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Aristóteles – Biografia, slide 3

Aristóteles (c. 384 a.C. a 322 a.C.) foi um filósofo e cientista da Grécia Antiga
que ainda é considerado um dos maiores pensadores da política, psicologia e
ética. Nasceu em Stagira, no norte da Grécia. Ambos os pais eram membros
de famílias médicas tradicionais, e o seu pai, Nicômaco, serviu ,como médico
da corte, o rei Aminto III da Macedônia. Os pais morreram quando ele era
jovem, e foi criado em Stagira. Aos 17 anos, foi enviado para Atenas para se
matricular na Academia de Platão. Ele foi durante 20 anos aluno e professor
na escola, emergindo com um grande respeito e muitas críticas às teorias do
seu professor.

Aristóteles – Biografia, slide 4

Como dissemos antes, foi aluno de Platão e ensinou na sua escola por vinte
anos, até a morte do seu mestre. Também é famoso por ter sido tutor de
Alexandre, o grande. Fundou a sua própria escola, o Liceu, onde se
realizavam estudos, principalmente, dos elementos constitutivos da phisis (a
natureza em vários contextos filosóficos; especialmente a qualidade inerente
de um ser ou objeto). Quase todas as áreas do conhecimento humano na
época foram do seu interesse, os seus seguidores, chamados de
peripatéticos, produziram e recolheram muitos manuscritos passados em
áreas como botânica, biologia, lógica, música, matemática, astronomia,
medicina, cosmologia, física, história da filosofia, metafísica, psicologia, ética,
teologia, retórica, história política, do governo e da teoria política, retórica e
artes.

Obras de Aristóteles, slide 5

Foi no Liceu que Aristóteles compôs a maioria das suas aproximadamente


200 obras, das quais apenas 31 sobreviveram. As suas obras conhecidas são
densas e quase confusas, sugerindo que eram notas de aula para uso interno
na sua escola. As obras sobreviventes de Aristóteles são agrupadas em
quatro categorias. O “Organon” é um conjunto de escritos que fornecem
ferramentas lógicas para uso em qualquer investigação filosófica ou científica.
Em seguida, vêm as obras teóricas de Aristóteles, Tratados sobre animais
(“Partes dos Animais”, “Movimento dos Animais”, etc.), Cosmologia, a “Física”
(uma investigação básica sobre a natureza da matéria e da mudança) a
“Metafísica” (uma investigação quase teológica da própria existência), Ética a
Nicómaco e Ética a Eudemo.
Aristótelismo, slide 6

O Aristotelismo é a doutrina do filósofo grego Aristóteles. Entre os


fundamentos dessa doutrina encontram-se o conceito da metafísica como
filosofia primeira, a teoria da abstração (que explica a criação da matemática,
da física e da filosofia pura), a teoria do silogismo (que indica o tipo perfeito
de raciocínio dedutivo), a doutrina da essência substancial ou necessária, os
conceitos de ato e potência, forma e matéria, e a criação da lógica formal, que
teve em Aristóteles o seu primeiro expositor sistemático. Também é uma
tradição que se baseia no conjunto do sistema filosófico de Aristóteles e dos
seus discípulos, também conhecido pelo nome de “peripatetismo”, devido à
designação dada aos discípulos.

Substância, Forma, Matéria, Ato e Potência, slide 7

Um dos conceitos formulados por Aristóteles é a noção de substância. A


substância é o elo entre a forma e a matéria. É ela que estabelece que um
determinado nome conceitual se aplique a um objeto específico. A matéria é a
realidade sensível, caracterizando-se a partir das suas determinações como
"matéria de" algo. A forma é aquilo que num ser, é inteligível, podendo ser
conhecida pela razão, essência.

Para resolver o problema da mutação material, o filósofo introduziu a


necessidade da distinção entre ato e potência. Ato é tudo aquilo que existe
agora, atualmente. Tornar-se ato (tornar o que se é agora) é atualizar.
Potência é o poder ser, o devir, o vir a ser.

Para exemplificar esse raciocínio, podemos tomar ideia de que uma semente
existe enquanto semente, ou seja, a semente é o ato, mas ela também
guarda uma potência dentro de si: a possibilidade de se tornar uma planta.
Quando a semente cresce, ela atualiza-se, tendo uma nova forma e
transformando a sua matéria.

Santo Tomás de Aquino, slide 8

O pensamento de Santo Tomás está profundamente ligado ao de Aristóteles,


que ele, por assim dizer, "cristianiza".

O seu papel principal foi o de organizar as verdades da religião e de


harmonizá-las com a síntese filosófica de Aristóteles, demonstrando que não
há ponto de conflito entre fé e razão'. Uma das maiores contribuições de São
Tomás de Aquino para a história da filosofia é a defesa de que, não obstante
a importância central da fé, algumas verdades teológicas podem também ser
atingíveis unicamente pela razão.

Por exemplo, a existência de Deus, para ele, é uma verdade que o homem
pode conhecer tanto pela fé quanto pela razão. Retomando a física e a
metafísica de Aristóteles, estabelece as cinco "vias" que nos conduzem a
afirmar racionalmente a existência de Deus: a partir dos "efeitos", afirmamos a
causa. Estabelece a sua conceção de natureza como ordem do mundo,
ordem decifrável nas coisas e que permite fixar fins particulares a cada uma
delas.

Ele instaurou um sistema de leis, causas segundas, ordenando cada um dos


domínios naturais segundo sua especificidade própria. Deus é o primeiro
motor imóvel, é a primeira causa eficiente, é o único ser necessário. Tomás
mostra que há, em Aristóteles, uma filosofia verdadeiramente autónoma e
independente do dogma. Assim, Santo Tomás introduz no teísmo cristão o
rigor do naturalismo peripatético.

Ética, slide 9

Aristóteles concebe a teoria ética como um campo distinto das ciências


teóricas. A sua metodologia deve corresponder ao seu objeto - boa ação - e
deve respeitar o facto de que, muitas generalizações valem apenas para a
maior parte.

Estudamos ética para melhorar as nossas vidas e, portanto, a sua principal


preocupação é a natureza do bem-estar humano. Aristóteles segue Sócrates
e Platão ao considerar as virtudes centrais para uma vida bem vivida. Mas ele
rejeita a ideia de Platão de que para ser completamente virtuoso é preciso
adquirir, por meio de um treinamento em ciências, matemática e filosofia, uma
compreensão do que é a bondade.

A virtude manifesta-se em ação. Mais explicitamente, uma ação conta como


virtuosa, segundo Aristóteles, quando alguém se mantém em um equilíbrio
estável da alma, a fim de escolher a ação com conhecimento de causa e por
si mesma.

Na Ética a Nicômaco , Aristóteles afirma repetidamente que a virtude é um


meio. mostra que a virtude está relacionada com o "meio-termo", a mediana
entre os vícios por falta e por excesso. Por exemplo, a virtude da coragem é a
mediana entre a cobardia, vício pela falta e a temeridade, vício por excesso.
Assim como o orgulho (relativo à honra) é o junto meio entre a humildade
(falta) e a vaidade (excesso).
Para Aristóteles, a virtude moral é o único caminho prático para uma ação
eficaz. O que a pessoa de bom caráter ama com o desejo correto e pensa
com a razão correta deve primeiro ser percebido como belo. É apenas no
meio-termo entre hábitos de ação e princípios de ação que a alma pode
permitir que o desejo correto e a razão correta apareçam, como a resposta
direta e natural de um ser humano livre à visão do belo.

Física, slide 10

Durante todo o período que se estendeu desde seu aparecimento, no século


IV a.C., até o século XVI d.C., a física e a cosmologia de Aristóteles
permaneceram como os únicos pensamentos sistemáticos formulados a
respeito dos fenômenos físicos e da estrutura do Universo. No entanto,
diferentemente da forma quantitativa, expressa por relações matemáticas,
que a física moderna adquiriu a partir da Revolução Científica do século XVI,
a ciência de Aristóteles possuía um caráter puramente qualitativo. 

Metafísica, slide 11

A metafísica é considerada filosofia Primeira, por se tratar de um conjunto de


conhecimentos independentes de qualquer atividade empírica e de qualquer
experiência sensorial, tratando daquilo que é pressuposto por todas as outras
partes do sistema , na medida em que examina os princípios e causas
primeiras

Aristóteles entendeu que há, movimento constante e transformação. Por


haver transformações, existem efeitos, e todos os efeitos têm, por trás de si,
causas. Esse é o princípio de causa e efeito, um dos primordiais para a
Metafísica aristotélica. As quatro causas são:

Causa material: diz respeito à matéria que compõe um ser ou objeto do


mundo. Ou seja, se pensarmos na casa do joão feita de madeira, a sua causa
material é o material.

Causa formal: é a forma física e conceitual que um determinado ser ou objeto


possui. Tudo tem uma forma que o define. Se utilizarmos o exemplo da
cadeira, o formato de cadeira é a sua causa formal.

Causa final: diz respeito à finalidade do objeto ou ser. As finalidades são


diversas para os diversos seres e objetos presentes no mundo. É mais fácil
utilizar como exemplo, um objeto inanimado como a casa do joão de madeira,
pois a sua causa final é servir de abrigo.
Causa eficiente: é a causa primeira, que deu origem ao ser ou objeto, ou seja,
aquilo que foi responsável pela criação. A causa eficiente da casa do joão são
as pessoas que a construiram.

Cosmologia Aristotélica, slides 12, 13, 14 e 15

A ciência Aristotélica era perfeitamente integrada ao seu sistema filosófico.


Assim, por exemplo, como para Aristóteles a idéia de vácuo, isto é, da
existência do nada, era contraditória em si, para ele o Universo era
completamente preenchido por matéria.

Por outro lado, uma vez que a sua filosofia também rejeitava como absurda a
existência de uma extensão material infinita, a sua cosmologia caracterizava-
se por um Universo finito. Nesse Universo finito era possível identificar um
centro estático, onde Aristóteles posicionou a Terra. 

A concepção aristotélica do Cosmos era profundamente impregnada da


noção de ordem. O seu Universo formava um todo, onde cada constituinte
possuía seu lugar próprio, estabelecido conforme a sua natureza: o elemento
terra, mais pesado, posicionava-se no centro desse Universo, enquanto os
elementos mais leves, água, ar e fogo, iam formando "camadas" concêntricas
em torno. Assim, segundo a física aristotélica, os corpos, deixados por si, ou
seja, na ausência de forças aplicadas sobre eles, realizariam
espontaneamente movimentos procurando retornar às posições que lhes são
apropriadas: os elementos mais pesados, a terra e a água, movem-se em
direção ao centro do Universo, enquanto os mais leves, o ar e o fogo, movem-
se para cima.

À Terra, domínio da matéria sujeita a toda espécie de mudanças e


transformações, opunham-se os corpos celestes, imutáveis, esferas perfeitas,
formadas, não como a matéria terrestre, dos quatro elementos mencionados,
terra, água, fogo e ar, mas de um outro elemento, incorruptível, denominado
éter ou quintessência. A esses corpos imutáveis eram concedidos apenas
movimentos circulares naturais em torno da Terra. 

Aristóteles mantinha a crença de que os corpos celestes estavam presos a


esferas cristalinas centradas na Terra, que, ao girarem, arrastavam-nos,
fazendo com que descrevessem movimentos circulares.

No século II d.C. Cláudio Ptolomeu construiu um modelo astronómico


geocêntrico, compatível com os dados experimentais disponíveis então, em
que adotava uma série de hipóteses a respeito do movimento dos planetas,
admitindo para cada planeta a composição de um movimento de revolução
em torno de um certo ponto, que, por sua vez, descrevia uma trajetória
circular em torno de um outro centro.

“E se existe algo de eternamente movido, nem mesmo isso pode ser movido
segundo a potência, senão de um ponto ao outro (como justamente movem-
se os céus). E nada impede que exista uma matéria própria deste tipo de
movimento. Por isso, o Sol, os astros e todo o céu estão sempre em ato; e
não se deve temer que esses, num certo momento, parem, como temem os
físicos”

Lógica Aristotélica, slide 16

Para Aristóteles, a lógica é a disciplina que investiga o modo como


raciocinamos corretamente . O objetivo da lógica é a elaboração de um
sistema coerente que nos permite investigar e classificar as formas válidas de
raciocínio.

Divide-se em lógica do conceito, ou seja, dos termos ou categorias que


usamos; lógica proposicional, ou seja, do modo como formamos nossos
juízos relacionando os conceitos e expressando-os em proposições; e uma
lógica do raciocínio, ou do silogismo, que examina como relacionamos
inferencialmente as proposições para delas extrair conclusões.

Na lógica aristotélica, a matéria de um juízo é o seu conteúdo, ou seja, os


conceitos designados pelo sujeito e pelo predicado, enquanto a forma é o tipo
de relação estabelecida. Ex.: os juízos "Este homem é branco" e "Este
homem não é branco" são iguais do ponto de vista material, diferindo pela
forma, sendo o primeiro particular afirmativo e o segundo particular negativo.

O caráter formal da lógica aristotélica pode ser representado pelo uso de


variáveis. Assim, da proposição "todo A é B" podemos deduzir corretamente
que "algum B é A", mas não que "todo B é A", quaisquer que sejam os AA e
BB a que nos referimos.

Silogismo, slide 17

É o método de dedução de uma conclusão a partir de duas premissas, por


implicação lógica. Para Aristóteles, considerado o primeiro formulador da
teoria do silogismo, "o silogismo é um argumento em que, estabelecidas
certas coisas, resultam necessariamente delas, por serem o que são, outra
coisa distinta do anteriormente estabelecido"
Ex.: "Todos os homens são mortais, todos os gregos são homens, logo, todos
os gregos são mortais". A conclusão se obtém assim por um processo de
combinação dos elementos contidos nas premissas através do termo médio
(no exemplo, "homens"), que permite relacionar os outros termos (no
exemplo, "gregos" e "mortais") aí contidos, formando uma nova proposição.

Segundo as regras do silogismo válido, não é possível que as premissas


sejam verdadeiras e a conclusão seja falsa.

Oposição aos sofistas, slide 18

Na Grécia clássica, os sofistas foram os mestres da retórica e oratória,


professores itinerantes que ensinavam a sua arte aos cidadãos interessados
em dominar a técnica do discurso, instrumento político fundamental para os
debates e discussões públicas, já que na polis grega as decisões políticas
eram tomadas nas assembleias.
Sócrates, Platão e Aristóteles, combateram esses filósofos, que condenavam
o relativismo dos sofistas e a sua defesa da ideia de que a verdade é
resultado da persuasão e do consenso entre os homens.

A metafísica constitui-se assim, em grande parte a oposição à sofística.


Devido a isso e ao triunfo da metafísica na tradição filosófica, ficou-nos uma
imagem negativa dos sofistas como "produtores do falso" manipuladores de
opiniões, criadores de ilusões.
Para ele, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema,
mesmo que os argumentos não fossem válidos, ou seja, não estavam
interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da arte de
vencer discussões.

Crítica a Platão, slide 19

A crítica a Platão é fundamentalmente quanto à separação dos mundos


ideal e sensível. Para ele, o universo é regido por leis, num todo
ordenado, e que podemos conhecê-las por meio da  filosofia. A partir
dela devemos conhecer profundamente o ser e a sabedoria, a
metafísica. A  essência das coisas é chamada de substância. Para ele,
essência e aparência são partes do mesmo  todo, principalmente
inseparável. Para ele, Platão complica as coisas e não explica o
movimento da  natureza. Aristóteles acha que o ser humano não pode
ser sensível e ideal, mas que o ser é uno e  uma condição é inseparável
da outra. Filosofar e o conhecimento só poderiam começar a partir do
momento que  se assume que não se sabe nada.
No fundo, Aristóteles critica Platão não só por teorizar uma região de
essências à parte - o mundo Inteligível - mas também por não hierarquizar a
essência, teoria do conhecimento se caracteriza por uma preocupação com a
busca de princípios gerais que permitam formular crenças verdadeiras sobre
a realidade. Essa ideia está presente na obra de Platão e é o que caracteriza
também o pensamento de Aristóteles. É com Aristóteles que a filosofia ganha
uma consciência mais definida acerca do método a ser adotado quando o
assunto é o conhecimento.

Aristóteles contestou Platão porque via problemas em alguns pontos da


explicação platônica do conhecimento. Platão tinha chegado a uma tese
importante: para haver conhecimento da realidade, é preciso encontrar um
caminho que dê acesso a ideias que sejam imutáveis, que não sofram
transformações decorrentes da interpretação. Aristóteles concorda com isso,
mas dirige uma crítica a Platão: para garantir a certeza e validade do
conhecimento não é necessário postular uma teoria que duplique o real, isto
é, que crie duas dimensões na realidade: o sensível e o inteligível, como fez
Platão.

Ele concorda, por exemplo, que a observação e comparação de diferentes


tipos de cavalo levam a um grupo de aspetos que definem o “conceito de
cavalo”. Isso só pode ser feito pelo pensamento. Mas Aristóteles não
concorda quando Platão imagina que existe algo abstrato e formal como “a
cavalidade”, independentemente da existência de cavalos particulares

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