do cargo contra o membro do MP. Tais disposições
impedem que o membro do MP perca o cargo em ação de improbidade? NÃO. Segundo o STJ, o
fato de essas leis preverem a garantia da vitaliciedade aos membros do MP e a necessidade de ação
judicial para a aplicação da pena de demissão não significa que elas proíbam que o membro do MP
possa perder o cargo em razão de sentença proferida na ação civil pública por ato de improbidade
administrativa. Essas leis tratam dos casos em que houve um procedimento administrativo no
âmbito do MP para apuração de fatos imputados contra o Promotor/Procurador e, sendo verificada
qualquer das situações previstas nos incisos do § 1º do art. 38, deverá obter-se autorização do
Conselho Superior para o ajuizamento de ação civil específica. Desse modo, tais leis não cuidam
de improbidade administrativa e, portanto, nada interferem nas disposições da Lei 8.429/92. Em
outras palavras, existem as ações previstas na LC 75/93 e na Lei 8.625/93, mas estas não excluem
(não impedem) que o membro do MP também seja processado e condenado pela Lei 8.429/92.
Os dois sistemas convivem harmonicamente. Um não exclui o outro. Se o membro do MP praticou
um ato de improbidade administrativa, ele poderá ser réu em uma ação civil e perder o cargo? Essa
ação deverá ser proposta segundo o rito da lei da carreira (LC 75/93 / Lei 8.625/93) ou poderá ser
proposta nos termos da Lei 8.429/92? SIM. O membro do MP que praticou ato de improbidade
administrativa poderá ser réu em uma ação civil e perder o cargo. Existem duas hipóteses possíveis:
• Instaurar o processo administrativo de que trata a lei da carreira (LC 75/93: MPU / Lei 8.625/93:
MPE) e, ao final, o PGR ou o PGJ ajuizar ação civil de perda do cargo contra o membro do MP. • Ser
proposta ação de improbidade administrativa, nos termos da Lei 8.429/92. Neste caso, não existe
legitimidade exclusiva do PGR ou PGJ. A ação poderá ser proposta até mesmo por um Promotor de
Justiça (no caso do MPE) ou Procurador da República (MPF) que atue em 1ª instância. STJ. 1ª Turma.
REsp 1191613-MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 19/3/2015 (Info 560).
Gente, como vocês sabem, esse é um “Fica a Dica”, então a intenção não é esgotar o tema, mas sim
fixar em pontos que tem cara da prova.
Galera, aqui nesse ponto é muito importante fazer uma leitura atenta dos referidos artigos, pois
tem examinador que gosta de elaborar questões pedindo que o candidato identifique qual tipo de ato
administrativo está descrito no enunciado.
O ato de improbidade não precisa ser um ato administrativo, pode ser simplesmente uma conduta.
#ATENÇÃOUAI! A lista de atos de improbidade apresentada nos incisos de cada dispositivo não é
taxativa, mas meramente exemplificativa.
Agora eu vou provar que o examinador gosta de cobrar esses artigos na prova.
exigir do autor da ação civil pública prova a respeito do tema. STJ. 2ª Turma. REsp 817921/SP, Rel.
Min. Castro Meira, julgado em 27/11/2012. Nos casos de contratação irregular decorrente de fraude
à licitação, o STJ considera que o dano é in re ipsa. STJ. 2ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 419769/
SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2016. STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1499706/SP,
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 02/02/2017. STJ. 2ª Turma. REsp 1280321/MG, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 06/03/2012. STJ. 2ª Turma. REsp 728341/SP, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 14/03/2017.
O sujeito que pratica o ato de improbidade poderá ser sancionado da seguinte forma: suspensão
dos direitos políticos; perda da função pública; a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
E as sanções aplicadas no âmbito da ação de improbidade administrativa não afastam a possível ação
penal cabível.
O ato de improbidade é considerado um ilícito de ordem civil e as sanções previstas na Lei 8.429/92
para penalizar a sua prática são de natureza administrativa, civil e política.
O agente público responsável pelo ato de improbidade que importe enriquecimento ilícito está
sujeito às seguintes cominações (art. 12, I):
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de dez anos.
O agente responsável pelo ato de improbidade que cause prejuízo ao erário está sujeito às seguintes
cominações (art. 12, II):
• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância;
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos.
O agente responsável pelo ato de improbidade que atente contra os princípios da Administração
Pública pode sofrer as seguintes cominações (art. 12, III):
• Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente;
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.
• Multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
#FOCANATABELASÔ!
• Da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento ao erário;
• Da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas.
Segundo a redação original da Lei, os atos de improbidade administrativa eram agrupados em três
espécies:
1) Atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do agente público (art. 9º);
Deve existir o dolo. Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida, direta ou indireta, em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade pública.
#DEOLHONAJURIS: Ainda que não haja dano ao erário, é possível a condenação por ato de
improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei nº 8.429/92), excluindo-
se, contudo, a possibilidade de aplicação da pena de ressarcimento ao erário. STJ, julgado em
8/3/2016 (Info 580).
2) Atos de improbidade que causam prejuízo ao erário (art. 10); Pode ser o dolo ou a culpa por
força da lei (DDD – DANO DISPENSA O DOLO). Constitui ato de improbidade administrativa que causa
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres de órgão ou entidade pública.
3) Atos de improbidade que atentam contra princípios da administração pública (art. 11). A
maioria dos doutrinadores exige o dolo.
Apesar da lei mencionar expressamente apenas os citados princípios, constitui ato de improbidade a
violação a qualquer princípio da Administração Pública, como eficiência, motivação, publicidade, interesse
público, razoabilidade etc.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
No caso de condenação pela prática de ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública, as penalidades de suspensão dos direitos políticos e de
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios
não podem ser fixadas abaixo de 3 anos, considerando que este é o mínimo previsto no art. 12, III,
da Lei nº 8.429/92. Não existe autorização na lei para estipular sanções abaixo desse patamar. STJ.
2ª Turma. REsp 1582014-CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 7/4/2016 (Info 581).
A Lei 8.429/92 permite que qualquer pessoa represente à autoridade administrativa competente
para que seja instaurado procedimento administrativo destinado a apurar prática de ato de improbidade.
Se não intervier no processo como parte, o Ministério Público deve atuar, obrigatoriamente, como
fiscal da lei, sob pena de nulidade.
Havendo fundados indícios de que o ato de improbidade tenha causado lesão ao patrimônio
público ou ensejado enriquecimento ilícito pode ocorrer requerimento ao juízo competente para a
decretação de cautelar de sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente
ou causado danos ao patrimônio público. A indisponibilidade deve recair sobre bens que assegurem o
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Agravo regimental desprovido. (AgRg na Rcl 12.514/MT, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, CORTE
ESPECIAL, julgado em 16/09/2013, DJe 26/09/2013)
Na fixação das penas previstas na Lei, o juiz deve levar em conta a extensão do dano causado.
As ações destinadas à aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade prescrevem em cinco
anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. Nos
casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei específica
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público. Caso o agente público exerça,
cumulativamente, cargo efetivo e cargo comissionado, há de prevalecer o primeiro (cargo efetivo), para
fins de contagem prescricional.
• Ações de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil: estão sujeitas à
prescrição (são prescritíveis) (RE 669069/MG)
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA.
#SURRADEJURISPRUDÊNCIA:
Nas ações civis por ato de improbidade administrativa, o prazo prescricional é interrompido com o
mero ajuizamento da ação de improbidade dentro do prazo de 5 anos contado a partir do término
do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, ainda que a citação do
réu seja efetivada após esse prazo. Assim, se a ação de improbidade foi ajuizada dentro do prazo
prescricional, eventual demora na citação do réu não prejudica a pretensão condenatória da parte
autora. STJ. 2ª Turma. REsp 1391212-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/9/2014 (Info 546).
Galerinha, chegamos ao final do fica a dica, e espero ter colaborado com a revisão desse ponto que
é bastante relevante. Obrigada pela atenção. E bons estudos!!! #FAMÍLIACICLOS.