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SERGIO ADAS
EXPEDIÇÕES
GEOGRÁFICAS
9
MANUAL DO
PROFESSOR
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Componente curricular:
GEOGRAFIA
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MELHEM ADAS
Bacharel e licenciado em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento,
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor do Ensino Fundamental,
Médio e Superior na rede pública e em escolas privadas do estado de São Paulo.
SERGIO ADAS
Doutor em Ciências (área de concentração: Geografia Humana) pela Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
com Pós-doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Bacharel e licenciado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Professor da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.
EXPEDIÇÕES
GEOGRÁFICAS
9
o
ano
MANUAL DO PROFESSOR
3a edição
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira, Marcio H. Kamoto,
Vitória Sousa
Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro
Impressão e acabamento:
Adas, Melhem
Expedições geográficas : manual do professor /
Melhem Adas, Sergio Adas. — 3. ed. — São Paulo :
Moderna, 2018.
Obra em 4 v. do 6o ao 9o ano.
Componente curricular: Geografia.
Bibliografia.
18-20190 CDD-372.891
1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
Sumário
I. Apresentação, IV
Manual do Professor, IV
Material Digital, IV
III
I. Apresentação
• Manual do Professor
O Manual do Professor busca orientar e apoiar o trabalho do professor com os livros desta co-
leção. Sua primeira parte apresenta os pressupostos teórico-metodológicos que norteiam a pro-
posta e descreve os recursos da coleção com base na BNCC e em outros referenciais pedagógicos
importantes para o ensino de Geografia.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Além disso, apresenta a estrutura da obra e as seções didáticas que, em conjunto, concretizam
a proposta pedagógica com foco no desenvolvimento das competências gerais e específicas des-
critas na BNCC, como também dos objetos de conhecimento e das aprendizagens essenciais (ha-
bilidades) nela previstas para o componente curricular Geografia.
De maneira complementar, apresenta-se a relação entre objetos de conhecimento do ano de es-
tudo com os objetos de conhecimento dos anos anterior e seguinte.
Com o intuito de propiciar ao professor uma ocasião para refletir sobre a prática docente, o ma-
nual também discute ideias norteadoras acerca do processo de avaliação (formas, possibilidades,
recursos e instrumentos) e fornece sugestões de leitura que poderão enriquecer as práticas de en-
sino e contribuir para a formação continuada do professor.
Nas partes que se referem a cada volume da coleção, o Manual do Professor explicita a relação
dos conteúdos com os objetos de conhecimento e habilidades da BNCC previstos para o ano letivo.
Além disso, nas orientações específicas, apresenta uma reprodução do Livro do Aluno, acompa-
nhada por orientações, respostas às atividades nele propostas, sugestões de atividades comple-
mentares e de trabalho interdisciplinar, além de identificar temas e recursos que possibilitam
abordagens relacionadas com a educação em valores, os temas contemporâneos, as competên-
cias e habilidades da BNCC.
• Material Digital
Com o propósito de contribuir para a organização e o enriquecimento das atividades realizadas
pelo professor, no Material Digital são disponibilizados recursos e sugeridas estratégias de ensino,
todos eles alinhados com os conteúdos e as habilidades previstos para cada bimestre do ano letivo.
A seguir, descrevemos os elementos que integram esse material.
IV
Planos de desenvolvimento bimestral
Organizados por bimestre, os planos de desenvolvimento indicam a relação dos conteúdos da
coleção com os objetos de conhecimento e as habilidades da BNCC para o componente curricular
Geografia. Para cada habilidade, são propostas práticas didático-pedagógicas a serem realizadas
no bimestre, com base nos recursos disponíveis no Livro do Aluno.
No plano, o professor poderá encontrar subsídios de apoio às suas práticas, como orientações
sobre a gestão de sala de aula e a descrição de práticas recorrentes que contribuam para o desen-
volvimento das habilidades previstas para o bimestre.
Apresenta-se, também, a sugestão de um projeto integrador, que possibilita ações educativas
em um contexto interdisciplinar, favorecendo o trabalho com competências e habilidades de mais
de um componente curricular, colaborando para o desenvolvimento integral do aluno e para o en-
volvimento daqueles que participam da comunidade escolar.
Sequências didáticas
Nas sequências didáticas (3 por bimestre, totalizando 12 para cada ano letivo), sugerimos a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
abordagem de conteúdos por meio de um planejamento detalhado para cada aula e propomos
práticas didático-pedagógicas que poderão auxiliar no desenvolvimento de habilidades por par-
te dos alunos.
Cada sequência identifica objetivos de aprendizagem relacionados aos objetos de conhecimen-
to e habilidades a serem desenvolvidas e apresenta orientações sobre o planejamento aula a aula
(tempo estimado, recursos previstos e organização dos alunos). Dispõe ainda de atividades com-
plementares às do Livro do Aluno e de propostas de aferição dos objetivos de aprendizagem para
avaliação e autoavaliação dos alunos, propiciando a reflexão acerca do processo de ensino-apren-
dizagem por professores e alunos.
V
II. Pressupostos
teórico-metodológicos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
midade institucional para tratar o ser humano de ma-
Os dois estudiosos preocuparam-se em definir o obje- neira científica.
to e o método específicos da Geografia para diferenciá- O alemão Friedrich Ratzel (1844-1904) e o francês
-la de outros campos de conhecimento, algo essencial à Paul Vidal de La Blache (1845-1918) são considerados
época para alçá-la ao status de Ciência. Enquanto Hum- os responsáveis por recolocar a Geografia entre as ciên-
boldt identificou-se com a concepção unitária do co-
cias modernas. Enquanto Ratzel definiu “o objeto geográ-
nhecimento, afirmando que sua Geografia consistia em
fico como o estudo da influência que as condições naturais
uma Filosofia da Natureza com base empírica, Ritter as-
sumiu a diferenciação entre Ciência e Filosofia. exercem sobre a humanidade”1, dedicando-se, entre ou-
Para Humboldt e Ritter, a natureza era vista como tros temas, ao estudo da relação Estado e solo e opondo-
um todo e, para compreendê-lo, seria necessário estu- -se à politização do seu discurso, ao seu caráter naturalista
dar suas partes, para depois relacioná-las e, assim, de- e mecanicista, Vidal de La Blache construiu uma proposta
terminar as características comuns e as singularidades de Geografia com ênfase na “sociedade”, na “humanida-
de cada uma, inferir uma ordem geral e uma lei universal de” ou nos “grupos humanos” em sua relação com o espa-
que regeria o todo. ço, a natureza. Ou seja, enquanto para o geógrafo alemão
Os fundadores da Geografia Moderna deixaram como se tratava de conhecer a relação entre o Estado e o espaço,
uma de suas heranças a dualidade de uma ciência que se para o geógrafo francês, os vínculos entre o ser humano
pretendia cosmológica e regional ao mesmo tempo, orien- e o meio, a sociedade e a natureza, tornaram-se o objeto
tação que daria origem a dois ramos da Ciência Geográfi- da Geografia, na perspectiva da paisagem. Embora Vidal
ca: a Geografia Geral e a Geografia Regional.
de La Blache admitisse que o meio influencia o ser huma-
Apesar de Humboldt e Ritter terem contribuído para
no, ao mesmo tempo e baseado na noção de “gênero de
que a Geografia se tornasse uma ciência reconhecida, ela
perdeu espaço no meio acadêmico-científico nas décadas vida” que envolve aspectos históricos, sociais e ambien-
seguintes à publicação de seus trabalhos; a Ciência Geo- tais, também ponderava que o ser humano pode exercer
gráfica só voltaria à cena no fim do século XIX e início do influência e/ou resistência ao meio. Segundo Manuel Cor-
século XX. reia de Andrade, para Paul Vidal de La Blache “o gênero de
vida seria o conjunto articulado de atividades que, cristali-
• A Geografia Clássica zadas pela influência do costume, expressam as formas de
No fim do século XIX e início do século XX, novos estu- adaptação, ou seja, a resposta dos grupos humanos aos
dos se voltaram para a sistematização do pensamento desafios do meio geográfico”2.
1
MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1983. p. 55.
2
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia, ciência da sociedade: uma introdução à análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 1987. p. 71.
VI
Para vários estudiosos do pensamento geográfico, es- Imersas nesses embates, as correntes de pensamen-
sas diferenças entre os dois geógrafos podem ser explica- to geográfico inspiradas em Vidal de La Blache acusa-
das por meio de condicionantes contextuais. Consideram vam a “Geografia do Poder”, elaborada pelos alemães,
que o surgimento da Escola Francesa de Geografia — de de estar associada aos interesses geopolíticos da recém-
caráter possibilista e funcionalista — teria ocorrido como -unificada Alemanha, tendência que gerou, em contrapar-
reação à Geografia alemã. Ponderam que a Geografia ga- tida, a proposta de uma Geografia neutra da parte dos
nhou reconhecimento na França no fim do século XIX, geógrafos franceses, na qual os estudos regionais te-
graças à derrota francesa na guerra contra a Alemanha. riam grande influência. Nas palavras de Manuel Correia
Na época, a vitória alemã foi atribuída à implantação da de Andrade3:
cátedra de Geografia na Alemanha, o que teria favore-
“Os geógrafos franceses tratavam a Geografia da pai-
cido a formação de uma consciência espacial por parte sagem, considerada uma ciência de síntese. Davam gran-
dos alemães. O desenvolvimento da Geografia na Fran- de importância à visualização da mesma, tanto em seus
ça contou posteriormente com o apoio do Estado, esten- aspectos físicos como nas marcas nela deixadas pela ação
dendo seu ensino para além da universidade. do Homem. [...] O estudo das regiões levou o geógrafo a
preocupar-se com uma visão totalizante das mesmas e a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nos períodos de constituição da Geografia Moder- Embora a Geografia Regional francesa concedesse
na e, sobretudo, da Geografia Clássica, o esforço em atenção aos aspectos naturais e sociais, a análise do
tornar reconhecida essa ciência e o seu significado espaço natural mereceu destaque e levou as regiões
para os interesses dos Estados francês e alemão aca- geográficas a serem chamadas de regiões naturais.
bou repercutindo em sua institucionalização como A descrição da região, de seus aspectos físicos sobre-
disciplina escolar. Principalmente na segunda meta- postos aos humanos e econômicos, era considerada
de do século XIX, os reflexos se fizeram sentir na ela- essencial, pois era vista como o meio para o ser huma-
boração de uma Geografia escolar patriótica. no viver por intermédio da extração de recursos para a
A descrição pormenorizada das paisagens na- produção, o que resultou na noção de “gênero de vida”.
turais e humanas tinha por intenção pedagógica Nesse período, a Ciência Geográfica fragmentou-se
promover a identificação das coletividades com seus em Geografia Geral e Geografia Regional, em virtude da
territórios nacionais e o uso da cartografia visava dualidade de uma ciência que se pretendia simultanea-
projetar a pátria no território, conferindo-lhe iden-
mente cosmológica e regional, herança da Geografia
tidade física e simbólica.
Moderna. Embora ambas objetivassem estudar a distri-
O mesmo ocorreu em outros países e até no Brasil,
buição dos fenômenos na superfície da Terra, havia di-
onde, na primeira metade do século XX, foram conhe-
vergências técnicas e conceituais entre elas.
cidos currículos e manuais didáticos que incorporaram
o sentido ideológico e político da Geografia escolar.
• A institucionalização
Um exemplo é o do Colégio Pedro II, no Rio de Janei-
ro, quando a Geografia surgiu como componente do da Geografia no Brasil
“Programa” de conteúdos em 1837. No Brasil, a Geografia institucionalizou-se no ensino
Por meio do ensino das riquezas naturais e da exal- e na pesquisa na década de 1930, com o início da Era
tação à vastidão do território, por exemplo, buscava- Vargas, período no qual, apesar da incipiente industria-
-se disseminar os valores e as ideias de nacionalidade lização, predominava a economia agrário-exportadora.
e nacionalismo. A didática e os conteúdos ensinados A institucionalização da Geografia proporcionou a
em Geografia foram desenvolvidos durante longo pe- difusão das ideias lablacheanas no Brasil, tendência já
ríodo com ênfase na descrição, com base na apreen- observada quando, por exemplo, Delgado de Carvalho
são mnemônica e enciclopédica das informações, mui- publicou, em 1910, a obra Le Brésil Meridional.
to distante da realidade dos alunos.
3
Idem, p. 64.
VII
Duas décadas mais tarde, a chegada e a atuação de para políticas de planejamento para integrá-lo. Assim uti-
mestres, pesquisadores franceses e geógrafos brasilei- lizada, a Geografia, baseada em boa parte no forte teor
ros por eles inspirados ampliariam a influência daque- naturalista e empirista da Geografia Regional francesa,
las ideias no Brasil, por meio da publicação de livros, ajudava a reforçar a positividade que o discurso estado-
estudos e pesquisas, em particular na Universidade de -novista conferia às regiões, tornando a abordagem regio-
São Paulo, criada em 1934, e no então Conselho Nacio- nal adequada aos objetivos perseguidos pelo Estado.
nal de Geografia (CNG) — atual Instituto Brasileiro de Foi nesse contexto, ainda, que ocorreram as primeiras
Geografia e Estatística (IBGE) —, criado em 1937. regionalizações a cargo do CNG, no qual desempenharam
grande papel geógrafos como Pierre Deffontaines (1894-
-1978), que teve importância no estímulo à pesquisa, am-
Enquanto isso, no ensino da Geografia escolar...
bientando muitos geógrafos brasileiros desse período aos
pressupostos da Geografia Possibilista francesa e descor-
No Brasil da década de 1930, o ensino de Geogra- tinando uma linhagem de pensamento na esteira de Paul
fia foi marcado por importantes mudanças. Alguns
Vidal de La Blache, composta das contribuições de Emma-
autores e professores desse período, como Raja Ga-
nuel de Martonne, Albert Demangeon e Jean Brunhes.
baglia, Delgado de Carvalho, Everardo Backheuser,
A influência do pensamento da Escola Clássica france-
Honório Silvestre e Othelo Reis, entre outros, foram
sa dominaria a Geografia brasileira desde a implantação
responsáveis por uma renovação do pensamento
do CNG e da Universidade de São Paulo até o XVIII Con-
geográfico brasileiro e que já estava em curso des-
gresso Internacional de Geografia, realizado no Rio de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de o final da década anterior.
Gabaglia e os dois primeiros foram os mentores Janeiro, em 1956. A partir de então, a influência de mes-
do Curso Superior Livre de Geografia, criado no Rio tres de outras nacionalidades e linhagens de pensamen-
de Janeiro em 1926. Os esforços desses homens to geográfico — que já era presente — passaria a ser
estavam voltados para a defesa de um processo mais proeminente sobre os geógrafos brasileiros, sen-
de modernização do ensino, no qual se buscava do aquele evento também considerado um marco no
estabelecer um perfil mais científico para a educa- amadurecimento da Geografia produzida no Brasil.
ção. Isso significou um embate contra os moldes da
Geografia até então praticada e ensinada, basica- • A Geografia Pragmática
mente assentados na descrição e na nomenclatura, ou Teorético-Quantitativa
de forte caráter mnemônico. Na década de 1960, novos paradigmas passaram a
O objetivo era dotar a disciplina de um rumo influenciar a Geografia brasileira e aumentaram as crí-
mais analítico, realçando as relações entre os fenô- ticas ao tradicionalismo e ao regionalismo francês. In-
menos com a introdução de novos temas, dando-
fluenciada pelo neopositivismo e pela Teoria Geral dos
-lhe uma abordagem mais científica. A moderniza-
Sistemas, a chamada Geografia Pragmática ou Teoréti-
ção do ensino de Geografia ocorreu assentada no
co-Quantitativa adquiriu impulso nesse momento. Seus
positivismo, defendendo a neutralidade científica,
principais centros divulgadores foram o IBGE, no Rio de
além de basear-se nos estudos regionais. Nas pes-
Janeiro, e a antiga Faculdade de Ciências e Letras de Rio
quisas acadêmicas, resultou na produção de mono-
grafias descritivas; no ensino, tinha como motes a Claro (hoje Unesp).
memorização das informações, o estudo descriti- Os críticos da Geografia Clássica acusavam-na de pro-
vo das paisagens e o tripé natureza, homem e eco- duzir um conhecimento descritivo e propunham conhe-
nomia. Essa perspectiva, aliás, se estenderia como cer as diferentes realidades naturais e sociais por meio
orientação predominante no ensino de Geografia do raciocínio hipotético-dedutivo. Baseada nessa crítica,
até meados da década de 1970. a Geografia Pragmática recorreu à utilização de méto-
dos estatísticos e matemáticos, o que representava uma
nova forma de trabalhar e pensar a Geografia no mundo
No Estado Novo (1937-1945), as orientações da Geo- do pós-Segunda Guerra Mundial e do capitalismo.
grafia Regional francesa vieram ao encontro da neces- A Matemática foi adotada como linguagem comum
sidade de o Estado brasileiro empreender estudos de e prioritária para o aprofundamento das noções de pla-
reconhecimento do território nacional, tendo sido utiliza- nejamento e em trabalhos dirigidos à criação de mode-
das para o levantamento das potencialidades do país e los urbanos, ambientais e regionais.
VIII
A Geografia Teorética baseou-se na lógica desenvol- Ao atribuir à Geografia o papel de contribuir para a
vimentista, compatível com a situação político-econô- transformação da realidade, a Geografia Crítica afastou-
mica do Brasil, marcada pelo regime ditatorial e pelo -se do discurso da pretensa neutralidade e racionalida-
desenvolvimento econômico, acompanhado pela im- de assumido tanto pela chamada Geografia Tradicional
plantação de grandes projetos industriais e de infraes- como pela Geografia Teorético-Quantitativa. Ao enten-
trutura. Ao se disseminar em instituições brasileiras, a der que o espaço era heterogêneo, socialmente cons-
Geografia Teorética teve divulgação sistemática, resul- truído e reflexo da forma de organização social, meio e
tando em uma influência que se estenderia por quase condição da produção e reprodução social, compreen-
duas décadas. deu o espaço como produto social que caberia aos geó-
grafos transformar.
Enquanto isso, no ensino da Geografia escolar...
Enquanto isso, no ensino da Geografia escolar...
Ao ganhar adeptos no Brasil e por estar basea-
da na crítica à Geografia Clássica Possibilista, a Geo-
Refletindo o caráter racionalista e fragmentado
grafia Pragmática suscitou debates sobre os con-
do conhecimento, o ensino da Geografia adequou-
teúdos que deveriam ser trabalhados em sala de
-se facilmente às políticas educacionais instaura-
aula. Todavia, isso não chegou a alterar de modo
das a partir do golpe militar de 1964, voltadas
expressivo os objetivos e a didática do ensino da
para a segurança e o desenvolvimento. Em 1971,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
percepções que as pessoas têm do lugar e do espaço de doutorado, debates nos espaços da Associação
geográfico. Para os seguidores dessa escola, as ações dos Geógrafos Brasileiros (AGB) e publicação de li-
dos sujeitos sobre os lugares são diferentes, de acor- vros e de artigos em revistas especializadas.
do com suas percepções e seus valores, e também se Em âmbito nacional, um importante marco oficial
refletem no espaço social. para o ensino de Geografia no Ensino Básico consis-
Ao procurar valorizar a experiência dos indivíduos tiu na elaboração e na publicação dos Parâmetros
ou grupos humanos com o objetivo de compreender o Curriculares Nacionais (PCN), em 1998, documen-
comportamento e as maneiras de sentir das pessoas to que passou nos anos seguintes a reorientar as
em relação aos lugares, muitos estudos da Geografia discussões a respeito de “como” e “o que ensinar”
Humanista demonstram preocupação com a descarac- em Geografia, influenciando e dando origem a vá-
terização dos lugares em razão do avanço do processo rias propostas curriculares estaduais e municipais,
de globalização, como também relacionam a degrada- como também a materiais didáticos.
ção ambiental ao avanço desenfreado do capitalismo.
X
2 A Base Nacional Comum Curricular
A elaboração dos livros desta coleção baseou-se no referencial curricular e nos fundamentos
pedagógicos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Homologado em dezembro de 2017,
esse documento define as aprendizagens essenciais a que todos os estudantes brasileiros têm di-
reito ao longo da Educação Básica e está estruturado com foco no desenvolvimento de compe-
tências e habilidades (aprendizagens essenciais) para promover o desenvolvimento integral dos
estudantes e a sua atuação na sociedade.
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e
digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação,
a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo
e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
4
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 8.
XI
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 9-10.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ria, que devem garantir aos alunos do Ensino Fundamental o desenvolvimento das seguintes
competências:
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 355.
5
Idem, p. 28-29.
XII
• As competências específicas de Geografia para o Ensino Fundamental
A BNCC definiu competências específicas a serem desenvolvidas pelo componente curricular
Geografia no Ensino Fundamental. Elas articulam-se com conceitos e princípios do raciocínio geo-
gráfico e com as competências gerais e as específicas da área de Ciências Humanas. Consideradas
fundamentais para a aprendizagem desse componente curricular, as competências específicas de
Geografia são as seguintes:
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 364.
• As habilidades da BNCC
Para garantir o desenvolvimento das competências gerais e específicas, a BNCC define um con-
junto de objetos de conhecimento e habilidades para cada componente curricular. Os objetos de
conhecimento correspondem a conteúdos, conceitos e processos e são organizados em unidades
temáticas. As habilidades, por sua vez, “expressam as aprendizagens essenciais que devem ser
asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares”6.
Nos quadros a seguir, são apresentados os objetos de conhecimento e as habilidades, agrupa-
dos em unidades temáticas, relativos ao componente curricular Geografia e aos Anos Finais do
Ensino Fundamental. É importante ressaltar que, de acordo com a BNCC, a organização e o agru-
pamento desses elementos “expressam um arranjo possível (dentre outros)” e “não devem ser
tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos”7.
Ao trabalhar com os volumes desta coleção, nas orientações específicas que acompanham o
Livro do Aluno, optamos por reproduzir apenas os códigos alfanuméricos das habilidades para pri-
vilegiar as orientações e as respostas das atividades. Sempre que necessário, sugerimos a consul-
ta ao texto integral de cada habilidade nos quadros a seguir.
6
Idem, p. 29.
7
Idem, p. 363-364.
XIII
Habilidades da BNCC – 6º ANO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento
EF06GE06
da agropecuária e do processo de industrialização.
EF06GE07 Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.
XIV
Habilidades da BNCC – 7º ANO
EF07GE07 Analisar a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro.
Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e
EF07GE11
biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).
XV
Habilidades da BNCC – 8º ANO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EF08GE05 na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas
regionalizações a partir do pós-guerra.
Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos
EF08GE06
americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.
Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da
EF08GE07
América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.
Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência
EF08GE08
estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.
Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e
EF08GE09 industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul).
Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando
EF08GE10
com outros movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.
Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de
EF08GE11
organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.
Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano
EF08GE12
(Mercosul, OEA, OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).
UNIDADE TEMÁTICA – Mundo do trabalho
OBJETO DE CONHECIMENTO – Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção
Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na
EF08GE13
economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África.
Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a
EF08GE14
partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.
OBJETO DE CONHECIMENTO – Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina
Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da
EF08GE15 Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os
desafios relacionados à gestão e comercialização da água.
Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas
EF08GE16
relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.
Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo
EF08GE17
de favelas, alagados e zona de riscos.
(Continua)
XVI
(Continuação)
Identificar os principais recursos naturais dos países da América Latina, analisando seu uso para a produção de
EF08GE22
matéria-prima e energia e sua relevância para a cooperação entre os países do Mercosul.
Identificar paisagens da América Latina e associá-las, por meio da cartografia, aos diferentes povos da região,
EF08GE23
com base em aspectos da geomorfologia, da biogeografia e da climatologia.
Analisar as principais características produtivas dos países latino-americanos (como exploração mineral na
Venezuela; agricultura de alta especialização e exploração mineira no Chile; circuito da carne nos pampas
EF08GE24
argentinos e no Brasil; circuito da cana-de-açúcar em Cuba; polígono industrial do Sudeste brasileiro e
plantações de soja no Centro-Oeste; maquiladoras mexicanas, entre outros).
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 386-389.
XVII
(Continuação)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
OBJETO DE CONHECIMENTO – Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial
Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa,
EF09GE10
na Ásia e na Oceania.
Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as
EF09GE11
transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.
OBJETO DE CONHECIMENTO – Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas
Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego
EF09GE12
estrutural e ao papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.
Analisar a importância da produção agropecuária na sociedade urbano-industrial ante o problema da
EF09GE13
desigualdade mundial de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.
XVIII
3 A abordagem teórico- De acordo com Helena Copetti Callai, a Educação Geo-
gráfica pode ser compreendida como:
-metodológica da coleção
“[...] um conceito que está sendo construído e diz res-
A concepção dos quatro volumes da coleção orien-
peito a algo mais que simplesmente ensinar e aprender
tou-se por estudos e pesquisas do campo da didática Geografia. Significa que o sujeito pode construir as ba-
do ensino de Geografia. Em anos recentes, esses estu- ses de sua inserção no mundo em que vive, e, compreen-
dos avançaram muito no Brasil e em outros países, e, de der a dinâmica do mesmo através do entendimento da
modo geral, neles é reconhecido o fato de que a Geo- sua espacialidade. Esta como decorrência dos processos
grafia escolar ou a praticada nas escolas se diferencia de mundialização da economia e de globalização de todo
da científica ou daquela produzida nas universidades e o conjunto da sociedade requer novas ferramentas para
sua compreensão. Educação Geográfica significa, então,
institutos de pesquisa. Ou seja, admite-se para a Geo-
transpor a linha de obtenção de informações e de constru-
grafia ensinada na Educação Básica a importância das ção do conhecimento para realização de aprendizagens
mediações didáticas em termos de estrutura, objetivos, significativas envolvendo/utilizando os instrumentos para
conteúdos, contextos e práticas de ensino. fazer a análise geográfica. Essa perspectiva considera que
Assumimos essa perspectiva baseados em nossa ex- entender a sociedade a partir da espacialização dos seus
periência como professores e educadores, considerando fenômenos pode ser uma contribuição para a construção
também as necessidades e especificidades relacionadas da cidadania”8.
à faixa etária dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fun- A mesma autora, em outro trabalho, complementa:
damental e as orientações pedagógicas consubstan-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ciadas na legislação e em diretrizes e normas oficiais “A Educação Geográfica é a possibilidade de tornar sig-
nificativo o ensino de um componente curricular sempre
relativas à Educação Básica brasileira.
presente na educação básica. Nesse sentido, a importân-
cia de ensinar Geografia deve ser pela possibilidade que
• Por uma Educação Geográfica a disciplina traz em seu conteúdo que é discutir questões
Cabe à ciência praticada pela Geografia acadêmica do mundo. Para ir além de um simples ensinar, a educa-
responder aos problemas colocados pela sociedade, ao ção geográfica considera importante conhecer o mundo e
passo que à Geografia escolar cabe responder a deman- obter e organizar os conhecimentos para entender a lógi-
das específicas da escola e de seus componentes curri- ca do que acontece [...]”9.
culares. Apesar de a Geografia acadêmica ser uma fonte Colocar a análise geográfica na centralidade da Geo-
básica para a legitimação do saber escolar, a cultura es- grafia ensinada na Educação Básica significa estimular os
colar, vista em conjunto com discussões e documentos alunos a pensar espacialmente, o que demanda desen-
oficiais de cunho didático-pedagógico e curricular, tam- volver com eles o raciocínio geográfico e construir um co-
bém desempenha papel no ensino da Geografia, trans- nhecimento a respeito de sua realidade tanto próxima
formando-a em conhecimento geográfico efetivamente como também distante, e, essencial, sobre as relações
trabalhado em sala de aula. existentes entre ambas (multiescalaridade), promoven-
Desse modo, preferimos pensar a Geografia escolar do a discussão a respeito de como as ações da socieda-
— e, por conseguinte, o livro didático — sob a perspec- de se articulam, concretizam e materializam no espaço.
tiva do conceito de Educação Geográfica. Por meio de
pesquisas compartilhadas ou individuais que resultam • Raciocínio geográfico
em encontros científicos, artigos, livros, dissertações de Para que os alunos exercitem a análise geográfica e
mestrado e teses de doutorado, vários autores traba- sejam estimulados a pensar espacialmente, de modo
lham atualmente esse conceito, com destaque para a que realizem a leitura (representação e interpretação)
Rede Latino-americana de Pesquisadores em Didática do mundo em que vivem, é fundamental desenvolver
da Geografia (REDLAGEO), que, desde 2007, reúne do- com eles o raciocínio geográfico, aplicando seus princí-
centes pesquisadores em ensino de Geografia atuantes pios no decorrer do processo de ensino-aprendizagem
em vários países da América Latina. em Geografia (veja quadro na página seguinte).
8
CALLAI, Helena Copetti. A educação geográfica na formação docente: convergências e tensões. In: SANTOS, Lucíola Licínio de Castro Paixão et al. (Orgs.). Convergências
e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 412. (Coleção Didática e Prática de Ensino).
9
Idem, A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. Anekumene: Revista virtual Geografía, cultura y educación, Bogotá, v. 1, n. 1, p. 131, jan.-jun. 2011.
XIX
Princípios do raciocínio geográfico uma abordagem importante para a construção do pensa-
mento espacial e do raciocínio geográfico pelos alunos e
Princípio Descrição pode ser compreendida como a articulação dialética entre
os diferentes espaços e escalas de análise (local, regional,
Um fenômeno geográfico sempre é
comparável a outros. A identificação das nacional e mundial). Ela permite que os alunos compreen-
Analogia semelhanças entre fenômenos geográficos dam as interações entre as diferentes escalas de análise e,
é o início da compreensão da unidade por conseguinte, “as relações existentes entre sua vida fa-
terrestre. miliar, seus grupos e espaços de convivência e as intera-
Um fenômeno geográfico nunca acontece ções espaciais mais complexas”, além dos “arranjos das
Conexão isoladamente, mas sempre em interação com
paisagens, a localização e a distribuição de diferentes fe-
outros fenômenos próximos ou distantes.
nômenos e objetos técnicos, por exemplo”11.
É a variação dos fenômenos de interesse
da Geografia pela superfície terrestre (por Sugerimos ao professor criar oportunidades e es-
Diferenciação* tratégias voltadas para esse objetivo, como também
exemplo, o clima), resultando na diferença
entre áreas. trabalhar com os alunos seções e subseções didático-
Exprime como os objetos se repartem pelo -pedagógicas dedicadas a esse propósito presentes nos
Distribuição
espaço. quatro volumes da coleção, como No seu contexto, Con-
Espaço finito e contínuo delimitado pela textualize e Investigue seu lugar.
Extensão
ocorrência do fenômeno geográfico.
Posição particular de um objeto na superfície • Conteúdos factuais, conceituais,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
terrestre. A localização pode ser absoluta procedimentais e atitudinais
(definida por um sistema de coordenadas
Localização Nesta coleção, cuja proposta assenta-se no concei-
geográficas) ou relativa (expressa por meio
de relações espaciais topológicas ou por to de Educação Geográfica, ao longo das unidades dos
interações espaciais). quatro volumes, é proposto o trabalho com conteúdos
Ordem ou arranjo espacial é o princípio da Ciência Geográfica e espera-se que, tal como se en-
geográfico de maior complexidade. Refere-se contram, articulados com os objetos de conhecimento e
Ordem** ao modo de estruturação do espaço
habilidades previstos na BNCC, eles sejam problematiza-
de acordo com as regras da própria
sociedade que o produziu. dos e contextualizados pelo professor de acordo com sua
formação ou suas preferências teórico-metodológicas,
Fontes: FERNANDES, José Alberto Rio; TRIGAL, Lourenzo López; SPÓSITO, Eliseu
Savério. Dicionário de Geografia aplicada. Porto: Porto Editora, 2016. como também com base na realidade de seus alunos.
* MOREIRA, Ruy. A diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a representação Para que isso ocorra desenvolvendo o pensamen-
da diferença na Geografia. GEOgraphia, Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, p. 41-58, 1999.
** MOREIRA, Ruy. Repensando a Geografia. In: SANTOS, Milton (Org.). Novos rumos to espacial e o raciocínio geográfico, que possibilitam
da Geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, 1982. p. 35-4910.
ao aluno compreender o mundo, o ensino de Geogra-
fia, com seus recursos e estratégias didáticas (incluindo
Cabe destacar que os princípios do raciocínio geo-
o livro didático), deve buscar promover não somente o
gráfico descritos na Base Nacional Comum Curricular contato com conteúdos factuais, mas também com os
(BNCC) são trabalhados, nos quatro volumes da cole- instrumentos para fazer a análise geográfica, ou seja,
ção, por meio dos conteúdos abordados no texto didá- os conteúdos conceituais e procedimentais específicos
tico, das representações cartográficas e das atividades desse componente curricular. Nessa perspectiva peda-
que se referem a eles. gógica, os conteúdos da coleção a serem trabalhados
de maneira organizada e sistemática são de diferentes
A multiescalaridade no ensino de Geografia
tipos, podendo ser divididos em factuais, conceituais,
Em particular, dada a sua estreita relação com um dos procedimentais e atitudinais. Essa diversidade de con-
princípios do raciocínio geográfico, o de conexão, o concei- teúdos, somada a diferentes estratégias didáticas, co-
to de escala expressa as diferentes dimensões ou recortes labora para promover uma aprendizagem significativa
espaciais, tão essenciais para a aprendizagem em Geogra- em Geografia. No que concerne aos tipos de conteúdo
fia. Relacionada com esse conceito, a multiescalaridade é trabalhados, segundo Helena Copetti Callai12:
10
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 358.
11
Idem, p. 360.
12
CALLAI, Helena Copetti. A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. Anekumene: Revista virtual Geografía, cultura y educación, Bogotá, v. 1, n. 1, p. 136-137,
jan.-jun. 2011.
XX
• Os conteúdos factuais são informações relativas a capazes de respeitar e valorizar o lugar em que vi-
fatos singulares ou fenômenos concretos que são vem”. Em outras palavras, relacionam-se com as
significativos para o processo de aprendizagem, competências gerais da Educação Básica — como
sobretudo acontecimentos que podem ser obser- a 8, 9 e 10, que, respectivamente, dizem respei-
vados e localizados no tempo e no espaço. Podem to ao autoconhecimento e autocuidado, empatia e
ser obtidos por meio dos noticiários, dos livros, dos cooperação e responsabilidade e cidadania.
mapas, e “sendo corriqueiros são também conside-
rados do aporte de conteúdos específicos da disci- • Os conceitos-chave da Geografia
plina”, como no caso da Geografia, “as informações Da mesma maneira que a BNCC13, esta coleção con-
sobre aspectos físicos da natureza, da organização sidera os principais conceitos da Geografia, que se di-
do espaço, de população, de desenvolvimento eco- ferenciam por níveis de complexidade. Eles contribuem
nômico-social, de classificação regional, de hierar- para a Educação Geográfica e desempenham impor-
quias urbanas e de países [...]”. tante papel na formação do pensamento espacial dos
• Os conteúdos conceituais dizem respeito aos sa- alunos. Pesquisas recentes sobre ensino de Geografia
beres teóricos (conceitos), aqueles que podem ser também destacam a construção e o domínio de concei-
reproduzidos, repetidos e utilizados pelo aluno tos geográficos como estratégia para promover o de-
“como instrumento para interpretar, para avançar senvolvimento do pensamento espacial dos alunos e a
na compreensão da realidade em que vive ou sim- importância de levá-los a confrontar os conceitos coti-
plesmente da temática que está sendo estudada”. dianos e os científicos durante o processo de ensino-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
13
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 359.
14
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 86.
XXI
Nesta coleção, o conceito de paisagem está associa- na homogeneização dos espaços e na uniformização dos
do ao tratamento de vários objetos de conhecimento e processos sociais. Para o geógrafo Milton Santos, o fe-
habilidades da BNCC, sendo essencial para que o aluno nômeno da região é universal, pois “nenhum subespaço
desenvolva, com base nos conhecimentos da Geografia, do planeta pode escapar ao processo conjunto de glo-
aprendizagens como a observação, a descrição, a analo- balização e fragmentação, isto é, individualização e re-
gia, a interação, a ação e a síntese. gionalização”15, podendo-se entender as regiões como a
condição e o suporte das relações globais.
Lugar Na coleção, o conceito de região é importante e visto
O conceito de lugar diz respeito às localidades onde em conjunto com outros conceitos articuladores que se
as pessoas constroem referências pessoais por meio de integram e ampliam as escalas de análise em Geogra-
relações afetivas, subjetivas, além de estabelecerem fia. Foi escolhido como caminho didático para abordar
suas identidades e valores. Nesse sentido, estudar o(s) vários conteúdos e temas, como: o estudo do territó-
lugar(es) com os alunos inclui compreender e refletir rio brasileiro de acordo com as cinco macrorregiões do
com eles sobre seus espaços de vivência, valorizando os IBGE (volume do 7o ano); o estudo sobre as diferentes
acontecimentos que lhes são mais próximos, como tam- regionalizações do espaço mundial e os conjuntos re-
bém aqueles de outras pessoas, povos e culturas. Além gionais da América e da África conforme critérios so-
disso, é no(s) lugar(es) que ocorre a conexão entre o lo- cioeconômicos (volume do 8o ano); e também de outros
cal, o regional, o nacional e o mundial. Isso exige que o espaços mundiais (volume do 9o ano). Também valori-
professor esteja sempre atento aos acontecimentos glo- zou-se o processo de regionalização e como ele resulta
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bais, cuidando para relacioná-los à vivência dos alunos em regiões, classificando partes do espaço geográfico
sem desconsiderar as inúmeras relações que se estabe- de acordo com critérios previamente estabelecidos, que
permitem compará-las com base em suas semelhanças
lecem entre os diferentes lugares do mundo — o que
ou diferenças (princípios de analogia e diferenciação do
implica identificar as características de um lugar, como
raciocínio geográfico).
localização, extensão, conectividade, entre outras.
Nos volumes da coleção, o conceito de lugar é referência Espaço natural e espaço geográfico
constante, pois contribui para melhor compreensão dos
Nos volumes da coleção, o espaço natural é conside-
assuntos estudados. Surge relacionado a conteúdos e te-
rado aquele que sofreu pouca ou nenhuma intervenção
mas tratados no texto principal e representados em ima-
humana, no qual predomina a atuação das forças natu-
gens, merecendo destaque, em particular, na seção No seu
rais, como a ação das águas, dos ventos, dos terremotos
contexto e nas subseções Contextualize e Investigue seu
etc., que transformam a paisagem. Em contraposição,
lugar. Observadas em conjunto, essas seções promovem
o espaço geográfico é considerado produzido ou cons-
a articulação entre as aprendizagens essenciais trabalha-
truído pelas forças sociais, modificado e organizado pe-
das (novas ou já adquiridas) e os espaços de vivência, o las sociedades humanas, um produto histórico, social e
cotidiano e o contexto cultural do aluno. Como o concei- cultural que expressa, até visivelmente, a organização
to de lugar nem sempre é considerado apenas referên- das sociedades com todas as suas contradições.
cia local, mas também uma escala de análise necessária Além de sua historicidade e de seu caráter político, na
para compreender os fenômenos que acontecem no mun- coleção considera-se que o espaço geográfico é modifi-
do, ele também surge com ênfase e visibilidade em ocor- cado constantemente em razão das ações humanas, e
rências das seções Rotas e encontros e Estações (História, merece, por esse motivo, ser tratado em sala de aula sob
Ciências, Cidadania e Socioambiental). a perspectiva de tensões e conflitos gerados no decor-
rer de sua produção, revelando aos alunos a sua hetero-
Região
geneidade graças aos diferentes interesses envolvidos
Desde as origens da Geografia como ciência sistema- em sua construção. Isso poderá incentivar o aluno a re-
tizada, o conceito de região é discutido, tendo adquirido fletir e a se posicionar perante as contradições do espa-
várias definições. Recentemente, alguns autores chega- ço geográfico, buscando solucionar situações-problema
ram a anunciar o fim das regiões em virtude da globali- que surgem por meio da leitura dos processos e aconte-
zação e do entendimento de que esse processo resultaria cimentos com ele relacionados.
15
Ibidem, p. 196.
XXII
Território e territorialidade culturas no interior de um mesmo Estado. Isso é impor-
Nos volumes da coleção, território surge como um tante para que identifiquem e compreendam melhor a
conceito essencial para o estudo e as aprendizagens da sociodiversidade e as territorialidades de culturas não
Geografia. De maneira geral, é considerado delimitação hegemônicas (indígenas, quilombolas, povos da flores-
das relações de poder, domínio de parcelas do espaço ta etc.) e, sob a perspectiva da educação em valores,
natural e do espaço geográfico, apropriados política, sejam mais conscientes quanto a acolher e valorizar a
econômica e culturalmente. Refere-se, assim, aos Esta- diversidade cultural, sem preconceitos de qualquer na-
dos nacionais como nações politicamente organizadas, tureza.
estruturadas sobre uma base física.
Redes geográficas
Em particular, no tratamento de alguns objetos de
conhecimento e habilidades, o conceito de território é Na coleção, o conceito de redes é trabalhado asso-
empregado para que os alunos compreendam, em di- ciado a objetos de conhecimento e habilidades do com-
ferentes escalas de análise, a produção social do espa- ponente curricular Geografia. No 6o ano, é utilizado na
ço e a transformação do espaço em território usado, ou explicação de componentes físico-naturais (redes hidro-
seja, “espaço da ação concreta e das relações desiguais gráficas) e articulado à apropriação dos recursos hídri-
de poder [...]”16. cos (redes de distribuição de água); no 7o ano, contribui
No 6o ano, por exemplo, esse conceito articulador é para a aprendizagem do aluno em relação à influência
tratado no contexto dos conflitos por recursos e terri- e ao papel das redes de transporte e comunicação na
tórios entre sociedades cujos modos de vida são dife- configuração do território brasileiro; nos 8o e 9o anos,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
renciados, como o dos povos originários e comunidades volumes nos quais o estudo da Geografia se concentra
tradicionais em face da sociedade urbano-industrial, no espaço mundial, o conceito é empregado no trata-
além de estar associado aos direitos territoriais. No mento de redes de interdependência em diferentes es-
7o ano, auxilia na compreensão dos conceitos de Esta- calas e nas dimensões política, econômica, geopolítica,
do-nação e soberania, do processo socioespacial da for- ambiental e cultural, além de contribuir para a aprendi-
mação territorial do Brasil e, no decorrer de assuntos zagem do aluno sobre os fluxos imateriais e materiais
abordados em escala regional, é associado aos usos de- no atual período da globalização, associados aos deslo-
siguais do território brasileiro. No 8o ano, por ocasião camentos de ideias, informações, pessoas, mercadorias,
do tratamento de aprendizagens essenciais a respeito serviços etc. Sob uma ampla perspectiva, esse conceito
da América e da África, o conceito de território é apro- permite tratar aspectos relacionados à transformação
fundado quando são analisadas as implicações na ocu- cada vez mais intensa de paisagens, lugares, regiões e
pação e nos usos do território americano e africano. No territórios.
9o ano, esse conceito também é aplicado sempre que se
estudam conjuntos regionais ou países da Europa, da 4 Os princípios pedagógicos
Ásia e da Oceania, seja para explicar a formação territo-
rial e a dimensão sociocultural, como também a dimen-
norteadores da coleção
são geopolítica, disputas territoriais e mobilidade das
fronteiras no decorrer do processo histórico. • O trabalho com conhecimentos prévios
De maneira complementar, sempre que oportuno na Nas aberturas das unidades da coleção, diagramadas
coleção, o conceito de territorialidade emerge no tex- em páginas duplas, infográficos ou imagens são acom-
to principal e em seções didático-pedagógicas específi- panhados por questões da seção Verifique sua baga-
cas, como Rotas e encontros e Estação Socioambiental. gem. O objetivo desse recurso é promover e auxiliar
Em algumas delas, por meio de textos complementares, na sondagem de conhecimentos prévios dos alunos.
mapas, fotografias e atividades, busca-se revelar fron- Nos percursos que compõem cada unidade, essa preo-
teiras concretas e simbólicas que se manifestam em es- cupação também se faz presente: em articulação com
calas diferentes do Estado-nação. O propósito consiste conhecimentos já adquiridos, na abordagem e no de-
em oportunizar aos alunos refletir sobre a diversidade senvolvimento de novos conhecimentos são introduzi-
e a complexidade das relações de poder entre grupos e dos e explicados conceitos necessários ao estudo.
16
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 379.
XXIII
Entende-se por conhecimento prévio o que o aluno de ensino-aprendizagem. Contudo, é importante ter em
já sabe (conceitos, proposições, princípios, fatos, ideias, vista que a sondagem de conhecimentos prévios pode
imagens, símbolos, vivências e valores) sobre o assun- ser realizada em qualquer etapa do processo de ensino-
to a ser estudado, ou seja, aquilo que é preexistente em -aprendizagem, entre outras razões, porque com base na
sua estrutura cognitiva e socioemocional, tendo sido verificação e na análise das respostas dos estudantes o
adquirido dentro ou fora da escola, em aprendizagens e professor poderá perceber equívocos, erros conceituais,
experiências adquiridas ou vividas anteriormente. dúvidas e dificuldades no domínio das aprendizagens es-
O conhecimento prévio é essencial para a teoria da senciais (habilidades).
aprendizagem significativa, formulada na década de
1960 por David P. Ausubel (1918-2008), célebre pen- • Uso e domínio de diferentes linguagens
sador da Psicologia da Educação. Nessa perspectiva, o Um foco importante desta coleção consiste em in-
conhecimento prévio é considerado determinante do centivar o uso de diferentes linguagens (como a verbal,
processo de aprendizagem, uma vez que é significativo visual, digital, artística etc.) no processo de ensino-
por definição, ou seja, base para a transformação dos sig-
-aprendizagem. De acordo com os objetos de conheci-
nificados lógicos dos materiais de aprendizagem, poten-
mento e habilidades específicos de cada componente
cialmente significativos, em significados psicológicos17.
curricular podem ser adotadas estratégias didáticas
Entre as estratégias para explorar, conhecer e ativar
variadas, com o propósito de tornar as diferentes lin-
os conhecimentos prévios dos alunos, sugere-se desen-
guagens recursos que possibilitem aos alunos um
volver, de modo desafiador, leituras de imagens ou tex-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
aprendizado mais proveitoso, além de favorecer que
tos escritos, rodas de conversa, resolução de problemas
se expressem e partilhem “informações, experiências,
e debates. De acordo com Campos e Nigro18, as entre-
ideias e sentimentos em diferentes contextos”, produ-
vistas são outra estratégia eficaz, por meio das quais os
zindo “sentidos que levem ao entendimento mútuo”20.
alunos respondem a diversas perguntas, problemas ou
executam tarefas, embora nem sempre seja viável rea- No caso do componente curricular Geografia, é reco-
lizá-las em sala de aula, devendo o professor criar ou- nhecida a forte relação com imagens, gráficos, tabelas,
tras oportunidades reais para que eles expressem suas mapas, tecnologias digitais de informação e comuni-
ideias. Miras19, por exemplo, destaca instrumentos fe- cação, além de charges, infográficos, textos científicos,
chados (como listas, questionários, redes, mapas), que opinativos, literários etc. O importante é fazer deles ins-
parecem funcionar melhor com alunos mais velhos, pois trumentos que levem os alunos a posturas reflexivas em
envolvem a capacidade de registro gráfico ou escri- relação ao mundo e suas transformações, promovendo
to; a autora sugere a aplicação de instrumentos aber- a leitura crítica da espacialidade produzida socialmente
tos (como conversas entre o professor e os estudantes) e que pode ser estudada por meio de diferentes escalas
com os alunos mais novos, pois proporcionam uma ex- geográficas. Assim, espera-se que o aluno desvende a
ploração mais rica e flexível dos conhecimentos prévios. realidade, desenvolva o pensamento espacial e o racio-
Não se deve perder de vista a importância de registrar cínio geográfico, “fazendo uso das linguagens cartográ-
os conhecimentos prévios dos alunos, sondados antes do ficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e
início do trabalho com uma unidade do Livro do Aluno, das geotecnologias para a resolução de problemas que
pois ao final dela poderão ser retomados ou relembrados envolvam informações geográficas”21, o que contribui
como elementos de avaliação, isto é, um “balanço” sobre para que ele compreenda o mundo em que vive, exer-
o que os alunos sabiam antes da ampliação e sistemati- cite a cidadania, pense e resolva problemas gerados na
zação dos conhecimentos e das habilidades e o que sa- vida cotidiana — condições essenciais para o desenvol-
bem após o desenvolvimento dessas etapas do processo vimento das competências gerais da Educação Básica.
17
Leia-se a respeito: AUSUBEL, David P.; NOVAK, Joseph D.; HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. Trad. Eva Nick e outros. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980; e
AUSUBEL, David P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003.
18
CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. Aquilo que os alunos já sabem. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, 1999. p. 78-97.
19
MIRAS, M. O ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os conhecimentos prévios. In: COLL, C. O construtivismo em sala de aula. São Paulo:
Ática, 2006. p. 57-76.
20
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 9.
21
Ibidem, p. 364.
XXIV
Na coleção, são oferecidas diferentes linguagens • Interdisciplinaridade, contextualização e
como suporte para o trabalho do professor em sala de transversalidade
aula. Elas poderão ser complementadas com outras ob-
Em cada volume da coleção, o professor encontrará
tidas pelo professor em livros, jornais, revistas e em
seções didático-pedagógicas e orientações específicas
meios digitais. O importante é trabalhá-las para que o
voltadas para incentivar a interdisciplinaridade, a con-
aluno desenvolva autonomia, incentivando-o a ler, in- textualização e a transversalidade na abordagem dos
terpretar, pesquisar, debater e agir de maneira mais conteúdos. Isso se deve ao fato de consideramos essen-
consciente no contexto social, econômico, político, cul- cial a atenção a esses princípios pedagógicos como tam-
tural e ambiental. Também é importante levar o aluno bém, para além do livro didático, a implementação deles
a compreender as particularidades de cada linguagem, em práticas de sistemas ou redes de ensino e das insti-
suas potencialidades e suas limitações, a fim de reco- tuições escolares.
nhecer seus produtos não como verdades, mas como Esses princípios pedagógicos, que devem ser cons-
possibilidades. tantes em todo o currículo, estão previstos na Base Na-
cional Comum Curricular (BNCC), documento normativo
• A alfabetização cartográfica que, baseado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nesta coleção, de forma gradual e em consonância Nacional (LDB, Lei no 9.394/1996)22 e nas Diretrizes
com o desenvolvimento cognitivo dos alunos, propõe- Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)23, re-
-se a continuidade do trabalho dirigido à alfabetização conhece que eles colaboram para que a educação tenha
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
22
BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
23
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, Dicei, 2013.
24
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 16-17.
25
Sugerimos as seguintes leituras sobre interdisciplinaridade: FAZENDA, Ivani C. A. (Org.). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2005; ____. Integra-
ção e interdisciplinaridade no ensino brasileiro. São Paulo: Loyola, 2002; ____. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994; MACHADO,
Nilson José. Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 2011.
XXV
Por essas razões, a proposta didático-pedagógica da Contextualização para a vida do aluno
coleção incorpora e expressa forte preocupação com a Na coleção, esse princípio pedagógico é trabalhado na
interdisciplinaridade. Nos quatro volumes da coleção, seção No seu contexto, nas atividades orais sistemáti-
possibilidades de articulação ou de diálogo entre a Geo- cas e nas subseções Contextualize, Investigue seu lugar
grafia e outros componentes curriculares (Língua Por- e Viaje sem preconceitos. Vale ressaltar a importância
tuguesa, Matemática, Ciências, História, Arte e Educação de desenvolvê-lo em redes de ensino e instituições es-
Física) surgem no decorrer das unidades, associadas à colares, que podem criar e aperfeiçoar, para além do li-
abordagem de vários conteúdos, temas e conceitos. Em vro didático, materiais de apoio e práticas para tal fim.
particular, mas não exclusivamente, isso ocorre nas se-
Em sentido amplo, esse princípio busca assegurar o
ções Estação História, Estação Ciências e Desembarque
estabelecimento de relações entre os conteúdos dos
em outras linguagens.
componentes curriculares e experiências da realida-
Para fins de orientação do trabalho docente, as orien-
de, da vida social ou do contexto do aluno, tornando-
tações específicas do Manual do Professor indicam
-os “significativos com base na realidade do lugar e do
possibilidades de abordagem integrada e pontos de
tempo nos quais as aprendizagens estão situadas”26.
contato entre conteúdos e temas da coleção com ou-
Nessa perspectiva, para que esse princípio seja pratica-
tros componentes curriculares.
do, é imprescindível relacionar os conhecimentos com a
Para que isso seja realizado, sugerimos ao professor
vida, em oposição a metodologias pouco ou nada ativas e
manter e estimular um intercâmbio de ideias com profes-
sem significado para os estudantes, superando o caráter
sores de outras áreas, com o intuito de desenvolver traba-
expositivo e “transmissivista” em sala de aula, que nem
lhos conjuntos para que conhecimentos e aprendizagens
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sempre permite “favorecer a participação ativa de alunos
sejam aprofundados e compartilhados — e não compar-
com habilidades, experiências de vida e interesses muito
timentados — pelo diálogo integrado dos saberes. Isso
diferentes”27, ou mesmo inseri-los em situações de vida
pode ser realizado por meio de reuniões periódicas de pla-
real, de fazer e de elaborar aprendizagens que sejam rele-
nejamento, nas quais cada professor poderá explicitar os
vantes e socialmente significativas. A contextualização é,
objetivos de aprendizagem, as competências e as habili-
assim, de fundamental importância para o próprio proces-
dades a serem desenvolvidos em sua área de conhecimen-
to e componente curricular e, em seguida, avaliar com os so de aprendizagem, integrando a teoria à vivência de te-
demais professores as possibilidades de projetos didáti- mas da realidade do aluno e de sua comunidade.
co-pedagógicos comuns a serem planejados e realizados.
Essa orientação, por meio de várias experiências vivi- Transversalidade: educação em valores e temas
das e relatadas por educadores, tem demonstrado sua contemporâneos
validade, uma vez que o professor de Geografia, jus- Em sua origem, tema transversal corresponde a con-
tamente por lidar com um componente curricular fun- teúdos curriculares importantes que devem ser trata-
damentalmente interdisciplinar, pode desempenhar o
dos transversalmente pelos componentes curriculares,
papel de integrador das contribuições provenientes das
ou seja, não ensinados e aprendidos em apenas um de-
diversas áreas de conhecimento, orientando trabalhos
les, e que podem “enriquecer o currículo sem sobrecar-
e projetos didático-pedagógicos significativos, inter-re-
regá-lo, por meio da introdução de tópicos adicionais de
lacionados no contexto escolar.
Decerto, projetos ou iniciativas de cunho interdisci- ensino; além de facilitar o pensamento interdisciplinar e
plinar na sala ajudam a conferir mais dinamismo e atra- a aprendizagem colaborativa”28. No Brasil, esse conceito
tividade às aulas de Geografia, além de, no plano da se disseminou com a publicação dos Parâmetros Curricu-
formação humana integral do aluno, favorecer o alar- lares Nacionais (PCN), um conjunto de volumes prepara-
gamento de seus horizontes científicos e culturais. Em dos em 1997 pela Secretaria de Educação Básica (SEB)
relação ao ensino, também contribuem para superar do Ministério da Educação (MEC), dedicados a cada com-
o modelo analítico — divisão do todo em suas partes ponente curricular, e também outros cinco cadernos que
constitutivas —, que fragmenta o conhecimento em abordavam os temas transversais saúde, pluralidade cul-
disciplinas estanques, que não dialogam entre si. tural, meio ambiente, orientação sexual e ética.
26
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 16.
27
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, Dicei,
2013. p. 118-119.
28
UNESCO. Glossário de terminologia curricular. Brasília: Unesco, 2016. p. 81.
XXVI
Mais recentemente, de acordo com as Diretrizes Cur- à natureza) e da Educação para o Consumo (consu-
riculares Nacionais da Educação Básica (DCN): mo sustentável, consciente e responsável).
• Saúde: entre outros temas, abrange as dimensões
“A transversalidade é entendida como uma forma de
organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas,
individual e coletiva, a Educação Alimentar e Nutri-
eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas di- cional, o Processo de Envelhecimento e o Respeito
tas convencionais de forma a estarem presentes em todas e Valorização do Idoso.
elas. A transversalidade difere-se da interdisciplinarida- • Pluralidade cultural: envolve a Diversidade Cultu-
de e complementam-se; ambas rejeitam a concepção de ral na sociedade brasileira e no mundo e requer o
conhecimento que toma a realidade como algo estável, conhecimento, o respeito e a valorização dos sabe-
pronto e acabado. A primeira se refere à dimensão didáti- res e das diferenças culturais, sem preconceitos de
co-pedagógica e a segunda, à abordagem epistemológica qualquer natureza e com base em princípios éticos,
dos objetos de conhecimento. A transversalidade orien-
solidários e inclusivos, como também a Educação
ta para a necessidade de se instituir, na prática educativa,
uma analogia entre aprender conhecimentos teoricamen- das Relações Étnico-raciais e o Ensino de História e
te sistematizados (aprender sobre a realidade) e as ques- Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena.
tões da vida real (aprender na realidade e da realidade). Vistos em conjunto, esses temas, a serem trabalha-
Dentro de uma compreensão interdisciplinar do conhe- dos de forma transversal, contribuem para a educação
cimento, a transversalidade tem significado, sendo uma em valores, para que o aluno conheça e se posicione
proposta didática que possibilita o tratamento dos conhe- diante de questões relevantes para a sociedade. Per-
cimentos escolares de forma integrada. [...]”29. mitem desenvolver valores éticos universais, que têm
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Nos dias atuais, de acordo com a BNCC, integrar te- como princípio a dignidade do ser humano, a igualdade
mas e eixos temáticos aos componentes curriculares e de direitos e a corresponsabilidade social.
às propostas pedagógicas, de modo que estejam pre- A proposta pedagógica da coleção incorpora os temas
sentes em todos eles e com o objetivo de propiciar ao contemporâneos na abordagem da Geografia, no decor-
aluno “aprender na realidade e da realidade”, impli- rer das unidades dos livros. Reforça o incentivo ao traba-
ca neles incorporar a abordagem dos chamados temas lho transversal e contextualizado com esses temas por
contemporâneos30. Esses temas dizem respeito a ques- meio de sugestões que surgem nas orientações específi-
tões de urgência social, que afetam a vida humana em cas do Manual do Professor, para indicar quando e onde,
escala local, regional e global, e estão orientados por no Livro do Aluno, seria possível aprofundar o traba-
princípios éticos que visam à formação humana integral lho com eles. Nos volumes da coleção, além de algumas
e à construção de uma sociedade justa, democrática, abordagens, questões e atividades propostas que per-
sustentável, inclusiva e solidária. Podem ser agrupados mitem trabalhá-los, eles são contemplados nas seções
em quatro conjuntos: Estação Cidadania, Estação Socioambiental e Estação
• Cidadania: envolve a formação cidadã ou a parti- Ciências, como também na seção Rotas e encontros e na
cipação consciente do aluno na vida coletiva e re- subseção Viaje sem preconceitos, que buscam incentivar
quer levá-lo a refletir e agir de acordo com valores, mais especificamente o trabalho com a pluralidade cultu-
princípios ou normas relacionados aos Direitos das ral e o combate aos preconceitos.
Crianças e dos Adolescentes, à Educação para o
Trânsito, à Educação em Direitos Humanos, à Edu- • Protagonismo do aluno no processo de
cação Financeira e Fiscal, ao Respeito e Valorização aprendizagem
do Idoso, à Vida Familiar e Social, ao Trabalho, à Outro princípio pedagógico norteador desta coleção
Ciência e Tecnologia, entre outros. é o protagonismo do aluno no processo de aprendiza-
• Meio ambiente: relaciona-se à formação da consciên- gem. Os recursos didático-pedagógicos dos livros, que
cia socioambiental, aos princípios e práticas da Edu- serão apresentados adiante, compõem um conjun-
cação Ambiental (valorização dos recursos naturais to de atividades diversas que buscam estimular esse
disponíveis e a sua utilização sob a perspectiva do princípio, que abrange aprendizagens diferenciadas e
desenvolvimento sustentável, o respeito e a proteção complementares.
29
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, Dicei, 2013. p. 29.
30
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 19-20. Consulte, no tópico “Apoiando a formação continuada do professor” deste
manual, sugestões de leituras sobre leis, decretos, pareceres e resoluções do CNE relativos aos temas contemporâneos citados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
XXVII
Uma delas consiste na aprendizagem baseada em Há que se destacar, ainda, a aprendizagem social e
pesquisa, ou seja, oferecer oportunidades para que o emocional e sua importância no desenvolvimento do
aluno exercite seu protagonismo ao construir o pró- protagonismo do aluno, propiciando estratégias e si-
prio entendimento da complexidade do mundo natural tuações de aprendizagem que permitam articulá-la aos
e social a seu redor por meio da investigação de ques- conteúdos temáticos, objetos de conhecimento e ha-
tão, problema ou conceito relevante. Nessa perspectiva, bilidades. Isso requer que os conteúdos, informações,
nesta coleção as subseções Investigue seu lugar e Pes- conceitos e atividades trabalhados no componente cur-
quise buscam contribuir para que essa modalidade de ricular Geografia não sejam um objetivo em si mesmos,
aprendizagem seja trabalhada pelo professor, além de mas que se faça deles oportunidades para motivar e
outras oportunidades que poderá criar e planejar. Ade- orientar o aluno a aprender a lidar com sentimentos e
mais, as subseções citadas, somadas à seção Mochila de relações com outros, reconhecer emoções e manter re-
ferramentas e às subseções Explore e Pratique, ofere- lações positivas, como empatia, desenvolver resiliência,
cem oportunidades para aproximar o aluno de proces- gerir situações desafiadoras e conflitantes, tomar deci-
sos, práticas e procedimentos de análise e investigação, sões apropriadas e responsáveis, além de cuidar de ou-
com propostas de atividades que estimulam observa- tras pessoas e respeitá-las. Isso é ainda mais relevante
ção, curiosidade, experimentação, interpretação, aná- quando se considera que os sentimentos não só inter-
lise, discussões de resultados, criatividade, síntese, ferem na capacidade de resolução de problemas de um
registros e comunicação. indivíduo, como também são essenciais para que ele os
Visando exercitar a autonomia e ampliar a pesquisa resolva.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e o repertório cultural e científico do aluno, o protago- Por fim, cabe dizer que incentivar o protagonismo do
nismo também é estimulado por meio das seções Quem aluno requer o apoio intencional e planejado do profes-
lê viaja mais, Pausa para o cinema e Navegar é preciso, sor, com o intuito de mobilizar essas aprendizagens, as-
que apresentam, respectivamente, sugestões de livros, sumindo o papel de mediador que as trabalha de modo
filmes, documentários e sites que ampliam e enrique- articulado aos conteúdos temáticos, às competências
cem os conteúdos temáticos tratados no livro didáti- gerais, específicas e habilidades do componente curri-
co. E, sempre que oportuno, por meio da seção No seu cular Geografia.
contexto e da subseção Investigue seu lugar, o prota-
gonismo do aluno também é estimulado por meio de
atividades que incentivam pesquisas e visitas a espa- 5 A proposta didático-
ços extraescolares que favoreçam o processo de ensi- -pedagógica da coleção
no-aprendizagem.
A proposta didático-pedagógica da coleção en-
De maneira complementar, entendemos que desen-
volve dois aspectos: a organização geral dos volu-
volver o protagonismo do aluno também envolve colocar
mes, com o sequenciamento didático dos conteúdos
em marcha a aprendizagem baseada em problemas, isto
e temas, e os recursos didático-pedagógicos dos li-
é, desafiá-lo, de forma experimental e focada em ques-
vros. Vistos em conjunto, ambos oferecem condições
tões, dúvidas, polêmicas e incertezas associadas aos
para que o processo de ensino-aprendizagem, me-
conteúdos temáticos desenvolvidos em sala de aula,
diado pelo professor, ocorra articulado com a BNCC,
levando-o a investigar, raciocinar e refletir sobre vá-
a abordagem teórico-metodológica e os princípios
rias perspectivas possíveis para solucionar problemas
pedagógicos norteadores da coleção apresentados
complexos significativos, autênticos e relevantes para
anteriormente.
sua vida e sua aprendizagem. Nesta coleção, por exem-
plo, subseções didático-pedagógicas como Argumente,
• A organização geral dos volumes
Contextualize, Viaje sem preconceitos e Pratique bus-
cam propiciar a mobilização dessa orientação no pro- No tocante à organização e distribuição dos con-
cesso de ensino-aprendizagem, pois oportunizam em teúdos e temas, os volumes da coleção apresentam
várias de suas ocorrências o desenvolvimento da auto- 8 unidades, cada uma com 4 percursos. Nos quadros da
nomia de pensamento, do raciocínio crítico e da capaci- página seguinte, apresentamos a organização das uni-
dade de argumentar do estudante. dades de cada volume da coleção.
XXVIII
Volume Unidades Volume Unidades
1. Espaço, paisagem, lugar e território 1. O território brasileiro
2. Conhecimentos básicos de Cartografia 2. A população brasileira
3. O planeta Terra e a circulação geral da 3. Brasil: industrialização, consumo e o
atmosfera espaço das redes
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além de despertar o interesse deles sobre as temáticas
mações para além dos limites do próprio livro didático. Os
abordadas ao longo da unidade. As questões buscam va-
filmes indicados passaram por seleção prévia, para evitar
lorizar a vivência e as experiências dos alunos e seus re-
temáticas preconceituosas, violentas ou com cenas ina-
ferenciais prévios de conhecimentos, exercitam a leitura
propriadas para a faixa etária à qual se destina a coleção.
e interpretação de infográficos, fotos ou jogo de imagens
Consideramos que o recurso audiovisual amplia o re-
da abertura e estimulam discussões sobre temas e con-
pertório cultural do aluno, como parte da valorização de
teúdos que serão abordados ao longo da unidade. diversas manifestações artísticas e culturais, além de
PERCURSO apresentar grande potencial quando utilizado no ensino.
Por isso, sugerimos que, após a exibição do filme ou do-
32 Percurso cumentário, seja realizado um debate sob a orientação
do professor com a participação de todos os alunos, ob-
Todas as unidades são desenvolvidas em quatro per- jetivando, ao menos: a) a interpretação do que foi vis-
cursos, que apresentam o texto principal com conteúdos to; b) a elaboração, em grupo ou individualmente, de um
e temas organizados de forma clara, hierarquizados em tí- texto-resumo sobre a temática tratada. A respeito do
tulos e subtítulos que facilitam o estudo e as aprendiza- assunto, sugerimos as seguintes leituras: NAPOLITANO,
gens, com linguagem e extensão adequadas à faixa etária Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. 2. ed. São
a que se destinam. Para complementar e exemplificar o Paulo: Contexto, 2005. 249 p.; RODRIGUES, Rejane Cris-
texto principal, também há mapas e outras formas de re- tina de Araújo; SANTANA, Fábio Tadeu de Macedo; ER-
presentação cartográfica, gráficos, tabelas, ilustrações, cro- THAL, Leopoldo Carriello. Aprendendo com filmes: o
quis, blocos-diagramas, fotografias, entre outros recursos. cinema como recurso didático para o ensino de Geogra-
fia. Rio de Janeiro: Lamparina, 2013. 224 p.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção às experiências ou problemas por eles vividos. Des-
belecimento de relações entre seus textos e os conteú-
se modo, a seção Rotas e encontros visa contrabalançar
dos e temas estudados nos percursos.
a abordagem descritiva e conceitual muitas vezes pra-
ticada em sala de aula no tratamento de conhecimen-
tos e informações geográficos, concedendo ênfase às
Subseções das atividades:
pessoas, suas culturas e locais de origem. Embora pro-
• Interprete: subseção que promove a competência
picie o trabalho mais direto com o tema contemporâneo
leitora, levando o aluno a relacionar informações
dos textos. Diversidade Cultural, em algumas ocorrências desta se-
ção, sempre que pertinente, também há possibilidades
• Argumente: desenvolve o senso crítico e a capaci-
dade de o aluno argumentar com base em fatos, de trabalho com outros temas contemporâneos e inter-
dados e informações confiáveis; propor soluções disciplinaridade com outros componentes curriculares.
individuais ou coletivas às situações-problema; Assim como nas seções Estações e infográficos, a se-
problematizar, formular e defender hipóteses e ção também é acompanhada pelas subseções Interpre-
ideias por meio de afirmação argumentativa, in- te, Argumente, Contextualize e Viaje sem preconceitos,
ferências e confronto de pontos de vista com base conforme a pertinência dos assuntos.
nos assuntos abordados.
• Contextualize: articula os temas abordados ao
contexto do aluno, promovendo responsabilidade, Mochila de ferramentas
valores, o protagonismo social e a cidadania ativa
e, sempre que oportuno, levando-o a refletir sobre
Composta de passos didáticos e atividades que po-
as dimensões do autoconhecimento e autocuidado dem ser de interpretação, argumentação e preferencial-
e da empatia e cooperação. mente procedimentais, um dos objetivos desta seção é
• Viaje sem preconceitos: suscita reflexão e de- ensinar e exercitar com o aluno técnicas de estudo e
bate sobre diversos tipos de preconceito, como pesquisa que permitam aprimorar o trabalho individual
condições econômico-sociais, étnicas, de gênero ou em grupo acerca de temáticas propostas nos percur-
etc., e sobre atitudes individuais e coletivas para sos. Essas técnicas, inclusive, poderão auxiliá-lo no es-
combatê-los com base no respeito ao outro e aos tudo de outros componentes curriculares, favorecendo
direitos humanos, com acolhimento e valorização o desenvolvimento da autonomia e aprendizagens so-
da diversidade. bre maneiras diferentes e complementares para se or-
ganizar e sistematizar conhecimentos.
XXXII
Além disso, esta seção propõe o trabalho com proce- que foi estudado, favorecendo o desenvolvimento
dimentos específicos da Geografia, relacionados com da análise e a argumentação. Contribui para diver-
os conteúdos estudados nos percursos nos quais ocor- sificar o trabalho com linguagens na coleção, o que
rem, favorecendo o desenvolvimento de objetos de favorece a construção pelos alunos de um repertó-
conhecimento e habilidades essenciais desse compo- rio maior na leitura da realidade.
nente curricular. Entre outros exemplos, nesta seção • A subseção Investigue seu lugar remete o alu-
desenvolve-se a leitura, interpretação e elaboração de no para pesquisas individuais ou em grupo sobre
diferentes formas de representação relacionadas ao seu lugar/contexto, motivando-o a exercitar o in-
pensamento espacial, como anamorfose, perfil de ve- teresse e o espírito de investigação e de resolução
getação, mapa de fluxos etc. de problemas. Reforça, assim, com a seção No seu
contexto e a subseção Contextualize, um dos prin-
cípios da proposta didático-pedagógica da coleção,
Atividades dos percursos
qual seja o de possibilitar a articulação de conteú-
Dispostas em páginas duplas, ocorrem duas vezes em dos, conceitos e habilidades com a realidade e a co-
cada unidade, ao final dos percursos pares. São com- munidade do aluno, valorizando os contextos mais
postas de atividades que se referem aos conteúdos dos próximos da vida cotidiana.
dois percursos imediatamente anteriores, organizadas • A subseção Pesquise propõe pesquisas gerais. Assim
em diferentes modalidades, a saber: como a subseção Investigue seu lugar, contribui
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• A subseção Revendo conteúdos é dedicada à relei- para que o aluno aprofunde ou complemente os
tura, revisão e aplicação de conhecimentos e apren- conhecimentos e as aprendizagens desenvolvidos
dizagens trabalhados nos percursos por meio de nos percursos. Dessa maneira, as duas subseções
questões diretas e, sempre que possível, apresenta incentivam a pesquisa como princípio pedagógico,
enunciados que estimulam os alunos a resolver si- a observação e a análise, e chamam a atenção dos
tuações-problema. Sugere-se que seja trabalhada alunos para aspectos importantes sobre o que foi
com o intuito de levar o aluno a realizar uma ava- estudado, levando-os a rever e assimilar os pontos
liação de seu aprendizado. relevantes, como também a ampliar seus conheci-
• A subseção Práticas cartográficas propõe ati-
mentos e repertório cultural, motivando-os a elabo-
vidades envolvendo a linguagem cartográfica, rar trabalhos escritos e orais.
contemplando a leitura, interpretação e elabo- • A subseção Pratique propõe atividades que levem
ração de mapas, que também podem estar asso-
o aluno a executar procedimentos individualmen-
ciados a textos e outras formas de representação
te ou em grupo.
gráfica (gráficos, tabelas etc.). Vista em con-
A cada página dupla da seção Atividades dos percur-
junto com as atividades orais sistemáticas que
sos, as subseções Revendo conteúdos e Práticas car-
acompanham mapas no decorrer dos percursos e
tográficas são fixas, e as demais, variáveis. Vistas em
algumas ocorrências da seção Mochila de ferra-
conjunto, as atividades ao final dos percursos pares
mentas, essa subseção fortalece aprendizagens
que envolvem informações geográficas e o ra- também buscam: incentivar as relações interpessoais,
ciocínio geográfico e visa contribuir para a alfa- por intermédio de trabalhos em grupo; sensibilizar o
betização cartográfica, ampliando-se, assim, as estudante para os fatos sociais pelo conhecimento da
possibilidades de produção de sentidos dos alu- realidade local; colaborar para a quebra de preconcei-
nos na leitura do mundo. tos; aguçar sua percepção e atuação no espaço vivido
• A subseção Explore apresenta atividades com tex- para desenvolver a postura crítica e científica; apoiar
tos, imagens, tabelas, gráficos, charges etc. Dessa os alunos com diferentes níveis de aprendizagem, pois
forma, busca ampliar os conhecimentos e aprendi- podem ser trabalhadas como instrumento de diag-
zagens desenvolvidos nos percursos, propondo in- nóstico de aprendizagens, oferecendo diferentes pos-
ter-relações com registros, recursos e informações sibilidades para que explorem e exercitem processos
adicionais ou externas ao texto principal dos per- cognitivos e desenvolvam formas diversas de apreen-
cursos, incentivando o aluno a relacioná-las com o são dos conhecimentos.
XXXIII
Desembarque em outras linguagens Caminhos digitais
Composta de uma dupla de páginas, esta seção fe- Em uma dupla de páginas, esta seção apresenta tex-
cha as unidades 1 e 5 de cada volume da coleção, tota- tos, atividades, ilustrações e/ou fotografias voltados à
lizando 8 ocorrências na coleção (duas por livro). Nela, compreensão e à reflexão acerca da utilização de tecno-
é apresentado o trabalho de artistas e outras persona- logias digitais de forma crítica, significativa e ética. Tem
lidades por meio de temas relacionados aos conteúdos por objetivo principal propiciar o debate e a resolução
de problemas sobre questões pertinentes à cultura di-
estudados nessas unidades. A abordagem é interdisci-
gital, geotecnologias e uso de tecnologias de informa-
plinar e apresenta linguagens variadas, como fotogra-
ção e comunicação e sua importância, nos dias atuais,
fia, música, pintura e desenho, literatura e paisagismo. para a sociedade e o cotidiano dos alunos.
Um dos objetivos desta seção é possibilitar aos pro- Nessa perspectiva, a seção focaliza e busca contribuir
fessores uma “pausa” no decorrer dos 1o e 3o bimestres para o trabalho com a Competência Geral 5 da Educa-
ou dos 1o e 2o trimestres (dependendo do planejamen- ção Básica:
to do curso), além de articular e enriquecer o trabalho
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de in-
entre Geografia e práticas diversificadas da produção formação e comunicação de forma crítica, significativa, re-
artístico-cultural, ao mesmo tempo que possibilita aos flexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
alunos e professores intercalar e relacionar, na passa- escolares) para se comunicar, acessar e disseminar infor-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gem de uma unidade à outra, a linguagem conceitual mações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
dos percursos com a linguagem artística. Em algumas exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”31.
ocorrências da seção, também são indicadas oportuni- Em particular, são trabalhadas: a dimensão cultural
dades de trabalhos interdisciplinares entre Geografia e e a compreensão do impacto das tecnologias na vida
outros componentes curriculares, como Língua Portu- das pessoas e na sociedade, incluindo relações sociais,
guesa e Arte. culturais e comerciais; e a utilização das tecnologias,
Quando oportuno, a subseção Viaje sem preconcei- mídias e dispositivos de comunicação modernos de
tos acompanha esta seção, que apresenta atividades forma ética, discutindo comportamentos adequados e
recorrentes, com propósitos didático-pedagógicos de- inadequados.
finidos e complementares, distribuídas em três subse- Há duas ocorrências desta seção em cada volume,
ções específicas: ao final das unidades 4 e 8 (totalizando 8 ocorrências
• Caixa de informações: conduz o aluno para a lei- na coleção). Dependendo do planejamento do curso,
tura e interpretação das informações expostas em sugerimos ao professor trabalhá-las ao final do 2o e do
textos e imagens, contribuindo para o uso e domí- 4o bimestres ou no 2o e 3o trimestres. O professor tam-
nio de diferentes linguagens. bém poderá ampliar e desenvolver o trabalho com os
• Interprete: propõe a releitura e interpreta-
temas desta seção na forma de um projeto semestral,
uma vez que os temas nela abordados não são neces-
ção das informações da seção, levando o alu-
sariamente atrelados às unidades nas quais ela surge,
no a relacioná-las, como também a articulá-las
mas aos conteúdos estudados no semestre.
com os conhecimentos e aprendizagens estu-
A seção é composta de subseções com propósitos di-
dados na unidade, ou mesmo com informações dático-pedagógicos definidos e complementares:
contextuais. • Confira: apresenta questões com foco na interpre-
• Mãos à obra: possibilita que o aluno coloque em tação e compreensão do texto principal.
prática a linguagem apresentada, sempre que • Fique ligado!: apresenta dicas de uso e orientações
possível, sugerindo atividades que não represen- sobre segurança, questões éticas e cidadania na in-
tem riscos de segurança ao aluno ou dificuldades ternet, relacionando aspectos socioemocionais com
de execução em relação aos materiais necessários a utilização de tecnologias digitais de comunicação
para sua realização. e informação, de forma ética e responsável.
31
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 9.
XXXIV
Nas orientações específicas do Manual do Professor readequação desses suportes e veículos de informação
são propostas questões adicionais sobre os temas da a favor do ensino. Contando com a mediação do profes-
seção para reflexão e debate em sala de aula. O pro- sor, a elaboração de materiais e recursos para esse fim,
fessor também poderá solicitar pesquisas prévias para como os infográficos da coleção, podem ajudar.
que os alunos reúnam informações sobre o tema e ela- Além de os infográficos favorecerem o domínio de
borem argumentações para debatê-las durante a aula. diferentes linguagens, contribuem com o objetivo de
ajudar os alunos a selecionar, organizar e analisar cri-
INFOGRÁFICO ticamente as informações. Importante dizer que a
Infográficos aplicação dos infográficos durante o processo de ensi-
Acompanhados por atividades, nos volumes da cole- no-aprendizagem — para além das sugestões que são
ção, conforme a pertinência dos assuntos, os infográ- fornecidas neste Manual do Professor sobre como tra-
ficos podem ocorrer tanto nas aberturas de unidades balhar com eles em sala de aula — também depende da
como no interior dos percursos. São apresentados sem- criatividade e da confiança do professor nesse recurso,
pre em páginas duplas e totalizam 37 na coleção. como forma de propiciar uma aprendizagem mais dinâ-
Os principais objetivos desse recurso são ampliar e mica, lúdica e prazerosa.
enriquecer o uso e domínio de diferentes linguagens, Os infográficos também são acompanhados pelas
além de favorecer o processo de ensino-aprendizagem subseções de atividades Interprete, Argumente, Con-
mediado pelo professor, proporcionando o contato dos textualize e Viaje sem preconceitos, que aparecem de
alunos com conhecimentos e aprendizagens de manei-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
32
BRASIL. MEC. CNE/CEB. Resolução no 7, de 14 de dezembro de 2010: Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. p. 9.
33
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, Dicei,
2013. p. 52.
XXXV
Em acordo com essa orientação, aponta-se a neces- tomados sempre como provisórios ou processuais, o
sidade de distinguir o examinar e o avaliar para que o que faz dela um modo de intervenção não pontual por-
processo de avaliação no dia a dia da sala de aula não que considera o aluno um ser humano em construção
deixe de cumprir todo o seu potencial. Cipriano Carlos permanente, além de diagnóstica, pois permite a to-
Luckesi, apesar de reconhecer a utilidade e a necessi- mada de decisões para a melhoria do ensino, e, conse-
dade dos exames nas situações que exigem classifica- quentemente, inclusiva, pois convida e apoia o aluno a
ção e certificação de conhecimentos — como no caso superar suas dificuldades. Isso se torna tão mais impor-
dos exames vestibulares, avaliações externas ou outros tante quando se considera que:
—, considera, no contexto de uma avaliação formativa,
“A intervenção imediata no sentido de sanar dificul-
que ocorre durante todo o processo educacional, que “a
dades que alguns estudantes evidenciem é uma garantia
sala de aula é o lugar onde, em termos de avaliação, de- para o seu progresso nos estudos. Quanto mais se atra-
veria predominar o diagnóstico como recurso de acom- sa essa intervenção, mais complexo se torna o problema
panhamento e reorientação da aprendizagem”34. de aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se
Tal orientação, aliás, coincide com as diretrizes sobre torna saná-lo”37.
avaliação descritas em diversos documentos oficiais,
como a do parágrafo 1o do art. 47 da Resolução CNE/CEB Esse tipo de avaliação é conhecido como avaliação
4/2010, no qual se lê: formativa e opõe-se à avaliação tradicional, somativa
ou classificatória, ou seja, aquela que tem por objeti-
“§ 1o A validade da avaliação, na sua função diagnós- vo, ao final de uma unidade de estudos (mês, bimestre,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tica, liga-se à aprendizagem, possibilitando o aprendiz a trimestre, semestre ou ano letivo), a aplicação de pro-
recriar, refazer o que aprendeu, criar, propor e, nesse con-
vas ou testes para definir uma nota ou atribuir um con-
texto, aponta para uma avaliação global, que vai além do
aspecto quantitativo, porque identifica o desenvolvimento
ceito, para obter uma visão sobre o desempenho dos
da autonomia do estudante, que é indissociavelmente éti- estudantes, classificando os que aprenderam ou não,
co, social, intelectual”35. ordenando-os ou listando-os conforme o conjunto de
aprendizagens que eles dominam.
Ademais, considerando-se que a avaliação formativa, Do mesmo modo, a avaliação formativa contrapõe-
contínua e diagnóstica do aluno permite redimensionar a -se à ênfase — aliás, por vezes excessiva da parte de
ação pedagógica, deve-se realizá-la tendo em vista o que escolas, gestores, coordenadores, professores e pais
é definido nas alíneas “a” e “b” do inciso I do art. 32 da de alunos — nos resultados das avaliações externas,
Resolução CNE/CEB 7/2010, ou seja: como, em âmbito nacional, a Prova Brasil e o Saeb (Sis-
“a) identificar potencialidades e dificuldades de apren- tema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e ou-
dizagem e detectar problemas de ensino; tras avaliações realizadas pelas secretarias estaduais
b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias de Educação. É importante ter claro que, embora im-
e abordagens de acordo com as necessidades dos alunos, portantes, aquelas oferecem indicações de uma parcela
criar condições de intervir de modo imediato e a mais lon- restrita do que é trabalhado na escola, não se devendo
go prazo para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho
permitir que produzam a inversão das referências para
docente”36.
o trabalho pedagógico, como a Base Nacional Comum
Pensar nessa perspectiva significa conceber e apli- Curricular (BNCC) e as propostas curriculares dos siste-
car procedimentos de avaliação formativa de processo mas ou das redes de ensino e das instituições escola-
ou de resultado no âmbito de um projeto pedagógico res, que têm papéis complementares para assegurar as
construtivo, ou seja, regulador da aprendizagem, volta- aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da
do para a melhoria do ensino e para o desenvolvimento Educação Básica, além do contexto e das características
de competências e aprendizagens essenciais dos alu- dos alunos, e os projetos político-pedagógicos das esco-
nos. Nesse processo, os desempenhos dos alunos são las. Nesse particular, também deve-se considerar que:
34
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003. p. 47.
35
BRASIL. MEC. CNE/CEB. Resolução no 4, de 13 de julho de 2010: Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. p. 15.
36
BRASIL. MEC. CNE/CEB. Resolução no 7, de 14 de dezembro de 2010: Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. p. 9.
37
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC,
SEB, Dicei, 2013. p. 123.
XXXVI
“A excessiva preocupação com os resultados desses tes- “A avaliação proporciona ainda oportunidade aos alu-
tes [avaliações externas] sem maior atenção aos processos nos de melhor se situarem em vista de seus progressos
pelos quais as aprendizagens ocorrem também termina e dificuldades, e aos pais, de serem informados sobre o
obscurecendo aspectos altamente valorizados nas propos- desenvolvimento escolar de seus filhos, representando
tas da educação escolar que não são mensuráveis, como a também uma prestação de contas que a escola faz à co-
autonomia, a solidariedade, o compromisso político e a ci- munidade que atende. Esse espaço de diálogo com os pró-
dadania, além do próprio ensino de História e de Geogra- prios alunos — e com as suas famílias, no caso do Ensino
fia e o desenvolvimento das diversas áreas de expressão”38. Fundamental regular — sobre o processo de aprendiza-
gem e o rendimento escolar que tem consequência im-
• Apoio a alunos com diferentes níveis de portante na trajetória de estudos de cada um precisa ser
cultivado pelos educadores e é muito importante na cria-
aprendizagem ção de um ambiente propício à aprendizagem”41.
Outro aspecto importante na avaliação formativa é
que as dificuldades de aprendizagem e mesmo o erro Nessa perspectiva, a seção Atividades dos percur-
cometido pelo aluno adquirem outro sentido, não sen- sos — disposta em páginas duplas, ao final dos per-
do considerados uma “falta” definitiva de algo, mas cursos pares do Livro do Aluno — pode ser trabalhada
uma “falta” momentânea, considerada parte integran- como apoio aos alunos com diferentes níveis de apren-
te do processo de aprendizagem e sobre a qual se pre- dizagem, ou seja, como instrumento de diagnóstico de
tende voltar para reorientar tanto o ensino praticado aprendizagens, pois oferece várias possibilidades para
pela escola e pelo professor como também a própria que os alunos explorem e exercitem processos cogniti-
vos e desenvolvam formas diversas de apreensão dos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
38
Idem, p. 124.
39
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 17.
40
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC,
SEB, Dicei, 2013. p. 123.
41
Idem, p. 124.
42
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 199.
XXXVII
ainda mais sentido quando se considera que: “A cons- • Os critérios de avaliação em Geografia
ciência de que a escola se situa em um determinado
Para se orientar sobre o que é importante ser avalia-
tempo e espaço impõe-lhe a necessidade de apreender
do em Geografia, recomendamos ao professor a leitura
o máximo o estudante: suas circunstâncias, seu perfil,
da BNCC44, documento normativo no qual são indica-
suas necessidades”43.
dos e explicados tanto os fundamentos pedagógicos
As três modalidades de avaliação abordadas até aqui
mais amplos de uma educação integral como também
— somativa, formativa e prognóstica — apresentam
as características peculiares do componente curricular
objetivos e funções específicos e, no entanto, podem
Geografia nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Ele
ser partes integrantes de um processo avaliativo quan-
do este é tomado em sua globalidade (figura 1). aponta que é fundamental desenvolver e avaliar o pro-
O processo de avaliação deve incluir diferentes mo- cesso de ensino-aprendizagem com base em compe-
dalidades avaliativas, buscando sempre superar as di- tências e habilidades.
ficuldades do professor ao ensinar e as do aluno para No decorrer das unidades dos livros da coleção, acre-
aprender. Vistas como complementares e não como ex- ditamos ser essencial atentar ao desenvolvimento do
cludentes, uma vez articuladas, essas modalidades via- aluno quanto ao aprimoramento das expressões oral e
bilizam ações essenciais a favor do processo formativo, escrita, averiguando também as aprendizagens rela-
devendo ser entendidas como diferentes fases de uma cionadas com noções e conceitos articulados aos ob-
intervenção direcionada à promoção da aprendizagem. jetos de conhecimento e habilidades do componente
Essa articulação caracteriza o processo avaliativo em sua curricular, além dos aspectos valorativos, atitudinais e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
globalidade, estando presente antes, durante e depois socioemocionais dos educandos. Isso, por um lado, re-
do processo ensino-aprendizagem, mas sempre com o quer que o professor esteja atento às intervenções do
objetivo de contribuir para o desenvolvimento do aluno. aluno em sala de aula, ao convívio social dele com os
Avaliação inicial
(prognóstica)
Conhecer o ponto de
partida para melhor
adequar o planejamento às
necessidades dos alunos.
Aprendizagem e
Avaliação conclusiva desenvolvimento
Avaliação
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
(somativa) do aluno
processual
Apreciação global do
Acompanhamento
processo ensino-
contínuo do processo,
-aprendizagem,
ajustando o percurso
permitindo, além da
às novas necessidades
certificação, a proposição
que se interpõem.
de ações futuras em prol
da melhoria contínua.
43
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, Dicei,
2013. p. 53.
44
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
XXXVIII
colegas e a comunidade escolar, à sua capacidade de • Os instrumentos de avaliação e a
reconhecer suas emoções e as dos outros, com auto- autoavaliação
crítica e capacidade para lidar com elas; de outro lado, A avaliação na disciplina Geografia deve ser constituí-
também demanda a atenção do professor à execução da preferencialmente por instrumentos e procedimen-
de atividades com comprometimento e responsabili- tos variados, e valorizar o uso de distintas linguagens46.
dade, às dúvidas e opiniões expressadas, aos registros Entre os instrumentos de avaliação mais comuns desta-
feitos pelo aluno e se neles há protagonismo e autoria. cam-se: provas objetivas e dissertativas, elaboração de
Devem-se valorizar ações como relacionar informa- textos diversos (fichamentos, resenhas, resumos etc.),
ções, acontecimentos e debates contemporâneos às apresentação e participação em seminários, murais e
discussões dos conteúdos e temas das aulas e dos vo- debates, elaboração e comentários de mapas, tabelas
lumes da coleção trabalhados em sala de aula. Isso e gráficos, relatórios individuais produzidos depois de
sinaliza que os alunos estão sendo capazes de enri- projetos temáticos ou atividades práticas na escola ou
quecer seus horizontes conceituais e de pensamento, em campo, entre outros.
merecendo por esse motivo que tais ações sejam reco- É desejável a observação e a análise pelo professor
nhecidas enquanto critério de avaliação. do desempenho do aluno em fatos do cotidiano esco-
Os critérios de avaliação devem levar em conta a ca- lar ou em situações planejadas com o objetivo de obter
pacidade de observação, descrição, identificação, clas- uma avaliação sobre o desenvolvimento de suas di-
sificação, distinção e análise de informações, como mensões cognitiva, afetiva e social. Nessa direção, por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
também o uso e domínio de diferentes linguagens que exemplo, nas atividades em grupo, pode-se avaliar se o
são mobilizadas em Geografia. Dessa maneira, é válido aluno respeita a fala dos demais e eventuais diferenças
e importante considerar a compreensão de textos e o de opinião, se é cooperativo, se atua de maneira autô-
estabelecimento de relações e correlações textuais por noma, se apresenta interesse, iniciativa e responsabi-
lidade na execução de tarefas individuais e em grupo.
escrito ou oralmente (o que também implica observar
De maneira complementar, o professor poderá aplicar a
a capacidade de os alunos realizarem associações com
autoavaliação, uma prática que contribui para maior par-
o conhecimento prévio e formularem hipóteses), além
ticipação, autonomia e compromisso dos alunos em rela-
da compreensão, em particular, da linguagem carto-
ção ao curso e que conduz “[...] a um diálogo mais profícuo
gráfica, tão importante para a Geografia.
entre os sujeitos da aprendizagem, à construção do conhe-
De modo complementar, para a definição dos cri-
cimento de forma mais criativa e menos mecânica [...]”47.
térios de avaliação em Geografia, é importante bus- De maneira mais específica, a autoavaliação consiste na
car avançar em relação à lógica escolar usual, que autoavaliação do ensino, realizada pelo professor, e na au-
costuma privilegiar conteúdos disciplinados estan- toavaliação da aprendizagem, efetuada pelo aluno. Em re-
ques (substantivados), devendo-se estabelecê-los lação à primeira, é essencial ter em vista que:
investindo-se:
“[...] a avaliação não é apenas uma forma de julgamen-
“[...] em ações pedagógicas que priorizem aprendi- to sobre o processo de aprendizagem do aluno, pois tam-
zagens através da operacionalidade de linguagens vi- bém sinaliza problemas com os métodos, as estratégias e
sando à transformação dos conteúdos em modos de abordagens utilizados pelo professor. Diante de um gran-
pensar, em que o que interessa, fundamentalmente, é de número de problemas na aprendizagem de determina-
o vivido com outros, aproximando mundo, escola, so- do assunto, o professor deve ser levado a pensar que houve
ciedade, ciência, tecnologia, trabalho, cultura e vida”45. falhas no processo de ensino que precisam ser reparadas”48.
45
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, Dicei, 2013.
p. 53.
46
De acordo com o inciso II do art. 32 da Resolução CNE/CEB 7/2010: “II — utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o registro descri-
tivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre outros, tendo em conta a sua adequação à faixa etária
e às características de desenvolvimento do educando” (BRASIL. MEC. CNE/CEB. Resolução no 7, de 14 de dezembro de 2010: Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. p. 9).
47
FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Organização do documento: Jeanete Beauchamp, Sandra
Denise Pagel e Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: MEC, SEB, 2007. p. 34.
48
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC,
SEB, Dicei, 2013. p. 123.
XXXIX
Quanto à autoavaliação da aprendizagem realiza- • Textos e publicações governamentais
da pelo aluno, ela pode ser feita individualmente ou
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
em grupo, por meio da comunicação e análise oral ou Curricular. Brasília: MEC, 2017. 468 p.
por escrito, podendo não somente contemplar aspec-
. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Edu-
tos relativos a atitudes e valores, como também per-
cação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da
mitir que os alunos reflitam sobre seus avanços em Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, Dicei, 2013. 562 p.
relação às suas aprendizagens específicas. Sugerimos
. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fun-
que o professor reserve tempo adequado e que forne- damental de 9 (nove) anos. Diretrizes Curriculares
ça um roteiro para a sua realização. Uma vez concluída, Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC,
a autoavaliação poderá ajudar o professor a planejar os SEB, Dicei, 2013. 562 p.
próximos objetivos de aprendizagem, rever sua meto- . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei
dologia e prática de ensino, como também auxiliar na n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Brasília.
o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contribuir para o desenvolvimento do aluno. É impres-
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e o
cindível ter em mente que nenhuma avaliação é forma- Decreto-Lei no 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga
tiva ou não em si mesma; o que a define como tal é a a Lei no 11.161, de 5 de agosto de 2005, e institui a
intenção dominante do avaliador. Política de Fomento à Implementação de Escolas de En-
Uma vez munido dessa orientação, o professor po- sino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União,
derá utilizar como oportunidades para a realização Brasília, 17 fev. 2017.
da avaliação formativa as várias modalidades de ati- . MEC. CNE/CEB. Resolução no 4, de 13 de julho de
vidades existentes na coleção, além de complementá- 2010: Define Diretrizes Curriculares Nacionais Ge-
-las com outras atividades e projetos. Poderá apoiar-se rais para a Educação Básica. 18 p.
também nas atividades complementares presentes nas . Secretaria de Educação Básica. Trajetórias criati-
orientações específicas deste manual e nos materiais vas: jovens de 15 a 17 anos no Ensino Fundamental:
associados ao Material Digital, como as sequências di- uma proposta metodológica que promove autoria,
criação, protagonismo e autonomia. Cadernos 1 a 7.
dáticas e as propostas de acompanhamento da apren-
Brasília: MEC, 2014.
dizagem, instrumento dedicado a verificar se os alunos
aprenderam, e em qual medida, as habilidades previs- . Secretaria de Educação Básica. Comunicação e uso
de mídias. Série Cadernos Pedagógicos. Brasília: MEC,
tas no bimestre.
s/d. 68 p.
. Secretaria de Educação Básica. Cultura digital. Sé-
7 Apoiando a formação rie Cadernos Pedagógicos. Brasília: MEC, s/d. 52 p.
continuada do professor . Secretaria de Educação Básica. Direitos Humanos
em Educação. Série Cadernos Pedagógicos. Brasília:
Apresentamos aqui publicações que poderão con- MEC, s/d. 64 p.
tribuir para a reflexão dos professores sobre temas
. Secretaria de Educação Básica. Educação Ambien-
educacionais e sobre a metodologia e prática de en- tal. Série Cadernos Pedagógicos. Brasília: MEC, s/d.
sino da Geografia. Ao sugerir publicações, não tive- 54 p.
mos a intenção de esgotar suas possibilidades, mas . Secretaria de Educação Básica. Educação Econô-
somente o objetivo de incentivar o professor à for- mica. Série Cadernos Pedagógicos. Brasília: MEC, s/d.
mação continuada. 40 p.
No item III deste manual, o professor encontrará tex- . Secretaria de Educação Básica. Promoção da Saú-
tos complementares relacionados a temas abordados de. Série Cadernos Pedagógicos. Brasília: MEC, s/d.
no respectivo ano letivo. 44 p.
XL
Temas contemporâneos: leis, decretos, . Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei
pareceres e resoluções do CNE49 n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece
o
49
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 19-20.
XLI
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XLV
III. Trabalhando com o volume do 9 o ano
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A hegemonia europeia EF09GE01
Percurso 9 – Oriente e Ocidente: uma invenção europeia
na economia, na política
• Hegemonia europeia e divisão do mundo em Ocidente e Oriente • Meridiano de Greenwich
e na cultura • Orientalismo e Ocidentalismo
EF09GE02
Percurso 2 – Economia global: transnacionais e trabalho
Corporações • Desigualdades no comércio global de mercadorias • Transnacionais • Distribuição da produção
industrial em escala global e nova divisão internacional do trabalho • Mercado de trabalho
e organismos
• Desemprego na economia global • Globalização e capital financeiro
internacionais Percurso 3 – Consumo e cultura globalizada
• Formas geográficas do período atual e sociedade de consumo • Consumo e cultura globalizada
• Consumo consciente • Publicidade • Padronização de produtos • Identidade cultural
EF09GE03
Percurso 19 – Ásia: transformações territoriais, tensões e conflitos
• Mobilidade das fronteiras na Ásia • Tensões, conflitos e intolerância em países asiáticos
• Infográfico: Conquista de direitos culturais na Ásia
Percurso 23 – A China e a Índia
As manifestações • Perseguição aos uigures na China
culturais na formação Percurso 30 – Austrália
• Massacre e conquista de direitos dos aborígines da Austrália
populacional
Percurso 31 – Nova Zelândia
• Conquista e colonização da Nova Zelândia e população maori
EF09GE04
Percurso 32 – Ártico
• Povos do frio • Luta por direitos dos inuítes no Canadá
Integração mundial e EF09GE05
suas interpretações: Percurso 1 – Origens e bases do mundo global
globalização e • Revolução informacional • Economias-mundo • Fases da globalização • Transportes e
mundialização telecomunicações como motores tecnológicos da globalização
EF09GE06
Percurso 9 – Oriente e Ocidente: uma invenção europeia
A divisão do mundo em
• Hegemonia europeia e divisão do mundo em Ocidente e Oriente • Colônias e feitorias europeias
Ocidente e Oriente
no mundo no século XVI • Impérios coloniais europeus e influência europeia no mundo no século
XIX • Meridiano de Greenwich e visão eurocêntrica • Orientalismo e Ocidentalismo
(Continua)
50
Consulte a descrição completa das habilidades da BNCC relativas ao 9o ano do componente curricular Geografia, no quadro nas páginas XVII e XVIII.
XLVI
(Continuação)
EF09GE07
Percurso 9 – Oriente e Ocidente: uma invenção europeia
• Divisão continental da Eurásia
Percurso 10 – Europa: características físico-naturais e população
• Regiões naturais da Europa • Rede hidrográfica e principais rios europeus • Características
físico-naturais, ocupação humana e usos da terra na Europa
Percurso 17 – Ásia: diversidade física, uso da terra e regionalizações
• Aspectos do meio físico-natural da Ásia • Clima e vegetação • Relevo • Penínsulas e ilhas
• Hidrografia • Pressões sobre o meio ambiente e o Mar de Aral
Percurso 21 – O Japão
• Meio natural e distribuição da população no Japão
EF09GE08
Percurso 9 – Oriente e Ocidente: uma invenção europeia
• Mudanças fronteiriças na Europa ao longo do século XX
Percurso 11 – A construção da União Europeia
• Integração econômica na Europa • União Europeia e o Acordo de Schengen • A saída do Reino
Unido da União Europeia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(Continua)
XLVII
(Continuação)
EF09GE09
Percurso 10 – Europa: características físico-naturais e população
• Intervenção humana nas regiões naturais europeias • Densidade demográfica e principais
cidades da Europa • Uso da terra no continente europeu • Aspectos populacionais da Europa
• Declínio da população jovem e elevação da população idosa na Europa • Falta de mão de obra e
incentivo à natalidade • Migrações internas e imigração nos países europeus
Percurso 11 – A construção da União Europeia
• Dinamismo econômico e a formação de blocos econômicos na Europa • Integração econômica na
Europa • União Europeia e o Acordo de Schengen • A saída do Reino Unido da União Europeia
Percurso 12 – Europa: economia e regionalização
• Regionalização da Europa segundo o nível de industrialização • Potências econômicas e
periferias da União Europeia • A “outra Europa” (Noruega, Islândia, Suíça e Turquia) • Indústria
e infraestrutura nos países da ex-Iugoslávia • Infográfico: Pobreza e disparidades econômicas na
União Europeia • Impactos da industrialização na produção e circulação de produtos e culturas
• Países-membros da União Europeia segundo o nível de inovação tecnológica
Percurso 14 – A Comunidade dos Estados Independentes
• Área territorial, população e povos da CEI • Distribuição da população nos países da CEI
Percurso 15 – CEI: desigualdades econômicas e sociais
• Integração econômica regional nos países da CEI • Regionalização da CEI segundo aspectos
econômicos • Indústria, setor agrícola e uso da terra na CEI • Desigualdades sociais entre países
da CEI
Percurso 16 – Rússia: de superpotência a país emergente
• Transição da economia planificada para a economia capitalista na Rússia • Organização do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
espaço econômico russo
Percurso 17 – Ásia: diversidade física, uso da terra e regionalizações
• Pressões sobre o meio ambiente: o caso do Mar de Aral • Uso da terra no continente asiático
Percurso 20 – Ásia: população, diversidade cultural e desigualdades socioeconômicas
Intercâmbios históricos e
• Grandes civilizações do continente asiático • Densidade demográfica na Ásia • Diversidade
culturais entre Europa,
cultural asiática • Problemas urbanos em grandes cidades asiáticas • Desigualdades
Ásia e Oceania
socioeconômicas entre países asiáticos
Percurso 21 – O Japão
• Densidade demográfica no Japão • Era Meiji e caracterização da economia japonesa atual
• Produtividade e emprego de tecnologia no setor agrícola japonês • Espaço industrial, pecuária
e pesca no Japão
Percurso 22 – Os Tigres Asiáticos
• Crescimento econômico e desenvolvimento social em Cingapura, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul
Percurso 23 – A China e a Índia
• Aspectos populacionais da China • Revisão da política do filho único • Distribuição da
população pelo território chinês • Desigualdades econômicas regionais na China • Uso da terra e
características econômicas do espaço geográfico chinês • Degradação ambiental • Modelo chinês
para ecocidades • Aspectos populacionais da Índia • Distribuição da população no território
indiano • Principais cidades da Índia • Desigualdades sociais e econômicas na Índia
Percurso 24 – Índia: economia
• Economia indiana • Agropecuária e uso da terra na Índia • Indústria e recursos minerais na Índia
Percurso 25 – Oriente Médio: aspectos físicos e humanos gerais
• Densidade demográfica no Oriente Médio • População, religião e línguas nos países do Oriente
Médio • Abundância de petróleo, escassez de terras férteis e água e uso da terra no Oriente Médio
Percurso 26 – O Oriente Médio e o petróleo
• Exploração petrolífera no Golfo Pérsico • Reservas de petróleo no Oriente Médio
Percurso 29 – Oceania
• Infográfico: Oceania: problemas ambientais nas ilhas oceânicas
Percurso 30 – Austrália
• Aspectos populacionais da Austrália • Economia e desenvolvimento social na Austrália
Percurso 31 – Nova Zelândia
• Aspectos populacionais e indicadores sociais da Nova Zelândia • Economia neozelandesa
• Distribuição espacial da indústria e da agropecuária e o uso da terra na Nova Zelândia
(Continua)
XLVIII
(Continuação)
EF09GE10
Percurso 12 – Europa: economia e regionalização
• Comércio internacional na União Europeia • Regionalização da Europa segundo o nível de
industrialização • Potências econômicas da União Europeia
Percurso 15 – CEI: desigualdades econômicas e sociais
• Integração econômica regional entre países da CEI • Regiões industriais na CEI • Desigualdades
econômicas e sociais na CEI • Regionalização dos países da CEI segundo aspectos econômicos
Percurso 21 – O Japão
• Crescimento industrial japonês • Espaço industrial do Japão
Percurso 22 – Os Tigres Asiáticos
• Aspectos econômicos de Cingapura, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul • Tigres Asiáticos de
segunda geração (Indonésia, Tailândia, Malásia e Filipinas)
Transformações do Percurso 23 – A China e a Índia
espaço na sociedade • Zonas Econômicas Especiais (ZEE)
urbano-industrial Percurso 24 – Índia: economia
• Indústria indiana
Percurso 30 – Austrália
• Produção e regiões industriais da Austrália
Percurso 31 – Nova Zelândia
• Distribuição espacial da indústria na Nova Zelândia
EF09GE11
Percurso 2 – Economia global: transnacionais e trabalho
• Distribuição da produção industrial em escala global e nova divisão internacional do trabalho
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Meio natural australiano • Relevo e clima • Hidrografia • Vegetação e biodiversidade
Percurso 31 – Nova Zelândia
• Meio natural neozelandês
EF09GE17
Percurso 10 – Europa: características físico-naturais e população
• Regiões naturais da Europa • Europa do Norte • Europa Oceânica e Continental • Europa do Sul
• Ocupação e uso da terra na Europa
Percurso 15 – CEI: desigualdades econômicas e sociais
• Setor agrícola e uso da terra nos países da CEI
Percurso 17 – Ásia: diversidade física, uso da terra e regionalizações
• Vegetação natural e áreas de cultivo na Ásia • Uso da terra no continente asiático
Percurso 20 – Ásia: população, diversidade cultural e desigualdades socioeconômicas
• Relações entre relevo, clima e distribuição da população
Percurso 21 – O Japão
• Meio natural e distribuição da população no Japão • Uso da terra e do mar no Japão
Diversidade ambiental
Percurso 23 – A China e a Índia
e as transformações nas
• Distribuição da população e aspectos fisiográficos da China • Distribuição da população e
paisagens na Europa, na condições naturais na Índia
Ásia e na Oceania Percurso 24 – Índia: economia
• Uso da terra na Índia
Percurso 25 – Oriente Médio: aspectos físicos e humanos gerais
• Densidade demográfica no Oriente Médio • Uso da terra nos países do Oriente Médio
Percurso 29 – Oceania
• Caracterização da Melanésia, Micronésia e Polinésia
Percurso 30 – Austrália
• Meio natural e distribuição da população na Austrália • Uso da terra na Austrália
Percurso 31 – Nova Zelândia
• Meio natural, distribuição espacial da indústria e uso da terra na Nova Zelândia
EF09GE18
Percurso 7 – Sociedade urbano-industrial e fontes de energia
• Fontes de energia • Fontes de energia renováveis e não renováveis • Combustíveis fósseis
e impactos ambientais • Carvão mineral (fases de formação e participação na produção
e no consumo mundiais) • Petróleo (formação e participação na produção e no consumo
mundiais) • Gás natural (participação na produção e no consumo mundiais) • Energia elétrica
(hidroeletricidade e participação no consumo mundial, termeletricidade) • Energia termonuclear
• Potencial de produção de energia geotérmica • Infográfico: Fontes alternativas de energia
Percurso 8 – Sociedade urbano-industrial, matriz energética e matérias-primas
• Matriz energética mundial • Matérias-primas e recursos naturais • Consumo de
matérias-primas e recursos naturais • Cadeias de inovação
Nota: Neste quadro, indicamos apenas os conteúdos dos percursos cuja articulação com os objetos de conhecimento e habilidades da BNCC é mais direta.
L
Vale ressaltar que a distribuição das habilidades nos volumes da coleção não segue necessa-
riamente a ordem numérica sequencial apresentada na BNCC. Isso se deve ao fato de que, de
acordo com o próprio documento, “os critérios de organização das habilidades na BNCC (com
a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses
objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os
agrupamentos propostos [na BNCC] não devem ser tomados como modelo obrigatório para o
desenho dos currículos”51. Desse modo, há habilidades que se encontram distribuídas na obra,
tendo suas partes trabalhadas em diferentes trechos dos volumes, sempre com intencionalida-
de, não de maneira secundária, e com vistas a garantir o seu pleno desenvolvimento.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
UNIDADES TEMÁTICAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8o ano 9o ano
51
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 363-364.
LI
Em relação à unidade temática O sujeito e seu lugar no mundo, vale destacar que no 9o ano
as habilidades associadas ao objeto de conhecimento As manifestações culturais na for-
mação populacional ampliam as aprendizagens e a visão de mundo do aluno sobre temas
populacionais e culturais desenvolvidos no 8o ano por meio dos objetos de conhecimento Dis-
tribuição da população mundial e deslocamentos populacionais e Diversidade e dinâmica
da população mundial e local. Enquanto nestes últimos foram tratadas, em síntese, a diver-
sidade, distribuição e dinâmica da população mundial e esclarecidos motivos e tipos de des-
locamentos populacionais com destaque para a América Latina, no 9o ano complementa-se
o aprendizado abordando-se diferentes grupos sociais e manifestações culturais em escala
mundial. Entre outros propósitos, isso é realizado para que o aluno associe diferenças de pai-
sagens aos modos de vida dos distintos povos na Europa, na Ásia e na Oceania, como também
adquira argumentos que lhe permitam combater qualquer tipo de discriminação, reconhecen-
do a multiplicidade cultural mundial, de modo a defender o princípio do respeito às diferen-
ças, compreendendo ainda, entre outras questões importantes, que o termo “minoria” não
está diretamente associado ao número de pessoas de determinado segmento da sociedade,
mas sim a fatores sociais.
No âmbito da mesma unidade temática, no 9o ano são trabalhadas habilidades relacionadas
a outros dois objetos de conhecimento: A hegemonia europeia na economia, na política e na
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cultura e Corporações e organismos internacionais. Ambos complementam conhecimentos es-
tudados no 8o ano, pois permitem que o aluno compreenda em profundidade e de maneira crí-
tica a hegemonia europeia e a atuação das corporações e organizações internacionais a partir
da segunda metade do século XX, com implicações na configuração do mundo contemporâneo.
Comparando-se ao que foi desenvolvido no 8o ano, aborda-se no 9o ano, portanto, conhecimen-
tos essenciais para que o aluno amplie o que aprendeu sobre a América Latina e a África e suas
participações na divisão internacional do trabalho e na distribuição da riqueza mundial, adqui-
rindo a capacidade de reavaliar as relações internacionais de poder, como também melhor com-
preender as interações espaciais e redes de interdependência em diferentes escalas.
Com base nos conteúdos desenvolvidos no volume do 9o ano concernentes à unidade temá-
tica Conexões e escalas, são trabalhadas, entre outras, aprendizagens afins e que agregam
novos conhecimentos a um dos objetos de conhecimento mencionados na unidade temáti-
ca anterior, qual seja A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. Isso ocor-
re por meio de habilidades relacionadas aos objetos de conhecimento A divisão do mundo em
Ocidente e Oriente e Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização.
Por meio deles, são tratadas, respectivamente, aprendizagens sobre o Sistema Colonial implan-
tado pelas potências europeias — considerando-se as estruturas e interesses de dominação
das formações coloniais capitaneadas pelas metrópoles, a divisão geográfica delas decorren-
te e aspectos culturais —, como também, em uma perspectiva espaço-temporal mais recen-
te, outras aprendizagens que permitem ao aluno compreender a globalização como o ápice do
capitalismo e do processo de internacionalização do mundo. De maneira complementar, essas
aprendizagens oportunizam ao aluno avaliar mudanças proporcionadas pelo meio técnico-cien-
tífico-informacional, como também assimetrias de poder geoeconômico no mundo atual.
Quando vistas em conjunto com os conhecimentos anteriores abordados no 8o ano, as apren-
dizagens citadas melhor contextualizam conteúdos trabalhados, sobretudo no que diz respeito
ao objeto de conhecimento Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem eco-
nômica mundial, redimensionando ou fornecendo subsídios críticos adicionais para que o aluno
compreenda a atual situação do Brasil nos contextos da América Latina e da ordem geopolíti-
ca mundial, inclusive e principalmente, quanto à dimensão geoeconômica e às suas relações no
âmbito dos BRICS e com os Estados Unidos e a China.
LII
Ainda no contexto da unidade temática Conexões e escalas, cabe destacar três habilidades
relativas ao 9o ano — EF09GE07, EF09GE08 e EF09GE09 —, associadas ao objeto de conheci-
mento Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania. O desenvolvimento de
tais habilidades baseia-se nos estudos de Geografia Regional dos continentes apontados, as-
semelhando-se e dando continuidade ao que foi realizado no 8o ano em relação à América e à
África e, guardadas certas especificidades, à Antártica. Nessa perspectiva, entre outros conhe-
cimentos, no 9o ano trata-se de analisar: os componentes físico-naturais do conjunto de países
que formam a Europa e a Ásia, comparando-se a diversidade de suas paisagens por meio da ca-
racterização do relevo, hidrografia, clima e vegetação; as transformações territoriais, as espe-
cificidades regionais e as situações de tensões e conflitos naqueles dois continentes somados
à Oceania; e, por fim, aspectos de países ou grupos deles pertencentes a esses continentes no
que concerne à população, ao espaço urbano, à economia, à sociedade e à política, discutindo-
-se ainda desigualdades socioespaciais e problemas ambientais.
No que tange à unidade temática Mundo do trabalho, no 9o ano são trabalhados dois ob-
jetos de conhecimento, Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial e Cadeias
industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas. Ressalta-se que o de-
senvolvimento das quatro habilidades que os compõem se beneficia de abordagens e conteú-
dos fundamentais que foram desenvolvidos no 8o ano como também em anos precedentes, em
relação à mesma unidade temática.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Desse modo, o 9o ano oportuniza a construção de habilidades mais complexas e que devem
ser vistas em continuidade e articulação em relação a conhecimentos prévios obtidos, como: no
8o ano, problemas estruturais das cidades da América Latina, condições de vida e trabalho de
suas populações e a degradação ambiental, a importância dos recursos hídricos nessa região, os
meios técnico e tecnológico na produção na América e África, a desconcentração industrial e a
alteração das relações e dos tipos de trabalho do campo e da cidade; no 7o ano, o uso consciente
dos recursos e impactos socioambientais decorrentes das ações antrópicas nas esferas da pro-
dução, circulação e consumo, o papel das redes de transporte e de comunicação, da industria-
lização e do uso de tecnologias produtivas na configuração do território brasileiro; no 6o ano,
as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvi-
mento da agropecuária e do processo de industrialização e as mudanças na interação humana
com a natureza a partir do surgimento das cidades. Importa notar que todas essas temáticas de
anos anteriores possuem como denominador comum a sociedade urbano-industrial, posiciona-
da no centro da análise ou articulada a temáticas complementares que representam processos
que dela se desdobram e que contribuem para uma aprendizagem ampliada e crítica. No 9o ano,
por sua vez, essa orientação prossegue, pois de maneira alinhada com ela são abordados, en-
tre outros temas: a importância e os impactos da tecnologia e da industrialização no desenvol-
vimento econômico dos países da Europa, Ásia e Oceania; a especificidade e os novos formatos
do trabalho na sociedade industrial e capitalista; as transformações da indústria associadas ao
capital financeiro e internacional e seus impactos na vida urbana e no campo; mormente impor-
tantes contradições mundiais, dentre as quais a pobreza estrutural e a desigualdade mundial
de acesso aos recursos alimentares, apesar do aumento expressivo da produção agropecuária
proporcionado pelos avanços técnicos e científicos ocorrido em décadas recentes.
No que concerne à unidade temática Formas de representação e pensamento espacial, no
9 ano ela é desenvolvida por meio do objeto de conhecimento Leitura e elaboração de mapas
o
3 Textos complementares
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com o objetivo de contribuir para a formação e atualização do professor em relação aos con-
teúdos e aprendizagens essenciais desenvolvidos no volume do 9o ano, sugerimos textos comple-
mentares que fornecem subsídios teóricos e metodológicos à prática docente.
TEXTO 1
O texto a seguir está relacionado ao objeto de conhecimento Integração mundial e suas inter-
pretações: globalização e mundialização, oferecendo subsídios para o trabalho com a habilidade
EF09GE05 e o Percurso 1 – Origens e bases do mundo global.
Globalização ou mundialização?
“Não há consenso entre os pesquisadores nem mesmo quanto à melhor palavra a ser utilizada
para definir o atual estágio da expansão capitalista. No Brasil, assim como em outros países que
falam português, o termo globalização arraigou-se, embora muitos defendam que o fenômeno nem
existe. Seguindo percurso semelhante, autores de língua espanhola utilizam o termo globalizácion
e os de fala alemã, globalisierung; já os francófonos resistem em utilizá-lo. Para definir o mesmo
fenômeno os franceses usam o termo mondialisation. Chesnais (1996)52 explicita essa opção já no
próprio título de seu livro La mondialisation du capital, publicado na França em 1994, no qual
sustenta que o termo globalização é ambíguo, vago e cheio de conotações. Argumenta que o termo
mundialização, de origem latina, define mais claramente que no atual estágio da expansão do ca-
pitalismo, esse sistema atingiu a escala mundial e por isso exige mecanismos de controle também
mundiais: ‘A palavra mundial permite introduzir, com muito mais força do que o termo global,
a ideia de que, se a economia se mundializou, seria importante construir depressa instituições po-
líticas mundiais capazes de dominar o seu movimento. Ora, isso é o que as forças que atualmente
regem os destinos do mundo não querem de jeito nenhum (Chesnais, 1996, p. 24).’
Essa resistência francesa soa mais como uma disputa, aliás, antiga, entre anglófonos e fran-
cófonos pela influência cultural no mundo, do que como uma discussão pertinente acerca do
melhor termo para apreender o atual estágio da expansão capitalista. Ou, mais precisamente, soa
como uma resistência francesa ao avanço da hegemonia norte-americana no campo econômico,
político e cultural.
52
CHESNAIS, François. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996.
LIV
Embora o chinês seja a língua mais falada, o inglês é o ‘esperanto’ do mundo, é a língua mais
mundializada ou globalizada. Diante da hegemonia norte-americana na ciência e na tecnologia,
de seu domínio dos meios de comunicação e de informação e de sua influência econômica e
cultural, é compreensível que a língua da globalização seja o inglês. Nada mais ‘natural’, portan-
to, que para definir esse processo capitalista seja utilizado um vocábulo originado nessa língua:
globalization. Pelo menos nas línguas ocidentais, como vimos, geralmente utiliza-se a tradução
direta desse vocábulo inglês.
No português, assim como em outras línguas latinas, é possível escolher entre globalização ou
mundialização para apreender o fenômeno. No Brasil, devido à influência econômica e cultural
dos Estados Unidos e, consequentemente, do inglês, o termo globalização acabou se disseminando.
Na França, apesar da resistência, la globalisation avança.
Mas não reside aí o cerne da questão, pois essa discussão está mais para o campo da semântica,
como esperamos demonstrar. Nos Estados Unidos, na Inglaterra ou em qualquer outro país angló-
fono, quando as pessoas se referem ao mundo usam a palavra world, quando se referem a mundial,
worldwide; entretanto, não têm uma palavra para se referir a mundialização. Daí porque usam a
palavra globalization, que, aliás, é um neologismo mesmo em inglês; os dicionários, sobretudo os
mais antigos, nem sempre a registram.
É verdade, como defende Chesnais, que o termo globalização é ambíguo, vago e cheio de co-
notações, portanto, sujeito à manipulação ideológica. No entanto, nada indica que seria diferente
com o termo mundialização. Assim, é possível afirmar, parodiando esse autor, que ‘se a economia
se [globalizou], seria importante construir depressa instituições políticas [globais] capazes de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TEXTO 2
Com o propósito de subsidiar o trabalho com o objeto de conhecimento A divisão do mundo em Oci-
dente e Oriente, em particular com a habilidade EF09GE06, a seguir sugerimos a leitura de um texto
que poderá, inclusive, ser trabalhado em sala de aula com os alunos durante a abordagem do Percur-
so 9 – Oriente e Ocidente: uma invenção europeia.
53
ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
54
DREIFUSS, René Armand. A época das perplexidades: mundialização, globalização e planetarização: novos desafios. Petrópolis: Vozes, 1996.
55
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991.
56
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.
LV
Isso porque falar uma língua de origem latina e estar a oeste do Meridiano de Greenwich não é
suficiente para estar no Ocidente. Enquanto Estados Unidos e Portugal são indiscutivelmente ‘oci-
dentais’, a classificação de países como o Brasil e a Argentina não é unânime. Mas, afinal, o que faz
um país ocidental? Abaixo, a divisão geográfica do planeta em dois hemisférios:
EQUADOR OCEANO
0º
PACÍFICO
MERIDIANO DE GREENWICH
OCEANO
0 2.390 km
ÍNDICO
N
Ocidente NO NE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O L
Oriente
SO SE
S 0º
Um conceito mutável
A dicotomia Ocidente Oriente remonta à época do império Romano e, desde os primórdios, já
guardava aspectos tanto geográficos quanto culturais. No período de queda do império, a divisão
tomou caráter oficial com a instituição do Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e o
Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla (atual Istambul):
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
MAR
DO
NORTE
OCEANO
EUROPA
ATLÂNTICO
M
A
R
CÁ
SP
IO
MAR NEGRO
Roma
Constantinopla
35° ÁSIA
N
MA
R
WICH
M
ED
EEN
IT E
R RÂN 0 580 km
E GR
EO
N
NO D
NO NE Império Romano
IDIA
O L do Ocidente
MER
ÁFRICA
SO SE do Oriente
S 0°
LVI
‘O Ocidente sempre se definiu em oposição a algo, ora em relação aos povos islâmicos do Oriente
Médio, ora em relação aos povos asiáticos de maneira geral’, afirma o professor José Henrique Bor-
toluci, do Departamento de Fundamentos Sociais e Jurídicos da FGV [Fundação Getúlio Vargas]. ‘É
um conceito que necessariamente abarca uma exclusão do outro’.
Dos romanos aos dias atuais, o conceito de ocidente ganhou diversas interpretações e durante a
Guerra Fria adquiriu também contornos políticos e econômicos.
‘No período da Guerra Fria, o conceito de Ocidente passa a ser associado à existência de certas institui-
ções, como democracia e capitalismo e, ainda que de maneira difusa, também a valores judaico-cristãos’.
(José Henrique Bortoluci)
Dessa maneira, explica Bortoluci, países como Austrália e Nova Zelândia seriam indiscutivel-
mente parte do mundo ocidental, ainda que geograficamente estejam mais próximos da Ásia.
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
EQUADOR OCEANO
0º
PACÍFICO
MERIDIANO DE GREENWICH
OCEANO
0 2.390 km
ÍNDICO
N
NO NE
Ocidente
O L
Oriente SO SE
S 0º
E o Brasil?
Não há consenso sobre qual a classificação para o Brasil. Se não somos ocidentais, há diversas
classificações possíveis: latino-americanos ou mundo em desenvolvimento são opções.
Outras regiões neste ‘limbo’ classificatório são a África e a Rússia.
‘A classificação da América Latina e do Brasil é particularmente problemática’, segundo o professor.
Se por um lado a colonização europeia deixou marcas na língua e no modelo de organização dos
países latino-americanos, o subdesenvolvimento socioeconômico e as ditaduras que marcaram a
história da região excluiriam esses países do clube ocidental.
‘Alguns estudiosos se referiam à América Latina como extremo ocidente para demarcar a diferença
em relação aos países capitalistas avançados’.
(Termo cunhado pelo diplomata e politólogo francês Alain Rouquié)
LVII
‘O conceito de Ocidente é ambíguo e, na prática, traz mais problemas que soluções’, afirma. Mesmo
entre os formuladores da política externa brasileira parece não existir consenso.
‘O Itamaraty evita o uso do termo Ocidente na sua linguagem diplomática oficial porque mes-
mo entre diplomatas não há entendimento comum’, afirma o estudioso. Stuenkel, no entanto,
vê vantagens nessa ambiguidade do Brasil em relação ao ocidente. ‘Em um mundo multipolar,
ter legitimidade para dialogar com vários atores é estratégico. O Brasil é um dos poucos países
que consegue dialogar com as potências ocidentais ao mesmo tempo que tem legitimidade para
liderar os países não ocidentais’.”
RODARTE, Leonardo. Você se considera ocidental? Para grande parte do mundo, o Brasil não faz parte do Ocidente.
UOL Notícias, Internacional, 24 set. 2018. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-
noticias/2018/09/24/brasil-nao-e-pais-ocidental.htm>. Acesso em: 4 out. 2018.
TEXTO 3
O texto a seguir consubstancia, por meio de uma visão de conjunto e de acordo com a BNCC, os pro-
pósitos do Ensino de Geografia no Ensino Fundamental – Anos Finais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
das aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais em níveis crescentes de complexida-
de da compreensão conceitual a respeito da produção do espaço. Para tanto, é preciso que os
alunos ampliem seus conhecimentos sobre o uso do espaço em diferentes situações geográficas
regidas por normas e leis historicamente instituídas, compreendendo a transformação do espaço
em território usado — espaço da ação concreta e das relações desiguais de poder, considerando
também o espaço virtual proporcionado pela rede mundial de computadores e das geotecnolo-
gias. Desenvolvendo a análise em diferentes escalas, espera-se que os estudantes demonstrem
capacidade não apenas de visualização, mas que relacionem e entendam espacialmente os fatos
e fenômenos, os objetos técnicos e o ordenamento do território usado.
Para tanto, no 6o ano, propõe-se a retomada da identidade sociocultural, do reconhecimento
dos lugares de vivência e da necessidade do estudo sobre os diferentes e desiguais usos do espaço,
para uma tomada de consciência sobre a escala da interferência humana no planeta. Aborda-se
também o desenvolvimento de conceitos estruturantes do meio físico natural, destacadamente,
as relações entre os fenômenos no decorrer dos tempos da natureza e as profundas alterações
ocorridas no tempo social. Ambas são responsáveis pelas significativas transformações do meio
e pela produção do espaço geográfico, fruto da ação humana sobre o planeta e sobre seus ele-
mentos reguladores.
Trata-se, portanto, de compreender o conceito de natureza; as disputas por recursos e territó-
rios que expressam conflitos entre os modos de vida das sociedades originárias e/ou tradicionais;
e o avanço do capital, todos retratados na paisagem local e representados em diferentes lingua-
gens, entre elas o mapa temático. O entendimento dos conceitos de paisagem e transformação
é necessário para que os alunos compreendam o processo de evolução dos seres humanos e das
diversas formas de ocupação espacial em diferentes épocas. Nesse sentido, espera-se que eles
compreendam o papel de diferentes povos e civilizações na produção do espaço e na transfor-
mação da interação sociedade/natureza.
No 7o ano, os objetos de conhecimento abordados partem da formação territorial do Brasil, sua
dinâmica sociocultural, econômica e política. Objetiva-se o aprofundamento e a compreensão
dos conceitos de Estado-nação e formação territorial, e também dos que envolvem a dinâmica
físico-natural, sempre articulados às ações humanas no uso do território. Espera-se que os alu-
nos compreendam e relacionem as possíveis conexões existentes entre os componentes físico-
-naturais e as múltiplas escalas de análise, como também entendam o processo socioespacial
da formação territorial do Brasil e analisem as transformações no federalismo brasileiro e os
usos desiguais do território.
LVIII
Nesse contexto, as discussões relativas à formação territorial contribuem para a aprendiza-
gem a respeito da formação da América Latina, em especial da América portuguesa, que são
apresentadas no contexto do estudo da Geografia brasileira. Ressalta-se que o conceito de região
faz parte das situações geográficas que necessitam ser desenvolvidas para o entendimento da
formação territorial brasileira.
Nos dois últimos anos do Ensino Fundamental – Anos Finais, o estudo da Geografia se con-
centra no espaço mundial. Para isso, parte da compreensão de que, na realidade atual, a divisão
internacional do trabalho e a distribuição da riqueza tornaram-se muito mais fluidas e complexas
do ponto de vista das interações espaciais e das redes de interdependência em diferentes escalas.
Por esse motivo, no estudo dos países de diferentes continentes (América, Europa, Ásia, África
e Oceania), são tematizadas as dimensões da política, da cultura e da economia.
Por fim, no 9o ano, é dada atenção para a constituição da nova (des)ordem mundial e a emer-
gência da globalização/mundialização, assim como suas consequências. Por conta do estudo
do papel da Europa na dinâmica econômica e política, é necessário abordar a visão de mundo
do ponto de vista do Ocidente, especialmente dos países europeus, desde a expansão marítima e
comercial, consolidando o Sistema Colonial em diferentes regiões do mundo. É igualmente im-
portante abordar outros pontos de vista, seja o dos países asiáticos na sua relação com o Ocidente,
seja o dos colonizados, com destaque para o papel econômico e cultural da China, do Japão, da
Índia e do Oriente Médio. Entender a dimensão sociocultural e geopolítica da Eurásia na forma-
ção e constituição do Estado Moderno e nas disputas territoriais possibilita uma aprendizagem
com ênfase no processo geo-histórico, ampliando e aprofundando as análises geopolíticas, por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TEXTO 4
Para todos os volumes desta coleção, são sugeridos trabalhos interdisciplinares e projetos integra-
dores bimestrais que possibilitam ações educativas em contexto interdisciplinar e favorecem o tra-
balho com competências e habilidades de mais de um componente curricular. O texto a seguir visa
contribuir para a reflexão sobre esses materiais e as práticas pedagógicas que buscam incentivar.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cruzarem e a linha biológica vai desaparecendo, predominando a linha cultural. O desenvolvimento
cultural supera a condição biológica rapidamente. A relação entre os objetos do mundo e o desen-
volvimento da consciência é a mediação. Para ele, o conhecimento primeiro está fora do sujeito, é
na interação e relação entre o sujeito e os outros sociais que você vai internalizar os conceitos acer-
ca do mundo. O conhecimento vai do social para o individual. No processo de internalização, por
meio das trocas sociais, ela reconstrói os conceitos do mundo, ao mesmo tempo, atuando e sendo
influenciada pelo outro.
Vygotsky propõe o conceito de Zonas de Desenvolvimento Proximal (as ZDP) e afirma que o de-
senvolvimento real é a capacidade de resolver problemas sozinho, o desenvolvimento proximal é a
solução dos problemas com ajuda de outro. Os processos avaliativos só consideram o desenvolvimento
real, o proximal que se refere às possibilidades de aprendizagem potenciais do sujeito. O professor é
uma figura fundamental neste processo de desenvolvimento. Ele é um mediador da construção da
aprendizagem potencial e cabe a ele ser um sistematizador do conhecimento.
Vygotsky [...] afirma que a aprendizagem se realiza sempre em um contexto de interação, através da
internalização de instrumentos e signos levando a uma apropriação do conhecimento. Esse processo
promove a aprendizagem que precede o desenvolvimento. Ao compreender desta forma as relações
entre aprendizagem e desenvolvimento Vygotsky confere uma grande importância à escola (lugar
da aprendizagem e da produção de conceitos científicos); ao professor (mediador desta aprendiza-
gem); às relações interpessoais (através das quais este processo se completa). A aprendizagem é um
processo de construção compartilhada, uma construção social.
Em Vygotsky a mediação pedagógica é realizada através de uma pessoa, ‘consequentemente, é
clara a importância do trabalho dos professores na hora de estimular essa zona de desenvolvimento
proximal, selecionando experiências de aprendizagem baseadas nos conhecimentos já assimilados
pelos seus alunos e aproveitando seus conceitos espontâneos’ (SANTOMÉ, 1998, p. 40)58.
Ainda segundo este autor, a aprendizagem significativa ocorre quando as novas informações
e conhecimentos podem relacionar-se de uma maneira estruturada com o que a pessoa já sabe,
implicando em que os alunos devem possuir algumas ideias, teorias ou conhecimento experien-
cial, relacionados com o conteúdo apresentado. Neste sentido, o trabalho com projetos possibilita
o desenvolvimento de todas estas estruturas e promove a interdisciplinaridade, uma preocupação
reforçada pela aplicabilidade do conhecimento.
57
HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização dos currículos por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
58
SANTOMÉ, J. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
LX
Podemos afirmar que o aumento na complexidade dos problemas enfrentados pelas sociedades
modernas e a preocupação com a aplicabilidade do conhecimento, saber fazer e para quê, acirraram
os questionamentos sobre a política de fragmentação disciplinar. Esta fragmentação foi resultado
do positivismo e da racionalidade científica, que impôs metodologias de pesquisa e legitimação do
conhecimento, favorecendo o reducionismo. Filosoficamente, a interdisciplinaridade está associada
ao enfrentamento de problemas que preocupam toda a sociedade e exige um papel de negociação
entre todas as pessoas que participam do processo de trabalho para debater as questões conceituais,
metodológicas e ideológicas. O quadro a seguir foi desenvolvido a partir da proposta de flexibilidade
que deve estar presente em qualquer intervenção interdisciplinar (SANTOMÉ, 1998, p. 65)59.
59
Idem.
LXI
A fundamentação dos projetos de trabalho
Os Projetos de Trabalho contribuem para uma ressignificação dos espaços de aprendizagem de
tal forma que eles se voltem para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes
(HERNÁNDEZ, 1998)60. É uma proposta de intervenção pedagógica com o objetivo de desenvolver
um novo conhecimento, diante de uma situação problema, cuja resolução será conduzida a partir
da pesquisa. Um projeto gera situações de aprendizagem ao mesmo tempo, reais e diversificadas,
permitindo que os alunos decidam, opinem, participem da construção do conhecimento, com
autonomia no papel de sujeitos de sua própria aprendizagem. Segundo Abrantes (1995, p. 62) 61,
os projetos apresentam as seguintes características:
1. Um projeto é uma atividade intencional com objetivos formulados pelos autores e executores;
2. Um projeto requer responsabilidade e autonomia dos alunos como condição essencial. Os
alunos são corresponsáveis pelo trabalho e pelas escolhas ao longo do desenvolvimento do projeto;
3. A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto: o problema a resolver é
relevante e tem caráter real para os alunos. Não se trata de mera reprodução de conteúdos prontos;
4. Um projeto envolve complexidade e resolução de problemas. O objetivo central do projeto cons-
titui um problema ou uma fonte geradora de problemas, que exige investigação para sua resolução;
5. Um projeto tem etapas, percorre várias fases: escolha do objetivo central e formulação dos
problemas, planejamento, execução, avaliação, divulgação do trabalho.
Hernández (1998)62 propõe uma organização curricular a partir de Projetos de Trabalho que estão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fundamentadas em bases teóricas que apresentam uma estrutura cognoscitiva com um problema
eixo, vinculado as diferentes informações que confluem em um tema para facilitar o estudo e a com-
preensão por parte dos alunos. São elas:
1. Um sentido de aprendizagem significativa que possa ser conectado com o conhecimento an-
terior dos alunos;
2. Tem como princípio básico a articulação e uma atitude favorável para o conhecimento;
3. Configura-se a partir da previsão dos professores de uma estrutura lógica e sequencial dos
conteúdos numa ordem que facilite a sua compreensão (observando-se que esta estrutura é um
ponto de partida e poderá ser modificada na interação com os alunos);
4. Apresenta um sentido de funcionalidade do que se deve aprender, os procedimentos e as es-
tratégias organizativas estão relacionados com os problemas abordados;
5. Valoriza-se a memorização compreensiva de aspectos da informação como base para estabe-
lecer novas aprendizagens e relações;
6. A avaliação trata da análise do processo seguido ao longo de toda a sequência e das inter-re-
lações criadas na aprendizagem.”
PIMENTA, Sônia de Almeida; CARVALHO, Ana Beatriz Gomes. A interdisciplinaridade no ensino de Geografia
e a pedagogia de projetos. Campina Grande: Eduep, 2008. p. 2-5 e 7-8.
60
HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na Educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
61
ABRANTES, P. Trabalho de projetos e aprendizagem da Matemática. Avaliação e Educação. Matemática. Rio de Janeiro: MEM/USU – GEPEM, 1995.
62
HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na Educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
LXII
IV. Orientações específicas
grafias apresentadas, ou seja, Historicamente, eles representaram obstáculos físicos para a integração Amsterdã
Berlim POLÔNIA BELARUS 60° L
Europa e da Ásia?”. Chame
suas explanações e as leituras entre os povos do leste e do oeste da Eurásia.
BÉLGICA
Bruxelas
ALEMANHA Varsóvia Kiev a atenção para as altitudes
do texto realizadas pelos alu- Sob os aspectos histórico, político e social, entretanto, a Europa (fi-
LUX
Luxemburgo Praga UCRÂNIA e os obstáculos que o rele-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nos devem se apoiar nessas
Paris REP. TCHECA ESLOVÁQUIA
vo e os mares representaram
gura 2) é considerada um continente em virtude dos fatores que a dis- Viena Bratislava
MOLDÁVIA MAR
referências, pois, sem localizar FRANÇA Berna 3
Budapeste CÁSPIO para o contato e a integra-
tinguem tanto do conjunto mundial como da Ásia. A Europa foi o centro SUÍÇA
ÁUSTRIA
ESLOVÊNIA
HUNGRIA Kichinev
ção de áreas e povos.
nos mapas o que é descrito, de movimentos importantes, com desdobramentos em todo o mundo, Liubliana
CROÁCIA
Zagreb
Belgrado
ROMÊNIA
MA
Bucareste
torna-se difícil o aprendizado. 40° N Sarajevo
Competências
como a democracia grega, o direito romano, o renascimento cultural 1
R
4 SÉRVIA MAR NEGRO
As planícies. 2
AD
PORTUGAL Madri
O ideal é que os mapas sejam ITÁLIA 6
ina BULGÁRIA
RIÁ
7
Qual é a forma de e artístico, o capitalismo, a Revolução Industrial (1750), a Revolução 8 Prist Sófia Ao discutir os mapas políti-
TIC
Lisboa 5
projetados em uma tela gran-
O
ESPANHA Podgorica Skopje Istambul
relevo predominante Francesa (1789) e a implantação do socialismo.
10° O
Roma Tirana MACEDÔNIA TURQUIA cos da Europa correspondentes
de para que toda a classe pos- na Europa? MAR ALBÂNIA (PARTE EUROPEIA)
1. ANDORRA
2. MÔNACO a diferentes momentos históri-
ÁSIA
sa visualizá-los durante suas N
M AR M E
DIT
E RR
TIRRENO
GRÉCIA MAR
3. LIECHTENSTEIN
4. SAN MARINO cos, convém ter em mente mo-
NO NE
explicações. Figura 1. Eurásia: físico O L
ÂN
E O
Atenas EGEU
5. VATICANO
bilizar as Competências Especí-
6. BÓSNIA-HERZEGOVINA
Habilidades da BNCC
SO SE 7. MONTENEGRO
ficas de Ciências Humanas 5 e 7:
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
MALTA
MERIDIANO DE GREENWICH
S Valeta
AMÉRICA Is. Terra do Norte 8. KOSOVO*
ÁFRICA
• EF09GE01
OCEANO GLACIAL ÁRTICO 0 330 km
0° 10° L 20° L 30° L 40° L 50° L
“Comparar eventos ocorridos
• EF09GE06
Is. Spitsbergen
Is. Nova Zembla
Is. da Nova Sibéria
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 43.
simultaneamente no mesmo
Que países têm uma espaço e em espaços variados
• EF09GE07 MAR DA SIBÉRIA
* Em 2018, Kosovo ainda aguardava o reconhecimento internacional de parte do território
PLANALTO CENTRAL ORIENTAL e eventos ocorridos em tempos
Rio Lena
• EF09GE08
S SIBERIANO
localizada na Europa e
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
I. Islândia IN
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a
sua independência. diferentes no mesmo espaço e
MONTES URAIS
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PLANÍCIE S KO
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S DA SIBÉRIA
componentes físico-naturais PE SARMÁTICA RK
A Rússia e a Turquia.
Na Europa ocorreu a formação dos primeiros blocos econômicos,
O
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zar as linguagens cartográfica,
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BÁLTICO VO
da Eurásia, destacando os Ilhas E U R O PA VI
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Britânicas MAR DO
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mas nela também houve muitos conflitos internos ao longo da história gráfica e iconográfica e dife-
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Do DEPRESSÃO MAR DE
separam o território euro-
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OCEANO
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batalha de duas guerras mundiais: a primeira, entre 1914 e 1918; e nologias digitais de informação
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peu do asiático. Além disso,
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a segunda, entre 1939 e 1945, que causaram a morte de milhões de e comunicação no desenvolvi-
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contextualiza historicamen-
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pessoas e alteraram não apenas as fronteiras entre seus Estados, mas mento do raciocínio espaço-
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M (MAR DO LESTE)
te a transformação das fron- KUSH PLANALTO DO TIBETE
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-temporal relacionado a loca-
ITER DU
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8.848 m io
Canal de Suez In o ALAIA R
lização, distância, direção,
Ri
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guras 3 e 4, na página seguinte.
Rio
MAR
Altitude (metros) ARÁBICO GOLFO PACÍFICO cessão, ritmo e conexão”.
M
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BENGALA
on
2.500 NO NE
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MAR DA
origem à divisão do mun- 500 I. Ceilão
CHINA
I. Mindanao O L cio do século XX, sobretudo na porção central e leste do continente.
do em Ocidente e Oriente. 200
0
I. Borneo
SO
S
SE
Ao final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, por exemplo, o fim do
EQUADOR
ÍNDICO
é fundamental explorar os Pico
85° L I. Java
OCEANIA 0 1.100 km Áustria, Hungria, Iugoslávia e Polônia. Atualmente, as áreas da antiga
mapas disponíveis no decor- Tchecoslováquia correspondem à República Tcheca e à Eslováquia —
Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo:
rer do Percurso. Eles contri- Moderna, 2013. p. 88 e 96; IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 42 e 46. dissolução ocorrida com base em um acordo estabelecido em 1993.
buem na visualização e na
compreensão do texto. 78 79
O conteúdo do Percurso deve ser desenvolvido com o objetivo de estimular o pensamento crítico dos alunos Em decorrência da fragmentação da Iugoslávia, em 1991, o surgimento da República da Macedônia deu
em relação ao etnocentrismo. Explore o seu conceito, contido no Glossário da página 82, de tal forma que origem a um impasse entre o país recém-independente e a Grécia, que tem uma região também nomeada
seja compreendido por todos. Comente algumas situações cotidianas em que muitas vezes assumimos impen- Macedônia. Em junho de 2018, os governos dos dois países estabeleceram um acordo que previa a mudança
sadamente essa postura diante da leitura que fazemos do nosso espaço de vivência e do mundo. do nome do país de Macedônia para Macedônia do Norte, como solução ao impasse histórico. Nesta coleção,
optou-se pela manutenção do nome Macedônia, uma vez que, ao término desta edição, o acordo ainda de-
pendia da aprovação dos parlamentos dos dois países e de um referendo na Macedônia para ser confirmado.
78 79
LXIII
Temas contemporâneos
As possibilidades de trabalho com temas
contemporâneos são identificadas para apoiar o
professor, estando geralmente associadas às seções
Rotas e encontros e Estações.
Interdisciplinaridade Interdisciplinaridade
O professor de História Com o apoio do professor
poderá contribuir para con- de Ciências, sugerimos desen-
textualizar temporalmente O caso da Bacia do Rio Jordão stação Socioambiental volver um projeto interdisci-
a Guerra dos Seis Dias nesta plinar sobre o uso e a escassez
A Bacia do Rio Jordão abrange terras da Síria, do Líbano, da Jordânia,
etapa dos estudos. de água, com foco no conceito
da Cisjordânia e de Israel. O Rio Jordão, que corre do norte para o sul (fi- de pegada hídrica e noções
gura 13), separa Israel da Síria e a Cisjordânia da Jordânia e deságua no Oriente Médio: disputas encontram mais a jusante de rios importan-
relacionadas a esse conceito.
tes são sempre vulneráveis a projetos de repre-
Mar Morto. pela água samento ou desvio das águas em países mais A esse respeito, o site da Wa-
Dos quatro rios que formam o Rio Jordão, somente o Rio Dan tem nas- “A água é essencial à vida. No mundo como a montante; tanto o Iraque quanto a Síria de- ter Footprint Network pode
cente em Israel. Os rios Yarmouk e Banias nascem na Síria, e o Rio Hasba- um todo, o abastecimento hídrico para con- pendem do Tigre e do Eufrates, que nascem na ser consultado (disponível em:
ni nasce no sul do Líbano. sumo humano chegou a um ponto crítico. Turquia. <https://waterfootprint.org/
O Rio Jordão tem pequeno volume de água em decorrência dos bai- Em 2050, quase 60 países poderão sofrer crô- O controle da água também é empregado en/>; acesso em: 20 set. 2018).
xos índices pluviométricos anuais da região por onde passa — menos de nica escassez; entre eles, estará a maioria do como arma de guerra. Grupos palestinos ten- Temas contemporâneos
250 mm ao longo de seu curso — e da forte evaporação, provocada pe- Oriente Médio (as exceções serão Irã, Iraque, taram interromper o abastecimento para Israel A Educação Ambiental é
Líbano [...]). durante a Segunda Intifada, e os israelenses re-
las elevadas temperaturas. o tema contemporâneo con-
A importância da água como fonte de vida, taliaram na mesma moeda. Durante a guerra
Na guerra de 1967 — a Guerra dos Seis Dias, entre árabes e israe- templado nesta seção. Co-
riqueza e poder faz, portanto, com que ela seja contra o Iraque (1980-8), o Irã desviou o cur-
lenses, que você vai estudar no Percurso 28 —, Israel ocupou a parte mente com os alunos que o
fonte de conflito. Em Israel, na Cisjordânia e em so de rios para inundar posições iraquianas e
síria das Colinas de Golan, que se localizam na fronteira entre os dois paí- abastecimento de água é um
Em que rio se localiza Gaza, o desequilíbrio no uso da água é constan- bombardeou represas no Curdistão. Já o Iraque dos grandes problemas do
a tensão pelo controle ses. Essa ocupação, mantida até os dias atuais, não teve apenas o objetivo te motivo de ressentimento para os palestinos. destruiu usinas de dessalinização da água do mundo no século XXI e causa
da água? Rio Jordão. de proteger a fronteira israelense; visou tam- Entre as questões de fundo da Guerra dos Seis mar no Kuait (1991), após a invasão do emira- de conflitos. No caso tratado
bém impedir que a Síria construísse um canal Dias (1967), estava a preocupação do governo do; e Saddam Hussein primeiro contaminou o pelo texto, vê-se que as dis-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 13. Israel e Palestina: a questão da água israelense com um projeto jordaniano de des-
que desviasse parte das águas do Rio Yarmouk. abastecimento de água para os árabes rebeldes putas pela água levaram, en-
viar o curso do Rio Jordão. Israel foi em parte
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Caso o canal fosse construído, o volume de água dos pantanais do sul do Iraque, nos anos 1990,
i
Litani 2.814 m
sb
LÍBANO do Rio Jordão diminuiria e isso afetaria a dispo- ção da Cisjordânia por Israel
agrícola do deserto; a água é questão, e questão onde eles viviam. para que este país tivesse
Jordão
nibilidade de água para Israel. A Guerra dos Seis particularmente delicada, de segurança nacio-
GOLAN
SÍRIA A água, entretanto, pode também ser fon- controle das fontes subterrâ-
L. de Dias pode ser entendida também como uma nal. Ao assumir o controle da Cisjordânia em te de paz e cooperação. Existe uma crescente
Haifa Tiberíades neas da região e do Rio Jor-
-212 m Ya guerra pela água. 1967, o país ganhou acesso não apenas ao rio, estrutura de acordos internacionais a respeito
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rm dão. Exalte a necessidade de
MAR
Nazaré
A questão da água leva ainda a compreender mas também às fontes subterrâneas da região. do Nilo, e não há (em princípio) nenhuma ra-
uk
NO
N
NE Tel Aviv-Jaffa ra. Por meio da perfuração de poços, Israel re- SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: o mapeamento completo com a Bacia do Nilo entre os
também de vulnerabilidade. Os países que se de todos os conflitos. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 132 e 133.
países que têm acesso a ele:
O L CISJORDÂNIA tira desse território mais de 60% da água que
ga
SO SE Jericó ar
consome, destinando-a, principalmente, à irriga- Egito, Sudão, Etiópia, Sudão
Z
S
Oriente Médio: projeção do estresse hídrico – 2050 do Sul, Uganda e Ruanda.
0 40 km Jerusalém ção agrícola. Com o controle da água, Israel a dis- ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL Interprete
47° L
Hebron
Gaza MAR
MORTO
tribui segundo seus interesses. Ancara 1. Além da vida, quais Respostas
GAZA TURQUIA MAR outros elementos estão
–416 m
CÁSPIO 1. Além de afirmar que a
JORDÂNIA
relacionados com a água
Beersheba
no texto? água é fonte de vida, o texto
CHIPRE
31° N
Altitude (metros) Nicósia
LÍBANO SÍRIA
Teerã relaciona a água com rique-
MAR Beirute Damasco IRAQUE IRÃ AFEGANISTÃO Argumente za, poder, conflito, instru-
1.500 MEDITERRÂNEO
Jerusalém Bagdá
Deserto 1.000 ISRAEL Amã 2. Em sua localidade, mento de guerra e fonte de
Ued-Araba
400 JORDÂNIA
de Neguev há estresse hídrico? paz e cooperação.
200 Al Kuait
0 KUAIT Explique.
ISRAEL Depressão Golfo Estreito
2. Depende da localidade.
Pérsico
Aquífero Riad CATAR
Doha
de Ormuz
Abu Dabi
26° N Nota: Dizemos que determinada Espera-se que os alunos re-
EGITO
MA
1.727 m potável (principal) ARÁBIA ÁRABES em situação de estresse hídrico água para a vida e que de-
ER
UNIDOS
SAUDITA
quando o consumo médio de água
Estação de senvolvam consciência da
ME
N
desse recurso. necessidade de poupar esse
O
Barragem
Estresse hídrico OCEANO NO NE
Zona de tensão Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas Muito severo IÊMEN O L Fonte: WWAP (World Water Assessment
líquido precioso por meio
Sana ÍNDICO
Eilat pelo controle das águas
do Rio Jordão
geográfico: espaço mundial. 4. ed. Severo SO SE Programme). The United Nations World de alguns procedimentos
S
G. de São Paulo: Moderna, 2013. p. 103. Algum den I. Socotra Water Development Report 4: Managing de economia no cotidiano.
Aqaba Nenhum o de Á 0 420 km
Water under Uncertainty and Risk. Paris:
Golf É oportuno discutir o proble-
Unesco, 2012. v. 2. p. 391.
25° L
ma de escassez de água vivi-
do no estado de São Paulo
216 217 no ano de 2014, como tam-
bém a questão no semiárido
do Nordeste.
A seção Estação Socioambiental discute a água como questão política, exemplificando com conflitos em torno
desse recurso. Desperte nos alunos a necessidade do consumo responsável da água: ela é um recurso finito cujo
desperdício deve ser evitado. Um exemplo recente é o da crise de abastecimento de água na Região Metropo-
litana de São Paulo e de muitas cidades do interior paulista, em 2014 e 2015. Peça aos alunos que leiam o texto
alternadamente em voz alta, interrompendo em caso de dúvida para os devidos esclarecimentos. Envolva todos
os alunos nas respostas orais das questões propostas e, por fim, oriente-os a sistematizá-las no caderno.
216 217
Interdisciplinaridade Respostas
São sugeridas estratégias de trabalho com outros As respostas às atividades estão dispostas nas laterais e
componentes curriculares com o objetivo de ampliar abaixo das páginas do Livro do Aluno.
o desenvolvimento de habilidades e promover maior Para as atividades orais sistemáticas e questões propostas
apreensão dos assuntos estudados. no boxe No seu contexto, as respostas aparecem na
página do Livro do Aluno, próximo às questões.
Material Digital
No início do bimestre, sugere-se a consulta aos recursos disponíveis no Material Digital que podem
contribuir para o planejamento do professor, como o plano de desenvolvimento bimestral e as sequên-
cias didáticas. No fim das unidades pares, uma menção às propostas de acompanhamento da aprendiza-
gem salienta a existência de recursos de avaliação das habilidades previstas para o bimestre.
Material Digital Audiovisual Orientações para o professor
acompanham o Material
• Vídeo: Inclusão digital
Digital Audiovisual
LXIV
MELHEM ADAS
Bacharel e licenciado em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento,
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor do Ensino Fundamental,
Médio e Superior na rede pública e em escolas privadas do estado de São Paulo.
SERGIO ADAS
Doutor em Ciências (área de concentração: Geografia Humana) pela Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
com Pós-doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Bacharel e licenciado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Professor da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.
EXPEDIÇÕES
GEOGRÁFICAS
9
o
ano
3a edição
1
Coordenação editorial: Cesar Brumini Dellore
Edição de texto: Ana Carolina F. Muniz, Andrea de Marco Leite de Barros,
Carlos Vinicius Xavier, Fernanda Pereira Righi, Juliana de Araújo Cava Tanaka,
Juliana Maestu, Magna Reimberg
Assistência editorial: Mirna Acras Abed Moraes Imperatore
Assessoria didático-pedagógica: Mauro César Brosso
Gerência de design e produção gráfica: Everson de Paula
Coordenação de produção: Patricia Costa
Suporte administrativo editorial: Maria de Lourdes Rodrigues
Coordenação de design e projetos visuais: Marta Cerqueira Leite
Projeto gráfico: Otávio Santos, Luís Vassalo
Capa: Bruno Tonel, Douglas Rodrigues José, Mariza de Souza Porto
Foto: Jovem em barco na Maya Bay, Tailândia.
© Mumemories/iStock/Getty Images
Coordenação de arte: Denis Torquato
Edição de arte: Flavia Maria Susi
Editoração eletrônica: Flavia Maria Susi
Edição de infografia: Luiz Iria, Priscilla Boffo, Otávio Cohen
Ilustrações de vinhetas: Otávio Santos
Coordenação de revisão: Maristela S. Carrasco
Revisão: Ana Paula Felippe, Cárita Negromonte, Leandra Trindade, Leila dos Santos,
Rosemary Lima, Renato da Rocha, Rita Sorrocha, Vera Rodrigues
Coordenação de pesquisa iconográfica: Luciano Baneza Gabarron
Pesquisa iconográfica: Carol Böck, Junior Rozzo
Coordenação de bureau: Rubens M. Rodrigues
Tratamento de imagens: Fernando Bertolo, Joel Aparecido, Luiz Carlos Costa,
Marina M. Buzzinaro
Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira, Marcio H. Kamoto,
Vitória Sousa
Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro
Impressão e acabamento:
Adas, Melhem
Expedições geográficas / Melhem Adas, Sergio
Adas. — 3. ed. — São Paulo : Moderna, 2018.
18-17777 CDD-372.891
2
Apresentação
Caro estudante,
3
Conhecendo os
recursos do livro
Organização do livro
Esta coleção possui uma organização regular, planejada para facilitar o
trabalho em sala de aula. Cada livro é dividido em oito Unidades, cada uma
com quatro Percursos.
UNIDADE
Abertura de
5
Ásia: diversidade física
e cultural e conflitos
Unidade
Por meio da Esta Unidade abordará a
diversidade física ou natural
do continente asiático, o Verifique sua
exploração de um uso da terra, o colonialismo
e o imperialismo europeus,
suas transformações
bagagem
infográfico ou de
territoriais, as tensões e
A minisseção
os conflitos no decorrer
VADIM PETRAKOV/SHUTTERSTOCK
do tempo, os aspectos
populacionais e culturais
prévios e estimular
física, uso da terra e
regionalizações
Percursos seguintes.
18 O colonialismo e o
o interesse
imperialismo na Ásia
19 Ásia: transformações
territoriais, tensões e
conflitos Verifique sua bagagem
20 Ásia: população,
diversidade cultural
e desigualdades
1. Em sua opinião, é importante para um povo
manter suas tradições culturais? Por quê?
pelas temáticas
abordadas ao
socioeconômicas 2. Você sabe por que em algumas regiões se pratica
a agricultura em terraços?
longo da Unidade.
142 143
Percurso
Os Percursos apresentam
conteúdos organizados PERCURSO
Economia global: No seu contexto
de forma clara, em 2 transnacionais e trabalho
Propõe atividades que
títulos e subtítulos que 1 Fluxos de mercadorias: articulam o conteúdo
facilitam a compreensão No seu contexto
Cite um fator que
explique a inserção da
o comércio global desigual
Na atual fase da globalização, tem-se observado um extraordinário estudado à realidade
dos temas. globalização em seu
crescimento do comércio internacional. De acordo com dados da Orga-
As informações são Alguns fatores foram decisivos para que isso ocorresse, entre eles: a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
apresentadas por
timos 60 anos; o aumento do rendimento de muitas famílias; a entrada
de novos países no comércio internacional mundial; e a liberalização das
Frete regras comerciais — com o objetivo de facilitar a exportação e a impor-
meio de diferentes
Valor pago pelo transporte tação de mercadorias entre países. Essas transformações resultaram na
de mercadorias ou produtos,
difusão de um estilo de vida centrado no consumo; daí a expressão so-
feito por caminhões, trens,
navios, aviões. ciedade do consumo, caracterizada por uma intensa procura por todo
Barreiras comerciais tipo de produto, o que veremos no Percurso 3.
15,0
Em parte, isso se explica pela maior ca-
pacidade de produção e de consumo dos
países cuja industrialização é mais desen-
Trilhões de dólares
e fotos. As atividades
12,5 volvida e pelo fato de muitos desses paí-
ses manterem barreiras comerciais que im-
10,0
pedem a entrada de produtos mais baratos,
7,5 principalmente agropecuários, oriundos dos
2,5
países subdesenvolvidos e emergentes.
• A
Comunidade Europeia do Carvão Figura 22. Comunidade Europeia do Carvão
e a interpretação 0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2016 Fonte: WTO Statistics Database. Disponível em: e do Aço e do Aço (Ceca) – 1952
desses elementos.
Roterdã Berlim
Düsseldorf
o
enR
aço, do minério de ferro e de ferro‑velho, objetivando
Rio
48° N
PDF-012-045-EG9-U01-G20.indd 20 09/10/18 18:21 FRANÇA
também a expansão econômica, do emprego e do ní‑
vel de vida da população dos países‑membros.
A Ceca superou as divergências entre a França e a N
Glossário
NO NE
Alemanha em relação às jazidas de minério de ferro O L
ITÁLIA
e carvão mineral e ao parque siderúrgico localizado SO SE Roma
S
na fronteira entre os dois países. As regiões do Vale
do Ruhr e de Sarre, na Alemanha, e da Alsácia e Lore‑ MAR
Seções laterais
Europeia e conheça as
aderido à organização ainda em virtude da ditadura em vigor no país principais características
entre 1962 e 1974 — o ingresso no MCE estava condicionado à vi‑ de todos os países que
gência da democracia no país pretendente. integram o bloco.
Foi esse também o caso de Espanha e Portugal. A Espanha viveu uma
Sugerem livros, ditadura fascista exercida por Francisco Franco entre 1939 e 1975, en‑
quanto Portugal esteve sob a ditadura comandada por Oliveira Salazar e
Marcelo Caetano entre 1932 e 1974. Em 1986, esses dois países ingres‑ Quem lê viaja mais
ajudam a aprofundar
posteriormente fazendo
O fim do socialismo no Leste Europeu, por volta do final dos anos uma síntese geográfica
de 1980, a desagregação da União Soviética, em dezembro de 1991, da União Europeia, os
e o consequente encerramento da Guerra Fria e da “ameaça soviética” autores disponibilizam
o estudo. 97
4
Estações
Apresentam textos de revistas, jornais, livros e sites, que desenvolvem
os temas transversais e complementam o conteúdo do Percurso.
Dividem-se em quatro tipos: Estação Socioambiental, Estação
Cidadania, Estação História e Estação Ciências. As atividades
promovem a reflexão e estimulam o debate.
e desenvolve a possibilitam a
O relatório apresenta 19 ‘pontos de virada’ já Ártico. [...] com as chegadas aumentando 13% em relação ao
em curso ou próximos de entrar em curso, que ‘Sistemas sociais e biofísicos do Ártico estão mudanças no movimento ano passado. Marroquinos e argelinos se torna-
podem ser desencadeados pelo derretimento profundamente ligados com os sistemas sociais migratório para a Europa ram as duas principais nacionalidades, embora
da banquisa [...]. Esses pontos de virada são ca- e biofísicos do nosso planeta. Mudanças rápi- os sírios continuem sendo o maior grupo a atra-
“Apesar da queda do número de refugiados e
próximos. Verões sem gelo marinho, o colapso cia, o que acontece no Ártico não se restringe casos, segundo um novo relatório da Agência da No entanto, um aumento de 33% foi obser-
espaço geográfico,
e Afeganistão, incluindo um elevado número
à realidade e a
Um desses pontos é o chamado ‘feedback marítimas à Itália, vindas principalmente da Lí-
de albedo’, ou a mudança no padrão de absor- bia, caíram drasticamente desde julho de 2017. de famílias com crianças. […]
ção de radiação pela superfície. Com o aqueci- Interprete Essa queda continuou nos primeiros três meses O relatório revela que, devido ao aumento
de 2018, com uma redução de 74% em relação das restrições na Hungria, muitos refugiados e
mento global, o gelo e a neve (que são brancos e 1. O que você entendeu por “feedback de migrantes recorrem a rotas alternativas para se
sociedade e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
discussão sobre
rebatem a maior parte da radiação solar de vol- albedo”?
ao ano passado.
A jornada até a Itália se mostrou cada vez deslocar dentro da Europa. Por exemplo, alguns
ta para o espaço) dão lugar à tundra, mais es-
mais perigosa. A taxa de mortalidade entre os cruzam da Sérvia para a Romênia, enquanto
cura, que absorve radiação e esquenta mais a Argumente
outros se deslocam da Grécia via Albânia, Mon-
região. Isso, por sua vez, eleva a temperatura que saem da Líbia rumo ao continente europeu
2. Explique como se pode evitar o tenegro e Bósnia-Herzegovina para a Croácia.
Mediterrâneo tenha permanecido muito abai- mais de 3,1 mil pessoas perderam a vida no mar
xo dos índices de 2016, o relatório do Acnur en- em rotas rumo à Europa, em comparação com
controu um aumento nas chegadas à Espanha e 5,1 mil em 2016. Outras 501 pessoas morreram
à Grécia no final de 2017. ou desapareceram desde o início de 2018. […].”
Em 2017, a Espanha testemunhou um aumen- ONUBR. Relatório do Acnur revela mudanças no movimento
migratório para a Europa, 11 abr. 2018. Disponível em: <https://
to de 101% no fluxo de pessoas em comparação a nacoesunidas.org/relatorio-do-acnur-revela-mudancas-no-
Os pesquisadores Dyre 2016, que totalizou 28 mil chegadas. Os primeiros movimento-migratorio-para-a-europa/>. Acesso em: 16 jul. 2018.
Oliver Dammann,
à esquerda, e Josh
Interprete
Contextualize
PDF-234-269-EG9-U08-G20.indd 265 19/10/18 17:22
3. Qual é sua opinião sobre o
Migrantes líbios resgatados por embarcação da ONG espanhola Brasil receber refugiados?
Proactiva Open Arms, no Mar Mediterrâneo, Itália (2017).
93
determinado tema
Península da Indochina [...]. Os países do Sudeste dos norte-americanos em toda a guerra. [...]
Asiático foram objeto da expansão colonial euro- Aos poucos, como consequência, os Estados
Oriente Médio: de Gondwana aos conflitos
textos desta
peia a partir do século XIX. [...] Entre 1940 e 1942, Unidos foram se desengajando militarmente. Tipo clássico de jazimento
no auge da Segunda Guerra Mundial, todos os paí- [...] Os acordos de Paris, de 1973, assinalaram a pelo subsolo de petróleo e gás natural
retirada das forças combatentes norte-america-
refletir sobre o
nal dos vietnamitas, o Viet Minh, liderado pelos OLIC, Nelson Bacic. Uma visão cartográfica da Guerra do Vietnã. graças ao deslocamento contínuo das placas continentais […]
comunistas. Com a derrota japonesa, a França Mundo. Geografia e Política Internacional.
amarrotando os sedimentos, elevandos-os, desde a região me-
as atividades, buscam
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Gás
retomou o domínio sobre a colônia, mas teve Ano 23, n. 2, abril de 2015. p. 12. Ardósias
diterrânea europeia atual, por toda a Ásia Central, até o Sudeste
que enfrentar o Viet Minh, que agora defendia a CHINA