Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
1
é quase insignificante, comparada à camada que envolve Isto pode ser visto na Figura 2. Para valores superiores a
diretamente a haste. 20%, a resistividade não é grandemente afetada, mas abaixo
A resistência varia na razão inversa da seção e, dentro de de 20% aumenta rapidamente com um decréscimo no teor
alguns metros de distancia do eletrodo onde a área de passa- de umidade.
gem condutora é menor, a resistividade do solo é um fator O teor normal de umidade varia para diferentes localida-
importante. As medidas mostram que 90% da resistência des mas geralmente é de 10% na estação das secas e cerca
elétrica total em volta o eletrodo situa-se dentro de um raio de 35% em épocas de chuvas com uma média aproximada
de 2 a 3 metros do eletrodo. de 16 a 18%.
Estudos provam que o período de estiagem é seguido por
Terrenos Resistência [Ohms] um aumento acentuado na resistência da ligação terra.
Solo
Testados Med Min Máx Em relação ao teor de umidade, os testes de campo indi-
Aterros e terrenos con- cam que, com um revestimento de terra de 3 metros ou mais,
tendo mais ou menos apoiados por uma plataforma de pedra, as hastes de terra
24 14 3,5 41 cravadas até onde possível na plataforma de rocha, geral-
refugo como cinza, escó-
ria e sais minerais. mente dão bons aterramentos. Acredita-se que isto seja ex-
Argila, xisto, adobe, plicado por serem plataformas de pedra freqüentemente im-
205 terra preta arenosa sem 24 2,0 98 permeáveis e acumularem água, dando assim um alto teor de
pedras ou cascalho. umidade.
Argila, adobe, terra preta
237 pegajosa misturada com 93 6.0 800 III.3. Efeito da Temperatura no Solo
areia, cascalho e pedras.
Areias, pedras, cascalhos
72 com pouca ou nenhuma 554 35 2700
argila ou marga.
Tabela 1. Resistência de diferentes tipos de solo do Bureal
of Standards – Trabalho tecnológico 108.
3
Geralmente estas leituras iniciais indicam o desempenho
do aterramento, embora leituras subseqüentes possam ser
um pouco mais baixas, pois são afetadas pela compactação
do solo e pelas variações de umidade sazonais. Para indica-
ções precisas da eficácia dos aterramentos, medidas periódi-
cas são vantajosas.
Os testes são feitos mais adequadamente com instrumen-
tos completos, de leitura direta. Testar todos os aterramentos
é a melhor garantia de proteção positiva do aterramento.
A análise do aterramento indica, cada vez mais, que cada
aterramento necessita de atenção individual. Os requisitos
gerais para um aterramento são relativamente simples, mas
testar cada aterramento é essencial para garantir aterramen-
tos adequados.
4
A Tabela 2 mostra algumas leituras de resistência típicas
obtidas com hastes prolongáveis e ilustra boas aplicações
para o aterramento profundo.
No segundo exemplo, uma haste de 4,9 m tem uma resis-
tência de 230 ohms. Prolongando-se a profundidade para 7,3
metros, a resistência cai para 48 ohms indicando que a haste
tinha penetrado no solo de melhor condutância. Com uma
haste de 14,6 metros a resistência do solo foi ainda reduzida
para 6 ohms.
Em alguns casos, as hastes foram cravadas até 30 metros
ou mais antes de penetrarem em solo e menor resistência.
2) Eletrodos Múltiplos
5
3) Tratamentos Químico dos Aterramentos Os materiais de tratamento devem ser colocados de prefe-
rência numa vala em volta da haste mas não devem ficar em
O tratamento químico do solo que envolve uma haste cra- contato direto com ela. Isso possibilita a melhor distribuição
vada é útil para melhorar a resistência de um aterramento do material de tratamento e o menor efeito corrosivo.
onde não é exeqüível um aterramento profundo devido a Sulfato de magnésio, sulfato de cobre, sal-gema comum e
pedras adjacentes. bentonita, são todos usados como materiais de tratamento. O
O tratamento diminui resistividade do solo adjacente à sulfato de magnésio e a bentonita são especialmente indica-
haste, proporcionando uma passagem condutora, bastante dos por serem menos corrosivos.
boa até o ponto onde a área do cilindro da terra envolvendo O tratamento do solo não é permanente porque os produ-
a haste é relativamente grande. tos químicos são levados pela chuva e pela drenagem natural
A Figura 10 mostra a redução de resistência de um de- através do solo. O material de tratamento pode ser substituí-
terminado aterramento após tratamento químico do solo que do depois de um período de vários anos, dependendo da
o envolve. A porcentagem de redução de resistência é alta porosidade do solo e das chuvas. Dessa maneira este método
neste caso e é típica de resultados obtidos em circunstâncias de melhoria de resistência só é usado quando aterramentos
onde a resistência do solo é extremamente alta. profundos ou eletrodos múltiplos não são práticos.
Aterramentos de resistência mais baixa podem ser melho-
rados por tratamentos mas não na mesma proporção. O tra-
tamento químico do solo é também benéfico para reduzir as
variações sazonais da resistência de um aterramento devido
a ficar o solo periodicamente molhado e seco em seguida.
6
V.1. Resistência Calculada e Real A experiência demonstrou que cabos de terra ligados a a-
As condições do solo variam grandemente e não é possí- terramentos de baixa resistência nas estruturas de sustenta-
vel predizer quantas seções de hastes serão necessárias para ção, reduzem consideravelmente o numero de desligamentos
uma dada resistência ou quão profundamente a haste precisa em tais linhas. Em outras palavras, aterramentos de baixa
ser cravada para alcançar solos melhor condutores. resistência e melhoria de desempenho andam passo a passo.
Cada aterramento precisa ser tratado como caso individu- Em muitos casos, a resistência de aterramento ao longo de
al. Se o solo fosse todo de natureza homogênea e tivesse a uma linha de transmissão tende a ser muito alta e pode ser
mesma resistividade em todas as profundidades, seria possí- necessário o uso de vários métodos para reduzir as resistên-
vel predizer, com razoável precisão, o comprimento da haste cias dos pés de torre.
que teria que ser cravada para dar a resistência desejada.
Isto pode ser visto no gráfico da Figura 13, que mostra
curvas de resistência calculadas para vários comprimentos
de hastes, supondo-se um solo homogêneo, com três valores
diferentes de resistividade. Por exemplo, em um solo, tendo
uma resistividade de 10.000 ohms por centímetro cúbico,
seria necessário uma haste de 27 metros para dar resistência
de 5 ohms.
Este gráfico mostra que, teoricamente, resistências mais
baixas podem ser obtidas pelo uso de hastes mais compridas
cravadas profundamente no solo. Isto também acontece na
prática. Além disto a melhoria na prática é quase sempre
maior que na teoria, porque solos mais profundos tendem a
ter resistividade menor que o solo da superfície.
7
Com resistência de pé de torre variando de 400 a 1400 tinha uma resistência muito abaixo da obtida por outros mé-
ohms, aterramentos cravados profundamente, ligados aos todos.
pés das torres, reduziram as resistências em cerca de 5 a 15 Alguns dos dados obtidos destes testes sobre o aterramen-
ohms por estrutura. to profundo individual demonstram que uma tendência ou
Para certo trecho dessa linha foram usadas hastes de 12 a padrão bem definidos existe com respeito ao comprimento
49 metros de comprimento e, em algumas posições, duas da haste e às resistências; isto é, começando nos estados
hastes compridas ligadas em paralelo, para diminuir a resis- Leste e movendo-se em direção Oeste dos Estados Unidos
tência da base até o valor desejado. uma diminuição da resistência foi constatada.
A operação experimental dessa linha mostrou que os ater- Desta forma, pode-se constatar que aterramentos profun-
ramentos cravados mais profundamente foram mais eficazes dos possibilitam meios simples e eficazes de melhorar a
que os fios contrapeso, para dissipar as correntes dos raios. resistência das ligações de aterramentos cravados.
A superfície do solo era arenosa, com uma resistência muito
alta e como os cabos contrapeso foram instalados a pequena
distância abaixo da superfície, a resistência obtida com eles VI. CONCLUSÃO
tendia a ser muito alta. Por outro lado, os aterramentos cra-
Os dados deste artigo foram desenvolvidos do ponto de
vados profundamente penetraram no solo melhor condutor e
vista de aterramento de linhas aéreas porque muito trabalho
puderam dissipar correntes e raios mais rapidamente e com
pioneiro em proteção terra tem sido feito neste campo. En-
menos perigo de descargas e conseqüentes desligamentos,
tretanto, os princípios aplicam-se a uma grande variedade de
do que os cabos contrapeso, nestes solos de superfície muito
usos onde aterramentos adequados protegerão pessoas e
resistente.
propriedades dos riscos com raios e fogo.
Cravando hastes individuais a até mesmo 30 metros e
Como engenheiros especializados em segurança demons-
colocando em paralelo hastes razoavelmente profundas em
grupos de duas a quatro, as resistências foram reduzidas em traram, atualmente bons aterramentos afetam tantas pessoas
aproximadamente 400 quilômetros de linha para a ordem de que há uma necessidade de maior compreensão de sua im-
portância, garantindo uma passagem a terra de baixa resis-
5 a 7 ohms por estrutura.
tência.
Estes aterramentos de baixa resistência foram vantajosos
O proprietário de uma casa, particularmente em áreas su-
para minorar o efeito de raios nestas linhas, os desligamen-
burbanas ou rurais tem probabilidades de ter diversos ater-
tos sendo reduzidos de cerca 12 a 15 para um ou menos por
ramentos em sua propriedade. Suas linhas de eletricidade e
160 km de linha por ano.
de telefone podem ter aterramento, assim como sua antena
Para sistemas de distribuição, aterramentos cavados pro-
de televisão e seus equipamentos eletro/eletrônicos como
fundamente são também muito eficazes para melhor desem-
geladeiras, televisores, microcomputadores entre outros.
penho operacional do equipamento nestas linhas. Por exem-
Se o mesmo estiver em uma localidade exposta, ele pode
plo, em um caso real, os registros de operações em um perí-
ter aterramentos para raios em seu prédio ou em uma árvore
odo de anos, mostrou uma redução substancial nas interrup-
ções depois que aterramentos profundos foram instalados. especialmente apreciada, ou inclusive na cerca elétrica de
Interrupções devidas a raios, a cada 100 transformadores, sua residência ou fazenda.
Estabelecimentos industriais e comerciais devem ter ater-
foram reduzidas de cerca de 10 ou 11 por ano para cerca de
ramento não apenas para riscos usuais de raios, mas também
1,5 por ano. Também danos aos equipamentos dos clientes
para evitar faíscas produzidas por eletricidade estática onde
foram reduzidos.
materiais inflamáveis são manuseados.
Os sistemas de telecomunicação e sinalização emprega-
Detalhes sobre dispositivos de proteção estão fora do es-
dos por companhias telefônicas, ferrovias, oleodutos, e ou-
copo deste artigo. Entretanto proteção de aterramento é um
tras, também necessitam de aterramentos de baixa resistên-
assunto de grande interesse e todos os sistemas de proteção
cia.
precisam ser ligados a aterramentos confiáveis e seguros.
Eles são necessários para o funcionamento apropriado dos
Para todas estas aplicações as hastes de aterramento são
pára-raios, relés de aterramento, blocos, fusíveis e outros
dispositivos de proteção durante tempestade de raios, conta- disponíveis e largamente utilizadas
tos acidentais com condutores de eletricidade e outros ris-
cos. Aterramentos profundos, propiciam meios eficazes para VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
garantir aterramentos de baixa resistência necessários para
minimizar interrupções devidas a falhas nas linhas, cabos e [1] Special Reprint 7 from Electrical Engineering. Ground
equipamentos e para proteção da vida e da propriedade. Principles and Practice, 1945.
Em demonstrações de aterramento profundo através de [2] J.G. HEMSTEET, W.W. LEWIS and C.M. FOUST.
todo o Leste, Centro-Oeste e Sul dos Estados Unidos foram “Study of Driven Rods and Counterpoise Wires in High-
colhidos dados abundantes sobre resistências de aterramen- Resistance Soil on Consumers Power Company 140kV”,
tos profundo, pois a resistência foi medida depois do crava- Electrical Engineer Transaction, vol. 61, 1942.
mento de cada seção. [3] R.M. SCHAHFER and W.H. KNUTZ. “Charts Show
Em alguns casos foram cravadas hastes numa localização Ground Rod Depth for Any Resistance in Advance”, Electri-
específica onde considerável dificuldade tinha sido experi- cal World, 1940.
mentada em obter-se bom aterramento. Praticamente em [4] R.C. STEVENSON. “Thorough Grounding Pays Divi-
todos estes casos, o aterramento cravado profundamente dends in Service”, Jr. Electrical Word, 1947.