Você está na página 1de 18

4

UNEB- UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA


CURSO LICENCIATURA EM LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA E
LITERATURAS

CLAUDIA DE SOUZA MOTA DA PAZ

PROJETO DE INTERVENÇÃO:

EMÍLIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA:


fonte despertadora do gosto pela gramática normativa no
Ensino Fudamental II

ESPLANADA-BA
2018
5

CLAUDIA DE SOUZA MOTA DA PAZ

PROJETO DE INTERVENÇÃO:

EMÍLIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA:


fonte despertadora do gosto pela gramática normativa no
Ensino Fudamental II

Trabalho apresentado ao Curso: Licenciatura em


Letras - Língua Portuguesa e Literaturas da UNEB -
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA,
disciplina Estágio Supervisionado I, como requisito
básico para aprovação.
Solicitado pelo professor Valter de Carvalho Dias.

ESPLANADA BA
6

2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4

2.JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 5

3. OBJETIVOS..............................................................................................................6

4.REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................................7

5.METODOLOGIA.......................................................................................................10

6. RESULTADOS ESPERADOS................................................................................11

REFERÊNCIA.............................................................................................................13
7

RESUMO

FALTA
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
8

1 INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado foi realizado através de observação na Escola


Municipal Professora Maria de Lourdes de Carvalho Leite, CNPJ nº
02.095.084/0001-10, localizada à Rua Tenente Siqueira Campos, S/N, Centro,
Esplanada BA, CEP: 48.370-000. Fundada sob Ato de Criação Portaria nº 9167 em
07/09/1973. A observação foi na turma do 7º ano C do ensino fundamental II, turno
vespertino, qual possui 26 alunos, sendo 20 meninos e seis meninas. A professora
regente da turma, Selma Souza Góes, possui formação em Letras e pós-graduação
em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira Gestão Escolar.
Atualmente a escola é dirigida pela pedagoga Maria do Carmo Vieira dos
Santos, vice-diretora a professora e pedagoga Ana Paula da Purificação Dias e
coordenadora pedagógica a pedagoga Márcia Maria Dias de Santana. O número
total de alunos matriculados corresponde a 580, sendo distribuídos nos três turnos;
matutino, vespertino e noturno onde são destinados ao ensino fundamental I e II. No
turno noturno funciona o EJA (Educação de Jovens e Adultos). Número total de
professores é 27, desses 17 possuem pós-graduação e quatro com formação em
Letras.
A escola não é de grande porte e sua estrutura física requer melhorias 1.
Possui oito salas de aula com capacidade para 30 alunos, não possui biblioteca,
nem sala de vídeo. Possui um laboratório de informática com seis computadores
funcionando. Possui um retroprojetor e câmeras de segurança. Possui uma quadra
de esportes para futsal e vôlei em situação precária. Além das salas de aula, a
escola possui um sanitário masculino e um sanitário feminino para os alunos, uma
sala dos professores, um almoxarifado, uma cozinha, uma sala da diretoria, uma
sala para secretaria, um depósito para a merenda, além de grande área ao redor da
escola a qual precisa ser mais bem aproveitada.
Quanto ao PPP (Projeto Político Pedagógico), o mesmo foi aprovado em
janeiro de 2007, sendo sua última atualização no ano de 2013, considerado,
portanto, defasado. Foram envolvidos Na construção do PPP: gestores, professores,
pessoal de apoio, representantes de pais e alunos. Foi observado no PPP que as
disciplinas são trabalhadas de forma interdisciplinar, contudo o período de
observação não foi possível constatar a veracidade. Foi informado também que há

1
Fotografias da escola em anexo.
9

projetos interdisciplinares os quais resgatam valores, como Consciência Negra,


Projeto Saúde na Escola, Proerd.
Durante a observação na turma do 7º ano C, foi notável o grande
desinteresse da turma pelas aulas de português. A essa falta de atenção e
desmotivação por parte dos alunos deve-se a vários fatores sociais, familiares e
educacionais. Alunos advindos de famílias desestruturadas, de renda baixa em que
vêem a escola como uma forma de ter uma alimentação garantida, além da
presença da influencia do tráfico de drogas e recursos precários disponíveis na
escola, desestimula o aluno. Outro fator observado foi a desmotivação da professora
regente, a qual relatou que há dez anos que se encontrava fora do exercício da
profissão e não se sentia motivada em lecionar, além de informar que não acreditava
no desenvolvimento daqueles alunos, os quais para a mesma, não possuíam
perspectivas de um futuro promissor. Nesse período, de conteúdo foi apenas
trabalhado a gramática normativa, de forma muito mecânica, sem estímulos, sem
ludicidade, sempre com anotações no quadro 2 de conceitos prontos, regras e
normas. Não foi usado o livro didático, pois ainda não estava disponível para os
alunos. Também foi perceptível que a professora regente não fazia um plano de aula
consistente, com embasamento teórico e com objetivos claros. A intenção era de
apenas cumprir o currículo exigido pela escola.
Foi utilizado numa aula um texto 3 do livro Emilia no País da Gramática de
Monteiro Lobato, para trabalhar o conteúdo Pronome que constava na programação,
porém de forma vaga, sem contextualização. Assim, pude perceber o quanto é rico
esse livro de Monteiro Lobato e quanto pode ser explorado para se trabalhar em sala
de aula de uma forma diferenciada de ensinar a gramática normativa.
Desse modo, construir um projeto voltado para conhecer o problema
encontrado na sala de aula na turma supracitada, pôde estabelecer um
conhecimento mais significativo ao ampliar um estudo cujo projeto está voltado para
o livro Emília no País da Gramática de Monteiro Lobato e a sua contribuição no
processo de ensino/aprendizagem da Língua Materna no Ensino fundamental II. De
tal modo, o livro, originalmente publicado em 1934, recebe, na atual edição,
comentários e explicações acerca das mudanças ocorridas na língua ao longo do

2
Fotografia das notações feitas no quadro pela professora regente.
3
Texto extraído do livro Emília no País da Gramática em anexo.
10

tempo e isso foi um dos critérios para a escolha do tema no desenvolvimento deste
projeto.
Diante disso, o autor da obra dá vida e imaginação humaniza os personagens
e personifica as palavras criando um país com a língua materna e suas regras
linguísticas, sugerindo que os personagens ao invés de estudar e decorar a retórica
gramatical conheça-os profundamente avaliando as suas essências. O pretexto pelo
qual levou Lobato a produzir tal obra foi o fato de que na infância ele passou por
uma experiência desagradável no momento em que foi realizar duas provas de
gramática (uma oral e outra escrita) e apesar de ter se saído bem nas duas
avaliações, o professor injustamente o reprovou em uma delas. Revoltado, com o
ocorrido, Lobato decidiu já então adulto inserir em suas produções literárias infantis
noções relacionadas à gramática. E, na escola a gramática sempre foi considerada
um martírio para o aluno desde muito tempo, escrever corretamente, seguindo
pontuações e regras faziam com que o educando não gostasse de tal assunto.
Neste contexto após observar as aulas durante o estágio percebeu-se que
proporcionar aulas mais dinâmicas e que acentuem a curiosidade dos alunos que
em grande parte possuem dificuldades em ler, interpretar e escrever utilizando as
normas gramaticais corretamente pode contribuir para que o processo de ensino e
aprendizagem realmente aconteça.
Até porque, o que se vê geralmente são aulas mecânicas e sem nenhuma
motivação, trazer para a sala de aula o livro O país da Gramática, criado por
Monteiro Lobato, onde o cenário principal dessa aventura de Emília poderá instigar a
curiosidade do aluno na história e consequentemente aprender as normas.
Neste sentido a escolha da obra fictícia reproduz a aversão do autor ao notar
uma escola cuja metodologia reprime, e induz o aluno a viver rotulado de ideias que
até aos próprios professores assustam, e isso é o que acontece na maioria das
escolas, pois os professores estão na maioria desmotivados e já não elaboram um
planejamento que incentive o seu aluno a construir o próprio processo de ensino e
aprendizagem e acabam enchendo o quadro com conceitos gramaticais que não
proporcionam a uma compreensão significativa e sim repetitiva de memorização.
Com bases nessas considerações, trabalhar com aulas mais lúdicas pode
facilitar a aprendizagem e motivar os alunos a desenvolverem o processo de
alfabetização e letramento através de histórias, assim quando Lobato conta que
Emília, a boneca de pano, sugere que ao invés estudar apenas pelo livro, eles
11

fizesse uma viagem e visitassem o País da Gramática. E, ao longo do livro, eles


visitam diversas cidades, passam pela Portugália, onde vivem as palavras da língua
portuguesa, Galópolis, de língua inglesa; pelas variações como as gírias,
neologismos; visitam as que já estão morrendo e quase não são mais usadas, no
Arcaísmo e vão até ao cemitério, onde se encontram as palavras latinas, que já
estão mortas. Até porque, aprender que os gramáticos não podem mudar a língua,
apesar de quererem deter em certo ponto do tempo e que a língua não para jamais
ela apenas se modifica e evolui, portanto não se pode expor que várias formas de
falar signifiquem erros, mas que são apenas distintas.
É importante acrescentar que a obra Emilia no país da Gramática faz com que
o indivíduo encontre uma maneira mais prazerosa de entender como algumas
questões da gramática normativa são tratadas no livro. Pois, se a atuação
pedagógica for capaz proporcionar o avanço no domínio da língua-padrão através
do exercício de um importante aspecto da cognição humana: a formação de
conceitos há grandes chances de uma transformação no ensino da língua materna.
Logo, o que foi visto foram aulas mecânicas de gramática onde o quadro era
preenchido com normas e conceitos que ora eram explicados, mas que não refletia
bons resultados.

2 JUSTIFICATIVA

Construir um projeto voltado para o tema: O livro Emília no País da Gramática


de Monteiro Lobato e a sua contribuição no processo de ensino/aprendizagem da
Língua Materna no Ensino Fundamental II justifica-se pelo fato de que o ensino de
gramática sempre foi um martírio para os alunos e através dessa obra, é possível
perceber um novo estilo para tornar o estudo mais prazeroso, propondo que os
estudantes possam aprender gramática, brincando, viajando, propiciando uma
aprendizagem mias rica e consistente e descreve o modo como uma língua deve
funcionar, tratando apenas da variedade culta. Mas, nem sempre o professor
consegue tratar de aspectos das outras variedades, ou mesmo das novidades que
um povo pode inventar para expressar as mudanças do mundo. E, isso pode
contribuir para que os alunos envolvidos no processo tenham acesso no que tange à
língua portuguesa, habilitando o aluno ao domínio da norma padrão. Mas não como
12

uma subserviência à língua literária, empregada por autores famosos do passado, e


sim como a capacidade geral que consinta ao estudante fazer uso de uma
linguagem apropriada às diferentes circunstâncias do seu cotidiano.
Para isso, o trabalho em sala de aula deve colaborar para que o aluno se
torne capaz de estabelecer conceitos e transformar a sua própria realidade, pois, a
obra de Lobato procura mostrar que o estudo da gramática vai além de uma simples
divisão de conteúdos, pelo contrário, propicia novas probabilidades, polindo a
aproximação aluno/gramática mais benéfica e acima de tudo implantada nas
palavras que admite formar novos horizontes, visitando um mundo de descobertas
que possa adequar uma percepção distinta e coberta de muita imaginação.
É importante ressaltar que, este projeto pode contribuir para as mudanças
metodológicas adotadas em sala de aula e incentivar os alunos a compreender a
importância da língua materna no Ensino Fundamental II. E, Lobato defendeu uma
interessante posição de que o destino da língua pertence a seus usuários. No livro
‘’Emília no país da gramática’’(1934) ratificava, que a gramática deveria ser
aprendida pelo uso. É isso que mostra no livro: ...’’os gramáticos mexem e remexem
com as palavras da língua e estudam o comportamento delas, xingam-nas de nomes
rebarbativos, mas não podem alterá-las. Quem altera as palavras, e as faz e desfaz,
e esquece umas e inventam novas, é o dono da língua- o Povo. Os gramáticos,
apesar de toda a sua importância, não passam dos ‘’grilos’’ da língua’’ já dizia
Lobato. (LOBATO. 1934. p.54).

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

 Estimular os alunos do 7º ano do ensino fundamental II de uma escola


pública, a desenvolver o gosto pelas aulas de Língua Portuguesa, através de uma
metodologia lúdica com uso o do livro Emilia no País da Gramática de Monteiro
Lobato.

2.2 Objetivos Específicos

 Identificar as dificuldades de leitura e escrita dos alunos;


13

 Apresentar o livro Emilia no País da Gramática aos alunos;

 Escolher um capítulo do livro Emilia no País da Gramática de acordo a


necessidade do conteúdo para trabalhar em sala de aula;

 Compreender que o funcionamento da língua é dinâmico, portanto ao


lidar com a língua é o mesmo que lidar com a variação e a mudança através de
aulas lúdicas e prazerosas;

 Analisar as divergências e contradições entre a língua que é ensinada


e a que se fala, estabelecendo conceitos com relação a história contada por
Monteiro Lobato ao observar que a língua é uma realidade sociocultural e histórica
portanto, o ensino de língua deve ser contextualizado e consciente.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do presente trabalho se inicia com uma abordagem


acerca da vida de Monteiro Lobato e o livro “EMÍLIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA”,
ressaltando a influência e a importância do autor para a constituição dessa literatura.
Em seguida há a intenção de aproximar o leitor da obra analisada neste trabalho,
com o objetivo de situá-lo no universo a respeito do qual o estudo se desenvolve
explorando de maneira mais objetiva as concepções linguísticas existentes na obra.
Assim, aproximar o aluno através da imaginação e criatividade do trabalho com
determinado capítulo do livro com o conteúdo apresentado, de forma que o aluno
não se sinta entediado com as aulas maçantes, mas sim de uma forma lúdica.
Portanto, esse projeto será desenvolvido na Escola Municipal Professora
Maria de Lourdes de Carvalho Leite, situada no município de Esplanada e abrangerá
alunos de uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental II junto a professora regente
de Língua Portuguesa. As atividades planejadas terão momentos de leitura com os
alunos, reflexão dos textos lidos, apresentação de filmes que tratem a vida de
Monteiro Lobato e seus personagens, para que os alunos conheçam o autor e suas
obras, utilização de jogos durante o estudo do conteúdo, músicas do Sítio do Pica
Pau Amarelo com fito do aluno mergulhar na imaginação, brincadeiras, mini peças
teatrais com fantasias dos personagens e outros métodos lúdicos, todos tendo como
suporte as histórias do livro Emilia do País da Gramática.
14

Destarte, propor desenvolver um trabalho visando uma metodologia dinâmica


capaz de atrair o estudante a manter a atenção à aula, de forma a garantir um
aprendizado satisfatório. Utilizar alguns capítulos do livro de acordo o conteúdo do
currículo se torna mais interessante do que apenas aulas expositivas de anotações
no quadro de normas, regras e exceções, aulas isoladas de exemplos sem
significação, o que não agrada os alunos.
Assim, trabalhar com o livro estará gerando oportunidade para se trabalhar o
texto, a leitura e as normas de uma forma contextualizada ludicamente. Assim,
pretende-se tomar como suporte teórico, alguns autores que discorrem sobre a
gramática, como TRAVAGLIA (2009), IRANDÉ ANTUNES, SÍRIO POSSENTI (2014)
dentre outros da área, além do próprio autor do livro, Monteiro Lobato.
Em suma, a metodologia da pesquisa tem a como finalidade ajudar a terceiros
para que haja uma transformação nas aulas de Língua Portuguesa ao ensinar
conceitos gramaticais ou partir dos pressupostos teóricos e análises linguísticas de
discentes docentes no dia a dia, além de enunciados jornalísticos televisivos,
trabalhar com literatura nas aulas do Ensino Fundamental II, poderá ser entendida
como o conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem
executados para que se consiga atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao
mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e
mais confiabilidade dos resultados obtidos ao longo do processo.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta primeira etapa, para fazer um estudo mais detalhado sobre o tema
abordado, alguns autores deram a sua contribuição para que houvesse a garantia ao
finalizar o projeto de pesquisa, construir o projeto de intervenção seria mais fácil,
pois os conceitos já vão estar mais assegurados e a metodologia para colaborar no
desenvolvimento da turma escolhida para realizar a intervenção, vai poder capacitar
de forma mais dinâmica o aprendizado dos alunos.
E, como muitos autores afirmam, cabe à escola, principalmente no que tange
à língua portuguesa instruir o aluno ao campo da norma padrão. Mas não como uma
submissão à língua literária, utilizada por autores famosos do passado; e sim como a
15

habilidade geral que consinta ao aluno cometer uso de uma linguagem apropriada
às distintas circunstâncias do dia-a-dia. Para isso, segundo Travaglia (1997) o
trabalho em sala de aula deve contribuir para que o aluno se torne:
 
Cada vez mais consciente de que a escolha dos elementos da língua  para
construir textos não é fortuita, mas regida pela adequação do recurso
linguístico e das instruções de sentido que contém aos propósitos dos
usuários da língua em cada situação de comunicação. (TRAVAGLIA, 1997,
p. 151)
 
Para isso é inviável uma proposta que trate apenas de exercícios abrangendo
nomenclaturas ou que administre o processo através da apresentação oral de ideias
concluídas sobre determinado tópico  linguístico.
Nesse contexto, Antunes (2007, p.85) afirma que “não existe língua sem
gramática”. E, o primeiro ponto para essa mudança vagarosa é o professor começar
a quebrar a distância entre o aluno e o ensino da gramática dentro de sala de aula,
tornando-se assim prazeroso para o aluno e não somente obrigatório em estudá-la,
bem como a leitura de livros e textos. Pois ele, só será realmente um professor
quando, independente do arsenal de conhecimento que possua se puder transmitir
tais informações de forma interativa e criativa, aluno-professor e professor-aluno,
acreditando que o aluno é capaz de aprender e compreender tudo o que lhe é
transmitido em sala. (SILVA, 2005).
Desse modo, pode-se inferir a necessidade de uma mudança no ensino da
língua padrão, mesmo que já esteja acontecendo lentamente, mas que possa tornar
menos exaustivas as aulas. Nesse aspecto, Silva (2005) faz a seguinte afirmação:
Gentner & Medina (1998) defendem que mesmo entre adultos existe uma
mistura do processamento baseado na comparação com o baseado em regras.
Afirmam também que, estando o conhecimento abstrato já constituído, processos de
“alinhamento” são necessários para que aconteça o repasse desses conhecimentos
para novas situações.
Naturalmente, quando se fala em gramática normativa sob outra perspectiva,
há um novo olhar, pois mesmo um adolescente possui a capacidade de imaginar,
criar novas expectativas através do livro “Emília no País da Gramática”, construindo
com significados resultados positivos para o seu processo de ensino e
aprendizagem na Língua Portuguesa, assim trazer uma postura reflexiva que usa os
efeitos da linguagem para a análise de seu registro escrito, impedindo a falta de
16

compromisso com a busca do padrão sem considerá-lo mera erudição; mas, sim,
domínio social, como também evitando o uso exclusivo da nomenclatura, trabalho
árduo e  infrutífero, auxilia na compreensão de regras e construção de conceitos que
são essenciais para o desenvolvimento de uma aprendizagem objetiva e
significativa.
A obra de Lobato, Emília no País da Gramática possui características
paradidáticas, que vão além do elemento ficcional transmitindo também conteúdo
didático e pedagógico. Segundo Azevedo “os livros paradidáticos são utilitários e
auxiliam o ensino por meio de seu conteúdo de forma complementar ao currículo. O
autor parte do literário, com personagens, espaço, tempo para o ensino da teoria.”
(AZEVEDO, 2010)
Contudo, a obra de Lobato não possui somente a função paradidática, por
conter personagens ficcionais, espaço, tempo e elementos estruturais próprios da
teoria literária sendo, portanto, um livro de Literatura Infanto-juvenil. E, neste
contexto, Lobato via o mundo real e o da fantasia perfeitamente delimitados, e cada
qual com sua natureza específica. Além disso, pode-se talvez explicar o predomínio
do racionalismo sobre a livre fantasia, pelo fato de o livro ter sido escrito para servir
como “leitura escolar”, a qual, nesse início de século, deveria ser ”exemplar”,
oferecer “modelos” de comportamento. (COELHO, 2006, p. 138)
Sua linguagem está dotada de ritmo e sonoridade, as palavras são
selecionadas com o objetivo de provocar reflexão nos leitores. Lobato apropria-se da
obra literária para inserir de forma divertida a gramática da Língua Portuguesa e
principalmente criticar e pontuar casos que dificultam o ensino da Língua Materna.
Simultaneamente o autor utiliza-se de personagens inanimados
transformando-os em seres animados, o sujeito expandir sua imaginação e criar os
cenários de acordo com suas descrições, o que torna a leitura mais divertida e
criativa e no caso de alunos maiores a possibilidade de fazer o cenário tornar-se real
com dramatizações, discussões e leituras em locais que favoreçam o gostar de ler
pode representar para todo contexto social uma grande mudança no ensino da
disciplina que para muitos é considerada um vilão. E, de acordo com Lajolo “todas
as personagens de Lobato são fundamentais e importantes para a criação do
universo infantil, sem haver diferenciação de importância para a narrativa.”
(LAJOLO, 2008, p.94-103), pois embora o aluno não tenha tido a oportunidade de
ser um leitor enquanto estava na fase de alfabetização e letramento, diante do
17

contexto atual estimular os jovens que utilizam as redes sociais, escrevendo


palavras sem coesão ou contexto, partindo do pressuposto que é uma linguagem
jovial, mas entender que, pouco a pouco, os mecanismos de dinamização da língua
vão se revelando para o leitor. As palavras nesse novo universo possuem vida
própria, elas constituem personagens que tecem diálogos com os demais,
participam dos acontecimentos e vivenciam as explicações das regras gramaticais.
Contudo, faz-se necessária e urgente outra postura frente ao ensino de
leitura, porque, por meio dele, a escola estará colaborando para a interpretação da
cultura estrangeira e da nacional, concomitantemente. Isso ajuda o aluno a
identificar diferenças e semelhanças e a se posicionar em relação ao conhecimento
obtido de forma crítica, sabendo que “ele e o outro” fazem parte de culturas ímpares.
Justamente por isso, deve-se cultivar um respeito mútuo e não um sentimento de
inferioridade ou de superioridade cultural.
É importante destacar trabalhar com a literatura, há uma crescente
preocupação durante o desenvolvimento da adolescência, devido às rápidas
mudanças ocorridas no mundo e como se observa o comportamento destes jovens
diante a sociedade, ou seja, a capacidade do contexto influenciar nas tomadas de
decisões do indivíduo. Sendo, que é nesta fase que ocorre às tomadas de decisões
para atuar na vida adulta. (SENNA, S.R.C.N, et al.) Neste mesmo sentido, para
Paiva, il (Col. Explorando o Ensino, 204 p; v. 20. 2010, pag. 52), “Quem se entrega
ao livro literário infantil sai da leitura mais enriquecido interiormente, pois esse tipo
de texto não foi feito somente para a fruição das crianças, mas, neste mundo
caótico, para alimentar nossos sentimentos, fazendo-nos mais felizes”. Portanto, o
professor de língua portuguesa deve, antes de tudo, cultivar o gosto pela leitura de
textos literários, para que assim, possa conduzir seus alunos através do mundo
mágico, e, sobretudo, humano que se revela através dos textos literários.
18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Irandé Costa. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo:


Parábola Editorial, 2007.

ANTUNES, Irandé Costa. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem
pedras no caminho. 4ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo:
Moderna, 2000.
______. Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira. São Paulo: Editora
Companhia Nacional, 2006.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. SP: Atlas, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça. Parâmetros Curriculares Nacionais, Linguística
Textual e Ensino de Línguas. Disponível em:
www.gelne.ufc.br/revista_ano4_no1_02. PDF. Acesso em: 20/3/2018.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática,
1993.

LOBATO, Monteiro. Emília no País da Gramática. São Paulo: Globo, 2008.


MATTOS, Maria Augusta Bastos. A Gramática da Emília. IEL – UNICAMP.
Disponível em: < http://www.unicamp.br/iel/memoria/projetos/ensaios/ensaio10.html
> Acesso em 10.04.2018.

PAIVA, A. A produção literária para crianças: onipresença e ausência das


temáticas. In: PAIVA, A; SOARES, Magda (Orgs.). Literatura infantil: políticas e
concepções. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar a gramática na escola. Mercado de


Letras Edição e Livrarias LTDA Campinas, SP, Brasil, 2014.
19

SENNA, S.R.C.N. et al. Contribuições das teorias do Desenvolvimento Humano


para a Concepção Contemporânea da Adolescência. Universidade de
BrasíliaUnBBrasília-Brasil. Psicologia: Teoria e Pesquisa Jan-Mar 2012, Vol. 28 n. 1,
pp. 101- 108.

TRAVAGLIA, Carlos Luiz. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de


gramática. 14ª ed. – São Paulo: Cortez, 2009.
20

ANEXOS

(Fotografias da escola – falta colocar)

Anotações no quadro feitas pela professora regente


21

Texto distribuído aos alunos para trabalhar o conteúdo “Pronomes”

Você também pode gostar