LIVRO DO
NONO ANO PROFESSOR
1
Volume
O
C IV
O S
C LU
Grupos: 1, 2 e 3
O C
N X
SI E
O
EN S
HISTÓRIA
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
w w w.coc .co m. br
O
C IV
O S
C LU
O C
N X
SI E
O
ESCOLA:
EN S
DADOS
NOME:
E U
D E
TURMA: NÚMERO:
A LD
EM IA
1
Volume
O
C IV
O S
C LU
O C
N X
SI E
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EN S
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A LD
Grupos 1, 2 e 3
EM IA
ST ER
HISTÓRIA
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Gerência de design Cleber Figueira Carvalho
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Coordenação editorial Felipe A. Ribeiro
Coordenação de design Diogo Mecabô
O S
Autoria Tatiana Adas Gallo
Editoria responsável Paula Garbellini de Barros Rodrigues
C LU
Editoria pedagógica Anita Adas
Editoria de conteúdo Breno Carlos da Silva, Rafael dos Santos Ferreira
O C
Controle de produção editorial Lidiane Alves Ribeiro de Almeida
Assistência de editoria Jurema Aprile
N X
Preparação e revisão gramatical Aline Salles, Fabiana Cosenza Oliveira,
SI E
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Organização de originais
Sônia Santos, Milena Contador Lotto
Marisa Aparecida dos Santos e Silva, Luzia Lopez
Editoria de arte Natália Gaio Lopes
Coordenação de pesquisa e licenciamento Maiti Salla
EN S
VARIAÇÕES
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A LD
George F. Simmons
ABERTURA DE CAPÍTULO
Traz elementos que
dialogam com o texto
O
introdutório, buscando
contextualização e
C IV
estimulando a reflexão
sobre o assunto em estudo.
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MÓDULOS
Reunido em capítulos,
sistematiza a teoria que
O
será trabalhada no grupo.
Os exercícios referentes aos
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OBJETIVOS DO GRUPO
Relação dos objetivos de
aprendizagem a serem
desenvolvidos no grupo.
EM IA
ST ER
SI AT
M
EXERCÍCIOS
Agrupados para facilitar o
estudo e a revisão de conteúdos,
são divididos em exercícios
de aplicação, trabalhados em
sala, e exercícios propostos,
realizados em casa ou em
outros momentos.
O
C IV
O S
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ORGANIZADOR VISUAL
Propõe uma revisão dos
N X
conceitos e estabelece conexões
SI E entre eles, proporcionando
uma articulação entre os
conteúdos do capítulo.
O
EN S
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D E
A LD
ENCARTES E ADESIVOS
Apresentam recursos
complementares
EM IA
que enriquecem o
desenvolvimento
ST ER
dos módulos.
SI AT
M
PRODUÇÃO DE TEXTO
As folhas de redação são
destacáveis, facilitando
o uso pelo aluno e a
correção pelo professor.
O
trabalhado, permite
Vou andando parado, o contato com As miniaturas são um
C IV
diversos autores. recurso discursivo que
Vou vivendo morrendo,
facilitam a contextualização
O S
Vou sendo eu através de uma dos quadros com o texto
C LU
[quantidade de gente sem ser. principal, indicando nele
em que ponto a informação
Vou sendo tudo menos eu. adicional está relacionada.
O C
Acabei.
N X
Álvaro de Campos
SI E VOCABULÁRIO
Mais-valia: excedente
O
obtido pela diferença en- VOCABULÁRIO
tre o custo de produção Explica, de maneira
EN S
de um produto e o valor
mais acessível e dentro
de sua venda. O custo de
E U
ao operário produtor.
NOTA
Traz informações
EM IA
históricas ou sobre
estudiosos que se
ST ER
destacaram no contexto
Anaxágoras (500-430 a.C.)
do conteúdo em estudo.
A palavra “física” tem origem
no termo grego, physis, cujo EXPLORE MAIS
SI AT
significado é natureza. Um
Ser ou não-ser
dos primeiros físicos foi pro-
vavelmente Anaxágoras, que Para entender melhor
a filosofia de Heráclito,
M
O
preço de produtos da nossa
estimulando a reflexão de não o ser no planeta Ter- alimentação ou a variação
ao despertar a ra. O próprio Sol é constituí-
C IV
de preços de moedas estran-
curiosidade e o interesse. do por plasma, que, assim geiras. Sempre que um valor
como os outros estados físi- NA PRÁTICA aumenta, ou diminui, temos
O S
cos, ocorre pelo aumento de de tomar como referência o
Não confunda
pressão e temperatura. Se peso com massa! valor anterior. Por exemplo,
C LU
adicionarmos alta pressão e se um produto custa 2 reais,
alta temperatura a um gás, É comum confundirmos es-
sas duas grandezas físicas, e seu valor aumenta 1 real,
atingiremos o plasma. um economista dirá que o au-
principalmente quando
O C
SAKKMESTERKE/ISTOCK
N X
“peso” como sinônimo de metade do preço. Em contra-
“massa”. Essas duas gran- partida, se um produto custa
SI E dezas têm conceitos e defi-
nições distintos.
100 reais e tem o mesmo au-
mento de 1 real, o economis-
ta dirá que o aumento foi de
O
Peso é a quantidade de força
Representação do plasma, o 1%, pois 1 real corresponde
quarto estado da matéria. com que a gravidade terrestre
a 1% de 100 reais.
EN S
peso de um astronauta na
Lua é aproximadamente seis
NA PRÁTICA vezes menor do que o peso
D E
SELOS
SI AT
Redação pág. 399 Encarte pág. 399 Redação pág.399 Encarte pág.399 Adesivo
O
LÍNGUA
C IV
PORTUGUESA
Textos jornalísticos, MATEMÁTICA
O S
cobertura e checagem de Razão e proporção
fatos, verbos de ligação,
C LU
predicativo e produção
de texto
FI AR GE
EDUCAÇÃO CS AR
FÍSICA
O C
FÍSICA
Estudo do movimento
N X
Muay thai
SI E
HI
O
MA BI MA QM
EN S
E U
Variações
LP CN HI LP CS BI
EM IA
ST ER
CIÊNCIAS BIOLOGIA
SOCIAIS
SI AT
Astronomia e
Filosofia grega: vida na Terra
Parmênides e Heráclito
M
AR BI LP GE HI
GEOGRAFIA HISTÓRIA
Economia mundial pós- História do Brasil:
guerra, globalização e Monarquia e Primeira
capital financeiro República
CN LP MA LP AR
PÁG.
E U
186 CAPÍTULO 1
D E
RIA
A LD
196 CAPÍTULO 2
Primeira República
EM IA
ST ER
SI AT
M
1 BRASIL: DA MONARQUIA
À REPÚBLICA
O
C IV
OBJETIVOS DO GRUPO
O S
• Descrever e
HISTÓRIA
contextualizar os
C LU
principais aspectos
sociais, culturais,
econômicos e políticos
186
O C
da emergência da
República no Brasil.
N X
• Caracterizar e
compreender os ciclos
SI E
da história republicana,
identificando
O
particularidades da
história local e regional
até 1954.
EN S
• Identificar os
E U
mecanismos de inserção
dos negros na sociedade
brasileira pós-abolição e
D E
HISTÓRIA
C LU
187
O C
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O
EN S
Pedro Bruno. A Pátria (1919). Óleo sobre tela, 278 x 190 cm.
E U
Módulos 1 e 2
D E
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
A LD
D
esde 1889 até os dias atuais, o Brasil é uma República Federativa.
Mas como foi que o país deixou de ser uma monarquia para se
EM IA
O
soldados e oficiais no conflito. o que os deixava bastante inconformados. Por esse motivo, ocorreram con-
Essa convivência resultou em
uma nova relação entre esses
flitos entre os militares e a monarquia, conhecidos como Questão Militar.
C IV
grupos e, com o fim da guerra, Além da indisposição com os militares, o Império sofreu sério abalo após
membros do exército nega-
ter empreendido a prisão de bispos que desobedeceram às ordens impe-
CAPÍTULO 1
O S
ram-se a retomar as atividades
de perseguição a escravizados. riais em relação à maçonaria, o que gerou também a Questão Religiosa.
C LU
Paralelamente, o país passara por grandes transformações econômicas e
sociais a partir da segunda metade do século XIX, especificamente com o
188
VOCABULÁRIO fim do tráfico negreiro, em 1850. Com a Lei Eusébio de Queirós, os capi-
O C
tais antes destinados à compra de escravos passaram a ser aplicados em
N X
Conjuntura: conjunto ou
combinação de aconteci- atividades comerciais e industriais nas quais se destacou o barão de Mauá.
SI E
mentos em um determi-
nado momento.
O
Acompanhando as transformações internas e pressionados pela con-
juntura europeia, imigrantes passaram a entrar no país, modificando as
Ao tratar de cada um dos fatores apre- relações de trabalho por meio da introdução do salário e da consequente
sentados, retomar os conteúdos estu-
expansão do mercado consumidor.
EN S
O
dos de honra eram os oficiais do navio Almirante Cochrane, da Marinha chi-
lena. Os militares brasileiros, no entanto, não foram convidados para o baile.
C IV
Assim, enquanto a festa acontecia, Benjamin Constant presidia uma reu-
nião no Clube Militar, onde criticava a monarquia, com sua oratória inflamada:
O S
HISTÓRIA
C LU
Mais do que nunca é preciso que me sejam dados
plenos poderes para tirar a classe militar de um es-
189
O C
tado de coisas incompatível com a honra e a digni-
dade. Comprometo-me, sob palavra, se não encon-
N X
trar dentro de oito dias uma solução honrosa para o
SI E Exército e a Pátria, resignar aos empregos públicos
e quebrar minha espada.
O
B. Constant, Clube Militar – 9 nov. 1889. Apud: BUENO, Eduardo.
Brasil: uma história: cinco séculos de um país em construção.
São Paulo: Leya, 2010. p. 242.
EN S
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O Baile da Ilha Fiscal entrou para a história do Brasil como “o último sus-
D E
piro da monarquia” .
A LD
FIGUEIREDO, Aurélio de. Último baile do Império. 1905. Óleo sobre tela, 303 x 708 cm. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro.
O
a liderar o movimento republicano.
C IV
Deodoro, então, foi o responsável por depor o gabinete do
visconde de Ouro Preto, embora não tenha sido ele próprio
CAPÍTULO 1
O S
o proclamador da República. Quem proclamou foi José do
C LU
Patrocínio, que foi até a Câmara de Vereadores do Rio de
Janeiro, onde, enfim, a República foi proclamada.
190
O C
tar assistindo, bestializado, a esse acontecimento, como
N X
se fosse uma parada militar. O historiador José Murilo de
SI E
O Carvalho, no entanto, entende que o povo não assistiu bes-
tializado, mas, sim, percebeu que as estruturas da socieda-
de da época não seriam significativamente alteradas com a
mudança política empreendida pelos militares.
EN S
PINACOTECA MUNICIPAL, SP
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
CALIXTO, Benedito. Proclamação da República. 1893. Óleo sobre tela, 124 cm x 200 cm. Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo.
O
(1985-dias atuais)
C IV
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HISTÓRIA
C LU
191
O C
República Militar
(1964-1985)
N X
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O
República Populista
(1945-1964)
EN S
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Estado Novo
(1937-1945)
D E
Governo Constitucional
(1934-1937) Era Vargas
A LD
(1930-1945)
Governo Provisório
(1930-1934)
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ST ER
SI AT
M
República Oligárquica
(1894-1930)
República da Espada
(1889-1894)
Primeira República
(1889-1930)
Governo Provisório
(1889-1891)
Exercícios de aplicação
1. Explique os fatores que levaram o Império ao desgaste e à consequente Proclamação da República.
Espera-se que os alunos mencionem a Questão Militar e a Questão Religiosa, a abolição dos escravizados, assim como a
O
C IV
CAPÍTULO 1
O S
C LU
192
O C
N X
SI E
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A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
HISTÓRIA
C LU
2. A crise e a posterior queda da monarquia no Brasil foram resultantes de uma série de fatores, como 2. Auxiliar os alunos a re-
a Questão Militar, a crise econômica decorrente da Guerra do Paraguai e a abolição da escravatura. cordarem que as estruturas
Juntamente com eles, podemos afirmar, ainda, que a queda da monarquia apresentou como um de políticas se mantiveram
193
O C
seus fatores principais inalteradas, ressaltando
sérias desigualdades inter-
a. a crise econômico-financeira provocada pelo Encilhamento. nas, como no caso da insa-
N X
b. as transformações econômicas e sociais ocorridas no contexto de imobilidade das estruturas tisfação dos cafeicultores
do Oeste Paulista, que não
SI E
políticas.
c. o advento da filosofia positivista, que defendia o desenvolvimento da policultura no lugar da
tinham representantes nas
decisões políticas do Im-
monocultura. pério, ou dos membros do
O
Exército, que desejavam
d. a Revolta da Armada, imbuída de valores republicanos. sua valorização e mudanças
EN S
dentro do governo.
e. o desgaste da política coronelista em razão da descentralização política do regime monárquico.
E U
Exercícios propostos
D E
O fim do regime monárquico no Brasil não se resume ao ato do marechal Deodoro da Fonseca, pois
também deve-se levar em consideração
a crise da economia escravista vale-paraibana e a ascensão de outras regiões mais dinâmicas,
EM IA
C
como o Oeste Paulista.
I
cações dos radicais.
os conflitos entre Igreja e Estado, o qual perdera apoio de grande parte do clero, importante
M
C
base ideológica da monarquia.
4. Assinale a alternativa que completa a frase corretamente. 4. O Baile da Ilha Fiscal en-
trou para a história do Brasil
O Baile da Ilha Fiscal simbolizou como “o último suspiro da
a. o apogeu da monarquia brasileira, em meados do século XIX, graças ao sucesso da lavoura cafeeira. monarquia”, pois, enquanto
ele ocorria, sem ter sido feito
b. o controle do tráfico marítimo e das importações no porto do Rio de Janeiro. o convite aos militares, uma
c. o colapso da monarquia brasileira, já profundamente abalada desde o fim da Guerra do Paraguai. reunião acontecia no Clube
Militar, onde estes se reuni-
d. o fim da dinastia de Bragança, substituída por uma família francesa devido a laços de casamento. ram com Benjamin Constant.
e. o fim das campanhas republicanas, que desistiram de instaurar uma nova ordem no país.
O
2. Assinale verdadeiro V ou falso F nas afirmativas a seguir.
C IV
V A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, representou um duro golpe contra a monarquia.
CAPÍTULO 1
O S
F O Manifesto Republicano lançado pelo Partido Republicano não colaborou de forma alguma
para a Proclamação da República.
C LU
F Visconde de Ouro Preto foi o responsável pelo movimento republicano, concedendo a Deodo-
194
O C
N X
3. Assinale a alternativa que completa a frase.
SI E
Enquanto o Baile da Ilha Fiscal ocorria, estava reunido com militares,
para quem discursou no Clube Militar.
O
a. Deodoro da Fonseca
EN S
b. Conde D’Eu
E U
c. Benjamin Constant
d. Floriano Peixoto
D E
e. D. Pedro II
A LD
4. A Proclamação da República, efetivamente, não foi feita pelo Marechal Deodoro, mas, sim, por
EM IA
O S
HISTÓRIA
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
C LU
195
O C
N X
SI E
O
Guerra do Questão Fim do tráfico Campanha Movimento
EN S
Questão Militar
EM IA
ST ER
SI AT
Baile da
Ilha Fiscal
M
2 PRIMEIRA REPÚBLICA
O
Módulo 3
C IV
OBJETIVOS DO GRUPO REPÚBLICA DA ESPADA
O S
• Descrever e
HISTÓRIA
contextualizar os
Em 15 de novembro de 1889, o jornal Gazeta da Tarde recepcionou o
C LU
principais aspectos novo regime, enaltecendo a atuação militar e a tranquilidade em que
sociais, culturais, ocorreu a passagem da monarquia para a república:
econômicos e políticos
196
O C
da emergência da
República no Brasil.
N X
• Caracterizar e
compreender os ciclos
SI E
da história republicana,
identificando
O
particularidades da
história local e regional
até 1954.
EN S
• Identificar os
E U
mecanismos de inserção
dos negros na sociedade
brasileira pós-abolição e
D E
• Identificar os processos
de urbanização e
modernização da
sociedade brasileira e
EM IA
• Identificar e discutir o
papel do trabalhismo
como força política,
social e cultural no
SI AT
Brasil, em diferentes
escalas (nacional,
regional, cidade,
M
comunidade).
• Identificar e explicar,
em meio a lógicas de
inclusão e exclusão,
as pautas dos povos
indígenas, no contexto
republicano (até 1964),
e das populações
afrodescendentes.
O
época, abrangendo, entre eles,
NAL
fatos históricos importantes.
C IV
CA NACIO
Por meio do trabalho de aná-
lise de jornais, é possível es-
BIBLIOTE
O S
tudar a visão sobre sujeitos
HISTÓRIA
históricos e grupos da socie-
C LU
dade, assim como analisar a
forma de redigir do jornalis-
ta, compreendendo, então,
197
algumas das relações sociais
O C
que se estabeleciam na data
em que o jornal foi publicado.
N X
É necessário, portanto, que o
SI E
O historiador tenha um olhar
atento para vários fatores,
entre eles, quem escreve e a
que grupo pertence e quem
são os leitores do jornal.
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
O
bora não tivesse sido protagonista em cidadania política, porém as desigualdades foram perpetuadas na aliança
eventos como a Proclamação da Repú-
entre militares e cafeicultores.
C IV
blica, o povo sempre esteve presente
de alguma forma, como nas revoltas
populares no Império, por exemplo, a
CAPÍTULO 2
Símbolos da República
O S
Cabanagem e a Balaiada, ou já na Re-
pública, como a Revolta da Vacina. O Com a Proclamação da República, novos símbolos nacionais foram cria-
C LU
historiador afirma: dos, como uma nova bandeira e um novo Hino Nacional. Além disso, nomes
“A avaliação do povo como incapaz de também foram alterados, conforme Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling
discernimento político, como apático,
nos contam:
198
O C
vel, que vimos nos debates sobre a
eleição direta, revela visão míope, má-
N X
-fé, ou incapacidade de percepção. É O largo do Paço passou a se chamar 15 de novembro; a Estrada de
evidente que não se podia esperar da
Ferro Pedro II, Central do Brasil; o Colégio Pedro II, Colégio Nacio-
SI E
população acostumar-se da noite para
o dia ao uso dos mecanismos formais de
participação exigidos pela parafernália
O
nal; o vistoso conjunto de residências denominado Vila Ouro Preto
foi batizado de Vila Rui Barbosa. Os motivos impressos no papel-
dos sistemas de representação. Mesmo
assim, vimos que o eleitor do Império e -moeda circulante também foram alterados, e rapidamente: saíram
da Primeira República, dentro de suas
D. Pedro II e a monarquia, entraram as imagens da nova República
EN S
clamação da Independência e da Repú- Junto a tudo isso, a retomada da figura de Tiradentes como herói nacional
blica, ele achava com frequência outras
maneiras de se manifestar”. (CARVALHO,
e a referência à República por meio de figuras femininas formavam a nova
José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo política de construção da identidade nacional, agora republicana.
caminho. 23. ed. Rio de Janeiro: Civiliza-
EM IA
ST ER
Encilhamento
VOCABULÁRIO
Durante o Governo Provisório, o ministro da Fazenda, Rui Barbosa, ado-
tou uma política econômica com o objetivo de promover o desenvolvimen- Crédito: quantia concedi-
da a alguém para ser paga
to industrial e comercial do Brasil.
posteriormente, geral-
Entre as medidas dessa política, Rui Barbosa autorizou a emissão de di- mente, com juros.
nheiro para facilitar o crédito a investidores industriais e comerciais. A Especulação financei-
ra: operação financeira
inciativa também tinha raízes na abolição da escravidão, pois, agora com o que tem o objetivo de
trabalho assalariado, havia necessidade de colocar dinheiro para circular, obtenção de lucro, apro-
O
a fim de pagar os trabalhadores e estimular o desenvolvimento social e veitando-se da oscilação
dos preços.
C IV
econômico do Brasil. Bolsa de Valores: insti-
Embora bem-intencionada, essa política econômica não recebeu apoio tuição onde se negociam
O S
ações (documento que
HISTÓRIA
da elite nacional, pois esse grupo da sociedade estava acostumado a enca- indica a propriedade de
C LU
rar o trabalho como atividade reservada a escravizados e libertos. certa fração de determi-
nada empresa) e títulos
Empréstimos foram tomados dos bancos, mas, em vez de aplicá-los na (documento que certifica
199
produção industrial e comercial efetivamente, muitos investidores cria- a propriedade de um bem
O C
vam empresas-fantasmas e faziam a especulação financeira na Bolsa de ou valor).
N X
Inflação: aumento dos
Valores do Rio de Janeiro. O resultado disso foi a aceleração da inflação e preços de forma a causar a
a falência de empresas.
SI E desvalorização da moeda.
Politicamente, tal situação foi aproveitada pela oposição, representada
O
principalmente por cafeicultores e casas importadoras, o que enfraqueceu
o governo do marechal Deodoro da Fonseca. NOTA
EN S
Constituição de 1891
E U
Encilhamento?
de 1891 foi a segunda Constituição do Brasil e a primeira da República.
O ambiente nervoso de ne-
A LD
COLEÇÃO PARTICULAR
tos políticos e econômicos durante os
governos de Deodoro da Fonseca e Flo-
riano Peixoto. Ao trabalhar a imagem
de Pereira Neto da primeira eleição
para o Executivo, explicar que as mu-
lheres da imagem não eram votantes,
mas, sim, foram inseridas no desenho
para simbolizar os estados, constituin-
do a figura feminina substituta para a
figura do indígena na construção da
identidade nacional. Nesse tocante,
lembrá-los de que a República, já na
O
Revolução Francesa, era representada
por uma figura feminina.
C IV
De acordo com José Murilo de Carva-
lho, “Os republicanos brasileiros de
orientação francesa tinham, portanto,
CAPÍTULO 2
O S
grande riqueza de imagens e símbo- 1891. Na imagem, lê-se: “O CONGRESSO E A CONSTITUIÇÃO. O Brasil gloria-se
los em que se inspirar. Interessava- de haver discutido e promulgado uma Constituição adiantada, com o con-
C LU
-me, no momento, apenas o uso que curso dos seus filhos mais diletos, terminando essa grande obra pela eleição
de dois dos principais fatores do dia 15 de novembro, para as principais
fizeram da alegoria feminina. Estavam, magistraturas da pátria livre. HONRA À AMÉRICA! VIVA A REPÚBLICA!”.
é certo, em pequena desvantagem se
200
O C
na França a monarquia era masculina,
aqui a herdeira do trono, eventual re- Após a crise do Encilhamento, a popularidade de Deodoro decaiu, pois os
N X
gente, era mulher. Mas a desvantagem
foi diminuída por meio da tentativa de
militares acusavam-no de ser monarquista demais, e os fazendeiros de
SI E
anular a figura de Isabel, mostrando- café acusavam-no de não proteger a agricultura, que sustentava a nação.
Hostilizado pelo Congresso Nacional, Deodoro decretou seu fechamento.
NOTA
O
O clima de tensão foi aumentando com a decretação de uma greve pelos
ferroviários da Central do Brasil, que instigaram outros setores a aderir ao
EN S
BIBLIOTECA NACIONAL
Revista Illustrada, de 8 de
A primeira crise política que ele enfrentou partiu do próprio meio militar,
dezembro de 1889. Na imagem, quando 13 generais assinaram um Manifesto à Nação, exigindo o cumpri-
Pereira Neto retrata a República
mento da lei e a convocação imediata de novas eleições presidenciais, pois a
SI AT
da Argentina e a República
dos Estados Unidos do Brasil,
firmando um pacto de amizade. Constituição determinava que deveria haver novas eleições se o governante
A República e o feminino deixasse o cargo por morte ou renúncia antes de completar a metade (dois
M
Com inspiração na Revolução anos) do mandato. Como Deodoro renunciara após nove meses de mandato,
Francesa, no Brasil, a Repúbli- os generais exigiam o cumprimento do dispositivo constitucional.
ca também foi representada
como figura feminina. Os de- Entretanto, Floriano contra-argumentou que esse preceito não valia para
senhos de Pereira Neto são seu mandato, pois ele não fora eleito por voto popular, e sim por via indi-
exemplos disso.
reta. Os oficiais que assinaram o manifesto foram aposentados e Floriano
-a como simples joguete nas mãos do encarregou alguns juristas de dar sua interpretação à Constituição, legali-
conde D’Eu. Ao mesmo tempo, uma
campanha sistemática foi montada zando, assim, seu mandato.
para desmoralizar o conde. […] O fato
de o conde ser francês só facilitava a
Enquanto isso, ele tomava suas primeiras medidas como presidente: de-
tarefa de identificá-lo com o Antigo Re- mitiu os governadores que declararam apoio a Deodoro, controlou a espe-
gime. Silva Jardim não hesitou mesmo
em propor para ele o mesmo destino culação financeira e tabelou os preços dos alimentos.
que a Revolução reservara para Luís XVI. Abria-se, assim, o caminho para a apropriação republicana da imagem feminina”. (CARVALHO, José Murilo. A formação das
almas: o imaginário da república no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 83-84).
Revolução Federalista
No Rio Grande do Sul, uma crise política arrastava-se desde 1892, envol-
O
vendo o Partido Republicano Gaúcho – cujos membros, chamados de “pi-
ca-paus”, eram aliados a Floriano Peixoto – e o Partido Federalista – seus
C IV
membros eram apelidados de “maragatos” e opunham-se ao presidente.
Os federalistas exigiam o afastamento do governador republicano, Júlio
O S
HISTÓRIA
de Castilhos, e a instalação da república parlamentarista, com o objetivo de
C LU
diminuir os poderes presidenciais.
A revolta ultrapassou as fronteiras gaúchas, expandindo-se por Santa
201
O C
Catarina e Paraná e causou muitas mortes. Ao final, Júlio de Castilho e os
pica-paus saíram vencedores.
N X
Revolta da Armada
SI E
Influenciada pela Revolução Federalista, a Marinha, sob a liderança de al-
O
guns oficiais, passou a contestar a legitimidade do mandato presidencial
de Floriano.
EN S
BIBLIOTECA NACIONAL
ST ER
SI AT
M
O
Museu da República Oligárquica ou República do café com leite, que vigorou no país até 1930
Conheça o Museu da e será estudada nestes módulos.
C IV
República, instalado
no antigo Palácio Nova
Poder das oligarquias
CAPÍTULO 2
O S
Friburgo, atual Palácio do
Catete, que foi sede do O governo de Prudente de Morais (1894-1898) caracterizou-se pelo esforço
C LU
governo federal entre os
anos de 1896 e 1960. Faça em fazer o país retornar à normalidade, concluindo a pacificação da Re-
uma visita virtual, pelo site volução Federalista e controlando a oposição, representada especialmente
202
disponível em:
pelos florianistas, os quais defendiam uma República que atendesse aos
O C
<coc.pear.sn/9En4x9A>.
Acesso em: 11 mar. 2019. anseios populares e promovesse a modernização do país por meio do de-
N X
senvolvimento industrial.
SI E
O
Foi com seu sucessor, Campos Sales (1898-1902), que, em 1898, teve início a
chamada política dos governadores, por meio da qual os governantes das
áreas federal, estadual e municipal firmavam acordos de apoio para a sua ma-
nutenção no poder. Tratava-se de uma troca de favores que envolvia as oligar-
EN S
o fato de a Constituição de 1891 limi- político, assim como tinham sua autonomia garantida. Em troca, o governo
tar esse direito a uma parcela restrita
da população, visto que a maioria do
estadual apoiava o presidente da República e garantia a sua eleição por
povo brasileiro não era alfabetizada meio de alianças municipais firmadas.
e que alguns grupos da sociedade,
EM IA
como mulheres e soldados, não po- Portanto, os presidentes dos estados concediam privilégios às elites lo-
diam votar.
cais, formadas pelos coronéis, enquanto estes garantiam e controlavam o
ST ER
Coronelismo
O
A figura dos coronéis teve origem na cria-
C IV
ção da Guarda Nacional durante o Império,
que era formada por civis, cujos poderes lo-
O S
HISTÓRIA
cais eram delegados aos principais proprie-
C LU
tários de terras de determinada região. Autoridades no Palácio da Guanabara, em fotografia tirada por Augusto Malta, em 20
de agosto de 1913, período no qual a política dos governadores era utilizada pelos
Por meio de coerção, os coronéis obriga- membros dos governos locais, estaduais e federais.
203
vam aqueles que deles dependiam, geral-
O C
mente trabalhadores do campo, a votar nos candidatos que atendessem
N X
aos seus interesses, voltados para o atendimento da política dos gover- VOCABULÁRIO
nadores. SI E
É importante lembrar que o voto era aberto, o que facilitava o contro-
O
Coerção: ato ou efeito de
reprimir; força exercida por
le sobre esses eleitores. Foi nesse contexto que o voto de cabresto, como alguém sobre outra pessoa
de forma repressiva.
ficou conhecido, tornou-se uma prática comum e foi fundamental para a
EN S
Funding loan
M
O
se passaram desde a chega- Contando com a maior reserva de seringueiras do mundo na Floresta
da dos portugueses e o con-
C IV
Amazônica, a Região Norte conheceu, repentinamente, a riqueza com a ex-
sequente início da prática da
agricultura voltada para a ex- ploração do látex, embora a vida dos seringueiros tenha continuado per-
CAPÍTULO 2
O S
portação. Além disso, o Bra- meada pela pobreza.
sil passou por momentos em
As capitais Manaus e Belém foram modernizadas e embelezadas. Em Ma-
C LU
que produtores lucraram com
a agricultura e a exploração naus, construiu-se o Teatro Amazonas, que recebeu as maiores compa-
mineral, assim como conhe-
nhias de teatro e ópera do mundo.
204
O C
decorreram de vários fatores. No início do século XX, a empresa automobilística estadunidense Ford
O estudo da História possi-
N X
bilita-nos a compreensão de
Motor Company comprou um latifúndio na região para implantar a mono-
SI E
cada um desses momentos cultura de seringais. A “Fordlândia”, como ficou conhecida, foi um fracasso. Em
por meio do conhecimento 1890, o Brasil controlava 90% do comércio mundial de borracha e, em 1920, a
de cada contexto histórico e
participação brasileira despencou para menos de 10%. Isso porque uma das
O
suas implicações.
grandes dificuldades para a
EN S
de as seringueiras estarem
E U
disseminadas no meio da
floresta, exigindo grande es-
D E
os ingleses contrabandea-
ram mudas de seringueiras
do Brasil para Sri Lanka e
SI AT
BIBLIOTECA NACIONAL
Em 1906, o café sofreu violenta queda de preço no mercado
internacional e os cafeicultores de São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais reuniram-se na cidade paulista de Taubaté e
assinaram um acordo que ficou conhecido como Convênio
de Taubaté, no qual se estipulava que os estados passa-
riam a comprar o excedente da produção cafeeira, com o
objetivo de manter a oferta equilibrada no mercado e, as-
O
sim, os preços seriam conservados em alta.
C IV
Mais tarde, o presidente Afonso Pena (1906-1909) fez com
que o governo federal assumisse o compromisso da compra
O S
HISTÓRIA
do excedente. Essa política de valorização artificial do café
C LU
foi chamada pelo economista Celso Furtado de socializa-
ção das perdas, pois transferiu para a sociedade os pre-
205
juízos, enquanto os cafeicultores preservavam seus lucros.
O C
A questão do Acre
N X
SI E
Pertencendo à Bolívia desde 1777, o Acre foi invadido pe-
los seringalistas brasileiros e, em pouco tempo, a região
O
tornou-se a principal produtora de borracha. A invasão
Notícia de jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, de
EN S
brasileira deu origem a vários conflitos com o governo bo- 1906, sobre o Convênio de Taubaté. Acervo da Biblioteca
Nacional, Rio de Janeiro.
liviano, até que, em 1903, os seringalistas proclamaram a
E U
libras esterlinas.
no brasileiro.
O
Euclides da Cunha, repórter do jornal O Estado de S. Paulo, descreveu o líder
C IV
messiânico Antônio Conselheiro, cujo nome verdadeiro era Antônio Vicen-
te Mendes Maciel, filho de um comerciante, como uma figura sombria, com
CAPÍTULO 2
O S
cabelos até os ombros, barba longa, olhar fulgurante, tão magro que era
quase cadavérico, sempre apoiado em um bastão usado por peregrinos.
C LU
Nascido em 1830, no Ceará, no município de Quixeramobim, Antônio Con-
206
selheiro tinha o sonho de seguir a vida religiosa, mas a morte do pai obrigou-
O C
-o a lutar pelo sustento da família. Após fracassos profissionais e familiares,
N X
tornou-se caixeiro-viajante, visitando cidades e povoados no Ceará.
SI E
O Católico fervoroso, em suas viagens entrou em contato com o povo, am-
parava-o e dava-lhe conselhos, por isso tornou-se conhecido como o beato
Antônio Conselheiro. Aos poucos, passou a atrair multidões que ouviam
seus discursos e pregações.
EN S
que passou a não ver com bons olhos sua influência sobre as camadas po-
pulares. Seus sermões iam angariando cada vez mais adeptos, que aban-
D E
donavam o trabalho nas fazendas para segui-lo, o que acarretou a ira dos
A LD
proprietários de terras.
NOTA
Antônio Conselheiro não aceitava a instituição do casamento civil exigi-
Relembrando... do pela Constituição republicana de 1891, não sendo adepto da República,
EM IA
ja e o Estado conferia ao clero tando ainda mais a vida dos miseráveis, especialmente os do Sertão nordesti-
amplos poderes.
no, castigado pelas secas. Conselheiro, assim, passou a incentivar a população
a não os pagar, atraindo para si a fúria do go-
SI AT
ZIP LEXING / ALAMY STOCK PHOTO
O
Os moradores de Canudos mandaram avisar o comerciante de que iriam
C IV
buscar pessoalmente a encomenda. O juiz comunicou a Salvador que Jua-
zeiro estava para ser invadida e saqueada por um bando de fanáticos se-
O S
guidores de Antônio Conselheiro. Um destacamento de 100 soldados foi
HISTÓRIA
enviado à região para combater os canudenses.
C LU
Entretanto, a tropa foi atacada no meio do caminho pelos seguidores de
Conselheiro e, derrotada, deixou para trás armas e munições. Uma segun-
207
O C
da expedição foi montada com mais de 500 soldados e 14 oficiais. Contando
com o conhecimento do terreno, os sertanejos atacaram e derrotaram no-
N X
vamente as forças oficiais, em janeiro de 1897.
SI E
Canudos tornou-se, aos olhos das elites locais e oligarquias nacionais,
um “perigo” nacional, uma “ameaça” à República. Para isso, Prudente de
O
Morais enviou 1 300 soldados para o Nordeste, porém foram novamente
derrotados pelos sertanejos.
EN S
MUSEU DA REPÚBLICA, RJ
fracasso no combate gerou grande preocu-
pação com a manutenção da República. As-
D E
ter acompanhado o conflito como repórter, Sétimo batalhão de Infantaria do Rio de Janeiro. Arraial de
Canudos, província da Bahia, 1897. Museu da República, RJ.
escreveu sobre ele, em um clássico da lite-
ratura brasileira.
M
EXPLORE MAIS
Contestado (1912-1916)
Fique por dentro
Durante o Império, iniciou-se a disputa de uma região pelas províncias de Se você quiser saber mais
Santa Catarina e do Paraná. Após a proclamação da República, o Supremo sobre a obra Os sertões e a
Tribunal Federal deu ganho de causa a Santa Catarina, que incorporou o história do Brasil, acesse:
<coc.pear.sn/R6qUgc2>.
território contestado.
Na mesma época, o empresário estadunidense Percival Farquhar, responsá-
vel pela construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, no norte do Brasil,
conseguiu uma concessão do governo federal para construir uma ferrovia que
ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul. Recebeu, então, uma faixa de terra
Trópico de Capr DO SUL SÃO PAULO lado, e, com isso, provocou a expulsão de centenas de famílias
icórnio
São Paulo
Itararé
que ali habitavam desde os tempos imperiais.
PARANÁ
PARAGUAI
Ponta Grossa Algum tempo depois, mais terras foram ocupadas e mais
Curitiba desabrigados surgiram, somando-se aos anteriores, que for-
Palmas
SANTA mavam uma imensa massa de camponeses sem terra. A essa
CATARINA
ARGENTINA
Marcelino multidão desapropriada, mais tarde, foram incorporados os
Ramos Florianópolis
Lages
Passo Fundo Campos desempregados da ferrovia que havia sido concluída.
O
Novos Laguna
Santa Maria
OCEANO Nessas condições sociais, surgiu, em novembro de 1911,
ATLÂNTICO o beato José Maria, que angariou seguidores e formou um
C IV
Uruguaiana
Porto Alegre
RIO GRANDE
DO SUL movimento que alcançou rápida expansão, o que chamou a
CAPÍTULO 2
O S
atenção do governo.
Região disputada entre
Paraná e Santa Catarina
Os rebeldes reivindicavam a posse das terras desapro-
C LU
URUGUAI Região da Guerra de
Contestado
0 185 km Estrada de terra São
Paulo-Porto Alegre
priadas pela ferrovia, acusavam a República por todos os
males causados e tinham caráter messiânico.
208
O C
As denúncias contra o governo republicano foram interpretadas como um
PARA IR ALÉM
N X
movimento monarquista. O governo investiu com grande aparato militar e,
SI E
Cangaceiro: origem no primeiro confronto, José Maria foi morto. Seus seguidores continuaram a
do termo luta acreditando em sua ressurreição.
Os jagunços carregavam
O
Em 1914, o governo resolveu acabar de vez com o conflito, enviando um
não somente armas, mas
também munição, cantil imenso contingente armado com canhões modernos e aviões como instru-
EN S
d’água, mochila com roupas mento bélico sobre as comunidades e os acampamentos rebeldes. Em 1916,
e alimentos, isto é, uma ver-
E U
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO:
CONSEQUÊNCIAS E CONFLITOS
Assim como no campo, as cidades vivenciaram, na Primeira República, mo-
vimentos em reação a medidas do governo republicano. Vamos conhecer
alguns deles.
O
C IV
Apesar de ser a capital do país, o Rio de Janeiro apresentava
COLEÇÃO PARTICULAR
sérios problemas urbano-sociais provocados por péssimas
O S
condições sanitárias: via-se lixo amontoado pelas ruas, en-
HISTÓRIA
quanto ratos e mosquitos se multiplicavam. Algumas doen-
C LU
ças, como febre amarela, varíola e peste bubônica, eram
comuns e vitimavam centenas de pessoas.
209
O C
Em contrapartida, a cafeicultura experimentava o cresci-
N X
mento, o que satisfazia a elite econômica dominante. Para
esse grupo, não interessava que a capital da recente Repú-
SI E
blica estivesse em tais condições, pois não condiziam com o
caráter moderno que já era realidade nas capitais europeias.
O
Cortiço no centro do Rio de Janeiro
Além do perigo das doenças, o Rio de Janeiro possuía um porto que exigia
reformas urgentes, pois sua pouca profundidade impedia o acesso de gran-
A LD
sobretudo, por ex-escravizados que, após a abolição, viram-se excluídos da com a realidade das periferias na atua-
lidade. Promover uma reflexão sobre as
dinâmica da sociedade em razão da imigração e do preconceito e não ti- condições da população negra.
nham condições de morar em melhores condições.
SI AT
Após a abolição da escravidão, a população negra vivenciou uma após a abolição, permaneceu no
M
realidade marcada pela ausência de políticas para a sua inclusão campo, como camponeses ou traba-
na sociedade, assim como pelo preconceito. Além de o próprio lhadores em áreas rurais, ainda que
Estado brasileiro não promover políticas públicas para que essa sem condições de viver com dignida-
população fosse incluída, ele financiou uma política que ficou co- de. Outros, entretanto, dirigiram-se
nhecida como branqueamento da população para “purificação” às cidades com a esperança de con-
da população brasileira, com base nas ideias que defendiam a seguir trabalho e melhores condi-
superioridade de um grupo sobre outro, utilizando-se de critérios ções para sua sobrevivência, sendo
biológicos e sociais. Hoje, tais ideias são vistas como inaceitáveis. recebidos com preconceito. Assim,
A população negra também não recebeu apoio da sociedade de não tinham condições de viver senão
forma geral, visto que o racismo e o preconceito imperavam nas em cortiços ou moradias coletivas
relações sociais, por exemplo, por meio de cargos e trabalhos que sem infraestrutura adequada.
lhes eram oferecidos e até mesmo da quantidade de desempre- Vendedora negra, em Belém do Pará, por volta de 1869. Após a abolição da
gados no período. escravidão, a condição social dos ex-escravizados manteve-se precária.
O
cidade, na região central, e elaborou medi-
das para a reforma sanitária de modo geral.
C IV
Assim, os cortiços e prédios antigos fo-
CAPÍTULO 2
O S
ram derrubados, desalojando parte da po-
pulação do centro, que ficou desabrigada
C LU
e foi “empurrada” para a periferia e para
os morros. Construíram, então, habitações
210
O C
de pavimentação, no Rio de Janeiro, em 1905. Observe que há
vários escombros resultantes das demolições empreendidas. precárias com os materiais que conseguiam
pegar das demolições, surgindo, assim, as
N X
primeiras favelas.
SI E
MARC FERREZ/ COLEÇÃO GILBERTO FERREZ/ ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
Revolta da Vacina
O
Enquanto isso, como parte da política sa-
nitária de Pereira Passos, Oswaldo Cruz
EN S
O
ares, tombando vítimas, vítimas sem conta. Um menino caía morto na calçada
do Tesouro. Toda a rua estava cheia de manchas de sangue.
C IV
Jornal do Commercio. 12, 13 e 14 nov. 1904.
O S
HISTÓRIA
C LU
No dia 16, o governo revogou a obrigatoriedade da vacina antivariólica
e decretou estado de sítio por trinta dias. A política e as tropas leais ao go-
211
verno conseguiram reprimir aos poucos os amotinados.
O C
Centenas de pessoas foram presas, colocadas em navios e enviadas ao
N X
Acre, recém-incorporado ao Brasil. A Escola Militar da Praia Vermelha foi
SI E
fechada e, depois, demolida, e os militares revoltosos foram expulsos do
Exército. Vitorioso, o governo conseguiu obter o retorno da vacinação em
O
larga escala e deu continuidade à reurbanização da cidade.
EN S
Revolta da Chibata
E U
mulatos ou negros.
Seis dias após o castigo de Marcelino Rodrigues, sob a liderança do mari-
M
O
C IV
CAPÍTULO 2
O S
C LU
212
O C
Grupo de marinheiros revoltosos em 1910, durante a Revolta da Chibata. João Cândido Felisberto, o “Almirante Negro”
N X
(1880-1969), está no centro, com as mãos à altura da cintura, ao lado do repórter de terno.
foram presos.
E U
Movimentos operários
A partir de 1860, surgiram os primeiros jornais de tendência proletária
EM IA
Mulheres e crianças
Se a situação de trabalhado- cenário político do país e oferecia condições para o desenvolvimento da indus-
res homens adultos era pre- trialização, inicialmente, ligada ao café – transporte, ensacamento, exportação
cária, a de mulheres e crianças – e a bens de consumo das populações urbanas. Durante os primeiros tem-
era pior ainda. Além de rece-
berem salários mais baixos, pos da República, em função do aumento do número de fábricas, o operariado
nas indústrias têxteis, a força cresceu, concentrando-se especialmente em São Paulo, como consequência da
de trabalho feminina e infan-
til, a partir de 10 anos, compu-
acumulação de capitais provenientes da exportação cafeeira.
nha a maioria da mão de obra Entretanto, as condições de trabalho e de vida eram precárias: salários
e, normalmente, a jornada de
trabalho alcançava entre 12 e
baixos e custo de vida alto. A jornada de trabalho variava entre 9 e 16 horas
18 horas. por dia, 6 dias por semana, sem direito a férias ou a indenização em caso
de acidente.
O
cia anarquista, pregou a organização dos trabalhadores em sindicatos, daí
eles serem conhecidos como anarcossindicalistas.
C IV
Jornais em defesa da classe trabalhadora circulavam pela cidade, denun-
O S
ciando as condições de trabalho, como a exploração da mão de obra femini-
HISTÓRIA
na e infantil. Muitos desses jornais eram escritos em italiano, alimentando
C LU
a xenofobia por parte da elite dominante. A polícia apreendia jornais e
fechava gráficas, porém eles continuavam a surgir em vários pontos do
213
O C
país. Em defesa de seus interesses, os trabalhadores lançavam mão de sua
principal arma: a greve.
N X
O governo colocou a polícia nas ruas e promulgou a Lei Adolfo Gordo
SI E
(proposta em 1907), que autorizava a expulsão do país de líderes sindicais
estrangeiros e reafirmava a deportação dos grevistas nacionais para o Acre.
O
Em 1917, o país deparou-se com uma grande elevação do custo de vida,
EN S
COLEÇÃO PARTICULAR
SI AT
M
Exercícios de aplicação
1. Espera-se que os alunos 1. A Constituição brasileira de 1891 estabelecia o voto aberto somente para homens alfabetizados. Or-
concluam, entre outras ganizem-se em grupos e reflitam sobre esse tipo de voto e sobre a perda da liberdade individual nas
coisas, que o voto aberto
ou não secreto obrigava o
eleições. Ao final, escolham um representante para compartilhar com a turma o que vocês concluíram.
eleitor a votar na frente da
2. Explique a rivalidade entre “pica-paus” e “maragatos” no contexto da Revolução Federalista.
O
mesa eleitoral, composta
de representantes dos can- “Pica-paus” era o apelido dado aos membros do Partido Republicano Gaúcho, e “maragatos”, aos do Partido Federalista.
didatos. Dessa maneira, se
C IV
alguém votasse na oposição, A rivalidade entre eles se devia à aliança entre Floriano, os “pica-paus”, e o governador Júlio de Castilho. Os “maragatos”
todos saberiam e, com isso,
a pessoa ficava suscetível a exigiam o afastamento do governador e a adoção do parlamentarismo para diminuir os poderes do presidente.
CAPÍTULO 2
O S
pressões e represálias.
C LU
214
O C
N X
SI E
3. A Proclamação da Repú- 3. Mackenzie-SP
O
blica adveio de uma série de
“A partir de hoje, 15 de novembro de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois pode-se considerar
fatores que englobavam a
finda a Monarquia, passando o regime francamente democrático com todas as consequências da
EN S
militares, as camadas mé- Assim a manchete do jornal carioca Gazeta da Tarde anunciou a Proclamação da República no Brasil.
dias urbanas e os latifun-
diários. Pode-se dizer que tal ato
D E
sas e federalistas.
b. resultou da conjugação de variados fatores, destacando as insatisfações de grupos militares, cama-
das médias urbanas e setores latifundiários com os rumos políticos e sociais do Império no Brasil.
c. colocou fim à longa crise do Segundo Reinado, contribuindo para a emergência do populismo
EM IA
enquanto prática política manipuladora, voltada para a satisfação dos anseios de camadas tra-
balhadoras urbanas.
ST ER
d. rompeu com a legalidade da sucessão ao trono, uma vez que impediu a ascensão da princesa
Isabel como governante, causando, por sua vez, revoltas populares por todo o país.
e. corroborou a busca pela modernização política do Brasil e mostrou-se decisivo para a elaboração
SI AT
Exercício proposto
M
4. A política do Encilhamen- 4. Após a Proclamação da República brasileira e instaurado o governo provisório sob o comando do
to autorizou a emissão de di-
marechal Deodoro da Fonseca, foram necessárias medidas no plano econômico para desenvolver a
nheiro para facilitar o crédito
a investidores industriais indústria no Brasil, entendendo-a como instrumento de modernização. Rui Barbosa, ministro da Fa-
e comerciais. Empréstimos zenda na época, elaborou, então, uma política que ficou conhecida como Encilhamento. Esse plano
foram tomados dos ban- econômico tinha como principal característica
cos, mas, em vez de aplicá-
-los na produção industrial a. o confisco do papel-moeda em circulação, o que gerou inflação e especulação.
e comercial efetivamente, b. a emissão de papel-moeda para a reativação dos negócios.
muitos investidores criavam
empresas-fantasmas e fa- c. a criação de uma nova moeda para o país, levando o Brasil à condição de nação desenvolvida.
ziam especulação financeira d. a organização do mercado e de novos negócios, com a instalação de bancos estrangeiros no Brasil.
na Bolsa de Valores do Rio de
Janeiro. O resultado disso foi e. a distribuição de renda, diminuindo o problema da desigualdade social no Brasil.
a aceleração da inflação e a
falência de empresas.
Exercícios de aplicação
1. Para se manter no poder e garantir o controle do governo federal, as oligarquias da República Velha
valeram-se da política dos governadores. Explique o mecanismo que efetivava esse controle.
A política dos governadores foi um método pelo qual os governantes federais, estaduais e municipais firmavam acordos
de apoio para a sua manutenção no poder, sendo, basicamente, uma troca de favores. O governo federal criava alianças
com os presidentes dos estados, para quem o apoio do Presidente era fundamental no recebimento de auxílio econômico
O
e político, e também para ter sua autonomia garantida. Em troca, o governo estadual apoiava o presidente da República e
C IV
garantia sua eleição por meio de alianças municipais firmadas; os presidentes dos estados concediam privilégios às elites
O S
locais, formadas pelos coronéis, enquanto estes garantiam e controlavam o resultado das eleições.
HISTÓRIA
C LU
215
O C
2. Observe a charge a seguir.
BIBLIOTECA NACIONAL
a. A que prática a charge se refere?
N X
Espera-se que o aluno reconheça que a charge trata das fraudes eleitorais que ocorriam com
SI E
frequência durante a Primeira República.
O
EN S
E U
Rio de Janeiro
Era caracterizado pelo controle das elites locais sobre os eleitores que delas dependiam,
A LD
para votarem nos candidatos à escolha do coronel, motivo pelo qual ficou conhecido como
voto de cabresto. Por ser voto aberto, o controle dos coronéis sobre os eleitores era fácil.
EM IA
ST ER
3. Durante o governo de Campos Sales, com o objetivo de restaurar as finanças da República, foi rene- 3. O governo impôs uma po-
lítica de contenção de gastos
SI AT
gociado o funding loan, acordo financeiro sobre a dívida, que trouxe como efeito(s) imediato(s)
e decretou o aumento de
a. a implantação de uma política industrialista, abandonando-se a crença de um país exclusiva- impostos e a criação de ou-
mente agrário, defendida exclusivamente por parte da elite da época. tros tantos. Entretanto, essa
política recessiva gerou a fa-
M
4. Da atuação do barão do Rio Branco na política externa da República Velha resulta 4. O barão do Rio Branco
foi o responsável pela coor-
a. o restabelecimento das relações amistosas com o Paraguai. denação das negociações e
pela assinatura do Tratado
b. a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial. de Petrópolis, em 1903, após
c. a solução da região contestada por Paraná e Santa Catarina. seringalistas brasileiros inva-
direm o território que perten-
d. a anexação do Acre ao território brasileiro. cia à Bolívia, proclamarem a
independência e pedirem
e. a anexação do Uruguai com o nome de Província Cisplatina.
sua anexação ao Brasil.
O
A crítica presente no texto remete ao acordo que fundamentou o regime republicano brasileiro
C IV
durante as três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a)
a. poder militar, enquanto fiador da ordem econômica.
CAPÍTULO 2
O S
b. presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder dos coronéis.
C LU
c. domínio de grupos regionais sobre a ordem federativa.
d. intervenção nos estados, autorizada pelas normas constitucionais.
216
O C
Exercícios propostos
N X
SI E
6. Campos Sales iniciou a
chamada política dos gover-
O
6. Leia atentamente as afirmativas a seguir, que dizem respeito aos primeiros anos da República das
oligarquias no Brasil.
nadores. Além disso, durante
seu governo, ele conseguiu I. A consolidação da República Oligárquica do Brasil foi completada com a sucessão de Campos
Sales por Prudente de Morais.
EN S
da produção de café. Sua finalidade era manter equilibrada a oferta e a procura, garantindo, dessa maneira, preços altos no
mercado internacional. Ficou conhecido como socialização das perdas, porque os lucros dos fazendeiros eram garantidos,
SI AT
brasileiros e, em pouco tempo, a região tornou-se a principal produtora de borracha. A invasão brasileira deu origem
a vários conflitos com o governo boliviano, até que, em 1903, os seringalistas proclamaram a independência do Acre
seringueiros, cujas condições desumanas de trabalho e salários não eram suficientes para a sua sobrevivência, o que
os obrigava a se endividar.
O
9. A crise da borracha brasileira, na segunda década do século XX, pode ser explicada 9. Assim que a borracha se
C IV
tornou uma das principais
a. pela descoberta da borracha sintética. matérias-primas industriais,
b. pela concorrência com a produção inglesa do Sudeste Asiático. os ingleses contrabandea-
O S
HISTÓRIA
ram mudas de seringueiras
c. pelo esgotamento das seringueiras em razão da extração intensiva. do Brasil para Sri Lanka e
C LU
d. pela falta de mão de obra, já que a Amazônia carecia de povoamento. Cingapura, na Ásia, e inicia-
ram a plantação de forma
e. pela excessiva dispersão das seringueiras na Mata Atlântica. sistemática, obtendo maior
217
produtividade e conquis-
O C
tando o mercado mundial
Módulos 6 e 7 | Conflitos sociais no campo
em razão da regularidade do
N X
fornecimento.
Exercícios de aplicação
SI E
1. A violência contra camponeses, na Primeira República (1889-1930), gerou tensões sociais que resul-
O
taram em movimentos de resistência religiosos e místicos. Dê o nome de dois movimentos que se
ajustam ao texto e justifique sua resposta.
EN S
Guerra de Canudos e Guerra do Contestado: ambas tiveram como líderes personagens de extrema religiosidade, Antônio
E U
2. Leia as afirmativas a seguir e assinale a correta. Sobre a Guerra do Contestado, podemos afirmar que 2. A Guerra do Contestado
A LD
I. apresentava caráter religioso aliado a reivindicações sociais. ocorreu numa região con-
testada entre os estados do
II. seu líder, Antônio Conselheiro, foi acusado de monarquista. Paraná e de Santa Catarina,
e, assim como Canudos,
III. ocorreu em uma região de disputa territorial entre Paraná e Santa Catarina.
EM IA
3. UFG-GO
A Guerra de Canudos (1896-1897) é emblemática no debate sobre a formação da nação no Período 3. A República foi proclama-
M
Republicano. A República recém-proclamada enfrentou um Brasil desconhecido: o Sertão e os ser- da por um grupo determi-
nado da sociedade, que não
tanejos. A guerra, tragicamente, significou um aprendizado para os brasileiros, demonstrando que
necessariamente estava
a. a fragmentação e as grandes distâncias das regiões litorâneas impediram a organização e o cres- atento às necessidades da
cimento das comunidades sertanejas. população brasileira. O dis-
tanciamento de Canudos da
b. a unidade cultural do país é fruto de um longo processo de gestação iniciado com a ocupação do capital da recém-proclama-
litoral no fabrico do açúcar. da República ia muito além
da questão física.
c. a presença da Igreja Católica no sertão representava um elo entre a comunidade e as autoridades
republicanas.
d. a frágil base política em que se assentava o governo republicano foi incapaz de reconhecer a
questão social e cultural suscitada por Canudos.
e. a resistência política dos monarquistas organizados no arraial de Canudos era uma ameaça à
ordem republicana.
O
andar sem destino
concreto. Vivia de esmolas, das quais recusava qualquer excesso,
C IV
pedindo apenas o sustento de cada dia. Procurava aos pou-
cos solitários. Não aceitava leito algum, além de uma tábua
CAPÍTULO 2
O S
nua e, na falta desta, o chão duro.
Assim pervagou largo tempo, até aparecer nos sertões,
C LU
ao norte da Bahia. Ia-lhe crescendo o prestígio. Já não se-
guia só. Encalçavam-no na rota desnorteada os primeiros
218
O C
por atravessarem com ele os mesmos dias de provações e
N X
misérias. [...]
SI E
O CUNHA, Euclides da. Os sertões, p. 69.
Resposta pessoal, contudo espera-se que o aluno identifique Antônio Conselheiro pela descrição da peregrinação e
A LD
Exercícios propostos
SI AT
5. Que motivos levaram os sertanejos da Bahia a aderirem ao movimento liderado por Antônio
Conselheiro?
M
Péssimas condições sociais vigentes, decadência dos engenhos, fim da escravidão, grande concentração de terras e vio-
6. Caracterize o Cangaço.
Espera-se que o aluno demonstre ter compreendido o Cangaço como um movimento de ex-jagunços (antigos subordinados
aos coronéis) que formaram bandos e passaram a atuar em povoados do Sertão nordestino, assaltando-os e pilhando-os.
Exercícios de aplicação
1. Leia o texto a seguir.
De uma hora para outra, a antiga cidade desapareceu e outra surgiu, como se fosse
obtida por uma mutação de teatro. Havia mesmo na causa muito de cenografia.
BARRETO, Lima. Os bruzundangas. In: Obras de Lima Barreto. Brasiliense, 1956.
O
C IV
Identifique e explique o momento histórico do texto.
Trata-se do momento do processo de reurbanização e redistribuição espacial, realizado pelo prefeito Pereira Passos, no
O S
HISTÓRIA
governo Rodrigues Alves. Os cortiços e os velhos casarões do centro da cidade foram demolidos para dar lugar a modernos
C LU
edifícios. Muitas pessoas não só perderam suas casas, como também o espaço, não podendo mais permanecer no local
em razão da alta dos aluguéis. Assim, eles foram expulsos para a periferia e para os morros.
219
O C
N X
SI E
2. Com base no que você estudou, reflita e responda: podemos afirmar que, após a abolição da escra-
vidão, a condição de vida da população negra, de forma geral, melhorou? Justifique sua resposta.
O
Espera-se que o aluno reconheça que não houve grandes mudanças em termos de condições de vida para a população
EN S
negra, visto que não houve nenhuma política para a inserção dos ex-escravizados na sociedade na condição de libertos. Pelo
contrário, houve a institucionalização do branqueamento da população, que ficou submetida ao racismo e ao preconceito.
E U
Nesse contexto, muitos permaneceram no campo, tornando-se camponeses ou trabalhadores em áreas rurais, ainda que
D E
sem condições de viver com dignidade. Outros, entretanto, dirigiram-se às cidades com a esperança de conseguir trabalho
A LD
e melhores condições para sua sobrevivência, sendo recebidos, porém, com preconceito e submetidos a situações, como
3. Enem
COLEÇÃO PARTICULAR
A imagem representa as manifestações nas ruas da cida-
SI AT
5. Embora tenha suas raízes 5. O movimento operário ocorrido durante as primeiras décadas do regime republicano no Brasil ca-
no Império, o movimento racterizou-se pela existência de
operário ganhou impulso no
início do século XX, especial- a. apoio de trabalhadores rurais incentivados pelos coronéis.
mente com as ideias trazidas b. lideranças de imigrantes europeus, que traziam a experiência de organização de seus países
por imigrantes europeus. de origem.
O
c. reivindicações políticas atendidas prontamente pelo governo federal.
d. apoio aos movimentos de contestação dos marinheiros, como a Revolta da Chibata.
C IV
e. partidos de tendência anarquista que apoiavam a política do café com leite.
CAPÍTULO 2
O S
Exercícios propostos
C LU
6. Durante as reformas urbanas no Rio de Janeiro, qual era a importância econômica relacionada ao
220
sucesso do saneamento?
O C
A situação sanitária do Rio de Janeiro prejudicava os investimentos estrangeiros, com a recusa de empresas de navegação de
N X
atracarem no porto da cidade. Além do perigo das doenças, o Rio de Janeiro possuía um porto de pouca profundidade, o que
SI E
O
impedia o acesso de grandes navios; as ruas estreitas e a falta de armazéns também contribuíam para dificultar o comércio.
7. Com relação à Revolta da Vacina, assinale C para as alternativas corretas e I para as incorretas.
I O movimento ampliou-se para todos os segmentos sociais, que passaram a exigir o sanea-
EN S
C Cadetes e políticos aproveitaram o momento para tentar canalizar a revolta popular para seus
A LD
próprios propósitos.
nos marinheiros.
O
Módulos 4 e 5
2. A política dos governadores, inaugurada por Campos Sales, foi considerada um dos exemplos mais notó- 2. A política dos governado-
C IV
rios da política de conciliação na história da República Velha brasileira, porque res instituiu uma dinâmica
conciliatória, à medida que
a. consistiu numa troca de favores institucionalizada entre os poderes municipal, estadual e federal
O S
abarcava uma troca de favo-
HISTÓRIA
que favorecia as oligarquias. res entre os detentores do
poder nas várias instâncias.
C LU
b. significava o apaziguamento das tensões no relacionamento entre civis e militares, difícil
desde a Revolta da Armada.
c. pôs fim ao Encilhamento, reforma econômica financeira promovida por Rui Barbosa, a qual
221
O C
tumultuou a vida do país.
d. representou a solução final para a relação entre Igreja e Estado, estremecida desde a Guerra
N X
de Canudos.
SI E
e. resolveu as dissensões internas entre Santa Catarina e Paraná, provocadas pela Guerra do Con-
testado.
O
3. Complete a frase.
O coronelismo caracterizava-se pelo controle por parte das elites locais sobre os eleitores,
EN S
que votavam no candidato que atendesse aos interesses dos coronéis. Esse tipo de voto fi-
E U
cou conhecido como voto de cabresto e o controle sobre ele era fácil por ser um voto
aberto
D E
Módulos 6 e 7
EM IA
4 Antônio Conselheiro foi acusado de ser monarquista em razão das críticas que ele fazia à recém-
-implantada República. Assinale as alternativas que trazem essas críticas.
ST ER
Módulos 8 e 9
5. Relacione as colunas.
a. Canudos Estimulava a saída de camponeses de suas propriedades, diminuin-
a
do a disponibilidade de mão de obra na região.
c. Vacina Conflito que envolveu dois estados da União disputando as terras limí-
d
trofes entre Santa Catarina e Paraná.
O S
C LU
222
O C
República da
N X
Espada
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
Governo Constituição de
Provisório 1891
EM IA
ST ER
Eleições: Deodoro
Encilhamento
e Floriano
SI AT
M
Crise
Revolução Revolta da
Federalista Armada
AÇÃO E REAÇÃO
2
O
C IV
O S
C LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
Harry Varvoglis
A impulsão dos nadadores na virada olímpica pode ser explicada pelo princípio
da ação e reação de Isaac Newton. Os nadadores, ao empurrar a parede da
piscina, recebem de volta um empurrão de mesma intensidade, que impulsiona
o movimento em sentido contrário.
O
LÍNGUA
C IV
PORTUGUESA MATEMÁTICA
Argumentação, artigo de
O S
Números reais,
opinião, cultura digital, potenciação e radiciação
regência verbal, crase e
C LU
produção de texto
BI CS EF
EDUCAÇÃO LP CS HI
FÍSICA
FÍSICA
O C
Movimento
Modalidades cíclicas retílineo uniforme e
N X
e triatlo uniformemente variado
SI E
HI
O
MA BI LP GE HI
EN S
E U
ARTE QUÍMICA
GRUPO
Construtivismo,
2
D E
Fenômenos, substâncias,
suprematismo,
misturas e separação
abstracionismo e escola
A LD
de misturas
de Bauhaus
Ação e reação
CS HI LP GE HI
EM IA
ST ER
CIÊNCIAS
BIOLOGIA
SI AT
SOCIAIS
Evolução da vida
Dúvida e conhecimento
M
AR LP GE HI
GEOGRAFIA HISTÓRIA
Europa: aspectos Sociedade republicana,
naturais e formação Primeira Guerra Mundial
dos povos e Revolução Russa
HI BI LP LP AR
PÁG.
E U
182 CAPÍTULO 3
D E
Sociedade republicana
RIA
A LD
192 CAPÍTULO 4
Primeira Guerra Mundial
EM IA
208
ST ER
CAPÍTULO 5
Revolução Russa
SI AT
M
3 SOCIEDADE REPUBLICANA
O
Módulos 10 e 11
C IV
OBJETIVOS DO GRUPO GRUPOS DA SOCIEDADE
O S
• Descrever e contextualizar
HISTÓRIA
os principais aspectos
o grupo anterior, conhecemos alguns as-
C LU
sociais, culturais, pectos políticos, econômicos e sociais da
econômicos e políticos Primeira República. Com base nesses co-
da emergência da
182
O C
República no Brasil.
• Caracterizar e republicana se caracterizava por ser uma socie-
N X
compreender os ciclos dade aristocrática: a política dos governadores e
da história republicana, a política do café com leite são exemplos que nos
SI E
identificando
particularidades da permitem fazer tal afirmação.
Havia um pequeno grupo da sociedade que
O
história local e regional
até 1954.
concentrava o poder e as principais atividades
EN S
• Identificar os
mecanismos de inserção
econômicas em suas mãos. Enquanto isso, outros
E U
resultados.
tinham acesso às mesmas condições de vida nem
à política.
A LD
• Discutir a importância
da participação da A seguir, vamos conhecer alguns aspectos da
população negra na
formação econômica,
vida e do cotidiano de alguns desses grupos.
EM IA
inclusão e exclusão,
as pautas dos povos
indígenas, no contexto
republicano (até 1964),
SI AT
e das populações
afrodescendentes.
• Relacionar as conquistas
M
de direitos políticos,
sociais e civis à atuação
de movimentos sociais.
HISTÓRIA
C LU
183
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
O
arquitetura e decoração, muitas vezes, de inspiração europeia, com jardins
extensos.
C IV
Arthur Timótheo da Costa
No interior dessas casas, a divisão entre o que era público e privado reve-
Nascido no Rio de Janeiro,
lava-se por meio da disposição de cômodos e das atividades desempenha-
CAPÍTULO 3
O S
em 1882, Arthur Timótheo
da Costa foi um importante das em cada um deles.
C LU
pintor, desenhista e cenógra-
fo brasileiro. Sua infância foi Leia a seguir um trecho que apresenta a caracterização do espaço domés-
pobre. Em 1894, após já ter tico da elite urbana paulista.
184
O C
da Moeda, juntamente com
N X
Costa, também pintor, ingres- sidências que restaram do período
SI E
sou na Escola de Belas Artes.
Trabalhou com o cenógrafo
italiano Oreste Coliva, apren-
O evidenciam uma intensa especiali-
zação dos cômodos, estabelecendo
dendo também esse ofício. uma gramática rígida para as atitu-
Viveu na França por dois anos, des privadas das famílias – o que
EN S
O
vida eram precárias. Nas áreas rurais, onde
adotaram um estilo de vida mais simples
C IV
misturando-se a outros grupos que viviam
nessas regiões, os negros tinham baixa ren-
O S
HISTÓRIA
da e atuavam em trabalhos que os obriga-
C LU
vam a se deslocar de tempos em tempos.
Embora houvesse, de modo geral, uma mar-
185
ginalização desses povos, a situação variava
O C
em cada região. Em São Paulo, por exemplo,
N X
com a abundância de mão de obra imigran- Casal trabalhando em plantação de milho, em fotografia tirada
SI E
te, trabalhadores negros foram dispensados,
sendo empregados somente vez ou outra.
O por Vincenzo Pastore, por volta de 1910.
O
ta, restaurar valores que lhes haviam sido tira-
COLEÇÃO PARTICULAR
dos à força e questionar os moldes sociais a que
C IV
eram submetidas, as populações negras passa-
ram a se organizar em grupos e associações.
CAPÍTULO 3
O S
Em 1910, por exemplo, foi criada a Federação
dos Homens de Cor. Outro importante exemplo
C LU
foi a Frente Negra Brasileira, fundada em 1931,
que foi, posteriormente, extinta pela ditadura
186
O C
BIBLIOTECA NACIONAL
N X
SI E
O
EN S
E U
Povos indígenas
ST ER
É importante ressaltar para os alunos Quando a República foi proclamada, os povos indígenas continuaram
a articulação e a iniciativa dos afrodes- marginalizados. No entanto, a ênfase na construção da nação brasileira,
cendentes com objetivos políticos e
sociais, buscando sua valorização por meio da valorização de símbolos nacionais, voltou a ganhar a atenção
como cidadãos, o rompimento com
uma visão escravocrata remanescente dos governantes que, naquele período, buscavam a construção da identida-
e o fortalecimento em grupo. Explorar de nacional republicana e, também, a consolidação e a proteção das fron-
a formação da imprensa negra, exem-
plificada pela imagem do jornal. teiras do território nacional.
O
povoá-las e protegê-las. Marechal Cândido Rondon foi o responsável por estão a garantia de acesso a
tais expedições. direitos sociais e de cidadania,
C IV
por meio da educação escolar
Ao adentrar o Sertão brasileiro, era evidente que haveria contato com indígena, por exemplo, e da
O S
povos indígenas. Nesse contexto e aproveitando-se do fato de que Rondon promoção de políticas susten-
HISTÓRIA
táveis para essas populações.
já havia mapeado essas terras e tinha certa habilidade para lidar com po-
C LU
vos indígenas, durante o governo do presidente Nilo Peçanha (1909-1910),
Nas regiões de povoamento antigo, a
foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), em 1910, que passou a ser ordem era controlar o perímetro dos
187
O C
aldeamentos. Já nas frentes de expan-
comandado pelo marechal. são ou rotas fluviais, a despeito de se
Entre os principais objetivos dessa instituição, estavam a pacificação e fazer uso de mão de obra indígena, o
N X
objetivo era a conquista territorial,
a fixação dos povos indígenas. Entretanto, é importante destacar que o justificada a partir da noção da ‘segu-
SI E
contato com os povos indígenas estava acompanhado do interesse sobre rança dos colonos’”. (SCHWARCZ, Lilia
M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma
as terras em que eles habitavam, iniciando-se, já na Primeira República, biografia. São Paulo: Companhia das
O
Letras, 2015. p. 346).
problemas relacionados às terras indígenas, que existem até os dias atuais. É possível relacionar o problema das
EN S
Por esse motivo, algumas táticas adotadas por alguns exploradores que terras com os direitos dos indígenas
e as demarcações no presente. Para
acompanharam Rondon ou o sucederam são criticadas, pois muitos grupos
E U
Exercícios de aplicação
1. Leia a frase a seguir e explique-a.
Durante a Primeira República, geralmente a moradia poderia revelar a condição social e o grupo da
sociedade a que pertencia uma família.
Espera-se que os alunos expliquem que havia uma grande distinção entre as moradias, de acordo com o grupo da socie-
O
dade a que pertenciam as famílias. Por exemplo, as moradias em que os ex-escravizados costumavam viver eram precá-
C IV
rias, enquanto as moradias da elite republicana apresentavam arquitetura, divisão de cômodos e outras características
bastante luxuosas.
CAPÍTULO 3
O S
C LU
188
O C
N X
SI E
2. Tiveram grande importância os agrupamentos e as organizações articuladas pela população negra,
O
como a Frente Negra Brasileira de 1931.
a. Quais eram os objetivos dessas organizações?
EN S
Espera-se que os alunos compreendam que essas organizações tinham objetivos políticos e sociais, como a luta por
E U
b. Cite outro elemento importante de resistência da população negra por um lugar social que rom-
pesse com a visão escravocrata.
Espera-se que os alunos avaliem e identifiquem que a imprensa negra foi outro elemento que surgiu no período, com
M
O
a. Apenas a afirmativa I está correta.
C IV
b. Apenas a afirmativa II está correta.
c. Apenas a afirmativa III está correta.
O S
HISTÓRIA
d. As afirmativas I e II estão corretas.
C LU
e. As afirmativas II e III estão corretas.
189
O C
Exercícios propostos
N X
4. Leia novamente, no início da teoria, o texto de Paulo César Garcez Marins sobre a caracterização dos
SI E
ambientes internos das residências da elite republicana e assinale as alternativas que apresentam
afirmações correspondentes ao texto.
O
Embora diferentes das moradias dos ex-escravizados, não havia divisão de cômodos por ativi-
EN S
X As áreas de sociabilidade tinham funções, como a sala de estar, as salas de jogos, de música
e o escritório.
D E
Os ambientes internos das mansões e dos palacetes em nada diferiam dos ambientes inter-
nos das moradias dos demais grupos da sociedade.
A LD
Os cômodos de serviço ficavam próximos aos ambientes íntimos, caso os patrões precisassem
de alguma providência urgente dos empregados domésticos.
ST ER
5. Sobre os ex-escravizados durante a Primeira República, assinale a afirmativa correta. 5. Em relação às práticas
culturais da população
a. As condições de vida desse grupo, nesse período, eram muito melhores no campo do que nas negra, estavam presentes,
SI AT
d. Apesar de viverem em moradias precárias, grande parte da população negra atuava como vende-
dores e gerentes dos bancos locais.
e. A cultura de origem africana permaneceu presente, embora suas práticas ocorressem escondidas
em razão do preconceito e da proibição instituída pelo governo.
O
X falsa.
C IV
2. Os ambientes de socialização das casas da elite republicana
CAPÍTULO 3
O S
X eram separados dos ambientes íntimos das famílias.
C LU
X tinham uma função específica.
O C
ficavam próximos aos ambientes de serviço.
N X
3. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas.
SI E
A população negra teve de camuflar e esconder as práticas culturais de matriz africana em
V
O
razão do preconceito e da proibição que lhes foi imposta.
EN S
A adesão da população negra que permaneceu no campo em busca da vida caipira foi
V
significativa.
D E
X Lavadeiras
Políticos
EM IA
Contadores
X Vendedores ambulantes
ST ER
X Ensacadores
SI AT
X Carregadores
Gerentes de bancos
M
X Funileiros
O
C IV
O S
HISTÓRIA
C LU
191
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
Imigrantes
Elite (operários,
Ex-escravizados Indígenas
aristocrática trabalhadores
D E
do campo etc.)
A LD
Organizações e
Serviço de
agrupamentos
Proteção ao Índio
M
políticos e sociais
Imprensa negra
4 PRIMEIRA GUERRA
MUNDIAL
O
C IV
OBJETIVOS DO GRUPO
O S
• Identificar e relacionar
HISTÓRIA
as dinâmicas do
C LU
capitalismo e suas crises,
os grandes conflitos
mundiais e os conflitos
192
O C
vivenciados na Europa.
• Caracterizar e discutir
N X
as dinâmicas do
colonialismo no
SI E
continente africano e
asiático e as lógicas
O
de resistência das
populações locais
diante das questões
EN S
internacionais.
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
ANTECEDENTES E FATORES
D
urante o século XIX, a Revolução Industrial desenvolveu-se em
vários países da Europa. Esse fato promoveu grande acúmulo de
capitais e expansão dos negócios por meio da chamada corrida
imperialista em busca de mercados consumidores e fornecedores de maté-
rias-primas, como cobre e estanho. No final desse mesmo século, após seu
O
processo de unificação, a Alemanha entrou nessa disputa.
C IV
O S
HISTÓRIA
C LU
193
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
O
Em 1871, a unificação alemã completou-se após a derrota da França, na
C IV
Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). Os franceses foram obrigados a as-
sistir, no Palácio de Versalhes, à criação do Segundo Reich Alemão, na Sala
CAPÍTULO 4
O S
dos Espelhos. Foram, ainda, submetidos à assinatura de um humilhante
tratado de paz em que se estabeleceu, entre outras questões, a entrega da
C LU
Alsácia-Lorena, região rica em carvão.
Com a unificação, a Alemanha acelerou seu processo industrial, dispu-
194
O C
tando mercados com a Inglaterra na Europa e no mundo e, também, a re-
gião do Marrocos, na África, com a França.
N X
SI E A Rússia, por sua vez, almejava controlar a Península Balcânica, en-
frentando o Império Austro-Húngaro, também interessado nessa região.
O objetivo desses dois impérios era o mesmo: obter uma saída para o
O
Mar Mediterrâneo.
Territórios africanos sob o controle de países europeus, às vésperas da
EN S
E U
0°
EUROPA tavam com o Império Turco-
-Otomano a região dos estrei-
D E
A LD
MARROCOS d
e
TUNÍSIA i t
ESPANHOL e r r
â n e o
Madeira ÁSIA
MARROCOS gico entre a Europa e a Ásia,
Canárias
LÍBIA
além de terem interesses em
ARGÉLIA
RIO DO EGITO
territórios chineses. Em con-
Ma
EM IA
OURO
rV
Trópico de Câncer
erm
SUDÃO
MAURITÂNIA FRANCÊS NÍGER fazia parte da esfera de inte-
ST ER
CABO
IAL FRANCESA
VERDE SOMÁLIA
ERITREIA
GÂMBIA
SENEGAL
ÁF RICA OCIDE NT AL F RANCE S A
ALTO
SUDÃO
ANGLO-EGÍPCIO
FRANCESA
resse econômico da Inglater-
GUINÉ GUINÉ
VOLTA SOMÁLIA
BRITÂNICA ra e da França.
BENIN
PORTUGUESA
TOGO
NIGÉRIA ABISSÍNIA
COSTA
(ETIÓPIA)
SI AT
SERRA LEOA DO
O imperialismo e o naciona-
TOR
CHADE
LIBÉRIA MARFIM CAMARÕES SOMÁLIA
UA
COSTA
RIO MUNI ÁFRICA
ITALIANA
lismo dividiram a Europa em
EQ
DO UGANDA ORIENTAL
Equador OURO BRITÂNICA 0°
vários blocos antagônicos: de
A
GABÃO
IC
CONGO
M
OCEANO
FR
BELGA
Á
OCEANO
ÁFRICA
ORIENTAL
ÍNDICO um lado, a Alemanha defen-
ALEMÃ SEYCHELLES
ATLÂNTICO dia o pangermanismo, cujos
COMORES
ANGOLA
RODÉSIA
NIASSALÂNDIA objetivos eram reunir, sob
E
RODÉSIA
SC
GA
SUDOESTE
M
DA
Bélgica ALEMÃ
BECHUANA-
outros povos como seus saté-
MA
Trópico de Capricórnio
-LÂNDIA
Espanha TRANSVAAL
França SUAZILÂNDIA
lites; de outro lado, a Rússia
Inglaterra
Itália
UNIÃO DA
ÁFRICA
BASUTOLÂNDIA
defendia o pan-eslavismo, vi-
DO SUL
Portugal
sando reunir todos os povos
Greenwich
O
França e Rússia, de outro, havia a Tríplice Aliança, composta pela Itália, Ale- Indústrias especializadas em
produção de armamentos
C IV
manha e Império Austro-Húngaro.
tornaram-se uma realidade.
Ao mesmo tempo, os países estimulavam sua produção de armas e mo- Não podemos nos esquecer
O S
dernizavam seus exércitos, preparando-se para um confronto inevitável. A de que o contexto antes e du-
HISTÓRIA
rante o conflito foi também o
essa corrida armamentista, deu-se o nome de Paz Armada.
C LU
contexto da denominada Se-
Além disso, vários países europeus enfrentavam revoltas internas de re- gunda Revolução Industrial,
a qual, dentre suas carac-
195
giões que exigiam sua independência: no Reino Unido, irlandeses se revol- terísticas, foi pautada pelo
O C
taram; na Espanha, bascos e catalães; no Império Austro-Húngaro, tchecos, desenvolvimento dos meios
de transporte, como o motor
N X
eslovacos e poloneses; na Macedônia, gregos, búlgaros e sérvios; na Alema- a combustão e o avião, além
nha, poloneses, alsacianos e lorenos, entre outros povos.
SI E da produção de aço.
A indústria bélica foi abas-
Bósnia-Herzegovina e a ocupação pelo Império Austro-Húngaro tecida por matérias-primas
O
vindas das colônias dos
ALL MAPS
20° L
países imperialistas e pas-
EN S
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
as fábricas para atuar mili-
D E
BÓSNIA- Bucarest
-HERZEGOVINA Mar Negro
Belgrado
M
ar
Sarajevo
Ad
BULGÁRIA
r
MONTENEGRO
iát
ico
SÉRVIA Sofia
EM IA
Cetinje
Istambul
Tirana
ST ER
ALBÂNIA
40° N
ALL MAPS
0°
Atenas
h
nwic
Gree
ltico
M
Mar do
50
Norte
Bá
°N
ar
M
Mar Mediterrâneo INGLATERRA RÚSSIA
0 165 km
ALEMANHA
OCEANO
Às vésperas da Primeira Guerra, a região representada no mapa aparecia ATLÂNTICO
como uma das mais disputadas pelas potências imperialistas europeias. FRANÇA
ÁUSTRIA-HUNGRIA
É importante esclarece aos alunos que o século XIX ofereceu condições
para que, no início do século XX, as rivalidades estivessem aguçadas entre Mar Negro
O
Sarajevo, capital da Bósnia, recém-anexada ao Império em detrimento
C IV
das ambições da Sérvia.
O governo austríaco acusou a Sérvia de ser a mandante do assassinato,
CAPÍTULO 4
O S
declarando-lhe guerra em julho de 1914. Em razão da política das Alianças,
C LU
países de um lado e de outro se envolveram imediatamente nesse conflito.
A Itália ficou neutra até 1915, alegando que os tratados eram defensivos e
196
O C
Representação do momento em
da Tríplice Entente, rompendo com os alemães.
N X
que o sérvio Gavrilo Princip dispara
contra o arquiduque Francisco
Ferdinando e sua esposa, Sophia.
SI E Guerra de movimentos (1914)
O atentado e a morte do herdeiro
do Império Austro-Húngaro e o Com o início da guerra, a Alemanha pôs em prática seu Plano Schlieffen, que
início da Primeira Guerra Mundial
consistia em atacar a França pela Bélgica e, em seguida, invadir a Rússia.
O
marcaram o fim de uma época.
ALL MAPS
0°
Mar do
e os alemães. Observando o Norte
Bá l
50 REINO UNIDO
°N DINAMARCA
mapa, é possível ver que a lo- DA GRÃ-BRETANHA
ar
IMPÉRIO RUSSO
calização da Alemanha entre PAÍSES
M
Londres BAIXOS
alguns países, como França, Berlim
ALEMANHA
Bélgica e Inglaterra de um BÉLGICA
Al
lado, e Rússia do outro, per- OCEANO LUXEMBURGO ian
ça
e
Tríplic
ATLÂNTICO Paris M
ar
mitiu a formação dessas duas Viena Cá
SUÍÇA s
frentes de batalha. FRANÇA ÁUSTRIA-HUNGRIA
pi
o
BÓSNIA- ROMÊNIA
PORTUGAL Mar Cáspio
ITÁLIA -HERZEGOVINA
ESPANHA Córsega MONTENEGRO BULGÁRIA
Roma SÉRVIA
Sardenha ALBÂNIA
IMPÉRIO
M a r M e d GRÉCIA OTOMANO
i t
e Sicília
r r
ÁFRICA â n 0 445 km
e o Chipre
O
Em 1915, a Itália entrou na guerra ao lado da Entente, em troca de terri-
C IV
tórios que estavam em poder da Áustria e de outros benefícios.
Outros países resolveram entrar no conflito, como o Japão, ao lado da
O S
HISTÓRIA
Entente, e a Bulgária e o Império Turco-Otomano, ao lado da Alemanha e
C LU
da Áustria: a guerra adquiriu proporção mundial.
A situação de luta de trincheiras foi alterada a partir de 1917 por dois
197
acontecimentos decisivos para o fim da guerra: a saída da Rússia e a entra-
O C
da dos Estados Unidos.
N X
SI E
Cotidiano nas trincheiras
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
Para os soldados, a vida nas trinchei-
O
ras era muito difícil. Suas condições
de higiene eram precárias e era alto
EN S
O
na França um efetivo militar poderosamente armado para enfrentar um
C IV
exército desgastado pelos quatro anos de guerra. Em 1918, a Alemanha
foi vencida.
CAPÍTULO 4
O S
Tratados de paz
C LU
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
O C
tratados foram feitos. O principal foi o Tratado
de Versalhes, de junho de 1919, imposto à
N X
Alemanha, considerada responsável pelo
SI E
O
conflito e obrigada a acatar uma série de de-
terminações, cujo objetivo era enfraquecê-la
ao máximo. Entre elas, estavam:
EN S
Em resumo, a economia alemã perdeu 25% de aço e de carvão, 75% das re-
servas ferríferas, 15% da produção agrícola, além de máquinas e equipa-
mentos e, ainda, por muitos anos, o país foi obrigado a pagar a indenização
imposta em Versalhes.
O
É importante que eles entendam essa
nova organização política para que
quia, Reino dos sérvios, croatas, eslovenos e poloneses conseguiram sua compreendam os desdobramentos
C IV
independência. A Itália obteve terras dos austríacos. A Áustria teve de da política mundial ao longo do sé-
culo XX. A respeito da formação da
conceder porções de seu território aos novos países. União Soviética, esclarecer-lhes que a
O S
HISTÓRIA
• Tratado de Neuilly: de novembro de 1919. A Grécia anexou a Trácia. O Revolução Russa e sua formação serão
estudadas no próximo capítulo.
C LU
Reino dos sérvios, croatas e eslovenos ficou com a Macedônia. A Bulgária
perdeu todos esses territórios.
199
• Tratado de Sèvres: de agosto de 1920. França e Inglaterra dividiram
O C
as terras turcas no Oriente Médio. Grécia e Armênia anexaram parte da
N X
Turquia, a qual teve seu território reduzido. Foi o fim do Império Otomano.
SI E
Os mapas apresentados a seguir mostram a Europa em dois momentos
distintos: antes (mapa 1) e depois (mapa 2) da Primeira Guerra.
O
Mapa 1 – Europa antes da Primeira Guerra Mundial
EN S
ALL MAPS
0°
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ISLÂNDIA
D E
A LD
SUÉCIA
NORUEGA
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Oslo Estocolmo
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Moscou
ST ER
Norte
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GRÃ-BRETANHA DINAMARCA
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ÁUSTRIA-HUNGRIA
ROMÊNIA
Bucareste
PORTUGAL Belgrado Mar Cáspio
Madri ITÁLIA
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Córsega MONTENEGRO
Lisboa ESPANHA Sofia
Roma SÉRVIA
Sardenha ALBÂNIA
IMPÉRIO
M a r M e d GRÉCIA OTOMANO
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e Atenas
ÁFRICA o
0 320 km
Chipre
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ISLÂNDIA
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Reikjavik
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SUÉCIA FINLÂNDIA
NORUEGA Helsinque
O
Oslo
Estocolmo Tallin
Mar do UNIÃO DAS REPÚBLICAS
ESTÔNIA SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
C IV
Norte (parte europeia)
LETÔNIA
o
REINO UNIDO
ltic
Riga Moscou
50 Dublin DINAMARCA
Bá
°N
ar
CAPÍTULO 4
Copenhague LITUÂNIA
O S
IRLANDA M
PAÍSES Vilnius
Londres BAIXOS
C LU
Amsterdã Berlim
Varsóvia
Bruxelas
OCEANO BÉLGICA
ALEMANHA POLÔNIA
ATLÂNTICO Praga
200
Paris LUXEMBURGO
TCHECOSLOVÁ
O C
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Ma
Berna Viena rC
FRANÇA ÁUSTRIA Budapeste ás
SUÍÇA HUNGRIA pio
N X
ROMÊNIA
Bucareste
PORTUGAL Belgrado
SI E
O
Lisboa
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IUGOSLÁVIA
BULGÁRIA
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Tirana Ancara
Baleares Sardenha ALBÂNIA TURQUIA
M a r GRÉCIA
EN S
M
e Sicília
d Atenas
i
E U
t
e r Chipre
r â n e o Creta 0 350 km
D E
A Liga das Nações foi proposta pelo presidente dos Estados Unidos,
Woodrow Wilson, juntamente com outras sugestões conhecidas desse pre-
sidente, como Os 14 pontos de Wilson.
M
O
• reformulação das fronteiras italianas;
C IV
• reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos
da Áustria-Hungria;
O S
• restauração da Romênia, da Sérvia e de Montenegro e direito de acesso
HISTÓRIA
ao mar para a Sérvia;
C LU
• reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo do povo da
201
Turquia e abertura permanente dos estreitos que ligam o Mar Negro ao
O C
Mar Mediterrâneo;
N X
• independência da Polônia;
SI E
• criação da Liga das Nações ou Sociedade das Nações.
Conclusão
O
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), também chamada
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
EN S
Além disso, o mundo começou a se dividir ideologicamente: de Woodrow Wilson, presidente dos
Estados Unidos que propôs a
um lado, nascia a União Soviética – um país socialista em expansão, que criação da Liga das Nações
em 1919.
rapidamente se tornaria uma potência – e, de outro, estavam os países ca-
pitalistas.
As enormes baixas humanas, a crise econômica e política gerada pela
guerra, as humilhações impostas à Alemanha e as dívidas contraídas por
ingleses e franceses tornaram a Europa uma região extremamente instá-
vel. Essa situação se agravou ainda mais a partir de 1929, com a crise do
capitalismo mundial e com a expansão dos ideais socialistas, preparando
as condições que favoreceriam a Segunda Guerra Mundial.
Exercícios de aplicação
1. O texto trata da corrida 1. Enem
imperialista e da busca por
territórios coloniais, o que
intensificou as disputas en- Três décadas – de 1884 a 1914 – separam o século XIX – que ter-
tre as nações.
minou com a corrida dos países europeus para a África e com o
O
surgimento dos movimentos de unificação nacional na Europa
C IV
– do século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É
o período do imperialismo, da quietude estagnante na Europa e
CAPÍTULO 4
O S
ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo:
C LU
Companhia das Letras, 2012.
202
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que
O C
a. difundiu as teorias socialistas.
N X
b. acirrou as disputas territoriais.
SI E c. superou as crises econômicas.
d. multiplicou os conflitos religiosos.
O
e. conteve os sentimentos xenófobos.
2. O revanchismo francês, um dos principais fatores responsáveis pela Primeira Guerra Mundial, ocor-
EN S
2. Em 1871, a Unificação
Alemã se completou, após a reu em razão
E U
b. de a Inglaterra, graças ao seu poderio industrial e bélico, ter ocupado vários mercados consumi-
lácio de Versalhes, à criação
do Segundo Reich pelos ale-
dores da França e, com isso, ter causado prejuízos à indústria francesa.
A LD
mães, na Sala dos Espelhos. c. de a França, ao querer participar da Tríplice Aliança, ter sido impedida pela Inglaterra e pela Ale-
Foram, ainda, submetidos manha, o que a levou a desenvolver um espírito revanchista em relação a esses países e aderir à
à assinatura de um humi-
lhante tratado de paz em
Tríplice Entente.
que se estabeleceu, entre d. da crise dos Bálcãs, que envolveu vários países europeus. A França se propôs a intermediar, a fim
EM IA
outras questões, a entrega de buscar soluções pacíficas, no entanto sua ajuda foi recusada. Diante disso, passou a desenvol-
da Alsácia-Lorena, região
rica em carvão.
ver um espírito revanchista e bélico, que contribuiu para a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
ST ER
tempo, uma corrida armamentista caracterizada pelo estímulo à produção bélica e à modernização dos exércitos.
O
d. A conquista de pontos estratégicos para a defesa das colônias portuguesas na África e na Ásia.
C IV
e. A expansão dos mercados europeus, após a crise dos EUA, com a quebra da Bolsa de Valores de
Nova York.
O S
HISTÓRIA
5. Qual era o contexto vivido pelo Leste Europeu na década anterior à Primeira Guerra Mundial?
C LU
Em 1908, o Império Austro-Húngaro anexou a região da Bósnia-Herzegovina, cobiçada pela Sérvia, que tinha a pretensão
de formar a Grande Sérvia, conglomerando os povos vizinhos de origem sérvia, da região balcânica, em um único Estado.
203
O C
Montenegro e Bulgária lutavam contra o Império Austro-Húngaro e contra o Império Otomano. Enquanto isso, a Rússia
defendia o pan-eslavismo, visando reunir todos os povos eslavos sob sua proteção.
N X
SI E
O
EN S
Exercícios de aplicação
D E
O
b. Como era o cotidiano dos soldados nas trincheiras?
Espera-se que os alunos expliquem as más condições de higiene e o alto nível de stress a que os soldados estavam
C IV
submetidos com a constante ameaça de bombardeios e ataques, havendo cadáveres espalhados, colaborando para a
CAPÍTULO 4
O S
proliferação de animais e de doenças. Os abrigos não eram confortáveis e a alimentação era precária.
C LU
204
O C
N X
c. Como o texto descreve a condição dos soldados que voltavam da guerra após vivenciar a realida-
SI E
O de dessa fase?
Espera-se que os alunos expliquem que o texto relata que os soldados, retornando da frente de guerra, chegavam
2. Explique por que o ano de 1917 determinou o fim da Primeira Guerra Mundial.
A LD
Porque, nesse ano, a Rússia se retirou da guerra por questões internas, que culminaram na Revolução Russa. Os EUA
entraram com armas, munições e soldados em grande quantidade, decidindo a guerra para a Entente.
EM IA
ST ER
3. Entre as principais dis- 3. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes ocupou-se, principalmente,
posições do Tratado de
SI AT
Versalhes de 1919, estavam: a. da criação de uma organização internacional destinada a garantir a paz: a sociedade das nações.
devolução da Alsácia-Lorena b. dos problemas ligados ao reconhecimento do novo Estado, surgido da Revolução Bolchevique.
à França; cessão de territó-
rios para o restabelecimento c. da regulamentação da paz com a Alemanha, incluindo cessão de territórios, indenizações e de-
M
COLEÇÃO PARTICULAR
EUA.
Essa imagem retrata o momento do assassinato de um futuro imperador eu-
ropeu e de sua esposa, em desfile pelas ruas de Sarajevo. Esse episódio ocor-
reu em meio a uma séria crise que se alastrava na Europa e que levaria a uma
guerra. O futuro imperador morto, a crise e a guerra são, respectivamente,
a. Guilherme, da Alemanha, crise do Marrocos e Guerra da Crimeia.
O
b. Francisco, do Império Austro-Húngaro, crise das nacionalidades e Guerra
da Argélia.
C IV
c. Francisco Ferdinando, da Alemanha, crise armamentista e Primeira Guerra
Mundial.
O S
HISTÓRIA
d. Nicolau, da Rússia, crise dos Bálcãs e Guerra Franco-Prussiana.
C LU
e. Francisco Ferdinando, do Império Austro-Húngaro, crise dos Bálcãs e Pri-
meira Guerra Mundial.
205
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOC
6. Observe o cartaz ao lado, produzido pela Marinha dos Estados Unidos entre
O C
os anos de 1916 e 1918, que diz “Ele está mantendo o mundo seguro pela
N X
democracia. Aliste-se e ajude-o”. Depois, responda às perguntas.
a. Por que a marinha precisava de soldados alistados?
SI E
Para compor seu contingente de guerra na Primeira Guerra Mundial.
O
b. Qual foi o motivo da entrada dos Estados Unidos na guerra?
EN S
c. Por que podemos afirmar que a entrada dos Estados Unidos foi decisiva para a guerra?
A LD
A entrada dos Estados Unidos foi decisiva, pois houve, na França, o desembarque de um efetivo militar bem armado,
d. Qual foi o principal benefício para os Estados Unidos com o fim da guerra?
Espera-se que os alunos compreendam que o conflito marcou o fim da hegemonia europeia e a ascensão de novas
ST ER
7. Findada a Primeira Guerra Mundial, muitas transformações ocorreram no mundo, entre elas a for-
mação de vários países na Europa, como Tchecoslováquia, Polônia, Lituânia, Estônia, Letônia, Iugos-
M
lávia e Hungria, que formavam o chamado “cordão sanitário”. A formação desses países, além de
atender às nacionalidades, atendia também
a. à péssima situação de saúde das suas populações, em razão das condições sanitárias deixadas
pela destruição provocada pela guerra.
b. às necessidades de limpar os detritos deixados pela guerra e, dessa forma, realizar uma verda- 7. Países como Tchecoslo-
váquia, Polônia, Lituânia,
deira operação sanitária em seus territórios.
Letônia, Estônia e Finlândia
c. à necessidade de segurança dos países capitalistas da Europa Ocidental, isolando a URSS por formavam, no fim da Pri-
meira Guerra, um “cordão
meio de Estados-tampões. sanitário” para isolar a URSS
d. aos setores anticomunistas da Europa Ocidental, por denegrir a imagem da União Soviética. e proteger a Europa capita-
lista da expansão bolchevis-
e. aos seus órgãos de saúde e sanitarismo, no intuito de melhorar as condições de habitação e ta, considerada um grande
perigo para a humanidade e
saúde prejudicadas pela guerra.
para a democracia.
O
poder político. Assim, para
b. Acirramento das rivalidades entre as nações, permeado pelo crescimento do nacionalismo. demarcar seu poder política
C IV
c. Expansão do mundo árabe-islâmico, em busca da difusão do sentimento religioso aliado ao e economicamente, os paí-
nacionalismo. ses europeus iniciaram uma
forte campanha nacionalis-
CAPÍTULO 4
O S
d. Formação de países europeus, como França, Espanha e Portugal. ta, o que levou ao acirramen-
e. Divisão da África entre países europeus e americanos, que estabeleceram importantes colônias to das rivalidades entre eles.
C LU
para o fornecimento de matéria-prima.
2. Complete a frase.
206
O C
O revanchismo francês teve origem na derrota da França na ocasião da Guerra Franco-Prussiana ,
fundamental para a unificação alemã.
N X
SI E
Módulos 13 e 14
O
3. A instituição proposta pelo presidente dos Estados Unidos ao final da Primeira Guerra Mun-
dial, que previa a união de países para a preservação da paz mundial, foi denominada
EN S
4. Associe as etapas da Primeira Guerra Mundial, apresentadas na coluna A, com os fatos estratégicos
D E
Coluna A Coluna B
01. Primeira etapa (1914) Movimentação de grandes exércitos em equilíbrio
1
de forças
02. Segunda etapa (1915-1916)
EM IA
2 Guerra de trincheiras
03. Terceira etapa (1917-1918)
ST ER
5. A Primeira Guerra Mundial teve como principais consequências a 5. O conflito marcou o fim
a. divisão da China em nacionalista e comunista e a expansão da economia coreana no Oriente. da hegemonia europeia. As
antigas potências saíram
b. unificação da Itália e da Alemanha e a criação do Pacto de Varsóvia.
endividadas com os Estados
c. divisão do Ocidente em áreas de regimes totalitários e democráticos e o surgimento do bloco Unidos, e o mundo assistiu
terceiro-mundista na África. ao nascimento de novas
d. implantação de governos pró-soviéticos na América Latina e a perda da influência americana potências, como os Estados
na Ásia. Unidos, a URSS e o Japão.
O
C IV
O S
HISTÓRIA
C LU
Desfecho e
Antecedentes Conflito: 1914-1918
consequências
207
O C
N X
SI E
Imperialismo
O Guerra de
movimento
Tratado de
Versalhes
EN S
E U
Disputas Fim da
territoriais Cotidiano nas
hegemonia
trincheiras
EM IA
europeia e
ascensão
de novas
ST ER
Saída da Rússia
5 REVOLUÇÃO RUSSA
O
C IV
OBJETIVO DO GRUPO
O S
• Identificar as
HISTÓRIA
especificidades e
C LU
os desdobramentos
mundiais da Revolução
Russa e seu significado
208
O C
histórico.
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
ANTECEDENTES E FATORES
O
C IV
O S
HISTÓRIA
C LU
209
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
ANDREY KOTURANOV/DREAMSTIME
M
O
conflito ideológico que moldou a história terada. Nessa época, a maior parte da população vivia no campo.
da segunda metade do século XX e que
C IV
ainda tem reflexos no século XXI. Diante desse cenário, muitos camponeses se dirigiram para as cidades à
procura de emprego nas fábricas, mas acabaram compondo a massa de de-
CAPÍTULO 5
O S
sempregados nos centros urbanos, o que rebaixava ainda mais os salários,
YAROSLAFF/SHUTTERSTOCK
C LU
Além disso, Alexandre II incentivou a entrada de investimentos externos,
que possibilitaram a implantação de um parque industrial. Entretanto, a
210
O C
sociedade russa apresentava vestígios feudais, em especial os privilégios
da nobreza de terra que compunha o alto clero, o alto comando militar e o
N X
alto escalão burocrático do Estado.
SI E Com a industrialização, surgiram no país a burguesia e o operariado, ele-
mentos modernos que contrastavam com a paisagem social russa, predo-
O
minantemente agrária.
EN S
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
para o modelo político vigente.
O Partido Socialista Revolucionário, por exemplo,
O
agrupava várias correntes políticas de oposição ao
regime czarista; o Partido Operário Socialista-Demo-
C IV
crático Russo era de tendência marxista; e o Partido
Constitucional Democrata – o Kadett – era compos-
O S
HISTÓRIA
to pela burguesia liberal, que defendia a monarquia
C LU
constitucional parlamentarista nos moldes da Euro-
pa Ocidental.
211
O C
Entre esses partidos, destacou-se o Partido Ope-
rário Socialista-Democrático Russo, que, após sua
N X
dissolução na Rússia e a expulsão de seus líderes,
SI E
reorganizou-se no exterior e continuou a criticar, do
exílio, o regime absolutista dos Romanov.
O
Em 1903, no II Congresso do Partido Social De-
EN S
“ENSAIO GERAL”
Guerra Russo-Japonesa e Revolução de 1905
Em 1904, a Rússia entrou em guerra contra o Japão, disputando o domínio
sobre a Coreia e parte da Manchúria. O czar Nicolau II esperava, ao derrotar
o Japão, ampliar o vasto controle russo sobre o Oriente. No mapa a seguir, é
possível visualizar a área em conflito.
O
C IV
Áreas de conflito na Guerra Russo-Japonesa
ALL MAPS
130° L
CAPÍTULO 5
O S
Sacalina
RÚSSIA
C LU
MONGÓLIA las
212
Manchúria ri
Ku
O C
as
Ilh
N X
Manchúria do Sul
SI E
O Península
Liaodong 40° N
Port Arthur
COREIA
EN S
JAPÃO OCEANO
PACÍFICO
E U
CHINA
D E
A LD
yu
uk
Ry
as
Ilh
EM IA
Vitórias do Japão em
Taiwan áreas disputadas com
(Formosa) 0 380 km a Rússia (1904-1905)
ST ER
SI AT
NOTA
Uma cidade de muitos
nomes
São Petersburgo já teve seu
nome alterado algumas vezes.
Em 1914, ela passou a se cha-
mar Petrogrado e, mais tarde,
em 1924, Leningrado. Desde
1991, a cidade voltou a ser
O
denominada São Petersbur-
go e é, atualmente, a segun-
C IV
da maior cidade da Rússia.
Além de ter sido palco e fazer
O S
parte da história da dinastia
HISTÓRIA
Romanov e da Revolução Rus-
C LU
sa, o antigo Palácio de Inverno
abriga um dos maiores mu-
seus do mundo, o Hermitage.
213
O C
ALENA SOBALEVA/DREAMSTIME
N X
SI E
O
EN S
MARCORUBINO/DREAMSTIME
D E
A LD
EM IA
com o Japão, em setembro de 1905, reconhecendo a derrota russa. Para saber mais sobre a
história de Nicolau II, aces-
Numa tentativa de acalmar os ânimos internos, Nicolau II promulgou o se: <coc.pear.sn/Dt6QiB7>.
Manifesto de Outubro, no qual se comprometia a instaurar uma assembleia
– Duma – e uma constituição, estabelecendo a monarquia constitucional
parlamentarista. Contudo, as promessas não saíram do papel: o czar con-
tinuou a governar com poderes absolutos e a reprimir violentamente as
revoltas populares.
Explicar aos alunos o que foi o Domingo
Os socialistas passaram a estimular a formação de sovietes – conselhos Sangrento e de que modo ele contribuiu
para a formação dos chamados sovietes.
constituídos por operários, soldados e camponeses – em várias cidades do Se possível, projetar um trecho do filme
país, organizando lutas contra o governo. O Encouraçado Potemkim, para que eles
possam assistir à interpretação desse episódio da revolução, produzido pelo ci-
neasta Sergei Eisenstein, em 1925, além de ampliar o repertório relacionado a
esse assunto.
O
gregoriano” (instituído pelo
papa Gregório XIII, em 1502).
A diferença entre esses calen- O clima de instabilidade política e social prolongou-se até a Primeira
C IV
dários era de 13 dias. Assim, Guerra Mundial, quando, finalmente, teve seu desfecho. Participando do
a Revolução Russa, iniciada
conflito mundial (1914-1918), ao lado da Entente, os russos viram a ocu-
CAPÍTULO 5
O S
em 23 de fevereiro (de acor-
do com o calendário juliano), pação de boa parte de seu território pelos alemães e o aniquilamento de
C LU
seria a Revolução de 8 março seu exército.
(segundo o calendário grego-
riano ou ocidental). Com isso, A situação econômica se tornou cada vez mais precária: falta de alimen-
214
O C
tos, meios de transporte em colapso, a fome e a inflação castigavam o povo
que teve início no final de ou-
e, na linha de frente, na guerra, os soldados passavam fome e frio.
N X
tubro, segundo o calendário
adotado pelos russos à época, As manifestações populares só aumentavam e as repressões se tornavam
SI E
ocorreu no início de novembro,
de acordo com o calendário cada vez mais violentas. Soldados, que também passavam por necessida-
ocidental. A Rússia adotou o des, aos poucos aderiam às causas populares e recusavam-se a reprimir as
O
calendário gregoriano apenas
manifestações.
em 1918, quando já se encon-
EN S
trava sob a égide do regime Nas fábricas, operários faziam greves e, no front (linha de frente de com-
comunista.
bate), soldados desesperados desertavam.
E U
A LD
O
C IV
O S
HISTÓRIA
Aquarela de Ivan Alexeyevich Vladimirov representando soldados
queimando pinturas do Palácio de Inverno, em Petrogrado, durante a
C LU
Revolução Russa, em 1917. Greve no primeiro dia da Revolução de Fevereiro, em Petrogrado, 1917
215
Sobre a queda do governo imperial
O C
russo, Eric Hobsbawm explica: “Na ver-
dade, o governo do czar desmoronou
Beneficiado pela anistia concedida pelo governo provisório e com a ajuda
N X
quando uma manifestação de ope-
da Alemanha – que planejava se livrar do front oriental da Primeira Guer- rárias (no habitual ‘Dia da Mulher’ do
SI E
O ra Mundial –, Lenin retornou à Rússia depois de vários anos de exílio, por
fazer oposição ao czarismo.
movimento socialista – 8 de março) se
combinou com um lock out industrial
na notoriamente militante metalúrgica
Putilov e produziu uma greve geral e a
O líder dos bolcheviques publicou as "Teses de abril" em As tarefas do pro- invasão do centro da capital, do outro
lado do rio gelado, basicamente para
letariado na presente Revolução, defendendo a paz imediata com a Alema-
EN S
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
M
Oficiais do exército russo jurando fidelidade à Revolução de Outubro, em 1917, Lenin conversando com os trabalhadores da metalúrgica Putilov, em
em Petrogrado. Muitos deles haviam, antes, apoiado o governo provisório. fevereiro de 1917. A greve desses trabalhadores colaborou para o
desenrolar do processo revolucionário russo.
DESDOBRAMENTOS
Guerra Civil (1918-1921)
Durante o governo de Lenin, os liberais e os partidários do czar não
aprovaram as reformas promovidas pelos bolcheviques e fizeram uso
de armas, apoiados por países capitalistas – Inglaterra, França e Japão,
entre outros –, receosos de uma possível expansão da revolução socia-
O
lista pelo mundo.
C IV
Teve início, assim, uma guerra civil entre os bolcheviques – conhecidos
como os “vermelhos”, por causa da Guarda Vermelha – e a oposição, conhe-
CAPÍTULO 5
O S
cida como os russos “brancos”.
C LU
Lutando contra os exércitos estrangeiros, os bolcheviques se apoiavam
no Exército Vermelho, organizado e conduzido por Trotski, que chegou a
216
O C
Durante esse período, Lenin implantou o comunismo de guerra, no qual
N X
o governo controlou a economia do país com a centralização da produção e
SI E
O a eliminação da economia de mercado.
Terminada a guerra civil, em 1921 – pouco mais de dois anos após o fim
da Primeira Guerra Mundial –, a Rússia estava arrasada pelos longos e in-
tensos combates dentro e fora do país; a agricultura, o comércio e a in-
EN S
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
PARA IR ALÉM
M
Cordão sanitário
Com o fim da Primeira Guer-
ra, no campo externo, as na-
ções europeias capitalistas
criaram vários países ao lon-
go da fronteira russa para
barrar a expansão socialista.
Esses países, denominados
“países-tampão”, ficaram
conhecidos como “cordão
sanitário” e isolaram a Rús-
sia no continente. Russos acampados durante um intenso período de fome, ocasionado pelos efeitos da Primeira
Guerra Mundial, pela guerra civil e pelas secas, que causaram o fracasso das colheitas.
Muitos foram os desdobramentos e as consequências da Revolução Russa, em nível local, regional e mundial. A criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéti-
cas e a ascensão de Stalin também definiram questões políticas e econômicas ao longo do século XX. O totalitarismo pelo qual o governo de Stalin se caracterizou
ainda será objeto de estudo. Neste módulo, porém, pretende-se uma introdução para que, posteriormente, os alunos possam relacionar o que será estudado com
o processo revolucionário russo.
O
elementos capitalistas, Lenin adotou um
planejamento estatal e permitiu a liber-
C IV
dade de comércio e de salários, estimu-
lou a manufatura privada e reservou ao
O S
HISTÓRIA
Estado o controle sobre as indústrias de
C LU
base, do setor elétrico e da saúde, sobre
a educação, o comércio exterior e o siste-
217
ma bancário.
O C
Lenin adotou também a política de er-
N X
radicação do analfabetismo no país. Seu
SI E
projeto era fortalecer a economia para,
depois, expandir a socialização, em que
O
coexistiriam o capitalismo privado e o
capitalismo de Estado, como transição
EN S
para o socialismo.
E U
Josef Stalin
O
Para se consolidar no poder, Stalin eliminou toda a oposição ou quem lhe pu-
C IV
desse ameaçar, perseguindo até mesmo os antigos companheiros de Lenin.
Ele instaurou, em abril de 1933, os Processos de Moscou, que propagaram
CAPÍTULO 5
O S
o terror na URSS, eliminando adversários políticos, desde intelectuais até
C LU
jornalistas. Substituiu a NEP (Nova Política Econômica) pelos Planos Quin-
quenais, que estabeleciam as metas da economia russa em médio prazo,
218
O C
ção resultou em números positivos e proporcionou que mais planos fossem
N X
desenvolvidos, desta vez para impulsionar a indústria nacional. No campo,
SI E a coletivização foi adotada de forma parcial, levando a URSS a se tornar
uma potência. No aspecto político, Stalin controlava firmemente o Partido
Comunista, sendo que setores políticos e de intelectuais só tinham espaço
O
se concordassem com as ideologias stalinistas.
EN S
E U
Memória apagada
Em 1924, após a morte de Lenin, principal líder da Revolução Bolchevique de
1917, Leon Trotski e Josef Stalin passaram a dividir a influência sobre o Partido
EM IA
rival. Numa das imagens mais famosas da Revolução, Lenin discursa em frente
ao Teatro Bolshoi, em 1920, durante a Guerra Civil Russa. Repare que Trotski, que
aparece acima nos degraus do palanque, desapareceu.
SI AT
O fantasma da Revolução
Defensor da “internacionalização” da Revolução Comunista, Trotski (batendo
continência na foto) era uma pedra na bota de Stalin, que pretendia consolidar o
M
HISTÓRIA
C LU
219
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
Lenin discursa para as tropas russas durante a Guerra Civil. Na escada, em primeiro plano, podemos ver Trotski.
Exercícios de aplicação
1. Leia o texto.
O
iriam, mais cedo ou mais tarde, projetá-la mundialmente. As minas e as manufa-
C IV
turas criadas pelos czares do século XVIII, tendo senhores ou mercadores feudais
como empregadores e servos como operários, estavam declinando lentamente.
CAPÍTULO 5
O S
começaram a apresentar uma expansão realmente digna de nota a partir de 1860.
C LU
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1994. p. 199.
220
O C
Organizem-se em grupos e conversem sobre as ideias que o autor coloca em seu texto a respeito da
industrialização russa. Em seguida, redijam um comentário, expondo suas conclusões.
N X
Resposta pessoal.
SI E Auxiliar os alunos na análise do texto de Eric Hobsbawm, levando-os a refletir sobre a Rússia pré-revolução. É importante
que eles percebam o “atraso” econômico, político e social existente na Rússia pré-revolucionária, sobretudo quando com-
O
parada com países como Inglaterra, França e Alemanha, em fins do século XIX e início do século XX. Embora o potencial do
EN S
país fosse muito grande, ele era explorado de maneira ineficiente pelo czarismo.
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
O
C IV
O quadro descrito no texto conduziu à
a. crescente insatisfação da burguesia russa em relação ao governo do czar.
O S
b. entrada da Rússia na Grande Guerra.
HISTÓRIA
c. rebelião boxer na China, em 1900.
C LU
d. Segunda Guerra Mundial, em 1939.
e. Revolução Russa, em 1917.
221
O C
4. Qual era a posição defendida por Leon Trotski na Revolução Russa?
N X
Leon Trotski defendia a ditadura do proletariado e a revolução permanente.
SI E
O
Módulo 16 | "Ensaio geral"
EN S
Exercícios de aplicação
E U
1.
D E
fidelidade ao governo, a fim de pedir ao imperador melhores condições de vida e de trabalho. Embora fosse uma
manifestação pacífica, o czar Nicolau II mandou seus soldados atirarem contra a multidão, fato que ficou conhecido
EM IA
O
Exercícios propostos
C IV
3. Qual foi a consequência da Guerra Russo-Japonesa para os russos em 1904?
CAPÍTULO 5
O S
O fracasso militar russo na Guerra Russo-Japonesa enfraqueceu o czar, pois potencializou as críticas das forças políticas
C LU
de oposição ao governo czarista.
222
O C
N X
SI E
4. A repressão do Domingo
O
4. O filme O Encouraçado Potemkin retratou um episódio importante da história da Rússia. Ele narrava
Sangrento foi o estopim de
uma série de revoltas, tanto
a. uma passeata pacífica, na qual os manifestantes, enquanto caminhavam, entoavam canções re-
ligiosas e o hino de fidelidade ao governo.
EN S
mais célebres foi a Revolta c. uma revolta de marinheiros após a violenta repressão do czar contra manifestantes no episódio
dos Marinheiros do Encou- conhecido como Domingo Sangrento.
raçado Potemkin.
D E
e. a mudança de nome da cidade de São Petesburgo, que passou a ser denominada Petrogrado.
Exercícios de aplicação
ST ER
1. Qual é a relação estabelecida entre a Primeira Guerra Mundial e o ápice do processo revolucionário
em 1917?
SI AT
Participando do conflito mundial (1914-1918), ao lado da Entente, os russos viram a ocupação de boa parte de seu território
pelos alemães e o aniquilamento de seu exército. A situação econômica e social se tornou cada vez mais precária (falta
M
de alimentos, meios de transporte em colapso, fome e inflação que castigavam o povo e, na linha de frente, na guerra, o
sofrimento dos soldados passando fome e frio), o que aumentou as manifestações populares, assim como as repressões.
Esse cenário culminou na tomada do poder pelos mencheviques, em março de 1917 (fevereiro, pelo calendário russo).
O
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
d. A palavra é “Paz”, pois reivindicava que a Rússia se retirasse imediatamente da guerra, para livrar
C IV
sua população do sofrimento e iniciar uma nova ordem socialista.
e. A palavra é “pão”, pois reivindicava que a Rússia se retirasse da guerra para cessar o desabasteci-
O S
mento que ocorreu no país após a invasão alemã.
HISTÓRIA
C LU
Exercícios propostos
223
O C
3. Unicentro-PR
3. Em março de 1917 (feve-
N X
Após a tomada do poder, os bolcheviques enfrentaram diversos problemas, principalmente o pró- reiro pelo calendário rus-
prio atraso político, econômico e social do país, já que, até 1917, ainda existia uma monarquia abso- so), o Palácio do Governo
SI E
lutista na Rússia. Assinale a alternativa correta sobre tal contexto histórico.
a. O Partido Bolchevique era liderado por Vladimir Lenin, representante da burguesia.
O foi tomado por um golpe
de Estado liderado pelos
mencheviques, obrigando
b. O czar Nicolau II, último imperador da Rússia, apoiou o movimento operário. o czar a renunciar ao trono.
Formou-se um governo pro-
c. O final do processo revolucionário deu origem à União Soviética, que durou até 1944. visório sob o comando de
EN S
d. A Revolução de Fevereiro derrubou o czar Nicolau II e instalou um governo provisório. Kerenski, líder menchevique,
e. A Revolução de Outubro derrubou Vladimir Lenin e impôs um governo socialista. que contou com o apoio da
E U
burguesia russa.
4. Descreva as oposições que o governo provisório enfrentou e os motivos que o levaram a isso.
D E
O governo provisório enfrentou oposições, pois não resolveu dois problemas que atingiam o povo. Ele manteve o país em
A LD
guerra – o que interessava à burguesia – e não distribuiu terras aos camponeses. Enquanto isso, os sovietes continuavam
a exercer grande influência política nas várias cidades, chegando, em alguns casos, a desrespeitar as decisões do governo
Exercícios de aplicação
1. Durante o governo de Lenin, ocorreu uma guerra civil. Quais foram os motivos que levaram a ela e
quais grupos se enfrentaram?
Os liberais e os partidários do czar não aprovaram as reformas promovidas pelos bolcheviques e fizeram uso de armas,
apoiados por países capitalistas receosos de uma possível expansão da revolução socialista pelo mundo. Iniciou-se, assim,
O
uma guerra civil entre os bolcheviques – conhecidos como “vermelhos”, em razão da Guarda Vermelha – e a oposição,
C IV
CAPÍTULO 5
O S
C LU
224
O C
N X
2. A Nova Política Econômica 2. Em seu governo, Lenin adotou um planejamento estatal e permitiu a liberdade de comércio e
SI E
(NEP) foi adotada por Lenin,
com o intuito de proceder
a uma reconstrução econô-
O
de salários, além estimular a manufatura privada e reservar ao Estado o controle sobre as in-
dústrias de base, do setor elétrico e da saúde, sobre a educação, o comércio exterior e o sistema
mica. bancário.
Esse planejamento é denominado
EN S
b. fotomanipulação.
c. política das alianças.
D E
Exercícios propostos
EM IA
3. Lenin implantou o comu- 3. O comunismo de guerra adotado por Lenin caracterizava-se pelo(a)
nismo de guerra, no qual o
a. liberalismo econômico e continuidade da Rússia na Primeira Guerra.
ST ER
empresariado.
e. centralização da produção nas mãos do Estado, porém com incentivo à economia de mercado.
M
4. Após a morte de Lenin, Stalin e Trotski disputaram o poder. Caracterize essa disputa, mencionando
o contexto ideológico de cada um deles.
A disputa envolvia pontos de vista opostos quanto aos rumos da revolução socialista: Stalin defendia a consolidação interna
do socialismo, que seria expandido depois, e Trotski defendia a tese da revolução permanente, isto é, dar continuidade
imediata ao processo revolucionário pela Europa, o que contava com a simpatia dos operários franceses e ingleses.
O
X correta. incorreta.
C IV
2. Ligue o grupo às ideias que ele defendia.
O S
HISTÓRIA
Mencheviques Bolcheviques
C LU
225
O C
Defendiam que a revolução Defendiam a implantação do
Liderados por socialista deveria ser Liderados por socialismo por meio da luta
N X
Lenin instalada após uma revolução Martov armada e de uma revolução
SI E
O democrático-burguesa. proletária.
Módulo 16
EN S
3. Complete a frase.
E U
cimento decorrente do conflito, levou a uma manifestação popular na qual, ao se dirigir ao Pa-
A LD
lácio de Inverno, uma multidão foi fuzilada a mando do czar. Esse fato ficou conhecido como
Domingo Sangrento .
EM IA
Módulo 17
4. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir.
ST ER
V O golpe de Estado foi dado pelos mencheviques, que assumiram um governo provisório.
V Uma das principais questões que envolviam os debates na Rússia era sua saída da Primeira
Guerra Mundial.
M
V
“Paz, terra e pão” foi uma frase célebre que envolvia as demandas populares, respectivamente, a
saída da guerra, a expropriação de terras e o fim da fome na Rússia.
Módulo 18
5. A Nova Política Econômica
X estimulou a manufatura privada.
permitiu a junção do sistema capitalista ao socialismo implantado na nascente União das Repú-
blicas Socialistas Soviéticas.
X permitiu a liberdade de comércio e de salários.
O
C IV
CAPÍTULO 5
O S
C LU
Processo Guerra
Antecedentes Desdobramentos
revolucionário Russo-Japonesa
226
O C
N X
Criação da
SI E
Más condições
O
Domingo Governo
União das
Repúblicas
de vida Sangrento provisório Socialistas
Soviéticas
EN S
(URSS)
E U
D E
Revoltas Mencheviques
A LD
Tratado de Paz
EM IA
de Outubro:
Surgimento
bolcheviques
de dois grupos
no poder
no Partido Morte de
SI AT
Operário Lenin
Socialista-
-Democrático
M
Guerra Civil
Mencheviques
(Martov) Disputa de
poder: Trotski ×
Stalin
Bolcheviques
(Lenin)
OPOSIÇÃO
3
O
C IV
O S
C LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
minha convivência mais estreita ora com um, ora com outro.
A consciência nos incita a agir para sair da imobilidade, mas tam-
bém a só agir por uma finalidade capaz de nos satisfazer plena-
SI AT
ela acresce o que somos, nos permite brilhar no mundo para além
dos limites do corpo e nos dá uma espécie de posse espiritual do
Universo – e imperfeição – visto que, ao mesmo tempo, ela é feita
de idgnorância, de erro e de desejo. A consciência é uma transição
entre a vida do corpo e a vida do espírito. É um perigo, visto que
pode ser ultrapassado por ela. É uma interrogação perpétua, uma
hesitação que não para de nos dar insegurança em nossa vida
cotidiana; e, no entanto, é uma luz que nos guia para a segurança
de uma vida sobrenatural.”
Louis Lavelle
O
LÍNGUA MATEMÁTICA
C IV
PORTUGUESA
Segmentos
Variação linguística, proporcionais,
O S
crase, regência nominal, semelhança de
complemento nominal, triângulos e
C LU
gênero palestra e teorema de Tales
produção de texto
CS HI LP CS HI
EDUCAÇÃO FÍSICA
O C
FÍSICA
Vetores e leis de Newton
N X
Condicionamento físico
SI E
HI
O
BI MA QI HI
EN S
E U
Oposição
CS HI MA LP MA BI HI
EM IA
ST ER
CIÊNCIAS
SOCIAIS BIOLOGIA
SI AT
AR GEOGRAFIA HISTÓRIA
LP GE HI
Europa: economia,
Crise do capitalismo,
industrialização e
entreguerras e regimes
desenvolvimento
totalitários
tecnológico
HI CS LP LP AR GE
PÁG.
E U
192 CAPÍTULO 6
Crise do capitalismo
D E
RIA
A LD
202 CAPÍTULO 7
Período entreguerras e ascensão de
regimes totalitários
EM IA
ST ER
SI AT
M
6 CRISE DO
CAPITALISMO
O
C IV
OBJETIVOS DO GRUPO
Módulos 19 e 20
O S
HISTÓRIA
• Identificar e relacionar
as dinâmicas do
C LU
capitalismo e suas
crises, os grandes
GRANDE DEPRESSÃO
A
conflitos mundiais e os pós a Primeira Guerra Mundial, em 1919,
192
O C
vivenciados na Europa.
a Europa sofria com as consequências do
• Analisar a crise
N X
capitalista de 1929 e
conflito: além de destruída em grande
seus desdobramentos
SI E parte, também estava economicamente devasta-
em relação à economia da e endividada, em razão dos empréstimos que
global.
havia contraído com os Estados Unidos da Amé-
O
rica para sua reconstrução.
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
HERE/SHUTTERSTOCK
HISTÓRIA
C LU
193
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
Fila de pessoas em busca de comida durante a Grande Depressão em frente a um outdoor com o slogan: “O mais alto padrão
mundial de vida”. Foto de Margaret Bourke White, em Louisville, no estado de Kentucky, em 1o de fevereiro de 1937.
Indústria estadunidense
PARA IR ALÉM
Após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos saíram do conflito
O
O fordismo incorporou como uma grande potência. Além de se tornar credora dos países europeus,
técnicas de outro processo
a indústria norte-americana produzia a todo vapor e exportava produtos
C IV
de produção, denominado
taylorismo, desenvolvido para os países europeus, já que a guerra havia prejudicado sua produção
CAPÍTULO 6
O S
industrial interna.
No taylorismo, objetivava-se
No início do século XX, Henry Ford implantou no país as linhas de
C LU
o aumento da produtividade
por meio da especialização montagem em indústrias automobilísticas. Uma de suas principais
do trabalho. Não era ne-
características era a otimização da produção. Para tanto, o produto
194
O C
soubesse realizar todas as deslocava-se no interior da indústria, passando por cada etapa da pro-
etapas da produção, mas sim
dução, em que atuavam trabalhadores com uma função determinada,
N X
que desempenhasse deter-
minada função, orientada até ficar pronto. Esse processo ficou conhecido como fordismo. O es-
SI E
por um superior, que tinha o
conhecimento e controlava
tabelecimento das linhas de montagem aumentou significativamente
a produção.
O
todo o processo produtivo.
O sucesso da indústria automobilística e de outros bens de consumo
EN S
A indústria automobilística é
difundiu-se amplamente nos Estados Unidos. Além dos automóveis,
A LD
BETTMANN/GETTY IMAGES
possibilitou o uso de novas
EM IA
EXPLORE MAIS
Filme Tempos modernos
M
MDOGAN/SHUTTERSTOCK
Embora a produção industrial fosse extremamente alta, os salários não
acompanhavam o ritmo da produção. Aos poucos, a Europa foi se recupe-
rando e passou a importar cada vez menos. Houve, assim, uma diminuição
do consumo de produtos dos Estados Unidos.
Além disso, houve o aumento da compra de ações na Bolsa de Valores de
Nova York. Ao comprar ações das empresas em vez de consumir, o público
O
reduziu o consumo, dando origem a uma superprodução.
Os primeiros a sentirem o efeito desse cenário foram os trabalhadores: o
C IV
desemprego e a pobreza aumentaram. A concentração de renda nos Esta-
dos Unidos também não ajudava. Na década de 1920, pouco mais de 10% da
O S
HISTÓRIA
população detinha quase 90% da renda nacional.
C LU
Os trabalhadores, liderados por sindicalistas e anarquistas, na maioria
imigrantes, realizavam manifestações e greves contra a crise e o desem-
195
Escultura de George Segal no
prego. O Estado reagiu prontamente ao lado do capital, reprimindo violen-
O C
Memorial Franklin D. Roosevelt
representando a “fila do pão”
tamente as manifestações e prendendo líderes sindicais. durante a Grande Depressão.
N X
À medida que o desemprego aumentava, tornava-se cada vez menor a ca-
SI E
pacidade de consumo; entretanto, ainda assim, as indústrias continuavam
produzindo.
O
Paralelamente, a agricultura, cada vez mais mecanizada, crescia em ritmo
EN S
acelerado, porém o aumento da produção agrícola resultava na diminuição Retomar com os alunos o conteúdo
do preço de venda dos produtos, os celeiros ficavam abarrotados e os fazen- da Primeira Guerra Mundial, estuda-
E U
EM IA
ST ER
SI AT
M
O
No dia 24 de outubro de 1929, um grande volume de ações não encontrou
compradores, pois, dias antes, já circulavam rumores sobre a queda. De
C IV
repente, ações que valiam até então dezenas de dólares não passavam de
papéis sem valor. Seguiram-se dias tensos. Pessoas viram sua fortuna eva-
CAPÍTULO 6
O S
porar da noite para o dia, como mágica. Bancos e empresas faliram; havia
C LU
mais de 15 milhões de desempregados nas ruas.
196
O C
N X
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York mergulhou o mundo capita-
SI E lista em uma profunda depressão econômico-social. Para atenuar a situa-
ção extremamente crítica, os Estados Unidos retiraram os investimentos
O
aplicados no exterior e suspenderam as importações, expandindo a crise
econômica aos quatro cantos do mundo.
EN S
E U
preciso que as cotações subam. De início, o bom andamento dos negócios per-
mite antecipar grandes dividendos [lucros] e, por isso, estimula as trocas de
ações, cujos preços sobem; depois, o mercado perde de vista os dividendos à
medida que a evolução das cotações permite a obtenção de ganhos através de
EM IA
compras e revendas. Foi esse o caso em 1929, quando as tentativas das autori-
dades monetárias de encarecer o crédito elevando a taxa de desconto – política
ST ER
O
para garantir emprego aos trabalhadores.
C IV
O plano de recuperação econômica foi batizado de New Deal, ou Novo
Acordo, visando então conciliar a iniciativa privada e as leis de mercado,
O S
HISTÓRIA
com a intervenção do Estado em alguns setores da economia. Entre as
C LU
principais medidas adotadas, estavam:
• investimentos em obras públicas para geração de empregos, como hi-
197
drelétricas, ferrovias e estradas;
O C
• salário-desemprego;
N X
• proibição do trabalho infantil;
SI E
• compra da produção agrícola pelo governo, com o intuito de manter os
preços estáveis;
O
• empréstimos aos agricultores para saldarem as dívidas com os bancos.
EN S
ST ER
Exercícios de aplicação
1. Explique o que significa a expressão american way of life.
Trata-se do estilo de vida estadunidense no início da década de 1920, pautado no elevado consumo em decorrência do
O
C IV
CAPÍTULO 6
O S
C LU
2. UNESP
198
O C
Em 1929, a Bolsa de Valores de Nova York quebrou. As ações desvalorizaram-se drastica-
N X
mente; os estoques de cereais acumularam-se; os preços dos produtos baixaram; fazendei-
SI E
O ros faliram; grandes indústrias diminuíram fortemente sua produção; médias e pequenas
indústrias fecharam; muitos trabalhadores ficaram desempregados. O Estado, essencial-
mente liberal, não intervinha na produção, e o mercado sozinho não controlava a crise. Para
controlá-la, Franklin Delano Roosevelt, democrata eleito presidente em 1932, lançou um
EN S
programa de reconstrução nacional, o New Deal, cuja meta era promover reformas profun-
das na sociedade norte-americana.
E U
D E
Com base no texto, responda: qual a diferença entre o liberalismo econômico clássico e o New Deal?
Espera-se que os alunos expliquem que o liberalismo econômico pautava-se pela não intervenção do Estado na economia,
A LD
deixando o mercado livre para se autorregular. Com o New Deal, Franklin D. Roosevelt implantou uma política de recupe-
ração da crise, com a intervenção do Estado na economia, contrariando os pressupostos do liberalismo e elaborando um
EM IA
planejamento econômico com base nas ideias de John Maynard Keynes. O plano de recuperação econômica consistia em
investimentos em obras públicas para a geração de empregos, como hidrelétricas, ferrovias e estradas; salário-desemprego;
ST ER
proibição do trabalho infantil; compra da produção agrícola pelo governo, com com o intuito de manter os preços estáveis;
O
nanciar o seguro-desemprego.
C IV
5. A Crise de 1929 afetou todo o mundo capitalista. Quais foram as consequências dessa crise no Brasil
e na Alemanha?
O S
HISTÓRIA
No Brasil, provocou a queda da República Oligárquica cafeeira, a compra e a queima do estoque de café, na tentativa
C LU
de estabilizar os preços desse produto. Na Alemanha, ocorreu a ascensão de Hitler, que impôs um regime ditatorial de
extrema-direita.
199
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
6. A foto ao lado foi produzida em 1936 e tornou-se uma das imagens mais em-
A LD
GRAPHICAARTIS/GETTY IMAGES
blemáticas dos Estados Unidos na década de 1930. Ela mostra uma mãe e
seus filhos numa condição de extrema miséria migrando para a Califórnia em
busca de melhores condições de vida. A condição de pobreza não era inco-
mum à época.
EM IA
A fotografia representa uma situação corriqueira nos Estados Unidos durante a Grande Depres-
são, período de crise após a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. A crise gerou uma onda
SI AT
de desemprego e miséria por todo o país e teve consequências em outros países capitalistas.
M
1. A Crise econômica de 1929 foi determinada, entre outros fatores, pelo(a) 1. Na década de 1920, a in-
dústria estadunidense pro-
a. redução da produção industrial. duzia em larga escala, entre-
b. conscientização do operariado. tanto o consumo (pela falta
O
de meios) não acompanhou
c. descolonização das áreas afro-asiáticas. a produção industrial.
C IV
d. desequilíbrio entre oferta e procura.
e. alta desenfreada dos preços.
CAPÍTULO 6
O S
2. A Crise de 1929 foi de 2. Na década de 1920, houve
C LU
uma superprodução indus-
a. superprodução × subconsumo. trial, contraposta à diminui-
b. pleno emprego. ção do consumo, gerando
200
O C
um período de forte depres-
d. crescimento demográfico × pleno emprego. são econômica.
N X
e. capitalismo × socialismo.
SI E
3. Antes da Crise de 1929, os Estados Unidos viviam um período de prosperidade econômica,
pautado na produção industrial em larga escala. O governo estadunidense não interferia nas
O
questões de mercado, pois adotava uma política econômica denominada
EN S
liberalismo econômico .
E U
4. Foi um plano de recuperação econômica implantado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt, 4. O New Deal, ou Novo
com base nas ideais de John Maynard Keynes: Acordo, foi um plano de
recuperação econômica
D E
Entre as medidas do New Deal, estava o investimento em obras públicas para a geração de
SI AT
V
empregos, como hidrelétricas, ferrovias e estradas.
O New Deal adotou o Welfare State (ou Estado de Bem-Estar Social), que já havia sido adotado
F
M
A Crise de 1929 teve repercussão mundial, favorecendo a ascensão de alguns regimes totali-
V
tários, como o nazismo.
C IV
O S
HISTÓRIA
Prosperidade Empréstimos aos
C LU
econômica países europeus
Pós-Primeira
201
O C
Guerra Mundial
Produção industrial
N X
Fordismo
e agrícola
SI E
O
Recuperação da
Europa
EN S
E U
Salários
D E
insuficientes
A LD
Crise de 1929
Crise de
EM IA
superprodução
ST ER
Desemprego,
falência e fome
Consequências Repercussão
da Crise mundial
Plano de
New Deal recuperação
econômica
7
PERÍODO ENTREGUERRAS
E ASCENSÃO DE REGIMES
TOTALITÁRIOS
O
C IV
OBJETIVOS DO GRUPO
O S
HISTÓRIA
• Identificar e relacionar as
C LU
dinâmicas do capitalismo
e suas crises, os grandes
conflitos mundiais e os
202
vivenciados na Europa.
O C
• Identificar as
especificidades e
N X
os desdobramentos
SI E
mundiais da Revolução
Russa e seu significado
histórico.
O
• Analisar a Crise
capitalista de 1929 e
EN S
seus desdobramentos
em relação à economia
E U
global.
• Descrever e
D E
contextualizar os
processos da emergência
A LD
do fascismo e do
nazismo, a consolidação
dos estados totalitários e
as práticas de extermínio
EM IA
(como o holocausto).
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EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
C IV
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HISTÓRIA
C LU
203
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A LD
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O
Na Europa Ocidental, o endurecimento e o radicalismo político foram a
resposta para enfrentar as crises internas e o avanço das ideias socialistas
C IV
da vizinha União Soviética. É importante lembrar que a Alemanha e a Itá-
lia realizaram unificações tardias, no século XIX, o que facilitou a ascensão
CAPÍTULO 7
O S
dos movimentos fascistas.
C LU
Na Europa Oriental, por sua vez, após a morte de Lenin, Stalin subiu ao
poder e iniciou uma série de perseguições aos inimigos políticos. Conse-
204
O C
guiu eliminar seus adversários por meio de ações de julgamento e execu-
ção nos chamados “Expurgos de Moscou”.
N X
Tanto de um lado quanto de outro, a Crise mundial de 1929 forneceu o
SI E pretexto necessário para justificar o totalitarismo governamental, culpan-
do o liberalismo pelas dificuldades que enfrentavam.
O
A principal diferença entre o totalitarismo tendente a ideias comu-
EN S
totalitário.
• cultura: censura, controle sobre o sis-
tema educativo, manipulação do senti-
mento coletivo das massas e arte pro-
duzida para enaltecer o regime.
Entretanto, cabe ressaltar que, em cada
país onde existiu o regime totalitarista,
houve aspectos particulares que se mani-
Trabalhadores recebendo relatório do julgamento e da execução de um acusado
de ter, supostamente, articulado ações contra o governo soviético. Muitos aprova- festaram conforme a necessidade e o inte-
vam as ações governamentais, incluindo as dos expurgos promovidos por Stalin.
resse dos seus governantes.
O
A esses fatos se somam os prejuízos humanos na guerra – milhares de
C IV
mortos e, na agricultura, campos inteiros devastados –, ocasionando colap-
so no abastecimento e falência das indústrias, o que provocou inflação e
O S
HISTÓRIA
desemprego. Enquanto isso, o governo perdia-se nas disputas partidárias,
C LU
agravando ainda mais o quadro de insatisfação popular.
Nesse ambiente conturbado, fortaleceu-se a figura de Benito Mussolini,
205
fundador do Partido Fascio de Combattimento, o embrião do Partido Fascista,
O C
fundado em 1921. De forma geral, o fascismo pautava-se em uma ideologia na-
N X
cionalista extremada, visando ao fortalecimento da nação; de caráter militar,
SI E
defendia, ainda, um sistema de controle das organizações de trabalhadores.
O
Mais tarde, Mussolini viria a formar milícias armadas, conhecidas como
“camisas-negras”. A finalidade era perseguir e combater socialistas e comu-
nistas com o uso da violência.
EN S
Sob a ameaça de greve geral convocada pelos comunistas e diante da insatis- NOTA
A LD
fação popular que tomava conta da Itália, Mussolini, apoiado por 50 mil camisas-
-negras, realizou a chamada Marcha sobre Roma, episódio no qual exigia que o Origem da palavra fascismo
governo tomasse as devidas providências e estabelecesse a ordem no país. A palavra fascio, que deu ori-
EM IA
amarradas em volta de um
machado. O termo deriva da
expressão, em latim, fasces
lictoris (feixe de lictor). No
SI AT
VOCABULÁRIO
Lictor: guarda romano que
Mussolini, no centro, ao lado de general Balbo, general Bono, escoltava os magistrados.
De Vecchi e Michele Bianchi, na Marcha sobre Roma, em 1922.
O
Entre 1925 e 1926, o Estado promulgou uma série de leis de exceção, for-
C IV
talecendo o poder de Mussolini: extinguiu todos os partidos políticos – só
ficando o Fascista –, suprimiu o direito de greve e liquidou a liberdade de
CAPÍTULO 7
O S
imprensa. Dessa forma, consolidava-se o totalitarismo.
Em 1929, Mussolini assinou o Tratado de Latrão com a Igreja, pondo fim
C LU
à chamada Questão Romana, que se arrastava desde 1871, quando houve a
unificação italiana, e o papa Pio IX, não concordando em perder os territó-
206
O C
rios eclesiásticos, proclamara-se prisioneiro do governo italiano.
N X
Com o Tratado de Latrão, o governo italiano reconheceu o Estado do Va-
SI E ticano, em Roma, sob o governo do papa. Em troca, a Igreja concedeu seu
apoio a Mussolini e ao regime fascista.
O
Nesse mesmo ano, 1929, a Itália foi atingida pela crise mundial provo-
cada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Como resposta à crise,
EN S
KEYSTONE/GETTY IMAGES
EM IA
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M
Mussolini fala para os camisas-negras e os Seleção italiana faz saudação fascista antes do início da
representantes da Força Nacional do Palácio final da Copa do Mundo de Futebol de 1934, em Roma.
Veneza, durante a celebração do sétimo
aniversário do fascismo, em janeiro de 1926.
O
revolucionários na medida em que
continham pessoas que queriam
Após a guerra, a Alemanha foi obrigada a aceitar as condições impostas uma transformação fundamental da
C IV
sociedade, frequentemente com um
pelos países vencedores, no Tratado de Versalhes, o que gerou insatisfação e lado notadamente anticapitalista e
revolta, agravando as crises econômica e social que o povo alemão já vivia. antioligárquico. Contudo, o cavalo
O S
HISTÓRIA
do fascismo revolucionário não deu
Em 1923, o governo alemão decidiu não pagar as parcelas da indenização de a largada nem correu. Hitler eliminou
C LU
rapidamente os que levavam a sério
guerra correspondente àquele ano. Em represália, tropas franco-belgas inva- o componente ‘socialista’ no nome do
diram a região industrial do Ruhr. Os trabalhadores, com o apoio do governo, Partido Nacional-Socialista dos Tra-
207
balhadores Alemães – o que ele sem
O C
entraram em greve. Para sustentar a situação, o governo imprimiu dinheiro dúvida não levava. […].” (HOBSBAWM,
desordenadamente, resultando em hiperinflação. Um dólar valia, em janei- Eric. Era dos extremos: o breve século
N X
XX – 1914-1991. 2. ed. São Paulo: Com-
ro, 7.260 marcos (moeda alemã); em novembro, 4,2 milhões, ou seja, um car- panhia das Letras, 2016. p. 130-131.)
SI E
rinho de mão cheio de notas comprava somente um pão. A população alemã
viu-se diante de uma grave situação de fome e de aumento do desemprego.
O
Adolf Hitler, líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Ale- VOCABULÁRIO
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ET TY IMAG
seriam capazes de impor e manter a ordem.
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PIX INC./G
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Em razão dos inflamados discursos contra o “perigo soviético”, Hitler pas-
C IV
sou a contar com o apoio da burguesia alemã e dos profissionais liberais.
Seu discurso nacionalista atraía milhares de adeptos entre os camponeses,
CAPÍTULO 7
O S
os trabalhadores e os desempregados urbanos.
Os nazistas passaram a promover gigantescas demonstrações de força
C LU
com desfiles das Seções de Assalto (SA) e das Brigadas de Segurança (SS).
Eles criticavam os liberais-democratas, os comunistas e os judeus e prome-
208
NOTA
O C
tiam trabalho para todos e controle dos preços das mercadorias.
N X
Terceiro Reich A suástica, símbolo nazista vermelho com a cruz gamada, passou a se
O Terceiro Reich sucedeu ao multiplicar na Alemanha e o nazismo ganhou força. Em janeiro de 1933, o
SI E
Primeiro Reich – Sacro Impé-
rio Romano-Germânico (962- presidente Hindenburg nomeou Hitler chanceler (primeiro-ministro). Em
janeiro de 1933, o presidente Hindenburg nomeou Hitler chanceler (pri-
O
1806) – e ao Segundo Reich –
Império dos Hohenzollern meiro-ministro), devido à expressiva votação que os nazistas tiveram para
(1871-1918).
EN S
O
ficou conhecido como Noite dos longos punhais (30 de junho de 1934). de Markus Zusak, e co-
nheça a história de Liesel
Com a morte do presidente em 1934, Hitler assumiu o controle político do
C IV
Meminger durante o gover-
Estado e das Forças Armadas e autodenominou-se führer, o chefe. Trans- no de Hitler. Disponível em:
feriu a capital alemã de Weimar para Berlim, pôs fim à República e fundou <coc.pear.sn/jPVWgdr>.
O S
HISTÓRIA
o Terceiro Reich.
C LU
O führer decretou uma série de leis antissemitas, responsabilizando os
judeus pelas crises econômicas e sociais, considerando-os uma “raça in-
209
O C
ferior”. Em novembro de 1938, os nazistas destruíram sinagogas, lojas e
habitações de judeus, fato que ficou conhecido como a Noite dos Cristais.
N X
Economicamente, Hitler recuperou o país, combatendo o desemprego com
SI E
grandes obras públicas – estradas, ferrovias, aeroportos – e incentivos à indús-
tria, em especial a de armamentos, apesar da proibição do Tratado de Versalhes.
O
GRUPO
O controle da opinião pública e da oposição era exercido pela censura,
TEMÁTICO
EN S
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Soldados e civis saúdam a queima de milhares de livros durante uma das diversas destruições
de publicações consideradas não arianas ocorridas na Alemanha, em maio de 1933.
O
dores. Entre as ações do governo de Rivera, estava a perseguição a grupos
identificados como comunistas.
C IV
No início da década de 1930, a Espanha também vivia os reflexos da crise
causada pela quebra da Bolsa de Nova York, o que gerou grande insatisfa-
CAPÍTULO 7
O S
ção por parte da população espanhola e uma pressão para que a ditadura
C LU
de Rivera chegasse ao fim.
Com o advento de um governo republicano, os grupos conservadores passa-
210
O C
ram a ficar insatisfeitos, especialmente porque alguns grupos que defendiam
ideias opostas passaram a fazer parte do governo republicano. Os conserva-
N X
dores organizaram, assim, as denominadas Falanges, de viés nacionalista
SI E
O
e inspiradas nas ideias fascistas, e, entre seus principais expoentes, estava o
general Francisco Franco, que, em 1936, recebeu apoio de Hitler e Mussolini.
Em contrapartida, formava-se o grupo da Frente Popular, integrada pe-
los republicanos e simpatizantes do socialismo e do comunismo. A Espa-
EN S
O
quanto por sua dimensão. Deixar que
Os horrores da Guerra Civil Espanhola foram denunciados por artistas e escrito- os alunos comentem o que sentiram
C IV
res. Entre eles, o autor de Por quem os sinos dobram?, Ernest Hemingway, que lutou ao observá-la e descrevê-la.
nas brigadas, e também o fotógrafo Robert Capa, que captou o cotidiano da guerra,
acompanhando os republicanos.
O S
HISTÓRIA
Um dos mais conhecidos trabalhos que expuseram a destruição promovida pela
C LU
Guerra Civil Espanhola é de autoria de Pablo Picasso, artista que retratou o con-
flito em seu quadro Guernica. Sua obra foi inspirada no bombardeio sofrido pela
cidade de Guernica, anteriormente capital basca, durante a Guerra Civil Espanho-
211
la, em 26 de abril de 1937. Trata-se de uma obra cubista que representa, tanto
O C
pelas figuras simbólicas espanholas (como o touro) quanto pelas cores utilizadas,
N X
os horrores do conflito bélico.
Observe-a a seguir, juntamente com uma fotografia da cidade após o bombardeio.
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EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK
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Guernica (1937), Pablo Picasso. Óleo sobre tela, 349,3 cm x 776,6 cm. Museu Reina Sofia, Madri, Espanha.
O
Nova Política Econômica (NEP), conforme estudamos.
Apesar de os bolcheviques não terem seguido a teoria marxista ao pé da
C IV
PARA IR ALÉM letra, a revolução apresentou forte conteúdo democrático, tendo nos sovie-
tes os instrumentos de representação dos trabalhadores.
CAPÍTULO 7
O S
Gulag
Com a morte de Lenin, em 1924, o poder passou a ser disputado por Trotski
C LU
Além dos Expurgos de Mos-
cou (também conhecidos – comandante do Exército Vermelho, um dos responsáveis pela vitória so-
como “Grande Expurgo”), a bre os mencheviques e defensor da revolução permanente – e por Stalin –
212
O C
secretário-geral do partido comunista, defensor da revolução em um só país.
listas Soviéticas instituiu o
chamado gulag, sistema de Nessa disputa, Stalin assumiu o poder.
N X
campos de trabalhos força- Seu governo foi marcado por autoritarismo, excessiva centralização e
SI E
dos para criminosos, presos
políticos e opositores do go- culto à personalidade. Stalin instalou uma autocracia, que passou a con-
verno. Milhões de pessoas es- trolar todos os setores da sociedade soviética de forma incisiva.
O
tiveram presas e submetidas
a essa prática, sendo muitas Seus opositores eram perseguidos e julgados sumariamente. Durante a
EN S
delas opositoras de Stalin. década de 1930, milhões de pessoas foram julgadas nos “Expurgos de Mos-
A condição de vida dos pre- cou” e enviadas à Sibéria ou executadas.
E U
dos prisioneiros.
de de Kirov provocou seu assassinato. Alguns acusaram o próprio Stalin
de ser o mandante. Sua morte foi conveniente para o stalinismo: primei-
EXPLORE MAIS
SI AT
soviético
M
Prisioneiros do gulag de Vorkuta, um dos maiores campos de trabalhos forçados soviéticos, em 1945
O
com o objetivo de eliminar qualquer oposição (real ou imaginária) que con-
testasse ou criticasse os rumos que Stalin impunha ao socialismo e apon-
C IV
tasse os desvios operados no socialismo marxista.
O S
HISTÓRIA
Economia e sociedade EXPLORE MAIS
C LU
Enquanto o Estado soviético realizava as perseguições que estudamos, a eco- Trabalho fabril
Para saber mais sobre o tra-
213
nomia crescia em razão dos Planos Quinquenais, que constituíram um pla-
O C
balho fabril durante a guer-
nejamento econômico para cinco anos, o qual estabelecia muitos incentivos ra civil-espanhola, acesse:
N X
ao desenvolvimento da indústria pesada, à coletivização e à mecanização da <coc.pear.sn/ETFQPjj>.
agricultura por meio dos sovkozes – fazendas estatais, cuja produção, máqui-
SI E
nas e terra pertenciam ao Estado – e dos kolkhozes – cooperativas coletivas,
cujos membros eram proprietários da produção, mas não da terra. Dessa ma-
O
neira, a economia soviética sofreu pouco os efeitos da Crise de 1929.
EN S
pelo desenvolvimento social, pois a ênfase econômica dada à indústria pesada do na União Soviética ficou
relegou a segundo plano o desenvolvimento das indústrias de bens de consumo. conhecido como socialismo
A LD
principalmente, Stalin.
Exercícios de aplicação
1. Defina totalitarismo.
Espera-se que o aluno reconheça que se trata de um governo cujo líder atua em todas as esferas da vida pública e privada.
O totalitarismo envolve um governo baseado nas massas, sendo que o apoio conquistado é decorrente de intensa propa-
O
ganda, sendo ela o principal instrumento de manipulação.
C IV
CAPÍTULO 7
O S
C LU
214
O C
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SI E
O
2. Em regimes totalitários, 2. São características comuns aos governos totalitários as elencadas a seguir, exceto
não há fortalecimento de
EN S
instituições democráticas;
a. a forte intervenção estatal na economia, pautada no incentivo e na proteção da indústria.
pelo contrário, elas são des- b. o controle do sistema educacional e da mídia, por meio de policiamento e propaganda de caráter
E U
Exercícios propostos
ST ER
rentes da Crise de 1929, e o avanço das ideias socialistas da vizinha União Soviética, favorecendo a ascensão de governos
totalitários. Também é importante considerar as unificações tardias da Itália e da Alemanha, não tornando as instituições
M
O
Exercícios de aplicação
C IV
1. Descreva as principais condições que provocaram a ascensão do fascismo na Itália.
O S
HISTÓRIA
Após a Primeira Guerra Mundial, a Itália viu-se envolvida numa séria crise socioeconômica, a partir de 1919. Os custos
C LU
financeiros com a guerra também não foram recuperados, e a Itália estava endividada. A esses fatos se somam os prejuí-
zos humanos na guerra – milhares de mortos e, na agricultura, campos inteiros devastados –, ocasionando o colapso no
215
O C
abastecimento e a falência das indústrias, o que provocou inflação e desemprego. Enquanto isso, o governo perdia-se nas
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
2. Com base nos conhecimentos adquiridos, assinale a alternativa correta sobre ideias e práticas fascistas. 2. O fascismo tinha caráter
A LD
arrastava desde 1871, quando Roma foi ocupada pelos nacionalistas italianos, completando a unificação política. Com esse
tratado, o governo italiano reconhecia a independência do Estado do Vaticano, sob o comando do papa.
M
Mussolini, apoiado por 50 mil camisas-negras, realizou a chamada Marcha sobre Roma, episódio no qual exigia que o
O
C IV
CAPÍTULO 7
O S
C LU
216
O C
N X
SI E
5. Após a Primeira Guerra
O
5. Quais destes fatores contribuíram para a ascensão do fascismo na Itália durante a década de 1920?
Mundial, a Itália enfrentou
uma crise econômica em
a. Antinacionalismo e ascensão do proletariado
decorrência dos prejuízos b. Crescimento econômico e fortalecimento do poder real
EN S
Exercícios de aplicação
EM IA
social, a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, a radicalização política, o receio da expansão de ideologias socialistas
[...] todo cruzamento de dois seres de valor desigual dá como produto um meio-termo entre
os valores dos pais [...]. Tal ajuntamento está em contradição com a vontade da natureza,
que tende a elevar o nível dos seres. Este objetivo não pode ser atingido pela união de indi-
víduos de valores diferentes, mas só pela vitória completa e definitiva dos que representam
o mais alto valor. O papel do mais forte é o de dominar e não o de se fundir com o mais
fraco, sacrificando assim sua própria grandeza. (Adolf Hitler)
O
No livro Mein kampf, Hitler expressava que
C IV
a. a necessidade de preservação da raça pura justificava o domínio e a eliminação das demais raças
e a expansão da Alemanha.
O S
HISTÓRIA
b. o racismo e o autoritarismo serviriam para defender a elevação da raça pura eslava e o extermí-
C LU
nio dos judeus.
c. o movimento nacional-socialista desaprovava o antissemitismo e o aperfeiçoamento genético
por meio da eugenia.
217
O C
d. os alemães eram superiores e a raça ariana, inferior, justificando, desse modo, o espaço vital.
e. o mito da superioridade da raça ariana servia para que os nazistas estimulassem o internaciona-
N X
lismo e o liberalismo.
SI E
3. Qual foi a relação entre nazismo e cultura na Alemanha?
Na Alemanha nazista, a cultura, assim como a educação, foi enquadrada dentro dos princípios básicos do regime, conver-
O
tendo-se em instrumento ideológico de controle e propaganda.
EN S
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D E
A LD
Exercícios propostos
EM IA
4. Entre os fatores que possibilitaram a emergência do nazismo na Alemanha, em 1933, podemos mencionar 4. A crise econômica da dé-
ST ER
e. os efeitos da crise econômica da década de 1920 e o agravamento das lutas de grupos ideologi-
camente opostos, provocando reação nos grupos dominantes ameaçados.
5. Qual foi a importância das conquistas de Jesse Owens nos Jogos Olímpicos de 1936, na Alemanha?
Espera-se que o aluno reconheça que as vitórias de um atleta negro no contexto de um regime totalitário eugênico mos-
Exercícios de aplicação
1. Explicar aos alunos 1. Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), as Brigadas Internacionais, que apoiavam as tropas
que alemães e italianos republicanas contra os falangistas de Franco, receberam colaboração de várias partes do mundo,
apoiaram os falangistas de
Francisco Franco e usaram como, por exemplo, do escritor Ernest Hemingway, do escritor inglês George Orwell, do escritor
o pretexto bélico para trei- francês Saint-Exupéry e de brasileiros, como Apolônio de Carvalho, que mais tarde lutou na Resis-
nar seus pilotos em aviões tência Francesa, quando se tornou herói de guerra.
recém-construídos e para
O
testar novos armamentos. Em relação à Guerra Civil Espanhola, pode-se afirmar que
a. teve forte componente comunista, destacando-se a liderança de Francisco Franco à frente das
C IV
Brigadas Internacionais.
b. teve início após a renúncia de Primo Rivera, ditador que tinha apoio de comunistas.
CAPÍTULO 7
O S
c. Saint-Exupéry, escritor e piloto durante a Segunda Guerra Mundial, foi autor da principal obra
sobre a Guerra Civil Espanhola, intitulada Por quem os sinos dobram.
C LU
d. as Brigadas Internacionais, na verdade, colaboraram com a Falange de Francisco Franco e, mes-
mo assim, acabaram derrotadas.
218
O C
forma de testes ou treinamento de seus pilotos, tornando a guerra uma espécie de “laboratório”.
N X
2. Leia atentamente o texto e depois responda ao que se pede.
SI E
E como instrumento de guerra, Picasso usou o pincel: em branco e preto retratou todo o
O
horror de homens e crianças, mutilados, de forma magistralmente trágica. E criou Guernica.
Conta-se que Abetz, embaixador de Hitler em Paris, ficou tão impressionado com a obra,
EN S
— É obra sua?
— Não. Sua – replicou o artista com frieza. [...]
D E
O final da guerra encontra a vida de Picasso nova e transformada. [...] Recusa-se a voltar
à Espanha enquanto perdurasse o regime franquista e faz um contrato com o Museu de
A LD
Arte Moderna de Nova York para que proteja e conserve Guernica até a queda do fascismo
espanhol, quando então a obra deverá ser cedida à terra natal do pintor.
CARRASCO, Walcir. Picasso. São Paulo: Abril, 1977. p. 20-22. (Mestres da pintura)
EM IA
ST ER
a. Em 1937, o pintor Pablo Picasso retratou, em um famoso quadro, o massacre da aldeia de Guer-
nica. Descreva o que ocorria na Espanha naquele momento.
A Guerra Civil Espanhola (1936-1939). O general Francisco Franco, munido de armamentos, com o apoio de tropas alemãs
SI AT
O
Exercícios propostos
C IV
3. Quais eram os grupos em conflito durante a Guerra Civil Espanhola?
O S
De um lado, estavam grupos conservadores, que organizaram as Falanges, de viés nacionalista e inspiradas nas ideias
HISTÓRIA
C LU
fascistas, sendo que, entre seus principais expoentes, estava o general Franco, que, em 1936, recebeu apoio de Hitler e
Mussolini. De outro, formava-se o grupo da Frente Popular, integrado pelos republicanos e simpatizantes do socialismo
219
e do comunismo.
O C
N X
SI E
4. Durante a Guerra Civil Espanhola, mais de cinquenta mil pessoas se voluntariaram apoiando a Fren- 4. Durante o conflito, cin-
quenta mil voluntários de
te Popular. Essa organização ficou conhecida como
O
vários países formaram as
a. Falanges. d. Nazistas. Brigadas Internacionais em
apoio à Frente Popular con-
EN S
Exercícios de aplicação
A LD
Trata-se dos Planos Quinquenais, que constituíram um planejamento econômico para cinco
zação e à mecanização da agricultura por meio dos sovkozes – fazendas estatais, cuja produ-
SI AT
ção, máquinas e terra pertenciam ao Estado – e dos kolkhozes – cooperativas coletivas, cujos
membros eram proprietários da produção, mas não da terra. Os planos foram fundamentais
M
O
C IV
CAPÍTULO 7
O S
C LU
2. Assim como Hitler, Stalin 2. O Estado alemão, durante o regime de Hitler, e o Estado soviético, sob o poder de Stalin, costumam
utilizava-se amplamente da ser chamados de Estados totalitários. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.
propaganda e do controle
a. Em ambos, a organização do partido, seja o falangista, seja o menchevique acabou confundindo-
220
O C
um todo. -se com a organização do Estado, dando origem a uma política de partido único.
b. Ao contrário da Rússia stalinista, o governo da Alemanha – hitlerista – baseava sua legitimidade
N X
na adoção de medidas comunistas.
SI E
O c. Os Estados hitlerista e stalinista utilizaram a propaganda política nos meios de comunicação e a
polícia política secreta como arma eficaz na eliminação dos seus adversários políticos.
d. A crise do capitalismo mundial de 1929 afetou, na mesma medida, as economias da Alemanha e
da União Soviética, por ambas serem adeptas, à época, de uma economia de mercado.
EN S
e. A produção industrial serviu para alavancar a economia alemã nazista, mas o mesmo fato não
ocorreu com o stalinismo soviético.
E U
Exercícios propostos
D E
A LD
a arquitetura, a música etc. c. a entrada de capitais oriundos dos Estados Unidos, a partir de 1929.
passaram por uma estética
d. o uso da propaganda e o controle da educação e da produção cultural.
pensada como produção
ST ER
Durante o stalinismo, a arte soviética foi dominada pelo realismo socialista, o estilo artístico oficial do regime. Sob o
controle do Estado, a literatura, a pintura, a escultura, a arquitetura, a música, o teatro, o cinema e o design de produtos,
enfim, tudo passou por uma estética pensada como produção cultural e veículo de propaganda. Qualquer desvio dos
M
padrões oficiais nos campos estético, cultural ou científico era suficiente para se enfrentar um julgamento do Estado.
1. Complete a frase.
O
à crise mundial provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. Como reação a
C IV
esses movimentos, surgiram governos totalitários como o nazifascismo e o stalinismo.
Módulo 22
O S
HISTÓRIA
C LU
2. Assinale as características do fascismo.
X Sistema de organização dos trabalhadores
221
O C
Liberalismo econômico
Nacionalismo exacerbado
N X
X
X SI E
Caráter militar
3. Assinale a alternativa que apresenta características comuns ao fascismo e ao nazismo. 3. O nazismo e o fascismo
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Módulo 25
EM IA
4. Milhares de pessoas perderam a vida na Guerra Civil Espanhola, que terminou com a derrota dos 4. O regime franquista ca-
ST ER
republicanos. O Estado espanhol, após a vitória dos chamados nacionalistas, caracterizou-se como racterizava-se por ser totali-
tário e anticomunista.
a. totalitário e socialista.
b. democrático, com tendências capitalistas.
SI AT
c. totalitário e anticomunista.
d. democrático, com tendências socialistas.
e. social-democrata, com tendências ao radicalismo.
M
Módulos 26 e 27
5. O Estado soviético stalinista cuidou de expurgar da cultura toda e qualquer manifestação artística 5. O realismo socialista foi
que estivesse, no entendimento das autoridades, associada à burguesia. Foi criada, então, uma po- o estilo artístico oficial do
regime stalinista.
lítica cultural que decretava como arte oficial apenas as expressões que servissem de estímulo para
a ideologia do proletariado. Dessa forma, foi consagrado um estilo conhecido por
a. romantismo comunista.
b. concretismo operário.
c. abstracionismo proletário.
d. expressionismo soviético.
e. realismo socialista.
O
C IV
Intervenção total
nas esferas pública e
CAPÍTULO 7
O S
privada
C LU
Supremacia do Estado
222
e militarismo
O C
N X
Intensa intervenção
Características
SI E estatal na economia
O
Apelo às massas e
uso de propaganda,
EN S
atingindo a sociedade
E U
e a produção cultural.
D E
Terror
A LD
Tratado de
Fascismo Mussolini
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Latrão
ST ER
Superioridade
Nazismo Hitler
ariana
SI AT
Falange Antissemitismo
M
Franquismo
Anticomunismo
Frente Popular
Espaço vital
Expurgos de Moscou
Stalinismo
Realismo soviético
O
possibilidade de os alunos reconhecerem e explicarem vida de uma pessoa, apontando, pelo menos, quatro
diversos empregos da Ciência no cotidiano das pessoas. usos que exemplificam a aplicação de uma área do co-
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nhecimento científico. Lembrando que são inúmeros,
Áreas trabalhadas desde o momento em que toca o despertador do celu-
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Ciências da Natureza e Arte lar, em que se liga a cafeteira, comprime-se o tubo do
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creme dental, liga-se o carro, transita-se pelas ruas e
Justificativa avenidas até chegar ao trabalho etc. Os alunos deve-
Levar os alunos a reconhecer que, no mundo contem- rão fazer, portanto, uma representação de parte ou de
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porâneo, as Ciências estão presentes, inclusive em sua todo um dia de uma pessoa, acompanhada de narra-
ção que explique o que está sendo solicitado nesta ati-
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rotina, ampliando, assim, a visão do seu emprego e
vidade. Discutir a proposta e levantar sugestões, antes
importância na vida das pessoas.
SI E que iniciem a elaboração do trabalho.
Material necessário
Conclusão
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Poderá variar, de acordo com a apresentação de cada
Realizar com os alunos um processo de autoavaliação
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grupo.
com base nas seguintes perguntas.
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mano entender o mundo que o rodeia. Desse modo, o - O que mais lhe chamou a sua atenção nas apresenta-
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conjunto de conhecimento acumulado por ela é apli- ções dos demais grupos?
cado, inclusive, para criar máquinas, equipamentos e - O que a proposta dessa atividade contribuiu para
aparelhos dos mais simples aos mais sofisticados, com a sua reflexão a respeito do papel da Ciência no seu
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